domingo, 12 de fevereiro de 2012

Brasil bate Paraguai e é campeão
da Copa Ciudad de Encarnación

Seleção derrota donos da casa por 4 a 2 e fatura o 4º título de 2012

Por GLOBOESPORTE.COM Encarnación, Paraguai
Seleção brasileira de futebol de areia vence o Paraguai e conquista o título da Copa Ciudad de Encarnación (Foto: Divulgação/CBBS)Seleção brasileira conquista o título da temporada
Encarnación, no Paraguai (Foto: Divulgação/CBBS)
A seleção brasileira de futebol de areia conquistou mais título na temporada 2012, após vencer o Paraguai por 4 a 2, na tarde deste domingo, nas areias de Encarnación. Com gols de André (2), Jorginho e Datinha, a equipe canarinho sagrou-se campeã da Copa Ciudad de Encarnación, quadrangular que contou ainda com a Argentina e a seleção local.
Esta foi a nona vitória do Brasil nesta temporada, e o quarto título em quatro competições. Além do torneio na cidade de Encarnación, o time verde-amarelo conquistou o lugar mais alto do pódio na Taça de La Pátria, na Copa Partido de La Costa e no Desafio Internacional contra a seleção do mundo.
O Brasil saiu atrás no placar, mas empatou com uma cobrança de falta de Jorginho, que marcou o seu gol de número 298 com a amarelinha. André, também de falta, virou o placar, e Datinha aumentou para 3 a 1. Foi aí que começou a brilhar a estrela do goleiro Leandro Fanta. O camisa 1 pegou um pênalti, garantindo a vantagem para os brasileiros. O Paraguai diminuiu, mas André, "Chuteira de Ouro" (artilheiro) da Copa do Mundo de Ravenna, fechou o placar depois de grande jogada de Fernando DDI: 4 a 2. Fanta apareceu bem novamente, pegando outro pênalti dos donos da casa. A nossa seleção também desperdiçou uma penalidade, com Anderson.
futebol de areia andré brasil paraguai (Foto: Diego Mendes / CBBS)André, que marcou dois gols para a nossa seleção, disputa bola com paraguaio  (Foto: Diego Mendes/CBBS)
- Fui feliz em escolher os cantos certos nas cobranças e pude ajudar o Brasil a sair com mais uma vitória e um título no Paraguai. Dedico essa conquista a todos aqueles que me apoiam, me ajudam, torcem por mim, para minha família e meus amigos. Esse grupo merecia esse título e temos que comemorar muito – afirmou Fanta, que teve Rafael como companheiro de posição, já que Mão ficou fora da lista de convocados.
Jorginho, que levou a braçadeira de capitão da equipe, parabenizou o grupo e comemorou, além da vitória, mais um gol rumo à marca de 300 na história da amarelinha. Agora, faltam dois.
- Mais do que o gol, estou contente pela maneira como jogamos, pela vontade e pela raça que a equipe mostrou em quadra. Todos estão de parabéns, dos mais experientes aos mais novos, porque isto é resultado do trabalho que temos feito. Claro, estou muito feliz com o gol, faltam dois para chegar aos 300, um número importante, mas quero mais. Espero fazer muitos gols para ajudar a seleção brasileira – afirmou ele, terceiro maior artilheiro do Brasil.
A próxima parada da equipe canarinho será em Rio Quente, no município de Goiás, onde a seleção irá disputar a Copa América de futebol de areia, entre os dias 16 e 18 de março.

No fim da partida, Leão vira sobre o Vovô e vence o Clássico-Rei no PV

Fortaleza perdia por 1 a 0 até os 43 minutos do 2º tempo. Tricolor virou com gols de Ciro e Kauê e agora é o único invicto no Campeonato Cearense

Por GLOBOESPORTE.COM Fortaleza, CE
Vencer o rival de virada, no fim da partida, tirar-lhe a invencibilidade e assumir o primeiro lugar tem um gosto especial. Que o diga a torcida do Fortaleza. No primeiro Clássico Rei do ano, neste domingo, o Leão fez a festa sobre o Vovô. Em uma partida emocionante, teve forças para virar o placar no fim do segundo tempo e levou a melhor sobre o Ceará por 2 a 1. Desta forma, o Tricolor de Aço pulou para a ponta da tabela. Liderança conquistada e, de quebra, como único invicto da competição.
O Leão chegou aos 19 pontos conquistados. Na tabela, é seguido de perto pelo Horizonte, com 18, e pelo Ceará, com 17. Na próxima rodada, o Fortaleza enfrentará o Icasa, no Romeirão. Já o Ceará receberá o Itapipoca no Presidente Vargas.
Kauê comemora gol da virada do Fortaleza no PV contra o Ceará (Foto: LC Moreira/Agência Estado)Kauê bate falta com perfeição e comemora o gol da virada do Fortaleza no PV contra o Ceará: vitória sobre rival por 2 a 1 deixa Leão na liderança da competição (Foto: LC Moreira/Agência Estado)
Primeiro tempo morno
Antes de o jogo começar, havia muita expectativa de ambas as partes. Amenizada com muito samba no pé, após apresentações de grupos de ritmistas no gramado do PV. Mas havia ainda a ansiedade para saber como Mota e Geraldo entrariam neste Clássico-Rei. O jogador alvinegro não o disputava há 11 anos. E Geraldo entrava, pela primeira vez, com trancinhas tricolores. No entanto, nenhum dos dois atletas brilhou na tarde deste domingo.
Os primeiros 10 minutos foram dominados pelo Fortaleza. Em um chute de Kauê, da entrada da área, Fernando Henrique teve que fazer sua primeira boa defesa na partida. O Ceará tinha dificuldades de armar jogadas e mal conseguia ultrapassar a linha do meio de campo.
O domínio era do Leão. Rafinha desceu pela direita e, em uma cabeçada, Cléo acertou a bola na trave. O Tricolor teve ainda outra grande oportunidade com Rômulo. Dentro da área,  limpou e chutou cruzado. O goleiro alvinegro teve que se esticar para fazer a defesa.
A primeira boa descida ao ataque do Ceará foi com Romário, que chutou cruzado da linha de fundo. Felipe Azevedo chegou atrasado e não conseguiu colocar o pé para empurrar para o gol. Antes de o primeiro tempo terminar, Kauê ainda acertou uma bomba no cantinho, mas o goleiro alvinegro estava atento para defender.
Emoção
O segundo tempo começou com o Ceará com postura totalmente diferente. O time alvinegro partiu para cima do Fortaleza. Logo aos 5 minutos, Apodi foi derrubado na área. O árbitro marcou pênalti. Felipe Azevedo foi quem cobrou e abriu o placar no PV.
O Ceará tinha mais posse de bola e dominava a partida. Mas foi o Fortaleza que chegou e até marcou um gol com Cléo, aos 19 minutos. No entanto, o arbitro marcou impedimento. Depois, lance incrível do Ceará. Rogerinho limpou e passou para Edérson, que tinha acabado de entrar no lugar de Romário. O atacante acertou a trave e, no rebote, Mota quase marcou o segundo.
Aos 33 minutos, o Fortaleza teve mais um gol anulado. Desta vez com Cléo. E depois de dois gols anulados, o time ainda criou forças para marcar no fim do jogo. Aos 44, cobrança de escanteio. A bola passou por toda a área e parou nos pés de Cléo. O baixinho cruzou na medida para Ciro Sena. Ele cabeceou para baixo, e a bola foi para o fundo das redesl.
Após o empate, a torcida se inflamou e empurrou o time para o atque. Aos 46, quando o jogo parecia terminado, foi marcada uma falta perigosa perto da entrada da área alvinegra. Kauê cobrou com perfeição, virou o jogo para o Leão e fez a festa da torcida tricolor.
Cruzeiro controla jogo, vence o Tupi e se recupera da derrota na estreia
Apesar dos erros de passes e da lentidão, Raposa, com mais garra, bate o Galo Carijó por 3 a 0, com gols de Wellington Paulista e Anselmo Ramon
 
 
A CRÔNICA
por Marco Antônio Astoni
Os erros de passes e a lentidão mostrados na derrota por 1 a 0 para o Guarani persistiram. Mesmo assim, sem ser brilhante, o Cruzeiro, ao menos mais garra e organização, teve por bom tempo o controle do jogo e saiu da Arena do Jacaré, neste domingo, com os seus primeiros três pontos do Campeonato Mineiro. Com um gol de Wellington Paulista e dois de Anselmo Ramon, o time fez 3 a 0 no Tupi e deixou a crise para trás - antes da partida, o diretor de futebol Dimas Fonseca pediu demissão. Agora, a equipe só precisa convencer o torcedor cruzeirense a comparecer mais aos estádios: apenas 1.923 pagaram ingresso - a renda foi de R$ 33.540, 85.
Com um jogo a menos - o da primeira rodada, que foi adiado -, a equipe celeste fica a seis pontos arquirrival e líder da competição, o Atlético-MG, que tem nove. O Tupi, por sua vez, vive um drama. O campeão da Série D do Campeonato Brasileiro do ano passado perdeu a terceira partida seguida no Mineiro e dá mostras de que vai ter uma difícil luta contra o rebaixamento. Sinal de muito trabalho para o técnico Moacir Júnior, que vai ter de arrumar a casa. O público para o foi de apenas 1.923 torcedores, e a renda foi de R$ 33.540,85.
O Cruzeiro volta a campo quinta-feira, justamente para cumprir a partida adiada da primeira rodada. O time enfrenta o Nacional-MG, às 19h30m (de Brasília), no Farião, em Divinópolis. O próximo compromisso do Tupi é pela quarta rodada. Só no dia 25, sábado, às 17h, receberá o Uberaba, no Mário Helênio, em Juiz de Fora.
Superioridade azul
O clima pesado vivido no Cruzeiro após a derrota para o Guarani-MG teve um item extra antes de a bola rolar na Arena do Jacaré. O diretor de futebol Dimas Fonseca pediu demissão. Mas dentro de campo, o time não se abalou com isso. Entrou tranquilo, tocando a bola. Tanto que, logo aos quatro minutos, abriu o placar com Wellington Paulista, de cabeça, após boa cobrança de falta de Roger.
Senhor do jogo, o Cruzeiro dominava o meio-campo, conseguindo chegar com facilidade perto do gol do Tupi. Roger perdeu chance clara de ampliar o placar, da entrada da pequena área, e Anselmo Ramon também desperdiçou, numa cabeçada defendida facilmente por Rodrigo. O time de Juiz de Fora só deu seu primeiro chute a gol aos 29 minutos, com o volante George.
O ritmo e o nível técnico do jogo caíram muito após os 30 minutos, e o Tupi equilibrou um pouco as ações. O Galo Carijó só não conseguia chegar com mais perigo ao gol de Fábio por causa da boa atuação do sistema defensivo da Raposa, principalmente do zagueiro Victorino, que não perdeu uma bola sequer durante a etapa inicial.
Se não apresentava um primor de técnica, pelo menos o Cruzeiro conseguiu ser eficiente o bastante para conseguir construir e manter a vitória parcial no primeiro tempo.
Wellington Paulista cruzeiro x tupi (Foto: Carlos Roberto/Agência Estado)Wellington Paulista marca o primeiro gol da vitória sobre o Tupi (Foto: Carlos Roberto/Agência Estado)
Sufoco e goleada
O segundo tempo começou morno. O Tupi voltou um pouco mais ligado na partida e por pouco não conseguiu o empate, num belo chute de Michel Cury. Fábio fez linda defesa e foi ainda melhor ao defender o rebote de George, à queima-roupa.
O Tupi se empolgou no jogo e pressionou o Cruzeiro, criando novas boas chances com Allan e Ademílson. Vendo que seu time era dominado, Vágner Mancini tirou Marcelo Oliveira e Wellington Paulista e colocou Rudnei e o estreante Walter no gramado.
As mexidas no Cruzeiro deram certo porque, mesmo pior em campo, o time chegou ao segundo gol. E numa jogada criada por Rudnei e Walter. Anselmo Ramon recebeu a bola na área e bateu sem chances para Rodrigo. O terceiro saiu dois minutos depois, novamente com Anselmo Ramon, desta vez de cabeça, aproveitando cruzamento do lateral Marcos.
Os dois gols-relâmpagos desanimaram totalmente o Tupi, que se entregou em campo. O Cruzeiro fez sua parte e passou a administrar o jogo e tocar bem a bola, envolvendo totalmente a equipe de Juiz de Fora, que não conseguiu mais jogar.

Dagoberto desencanta, e Inter
vence o Caxias no Centenário

Colorado derruba a invencibilidade do clube da serra gaúcha

Por Diego Guichard Caxias do Sul, RS
E nasce Dagoberto no Inter. Ao marcar dois gols, o atacante foi a principal figura na vitória por 2 a 0 sobre o Caxias, na tarde deste domingo, no estádio Centenário.
Com a vitória, o Colorado assume a segunda colocação do Grupo 1, com dez pontos. Mesmo com a derrota, o Grená segue com a melhor campanha, na liderança da Chave 2, com 14.

O Inter volta a campo na próxima quarta-feira, quando enfrenta o Cruzeiro no Beira-Rio, às 19h30 (de Brasília), em jogo adiado da sexta rodada da Taça Piratini, primeiro turno do estadual.
A última rodada será toda realizada no próximo sábado, dia 18. A equipe colorada encara o Pelotas, em casa, e o Caxias pega o Canoas no Complexo Esportivo da Ulbra.
Dagoberto comemora gol contra o Caxias (Foto: Alexandre Lops/Divulgação Inter)Dagoberto comemora gol contra o Caxias (Foto: Alexandre Lops/Divulgação Inter)
Início eletrizante
Não faltou emoção no jogo em Caxias do Sul. Os cerca de 15 mil torcedores no Centenário viram duas equipes abertas e dispostas a brigar pela vitória. Dono da casa, o Caxias começou em cima, empurrando o Inter contra o próprio campo. Mas não contava com os contra-golpes. Na primeira saída colorada, gol.

Aos quatro minutos, Kleber fez lançamento primoroso, daqueles quase que indescritíveis. Oscar recebeu bola no limite da linha do impedimento, arrancou com gana e partiu para a área adversária. Ainda se livrou do marcador, antes de rolar para Dagoberto chutar e marcar o seu primeiro gol com a camisa do Inter.

O Caxias tentava justificar a melhor campanha da competição. Por detalhe, não deixou tudo igual aos oito. Foi quando Vanderlei recebeu na entrada da área, girou e bateu forte. Esperto, Muriel se lançou ao chão e esticou o braço. Alterou a rota da bola, que saiu pela linha de fundo.

Assim como na partida contra o Juan Aurich, na quinta-feira, Oscar tinha nova atuação de gala. Com intensa movimentação, ajudava na marcação e dava opção aos atacantes. Aos 11, recebeu bola frontal e fez um disparo seco, com força. Bem posicionado, Paulo Sérgio espalmou.
Dagoberto e Oscar (Foto: Alexandre Lops/Divulgação Inter)Dagoberto e Oscar se destacaram na partida
(Foto: Alexandre Lops/Divulgação Inter)
Mas a tarde não era de Oscar, D’Alessandro, Damião ou qualquer outro. Era de Dagoberto. Aos 20, o atcante recebeu bola do lado direito da grande área e exigiu boa defesa do arqueiro adversário.

O segundo gol do atacante saiu aos 35, em linda jogada arquitetada por ele próprio. Dagoberto lançou rasteiro na área, Oscar tocou de calcanhar e, com o ângulo aberto, não desperdiçou: 2 a 0. Golaço!
Segundo tempo de marcação

Ao contrário da primeira etapa, o segundo tempo foi cadenciado, de mais marcação e menos chances efetivas de gol. Com o revés no placar, o Caxias se lançou todo ao ataque. Já o time de Dorival Júnior preferia administrar, tocar a bola. Era o cronômetro que corria, não os colorados.
O time da Serra sempre esbarrava na defesa do Inter. Aos 30, Vanderlei recebeu na frente da grande área, pelo lado esquerdo. Arriscou rasteiro, colocado, no cantinho, mas sem força. Muriel defendeu.
Oscar  (Foto: Alexandre Lops/Divulgação Inter)Oscar foi peça importante na partida (Foto: Alexandre Lops/Divulgação Inter)
Bem na partida, o goleiro do Inter conseguiu assegurar o resultado aos 36 minutos, em defesa diferenciada. Vanderlei recebeu na área e, na hora do arremate, viu o goleiro colorado crescer, abrir os braços e evitar que o clube da casa descontasse.
Já o Inter foi tímido na segunda etapa. Somente aos 42 minutos criou chance de gol. Jô, que havia substituído Damião, avançou pela ponta esquerda e disparou cruzado, por cima da meta. Foi a última oportunidade em campo. O Colorado conseguiu vitória com autoridade em cima do Caxias.

Ronda Rousey provoca Miesha Tate: 'Serei o furacão Katrina na sua festa'

Desafiante diz achar sua rival irritante, e festeja estar na primeira luta entre mulheres a ser o evento principal de uma das grandes competições de MMA

Por SporTV.com Rio de Janeiro
UFC Rhonda Rousey (Foto: Marcelo Russio / Globoesporte.com)Ronda Rousey garante que vai arrasar Miesha Tate e
ficar com o cinturão dos galos (Foto: Marcelo Russio)
A americana Ronda Rousey não poupa esforços para promover suas lutas e permanecer no centro das atenções. Além de bonita e simpática, a lutadora tem respostas originais para praticamente todas as perguntas que lhe são feitas. Não é à toa que recebeu o apelido de "Rowdy", que em português significa "Desordeira". Mesmo não gostando de ser vista a versão feminina de Chael Sonnen, Rousey não economiza palavras ao falar sobre sua próxima adversária, a também americana Miesha Tate. As duas se enfrentam pelo cinturão dos pesos-galo do Strikeforce no dia 3 de março, nos EUA.
- Acho que será muito bom, porque é a primeira vez em anos que uma luta entre duas mulheres será o combate principal de um evento de MMA. Muita gente discorda da minha tática para chamar atenção para essa luta. Mas está funcionando - disse a musa à "TapOut TV".
MMA: Miesha Tate e Ronda Rousey (Foto: Montagem sobre foto da Getty Images)As musas Miesha Tate e Ronda Rousey se enfrentam
no dia 3 de março, nos EUA (Fotos: Getty Images)
O estilo falastrão de Rousey não poupa nenhum comentário de Miesha Tate. Para a desafiante, a irritação da desafiante com seus comentários no Twitter se deve, simplesmente, à inveja.
- Ela levou seis anos para fazer o que eu fiz em seis meses, e se sentiu ameaçada com isso. Mas é o que acontece quando se tem pela frente uma adversária que faz suas lutas serem interessantes e é inteligente. A verdade é que mulheres são mais passivas nas lutas que os homens, mas eu sou um pouco diferente. Consigo também separar bem o lado profissional do pessoal. Eu saio muito com outras lutadoras, nos divertimos bastante, mesmo sabendo que um dia podemos nos enfrentar. Após essa luta contra Miesha Tate, eu conseguirei lidar com ela de uma forma normal. Já ela eu não sei, porque vou ser como o furacão Katrina na sua festa.
Ronda Rousey falou sobre o início da rivalidade entre ela e Tate, e revelou achar a sua adversária irritante.
- A coisa toda começou quando aguém perguntou a ela no Twitter se gostaria de lutar comigo, e ela disse: "Claro, por que não?". Então me perguntaram se eu poderia lutar entre os pesos-galo contra ela, e eu respondi na hora que após a minha próxima luta, eu pegaria essa menina de qualquer maneira. Aí ela disse que eu não merecia lutar com ela, e eu respondi que enquanto ela treinava para fazer sua primeira luta na vida, eu disputava as minhas primeiras Olimpíadas. Ela dizer que eu não merecia lutar com ela foi um insulto a mim. Se você é uma campeã, você tem que lutar contra qualquer uma, a qualquer hora. Depois disso, tivemos alguns eventos juntas, e ela é muito irritante. De verdade, ela me irrita muito. Parece que ela está sempre cansada, choramingando, ou algo assim. Mas o legal do MMA é que é luta de verdade, e é lá dentro do octógono que nós resolvemos as coisas.
Clássico incendiário, escrita mantida: Timão bate o Tricolor no Pacaembu
Em jogo quente, Danilo faz o gol da vitória por 1 a 0 no primeiro tempo. Corinthians chega ao sexto triunfo seguido sobre o rival em casa
 
 

A CRÔNICA
por Diego Ribeiro e Gustavo Serbonchini
Gol do jogador desacreditado, pênalti perdido, jogador expulso, jogador incendiário. Chuva, muita chuva. O Majestoso teve de tudo, foi emocionante. Mas em um jogo de tantas mudanças de ambiente, uma escrita se manteve: neste domingo, o Corinthians venceu o São Paulo por 1 a 0, gol do meia Danilo, e conseguiu sua sexta vitória seguida sobre o rival tricolor no Pacaembu. Mais: divide a liderança do Campeonato Paulista com o Palmeiras e deixou o adversário deste domingo para trás.

Depois do gol de Danilo, o São Paulo teve a chance de empatar, mas Jadson perdeu um pênalti no ato final do primeiro tempo. No segundo, João Filipe foi expulso. Ingredientes que apimentaram um clássico muito quente, que teve no atacante Jorge Henrique a principal fonte de calor. O baixinho fez grande partida e foi peça central da vitória corintiana.

Com o resultado, o Timão chega aos 17 pontos e alcança o Palmeiras na ponta da tabela – ainda perde nos critérios de desempate. Já o Tricolor permanece com 14, mas ainda nas primeiras posições do campeonato.

O Corinthians volta a campo na quarta-feira, quando enfrenta o Deportivo Táchira-VEN, em San Cristobal. Pelo Campeonato Paulista, o Timão joga no sábado, contra o São Caetano, às 16h20m (de Brasília), no Anacleto Campanella. Já o São Paulo recebe o Paulista na quinta-feira, às 19h30m, no Morumbi.

Nem chuva apaga incêndio de Jorge
O São Paulo esperou, o Corinthians incendiou. Ao lado de sua torcida, o Timão logo dominou as ações no meio-campo e, mesmo com um novo trio no ataque, não perdeu sua característica de toques rápidos, de velocidade. Pela esquerda, o time da casa armou as principais jogadas e não tomou conhecimento do improvisado João Filipe. Também naquele setor, Danilo fez das suas – muito técnico, e sempre com um algo mais diante do Tricolor, clube pelo qual também brilhou.
Poucos vestem a camisa alvinegra como Jorge Henrique. Espirituoso e incendiário. Logo na primeira vez em que pegou na bola, levou uma falta dura de Wellington que valeu ao são-paulino um cartão amarelo. Depois, tomou uma entrada de Cícero. O jogo ficou quente, e o São Paulo, nervoso – com os próprios erros e com a arbitragem de Raphael Claus. O Corinthians de Jorge tratou de se aproveitar.
danilo corinthians x são paulo (Foto: Marcos Ribolli/GLOBOESPORTE.COM)Danilo comemora o gol que garantiu o triunfo corintiano (Foto: Marcos Ribolli/GLOBOESPORTE.COM)
As trocas constantes de posições no ataque fizeram o Timão abrir espaços. Denis fez uma defesa espetacular em chute de Danilo. Depois, Willian tabelou com Élton e quase abriu o placar. Aos 21 minutos, o gol: com Jorge Henrique cobrando escanteio perfeito e Danilo subindo mais do que João Filipe, mostrando que vai, sim, brigar por uma vaga entre os titulares da Taça Libertadores. Mesmo com Alex em grande fase e com Douglas no banco de reservas fazendo sombra.
A chuva, que desabou impacável, não chegou a atrapalhar os dois times, e nem refrescou o clima dentro do gramado. Nas arquibancadas, os primeiros gritos provocativos ao Tricolor: “Freguês voltou”. Os comandados de Leão tentaram responder sempre na bola parada. Depois de uma dessas faltas, pênalti bobo e claro de Alessandro em Cortez, aos 43. Jadson, o camisa 10 contratado para resolver, chutou no tobogã do Pacaembu e levou a torcida corintiana ao êxtase. O São Paulo teve a chance, mas o Timão foi para os vestiários com o momento favorável.
Tricolor melhora, mas não empata
Foi assim contra o Palmeiras, na última rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado. Foi assim neste domingo. Jorge Henrique seguiu irritando os adversários com toques rápidos na bola, uma ou outra firula. Assim como os palmeirenses naquela ocasião, os são-paulinos não hesitaram em chegar com uma força extra no atacante corintiano.

Apesar disso, o Tricolor buscava, tentava colocar um tímido Lucas no jogo. Com 15 minutos jogados no segundo tempo, Leão se irritou e fez substituições por atacado. Fernandinho, Osvaldo e Maicon entraram nas vagas de Jadson, Willian José e Casemiro.
Um minuto depois das trocas, João Filipe perdeu a cabeça e “coroou” uma atuação para ser esquecida. Jorge Henrique fez mais uma das suas, passou o pé por cima da bola e só esperou a rasteira do zagueiro. Cartão vermelho, direto, sem contestações. E Leão teve de deslocar Wellington para a lateral, recuar seus meias e pensar em uma alternativa para tentar incomodar o Timão.
Curiosamente, o Tricolor, mesmo com um a menos, melhorou e mostrou uma disposição que Leão vinha pedindo desde o início da partida. Com mais raça que organização, o time do Morumbi foi para cima. Fernandinho quase empatou, Maicon pôs a bola nos pés e pensou jogadas. Por outro lado, o Timão tinha espaço para jogar, mas passou a perder gols. Até Ralf quis dar uma de centroavante, sem sucesso: arrancou pelo meio, ganhou dos zagueiros na corrida, mas correu mais que a bola e foi desarmado.
O jogo ficou morno, e os corintianos só voltaram a se animar quando Tite chamou Douglas. A reestreia do meia ocorreu aos 35 minutos. Pouco tempo para brilhar, mas suficiente para segurar a bola e garantir mais uma vitória corintiana no Majestoso – a sexta seguida no Pacaembu. Ânimo mais do que renovado para a estreia na Libertadores.
Com Love e vitória: Fla bate o Nova Iguaçu na reestreia do atacante
Em Macaé, Rubro-Negro faz 2 a 0, com Deivid e Renato. Artilheiro do Amor joga 87 minutos e sai aplaudido. Time, no entanto, é o terceiro no Grupo A 
 
 
A CRÔNICA
por Richard Souza
 Ele voltou. Com a mesma entrega que o marcou na primeira passagem, no primeiro semestre de 2010. Com a força física que torna o ataque mais encorpado. E com gana. Muita. O gol? Este fica guardado para a próxima. Neste domingo, Vagner Love reestreou pelo Flamengo com boa atuação. Foram 87 minutos em campo e muito carinho da torcida, que o apoio e o aplaudiu. Na vitória por 2 a 0 sobre o Nova Iguaçu, no Moacyrzão, em Macaé, o Artilheiro do Amor não chegou a ser brilhante, mas deixou claro que com ele a linha de frente ganha qualidade. Deivid e Ronaldinho sentiram isso. Os três participaram da jogada do primeiro gol, marcado pelo camisa 9. Renato, de falta, completou.
Com o resultado, o Flamengo chega a 12 pontos e está em terceiro no Grupo A da Taça Guanabara, fora da zona de classificação para a semifinal. O Resende lidera com a mesma pontuação, mas com quatro vitórias. O Botafogo é o segundo, também com 12, três vitórias e dez gols de saldo. O saldo do Flamengo, também com três vitórias, é de sete. O Nova Iguaçu é o quinto, com oito pontos, sem chances de avançar.
No próximo sábado, na sétima última rodada da fase classificatória do primeiro turno, o Flamengo enfrenta o Resende, no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, às 16h20m. O time do Sul Fluminense vai jogar por um empate para avançar. Antes, porém, a equipe de Joel Santana tem um compromisso pela Libertadores. Na quarta-feira, estreia no Grupo 2, contra o Lanús, da Argentina, às 22h (de Brasília), em Buenos Aires.

O Nova Iguaçu também vai jogar no sábado, às 16h20m, contra o Madureira, em Conselheiro Galvão.
Um toque de amor
deivid flamengo x nova iguaçu (Foto: Alexandre Vidal/Fla Imagem)Deivid e Love festejam o primeiro gol do Flamengo
(Foto: Alexandre Vidal/Fla Imagem)
A vontade de jogar era tanta quer Vagner Love não se conteve. Puxou a fila na entrada do time em campo e o cumprimento aos torcedores. No aquecimento, concentração e beijos na direção da Tribuna de Honra para a noiva Luciele, a mãe Jaira e a irmã Vânia. Do amigo Ronaldinho, o Artilheiro do Amor recebeu afeto, um caloroso abraço. Da torcida, ouviu gritos de “Só Love, Só Love”, refrão do funk de Claudinho e Buchecha que embalou sua apresentação.
Aos três minutos, a primeira arrancada foi parada com falta pelo adversário. Vagner levantou, pediu bola, correu. Foi assim durante os primeiros 45 minutos da reestreia dele pelo clube. Ele, Ronaldinho e Deivid, o novo ataque rubro-negro, não guardaram posição, se movimentaram bem e buscaram tabelas. R10 passou mais tempo na esquerda, Deivid na direita, e Love centralizado. Pouco a pouco, Renato, Léo Moura, Junior Cesar e Luiz Antonio se aproximavam da linha de frente para dar mais força às investidas. Os erros de passe, no entanto, atrapalharam.
Para escalar Love, Joel Santana tirou Bottinelli do time. Nesta nova formação, Ronaldinho armou mais. Deixou Deivid na cara do gol, aos oito minutos. O camisa 9 marcou, mas estava muito impedido. Se com dois foi pouco, com três foi na medida ideal. Cinco minutos depois, Vagner recebeu bola na direita, escapou do marcador e tabelou com Ronaldinho. Quando recebeu de volta na área, teve o chute defendido pelo goleiro Jefferson parcialmente. Na sobra, Deivid, com calma e cuidado, bateu forte para abrir o placar: 1 a 0. Em seguida, David Braz quase ampliou em uma cabeçada perigosa.
Senhor do jogo, o Flamengo enxergou no Nova Iguaçu um adversário acomodado, que limitou-se a marcar e esperar a chance de um contra-ataque. Um chute de longe de Zambi foi o melhor lance da equipe do técnico Leonardo Condé, aos 19. Mossoró, Dieguinho, Zambi e Leandrão não se encontravam lá na frente. Sem criatividade e sem força.
O ritmo rubro-negro caiu, os erros de passe aumentaram, e o time pareceu administrar o tempo à espera do intervalo. Ainda houve uma boa chance para cada lado: cobrança de falta perigosa de Amaral, que se perdeu pela linha de fundo, e chute de longe de Ronaldinho, que preocupou Jefferson. Na saída de campo, R10 comemorou o primeiro gol da parceria com Love.

- É um jogador inteligente, facilita muito. Estou feliz. Primeira tabela, primeiro gol. Espero que seja a primeira de muitas - disse Ronaldinho, sobre a jogada do gol rubro-negro.
Papai... Renato
Foi um Deus nos acuda. Cada cruzamento de Ronaldinho para a área do Nova Iguaçu deixava o goleiro Jefferson de cabelos em pé. Nos levantamentos em diagonal e nas cobranças de escanteio, o camisa 10 levou perigo e deu chances a Welinton, Love e David Braz de marcar. Nenhum deles aproveitou.
O domínio rubro-negro continuou no segundo tempo. Ronaldinho apareceu mais, correu, distribuiu dribles e bons passes. Um deles deixou Renato na cara do gol, aos nove minutos. O meia tocou na saída do goleiro Jefferson, mas estava impedido. Renato teria uma nova chance. Aos 14, sofreu falta na entrada da área. Enquanto R10 ajeitava a bola, a torcida pedia pelo camisa 11. Pedido feito, pedido atendido. Na cobrança forte, acertou o canto esquerdo para fazer 2 a 0. Jefferson colaborou,. Na comemoração, colocou a bola sob a camisa para homenagear a esposa Karina e a filha que está a caminho. Em março, nasce Renata, a terceira menina do casal.
O Nova Iguaçu também levou perigo. Amaral chutou de longe, e Felipe defendeu. O goleiro também foi seguro nas saídas de gol. Quando exigido, correspondeu. Tem sido assim neste início de temporada. Condé mudou o ataque laranja. Jones entrou na vaga de Leandrão, mas o time pouco evoluiu. No meio-campo do Flamengo, Luiz Antonio não foi bem. Errou muitos passes e chegou a ouvir vaias da torcida, que pedia por Bottinelli. Lá na frente, Vagner Love continou correndo muito, mas foi discreto. Em alguns momentos pareceu cansado. Joel decidiu deixá-lo mais tempo em campo. Deivid e Luiz Antonio saíram para as entradas de Bottinelli e Maldonado.

Love saiu aos 42 da segunda etapa para a entrada de Negueba. Naquele momento, o Rubro-Negro apenas administrava a vantagem no placar. Não levou perigo, mas também não correu riscos. Na saída de campo, Love foi muito aplaudido. Sinal de que agradou e de que o amor voltou.

No reencontro de Cerezo e Falcão, Bahia e Vitória empatam em Pituaçu

Tricolor e Rubro-Negro não saem do zero. Festa fica por conta da torcida,
que lotou o estádio e pediu paz no primeiro clássico baiano na temporada

Por Eric Luis Carvalho Salvador
Um tarde de reencontros. Nove meses após o último confronto, Bahia e Vitória disputaram o primeiro Ba-Vi de 2012. Nas arquibancadas, festa das torcidas: 29 mil torcedores coloriram o estádio de Pituaçu. Fora das quatro linhas, o reencontro entre os velhos conhecidos Toninho Cerezo e Paulo Roberto Falcão abrilhantou ainda mais a festa. Dentro de campo, tudo igual. Os times não passaram de um 0 a 0 no clássico que celebrou a paz na Bahia.
Diante dos últimos acontecimentos gerados pela greve da PM na Bahia, que terminou neste sábado, torcidas e times se uniram para pedir paz. As duas equipes entraram em campo com camisas alusivas ao "Ba-Vi da Paz".
Com o resultado, o Bahia chegou aos 17 pontos e manteve quatro de vantagem para o maior rival. Após oito rodadas, o Tricolor é o segundo colocado, enquanto o Leão da Barra é o quarto. O líder é o Bahia de Feira com 21 pontos.
As duas equipes voltam a campo na próxima quarta-feira. O Vitória recebe o Camaçari no Barradão, às 20h30m. O Bahia sai de casa para enfrentar o Juazeiro no estádio Adauto Morais, às 22h.
falcão cerezo bahia x vitória (Foto: eduardo martins/A Tarde/Agência Estado)Antes do jogo, Cerezo e Falcão se cumprimentaram (Foto: Eduardo Martins/A Tarde/Agência Estado)
Cerezo surpreende na escalação

Se Falcão anunciou ainda na sexta-feira que faria modificações significativas para colocar o Bahia mais ofensivo em campo, foi Cerezo quem surpreendeu. O treinador escalou o Vitória com quatro volantes de origem no meio de campo: Rodrigo Macha, Uelliton, Mineiro e Robston. No entanto, se sobrava pegada, faltava justamente criação. Sem nenhum meia de oficio, Marquinhos foi obrigado a voltar para ajudar na criação. Isolado na frente, Neto Baiano oferecia pouco perigo ao gol de Omar.
Com o toque de Falcão, o ofensivo Bahia tinha problemas para se entender. Ainda sem ritmo, Zé Roberto mostrava pouca inspiração. Em lua de mel com a torcida, Souza esbanjava disposição, mas foi o garoto Gabriel o principal destaque do jogo no primeiro tempo. Cheio de vontade e com boas jogadas de linha de fundo, a promessa tricolor ouviu muitas instruções do novo comandante e deu trabalho à defesa rubro-negra. O principal lance de perigo do Tricolor foi uma cabeçada de Fahel que passou perto da meta, após uma saída errada de Douglas.
titi bahia x vitória (Foto: Felipe Oliveira/AGIF/AE)Bahia e Vitória fizeram um jogo muito pegado no estádio de Pituaçu (Foto: Felipe Oliveira/AGIF/AE)
As principais jogadas do Vitória no primeiro tempo saíram dos pés de Marquinhos, sempre em chutes de longa distância. No mais perigoso deles, a bola desviou em Titi e quase surpreendeu o goleiro Omar.

Segundo tempo morno
A etapa final começou bastante movimentada. O Vitória voltou com o mesmo time, mas com uma postura diferente. Logo no começo, Marquinhos, de longe, quase abriu o placar. O Bahia respondeu rápido, e após cruzamento de Helder, Morais, livre de marcação, perdeu a melhor chance do time.

Cerezo mudou o time e colou Pedro Ken para comandar a criação rubro-negra, mas o meio pouco ajudou. Marquinhos continuou como principal nome do Leão da Barra. O técnico ainda colocou Arthur Maia em campo. O jovem meia melhorou a saída de bola do time, mas não o suficiente para mudar o placar.

Pelo lado do Bahia, Falcão substitui Zé Roberto por Vander, que deu mais movimentação ao ataque tricolor. Ao lado de Gabriel, Vander deu velocidade ao time. No entanto, foi pouco. Nem Bahia, nem Vitória. Nem Cerezo, nem Falcão. O placar não saiu do 0 a 0 no Ba-Vi que celebrou a paz e a amizade.

Felipe se diz preparado para jogar em esquema com três zagueiros

Meia diz que jogadores que têm que se adaptar e jogar bem independente da estratégia adotada pelo técnico Cristóvão Borges

Por Thiago Fernandes Rio de Janeiro
Felipe no treino do Vasco (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco da Gama)Felipe diz que já jogou no 3-5-2 algumas vezes
(Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco)
O técnico Cristóvão Borges sinalizou na sexta-feira a possibilidade de mudar o esquema do Vasco para o jogo contra o Fluminense. O time pode sair do tradicional 4-4-2 para jogar no 3-5-2, com a entrada de Renato Silva no lugar de um meio-campo. Apesar de ter treinado assim apenas uma vez este ano, o treinador acredita que a equipe pode render bem nesse novo posicionamento porque vários jogadores já atuaram assim em outras equipes. Para o meia Felipe, o raciocínio do treinador não está errado.
- Joguei como meia e como lateral nesse esquema. É só todo mundo se dedicar, jogar bem que dá certo. Independente de esquema tático, temos que nos impor para que possamos fazer uma bela partida – disse.
O jogador acredita que o esquema com três zagueiros pode dar certo, mas diz que não tem preferência. Para o Maestro, o que importa mesmo é o rendimento dos jogadores dentro de campo.
- Se jogar bem, vão dizer que a gente se adaptou. Se jogar mal, vão dizer: “ta maluco”. Quando você perde o Eder Luis, perde velocidade. De repente, pode dar mais liberdade para o Fagner e o Feltri.

O Vasco entra em campo para encarar o Fluminense em um jogo que pode dar a vaga nas semifinais da Taça Guanabara ao Gigante da Colina. Para que isso aconteça basta o time vencer o  duelo que será disputado no Engenhão, a partir das 19h30m (horário de Brasília) e torcer por um tropeço do Volta Redonda contra o Duque de Caxias.

Flavio Canto troca os tatames pela TV e brinca: ‘Chego como faixa branca’

Nervoso pela estreia na televisão aberta com o 'Corujão', medalhista olímpico fala sobre aposentadoria, momento do judô brasileiro, Reação, MMA, Fiorella...

Por Raphael Andriolo Rio de Janeiro
Semana corrida. Difícil encontrar um horário na agenda de Flavio Canto. Treino, reunião, gravação, aniversário da Fiorella... A entrevista ficou para a manhã de sexta-feira. Mas não uma sexta qualquer. Teria pela frente a primeira gravação do "Corujão do Esporte" para ir ao ar na madrugada de sábado. Além disso, era o dia de comemorar os 24 anos de sua mulher.
flávio canto judô (Foto: André Durão/Globoesporte.com)Flavio 'pendura a faixa' após 22 anos de judô e vai ser apresentador (Foto: André Durão/Globoesporte.com)
Toda essa correria porque, no domingo passado, ele anunciou, no "Esporte Espetacular", que estava se aposentando, após 22 anos de judô, 17 deles dedicados à seleção brasileira. O novo desafio na carreira seria longe dos tatames, perto das câmeras e holofotes, como apresentador. Mas aposentado aos 36 anos? Ele mesmo reconhece que ainda não se acostumou com a ideia.
- Soa estranho pra caramba - brincou.
Medalhista de bronze nos Jogos de Atenas-2004, Flavio abriu a porta de sua casa na Gávea, Zona Sul do Rio, se desculpando. Ele havia pedido que a equipe esperasse só um pouquinho. Estava preparando uma cesta de café da manhã surpresa para cantar parabéns para a companheira, a atriz e modelo Fiorella Mattheis.
flávio canto judô (Foto: André Durão/Globoesporte.com)Aniversariante, Fiorella também participa do bate-
papo (Foto: André Durão/Globoesporte.com)
O gato do casal, Madox, acompanhou o bate-papo desde o início, sem dar trégua. De certa forma, o felino parecia ajudar a diminuir o nervosismo do mais novo apresentador naquele dia tão importante. Depois de acomodar os convidados e tomar um banho a jato, Flavio sentou para a entrevista e começou a falar. Quase duas horas de conversa e pose para fotos, só interrompida com a chegada de Fiorella, que recebeu os parabéns e decretou o futuro do namorado na TV:
- Tenho certeza que ele vai dar certo.
O "Corujão" não será a primeira experiência de Flavio na mídia. Em 2005 ele teve a oportunidade de atuar como comentarista de TV na transmissão do Mundial de Judô. Depois foi convidado para apresentar o programa "Sensei", no SporTV. Agora, um novo desafio: o comando de uma atração na TV aberta. Apesar de faixa preta, ele não se ilude e sabe que enfrentará outro adversário: as críticas.
- Tenho total consciência de que chego como faixa branca na televisão. Mas já estou me preparando para aprender com as críticas que virão - disse.
Flavio falou sobre tudo: carreira, lesões, conquistas, felicidades, tristezas, MMA, legado, momento do judô brasileiro, chances do Brasil em Londres-2012, amigo Tande, projetos e do seu xodó, o Instituto Reação, seu projeto social que atende mais de 1.200 crianças e jovens carentes no Rio de Janeiro.
corujão flavio canto e hortência (Foto: TV Globo)Na estreia do 'Corujão do Esporte', nervoso, Flavio Canto recebe Hortência (Foto: TV Globo)
GLOBOESPORTE.COM: Com quantos anos você descobriu o judô?
FLAVIO CANTO: Eu comecei o judô com 14, seis meses depois de o Aurélio Miguel ser campeão olímpico (1988). Até então eu fazia natação e era um atleta mediano da equipe do Flamengo. Eu era, dos piores, o melhor. Sempre gostei da ideia de ser atleta. Mais novo eu queria ser super-herói, quando eu vi que não podia ser resolvi ser um herói de carne e osso. Quando fiz a primeira aula de judô, me apaixonei. Como comecei tarde, sempre treinei o dobro de todo mundo. Fiz isso durante anos e anos e nunca vi ninguém treinar mais do que eu, até porque nunca me considerei um cara talentoso. Depois cheguei na seleção muito rápido, com 19 já estava na principal e ainda era júnior.
Além da natação, tentou outros esportes?
Surfe. Surfar tento até hoje. Ando sempre com a prancha no banco de trás do carro na expectativa de um dia ter tempo e onda para poder surfar. Surfo legal, mas não para competir.
O Brasil está em sua melhor fase disparado, nunca tivemos uma equipe tão forte, e o grande trunfo é o judô feminino. Vamos ter de quatro a cinco medalhas em Londres"
Flavio Canto
Qual foi o melhor momento da sua carreira?
Meus melhores anos em termos de resultado foram 2006 e 2007. O ranking naquela época ainda era extraoficial, mas fiquei praticamente esses dois anos como primeiro do mundo. Em 2006, ganhei quase tudo, até o prêmio do COB. Já 2007 foi um ano que começou muito bem, mas terminou muito mal. Foi quando tive a lesão nos Jogos Pan-Americanos. Para mim foi muito triste, tinha o Mundial do Rio e eu ia disputar com o Tiago (Camilo). Acabei não indo para o Mundial, ele foi e ganhou todo mundo de ippon.
Mas e o bronze olímpico em 2004?
As Olimpíadas de 2004 são minha melhor recordação. Foi o momento que mais me marcou no judô e até na minha vida, porque meu pai teve um enfarte dois meses antes das Olimpíadas e quase morreu. Foi uma experiência muito forte, eu só pensava nos Jogos e de repente quase perdi o cara mais importante da minha vida. Isso acabou me ajudando de certa forma, eu estava muito leve. E o meu pai acabou se recuperando e indo para Atenas me ver lutar.
flávio canto judô (Foto: André Durão/Globoesporte.com)O gato Madox observa cada detalhe da entrevista
(Foto: André Durão/Globoesporte.com)
Você é considerado o melhor de todos os tempos na luta no chão, mas recebeu críticas por misturar o jiu-jítsu com o judô. Hoje acha que contribuiu para a evolução do judô brasileiro?
Acho que sim. Meu estilo sempre foi muito particular, como o do João Derly,  por exemplo. E o Brasil tem muita influência do judô japonês, tradicional, como o do Tiago Camilo, Leandro Guilheiro... Eu segui uma linha um pouco mais alternativa, e o que é diferente às vezes as pessoas não respeitam tanto. Já vi gente falando que o João não é tão técnico, isso quando ele era bicampeão mundial. Estilo bom é o que derruba e ganha luta. Acho que isso foi mudando aos poucos, e nesse sentido eu contribuí para abrir mais a cabeça do judô brasileiro. Na parte de chão, acho que tenho muito a contribuir ainda.
Apesar da tristeza de ter ficado fora de Sydney em 2000, ali começou a nascer uma nova paixão: o Instituto Reação.
Acho que o Reação nasceu com a minha história. Nasci na Inglaterra, morei nos EUA, viajei o mundo com o judô e sempre tive vida de nômade. Isso me deu um olhar da cidade diferente dos meus amigos. Desde os 19 comecei a me envolver em ações pontuais, mas eu precisava de alguma coisa de mais impacto. Em 2010 descobri que o mundo não acabaria se eu ficasse fora das Olimpíadas. Foi uma perda muita grande, mas eu sobreviveria. Fui para ser reserva, e quando voltei ao Brasil fui dar aula de judô na Rocinha e vi que aquilo, de alguma maneira, transformava a garotada. O projeto terminou, e acabei ficando sozinho. Então juntei uns amigos e formamos o Reação, o nome que significava um espaço onde as pessoas pudessem reagir, transformar o mundo.
Como está o projeto hoje?
Estamos com 1.200 alunos em cinco polos (Rocinha, Pequena Cruzada, Tubiacanga e Cidade de Deus I e II). O projeto foi crescendo de uns anos para cá e não é só judô, tem o programa de educação. Trabalhamos no judô uma escola de valores, e, dentro da educação, uma escola de competências. O objetivo é desenvolver a garotada para descobrir seu potencial.
Como se sente vendo a Rafaela Silva, fruto do Reação, sendo campeã mundial júnior e vice-campeã mundial adulta?
Ela representa muito bem essa virtude de acreditar no improvável, seguir um sonho e conquistar. Sou muito chato com a Rafaela, cobro muito e sou exigente demais. Tenho uma preocupação muito grande com o pós-carreira, a importância da formação acadêmica. O atleta acaba tendo uma visão infinita da sua carreira. A gente só percebe que o esporte um dia acaba quando vai ficando velho. Ela e a irmã, a Raquel, foram os primeiros exemplos de sucesso no esporte depois de mim. E essas referências internas funcionam bem melhor.
Rafaela Silva, judoca (Foto: Alexandre Durão / GLOBOESPORTE.COM)Rafaela Silva, a principal revelação do Instituto Reação (Foto: Alexandre Durão / GLOBOESPORTE.COM)
Vamos começar a falar da aposentadoria. Você deixa o tatame com a certeza de que sua categoria está bem representada?
O Leandro (Guilheiro) está em uma fase exuberante e tem tudo para conseguir a terceira medalha olímpica da carreira dele e possivelmente a medalha de ouro. Ele vai como um dos grandes favoritos. O Leandro tem um estilo de judô muito seguro, dificilmente perde. Ele está mais maduro, a decisão de mudar de categoria foi muito boa, defende bem, movimenta e muda de pegada como poucos. O Brasil na minha categoria está muito bem representado.
E o judô brasileiro em geral?
O Brasil está em sua melhor fase disparado, nunca tivemos uma equipe tão forte. O grande trunfo é o judô feminino, com um crescimento incrível, quem sabe até mais forte que a masculina na perspectiva de medalhas. E uma vantagem das meninas é que elas são muito jovens: a Rafaela está com 19 anos, a Mayra com 20... O masculino tem uma equipe homogênea e forte.
Tenho total consciência de que chego como faixa branca na televisão. Mas já estou me preparando para aprender com as crítivas que virão"
Flavio Canto
Quais são as suas apostas para as Olimpíadas de Londres?
É sempre difícil prever isso. Mas dentro do retrospecto do time brasileiro, temos alguns atletas que dificilmente não vão ganhar medalha, como a Mayra e o Leandro. Outros também têm grandes chances, como a Sarah (Menezes, -48kg), a Rafaela (Silva, -57kg), o Rafaelzão (Rafael Silva, +100kg), quem for do peso médio entre o Hugo (Pessanha, -90kg) e o Tiago (Camilo, -90kg). Vamos ter de quatro a cinco medalhas no judô em Londres.
O que acha da explosão do MMA? Lutaria?
Já me chamaram, tinha uma possibilidade de fazer algumas lutas no Pride em 2004 ou 2005. Eu agradeci e disse que não tinha muita coisa a ver comigo, minha praia é o judô. Como boa parte dos brasileiros, todo mundo está conhecendo e aprendendo a respeitar o esporte, muito por conta do UFC, que mudou um pouco os paradigmas da luta. A nova geração assiste, e a antiga ainda tem um certo preconceito do velho vale-tudo. Hoje a gente vê que mudou muita coisa, existem regras, tem uma comissão atlética. É um esporte que veio para ficar, para substituir o boxe. Ainda acho que pode mudar uma regra ou outra para ficar menos violento. Não gosto da cotovelada, por exemplo. Mas tenho vários amigos e torço para os brasileiros. Cada um tem uma história de vida muito bacana.


Vídeo: assista à estreia de Flavio Canto no 'Corujão' entrevistando o craque do Fluminense Thiago Neves


Como amadureceu a ideia da aposentadoria? A palavra não soa estranha?
Soa estranha pra caramba. Mas foi todo um processo. Eu me perguntava se eu já tinha aprendido tudo o que poderia aprender com o judô. Vi que na parte competitiva não tinha mais tanto o que vivenciar. Já vivi grandes alegrias, tristezas, lesões... E 2010 foi um ano que eu curti bastante, acho que foi minha verdadeira despedida. Aí teve a lesão, o Reação cresceu muito, e comecei a sentir falta de não estar no dia a dia. Era hora de mudar de emoção.
Mas não vai largar o judô totalmente...
Continuo no judô, primeiro com o Reação, que é uma fábrica de transformação. Vou ser muito mais útil para o judô assim, produzindo e revelando atletas, como a Rafaela. E estou estudando com a Confederação (CBJ) treinamentos em que eu participe como professor na parte de solo. Acho que a gente ainda treina pouco chão e posso contribuir com isso. Quero ajudar o pessoal a ter mais eficiência no chão.
Agora você é apresentador. Como se sente na frente das câmeras?
Minha história na TV começou em 2005 comentando a medalha de ouro do Joãozinho (João Derly) no Mundial. Gostei muito e comecei a ser chamado. Convidaram-me para fazer o "Sensei SporTV" e fui me empolgando com televisão. De junho para cá, me perguntaram se eu tinha interesse em fazer um piloto para o "Corujão do Esporte", já que o Tande estava com muita dificuldade de conciliar o "Esporte Espetacular" com o "Corujão". Aí começou o namoro. Em dezembro, eles me chamaram dizendo que começaria em fevereiro e perguntaram: "Você topa?". Conversei com toda a minha família e achei que era o momento certo. Mas ainda fico um pouco nervoso, sim.
Flávio Canto (Foto: Christiane Mussi)Flavio ao lado de Tande e Fernanda Gentil no último
Esporte Espetacular (Foto: Christiane Mussi)
Como é substituir o Tande, que também é um ex-atleta?
O Tande foi um cara fundamental nesse processo. Ele passou por tudo que estou passando. É minha grande referência, como atleta e agora na televisão. O Tande conversou muito comigo, desde o início, e é um cara muito especial.
Está preparado para receber críticas?
Tenho total consciência que chego como faixa branca na televisão. Assim como duvidaram de mim na primeira seletiva para a seleção, em 95, precisei de um tempo para as pessoas me respeitarem. Mas acho que o atleta é sempre muito respeitado, e agora na TV é um meio termo de artista e atleta.
Fiorella, você apresentou o "Vídeo Show" por dois anos. Deu alguma dica para ele?
Na verdade, o Flavio é muito crítico com ele mesmo. Ele fica o tempo todo pedindo para eu assistir e ficar criticando. Mas ele é muito inteligente. Estuda, pega as coisas muito rápido, é carismático, passa uma energia muito boa, e a televisão passa isso para quem está assistindo. Não tenho dúvida de que vai dar certo.
Flavio, para finalizar, com a Fiorella do seu lado. Qual foi sua maior conquista: a medalha olímpica, o Reação ou a Fiorella?
O Reação. Sem o instituto eu não conheceria a Fiorella (risos). Mas o Reação é uma das coisas mais bonitas, me sinto especial, um ser humano no seu sentido pleno.
flávio canto judô (Foto: André Durão/Globoesporte.com)Flavio recebe um carinho de Fiorella durante a entrevista (Foto: André Durão/Globoesporte.com)

A cada quatro dias, um sul-americano chega ao Brasil para jogar futebol

Já são 39 estrangeiros em 22 clubes. Para as equipes brasileiras, é a chance de pagar menos; para o jogador estrangeiro, é a oportunidade de ganhar mais

Por GLOBOESPORTE.COM São Paulo
Conhecido como paraíso dos estrangeiros, o Brasil agora se dá o luxo de também ser porto seguro dos gringos da bola. O ano acabou de começar, e a média já está alta. A cada quatro dias, um sul-americano chega para jogar no Brasil. Já foram dez contratados para atuar no país em 2012, aumentando em 35% o número de gringos em relação a 2011. Entre os 22 principais clubes brasileiros, há 39 estrangeiros. Isso sem contar os dos times menores. No Oeste, interior de São Paulo, tem até francês.
O consultor esportivo Fernando Ferreira fez pesquisa sobre o assunto e tem certeza de que isso é só o começo. Segundo ele, na Europa, a presença de estrangeiros chega a 40%. No Brasil, está chegando a 5%.
Economia brasileira em alta
O real está valorizado em relação às outras moedas sul-americanas. Isso gera boa oportunidade para os dois lados. Para o clube brasileiro, é a oportunidade de pagar menos. Para o jogador estrangeiro, a chance de ganhar mais.
- Nós estamos mais próximos dos salários europeus do que os latinos dos salários brasileiros. Alguns jogadores vêm para o Brasil ganhando quase o dobro e chegam a custar um terço do que ganha um jogador brasileiro.
- A economia está bem. Em nível sul-americano, é a melhor para você jogar - garantiu Valdivia, do Palmeiras.
Dalessandro inter meia d'alessandro libertadores (Foto: Alexandre Lops/Divulgação Inter)D'Alessandro recebe uma proposta milionária do futebol chinês (Foto: Alexandre Lops/Divulgação Inter)
Um mapa da América do Sul também explica essa invasão de ‘hermanos’ no país. Há pouco tempo, o argentino D’Alessandro rejeitou uma proposta milionária do futebol chinês. Ele optou por permanecer no Internacional. Recebeu um aumento de salário, mas a identificação com a torcida e a proximidade da família também pesaram na decisão.
D’Alessandro, Montillo e Valdivia são exemplos recentes de estrangeiros que encantaram a torcida verde-amarela. Aparecer bem no Brasil é aparecer para o mundo.
- O futebol brasileiro é o melhor de todos. Você vê nas pesquisas, o futebol brasileiro é o terceiro, quarto do mundo – disse Valdivia.
Razões esportivas, geográficas e econômicas
Se o Brasil ainda quer ser uma superpotência econômica mundial, na América do Sul já é. O país responde por quase metade do que é produzido de riqueza do continente.
- A taxa de crescimento brasileira não foi a mais alta do grupo. Uruguai e Argentina tiveram taxa de crescimento mais alta que o Brasil. E mesmo assim o crescimento do mercado em futebol no Brasil é absurdo – disse o economista Mauro Rodrigues.
A economia dos países é outro fator que determina o investimento dos clubes. O Fluminense é um exemplo. Investe por mês R$ 7 milhões em salários. Já o poderoso Boca Juniors, da Argentina, não chega a R$ 3 milhões de investimento.
A diferença de orçamento se deve à economia aquecida, mas principalmente à população continental brasileira. No Brasil, são 190 milhões de pessoas. Na Argentina, são pouco mais de 40 milhões. Uma população quase cinco vezes menor.
- Você chega a ter torcidas no Brasil com até dez milhões de pessoas. Portugal e Grécia têm esse tamanho de população. Nossos vizinhos não ficam atrás. Então, em nenhum lugar da América do Sul existe um mercado desses - explicou Mauro.
Clubes brasileiros na Libertadores
E para os clubes brasileiros, ter estrangeiros pode ajudar. Principalmente na Libertadores da América. O Internacional tem um meio-campo completo de argentinos: Bolatti, Guinazu, Dátolo e D’Alessandro. O Flamengo conta com três estrangeiros (Bottinelli, Maldonado e Marcos González). O Fluminense, dois (Valencia e Lanzini) e o Santos, também dois (Renteria e Fucile). O Corinthians possui um (Ramires), e o Vasco, que tinha um, agora contratou mais dois (Chaparro, Tenório e Abelairas).
- Isso já virou uma realidade. A tendência é aumentar – disse o pesquisador Fernando Ferreira.
É com esse espírito portenho que os clubes daqui tentarão manter uma escrita dos últimos sete anos: pelo menos um time do Brasil pode chegar à final da competição sul-americana nessa edição. E quando vence, a festa é brasileira, mesmo que com sotaque espanhol.

Mané no Olaria: os últimos lances
de Garrincha num clube de subúrbio

Ídolo do Botafogo encerrou a carreira no clube da Rua Bariri. A sambista Beth Carvalho conta para o 'Esporte Espetacular' as peripécias do craque

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Ídolo do Botafogo, onde surgiu para o planeta com os primeiros títulos e dribles. Ídolo da Seleção Brasileira, onde ganhou a unanimidade ao brilhar na campanha do bicampeonato mundial de 1958 e 1962. Mané Garrincha, ídolo dos torcedores de todos os clubes, supercraque das pernas tortas que encantou os fãs com dribles desconcertantes, rodou o mundo e acabou sua carreira no Olaria, time do subúrbio do Rio de Janeiro. Lá, protagonizou seus últimos lances no futebol. A sambista e botafoguense Beth Carvalho, que viu ao vivo as peripécias do Mané, aceitou o convite do Esporte Espetacular para contar a história das jogadas finais do craque.
O ponta-direita conquistou multidões excursionando com o Glorioso e em suas brilhantes apresentações com o time canarinho. Em 1972, ao 38 anos, Mané não jogava uma partida oficial havia dois anos. Seu nome continuava com força. Então, o Olaria viu ali uma oportunidade. Com a ajuda de empresários ligados ao clube, bancou a contratação do craque, e o camisa 7 mais famoso do mundo vestiu a camisa azul e branca. Heitor Bellini, que hoje é presidente do clube, lembra como era estar no mesmo lugar que o craque.
- A gente ficava na beira do campo, olhando o Garrincha. Aquilo, pra gente, os garotos do Olaria, era uma coisa de outro mundo.
Garrincha Olaria Esporte Espetacular (Foto: Reprodução/TV Globo)Mané chegou ao Olaria aos 38 anos, depois de dois anos longe dos campos (Foto: Reprodução/TV Globo)
Quase 50 mil pessoas viram a estreia de Garrincha pelo Olaria, no Maracanã. O adversário era o Flamengo, que dez anos antes, em 1962, tinha sido arrasado por Mané na decisão do estadual. O empate em 1 a 1 não teve gol do ponta-direita, mas uma sequência de fotos do jornal "O Globo" do dia seguinte mostrava um drible fantástico de Garrincha.
Drible Garrincha Olaria (Foto: Reprodução/TV Globo)Garrincha não marcou em sua estreia, mas um
drible foi registrado (Foto: Reprodução/TV Globo)
Durante o ano de 72, o Olaria viajou muito pelo Brasil, para fazer uma série de amistosos. O astro do time atraía atenção, e muitos times pagaram só para enfrentar Garrincha. Beto, o goleiro daquele Olaria, lembra o espírito do craque:
- Ele falava para não sair de perto dele, porque tudo que ganhasse ia dividir comigo. Aí eu não descolava dele! Depois, eu dividia com o pessoas: "Olha, o Mané deixou isso aí pra gente" - contou o goleiro.
O último gol oficial
Paschoalin goleiro que tomou o último gol de Garrincha (Foto: Reprodução/TV Globo)Paschoalin foi o goleiro que tomou o último gol
de Garrincha (Foto: Reprodução/TV Globo)
Em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, o Olaria enfrentaria o Comercial-SP, num amistoso.  Um chute de longe, depois do rebote do goleiro Paschoalin em um cruzamento, e o gol de número 283 da carreira de Garrincha. A última vez que ele balançou as redes num jogo oficial, naquele 2 a 2 contra o Comercial. O goleiro Paschoalin, apesar de ter sido vazado, não ficou triste.
- O Garrincha não parecia ser jogador, uma pessoa famosa. Hoje, eu fico feliz de ter tomado um gol dele. Ele tinha a condição técnica dentro de si, mas já não tinha corpo para aquilo. Mas o pouquinho que ele fez, foi o bastante para podermos rever o que ele tinha feito - disse o goleiro.
Despedida do futebol
O último jogo de Garrincha aconteceu num feriado de sete de setembro, em 1972. A Caldense, clube mineiro da cidade de Poços de Caldas, comemorava 47 anos de fundação. Quem não comemorava nada naquele dia era Hildo, o lateral-esquedo escalado para marcar o craque. Ele garante que não deu moleza para Mané, mas J. Lopes, meio-campo da Caldense naquele jogo, conta que não foi bem assim.
- O Garrincha deu uma balançada nele! Ele não quis falar porque ficou com vergonha - brincou J. Lopes.
O meio-campo lembra com carinho do dia em que conheceu o ídolo Mané Garrincha:
- Um dia muito especial, com agitação desde cedo. O Garrincha chegou, não sei se atrasado porque ficou dando entrevistas. Ele atravessou o campo, e a massa inteira bateu palmas para ele. Eu não sabia que era o último jogo de Garrincha. Depois que fiquei sabendo, estou até mais orgulhoso.
A Caldense venceu o jogo por 5 a 1, e Garrincha desceu as escadas para o vestiário pela última vez como profissional. Em 73, uma partida festiva foi organizada no Maracanã, o jogo da gratidão, para homenagear o craque. Mané Garrincha morreu em 1983, aos 49 anos de idade, vítima do alcoolismo.
Beth Carvalho Mané Garrincha Esporte Espetacular (Foto: Christiane Mussi/Globoesporte.com)Beth Carvalho se emocionou ao dar voz à história de Garrincha (Foto: Christiane Mussi/Globoesporte.com)

Kerber estraga festa de Bartoli, frustra torcida local e embolsa WTA de Paris

Alemã de 24 anos se impõe no quintal da adversária e leva seu primeiro título

Por GLOBOESPORTE.COM Paris
Angelique Kerber WTA de Paris Tênis (Foto: Reuters)Angelique Kerber solta a canhota: título em Paris
frustra a torcida francesa por Bartoli (Foto: Reuters)
A queda precoce de Maria Sharapova no WTA de Paris abriu caminho para a francesa Marion Bartoli partir rumo ao título no quintal de casa. Mas no meio do caminho da sétima colocada no ranking havia uma alemã disposta a estragar a festa. Na tarde deste domingo, Angelique Kerber, uma canhota de 24 anos que nunca tinha levantado uma taça de WTA na carreira, resolveu roubar a cena. A número 27 do mundo derrubou a favorita em três sets, com parciais de 7/6, 5/7 e 6/3, para embolsar o troféu na Cidade Luz.
Kerber entrou em quadra com desvantagem de 3 a 1 no confronto direto, mas nem por isso se intimidou. As duas tenistas confirmaram seus serviços nos quatro primeiros games, e aí veio uma sequência de três quebras, sendo duas de Kerber, que abriu 4/3. Mas a francesa conseguiu devolver no décimo game, e o equilíbrio se arrastou até o tie-break. Aí a alemã se impôs: abriu 3 a 0, viu a rival cortar para 4 a 3, mas manteve a cabeça no lugar para fechar em 7 a 3 para abrir 1 a 0 na partida.
Veio o segundo set, e a frieza alemã falou mais alto. Com duas confirmações e uma quebra, Kerber abriu 3/0. Bartoli sofreu um bocado para confirmar seu saque no quarto game, enquanto a rival confirmou com extrema facilidade no seguinte, abrindo 4/1 e mantendo o controle da partida. Controle que, na verdade, foi para o espaço quando Bartoli resolveu jogar.
Com três confirmações e uma quebra implacável, incluindo uma incrível sequência de 12 pontos sem levar nenhum, a dona da casa incendiou a torcida. Conseguiu igualar o placar do set em 5/5 e jogou toda a pressão para cima de Kerber. A número 27 do mundo parecia anestesiada. Sem esconder a irritação, encurtou o braço no break point, jogou uma bola fácil na rede e viu a rival arrancar mais uma quebra, abrindo 6/5. O último game foi de dar pena da alemã, que mal conseguia devolver as bolas. Levou quatro pontos seguidos e viu Bartoli fechar a parcial com um ace: 7/5 em games, tudo igual em sets.
O roteiro da terceira parcial começou como uma cópia da segunda. Kerber voltou a abrir 3/0 e desta vez não deu sopa para o azar. Quebrou pela segunda vez e pulou para 4/0, fazendo a torcida mergulhar em silêncio de novo. A esperança reacendeu logo em seguida, quando Bartoli devolveu uma quebra e defendeu seu saque, cortando para 4/2. Kerber abriu 5/2, mas deixou escapar quatro match points, e a francesa sobreviveu em 5/3. No game seguinte, não houve vacilo. Com quatro pontos seguidos, Kerber fechou o jogo e, enfim, abriu o sorriso. Sorriso de campeã.

Órfão de Luxemburgo, Itamar resolve pendenga e busca adoção por Joel

Fla chegou a tentar cancelar contrato por conta de problemas de documentação, mas atacante resolveu situação e segue no clube até maio

Por Janir Júnior Rio de Janeiro
Órfão de Vanderlei Luxemburgo, Itamar seguirá no Flamengo até o dia 15 de maio. O atacante de 31 anos, contratado a pedido do técnico, se integrou ao grupo ainda em Londrina, onde o time realizou pré-temporada. Num campo anexo ao de treinos do Rubro-Negro, o jogador mantinha a forma há dois meses. E logo mudou de lado. Contratado pelo Rubro-Negro, ele foi titular no amistoso contra o Corinthians, dia 15 de janeiro, viajou com a delegação para a Bolívia, mas ficou fora da lista de 25 jogadores inscritos para a fase classificatória da Libertadores. O motivo: a situação complicada de sua documentação.
itamar flamengo treino (Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem)Itamar (à esq.) voltou ao Ninho neste sábado para retomar os treinos com o grupo. Agora, terá de encantar Joel (Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem)
Enquanto Itamar tentava resolver o problema, o departamento jurídico do clube estudava uma forma de anular o contrato. Mas na última quinta-feira o nome do atacante apareceu no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF, e o jogador Itamar Batista da Silva era registrado oficialmente como atleta do Flamengo, com contrato em vigor do dia 9 de janeiro a 15 de maio. O salário gira em torno de R$ 40 mil. Neste sábado, ele retomou a rotina de treinos no Ninho do Urubu.
Quando acertou a contratação de Itamar, que em 2011 teve passagem Al-Rayyan, da Arábia, Vanderlei rasgou elogios ao atacante. E também revelou uma indisciplina na época de Palmeiras.
- Itamar é um jogador que jogou no Palmeiras, no São Paulo, foi para a Coreia, México também, ficou fora do Brasil muito tempo. O Atlético-PR tentou contratar no ano passado, mas não conseguiu. Agora, vai depender dele. Se ele for bem até o dia 30 de abril, o contrato vai até o fim do ano. E com uma multa. Se ele fizer o que fez no Palmeiras de fugir, não precisa fugir, pode ir embora direto. Lá ele sumiu de uns treinamentos (risos) – revelou Luxa, durante a pré-temporada.
O problema da documentação aconteceu junto ao Tigres, do México, clube que defendeu em 2009 e ao qual é vinculado. Antes disso, em 2007, ele atuou na Coreia, mas diversas documentações não constavam nos arquivos da CBF. A negociação com a equipe mexicana, por exemplo, não aparecia no sistema de Regulamento de Transferências da FIFA, que monitora a movimentação do mercado entre países e clubes espalhados pelo mundo para evitar corrupção, lavagem dedinheiro, entre outras coisas.
Na diretoria rubro-negra, existiu expectativa que a negociação melasse, ainda mais por ter sido indicação de Vanderlei. Mas Itamar foi ao México resolver sua situação, conseguiu que o Flamengo não pagasse os R$ 2,6 milhões que o Tigres pedia e acertou a documentação.
O Flamengo não teve gastos na contratação, e terá que arcar apenas com os salários. Mas Vanderlei foi embora. Agora, Itamar espera ser adotado pelo Papai Joel.

No primeiro confronto após saída, Rodrigo Caetano admite emoção

Diretor de futebol relembra com carinho os três anos vividos em São Januário, não espera vaias da torcida, mas ressalta que hoje é 110% Fluminense

Por Rafael Cavalieri Rio de Janeiro
Quando chegou ao Vasco em 2009, Rodrigo Caetano estava ciente e preparado para o desafio de ajudar no resgate da tradição e da autoestima de um clube recém-rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro. O que ele não imaginava era que três anos após sua apresentação deixaria São Januário com o status de ídolo da torcida. O passado recente, como não poderia deixar de ser, ainda mexe com o dirigente. Mas a realidade hoje é outra. Atual diretor de futebol do rival Fluminense, Rodrigo vai enfrentar pela primeira vez os ex-companheiros de trabalho na noite deste domingo, no Engenhão, às 19h30m (de Brasília).
Rodrigo Caetano no Fluminense (Foto: Divulgação / Site Oficial do Fluminense)Rodrigo Caetano hoje está dedicado ao  Fluminense (Foto: Divulgação / Site Oficial do Fluminense)
A rotina dos dias de jogo não será diferente. Antes de a bola rolar, Rodrigo Caetano tem como praxe presentear as diretorias rivais com um kit de produtos oficiais do clube. Ao encontrar Daniel Freitas, o novo diretor do Vasco, e o restante da diretoria pretende fazer o mesmo. Assim como sabe que dará um abraço fraterno no técnico Cristóvão Borges e no restante de sua comissão técnica. E , claro, nos jogadores.
- Não tenho qualquer motivo para não fazer isso. Deixei grandes amigos em São Januário - afirmou Rodrigo Caetano, reconhecendo que será um jogo extremamente diferente para ele.
Para um técnico e um jogador, enfrentar um ex-clube sempre gera uma sensação diferente. Comigo vai acontecer a mesma coisa"
Rodrigo Caetano
- É claro que será. Para um técnico e um jogador, enfrentar um ex-clube sempre gera uma sensação diferente. Comigo vai acontecer a mesma coisa. Volto a dizer que tenho grandes amigos lá, mas esta é minha profissão e hoje defendo as cores do Fluminense com a mesma paixão que fazia lá no Vasco - explicou.
As palavras de carinho e agradecimento ao falar do trabalho realizado no Vasco vão permanecer para sempre. Rodrigo Caetano chegou ao clube com certo status, mas o reconhecimento nacional veio após o pontapé inicial em 2009 e chegou ao auge após a conquista do inédito título da Copa do Brasil em 2011, levando o Vasco de volta à Libertadores.
- Foram três anos nos quais o clube passou por uma reestruturação da qual eu fiz parte. E a identificação veio não só por isso, mas também pelo meu estilo de trabalho. Sou um profissional que se compromete e se entrega de cabeça no dia a dia do clube. Fiz isso no Vasco e hoje faço no Fluminense. Estou 110% dedicado aqui. E vamos lutar muito por essa vitória. É um jogo importante para nós, que estamos firmes na briga por uma vaga na semifinal - afirmou.
Por parte dos jogadores, comissão e diretoria do Vasco, Rodrigo Caetano sabe que não vai encontrar nenhum tipo de hostilidade. Mas e a torcida? Em São Januário, era comum ver o diretor de futebol tirar fotos e autografar camisas tanto quanto ídolos como Felipe e Juninho Pernambucano. Em 2010, quando estava renovando seu contrato, viu um grupo de vascaínos organizar um abaixo-assinado pedindo a sua permanência. Ele espera que este carinho continue no Engenhão.
- Não tem por que não ser. Eles sabem que sou profissional e que sempre me dediquei. Pelo que vejo nas ruas, acredito que o carinho continue. Muitos vascaínos me param agradecendo por tudo que fizemos lá nestes três anos - finalizou.

Mano, sobre a fábrica de talentos nos EUA: 'Isso é um sonho para o esporte'

Ao lado da comissão técnica da Seleção, treinador vai até a Flórida
para conhecer as atividades de um dos CTs mais modernos do mundo

Por GLOBOESPORTE.COM Brandenton, EUA
Muitos elementos são importantes para a formação de um atleta: talento, disciplina, uma rotina de treinos coordenada por um bom profissional, entre outras coisas. Mas tudo isso pode ser intensificado se estiver atrelado à tecnologia. Não é à toa que os Estados Unidos, celeiro de grandes esportistas, está sempre no topo do quadro de medalhas em competições como as Olimpíadas e os Jogos Pan-Americanos. Em Bradenton, na Flórida, fica um dos centros de treinamento mais completos do mundo. Sabendo que nomes como Usain Bolt e até o nadador César Cielo já passaram por lá, Mano Menezes, o técnico da Seleção Brasileira, fez uma visita para descobrir o jeito americano de formar campeões.
Brandenton tem uma estrutura onde é possível a prática de sete esportes diferentes e tem cerca de 12 campos de futebol, mesmo com o esporte não sendo tão difundido no país. Tanta modernidade chama atenção, e por isso Mano quis conferir de perto. O treinador ficou impressionado com o que encontrou.
- Isso é utopia. Um sonho para o esporte - afirmou o treinador.
A comissão técnica da Seleção Brasileira também participou da viagem à Flórida, e José Luiz Runco, médico responsável pela equipe de Mano Menezes, falou sobre a importância de o atleta estar em contato com um centro de treinamento tão moderno, que proporcione o desenvolvimento do esporte.
- Não adianta o atleta ter aptidão, ser privilegiado na parte técnica, ter o dom, se ele não consegue desenvolver. E talvez seja isso uma das causas que fizeram que outros países crescessem em várias modalidades esportivas, inclusive nas competições de futebol.
Mano Menezes Esporte Espetacular (Foto: Reprodução/TV Globo)Mano e a comissão técnica da Seleção checam os beneficios da tecnologia (Foto: Reprodução/TV Globo)
Mano Menezes até se arriscou em um treinamento visual e de reflexos, considerado pelos especialistas importante, principalmente na preparação de goleiros e atacantes. A atividade consiste em apertar um botão o mais rapidamente possível, assim que uma luz se acende. O recorde é de 70 acertos em 30 segundos. Ex-zagueiro, Mano concluiu conseguiu apenas 22 acertos.
A comissão técnica também pôde acompanhar o avaliação do tri-atleta Brian Shell, que teve sua estrutura óssea e muscular completamente mapeada em uma sala repleta de aparelhos de última geração, que de tão modernos, chegam a ter um aspecto parecido com o de uma nave especial. Essa técnica é usada por esportistas de várias modalidades.
- Hoje, mais do que nunca, você faz o atleta. Nós não temos mais a iniciação que existia há anos atrás - disse o técnico da Seleção.
A busca pela evolução é uma necessidade para qualquer atleta, e no futebol brasileiro não é diferente, mas o ritmo do desenvolvimento do esporte no Brasil caminha a passos curtos. O país do futebol está sendo deixado para trás.
- Concordo que durante um bom tempo ficamos estagnados. Sempre tivemos soluções muito mais individuais do que coletivas. Tínhamos jogadores capazes de resolver nossos problemas e nos acomodamos. Os outros países começaram a trabalhar porque nunca tiveram esses talentos, sabiam que o caminho não passava por um único jogador. Eles avançaram coletivamente mais rápido nesse período. Não quer dizer que não nos conscientizamos disso, mas denota tempo para solucionar o problema - explicou Mano Menezes.
Com a Copa das Confederações em 2013 e o Mundial no ano seguinte, o tempo se tornou escasso e a Seleção Brasileira não é mais a equipe a ser batida pelos adversários. Mano concorda que outros países sairam na frente quando se fala em desenvolvimento.
- Espanha, Alemanha, Holanda e Uruguai são as principais seleções a que precisamos nos nivelar. O resto é parecido.
A Espanha é hoje, pelos últimos resultados, o país do futebol. Ganhou a Copa do Mundo e o Barcelona levantou a taça no Mundial de Clubes após uma vitória de 4 a 0 sobre o Santos. Para Mano Menezes existe, pelo menos, uma boa explicação para atual fase do esporte no Brasil: a maneira como os jogadores são tratados pelos clubes, torcida e imprensa.
- Não aconteceu o decreto do fim do futebol brasileiro. Não vamos abrir mão do que fizemos de certo e que nos trouxe até aqui, a seleção mais vitoriosa de todos os tempos - finalizou o técnico.