domingo, 14 de setembro de 2014

Jéssica Andrade diz que ainda não se vê pronta para encarar Ronda Rousey

Peso-galo se mostra feliz ao saber que campeã da categoria fez questão de assistir sua luta: "Deve pensar que mais pra frente pode ser a gente"

Por Brasília
Jéssica Andrade impressionou o público neste sábado ao finalizar Larissa Pacheco aos 4m33s do primeiro round, com uma atuação dominante contra a até então invicta ex-campeã do Jungle Fight, em Brasília, no UFC: Pezão x Arlovski. E quem fez questão de assistir ao combate foi a campeã da divisão feminina dos galos (até 61kg), Ronda Rousey, que esperou o duelo terminar para conceder entrevistas aos jornalistas presentes no ginásio Nilson Nelson. A brasileira mostrou satisfação ao tomar conhecimento do fato, mas disse que ainda deve precisar se preparar mais "um ano e meio, dois anos" para estar pronta para encarar a detentora do cinturão.
- Fiquei muito feliz, pois me falaram que ela esperou a entrevista só para ver minha luta. Acho que tem que haver esse respeito sempre de assistir à luta do adversário e ela assistiu também porque deve estar pensando que mais para frente pode ser a gente lutando. Acho que ainda não estou pronta para lutar com ela, tenho que me preparar mais, mas em um ano e meio, dois anos, estarei preparada para fazer uma luta muito boa e pelo menos passar dos 26 segundos (risos) - afirmou Jéssica na coletiva de imprensa, brincando com a velocidade da última luta de Ronda, que na verdade durou 16 segundos, contra Alexis Davis.
Jéssica Andrade comemorando a vitória sobre Larissa Pacheco (Foto: Rodrigo Malinverni)
Apesar da fácil vitória sobre Larissa Pacheco, Jéssica fez elogios à rival, que tem apenas 20 anos e é considerada uma das promessas do país na divisão.
- A Larissa é uma grande atleta também, vem de 10 vitórias seguidas, mas acho que ficou um pouco assustada por ser estreia, ainda mais por ser no Brasil. Quando estreei fiquei muito nervosa também, mas ela tem muito potencial, muito para evoluir, tem só 20 anos. Eu comecei minha carreira com 19 e acho que ela tem tudo para evoluir. É só ter força de vontade e seguir o que o mestre dela falar que ela vai crescer bastante - concluiu.

Após vitória, Rani Yahya faz desabafo e critica Bedford: "Usa golpes ilegais"

Brasileiro chama adversário de arrogante e trapaceiro, mas garante que não guarda mágoas: "Por mim, ele está perdoado"

Por Brasília
A julgar pela entrevista após a luta, o brasileiro Rani Yahya estava com Johnny Bedford engasgado desde o primeiro encontro entre os dois, em abril, que terminou em "No Contest" (luta sem resultado) por um choque acidental de cabeças. Depois de finalizar o americano neste sábado, no UFC Brasília, o peso-galo fez um desabafo.
Apesar de dizer que perdoava o comportamento de Bedford, Yahya não poupou críticas ao adversário, chamado de arrogante e trapaceiro.
Rani Yahya tenta finalizar Johnny Bedford no primeiro round (Foto: Rodrigo Malinverni)
- Eu não sei qual é a do cara. As pessoas não sabem, mas lá em Abu Dhabi, quando anunciaram meu nome, ele ficava fazendo careta. Ontem, na pesagem, me ameaçou, falou que ia me matar. Hoje, me deu um chute ilegal na cabeça... Ele estava disposto a fazer outra pilatragem (no momento da finalização). Por isso, acho que foi verbal sumission. Acho que ele ia dizer que não bateu. É um lutador que usa golpes ilegais. Mas, por mim, ele está perdoado - afirmou o brasileiro.
Segundo Rani, o comportamento do americano chegou a irritá-lo no início da luta deste sábado e, foi preciso muita concentração para não perder o foco.
A raiva foi invadindo, por conta da arroganciazinha dele. Mas mantive a frieza"
Rani Yahya
- Tive que manter a frieza, não deixar a emoção tomar de conta. No início, fiquei um pouco abalado, a raiva foi invadindo, por conta daquela arroganciazinha dele. Mas mantive a frieza e lutei conscientemente. Segui minha estratégia. Fiz o jogo que queria, de embolar um pouco com ele, ir jogando ali por baixo, até ele errar.
Adversário à parte, Rani Yahya, que completou 30 anos na última sexta-feira, afirmou que a vitória deste sábado foi a mais importante da sua carreira, que conta agora com 20 vitórias e oito derrotas (5-1-1NC, no UFC).
- Foi o melhor presente de aniversário que eu poderia querer. A família toda estava aqui, os amigos. Só não o meu pai, que fica muito nervoso. Estou emocionado, pensei logo na minha mãe, no meu filho, que ficou em casa. Foi o melhor momento da minha carreira - concluiu.
Confira os resultados do UFC: Pezão x Arlovski:
Andrei Arlovski venceu Antônio Pezão por nocaute aos 2m59s do R1
Gleison Tibau venceu Piotr Hallmann por decisão dividida (29-28, 28-29 e 29-28)
Léo Santos venceu Efrain Escudero por decisão unânime (triplo 29-28)
Santiago Ponzinibbio venceu Wendell Negão por nocaute técnico a 1m20s do R1
Iuri Marajó venceu Russell Doane por decisão unânime (triplo 29-28)
Jessica Andrade venceu Larissa Pacheco por finalização (guilhotina) aos 4m33s do R1
Pepey venceu Dashon Johnson por finalização (chave de braço) aos 4m29s do R1
George Sullivan venceu Igor Araújo por nocaute aos 2m31s do R2
Francisco Massaranduba venceu Leandro Buscapé por decisão unânime (triplo 29-28)
Sean Spencer venceu Paulo Thiago por decisão unânime (triplo 30-27)
Rani Yahya venceu Johnny Bedford por finalização (kimura) aos 2m04s do R2

Pezão elogia Arlovski e cogita revanche: "Agora estamos 1 a 1"

Peso-pesado diz que foi o dia do bielorrusso e garante que está pronto para voltar a lutar assim que o UFC o chamar: "Luto sem escolher oponente"

Por Brasília
O cenário estava pronto para uma vitória de Antônio Pezão. Luta principal do card de Brasília, sua terra natal, e na véspera de seu aniversário de 35 anos. Porém, Andrei Arlovski não quis saber de festa e deu um presente de grego para o brasileiro ao nocauteá-lo no primeiro round do combate realizado neste sábado, no ginásio Nilson Nelson, em revanche, já que ambos se enfrentaram no Strikeforce, e Pezão venceu na ocasião por decisão unânime. O atleta da American Top Team (ATT) parabenizou o bielorrusso, mas cogitou um terceiro encontro com ele para fazer o tira-teima.
- Foi ótimo, uma sensação boa, trabalhei duro para essa luta, dei meu melhor, a torcida deu uma motivação a mais, mas eu sabia que o Arlovski era um lutador duro e se ele está no UFC é porque merece estar. Aconteceu, faz parte da nossa vida, agora é voltar e treinar forte para a próxima luta. Nunca queremos perder, mas peso-pesado é isso. O Arlovski está de parabéns. Agora estamos 1 a 1 e quem sabe não fazemos uma próxima revanche? - afirmou, durante coletiva de imprensa pós-evento.
Antônio Pezão elogiou Arlovski na coletiva de imprensa (Foto: Rodrigo Malinverni)
Apesar de mostrar interesse em novo duelo contra Arlovski, Pezão tratou de deixar claro que não escolhe adversário e que, assim que o Ultimate precisar, ele volta a lutar, não importa contra quem.
- Eu procuro não escolher atleta. Sou empregado do UFC e luto com quem eles acharem melhor. Hoje foi o dia dele, eu sou top 4, mas acho que agora quem merece ficar no top 4 é ele, que venceu a luta. Estou a disposição do UFC para a hora que eles acharem que tenho que lutar, que eu luto sem escolher oponente. Sou profissional, empregado e temos que lutar - disse.
Pezão ainda comentou o fato de sair derrotado na véspera de seu aniversário. Segundo o peso-pesado, o revés não é motivo para não comemorar a data.
- É o seguinte: é uma etapa da vida. Nenhum atleta só ganha ou só perde. Hoje era o dia do Arlovski, faz parte da nossa vida e temos que comemorar a vida e agradecer a Deus todos os dias por estar aqui, ter minha saúde, minha vida, que isso é o mais importante - concluiu.

Arlovski admite: "Quando vi Pezão vindo na minha direção, tive medo"

Ex-campeão dos pesos-pesados do UFC demonstra respeito ao brasileiro e diz que ainda tem muito a treinar para voltar a figurar na elite da categoria

Por Brasília
Andrei Arlovski UFC MMA (Foto: Rodrigo Malinverni)Andrei Arlovski faz careta na coletiva de imprensa
pós-luta (Foto: Rodrigo Malinverni)
No mundo do MMA, onde a maioria dos lutadores são homens fortes, competitivos e orgulhosos buscando afirmação como "macho alfa" de suas categorias, raramente se ouve alguém admitir algum medo ou sentimento de dúvida quanto a uma luta ou adversário. Com 34 lutas no cartel, 35 anos de idade e um título do UFC na bagagem, o bielorrusso Andrei Arlovski, contudo, já tem vivência e respeito no esporte o suficiente para não se importar em esconder nada. Talvez por isso, na coletiva de imprensa pós-luta no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, o peso-pesado tenha admitido que ficou assustado quando viu seu adversário, o brasileiro Antônio Pezão, andando em sua direção no evento principal do "UFC: Pezão x Arlovski", neste sábado.
O comentário foi completamente gratuito - o bielorrusso pediu a palavra após Pezão responder a uma pergunta sobre se teria sido afetado pela emoção na luta, terminada com um nocaute técnico a favor de Arlovski aos 2m59s do primeiro round. Os golpes decisivos, uma sequência de direto e cruzado que romperam a guarda alta do brasileiro, vieram justamente quando o lutador da casa parecia se sentir mais à vontade na luta e andar para frente em direção ao oponente.
- Quando ele começou a andar para frente, eu fiquei com medo. Para ser sincero contigo, eu fiquei com medo. Por isso que disse que eu tinha que me mover muito, mas foi assustador. Quando você vê Pezão vindo em sua direção, isso é assustador. Estou dizendo isso por fato, é assustador. Por isso que tive que jogar socos e me mover muito - afirmou Arlovski, sem nenhum sinal de ironia em sua expressão ou voz.
Andrei Arlovski nocauteou Pezão e deixou Ronda Rousey (fundo) boquiaberta (Foto: Getty Images)
Apesar de já ter conquistado o cinturão dos pesos-pesados do UFC uma vez, em 2005, e tê-lo mantido por pouco mais de um ano, o bielorrusso ficou seis anos fora da organização, até voltar em junho deste ano, com uma controversa vitória sobre Brendan Schaub. Desde então, Arlovski vem mantendo um discurso de humildade e deixou claro que, apesar de ter derrotado o quarto colocado do ranking dos pesados, ainda precisa melhorar muito para novamente figurar entre os melhores da divisão.
- Minha estratégia era que não podia ficar parado muito tempo num lugar, tinha que continuar me movendo. Eu percebi que ainda tenho q uefazer muito trabalho, quero voltar à academia e trabalhar com Greg Jackson, ele vai me dar muitas instruções. Quero agradecer aos fãs brasileiros e ao Pezão, foi uma grande luta. Eu o machuquei, mas não é nada pessoal, estamos num ramo em que nos machucamos, e hoje fui o homem melhor - declarou o bielorrusso.

Brasil cai no Grupo da Morte e sofre com mudança na tabela no Mundial

Sorteio define Polônia e Rússia como rivais, obriga único invicto a mudar de cidade e fazer jogos seguidos que não eram previstos; outra chave tem Alemanha, Irã e França

Por Direto de Katowice, Polônia
Dono da melhor campanha do Mundial da Polônia, com nove vitórias em nove jogos, o Brasil terá Polônia e outra vez a Rússia em seu caminho por um lugar nas semifinais. Os adversários foram definidos após um sorteio, realizado ao término da rodada deste domingo. Do outro lado, a França, primeira de sua chave, jogará com Alemanha e Irã. Veja a tabela completa da terceira fase.
Brasil x Rússia volêi - luccarelli (Foto: Efeservicios)Brasil e Rússia vão se reencontrar na terceira fase do Mundial (Foto: Efeservicios)

Embora tenha avançando em primeiro e comemorado o fato de não precisar mudar de cidade, a seleção terá que fazer as malas. Deixará Katowice para jogar em Lodz, porque já havia sido definido que o time anfitrião teria obrigatoriamente que atuar naquela cidade. A tabela indicava que não seria possível cair dois segundos colocados no mesmo grupo. No entanto, a chave dos tricampeões mundiais conta com os dois. O regulamento também previa que teriam a vantagem de fazer jogos alternados. O que foi mudado. Assim, o primeiro compromisso do Brasil será contra os poloneses, na terça-feira. No dia seguinte, estará novamente em quadra para reencontrar os russos, atuais campeões olímpicos. As partidas serão às 15h15 (de Brasília). 
A competição teve início com 24 equipes, divididas em quatro chaves. Duas ficaram pelo caminho ao término da primeira fase. Na seguinte, representantes do Grupo A cruzaram com os do D, e os do B (do Brasil) com os do C. Os 16 times levaram os resultados da etapa inicial, descartando apenas os que conseguiram diante das eliminadas. Para a terceira fase, avançaram os três melhores de cada grupo, que disputarão dois triangulares. A pontuação será zerada e apenas dois de cada lado avançarão para as semifinais.
- Vencemos a Rússia, mas não valeu nada, foi só para mostrarmos um bom padrão de jogo. Agora é só pedreira. Temos que descansar e tentar recuperar todos. Não sabemos se foi a escolha certa jogar com todos. Houve contusões dos dois lados, por culpa de um campeonato massacrante como este. Mas não adianta chorar o leite derramado. Temos que manter o foco e a concentração. Fizemos bons testes contra equipes fortes. Agora vamos começar do zero, com a faca nos dentes - disse Bruninho.

Herói na Davis, Bellucci exalta equipe e diz: “É um marco da minha carreira”

Capitão da Espanha se surpreende com atuações de Thomaz, que afirma: “Conseguimos mostrar o nosso valor. Uma vitória do tênis brasileiro”

Por São Paulo
Thomaz Bellucci foi lançado ao ar por sua equipe depois de duas atuações memoráveis que lideraram o Brasil a uma vitória épica na Copa Davis. No saibro do ginásio do Ibirapuera, neste domingo, o paulista, número 83 do mundo, carregou o peso de ser crucial para o triunfo verde-amarelo, se agigantou e venceu Roberto Bautista Agut, 15º do ranking, para garantir o retorno do Brasil à elite mundial em 2015. Um fim da semana que ficará marcado na história do tenista.
- É um marco da minha carreira com certeza, uma das vitórias mais emocionantes. Desde o início da semana de treinamento, eu memorizei que tinha a possibilidade de ganhar os dois jogos. Sabia que seria difícil. Desde a preparação até os dois sets do primeiro jogo, eu estava ansioso, muito nervoso. Não é fácil administrar isso. O mais difícil durante essa semana inteira foi administrar esse nervosismo. O mais difícil às vezes para um tenista é jogar com ele mesmo. Consegui administrar bem isso, jogar concentrado mesmo cansado, demonstrando que estava no jogo, ligado. A equipe me incentivou muito desde o primeiro ponto. Tive um apoio muito grande junto de casa, da família - disse Bellucci, ainda cansado, logo depois da batalha de 3h contra Bautista Agut.
Thomaz Bellucci é festejado pelo time brasileiro em São Paulo (Foto: Reuters)
O saibro do Ibirapuera foi onde o tenista se sentiu mais à vontade neste ano, empurrado pela família e por amigos. Bellucci, que mora e treina em São Paulo, ressaltou o papel da torcida e principalmente da equipe. Para o tenista, despachar a Espanha para o Zonal Europeu depois de 18 anos no Grupo Mundial é um feito não apenas dele, mas do tênis brasileiro.
- Muito mais do que uma conquista pessoal, é uma conquista da equipe. Todo mundo é merecedor. Desde os juvenis, aos fisioterapeutas e aos médicos, todo mundo está de parabéns. Uma vitória de todos nós. Mais do que minha é uma vitória do tênis brasileiro. Isso é o legal da Copa Davis. Para nós, representar nosso país é mais gratificante do que qualquer outra coisa que possamos fazer no nosso esporte. Conseguimos mostrar o nosso valor na quadra. Agora vamos para o Grupo Mundial - disse Thomaz.
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Thomaz Bellucci vence Roberto bautista tenis copa davis (Foto: Reuters)Thomaz venceu os dois jogos que fez na Davis
(Foto: Reuters)
O sorteio do Grupo Mundial de 2015 será na próxima quinta-feira, às 12h (de Brasília), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Serão 16 equipes, 15 delas já definidas - Sérvia e Índia brigam pela última vaga. Além do Brasil, conquistaram um posto neste fim de semana Argentina, Canadá, Estados Unidos, Austrália, Croácia e Bélgica. Já estavam garantidas as equipes de República Tcheca, Japão, Alemanha, Itália, Grã-Bretanha, Cazaquistão, França e Suíça - os dois últimos disputarão o título deste ano.
Fora da elite mundial, a Espanha se rendeu às boas atuações de Bellucci. O capitão Carlos Moyá admitiu que se surpreendeu com o desempenho acima da média do brasileiro.
- Sinceramente, eu não esperava essa atuação do Bellucci, que ele fosse grande desta maneira. Foi uma pena ter perdido no primeiro dia, quando tivemos um match point. Da nossa parte, parabéns à equipe do Brasil.
O capitão brasileiro João Zwetsch foi exaltado pela equipe nas celebrações. Criticado por ter escalado Rogério Dutra Silva (número 201 do mundo) e sequer ter convocado João Souza, o Feijão (número 103 do mundo) para o duelo. O gaúcho ressaltou o peso da conquista brasileira.
- Ganhamos da Espanha, né? Desde que o sorteio aconteceu e ficamos sabendo que era a Espanha, por mais que fosse legal jogar, a Espanha é uma máquina de fazer jogadores, são os caras mais competitivos do Circuito. Foi uma grande luta pessoal de cada um, diária, constante para se convencer dia após dia de que poderíamos ganhar. Os jogadores batalham muito. Para qualquer equipe do mundo, bater a Espanha principal é quase impossível. Depois ficou mais forte na nossa cabeça que podíamos vencer. Todos são grandes merecedores. Foi uma vitória marcante - disse João.

Após racismo a R49, Querétaro exige duro castigo: "Todos somos símios"

Clube divulga comunicado duro contra Carlos Trevino e lança campanha na Internet. Assis não comenta caso, e brasileiro William se diz surpreso com episódio

Por Direto de Querétaro, México
Político mexicano chama Ronaldinho de macaco (Foto: Reprodução / Facebook)A publicação que gerou polêmica no México: político chama Ronaldinho de macaco (Foto: Reprodução / Facebook)
As declarações de Carlos Trevino Núñez, ex-secretário do Desenvolvimento Social de Querétaro, que chamou Ronaldinho Gaúcho de macaco, foram rebatidas com dureza pela diretoria dos Gallos Blancos. Em comunicado divulgado à imprensa, o clube apoiou o reforço brasileiro, exigiu um castigo exemplar ao político e iniciou uma campanha denominada #TodosSomosSimios, aos moldes da #SomosTodosMacacos de Neymar e Daniel Alves.

- Exortamos as respectivas autoridades para que tomem ações sobre o assunto e afirmamos que como clube chegaremos até as últimas consequências da lei para que este tipo de expressão não volte a afetar a algum de nossos jogadores e membros do clube. Exigimos um castigo exemplar - diz um trecho do comunicado.

Procurado pelo GloboEsporte.com antes da divulgação da nota do Querétaro, o irmão e empresário de Ronaldinho, Assis, preferiu não fazer comentários sobre o assunto e disse que iria esperar o posicionamento do clube.

- Não vou fazer tipo algum de comentário. Fiquei sabendo agora há pouco, nem pensei em nada. Amanha a gente vê o que vai fazer - disse Assis.

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William, Brasileiro do Queretaro (Foto: Reprodução / Facebook )William é um dos brasileiros do Querétaro (Foto: Reprodução / Facebook )
Já o meia William, que está desde o início do ano em Querétaro, afirmou que nunca havia passado por isso na cidade.

- Nunca tive esse problema aqui. Pelo contrário, porque sempre fui bem recebido. Isso me surpreende em partes, porque o ser humano já vem nos surpreendendo muito com tudo o que tem se passado no mundo - disse o brasileiro.
No Twitter, o zagueiro Yasser Corona, do Querétaro, manifestou solidariedade a Ronaldinho. Postou uma foto segurando uma banana e fez duras críticas a Trevino Núñez.

- Tentei escrever um tuíte a respeito do político que chamou de macaco nosso companheiro de equipe, mas não encontro as palavras adequadas para chamar esta pessoa como é devido. Espero que as pessoas devidas façam o que têm que fazer. E, na verdade, evito me estender em críticas a este ser mais evoluído - ironizou Corona.
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Yasser Corona ronaldinho gaucho banana (Foto: Reprodução)Corona ironiza Trevino Nuñez (Foto: Reprodução)
A polêmica começou quando Trevino Núñez reclamou do engarrafamento causado pelo fluxo de pessoas indo ao estádio La Corregidora na última sexta-feira, para ver a apresentação de Ronaldinho no Querétaro. Irritado, o político reclamou no Facebook e pode até ser processado judicialmente por ato racista.

- Realmente, eu tento ser tolerante, mas eu detesto futebol, e o fenômeno de idiotice que produz. Eu detesto ainda mais porque as pessoas inundam as avenidas fazendo-nos chegar duas horas mais tarde em casa. E tudo isso para ver um macaco... Brasileiro, mas ainda assim um macaco. Isso é um circo ridículo - escreveu Trevino Núñez.

Confira na íntegra a carta do Querétaro:

"A discriminação racial é uma grave expressão social que lastima a dignidade das pessoas. Por isso, o Club Gallos Blancos de Querétaro rechaça determinantemente todas as formas de racismo e discriminação.

O racismo, a xenofobia, a desigualdade de gênero e outras práticas discriminatórias são uma forma de violência que devemos erradicar como sociedade.

Depois da lamentável publicação realizada por uma pessoa de status público, o senhor Carlos Manuel Trevino Núñez, vertida através das redes sociais insultado nosso jogador Ronaldo de Assis Moreira "Ronaldinho", exortamos as respectivas autoridades para que tomem ações no assunto e afirmamos que como clube chegaremos até as últimas consequências da lei para que este tipo de expressões não voltem a afetar a algum de nossos jogadores e membros do clube.

Em nossa instituição nos apegamos à Declaração Universal dos Direitos Humanos, cujo primeiro artigo afirma que "todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos e, dotados como estão de razão e consciência, devem comportar-se fraternalmente uns com os outros".

Por isso, exigimos um castigo exemplar.

#TodosSomosSimios".

Luxa elogia postura aguerrida do Fla e diz que vai analisar gol polêmico

Treinador afirma que Rubro-Negro apresentou raça que não observou nas derrotas contra Grêmio e Goiás: "Rabo no chão"

Por Rio de Janeiro
 
Pé na porta contra a zona da confusão. Depois de duas derrotas consecutivas, o Flamengo voltou a vencer neste domingo. O 1 a 0 sobre o Corinthians, no Maracanã, pela 21ª rodada do Brasileirão aconteceu por conta de um erro da arbitragem, que não marcou impedimento de Eduardo da Silva no gol de Wallace. Mas para Vanderlei Luxemburgo isso pouco importa. Satisfeito com a volta da postura do "saco de cimento" de seus jogadores, o treinador disse que só comentará a arbitragem após ver o lance pela televisão e elogiou a postura aguerrida do Rubro-Negro.

Em entrevista coletiva, Luxa disse que o erro não tira o mérito de sua equipe no triunfo que a colocou na décima colocação do Brasileirão, com 28 pontos. Além da dedicação, o comandante rubro-negro se mostrou satisfeito também com a postura tática do Flamengo, que praticamente não deixou o Corinthians assustar a meta de Paulo Victor.
Luxemburgo esteve muito apreensivo durante nervoso jogo no Maracanã (Foto: Getty Images)


- Primeiro, quero dar os parabéns aos jogadores. Voltamos a trabalhar nas nossas características: botamos o rabo no chão. O Flamengo não tem um grande time. Foi bem contra Grêmio e Goiás, mas não botou o rabo no chão. Hoje, não deixamos o Corinthians jogar em suas características. O gol eu quero parar para ver antes de falar. Até porque, erros e acertos acontecem. Não vou tirar o mérito dos meus jogadores, que fizeram uma grande partida

O elenco do Flamengo se reapresenta na tarde de segunda-feira, no Ninho do Urubu, para iniciar a preparação visando ao confronto com o Palmeiras, quarta-feira. Na terça, o treinamento será na Gávea, pela manhã, seguido de viagem para São Paulo.
Confira a entrevista coletiva de Luxemburgo na íntegra:
ATUAÇÕES DE WALLACE E EVERTON
- Quero ganhar de meio a zero todos os jogos que vamos avançar. Não é valorizar o Everton, mas quem teve uma atuação exemplar, que não teve nenhum erro, foi o Wallace. Foi um zagueiro de altíssimo nível e fez uma grande partida com o Chicão, sem dar chance ao adversário. A equipe toda ajuda os jogadores a aflorarem suas qualidades. O Everton também tem jogado bem há algum tempo e está em uma crescente. Quando estamos no sufoco, a bola sai com ele, que impõe velocidade. A equipe estava totalmente concentrada. Os jogos que perdemos é normal para um time que sai de uma zona da confusão e consegue vitórias seguidas. A mudança de comportamento é inconsciente.
EDUARDO DA SILVA
- Se você achar que ele perdeu o pênalti por estar cansado, vou discordar. No jogo com o Atlético-MG, eu mandei o Léo Moura bater o pênalti. Hoje, eu mandei o Chicão bater, ele me olhou e disse que o Eduardo queria bater. Eu não vou perder pênalti, não estou lá dentro. Não foi questão de cansaço. O goleiro foi feliz e pulou no canto certo. Acho que ele jogou com muita técnica. O pênalti é normal perder.
FORMAÇÃO IDEAL PARA O FLA
- A equipe que eu encontrei tem ajustado bem. Com o Cáceres ali, ajuda bem. O Márcio ou o Luiz Antonio podem ser o segundo volante, ou o Gabriel, que faz aquele lado direito. Encontrei um time jogar com as características dos jogadores. Jogar no Maracanã é bom, com o torcedor. É possível jogar na sua característica contra uma equipe técnica e vencer. Quando o time tem uma identidade, você joga em cima dela. O que não dá é para tentar equilibrar com uma técnica que você não tem. Temos que jogar em cima das virtudes, marcando, colocando o rabo no chão, em cima das deficiências técnicas.
PALMEIRAS
- É um jogo duro. Contra o Fluminense, eles tinham 12 desfalques. Vamos ver o time que vão colocar em campo. O Palmeiras vai jogar dentro de seus domínios. Vamos entrar fortes, colocar um pijama training nos jogadores para que descansem um pouco, namorem um pouco, e voltem para trabalhar.
VOLTA DAS VITÓRIAS
- Acho que esse momento do Flamengo é o momento de uma equipe. Ninguém vai ganhar todos os jogos. Não é nosso privilégio perder duas seguidas, o Cruzeiro perdeu hoje. O campeonato é muito igual. Não vi o Flamengo jogando mal contra Grêmio e Goiás. Eles aproveitaram as chances. Se o aproveitamento fosse como o meu desde o início, íamos brigar lá em cima.
BOA ATUAÇÃO SOBRE O CORINTHIANS
- Claro que tenho estudo do adversário. Procurei ver como o Corinthians atua e trabalhei em cima disso. Mas a grande eficiência do Flamengo foi voltar a sua característica. A marcação começou forte com o Eduardo e o Alecsandro. O meio-campo marcando, facilita a vida da zaga. Assim, o jogo fica igual. Essa é nossa virtude. Se colocarmos essa virtude sempre, vamos avançar como equipe.
RECUPERAÇÃO DO LATERAL LÉO
- Vamos ver. Ele ainda não está em ponto de voltar, vai demorar um pouco mais ainda. Falta um trabalho de bola, um coletivo, um jogo-treino. É um jogador que, se voltar, vai ajudar muito. Até porque, dá para fazer um revezamento. Mas o Léo Moura está conseguindo economizar, não tem a frequência de ataque que tinha antes. O Márcio Araújo está ali daquele lado, o que facilidade a vida.
CHANCES DE GOL PERDIDAS
- Perder gol, você vai perder. Vai ganhar com um gol legal e às vezes com um que não seja legal. E vai perder também. O futebol é dessa forma. O pênalti eu quero falar uma coisa: há uma recomendação de que se a bola bater no adversário em direção ao gol, deve ser marcado. Lá contra o Goiás, não deram o pênalti para nós. Não adianta ficar lamentando isso aí. Está tudo no contexto do futebol. A informação que tenho é para os meus jogadores não abrirem o braço dentro da área. É difícil, tem que ficar igual robô, mas eles querem que seja desta forma. Fico satisfeito porque o time criou bastante oportunidade.
ESPÍRITO COLETIVO
- No futebol, temos que falar sempre "nós". Nós ganhamos o jogo. Quando você coloca o "eu", é egoísta, individualista. Se somarmos, a equipe vai ficar forte. Falo sempre com eles que temos que conjugar o verbo na primeira pessoa do plural, colocando o rabo no chão. 
SEQUÊNCIA FORA DE CASA
- É um sequência dura. Avançamos um pouco com a vitória e vai ser complicado. Tivemos uma torcida apoiando a equipe neste jogo, em momento algum ela se voltou contra a equipe desde a minha chegada, e acho que presença é importante.
DUPLA DE ZAGA
- A saída do Marcelo foi pensada com muita calma. Ele vinha jogando muito bem, é um jogador de futuro. Mas acompanhando o noticiário havia uma tendência a crucificarem por um erro. Ele é jovem e está chegando a um grande clube. O Samir está vindo de lesão e está pegando um condicionamento melhor. O Chicão fez duas grandes partidas, contra Coritiba e Grêmio. Usei o Chicão que conhece o Corinthians, as características dos jogadores. Dentro da zaga, temos opções, ganhamos com isso. E fiz uma proteção ao Marcelo.

Jogadores do Inter celebram vitória em meio a protestos: "Desafogo"

Time venceu o Botafogo por 2 a 0 no Beira-Rio e encerrou a crise no clube

Por Porto Alegre
 
Nada melhor para encerrar uma semana conturbada, marcada por protestos e cobranças de torcedores do que uma vitória dentro de casa. Neste domingo, o Inter bateu o Botafogo por 2 a 0 no Beira-Rio, pela 21ª rodada do Brasileirão e começa a esboçar uma reação, após duas derrotas em sequência. O triunfo recoloca o Colorado no G-4 da competição - é terceiro colocado, com 37 pontos. Ao final da partida, os jogadores celebraram o resultado - tanto pela retomada na tabela quanto por apaziguar a relação com a torcida (assista aos gols da partida no vídeo acima).
A vitória passou pelos pés de Alex . Anotou o primeiro gol em um chutaço de fora da área e deu o passe para o segundo, marcado por Eduardo Sasha. Na saída para o vestiário, ao final do confronto, o meia comemorou o resultado para ter mais tranquilidade para trabalhar, mas evitou se contentar com o triunfo. Ressalta que o Inter precisa brigar por mais no campeonato.
 - Eu tive a felicidade. Estava tentando, o pessoal estava cobrando. Acaba sendo um desafogo. Dá tranquilidade, mas é pouco para o que a gente quer. Faltam pelo menos nove vitórias. Vamos ver se dá. (As críticas) são normais. Da maneira que foi, pacífica, pode xingar. Estão no direito. A gente tomou condição, internamente, para tentar mudar isso. Recuperar a atmosfera de vencedor.
O zagueiro Paulão endossou o discurso do companheiro, que encerrou a partida como capitão da equipe após a substituição de D'Alessandro.
- Acho que independentemente da superioridade técnica, o que a gente precisava era do resultado positivo. Por tudo que passamos nessa semana de protestos. A torcida está no papel dela. Precisávamos dar uma alegria aos torcedores. Não precisávamos de uma sacudida. Para nos levantar, precisávamos de nós. Procuramos jogar totalmente diferente. Tivemos empenho diferente e saímos com o resultado positivo.
alex inter gol botafogo beira-rio (Foto: Alexandre Lops/Internacional)Alex comemorou o primeiro gol do Inter e se mostrou aliviado com a vitória (Foto: Alexandre Lops/Internacional)
O triunfo não veio sem sustos. O Botafogo teve ao menos três oportunidades para abrir o placar na primeira etapa. O lateral-esquerdo Alan Ruschel reconheceu as falhas defensivas.
- No começo do jogo, erramos algumas bolas, até por falta de ritmo. Acabei pecando em alguns lances. Com tranquilidade, conseguimos mostrar um bom futebol hoje.
Com a vitória, o Inter ganha duas posições e retorna ao G-4 do Brasileirão. É terceiro colocado, com 37 pontos, cinco a menos que o vice-líder, São Paulo. Volta a campo às 21h da próxima quarta-feira, quando enfrenta o Sport, na Ilha do Retiro, na 22ª rodada.
Nada de gols: Atlético-MG e Grêmio empatam por 0 a 0 no Independência
Galo é melhor na primeira etapa, mas não consegue marcar. Tricolor equilibra as ações e leva um ponto. Levir Culpi é chamado de burro
 
DESTAQUES DO JOGO
  • chances
    Lá e cá
    O placar de 0 a 0 não mostrou como foi a partida. Apesar das redes não balançadas, as duas equipes tiveram boas chances para sair do Horto com a vitória.
  • vaias
    "Burro"
    Carlos foi a novidade de Levir na partida. Mas foi por causa dele que o treinador ouviu a torcida o chamar de burro no 2º tempo ao substituir o jovem jogador.
  • tabela
    Como fica
    As duas equipes não conseguiram se aproximar mais do G-4. O Grêmio está mais perto, em sexto, a um ponto do grupo, e o Galo é oitavo.
A CRÔNICA
por Léo Simonini
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Pelo que o Atlético-MG mostrou por cerca de 35 minutos no primeiro tempo, em Belo Horizonte, poderia se esperar um jogo com gols no Independência, no encerramento da 21ª rodada do Campeonato Brasileiro. Mas o ataque flutuante e sem um homem de referência, já que Jô sequer foi relacionado para a partida, acabou batido pelo cansaço e também pela boa marcação do Grêmio, de Luiz Felipe Scolari. No fim, empate por 0 a 0. Ruim especialmente para os mineiros, que veem o G-4 cada vez mais longe. Já o Tricolor perdeu a chance de empatar com o arquirrival Internacional, que está na terceira posição, além de ter interrompido a sequência de quatro vitórias na competição.
Acabou sobrando para Levir Culpi. Ele ouviu gritos de burro dos torcedores durante e depois da partida - insatisfeitos com as alterações promovidas pelo treinador.

Na frieza dos números, é um ponto somado para o Tricolor, que estava longe de seus domínios, e contra um rival que tem no Horto uma de suas grandes virtudes. O time gaúcho chega aos 35, cai uma posição na tabela e agora está em sexto, um ponto atrás do G-4.
Com o resultado, o Galo fica estacionado na oitava posição, com 31 pontos. Na próxima rodada, as duas equipes entram em campo na quinta-feira. Às 19h30 (de Brasília), o Atlético-MG enfrenta o Goiás, no Serra Dourada. Uma hora depois, o Tricolor recebe o Santos em sua Arena. Será o reencontro entre a torcida gremista e o goleiro Aranha, que sofreu insultos racistas no local pela Copa do Brasil - o que resultou na exclusão do clube gaúcho da competição.
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Partida foi bastante disputada, mas times não conseguiram balançar as redes (Foto: Getty Images)
Sem gol, mas com bom futebol
Sem um homem de referência e com nova oportunidade para Carlos, que substituiu Jô, Levir parece ter encontrado a formação que considera ideal: um time leve, com muita movimentação do meio para frente. O Grêmio, por sua vez, não mudou o estilo que vem dando certo desde a chegada de Felipão. A equipe buscou se fechar, mas logo nos primeiros minutos teve a chance de balançar as redes. Giuliano parou em grande defesa de Victor. Passado o susto, o Galo colocou a bola no chão e, com muita velocidade, conseguiu envolver a defesa rival. Carlos teve as melhores chances. Na principal, driblou Grohe, mas com pouco ângulo, mandou para fora. Bem melhor que o rival, o Galo só deu trégua nos minutos finais, com o cansaço já visível.
A segunda etapa foi pior que a primeira. O Galo não conseguiu impor a velocidade e o toque de bola que envolviam a defesa gremista na etapa inicial. Sem a inspiração de Diego Tardelli, visivelmente desgastado pela grande sequência de jogos que vem tendo, a equipe alvinegra passou a assustar somente em bolas alçadas na área de escanteio ou faltas laterais. Em uma delas, Luan balançou as redes, mas o árbitro anulou o gol, marcando falta do time alvinegro, o que gerou reclamação do Galo. Numa delas, Rhodolfo jogou contra e acertou a trave de Marcelo Grohe. O Grêmio até melhorou e saiu um pouco mais para o jogo, sempre explorando a velocidade de Dudu pela esquerda, mas nada que fizesse Victor sujar o uniforme.
 

Guerrero vê árbitros contra o Timão e cobra: "Diretoria tem de fazer algo"

Após derrota para o Fla por 1 a 0 com gol irregular de Wallace, peruano diz que erros vêm prejudicando o Corinthians. Cássio, por outro lado, acha que falha foi comum

Por Rio de Janeiro
 
O Corinthians deixou a desejar na derrota por 1 a 0 para o Flamengo, neste domingo, no Maracanã. A opinião sobre a atuação do time foi unânime entre os próprios jogadores e o treinador Mano Menezes.
Mas um assunto entrou em pauta no vestiário após a partida: a arbitragem. O gol de Wallace foi irregular, e o pênalti desperdiçado por Eduardo da Silva foi discutível.
Na zona mista do Maracanã, Paolo Guerrero fez duras críticas ao juiz e disse que o Timão vem sendo prejudicado nesse quesito. Além disso, o peruano afirmou que medidas têm de ser tomadas pela diretoria do clube paulista.
Em todos os jogos, os juízes vêm complicando a gente. Acho que tem de fazer alguma coisa. A diretoria tem de fazer algo. Não podemos aceitar
Paolo Guerrero
- Em todos os jogos, os juízes vêm complicando a gente. Acho que tem de fazer alguma coisa. A diretoria tem de fazer algo. Não podemos aceitar. Vocês viram. Um gol impedido, depois o pênalti que não foi. Eu fiquei chateado quando saí do campo. Todos os companheiros ficaram chateados. Isso custa força. A diretoria tem que fazer algo. Nós tentamos dentro do campo, mas acertar um gol que é impedido não dá. Árbitros estão cobrando faltas que eu não faço. Não sei... algo tem que ser feito. Isso é inaceitável - reclamou Guerrero.

Cássio, por outro lado, não seguiu a linha de pensamento do companheiro. O goleiro disse que o erro cometido pelo auxiliar foi uma falha comum de acontecer e ressaltou que o Flamengo foi melhor no jogo.

- Acho que a arbitragem em si não foi ruim. Infelizmente, o bandeirinha errou nesse lance, que estava impedido. Acho que o Wallace também estava impedido. Errou. É complicado, porque estamos chegando na reta final do Campeonato Brasileiro. Tem sempre de se somar pontos. Mas acontece, todo mundo comete erros. Foi um erro fatal, e perdemos três pontos. Mas o Flamengo jogou melhor, mais volume de jogo. Foi superior - disse Cássio.

O desgaste físico é um dos pontos citados constantemente pela delegação do Timão. Os jogadores esperam estar 100% para o próximo compromisso, que será na quinta-feira, contra a Chapecoense, na Arena Corinthians. A partida será realizada às 19h30 (de Brasília).
Chicão, do Flamengo, disputa com Guerrero, do Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr / Agência Corinthians)

Vitória sobre o líder Cruzeiro mantém sonho do título vivo, afirma Muricy

Para o técnico, bater os mineiros em casa era a chance de o São Paulo continuar como candidato à taça do Campeonato Brasileiro. "Merecemos o resultado", afirmou

Por São Paulo
 
A vitória sobre o Cruzeiro por 2 a 0, neste domingo, no Morumbi, manteve o sonho do título ainda vivo no São Paulo. Foi assim que o técnico Muricy Ramalho definiu o resultado que reaproximou sua equipe do líder do Campeonato Brasileiro. A distância agora é quatro pontos, mas chegaria a dez em caso de derrota em casa.
- A nossa chance, se quisesse ter o sonho do título, era hoje, apesar de que ainda falta muito campeonato. Esse time (Cruzeiro) é e continua sendo o melhor do Brasil. Fizemos um bom jogo, marcamos e respeitamos o rival. Merecemos o resultado – disse o treinador.
 Após 21 jogos, o São Paulo tem 42 pontos, contra 46 da equipe mineira, que sofreu nesta tarde apenas a sua terceira derrota na competição – todas longe do Mineirão, onde tem aproveitamento de 93,3%.
- Foi uma grande partida, era a nossa oportunidade de diminuir e conseguimos. Temos de continuar fazendo a nossa parte. Começamos mal no torneio, chegaram jogadores, saíram outros. O São Paulo é um time forte e consistente. Isso dá confiança – completou Muricy.
O Tricolor volta a campo na quarta-feira para enfrentar o Coritiba, uma das equipes que ocupa a zona de rebaixamento. O confronto será na casa do rival, às 22h. Para essa partida, o técnico não terá o meia Kaká, suspenso por ter recebido o terceiro cartão amarelo contra o Cruzeiro.
Confira os principais tópicos da entrevista de Muricy
TORCIDA
A gente até concorda que o futebol está ruim, mas temos de falar bem quando está bom. Vi alguns jogos que foi legal ver. Depois dos 7 a 1 (derrota da seleção brasileira para a Alemanha na Copa do Mundo), nada prestava. Lugar comum é falar que o futebol brasileiro é só porcaria. Às vezes temos jogos como hoje, outro dia teve Cruzeiro e Fluminense. Está tendo bons jogos. Temos esperança do futebol brasileiro melhorar.
 
QUARTETO
As pessoas e os jogadores que estão lá estão gostando de fazer o que estão fazendo. A nossa zaga hoje jogou muito. Quando se fala em quarteto, eles mesmo não acham isso. No nosso dia a dia cobramos muito deles porque os outros jogadores estão fazendo a diferença também. Além de serem grandes jogadores, estão se doando muito pelo time. Esses quatro, sem a bola, estão trabalhando muito. É difícil fazer eles entenderem, mas eles estão gostando. É um time, não é só o quarteto.
CRUZEIRO
A gente gosta do futebol bem jogado, e quem gosta disso gosta do Cruzeiro. É difícil falar se vai oscilar ou não. Acho difícil. Nessa competição tem de ter plantel para fazer o que estão fazendo. E eles têm. As demais equipes foram formadas durante a competição
LUIS FABIANO
Há espaço para todo mundo. Aqui é um plantel, não tem 11. Tem espaço para todo mundo. Só que quem está jogando não quer dar chance para ninguém. E é assim que tem de ser. Todo mundo está ralando, não tem esse negócio de dono. Aqui tem uma coisa muito importante que se chama São Paulo Futebol Clube. O resto é resto, que somos nós. Estamos preparando ele (Luis Fabiano), tem de ter paciência. Não pode ter recaída. Amanhã vou preparar outro treino para ele com a molecada. Ele sabe que vai ter de brigar muito, está vendo como o time está se portando.Ele vai voltar, não sei quando, mas vai voltar bem.
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Kaká São Paulo x Cruzeiro (Foto: Marcos Ribolli)Suspenso, Kaká não pega o Coxa. Pato desfalca o time contra o Corinthians (Foto: Marcos Ribolli)
DESFALQUES: LUGAR PARA O FABULOSO?
Tenho de pensar no Coritiba, você vai me desculpar. Contra o Coritiba não dá, onde vou colocar ele (Luis Fabiano)? Estamos olhando com carinho. Tem jogadores que estão hoje no time que nem no banco ficavam. E hoje são titulares. Aqui é assim, eles sabem. Ele (Luis Fabiano) vai voltar na hora da certa. Mas não podemos mudar nossa maneira de jogar por causa de um jogador. Demoramos muito para achar isso. Não tínhamos um time, estávamos recuperando desde o ano passado. O São Paulo estava quase na segunda divisão, teve reformulação depois de janeiro. Não pode se entusiasmar. É legal, mas não aconteceu nada ainda.
EDSON SILVA E DENILSON
No futebol, o jogador está mal e o cara que está ao lado fala que não serve mais. É assim o futebol. As pessoas veem só quem está jogando bem no dia. Eu não sou assim, não desisto do jogador quando está fora. O difícil é quem está fora. Quem está jogando, beleza. Eles são os que mais treinam e não aparecem, porque não jogam. É o mais difícil para o atleta. Toda hora tem exemplo assim no nosso time, Denilson, Edson Silva... Não é simpatia ou favor nenhum. O Denilson voltou a jogar porque ele quis, porque ele brigou e voltou a treinar forte. A gente se perguntava como um cara que jogou tantas partidas no Arsenal não poderia jogar aqui. O técnico não tem ouvido para uns malas que tem ao lado. Não tem conversa aqui. O Edson também, às vezes nem no banco ficava. Ele é um cara que cumprimentava todo mundo, sempre de cara boa, e nem no banco ficava. E ia para o treino duro. Amanhã eu vou estar lá e vou treinar o time. Se eu não tivesse essa postura em todos os lugares que passei não ia ter recuperação. Eu penso diferente. A gente nunca pode desistir do jogador, desde que ele não desista dele. Não é que eu faço coisa boa, eles conseguiram os lugares deles pelo trabalho.
JOGO EMBLEMÁTICO
Parece que nós fomos contratados para ganhar a Sul-Americana, no ano passado, ganhar o Paulista. Não fomos contratados para isso. Foi para para tirar o São Paulo daquela que seria a maior vergonha da história (rebaixamento). No sentido moral e financeiro. E depois fazer uma reformulação em janeiro, que era muito difícil porque tinha muitos jogadores e eu precisava tirar, o que é a pior coisa para um treinador. E aí fazer um time para o Brasileiro. Agora está dando um pouco de liga. Vocês pedem, na Europa é assim, que o resultado não vem agora, mas vem depois. Não podemos nos entusiasmar. Não ganhamos nada. Recuperamos bem, mas fomos muito mal no começo do Brasileiro. Não tínhamos um time. Chegaram Kaká e Kardec no meio da competição. Mas é legal ver o São Paulo jogando assim, é um gigante, ver o Morumbi como estava hoje. Isso é muito legal. 
CONVOCAÇÃO PODE PREJUDICAR
Não temo. Porque é o sonho do jogador. Nunca reclamei quando um jogador vai para seleção porque é o sonho deles, eu tenho de me virar aqui. O que mais me preocupa é a Sul-Americana. Ela que vai me arrebentar se eu não tiver cuidado. A viagem que vamos tentar fazer não é fácil. Já estamos fazendo, bloqueando passagem. A gente nem sabe para onde vai. Os caras anunciaram Huachipato contra não sei quem e íamos mandar um cara pro Chile, e de última hora não pode ir mais. Isso preocupa a gente. Seleção não, porque é um sonho. Tomara que vão mesmo, porque estão merecendo. Perco o jogador aqui, mas não me importo com isso.
ROGÉRIO CENI
Ele está sempre reclamando de dor, não é novidade (risos).
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Rogério Ceni evita gol do Cruzeiro na partida deste domingo, no Morumbi (Foto: Marcos Ribolli)

EMPOLGAÇÃO
Temos de ir um pouco para trás. Nessa altura do campeonato, como estávamos no ano passado, e o que é esse time hoje. Não é uma mudança de jogador de qualidade, é de cara que vestiu a camisa, que gosta de ir lá treinar e se comprometer com o clube. A torcida veio hoje porque estamos fazendo por merecer. Está dando gosto. É legal chegar ao CT de manhã e encontrar os caras para treinar. Ano passado era terrível. Ninguém dava bom dia. Estava no caminho certinho para ir para a Segunda Divisão. Você não tem de motivar ninguém. Não entendo essas coisas do futebol moderno. O cara tem um bom contrato e precisa de alguém pra motivar? Aqui não tem esse papo. Antes eles não tomavam lanche juntos, ontem todos estavam conversando. Não ficam com aquela porcaria no ouvido o tempo inteiro. Isso está dando gosto. Isso é o São Paulo que tem horário, disciplina, é um time de futebol, coisa que não tinha um tempo atrás. Tomara que ninguém atrapalhe. Está indo tudo certo, é só ninguém se meter. Às vezes no entusiasmo alguém solta alguma coisa e atrapalha.
EDSON SILVA
É verdade (foi o craque do jogo). O que esse cara jogou hoje, cabeceou o chão. E o Alvaro também, cabeceou o Denilson. Até falei para ele que esse aqui era amigo. A vontade dele contagia. O Edson sabe que tem dificuldade às vezes, sabe que é a chance dele. Ele está dando a vida porque sabe que, se vacilar, outro está ali para entrar no lugar dele. Concordo que o craque do time foi o Edson. 
AURO
O Auro foi chamado, entrou num momento difícil, que não é fácil entrar. Técnica ele sempre teve. Mas mostrou personalidade para jogar no Morumbi com 60 mil pessoas. Quando o Paulo voltar vai esperar também, é assim. Não tem cadeira cativa, não tenho mania ou jogadores. Eu respeito o jogador. Eles sabem que se for bem vai ter chance. 
POLÍTICA
Isso é com eles lá, problema político. Só não quero que venham no CT. Está tudo determinado, certinho, organizado, planejado. Deixa andar como está. É um relógio. Às vezes o cara quer mexer no relógio. Fora eu respeito, é uma coisa deles. Nós, como empregados, não podemos nos meter. 
TORCIDA
A gente estava precisando de alguns jogos desse jeito porque estávamos desanimados depois da Copa. O jogo de hoje foi muito intenso, de pegada forte e velocidade. Até os 90 minutos os dois times estavam correndo. Isso é muito legal ver no futebol brasileiro. Temos de tentar melhorar o nosso futebol que não está passando por um bom momento. São Paulo e Cruzeiro fizeram esse jogo porque têm bons times, bons jogadores, ótimo para os dois que estão na frente no campeonato. Não é de graça. 
AUSÊNCIA DO KAKÁ
Sabemos que vamos perder o Kaká em alguns jogos. Daqui a pouco vai chegar a planilha e ele vai ser o que mais correu. São sempre os mesmos que superam dez quilômetros. Denilson, Souza e Kaká. Ele se doa muito, estava marcando o lateral de 20 anos. Vamos ter de administrar também porque senão vamos arrebentar com ele. Ele está correndo demais e ele não se poupa, mas vamos dar um tempo. Faz falta como jogador e como líder dentro de campo, ele está ajudando muito, mas temos jogadores como Michel que podem entrar nessa posição.
Muricy Ramalho celebra a vitória sobre o Cruzeiro: "A nossa chance era hoje" (Foto: Marcos Ribolli)