domingo, 19 de agosto de 2012


Carlos Alberto passa a usar a camisa 10 do Vasco

Preferido da torcida para o posto, jogador deixa de usar o número 84 neste domingo e substitui Diego Souza

Por Gustavo RotsteinRio de Janeiro
O técnico Cristóvão Borges decidiu manter Carlos Alberto como reserva do Vasco para o clássico contra o Flamengo. Mas neste domingo, o meia apresentou uma novidade. Ele foi o escolhido como o novo camisa 10, posto que estava vago desde a saída de Diego Souza, negociado em julho com o Al Ittihad, da Arábia Saudita.
Em enquete promovida no GLOBOESPORTE.COM nesta semana, Carlos Alberto foi escolhido pela torcida do Vasco como o camisa 10 ideal. No entanto, a diretoria afirmou que não tinha a intenção de mudar a numeração estabelecida no início da temporada.
Carlos Alberto nunca escondeu que o 19 é o número de sua preferência. Mas quando ele foi reintegrado ao Vasco, no fim de março deste ano, a camisa já havia sido atribuída a Nilton. Dessa forma, o meia escolheu usar o 84, em alusão ao ano de seu nascimento.
O número 10 havia sido usado por Carlos Alberto apenas em suas duas passagens pelo Fluminense, clube que o revelou.

RESERVAS DECIDEM, GALO DERROTA O BOTAFOGO E AINDA MANDA NO BRASILEIRO
Berola faz o gol decisivo em bela jogada com Carlos César, aos 43 do segundo tempo, e dá vitória de 3 a 2 para o Atlético-MG, no Indepêndencia

DESTAQUES DO JOGO
  • deu certo
    substituições
    Berola e Carlos César entraram aos 28 e aos 30 do segundo tempo, respectivamente. Deram força ao lado direito e participaram do gol da vitória.
  • duelo
    ex-milanistas
    Ronaldinho e Seedorf tiveram boa atuação. O primeiro finalizou mais (4 a 2), mas o holandês teve maior índice de acerto de passes (93% contra 79%).
  • estatística
    finalizações
    O Botafogo teve mais posse de bola (53%). Mas foi o Atlético-MG que finalizou mais (18 contra oito) e teve mais chances reais de gol (11 contra três).
A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
Numa tarde em que Ronaldinho e Seedorf brilhavam, quem decidiu a partida neste domingo, no Independência, foram dois reservas do Atlético-MG que entraram em campo no segundo tempo. Neto Berola, que ficou 107 dias sem jogar se recuperando de fratura por estresse na bacia, recebeu passe de calcanhar de Carlos César e marcou aos 43 minutos da etapa final o gol da vitória por 3 a 2 do líder do Campeonato Brasileiro - e antecipadamente campeão simbólico do primeiro turno - sobre o Botafogo.
Os outros gols do time mineiro, que soma 42 pontos, foram marcados por Escudero e Jô, com Andrezinho fazendo os da equipe carioca, que está em sétimo lugar, com 27 pontos. Com três pontos e duas vitórias a mais do que o Fluminense, o Galo iniciará o segundo turno na liderança, mesmo com uma partida a menos do que seus concorrentes.
Ronaldinho e Seedorf tiveram atuação de destaque no reencontro dos dois ex-milanistas. O camisa 49 fez um lançamento que originou o primeiro gol e deu o passe para o segundo. E o holandês acertou um belo passe para Rafael Marques sofrer pênalti, convertido por Andrezinho.
- Temos que ter mais atenção. Perdemos muitos gols e acabamos nos complicando, mas parabéns para a torcida, o ambiente aqui estava ótimo. O Botafogo mostrou que está nesse campeonato. O jogo foi disputado para vencer, mas parabéns para o Atlético - afirmou Seedorf.
Berola, que substituiu Escudero aos 28 minutos do segundo tempo, havia atuado pela última vez em 3 de maio, contra o Goiás, pela Copa do Brasil.
- Eu não sei nem falar a emoção que estou. É muito grande. Estamos de parabéns, e acho que voltei bem - afirmou o camisa 99.
Esta foi a segunda vez que o Atlético-MG levou dois gols num mesmo jogo no Brasileiro (a outra foi na nona rodada, na vitória de 4 a 3 sobre o Figueirense), a primeira em casa, onde seu retrospecto é quase perfeito: agora são oito vitórias e um empate.
Na próxima rodada, os dois times fazem clássicos estaduais no domingo. O Atlético-MG pega o Cruzeiro às 18h30m, no Independência, e o Botafogo enfrenta o Flamengo às 16h, no Engenhão.
Jô ronaldinho gaucho atlético-mg gol botafogo (Foto: Pedro Vilela / Agência Estado)Ronaldinho abraça Jô (Bernard atrás), após o segundo gol do Atlético-MG (Foto: Pedro Vilela / Ag. Estado)
Botafogo começa jogo mais presente ao ataque
Com o estádio lotado, incendiado pela empolgação dos atleticanos, a partida começou a cem por hora, mas surpreendentemente com o time visitante mais presente no campo do ataque. Com marcação adiantada e forte no meio do campo, o Botafogo tomava a bola e procurava sair com velocidade para o ataque, enquanto o time mineiro insistia em lançamentos altos para Jô. No espaço de dois minutos, o uruguaio Lodeiro - pela primeira vez titular - teve duas chances de marcar. No lado oposto, apenas um chute de fora da área, desferido por Leandro Donizete, nos primeiros dez minutos, levou algum perigo.

jogo movimentado

5GOLSmédia 2.4
 
26FINALIZAÇOESmédia 23.5
 CAMBOTTOTALMÉDIA*
GOLS3252.4
FINALIZAÇÕES1882623.5
NA TRAVE0000.5
DEFESA DIFÍCIL0333.1
*média parcial do campeonato até 19/08/2012
 Quando Ronaldinho saiu da ponta-esquerda e buscou espaço pelo meio, o Galo criou sua primeira chance clara, aos 13, mas Bernard desperdiçou, porém com méritos para a boa saída de gol de Jefferson. O time mineiro já havia controlado o ímpeto inicial do Botafogo, mas não suas boas opções ofensivas, especialmente com Elkeson, que fazia boa partida. A questão era acertar a marcação na defesa.
O Atlético-MG então passou a ter presença mais constante no ataque e desperdiçou ótimas chances com  Escudero e Junior Cesar. Num momento em que a partida estava mais presa às duas intermediárias, Jadson tirou o pão da boca de Leandro Donizete na saída de bola do Atlético-MG e deu a Andrezinho, que passou para Elkeson na direita. O camisa 9 cruzou rasteiro, dentro da área, buscando Jadson na pequena área. Léo Silva chegou a tirar, mas Andrezinho ficou de frente para Victor e colocou por cima do goleiro do Atlético-MG para abrir o marcador.
O time da casa sentiu o baque, e o visitante passou a dominar, até que numa bobeada no lado esquerdo de sua defesa cedeu o empate. A bola parou na meia-esquerda nos pés de Ronaldinho, que lançou Jô, absolutamente livre na área. Ele dominou no peito e tentou tocar por baixo de Jefferson, que conseguiu impedir. Mas a bola sobrou para Escudero, que tinha o gol aberto e para lá chutou: 1 a 1.
Galo chega à vitória em contra-ataque
O líder do Brasileiro iniciou a etapa final como se esperava que começasse o jogo: pressionando o Botafogo. Depois de criar algumas boas oportunidades, virou o jogo, aos oito minutos, quando Ronaldinho recebeu livre na área pelo lado esquerdo, esperou a saída de Jefferson e deu de bandeja o gol para Jô. A bola ainda tocou no travessão antes de entrar. O Botafogo parecia não ter voltado do vestiário e poucas vezes ia ao ataque com a mesma força da primeira etapa. Certamente pensando nisso, Oswaldo de Oliveira tirou o meia Lodeiro e pôs o centroavante Rafael Marques aos 16 minutos.
O Atlético-MG já não tinha o mesmo fôlego do início, passou a jogar mais nos contra-ataques e cometeu o erro de deixar Seedorf praticamente sem marcação no meio. Por outro lado, o Botafogo também deixava Ronaldinho, que se deslocava constantemente para puxar os contragolpes, muito livre. Apesar de mais presente no setor ofensivo, a equipe carioca encontrava muitas dificuldades de criar boas chances, não só pela postura mais defensiva do adversário, mas porque Rafael Marques não conseguia se encontrar.
Porém, o craque o encontrou. Seedorf fez ótimo lançamento para Rafael Marques, que matou a bola no peito dentro da área e, quando ia finalizar, foi derrubado por Leonardo Silva. Pênalti que Andrezinho cobrou muito bem, aos 35 minutos, no canto esquerdo de Victor, para empatar.
Após levar o gol, o Galo adiantou a marcação, mas foi num contragolpe que chegou à vitória. Aos 43, depois de nova bobeada de Rafael Marques no ataque, o time mineiro tomou a bola e partiu para o ataque. Berola recebeu passe perfeito de calcanhar de Carlos César, que substituíra Serginho, e tocou com calma e categoria por cima de Jefferson e sair para comemorar. Delírio no Independência: o Galo vingador continua mandando no Campeonato Brasileiro.

COM ANDRÉ E ERRO RARO DE BANDEIRA, SANTOS BATE TIMÃO EM ÓTIMO CLÁSSICO
Atacante faz dois gols, um deles em lance de três impedimentos ignorados. Corinthians reage, mas Bruno Rodrigo decide de cabeça, quase no fim

A CRÔNICA
por Alexandre Lozetti
414 comentários

Mais de 12 mil pessoas saíram de suas casas num início de tarde ensolarado com destino à Vila Belmiro e uma dúvida na cabeça: veriam um clássico entre os úlitimos ganhadores da Libertadores, do atual tricampeão paulista contra o atual campeão nacional, ou de equipes que lutam para ficar entre os dez primeiros colocados do Campeonato Brasileiro? Sorte de quem arriscou! Santos e Corinthians fizeram um ótimo clássico. Não faltou nenhum ingrediente na vitória santista por 3 a 2.
Gols, viradas, dribles, discussões, sangue... Uma pena que a palavra "justiça" será sempre questionada graças ao grave erro do assistente Emerson Augusto de Carvalho, que ignorou impedimento triplo, de Bruno Rodrigo, Durval e André, no segundo gol do Santos, marcado pelo centroavante.
Em realidades distorcidas graças aos inúmeros desfalques do Santos durante o primeiro turno e o foco do Corinthians no Mundial, já que tem vaga na Libertadores de 2013 garantida e está longe do líder Atlético-MG, as equipes deixaram a sensação de que estão muito aquém do que poderiam na tabela. O time de Tite, como de costume, se destacou pela parte coletiva, foi melhor no primeiro tempo, mas sentiu os desfalques e caiu de rendimento.
Os comandados de Muricy voltaram a fazer diferença no lado individual, principalmente Neymar e Arouca, e, mais adiantados, foram melhores no segundo tempo. Os gols devolveram ao Peixe aquilo que vinha faltando nos últimos tempos: a alegria, a leveza, uma certa irresponsabilidade traduzida em danças de Neymar e André.
Embalado pelas duas vitórias consecutivas após a volta de Neymar, o Santos terá uma semana importante. Na quarta-feira, pega o Universidad do Chile, em Santiago, na primeira partida da decisão da Recopa. No sábado, terá pela frente o Palmeiras, em outro clássico fundamental para quem ainda busca uma vaga na Libertadores do ano que vem. Já o Corinthians descansa até o próximo domingo, quando receberá o São Paulo no Pacaembu, na tentativa de manter a supremacia dos últimos anos sobre o rival.
Paulinho corinthians Arouca santos (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Paulinho sofre com a marcação dupla de Arouca e Bruno Peres (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Início melhor para o Timão...
Gols anulados, grandes defesas, discussões e até sangue no rosto. Os ingredientes da primeira etapa foram dignos, sim, de dois times campeões da Libertadores. Alternância de poder em campo. O Peixe tinha de volta o quarteto que encantou o país há dois anos: Arouca, Ganso, Neymar e André. Com eles, tentou sufocar logo no início e o centroavante, em sua segunda partida após o retorno ao clube, quase abriu o placar ao desviar chute de fora da área. Sorte de Cássio que a bola se arrastou, fraquinha, até suas mãos.
A diferença do Santos de 2012 para o de 2010 é que em vez do veterano Robinho, que era quase um coadjuvante de luxo, agora quem complementa o setor de ataque é o jovem argentino Patito Rodriguez. Pela direita, ele mais escorregou do que conseguiu criar lances de perigo. E o Timão foi se tornando dono da casa.
rafael cabral santos corinthians brasileirão (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Rafael se chocou com Bruno Rodrigo e levou a pior
(Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Em poucos minutos, o Corinthians fez com que todos se lembrassem do domínio absoluto que teve na semifinal da Libertadores, quando venceu por 1 a 0. Mas também havia uma diferença. Sheik, autor daquele golaço, não esteve em campo. Em seu lugar, Romarinho teve espaço para deitar, rolar e chutar. Sorte dos Brunos, Peres e Rodrigo, que Rafael impediu dois gols do herói da Bombonera.
O goleiro do Peixe deu sangue, literalmente, pelo time. Um corte no supercílio fez sua cara ficar vermelha - resultado de um choque com o zagueiro Bruno Rodrigo. E vermelho de raiva ele ficou quando Douglas, em ótima tarde, cobrou falta na cabeça de Danilo. Sempre Danilo... Ele, que também havia feito gol na semifinal, fez de novo. Artilheiro do Timão na temporada, com 12 gols.
Neymar, até então, tinha atuação sem grande destaque. Mas craque é aquele que aproveita os momentos mais raros. E como é raro o sistema defensivo conritiano dar moleza a alguém. O atacante carregou, caminhou, acelerou e entrou na área, só observado por quatro adversários. Livre, rolou para André completar para o gol e dar ainda mais molho ao duelo.
douglas corinthians durval santos (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Douglas tenta passar pela marcação de Durval e Bruno Peres (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Melhor para o Peixe...
Neymar, Paulinho, Arouca, Danilo, Ganso, Douglas, Rafael, Cássio... Eram tantos grandes jogadores em campo, que talvez o assistente Emerson Augusto de Carvalho tenha ficado receoso de ser esquecido. Decidiu, então, cometer erro gritante: não marcou três impedimentos no mesmo lance, definido pelo blogueiro Márvio dos Anjos, do GLOBOESPORTE.COM, como "impedimento triplamente qualificado": Bruno Rodrigo cabeceou, Durval desviou e André completou para o gol, colocando o Peixe à frente e deixou os corintianos indignados. O tira-teima, da TV Globo, mostrou que havia impedimento nos três lances.
Não é comum o Timão atuar em desvantagem e tudo que o Peixe espera, com seus jovens velozes, é ter espaço. Logo em seguida, em contra-ataque, Arouca voltou a surpreender a defesa e exigiu boa defesa de Cássio.
Patito melhorou. Ajudou na marcação, driblou e segurou a bola no campo de ataque. Mas foi outro argentino quem brilhou. Martínez entrou no lugar de Danilo e reacendeu o jogo em seu único momento de leve marasmo. A impressão era de que o Santos cozinharia o triunfo até o apito final de Flávio Rodrigues Guerra, mas o hermano, pela esquerda, justificou sua contratação. Entrou na área, cortou para o meio e bateu com consciência, no cantinho.
Martínez acendeu Tite, acendeu a torcida visitante na arquibancada e acendeu até o Santos. Ainda havia forças para nova reação? A resposta veio da cabeça de Bruno Rodrigo, que acertou o canto esquerdo e conseguiu o feito de deixar o gigante Cássio com os pés pregados no chão.
As tentativas de novo empate vieram das bolas paradas de Douglas, que não surtiram o mesmo efeito. Os corintianos vão reclamar do bandeirinha e os santistas vão enaltecer a vitória. Para a história, fica mas um grande confronto entre os alvinegros.
andré santos gol corinthians (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)André, em posição irregular, marca para o Santos (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)

PASSEIO DE ROUPA NOVA: GRÊMIO GOLEIA FIGUEIRA COM SHOW DO ATAQUE
Com três assistências de Marcelo Moreno e dois gols de Leandro, time gaúcho quebra tabu de nove anos no Olímpico em estreia de uniforme

A CRÔNICA
por Hector Werlang
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Foi o Grêmio que vestiu preto, mas é o Figueirense que tem motivos para estar de luto no Brasileirão. Na estreia do novo uniforme do clube gaúcho, o catarinense foi massacrado na goleada por 4 a 0 e se viu em situação ainda mais preocupante neste Brasileirão 2012. São 11 derrotas, a lanterna e um cenário dramático.
Bem diferente do significado da vitória, em um domingo de sol, com bom público no Olímpico, ao Tricolor. Além da recuperação da derrota para a Portuguesa, se manteve no G-4 pela nona rodada seguida. E começa a semana Gre-Nal com a certeza de continuar na frente do rival – o Inter não poderá ultrapassá-lo independentemente do resultado deste domingo diante da Portuguesa. Os gols tricolores foram marcados por Leandro, duas vezes, Elano e André Lima.

As duas equipes, agora, terão semanas diferentes em preparação à última rodada do primeiro turno. O Grêmio enfrenta o Coritiba, nesta quarta-feira, às 19h30m (de Brasília), no jogo de volta da segunda fase da Sul-Americana. No domingo, às 16h, desafiará o Colorado no Beira-Rio. Mesmo dia e horário em que o Figueira tentará a recuperação ao receber o Coritiba.
grêmio figueirense olímpico brasileirão (Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA)Jogadores do Grêmio comemoram o gol (Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA)
No primeiro tempo, 2 a 0 foi pouco
O que dizer de um primeiro tempo com oito chances de gol, duas bolas na trave, dois gols anulados e dois validados? Faltaram adjetivos para descrever a atuação do Grêmio. Neste panorama, porém, até correu riscos e demorou para abrir o placar.
Caio, aos nove, e Aloisio, aos 25, assustaram Marcelo Grohe. Ambos livres na área desperdiçaram chances claras. Sem nada mais a apresentar, a não ser uma série de erros de marcação, o que explica a campanha irregular, o Figueira foi presa fácil.

Zé Roberto e Leandro marcaram em impedimento. Marcelo Moreno acertou duas bolas na trave, uma delas em jogada de meia-bicicleta. Elano e Leandro ainda pecaram em finalizações após boas tramas ofensivas. A superioridade seria transformada em vantagem a partir do momento em que o centroavante virou garçom.

Aos 35, Anderson Pico lançou Moreno. Os dois tabelaram, e o centroavante descobriu Elano livre na área: 1 a 0. Com outro lançamento, cinco minutos depois, de Elano, Moreno avançou pela esquerda e serviu Leandro: 2 a 0.

Gol cedo, administração no fim


O intervalo foi de mudança. Hélio dos Anjos trocou por atacado. Fez as três substituições, porém nada deu certo. Quatro minutos depois, o Grêmio faria o terceiro. De novo com Leandro,  mais uma vez em assistência de Moreno.

Com a vantagem no placar, o Grêmio administrou a partida. Vanderlei Luxemburgo sacou a dupla de meias Elano e Zé Roberto. A partida continuou sem chances, embora com algumas boas tabelas, especialmente do Grêmio. E em uma delas saiu o quarto. Marco Antonio serviu Marquinhos, que bateu para defesa do goleiro. No rebote, André Lima mandou para a rede. E foi só. Uma bela vitória para acabar com o tabu de nove anos sem derrota o Figueirense no Olímpico.
caio figueirense zé roberto e souza grêmio brasileirão (Foto: Renan Olaz / Agência Estado)Caio, do Figueira, é cercado pela marcação de Zé Roberto e Souza (Foto: Renan Olaz / Agência Estado)

EM JOGO DOS DESFALCADOS, CORITIBA TEM MAIS FORÇA E ATROPELA O CRUZEIRO
Desordenado, time mineiro não se encontra e perde por 4 a 0 para o Coxa que, se tivesse caprichado mais, poderia ter tido placar ainda mais elástico

DESTAQUES DO JOGO
  • nome do jogo
    Ayrton
    O lateral-direito do Coritiba foi o nome do jogo: apoiou muito bem e intensamente, deu passe para um dos gols e ainda marcou na goleada.
  • destaque
    M. Oliveira
    No duelo dos desfalcados, mérito para o técnico do Coritiba, que montou um time forte, capaz de golear mesmo com jogadores reservas.
  • decepção
    W. Paulista
    O atacante do Cruzeiro levou amarelo pois, de acordo com o árbitro, simulou pênalti. Cartão que o tira do clássico de domingo com o rival e líder Galo.
A CRÔNICA
por Léo Simonini
67 comentários
O temor das duas torcidas estava relacionado ao fato de Coritiba e Cruzeiro terem uma extensa lista de desfalques para a partida deste domingo, no estádio Couto Pereira, pela 18ª rodada do Brasileirão. Mas, ao fim dos 90 minutos, o receio era justificável apenas para a Raposa, que apesar dos primeiros minutos de equilíbrio, não suportou a velocidade do time da casa e acabou goleado com sobras pelo rival por 4 a 0, gols de Lucas Mendes, Ayrton, Roberto e Anderson Aquino. O placar só não foi mais elástico porque o time da casa desperdiçou várias chances claras de gol.

Com a vitória maiúscula, o Coxa quebrou a barreira dos 100 gols na temporada, chegando a 103, e se isolou na 16ª posição na tabela, com 19 pontos ganhos em 18 partidas. Com a derrota, o Cruzeiro estacionou nos 27 pontos e permanece na oitava posição.
Na próxima rodada, o Coritiba encara o Figueirense, domingo, às 16h (de Brasília), no Orlando Scarpelli, em Florianópolis. Já o time mineiro terá o clássico contra o Atlético-MG, no mesmo dia, mas às 18h30m, no Independência, em Belo Horizonte.
Coritiba comemora vitória sobre o Cruzeiro (Foto: Divulgação/Site oficial do Coritiba)Coritiba comemora goleada sobre o Cruzeiro (Foto: Divulgação/Site oficial do Coritiba)
Com muitos desfalques dos dois lados e a consequente falta de entrosamento, Coritiba e Cruzeiro começaram abusando dos passes errados. Sem nenhum time com o controle das ações, o jogo ficou concentrado na intermediária das duas equipes.
Souza deu o primeiro susto em Vanderlei em uma cobrança de escanteio. Da esquerda do ataque, ele bateu fechado e, por pouco, Ayrton não mandou contra o patrimônio. Mas o lateral se redimiu e ajudou o time a marcar. Robinho foi derrubado por Diego Renan na intermediária. Ayrton cruzou, a defesa ficou na dúvida entre fazer a linha de impedimento ou não. E, na indecisão, Lucas Mendes entrou de peixinho, sem chances para Fábio. Centésimo gol da equipe na temporada, em 55 partidas.

Em desvantagem, o Cruzeiro mostrou ter sentido o gol. Em uma bola recuada, Fábio tentou inventar na frente de Roberto e, por pouco, não complicou ainda mais a situação da equipe. Na sequência, o arqueiro do Coxa, Vanderlei, agiu de forma semelhante e quase entregou bola para Wellington Paulista.
Com o adversário atordoado, o Coritiba cresceu no jogo e passou a pressionar ainda mais o rival. O placar só não foi ampliado aos 32, com Ayrton cobrando falta, porque Fábio fez linda defesa.

A esta altura, Sandro Silva e Lucas Silva, os dois principais marcadores da Raposa, já haviam sido amarelados, sendo que o segundo fez falta no mesmo local em que Ayrton cobrou na cabeça de Lucas Mendes. Em tarde inspirada, o lateral se deu o direito de arriscar uma cobrança para o gol e, ao melhor estilo do saudoso Didi, acertou um chutaço, uma folha seca de três dedos sobre a barreira: 2 a 0.

No minuto seguinte, talvez inspirado pelo adversário, Souza tentou descontar, também de falta. Mas Vanderlei conseguiu evitar o gol rival. Irritado com o time e andando de um lado para o outro, Celso Roth ainda viu Wellington Paulista tentar cavar um pênalti e receber o terceiro amarelo que o tira do clássico contra o Atlético-MG, no próximo domingo.
Passeio no Alto da Glória

Com a desvantagem de dois gols, Celso Roth resolveu arriscar e fez duas mudanças na volta do intervalo, abrindo o time em busca de gols. Saíram Diego Renan e Lucas Silva para as entradas de Tinga e Wallyson. Com a saída do lateral-esquerdo, Marcelo Oliveira foi deslocado para o setor, e o meio ficou com Sandro Silva, Tinga e Souza, os dois últimos mais preocupados em atacar. No ataque, o time passou a ter três homens, com Wallyson e Fabinho pelas pontas, com WP9 mais centralizado.

Mas as mudanças não tiveram tempo de surtirem efeito, já que logo aos três minutos, o Coritiba chegou ao terceiro gol. Rafinha recebeu de Júnior Urso pelo meio, carregou e deu ótimo passe para Roberto. Ele invadiu a área, e mesmo pressionado conseguiu o arremate, que ainda desviou em Rafael Donato antes de entrar no ângulo de Fábio.

Defensivamente, o time mineiro virou presa fácil para o rápido ataque paranaense. Se o nome do primeiro tempo, Ayrton, andava sumido, na etapa final, Rafinha, Everton Ribeiro e Roberto passaram a ditar o ritmo. Sem muito esforço aparente, eles envolviam a defesa cruzeirense, e só não ampliavam o placar por errarem no último passe ou na finalização. Foram várias as chances perdidas.

Mais para dar ritmo de jogo para Anselmo Ramon, que pode atuar no clássico de domingo que vem, do que para tentar uma reação, Roth sacou Wellington Paulista. Por sua vez, o técnico Marcelo Oliveira também passou a usar o banco. Primeiro ele tirou Robinho para a entrada de Gil, e depois colocou Anderson Aquino na vaga de Roberto, que saiu muito aplaudido. Depois foi a vez de Lucas Mendes ter o nome gritado pela torcida para a entrada de Dirceu.

Se tudo já era motivo para festa, o chutão que virou lançamento para Rafinha veio apenas coroar a bela partida do time alviverde. Em condição legal, o meia arrancou do meio-campo tendo como companhia apenas o atacante Anderson Aquino, correndo a seu lado. O camisa 7 invadiu a área, esperou a definição de Tinga, driblou Fábio e deu de presente para Aquino só empurrar para o gol. Goleada na capital paranaense, gritos de olé e confiança para o time fugir das proximidades da zona de rebaixamento. Ao Cruzeiro, resta juntar os cacos e tentar atrapalhar o arquirrival que briga pelo título do Brasileirão.
Everton Ribeiro, do Coritiba, em lance do jogo contra o Cruzeiro (Foto: Divulgação/Site oficial do Coritiba)Everton Ribeiro, do Coritiba, tenta escapar da marcação cruzeirense (Foto: Divulgação/Site oficial do Coritiba)