terça-feira, 1 de abril de 2014

Cara de Sapato nocauteia Magrão e vai à semifinal entre os pesos-pesados

Lutador faz 2 a 0 para o time de Wanderlei Silva com nocaute em cerca de 10s. Equipe amarela mantém direito de escolha de combates com vitória em desafio

Por São Paulo
Após começar o torneio peso-médio da terceira temporada do The Ultimate Fighter Brasil - Em Busca de Campeões com vitória, o Time Wand abriu 2 a 0 na contagem contra o Time Sonnen ao vencer também na estreia entre os pesos-pesados. Primeiro escolhido entre os lutadores da categoria, Antônio Carlos Jr, o "Cara de Sapato", nocauteou Edgard Magrão em questão de segundos para avançar às semifinais de sua chave. A equipe comandada por Wanderlei Silva ainda reteve o direito de escolher a próxima luta ao vencer um desafio num lamaçal.
Antônio Carlos Jr Cara de Sapato TUF Brasil 3 (Foto: Reprodução)Cara de Sapato comemora sua vitória com a equipe amarela (Foto: Reprodução)
O episódio

Apesar da vitória na primeira luta na casa, instaurou-se o primeiro foco de discórdia dentro do Time Wand quando Ismael Marmota repreendeu Paulo Borrachinha por um comentário feito durante o combate entre Wagnão Gomes e Joilton Peregrino. Borrachinha havia dito que Peregrino, do time verde, venceu o primeiro round, o que foi visto como inaceitável por Marmota, que exigiu energia positiva de todos os lutadores na torcida. Wanderlei Silva interviu, conversou com os dois, e Borrachinha acabou agradecendo a Marmota pelo "toque".

Na hora da escolha da primeira luta entre os pesos-pesados, Wand anunciou Cara de Sapato contra Magrão. O treinador reconheceu que a responsabilidade de vencer estava sobre seu time, por ter escolhido o combate, mas Hortência, assistente de Chael Sonnen, disse que o duelo era o que seu time queria.

- Se nós tivéssemos que escolher, a escolha seria essa, então estamos bem tranquilos e bem confiantes que vamos virar esse jogo - afirmou a ex-jogadora de basquete.
Isabel no treino do TUF Brasil 3 (Foto: Reprodução)Isabel levou bolas de vôlei ao treino do Time Wand (Foto: Reprodução)
Nos bastidores, a assistente perguntou a Sonnen se deveria falar com o lutador sobre o filho que a esposa de Edgard está esperando, mas o treinador discordou e pediu apenas que ela demonstrasse apoio. Isabel, assistente do time de Wanderlei, fez o mesmo com Cara de Sapato, lembrando que ele era o primeiro da lista tanto de seu time quanto do de Sonnen. As ex-atletas também levaram seu envolvimento além e trouxeram seus esportes para a academia. Isabel promoveu uma atividade com bolas de vôlei para trabalhar a visão periférica dos lutadores e a atenção ao companheiro.

Já Hortência levou bolas de basquete e pediu que os lutadores colocassem um colete nos shorts; eles deveriam quicar a bola e tirar o colete do adversário, enquanto protegessem seus próprios coletes. A ideia, segundo a ex-campeã mundial, era trabalhar tanto a coletividade quanto a atenção com a tática. Chael Sonnen gostou e, ao final, puxou Hortência para dançar um swing, o que deixou a jogadora surpresa.
Chael Sonnen dança com Hortência Marccari TUF Brasil 3 (Foto: Reprodução)Chael Sonnen surpreendeu Hortência ao chamá-la para dançar após o treino (Foto: Reprodução)


Após a sessão de treinos, a comissão técnica de Wanderlei Silva foi à casa fazer um churrasco com sua equipe para comemorar a vitória de Wagnão e repassar a estratégia para a luta de Cara de Sapato. Tanto Wand como o treinador de muay thai, André Dida, frisaram a importância da finta de queda, já que o baiano é conhecido por ser campeão mundial de jiu-jítsu, que abriria caminho para um overhand de direita. Enquanto isso, alguns lutadores do Time Sonnen relaxavam na piscina, e Warlley Alves admitiu que tinha medo que a discussão entre os treinadores no episódio anterior os colocaria como os vilões da casa. Marcos Pezão e Guilherme Bomba, por sua vez, ressaltaram que mudaram de opinião sobre o americano.

- Gostei do Sonnen, achei que ele é um cara educado, gente boa, atencioso pra c***. Todo treino, você vê que o cara vai lá, elogia… - disse Guilherme Bomba.

Apesar disso, Pezão e Warlley admitiram que ainda vão torcer por Wanderlei Silva quando os dois treinadores se enfrentarem no final da temporada.

A luta

Na pesagem, ambos os pesos-pesados ficaram bem abaixo do limite de 120,6kg da categoria: Cara de Sapato registrou 95kg, apenas dois quilos acima do limite da categoria de baixo, pesos-meio-pesados. Edgard ficou um pouco mais pesado: 98,75kg. Os dois lutadores se abraçaram antes e depois da encarada e desejaram boa sorte um ao outro. A segunda candidata a musa do TUF Brasil 3 foi apresentada: Francine Pantaleão, modelo de 24 anos.

Tão logo o combate iniciou, porém, ele terminou. Cara de Sapato tomou o centro do octógono e Magrão girou para sua esquerda. O baiano fez exatamente o que Dida havia lhe dito: fintou a entrada e soltou o overhand de direita. A mão entrou em cheio no queixo de Magrão, que já caiu praticamente rendido. Ele se colocou sobre quatro apoios e tentou se proteger, mas Cara de Sapato desferiu mais alguns golpes na cabeça antes de o árbitro interromper e declarar nocaute técnico, com cerca de 10s de combate.
Cara de Sapato nocaute Edgard Magrão TUF Brasil 3 (Foto: Reprodução)Cara de Sapato acerta o golpe de direita que nocauteou Edgard Magrão (Foto: Reprodução)


Após a comemoração e o anúncio oficial da vitória, Wanderlei Silva cumprimentou Chael Sonnen dentro do octógono.

- Fui ali e cumprimentei ele, porque sou de fato um cara educado, mas não vai adoçar meu sangue, não. O que é dele, está guardado - afirmou Wand.

O desafio

Apesar da derrota, o Time Sonnen teve uma nova chance de tomar a vantagem de escolher as próximas lutas num desafio: uma disputa com uma bola gigante num lamaçal. Um lutador de cada lado disputaria força com a bola e, quem marcasse gol primeiro, venceria. Marcos Pezão foi o escolhido do time verde, e Jollyson Francino, o do time amarelo. A bola saiu de campo algumas vezes, e assistentes recolocavam a bola para o campo. Pezão pegou um ângulo errado, Jollyson aproveitou o momento e empurrou para o gol. Hortência, alvo das provocações dos lutadores de Wand, não ficou nem um pouco feliz.

- Aquela história: a próxima é mais importante, estamos no jogo. Não gostei de ter perdido, da maneira como foi - reclamou a ex-campeã mundial de basquete.
Desafio TUF Brasil 3 (Foto: Reprodução)Jollyson (dir.) derrotou Pezão no desafio com a bola gigante no lamaçal (Foto: Reprodução)


Chael Sonnen levou a brincadeira na esportiva.

- Os caras saíram da casa e se divertiram, então é isso que importa. Vamos voltar para a academia - disse Sonnen.
Confira a reprise do programa no Canal Combate, toda quarta-feira, às 22 horas.

Aos 90 anos de idade, fãs de MMA assistem primeiro card ao vivo

Sam Chinkles e Sidney Graber compareceram ao WSOF 9 neste sábado, em Las Vegas, e aproveitaram até para tietar o brasileiro Rousimar Toquinho

Por Las Vegas
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O World Series of Fighting (WSOF) voltou a Las Vegas neste sábado com um card que terminou com dois brasileiros campeões. E, enquanto Rousimar Toquinho e Marlon Moraes trabalhavam duro para levar o título inédito para casa, dois fãs de MMA de 90 anos de idade acompanhavam atentos o seu primeiro evento ao vivo.
Sam Chinkles e Sidney Graber são dois fãs do esporte que nunca tinham tido a oportunidade de ver de perto uma luta de MMA. Os dois se conheceram há cerca de seis meses por intermédio de um amigo em comum, que achou que eles poderiam se tornar grandes companheiros:
Sam Chinkles e Sidney Graber (Foto: Evelyn Rodrigues)Sam Chinkles (esq.) e Sidney Graber, felizes em seu primeiro evento de MMA ao vivo (Foto: Evelyn Rodrigues)
- Nós nos conhecemos através de um amigo em comum, Frank Curreri, que achou que nós éramos dois ‘velhos solitários’ com a mesma paixão e que isso poderia tornar os nossos dias mais alegres. Somos apaixonados por MMA, mas começamos a acompanhar lutas através do boxe. Na nossa geração, o boxe era parte da cultura dos EUA, não tinha como não acompanhar. Infelizmente, com o tempo, o esporte se degenerou e eu não tinha mais prazer em acompanhar os duelos. Foi aí que descobri o MMA. O mais engraçado, é que as pessoas da minha idade achavam que MMA era a sigla do museu de arte moderna (risos). Quando eu falava que ía ver MMA eles achavam que eu estava me referindo ao museu - conta Sidney Graber, empreiteiro aposentado e fã de Anderson Silva.
- Eu nunca vi ninguém lutar como o Anderson. É uma pena tudo o que aconteceu com ele, mas as grandes lutas que ele nos proporcionou ficarão para sempre na memória e na história do esporte - completa.
Sam, que é designer gráfico, é fã de Jon Jones e torcia pelas estrelas do boxe de Nova York nas décadas de 1930 e 1940. Ele conta que descobriu o MMA por acaso:
- Eu tive um primeiro contato com o MMA através do UFC, que eu, na verdade, descobri de forma inesperada, enquanto estava trocando de canal. Fiquei muito intrigado com o esporte, porque o ritmo era diferente e havia muita ação. Para mim, foi uma descoberta que me animou muito, porque eu finalmente pude voltar a assistir as lutas na TV com o mesmo entusiasmo de antes.
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Sam Chinkles e Sidney Graber com Rousimar Toquinho WSOF (Foto: Ana Hissa)A dupla de senhores posa com Rousimar Toquinho
após o WSOF (Foto: Ana Hissa)
Desde que se conheceram, Sam e Sidney passaram a dividir a mesma paixão pelo esporte e a acompanhar as lutas juntos, mas os duelos eram vistos apenas pela TV. Neste sábado, eles foram convidados pelo WSOF para assistirem ao evento no Hard Rock Hotel e Cassino. Animados, eles acompanharam de perto todas as lutas e elogiaram a atuação dos brasileiros Rousimar Toquinho e Marlon Moraes, que saíram com o cinturão em mãos:
- Eu achei que foi um card muito bom, gostei da maioria das lutas e presenciei algumas bem dramáticas. É claro que os dois duelos pelos cinturões foram as lutas que mais me chamaram a atenção. A última luta, do Rousimar Palhares, foi rápida e eu meio que previ que acabaria assim. Eu sabia que ele venceria. - disse Sam, que, assim como Sidney afirma que o atletismo e a técnica dos lutadores é o que mais o impressiona no MMA:
- Esses caras têm um condicionamento físico e uma resistência absurdas. O que me impressiona é o atletismo e a técnica. Eu já treinei boxe e eram rounds de três minutos, no MMA os rounds são de cinco minutos e eu fico impressionado como as lutas podem durar até cinco rounds. O que esse menino, o Marlon Moraes, fez hoje foi impressionante.  É inacreditável que as pessoas conseguem fazer isso. - afirma Sidney.
A única reclamação dos dois amigos é com relação ao antidoping:
- Eu nao gosto quando descobrimos que um atleta abusou de substâncias não permitidas para obter resultados. É covarde. Acho que a mágica do esporte é ver como cada lutador vem de uma base diferente e consegue se sair bem em um esporte que mistura várias outras artes marciais. - diz Sam, que ainda fez questão de deixar um recado para os fãs brasileiros de MMA:
- Se eu pudesse falar com os fãs brasileiros, eu diria que não importa em que país você nasceu ou qual a sua idade, se você gosta de de bons lutadores e de entretenimento, você pode apreciar o MMA. Eu gosto e aprecio o valor artístico, o drama, o nível técnico e a condição física que esses caras têm. Isso é fantástico! - finaliza o designer gráfico, que agora faz planos para assistir um próximo evento ao vivo de MMA.

WSOF anuncia Toquinho x Fitch para julho, mas americano descarta data

Duelo entre ex-lutadores do UFC seria a primeira defesa de cinturão do
brasileiro. Fitch, entretanto, diz que fez acordo para lutar em junho

Por Rio de Janeiro
Depois de derrotar Steve Carl e conquistar o cinturão meio-médio do World Series of Fighting, Rousimar Toquinho já está com luta marcada para defender pela primeira vez o seu título. O WSOF anunciou que o brasileiro vai enfrentar Jon Fitch no dia 5 de julho, em San Jose (EUA), em um duelo entre dois ex-lutadores do UFC.
Entretanto, há um impasse para que essa luta seja realizada no WSOF 11. Pelo Twitter, Jon Fitch revelou que não foi para essa data que ele aceitou o combate.
- Eu concordei lutar em junho. Não depois disso - escreveu o americano.
Steve Carl x Rousimar Toquinho WSOF MMA (Foto: Reprodução/ Facebook)Toquinho ajusta a chave de calcanhar para depois finalizar Steve Carl (Foto: Reprodução/ Facebook)
Em junho, o WSOF vai realizar sua décima edição, e é nesta data que Jon Fitch quer lutar. Mas, com essas condições, Toquinho teria apenas dois meses e meio entre um combate e outro.
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Essa não foi a primeira vez que Jon Fitch entrou em conflito com Rousimar Toquinho. Quando o brasileiro foi contratado pelo WSOF, Jon Fitch também disse que não o enfrentaria. Tudo por causa da polêmica de Toquinho em sua saída do UFC, quando ele demorou a soltar a finalização contra Mike Pierce e machucou o adversário.
UFC 156 Jon Fitch e Demian Maia (Foto: Agência Getty Images)Jon Fitch defende mata-leão de Demian Maia em sua última luta no UFC (Foto: Agência Getty Images)
Além de Rousimar Toquinho x Jon Fitch, a organização também divulgou que a disputa do cinturão do peso-leve entre Justin Gaethje e Nick Newell será o coevento principal do WSOF 11 e que a estrela dos meio-pesados Tyrone Spong também estará no card.

Primeiro iraquiano do UFC lembra infância no país: 'Vi muitas bombas'

Alan Omer, que estreia em Abu Dhabi, diz representar primeiro a Alemanha, país que o refugiou após seu pai ser perseguido por Saddam Hussein

Por Rio de Janeiro
Alan Omer MMA UFC (Foto: Tim Leidecker/Control Master Management)Alan Omer é o primeiro iraquiano a lutar no UFC
(Foto: Tim Leidecker/Control Master Management)
No próximo dia 11 de abril, Alan Omer vai entrar no octógono na primeira luta do card preliminar do UFC: Minotauro x Nelson, e vai se tornar o primeiro lutador iraquiano a atuar pela organização. Omer, todavia, passou apenas pouco mais de três anos de sua vida no Curdistão iraquiano, região do Iraque onde nasceu e cresceu. Em 1992, sua família foi forçada a fugir do país por conta da Guerra do Golfo. Seu pai era um médico no exército iraquiano, postado na fronteira com o Kuwait, e toda sua infantaria desertou quando a guerra foi declarada. O ditador Saddam Hussein não gostou nada da "traição" e sentenciou todos à morte.
Aí começou a jornada de Alan Omer e sua família. Eles passaram pela Síria, Jordânia e Iêmen, países também envolvidos em guerras civis e bombardeios.
- Tenho algumas memórias, não muitas. Quando eu saí, a guerra tinha acabado, mas estava tudo destruído, todas as sanções, não tinha muita comida. Todos os problemas causados pela guerra, eu vi tudo. Quando saímos do Iraque, eu tinha 2 ou 3 anos, fomos para o Iêmen por três anos, e a mesma coisa estava acontecendo lá. Houve uma guerra civil enquanto estávamos lá. Vi muitas guerras. Eu sempre cresci vendo militares, brigas... Vi muitas brigas quando tinha 2 ou 3 anos. Vi a guerra civil dos curdos, via jatos militares voando sobre nossas cabeças e bombardeando a cerca de um ou dois quilômetros de nós. Vi tudo isso. Mas... Você se acostuma com isso. Você precisa, senão não sobrevive. Nos acostumamos a isso - afirmou Omer ao Combate.com.
Sua vida mudou quando sua família seguiu para a Alemanha, quando tinha seis anos de idade.
- Houve muita gente que fugiu do Iraque para a Alemanha. Era como um paraíso, uma grande diferença para o Oriente Médio. Quando chegamos, não tínhamos uma grande situação financeira, mas tínhamos segurança.
Seu pai ficou impedido de trabalhar como médico por causa da burocracia para se obter as licenças para atuar na área na Alemanha, mas a família recebeu ajuda financeira do governo para se manter no país. Por isso, mesmo após seu pai retornar ao Curdistão iraquiano há dois anos, Omer se sente primeiro como um representante alemão. Da mesma forma, não sente que tem uma responsabilidade de "melhorar" a imagem dos iraquianos perante o mundo.
- Primeiro, represento a Alemanha, porque a Alemanha me ajudou com tantas coisas. Minha vida inteira foi na Alemanha. Mas também represento o Curdistão, a região do Curdistão do Iraque. Não penso que tenho uma responsabilidade. Apenas penso em como estou me comportando. Não sou responsável por 200 milhões de pessoas. Não posso mudar a mente das pessoas daqui do Oeste sobre como pensam. Falo de mim e só de um grupo pequeno. Não me sinto responsável por isso - explicou.
Alan Omer MMA UFC (Foto: Darren Benson/Divulgação)Alan Omer (dir.) em ação no Bamma, evento do qual foi campeão (Foto: Darren Benson/Divulgação)
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Apesar da "herança" de guerra, a luta chegou até Alan Omer por acidente. Alguns amigos o convenceram a ir à academia para treinar e logo o peso-pena estava apaixonado pelas artes marciais.
- Nos primeiros dois anos, eu não sabia o que MMA era. Eu só sabia o que estava fazendo ali, mas não sabia que existia um UFC, um Pride, lutas televisionadas e que dava para ganhar dinheiro com isso. Eu estava apenas treinando e lutando e, depois disso, percebi isso. A cena na Alemanha não era muito grande.
Uma vez que descobriu, engatou numa carreira de sucesso. Em 21 lutas, venceu 18, incluindo nove das últimas 10. Ele tem seis vitórias por nocaute, 10 por finalização e apenas duas por pontos.
- Eu não tenho medo de lutar. Sou um lutador agressivo. Não entro para ganhar por pontos, ou para usar uma estratégia para não me machucar, ou fazer uma luta segura. Eu entro e luto. É isso que me torna um bom lutador, não tenho medo de andar pra frente e buscar a luta.
Agora, ele espera que sua participação no evento ajude a tornar o MMA mais popular tanto na Alemanha, quanto no Iraque, aonde voltou nos últimos anos para visitar o pai e a família.
- Após assinar com o UFC, muitas pessoas (do Iraque) me mandaram e-mails, me procuraram no Facebook, e escrevi de volta. Eles estão bem cientes disso. Eles gostam, começaram a gostar. É só o começo. No Oriente Médio, eles conhecem MMA há talvez dois ou três anos, mas está crescendo a cada dia. As pessoas lá adoram esportes de combate, estão conhecendo aos poucos e acredito que o Oriente Médio será um dos maiores mercados do MMA - garantiu.
UFC: Minotauro x Nelson
11 de abril de 2014, em Abu Dhabi (EAU)
CARD PRINCIPAL
Peso-pesado: Rodrigo Minotauro x Roy Nelson
Peso-pena: Clay Guida x Tatsuya Kawajiri
Peso-meio-médio: John Howard x Ryan LaFlare
Peso-leve: Ramsey Nijem x Beniel Dariush
CARD PRELIMINAR
Peso-pesado: Jared Rosholt x Daniel Omielanczuk
Peso-galo: Rani Yahya x Johnny Bedford
Peso-médio: Thales Leites x Trevor Smith
Peso-médio: Chris Camozzi x Andrew Craig
Peso-mosca: Alptekin Ozkilic x Dustin Ortiz
Peso-pena: Alan Omer x Jim Alers

Site russo crava Demetrious Johnson
x Ali Bagautinov para o UFC 174

Luta seria a principal do evento do dia 14 de junho, em Vancouver (CAN)

Por Rio de Janeiro
Por enquanto oficialmente sem evento principal, o UFC 174 deve ter Demetrious Johnson x Ali Bagautinov como última luta da noite. Pelo menos é o que garante o "Valetudo.ru". De acordo com o site russo, o campeão peso-mosca do Ultimate vai defender o cinturão contra Bagautinov no dia 14 de junho, em Vancouver.
Demetrious Johnson x Joseph Benavidez UFC MMA (Foto: Getty Images)Demetrious Johnson nocauteia Joseph Benavidez em sua última luta (Foto: Getty Images)
Demetrious Johnson lutou pela última vez no dia 14 de dezembro, quando nocauteou Joseph Benavidez em Sacramento (EUA). O americano já defendeu o cinturão da categoria com êxito em três oportunidades e tem 19-2-1 na carreira.
Ali Bagatinov tem 13-2 na carreira e venceu as três lutas que fez no Ultimate. A última delas foi contra o brasileiro John Lineker. Ele pode se tornar o primeiro russo campeão de uma categoria na história da organização.
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ufc John Lineker Ali Bagautinov (Foto: Joe Camporeale / USA TODAY Sports / Reuters)Ali Bagautinov comemora vitória sobre John Lineker (Foto: Joe Camporeale / USA TODAY Sports / Reuters)
Outra luta não confirmada oficialmente e que pode fazer parte do card principal é o encontro dos meio-médios Rory MacDonald e Tyron Woodley. O brasileiro Daniel Sarafian já foi anunciado para o evento e vai enfrentar Kiichi Kunimoto.
UFC 174
14 de junho de 2014, em Vancouver (CAN)
CARD DO EVENTO
Peso-mosca: Demetrious Johnson x Ali Bagautinov*
Peso-meio-médio: Rory MacDonald x Tyron Woodley*
Peso-meio-médio: Daniel Sarafian x Kiichi Kunimoto
Peso-galo: Yves Jabouin x Mike Easton
Peso-galo: Roland Delorme x Michinori Tanaka
* Lutas não confirmadas oficialmente

Celso Barros fecha a torneira: ‘Flu tem que buscar o caminho dele’

Presidente da patrocinadora do clube diz que cota de investimento no futebol está completa: 'Nosso orçamento está muito comprometido em relação ao futebol'

Por Rio de Janeiro
O aviso dado na reeleição para a presidência da Unimed-Rio, no fim de fevereiro, foi reforçado nesta segunda-feira. Um dia depois da eliminação do Fluminense para o Vasco no Campeonato Carioca e na véspera do fechamento da janela de transferências internacionais, o presidente da patrocinadora do clube, Celso Barros, avisou que a torneira está fechada. A aplicação de dinheiro no futebol tricolor - que atualmente gira na casa de R$ 40 milhões anuais - chegou ao limite, segundo ele.
- Nossa cota de investimento está completa. O Fluminense tem que buscar o caminho dele. Não posso falar nada de reforço. Já ajudamos. Trouxemos o Conca, o Walter. Nosso orçamento está muito comprometido em relação ao futebol - disse ao GloboEsporte.com.
Conca, Celso Barros e Ricardo Berna carnaval Rio de Janeiro (Foto: Richard Souza)No carnaval, Celso Barros recebeu Conca e Ricardo Berna, ex-Flu, em seu camarote na Marquês de Sapucaí. Argentino voltou ao clube com investimento do patrocinador (Foto: Richard Souza)

Os dois jogadores citados por Celso e o meia-atacante Chiquinho, uma aposta, foram os únicos reforços contratados para a temporada. Depois disso, nenhum negócio avançou. O clube tentou fechar com Osvaldo, atacante do São Paulo, mas a troca que envolveria o meia Wagner não foi concluída. Para a zaga, setor mais contestado, ninguém chegou.
A cada entrevista coletiva o técnico Renato Gaúcho é questionado sobre a chegada de reforços. E a resposta é sempre a mesma. Ele diz que conversa com "doutor Celso" e com o vice-presidente Ricardo Tenório para trocar ideias e definir contratações. Nenhuma delas saiu do papel até aqui. Perguntado sobre a possibilidade de contratar novos jogadores, Celso Barros passou a bola.
A parceira é importante? Claro que é importante. Mas tem que ligar para o presidente, para o Tenório. Não sou presidente do Fluminense
Celso Barros, presidente da Unimed-Rio
- A parceira é importante? Claro que é importante. Mas tem que ligar para o presidente (Peter Siemsen), para o Tenório. Não sou presidente do Fluminense - frisou.
Depois da eliminação tricolor no Carioca, Renato deixou claro que precisa de peças para oxigenar o grupo. Celso Barros, por ora, apenas lamenta a derrota na competição.  
- Quer saber se fiquei triste? Fiquei. O time perdeu? Perdeu. Como sempre alguém perde. A gente espera que se recupere na Copa do Brasil e vamos ver o Brasileiro.
Após a derrota por 1 a 0 para o Vasco, na semifinal, Barros, Renato e Tenório debateram a queda da equipe na competição. No encontro, ainda no domingo, Renato apontou erros individuais cometidos contra o rival e elegeu seus culpados pelo resultado. Celso, por sua vez, voltou a insistir no retorno de Rodrigo Caetano para o cargo de diretor executivo de futebol. Caetano ocupa o cargo no Vasco e tem contrato até o fim do ano. Por opção, o presidente do clube, Peter Siemsen, não participou do encontro. A diretoria tricolor não quer Caetano de volta.
Segundo o presidente da patrocinadora do Fluminense, não há nenhum novo encontro marcado para os próximos dias para tratar de contratações.
- Não tem nada. Conversa nenhuma - afirmou, em tom tão ácido quanto aquele que marca o momento da relação entre Unimed e Fluminense.   

Corinthians encaminha a contratação do meia Petros, do Penapolense

Jogador de 24 anos tem exames marcados para esta terça e deve assinar para o Brasileiro. Caso Elias não seja contratado, volante pode entrar em 'pacote'

Por São Paulo
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Petros, do Penapolense, contra a Ponte Preta, pelo Paulistão (Foto: Silas Reche / CA Penapolense)Petros deve ser primeiro reforço para o Brasileiro (Foto: Silas Reche / CA Penapolense)
O Corinthians está a poucos detalhes de anunciar a contratação do meia Petros, de 24 anos, destaque do Campeonato Paulista pelo Penapolense. Observado por membros da comissão técnica alvinegra durante o estadual, ele chamou a atenção por ter jogado bem contra os grandes – principalmente a goleada por 4 a 1 sobre o Santos, na primeira fase, e o 0 a 0 nas quartas de final contra o São Paulo. Ele tem salários e tempo de contrato acertados e depende apenas de exames marcados para a manhã desta terça-feira.
Caso seja aprovado, Petros vai assinar contrato com o Timão nos próximos dias – o prazo e os valores da transação ainda não foram divulgados.O meia chegaria de forma definitiva, já que o clube negocia diretamente com a Elenko Sports, empresa parceira do Penapolense e dona da maior parte dos direitos econômicos do jogador. Petros se destacou no Brasileiro da Série B do ano passado, pelo Boa Esporte, e foi negociado em janeiro para disputar o Paulistão.
O clube de Penápolis deixou a negociação a cargo da empresa e terá direito a uma "taxa de vitrine", porcentagem sobre o valor total da transferência de Petros, que tem contrato válido até 15 de abril. O jogador está liberado para acertar os últimos detalhes de seu vínculo com o Timão. Em contato com a reportagem, o gerente de futebol do Penapolense, Paulo de Carvalho, aprovou a possibilidade.
 – Fizemos uma grande campanha no Paulistão, e o Petros foi um dos que mais chamou a atenção dos clubes grandes. O Penapolense não fará qualquer objeção à uma possível negociação, pois quer o melhor para o jogador – assegurou.
Com o reforço, Mano Menezes terá mais uma opção para o meio-campo, uma de suas prioridades para o time no segundo semestre. O técnico também espera as contratações de um lateral-direito, um zagueiro e dois atacantes.
Apesar disso, um volante também deve chegar. A prioridade, claro, é Elias, com quem o clube tenta acertar até o fim da noite de terça-feira, limite para a janela de transferências internacionais no Brasil. Caso não tenha sucesso, o Corinthians pode fechar um "pacote" com o Penapolense: o clube manifestou interesse no volante Washington, também de 24 anos, outro destaque da campanha que levou o time do interior à semifinal do Paulistão.
Com Washington, a transferência seria por empréstimo até o fim do ano, sem custos e com o valor dos direitos econômicos fixado para possível compra após o fim do contrato. Isso porque ele tem contrato com o Penapolense até 2017.

Ilidio Lico Presidente PortuguesaO presidente Ilidio Lico, da Portuguesa, voltou a confirmar que vai, sim, entrar na Justiça comum para tentar devolver a Lusa à Série A do Campeonato Brasileiro. Na semana passada, ele falava sobre o temor de "perder tudo" caso fosse às últimas consequências. Nesta segunda-feira, num discurso errático, cheio de idas, vindas e contradições, ele se mostrou confuso, mas acabou dizendo que foi pressionado a tomar tal atitude.

Primeiro, ele começou dizendo que não iria à Justiça:

- Não, não vou entrar.

Em seguida, titubeou:

- Na verdade, não sei. Eu não disse se ia ou não entrar.

Depois, deixou claro que tenta pressionar a CBF a ajudar a Portuguesa financeiramente. O clube, para usar expressão do próprio presidente, está "quebrado", e precisa de um aporte para honrar os compromissos.

- Eu disse que queria ter ajuda financeira. Estava falando que se não tivesse essa ajuda, iria entrar (com o processo). Tive uma reunião com o doutor Marco Polo (Del Nero, vice-presidente da CBF). Sentamos junto à mesa. Ele falou que não tinha jeito de ajudar, porque teria que ajudar a todos os outros.

Por fim, Lico foi mais firme e disse que entrará nesta terça-feira com a ação.

- Confirmo agora que eu vou. Acontece que, quando se entra na Justiça, não sabe se vai ganhar. O doutor Marco Polo respeitou a minha atitude. Acredito que amanhã (entra com a ação). Não é brincadeira de 1º de abril. Aliás, eu nem acredito nisso, acho bobagem.
O motivo da confusão é que Lico está dividido. Por um lado, não tem interesse em comprar briga com a CBF. Por outro, vem sendo pressionado por conselheiros e, prinicipalmente, pelo vice-presidente Jurídico, Orlando Cordeiro de Barros.
- Vou entrar pela pressão. Até o meu impeachment falaram que iriam pedir - revelou.

Radar da Seleção: Kaká marca dois,
e Fred tem atuação ruim em clássico

Sem ser chamado por Felipão, meia-atacante do Milan tem boa atuação em seu jogo 300 pelo clube. Atacante do Flu joga mal, e Flu é eliminado pelo Vasco no Carioca

Por Rio de Janeiro
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radar da copa em alta 31/03 (Foto: Editoria de Arte)Kaká, Coutinho, Hulk e Daniel Alves são os destaques do Radar da Seleção (Foto: Editoria de Arte)
O principal destaque do "Radar da Seleção" desta semana não tem sido chamado pelo técnico Luiz Felipe Scolari. Fez apenas 106 minutos sob a batuta do treinador. Com dois gols, o meia-atacante Kaká comandou a vitória do Milan por 3 a 0 sobre o Chievo, em jogo válido pelo Campeonato Italiano. Foi o jogo 300 do jogador com a camisa rossonera. Quem ficou devendo foi o atacante Fred. O goleador do Fluminense errou praticamente tudo na derrota de sua equipe por 1 a 0 para o Vasco. O resultado tirou a equipe da final do Campeonato Carioca.  
Toda a semana, o GloboEsporte.com acompanha o desempenho de jogadores normalmente convocados por Felipão e daqueles que podem vir a ter uma oportunidade com o treinador. Além de Kaká, outros três jogadores tiveram atuações destacada no fim de semana. Na Rússia, após marcar duas vezes, Hulk voltou a ajudar o Zenit. O jogador deu uma assistência no triunfo de sua equipe por 2 a 0 sobre o Amkar.
Quem também se destacou foi o meia-atacante Philippe Coutinho. O jogador marcou um dos gols da vitória do Liverpool por 4 a 0 sobre o Tottenham. Além disso, o ex-vascaíno teve participação ativa nos lances que originaram os outros tentos dos Reds. Daniel Alves também foi importante na vitória do Barcelona por 1 a 0 sobre o Espanyol. O jogador deu o passe para a jogada que originou o pênalti a favor do time culé. Messi converteu a cobrança.
Quem também foi bem foi Hernanes. Deixado de lado por Felipão na última convocação, o volante brasileiro marcou nesta segunda-feira, no empate do Inter de Milão por 2 a 2 com o Livorno. O jogador, muito aproveitado na Copa das Confederações, ainda briga por uma vaga na Copa do Mundo.
Por outro lado, assim como Fred, outros nomes também não foram bem no fim de semana. Após duas derrotas do Real Madrid no Campeonato Espanhol, Marcelo foi sacado do time titular. O técnico Carlo Ancelotti apostou em Fábio Coentrão na equipe principal. Os merengues venceram o Rayo Vallecano por 5 a 0.
O Chelsea foi outro time que teve atuação abaixo do normal. Na derrota dos Blues por 1 a 0 para o Crystal Palace, David Luiz iniciou a partida entre os titulares. Porém, escalado por José Mourinho como volante. No intervalo, o defensor deu lugar para Oscar, que também não teve bom rendimento. Willian sequer saiu do banco de reservas.
Dias após afirmar que não estava "confortável" com o rodízio no Tottenham, o volante Paulinho ficou fora da derrota dos Spurs por 4 a 0 para o Liverpool. Com uma conjuntivite, o atleta sequer foi relacionado para a partida.
- Eu quero estar jogando sempre. Eu entendo a rotatividade no elenco porque é a forma que funciona aqui, mas eu não me sinto bem, não estou confortável. Quero estar sempre presente, quero sempre jogar - disse.
O goleiro Julio César também deu um susto na comissão técnica da seleção brasileira. Na derrota do Toronto F.C. por 3 a 0 para o Real Salt Lake, o arqueiro levou uma pancada na coxa e encerrou a partida mancando. Nesta segunda-feira, através de sua assessoria de imprensa, o camisa 12 do Brasil revelou que não será problema para as próximas partidas de sua equipe na Major League Soccer (MLS).
RADAR DA COPA - EM BAIXA Fred e Marcelo e Machucados Paulinho e Julio Cesar (Foto: Editoria de arte)Fred e Marcelo deixam a desejar no fim de semana; Paulinho e Julio César, machucados (Foto: Editoria de arte)

Héverton, pivô de rebaixamento da Portuguesa, se aposenta aos 28 anos

Segundo presidente do Paysandu - último clube do jogador -, meia 'não tem mais prazer em jogar'. Confusão do Brasileiro do ano passado seria o principal motivo

Por Belém
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O meia Héverton resolveu parar de jogar futebol. De acordo o presidente do Paysandu, Vandick Lima, em entrevista coletiva nesta segunda-feira, o ex-jogador da Portuguesa não estaria aguentando a pressão gerada pela repercussão do rebaixamento da Lusa no Brasileirão do ano passado, causada por sua escalação irregular no confronto contra o Grêmio.
Segundo Vandick, a decisão de se aposentar aos 28 anos não tem nada a ver com algum problema com o clube paraense, mas provavelmente com o drama que viveu na Portuguesa (confira no vídeo ao lado).
– Hoje (segunda-feira), quando cheguei na Curuzu, o Héverton me procurou dizendo que havia decidido parar de jogar futebol. Tentei convencê-lo a mudar de ideia, mas ele disse que era irreversível. Lamento muito, é um jogador que poderia nos ajudar muito nas competições. É um atleta acima da média, além de uma grande pessoa. Lamentamos tanto pelo lado do Paysandu quanto por ele, que tem apenas 28 anos. Ele me disse que não tem mais prazer em jogar futebol, em treinar. E por ter jogado no exterior, disse que tem condições financeiras que o permitem fazer isso agora. O principal motivo acredito que seja o problema que teve na Portuguesa – explicou Vandick Lima.
Heverton Paysandu gol Remo (Foto: Ricardo Lima / Agência Estado)Meia fez boas atuações no clube paraense e era titular de Mazola Júnior (Foto: Ricardo Lima / Agência Estado)
Héverton tem duas passagens pelo exterior: entre 2004 e 2006, disputou o Campeonato Turco pelo Ankaragücü; anos depois, em 2011 e 2012, esteve no sul-coreano Seongnam IC. No Paysandu, o meia vinha em boa fase. Ele foi o autor do gol que classificou o Papão para a final da Copa Verde, sobre o Clube do Remo, maior rival do Alviceleste.
Relembre o caso:
O meia foi o pivô do imbróglio envolvendo a Portuguesa e o STJD. Na 36ª rodada do Brasileiro, Héverton foi expulso por reclamação na derrota por 1 a 0 para o Bahia. Ele cumpriu suspensão automática diante da Ponte Preta, mas foi suspenso por duas partidas e acabou sendo relacionado para o confronto contra o Grêmio, no qual entrou em campo aos 32 minutos do segundo tempo.
O time paulista foi enquadrado no artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata de “incluir na equipe, ou fazer constar da súmula ou documento equivalente, atleta em situação irregular para participar de partida, prova ou equivalente”. Como punição, a Portuguesa perdeu três pontos, além do ponto conquistado no empate diante do clube gaúcho, levando ao rebaixamento e evitando a queda do Fluminense e do Flamengo, que também havia escalado André Santos irregularmente e sofreu a mesma punição.

Cícero critica finais no Pacaembu: 'Adiantou o que ser líder geral?'

Meia do Santos diz que elenco lamentou decisão no Paulista longe da Vila,
enquanto Juninho Paulista, gestor do Ituano, acha sensata a escolha

Por São Paulo
A decisão do Campeonato Paulista acontece nos dois próximos domingos, dias 6 e 13 de abril, entre dois times de fora da capital, mas a Federação Paulista de Futebol marcou nesta segunda-feira os dois jogos entre Santos e Ituano para o Pacaembu. No “Bem, Amigos!”, Juninho Paulista, gestor do Ituano, achou a decisão sensata, apesar da vontade de levar um dos jogos para a cidade do interior, enquanto o meia Cícero lamentou não poder decidir em casa o título, mesmo com o Peixe tendo feito a melhor campanha (assista ao vídeo).
- No ponto de vista do pessoal do Santos, pelos companheiros com quem converso, fica uma situação que não adiantou nada ser primeiro geral, e todo mundo sabe da força do Santos na Vila Belmiro, como acho também que o primeiro jogo podia ser em Itu, seria mais justo. Quando chegamos numa determinada situação do campeonato, começamos a focar a liderança geral. Nessas horas não pensamos em renda, pensamos no título, na nossa responsabilidade quando entramos em campo. O próprio Oswaldo (de Oliveira) falou para terminarmos em primeiro geral para decidir sempre dentro de casa. Aí vem hoje a definição pelos dois jogos no Pacaembu. Então, adiantou o que ser líder geral?
Cícero no Bem, Amigos (Foto: Marcos Guerra)Cícero não gostou de ver jogos na Vila Belmiro
(Foto: Marcos Guerra)
Apesar da melhor campanha do Santos, os mandos dos jogos da final são da federação, como já estava previsto desde o início do Paulistão. A renda das duas partidas será dividida de forma igual entre os dois clubes, mas nas arquibancadas o time de Itu terá apenas 15% da carga de ingressos, enquanto o restante ficará com o Santos. Juninho Paulista admitiu a vontade de levar um dos jogos para o interior, mas foi convencido da mudança.
- Disse que gostaria que o jogo fosse em Itu porque acho que a cidade merece, é uma oportunidade única. Aí chegamos (na Federação) e falei da minha intenção com o Reinaldo (Bastos, vice-presidente da FPF) e o Marco Polo Del Nero (presidente da FPF), e o Odílio também tinha a intenção de levar o jogo para a Vila. Aí vêm os problemas. Em Itu, o prefeito e o secretário de esportes garantiram que as obras estariam prontas até quinta-feira, com o estádio liberado para 18 mil pessoas, mas para quinta, e o arbitral era hoje e a decisão seria tomada hoje. Foi conversado e a Federação entendeu que para uma final teria que ser num estádio maior, e tanto o Novelli Jr. como a Vila são pequenos - disse Juninho.
Apesar da capacidade para receber 18 mil pessoas, o estádio em Itu só pode contar hoje com a presença de oito mil pessoas, diante da falta de segurança para comportar sua capacidade total. Juninho lembra que, por outro lado, ter mais público no estádio gera uma receita maior.
- Acho que, dentro das circunstâncias, foi uma decisão sensata. A gente também não é bobo, o Ituano depende do lado financeiro para continuarmos o trabalho, e o Ituano fora do seu estádio está fazendo um bom campeonato, é o melhor visitante - afirmou.
Apesar da melhor campanha, o Santos também não terá vantagem em campo. Caso aconteçam dois empates, a decisão será levada para os pênaltis.

De jogador preso a torturador: quando ditadura e futebol se misturaram

'Pra frente, Brasil', Brasileirões inchados e jogadores fichados: golpe militar completa 50 anos; relembre quando o esporte se envolveu com o regime

Por Rio de Janeiro
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“Democracia para esses democratas não é o regime da liberdade de reunião para o povo: o que eles querem é uma democracia de povo emudecido, amordaçado nos seus anseios e sufocado nas suas reivindicações.”
Tal trecho faz parte do famoso Comício da Central, realizado no dia 13 de março de 1964 pelo então presidente do Brasil, João Goulart, no Rio de Janeiro. Na ocasião, diante de cerca de 200 mil pessoas, Jango assinou dois decretos que iniciavam as reformas de base que defendia (agrária, bancária, administrativa, universitária e eleitoral). Foi o estopim para a ala conservadora da sociedade brasileira agir. Com o pretexto de que João Goulart pretendia instalar um regime comunista totalitário no país (veja no vídeo como os militares usaram o Comício da Central), os “democratas” citados pelo então presidente organizaram o golpe.
Em 1º de abril de 1964, Jango era deposto, e os militares assumiam o poder. Foi instalado um regime que mudou o rumo da sociedade e de muitas instituições brasileiras, e o futebol, como uma das principais manifestações de identificação cultural do país, não foi poupado. No dia em que o golpe militar de 1964 começou a ser instaurado no Brasil completa 50 anos, o GloboEsporte.com relembra alguns personagens, histórias e momentos em que ditadura e futebol se misturaram. E não foram poucos.
'pra frente, brasil!'
João Saldanha (Foto: Ag. Estado)João Saldanha foi retirado do comando da Seleção pelos militares (Foto: Ag. Estado)
“90 milhões em ação, pra frente, Brasil, do meu coração”. Qualquer amante do futebol, de qualquer idade, reconhece os versos que embalaram o tricampeonato mundial do Brasil, em 1970. A canção de Miguel Gustavo foi o símbolo do uso da seleção brasileira para promover o discurso ufanista do governo de Médici. A publicidade do governo militar, que tinha como principal mentor o coronel Otávio Costa, chegou em seu auge. Mas a intervenção naquele time foi mais explícita.

João Saldanha, técnico que assumira a Seleção em fevereiro de 1969, era comunista. A escolha do treinador se deu pela popularidade de Saldanha, que participava de programas de rádios do Rio de Janeiro. Mas a postura do comandante incomodava, e em março de 1970, a poucos meses do Mundial do México, a comissão técnica do time brasileiro foi toda alterada.

Ainda no início de carreira, Zagallo assumiu o comando. A chefia da delegação para a Copa ficou com o major-brigadeiro Jerônimo Bastos, cujo braço direito foi o major Roberto Câmara Lima Ypiranga de Guaranys, que ficou responsável pelo esquema de segurança durante o torneio. O nome de Guaranys pode ser encontrado na lista dos torturadores do regime militar.
Nome do major Guaranys, chefe da segurança do Brasil em 1970, entre os torturadores da ditadura (Foto: Reprodução/Documentos Revelados)Nome do major Guaranys, chefe da segurança do Brasil em 1970, entre os torturadores da ditadura (Foto: Reprodução/Documentos Revelados)
Em campo, o Brasil formou um de seus maiores times da história, e o grandioso triunfo diante da Itália foi perfeito para o governo, como relata o historiador Carlos Eduardo Sarmento no livro “A Regra do Jogo: uma história institucional da CBF”: “A catarse coletiva, contudo, foi largamente manipulada para que se transformasse em um patriotismo servil, com a vitória em campo associada a uma conquista do regime militar.”
afonsinho e seu jeito subversivo
Afonsinho, ex-jogador de Botafogo e Santos (Foto: Reprodução/TV Globo)Afonsinho, ex-jogador de Botafogo e Santos (Foto: Reprodução/TV Globo)
Filho de ferroviários de Marília, no interior de São Paulo, Afonso Celso Garcia Reis conviveu desde criança com causas sociais. E carregou consigo os ideais formados na infância para o resto da vida. Revelado pelo XV de Jaú em 1962, Afonsinho se destacou dentro e fora de campo pelas posições firmes e pela conquista do passe livre dos jogadores que inspiraram até música – “Meio de Campo”, de Gilberto Gil – e filme - “Passe Livre”, de Oswaldo Caldeira. Em 1965, o ex-meia foi para o Botafogo, onde ganhou os principais títulos e chamou a atenção dos militares.
Estudante de medicina na UERJ, o jogador participava de grupos de discussão e seguia sua luta para se tornar dono do próprio passe. A barba e cabelos compridos ajudavam a criar a imagem “subversiva” do meia, socialista declarado. Tudo que fazia e dizia era observado.
- A questão do passe na qual me envolvi gerou repercussões muito grandes de natureza política. Aquilo acabou tomando vultos que não interessavam ao regime militar. O rumo que aquilo acabou tomando foi enorme. Minhas posições tinham relação política grande – avaliou Afonsinho.
Os problemas começaram no clube. O estilo de vida do jogador não agradava o conservador técnico Zagallo. Afonsinho treinava separado do restante do elenco. E não jogava. A saída foi ir embora. Passou por Olaria e Vasco até chegar no Santos, em 1972, onde sentiu mais próxima a vigia dos militares.
- Em uma excursão internacional do Santos, o jornalista da delegação teve uma posição muito digna. Na volta, ele me procurou e disse que havia sido abordado por órgãos de segurança para saber se na viagem eu fazia alguma coisa, procurava uma embaixada, algo assim – confidenciou.
nando: o único jogador anistiado
No dia 9 de dezembro de 1971, o Brasil venceu a Argentina por 1 a 0 e garantiu sua vaga nos Jogos Olímpicos de Munique, realizados no ano seguinte. O gol da vitória brasileira foi marcado por uma jovem promessa: Zico. Nas Olimpíadas de 1972, a surpresa: o técnico Antoninho não levou o garoto Arthur. Na época, o ídolo do Flamengo não fazia ideia das razões para o corte da Seleção. Mas seu irmão, o também jogador Nando, tinha certeza de quais motivos levaram à saída do caçula da família Antunes da equipe olímpica brasileira.

Incentivado pela prima Cecília Coimbra – fundadora e presidente do grupo Tortura Nunca Mais –, em 1963, Nando, que cursava a Faculdade Nacional de Filosofia, e a irmã Zezé passaram no concurso do Plano Nacional de Alfabetização (PNA), programa criado por Paulo Freire. Após o golpe militar, o PNA foi extinto e seus membros considerados subversivos. Já atuante no futebol, Nando decidiu se dedicar exclusivamente ao esporte. Passou pelo futebol capixaba e pelo America-RJ, e nos dois clubes foi mandado embora sem maiores explicações. Em 1968, rumou para o Ceará, onde a situação melhorou. Até receber uma proposta do Belenenses, de Portugal.
Meteram o capuz na gente, ficamos quatro dias em um corredor, em uma cela. Passamos dois dias inteiros em pé. O braço descia e eles metiam o mosquetão nas costas
Nando, irmão de Zico, preso e torturado pela ditadura em 1970
 Aos 22 anos de idade, Nando não teve as garantias prometidas pelo clube português e foi perseguido pela polícia da ditadura de Salazar. Com a ajuda de amigos, conseguiu voltar ao Brasil, mas teve dificuldades em seguir a carreira. Em agosto de 1970, no auge da repressão do governo Médici, a prima Cecília e o marido foram presos. Enquanto consolava a tia, Nando e os primos foram surpreendidos com o toque da campainha.
- Um dos meus primos foi atender, e aí entraram aqueles f... da p... com metralhadora. Levaram a gente, eu mostrei a carteira, me conheceram na hora, e pedi para o Custódio (Coimbra) ficar. Ele ficou com a mãe, o resto foi todo mundo em cana. Três irmãos, só liberaram o médico. Meteram o capuz na gente, ficamos quatro dias em um corredor, em uma cela. Passamos dois dias inteiros em pé. O braço descia e eles metiam o mosquetão nas costas – relembra.
Nando e os primos foram levados para a rua Barão de Mesquita, no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. Os irmãos Edu e Antunes fizeram plantão na porta do local para que fossem liberados, e o fato de serem conhecidos ajudou na tarefa. Nando saiu fichado, mas com a ajuda do pai, que conhecia o presidente do Conselho Nacional do Desporto (CND), conseguiu limpar seu histórico. Ainda jogou pelo Gil Vicente, de Portugal, mas sem sucesso. Em 2010, Nando se tornou o único jogador de futebol do Brasil a ser anistiado.
- Em 1969, o Edu foi o craque do ano. Era barbada para ser convocado para a Seleção. No pré-olímpico, o Brasil se classificou com um gol do Zico, que era o principal jogador do time. O João Havelange pediu a relação dos jogadores que iam para as Olimpíadas e devolveu faltando um jogador. Tudo isso por causa do meu envolvimento com o PNA e com os meus primos - recorda.
placa para geisel
Carlos Alberto Torres e Pelé entregam placa a Geisel (Foto: Reprodução/Arquivo O Globo)Carlos Alberto Torres, Leão e Pelé entregam placa a Geisel (Foto: Reprodução/Arquivo O Globo)
No dia 6 de outubro de 1976, o Maracanã recebeu um amistoso entre a seleção brasileira e o Flamengo. O jogo foi em homenagem ao jovem meia rubro-negro Geraldo, que morrera em agosto daquele ano, vítima de choque anafilático quando realizava uma operação para retirada das amídalas. A renda dos mais de 140 mil pagantes seria destinada à família do jogador. A partida foi também a última de Pelé com a camisa da Seleção.

O Flamengo venceu por 2 a 0, mas no intervalo do jogo sobrou tempo para um ato político. Três jogadores do Brasil se encontraram com o presidente Geisel, que estava nas tribunas do Maracanã. Como escreveu o jornal O Globo na edição do dia 7 de outubro de 1976, “Pelé, Carlos Alberto e Leão, lhe entregaram, respectivamente, um cartão de prata em agradecimento pela regulamentação da profissão de atleta, uma Bíblia e um troféu”.
'Onde a arena vai mal, um time no nacional'
A frase acima, segundo o historiador Carlos Eduardo Sarmento, é atribuída ao Almirante Heleno Nunes, presidente da CBD entre 1975 a 1979, e depois da recém-criada CBF, no biênio 1979-1980. Heleno era presidente da Aliança Renovadora Nacional (Arena) – partido governista criado após o golpe – no Rio de Janeiro. Atendendo a interesses dos aliados políticos em diferentes estados, a CBD passou a convidar equipes para participar do Campeonato Brasileiro.

Em seu segundo ano à frente da instituição, Heleno incluiu mais 12 equipes no torneio, que teve 54 times. Em 1977, o número passou para 62. Mas em 1978, ano de eleições, a lista de convidados aumentou. Foram 74 times, sendo 11 estreantes. Um exemplo do uso político do campeonato foi o Itabuna, como explica o jornalista Roberto Assaf no livro “História Completa do Brasileirão”.

“O Itabuna entrou no campeonato bancado por um mutirão integrado por produtores de cacau, maior riqueza da região, e pelo governo do estado, que era da Arena, e que estava de olho na prefeitura do município, ocupada pelo MDB”
falcão internacional 1979 brasileirão (Foto: Agência Gazeta Press)Inter campeão Brasileirão de 1979: campeonato com 94 clubes (Foto: Agência Gazeta Press)

Em 1979, o Brasileirão teria a sua edição com o maior número de participantes da história – e que dificilmente será batido: 94 clubes, com 23 estreantes. Curiosamente, foi o único ano em que o campeão conquistou o título de forma invicta. Com 16 vitórias e sete empates, o Internacional levou seu tricampeonato.
reinaldo: o punho do protesto
Artilheiro do Brasileirão de 1977 com 28 gols pelo Atlético-MG, o jovem Reinaldo, então com 20 anos, já era a alegria da massa. No ano seguinte, chegou à Seleção e foi levado por Coutinho para a Copa do Mundo na Argentina. Mas os gols que marcou pelo Galo chamaram atenção do presidente Ernesto Geisel. O punho cerrado e levantado, um símbolo socialista, era a marca do jovem atacante a cada tento que fazia. Na preparação para o Mundial, quando o time brasileiro estava no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, em Porto Alegre, Geisel deixou um recado para o jovem Reinaldo.
reinaldo atlético-mg (Foto: Mauricio Paulucci)Reinaldo e sua marca registrada (Foto: Mauricio Paulucci)
- Quando fomos recebidos no Palácio Piratini, o Ney Braga, ministro da Educação, me conduziu para o presidente, que disse: “É esse que é o garoto? Você está bem, joga bem. Mas não fala de política, menino. A gente trata de política”. Diante de um general, fardado, tudo que pude responder foi “sim, senhor” - conta o maior ídolo atleticano.

O recado estava dado. Porém, na estreia do Brasil, contra a Suécia, em Mar del Plata, quando Reinaldo marca o gol de empate por 1 a 1, não hesita em parar e erguer o punho direito, mesmo que por poucos segundos. O atacante ainda jogaria a próxima partida, contra a Espanha, mas não voltaria mais ao time. Segundo o ex-jogador, o Almirante Heleno Nunes, presidente da CBD na época, tirou ele e Zico do time. Mas o Rei não se queixa.

- Na minha vida de jogador, não tinha tempo para protestar, armar nada contra o governo. Não era assim. Claro que tem ficha minha no Dops (Departamento de Ordem Política Social), pelas minhas amizades, pelos eventos que eu ia, lançamento de livros. Mas participei dessa geração de luta. Hoje, com meus 57 anos, estou desfrutando de uma democracia na plenitude. Esse é o meu grande orgulho. Alguns pagaram com a vida para isso. Eu simplesmente participei dessa geração dentro do futebol.
Sócrates, casão e até pelé: os fichados do dops
Ficha de Sócrates no Dops SP (Foto: Reprodução/Arquivo do Estado de São Paulo)Ficha de Sócrates no Dops SP (Foto: Reprodução/Arquivo do Estado de São Paulo)
Na fase final da ditadura, um movimento marcou o futebol brasileiro. Em 1981, liderado por Sócrates, Casagrande e Wladimir, o Corinthians iniciou a chamada Democracia Corintiana, onde jogadores, comissão técnica e diretoria decidiam tudo no clube por meio do voto. A iniciativa não foi uma surpresa para quem conhecia seus mentores, principalmente o Magrão. Sócrates era atuante no movimento a favor das eleições diretas, além de ser esquerdista.

Com tal atuação, os atletas eram observados pelo regime militar e tinham fichas no Dops. Nos arquivos relacionados ao “Doutor”, aparecem registros de jornais que citam a participação do ex-jogador em alguns eventos, incluindo uma sessão do Movimento Pacifista Brasileiro. Nem mesmo Pelé escapou. O prontuário do Rei relata que o atleta recebeu pedido de indulto de três presos políticos e comprou ações de uma rádio.
Ficha de Pelé no Dops SP (Foto: Reprodução/Arquivo do Estado de São Paulo)Ficha de Pelé no Dops SP (Foto: Reprodução/Arquivo do Estado de São Paulo)


didi pedalada: jogador torturador
Cruzeiro-RS de 1969, Didi Pedalada terceiro agachado (Foto: Reprodução/Cruzeiro-RS)Didi Pedalada: agachado, o terceiro, da esquerda para a direita, com o Cruzeiro-RS de 1969 (Foto: Reprodução/Cruzeiro-RS)
Em novembro de 1978, o jornalista gaúcho Luiz Cláudio Cunha, à época repórter da sucursal da revista Veja em Porto Alegre, recebeu um telefonema anônimo. Na ligação, Luiz foi alertado de que um casal uruguaio, que morava na capital gaúcha, fora sequestrado. O repórter, ao lado do fotógrafo João Baptista Scalco, foi até o apartamento citado pela denúncia.

Lá, descobriram que militares uruguaios e brasileiros estavam em uma ação clandestina, que fazia parte da Operação Condor – aliança dos regimes sul-americanos de combate a opositores –, na qual os militantes da oposição uruguaia Universindo Rodríguez Díaz e Lílian Celiberti e seus dois filhos haviam sido sequestrados. A operação foi desfeita, e o casal, que seria assassinado, libertado. Em 1980, a Justiça brasileira condenou dois policiais: João Augusto da Rosa, do Dops gaúcho, e Orandir Portassi Lucas, mais conhecido como Didi Pedalada.

Didi se destacou nos anos 60 e 70 atuando por Internacional e Atlético-PR. Jogou também por Guarany de Bagé e Cruzeiro-RS e em clubes do México e dos Estados Unidos. Ao encerrar a carreira, se tornou escrivão da polícia e, segundo os relatos de Universindo, um dos seus sequestradores que mais o torturavam. Didi faleceu em 2005, vítima de parada cardíaca.

Fiscais interditam local de acidente que matou operário na Arena

Montagem das arquibancadas provisórias está interrompida até que a empresa responsável atenda às exigências da fiscalização

Por São Paulo
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acidente arena corinthians (Foto: Taba Benedicto/Futura Press)Local do acidente está interditado
(Foto: Taba Benedicto/Futura Press)
A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) de São Paulo interditou nesta segunda-feira as obras de instalação de arquibancadas provisórias na Arena Corinthians. No último sábado, o operário Fábio Hamilton da Cruz, de 23 anos, morreu ao sofrer uma queda de oito metros. Os fiscais avaliaram que o processo de montagem das arquibancadas não estão de acordo com as normas de Segurança do Trabalho e exigem que sejam instaladas telas de proteção para evitar novos acidentes. A Arena Corinthians vai receber a abertura da Copa do Mundo de 2014, entre Brasil e Croácia, de 12 de junho. A previsão de entrega à Fifa é dia 15 de abril.

A Fast Engenharia, empresa responsável pela montagem das estruturas provisórias (que serão desmontadas após a realização da Copa do Mundo), confirma que foi notificada e que, nesta terça-feira, fará uma análise técnica para atender às exigências da fiscalização.

Até lá, os trabalhos na área permanecerão interrompidos. O restante da obra continua normalmente.

A Polícia Civil de São Paulo segue investigando o acidente. Os primeiros indícios dão conta de que houve negligência do operário. Responsável por registrar o caso e acompanhá-lo neste início, o delegado Rafael Pavarina, do 24º DP, no bairro da Ponte Rasa, em São Paulo, afirmou que os relatos são de "excesso de confiança" da vítima, que não se prendeu a um cabo de segurança durante um trabalho específico. Já a família da vítima afirma que Fábio não tinha qualificação necessária para realizar esse tipo de serviço.