terça-feira, 26 de agosto de 2014

Dana White e UFC se desculpam com juiz retirado do evento feito em Macau

Howard Hughes foi impedido de continuar julgando as lutas do evento após, na opinião da organização, ter errado nas duas primeiras lutas do card preliminar

Por Las Vegas, EUA
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Dana White UFC MMA (Foto: Evelyn Rodrigues)Dana White se desculpou por ordenar que juiz fosse
retirado do UFC Macau (Foto: Evelyn Rodrigues)
O UFC divulgou um comunicado oficial nesta terça-feira assumindo que seu presidente, Dana White, não tem autoridade para retirar um juiz lateral de um evento e impedí-lo de julgar uma luta, como foi feito com Howard Hughes no último sábado, após a segunda luta do card preliminar do UFC Macau. Irritado com o que considerou erros de julgamento de Hughes, White ordenou que ele fosse retirado do evento, sendo substituído por outro juiz.
Como não há um órgão regulador de esportes de combate na China, o UFC assumiu o papel de se auto-regular. Marc Rattner, vice-presidente do UFC para assuntos regulatórios, não estava em Macau, tendo ficado nos EUA para o evento que aconteceu na cidade de Tulsa, no mesmo dia.
Leia o comunicado oficial do UFC:
"Após uma revisão interna, a organização do UFC anunciou que ocorreu uma violação do seu protocolo regulador independente na noite do último sábado, durante o UFC Macau.
Após a segunda luta da noite, o presidente do UFC, Dana White, pediu que Howard Hughes, um dos cinco juízes designados do evento, fosse impedido de trabalhar em quaisquer outras lutas. De acordo com o protocolo do UFC, nem White, nem qualquer outro executivo possui essa autoridade. No entanto, o protocolo foi violado e Hughes não trabalhou mais naquela noite.
A organização do UFC sempre foi a favor de supervisão e regulação governamental. Além disso, o UFC estabeleceu um protocolo para auto-regular eventos quando não existir uma comissão atlética oficial, federação ou outro órgão regulador. Quando o UFC realiza eventos em locais sem um órgão regulador, o protocolo do UFC diz que reguladores internos da organização exercerão todas as funções da comissão de forma independente e sem interferência de executivos da empresa ou seus empregados.
O UFC continua empenhado em manter o mais rigoroso ambiente regulatório para a competição e promete que nenhuma violação de protocolo semelhante acontecerá novamente.
Tanto Dana White quanto o UFC pedem desculpas ao Sr. Hughes colocar em dúvida seu julgamento profissional. Hughes julgou mais de 25 eventos do UFC, que está ansioso para que ele trabalhe em seus eventos novamente no futuro."

Ronda quebrou costela do diretor de "Mercenários 3" durante as gravações

Revelação foi feita pelo próprio Patrick Hughes, que diz ter tentado ajudar a lutadora a relaxar para as filmagens deixando-a acertar um soco nele

Por Las Vegas, EUA
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Campeã dos pesos-galos do UFC, Ronda Rousey vem aos poucos se tornando uma nova estrela dos filmes de ação em Hollywood, com participações em filmes como "Velozes e Furiosos 7" e "Entourage". Seu primeiro filme a chegar ao público foi "Mercenários 3", que estreou há duas semanas nos EUA, e o diretor Patrick Hughes revelou, em entrevista coletiva, que Ronda literalmente quebrou suas costelas durante as gravações. Mas não houve uma agressão gratuita, e sim consentida pelo próprio Hughes. Atuando com estrelas consagradas como Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger e Wesley Snipes, a loura se mostrou muito nervosa nos bastidores para gravar sua primeira cena, e Hughes foi tentar ver como poderia ajudá-la.
UFC Ronda Rousey mercenários 3 (Foto: Agência AP)Ronda Rousey quebrou a costela do diretor do filme "Mercenários 3" durante as gravações (Foto: AP)
- Eu lembro que, na primeira cena que gravamos com Ronda, eu apanhei. O que aconteceu foi que eu a vi nervosa para a gravação e fui perguntá-la se poderia ajudar de alguma forma. Perguntei o que ela fazia para relaxar antes de uma luta, e ela disse que fazia sparrings no seu quarto de hotel, para extravasar. Eu perguntei se ela queria bater em alguma coisa, e ela me disse que queria bater em mim. "Levante seus braços", ela disse, e eu vi que ela ia realmente me socar. Eu levantei os braços e ela realmente me acertou. Na manhã seguinte, quando estava me vestindo, minha filha de sete anos de idade se assustou com a marca roxa que havia na minha costela, que estava quebrada. Eu disse a ele que apanhei de uma atriz - disse Hughes.
Rousey negou que a costela de Hughes estivesse quebrada, mas admitiu que tenha dado um soco no local para iniciar as filmagens.
- Não, a costela dele não quebrou! Eu não bati tão forte assim! Eu estava muito nervosa, porque achava que seria como uma criança que chega pela primeira vez em sua nova escola. Imaginava que chegaria no refeitório e ninguém me deixaria sentar ao seu lado, por eu não ser uma atriz. Eu não sabia o que esperar, por isso esperava o pior. Mas acabei me sentindo um ursinho de pelúcia, de tanto que me abraçaram e me deram carinho e atenção. Todos foram muito amáveis comigo, e fazia de tudo para que me sentisse confortável. A minha primeira impressão poderia ter sido melhor. Acho que ficaria mais desconfortável se fosse a filmagem de "Sex and the City 4" ou algo do gênero - disse a lutadora.

UFC Rio 5 terá ingressos com preços que variam entre R$ 95 e R$ 1600

Evento acontece dia 25 de outubro no Maracanãzinho e entradas começam a ser vendidas via internet nesta quarta-feira, dia 27/08, e no ginásio em 18/10

Por Rio de Janeiro
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Foram divulgados nesta terça-feira os preços dos ingressos para o UFC 179, ou UFC Rio 5, que acontece dia 25 de outubro no Ginásio do Maracanãzinho. A divulgação aconteceu durante o evento para a imprensa que reuniu no Maracanã os protagonistas das duas lutas principais do show: os pesos-penas José Aldo e Chad Mendes e os meio-pesados Glover Teixeira e Phil Davis. Também foi divulgado o pôster oficial do evento, uma ilustração do artista Cristiano Siqueira com José Aldo e Chad Mendes em destaque, sobre o Maracanãzinho.
UFC josé Aldo e Chad Mendes Maracanã (Foto: André Durão )Pôster do UFC Rio 5 traz ilustração de José Aldo e Chad Mendes no Maracanãzinho (Foto: André Durão )
Os ingressos estarão à venda a partir da próxima quarta-feira, dia 27/08, no site da Tickets for Fun. Nas bilheterias oficiais do Maracanãzinho a venda acontece entre os dias 18 e 25 de outubro, das 10h às 20h.
O evento terá início às 20h30m, e o card principal está programado para começar à 0h. O público terá acesso ao ginásio a partir de 18h30m.
Confira os preços dos ingressos e os setores disponíveis:
Arquibancada - R$ 190 (meia-entrada a R$ 95)
Cadeira C - R$ 290 / (meia-entrada a R$ 145)
Cadeira B -R$  650 / (meia-entrada a R$ 325)
Cadeira A - R$ 950 / (meia-entrada a R$ 475)
Cadeira Premium - R$ 1200 / (meia-entrada a R$ 600)
Octógono Premium - R$ 1600 / (meia-entrada a R$ 800)
Portadores de necessidades especiais - R$ 95 (preço fixo)

Após cirurgia, médico garante que Erick Silva terá mais resistência física

Lutador teve corrigido um desvio de septo nasal, que, segundo cirurgião, prejudicava sua ventilação pulmonar e tem ligação direta com o gás

Por Rio de Janeiro
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erick silva ufc (Foto: Ivan Raupp)Com a cirurgia, Erick Silva terá mais gás nas lutas,
de acordo com médico (Foto: Ivan Raupp)
Uma cirurgia pode ter resolvido um problema que atrapalhou Erick Silva na última luta. Na derrota para Matt Brown, o meio-médio capixaba começou bem e teve chance de terminar o combate, mas gastou muita energia na tentativa de finalizar e acabou se cansando rapidamente. De acordo com o Dr. João Daniel Caliman, cirurgião crânio-maxilo-facial, a resistência física de Erick vinha sendo prejudicada por um desvio de septo nasal, uma vez que a ventilação pulmonar estava comprometida. Com a cirurgia realizada no início deste mês, no Espírito Santo, o médico garantiu que o lutador terá uma sensível melhora nesse quesito.
- O paciente Erick Silva apresentava desvio de septo nasal em formato de “S”, que obstruía quase completamente ambos os lados do nariz, além de aumentar as estruturas chamadas conchas nasais, fazendo com que o nariz ficasse ainda mais obstruído. Sem dúvida, essa obstrução nasal acentuada prejudicava a ventilação pulmonar e, por conseguinte, a resistência física, uma vez que, quando não respiramos pelo nariz, o pulmão não se expande em sua plenitude. A cirurgia transcorreu muito bem e, apesar das repetidas fraturas dos ossos nasais e do septo já sofridas, todos os problemas funcionais identificados foram corrigidos. Seguramente, após a recuperação e o restabelecimento total da respiração nasal, o Erick terá uma importante melhora em sua resistência física - explicou o médico, via assessoria de imprensa do atleta.
Erick Silva, por sinal, está com alguns novos integrantes em sua equipe. O time agora é composto por Josuel Distak (head coach), Rogério Camões (preparador físico), Victor Silvério (treinador de jiu-jítsu), Daniel Mendes (muay thai e boxe), Pedro Cubano (wrestling), Jaqueline Figueiredo (fisioterapeuta) e Dr. Rodrigo Mauro (médico). Seu novo empresário, Duda Mauro, já havia sido anunciado durante entrevista ao Combate.com. O lutador retomou o trabalho físico moderado esta semana e voltará a treinar MMA no primeiro dia de setembro. A ideia dele é estar novamente dentro do octógono na segunda quinzena de novembro.

"Tenho que me tornar melhor, mais completo", admite Junior Cigano

Ex-campeão do UFC aprende com derrotas para Velásquez e se desprende do boxe. Ele foca em aumentar repertório e evoluir a mente para voltar ao topo

Por São Paulo
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A mentalidade de concentrar o trabalho no que se tem de melhor ficou para trás. Com as duas derrotas dominantes para o campeão Cain Velásquez, o peso-pesado Junior Cigano aprendeu que era preciso ir além, incrementar o jogo, ter a maior evolução possível também nas demais áreas para, assim, tornar-se um lutador mais completo. Com esse novo pensamento, ele enfim conseguiu se desprender um pouco do boxe. Saiu de sua zona de conforto em Salvador e, ainda contando com o apoio de seu mestre Luiz Dórea, juntou-se à Nova União, no Rio de Janeiro, onde ganhou uma visão diferente do renomado Dedé Pederneiras.
- As coisas têm melhorado. Tenho aprendido uma nova forma de encarar as coisas, um novo método de treinamento e de ensino. Isso vai agregar muito ao meu estilo de luta. Uma coisa que está muito clara é que tenho que me tornar melhor, mais completo. Claro que vou priorizar o boxe, porque é uma coisa que realmente gosto de fazer, e acredito muito nas minhas mãos. Mas tenho que me tornar um lutador mais completo, preparado para lutar em qualquer área, tanto no chão, quanto derrubando, usando as quedas a meu favor e as defendendo também - disse, em entrevista ao Combate.com no CT de MMA do Corinthians, em São Paulo.
Junior Cigano no CT de MMA do Corinthians (Foto: Ivan Raupp)Junior Cigano no CT de MMA do Corinthians (Foto: Ivan Raupp)
O que também estava faltando para Cigano, segundo o próprio, era melhorar a parte psicológica. Não no sentido de que fosse inconstante mentalmente, nada disso. O problema é que, segundo o próprio, faltava seguir uma estratégia de luta traçada de acordo com o adversário em vez de tentar resolver sempre com um nocaute ou uma finalização.
- Eu com certeza tenho condições de enfrentar qualquer um no mundo, mas acho que é mais a cabeça, o seu entender, o psicológico, do que o trabalho físico e a técnica. Sempre treinei wrestling, jiu-jítsu, boxe, muay thai, mas na hora das lutas eu priorizo o boxe. É uma coisa que acaba sendo natural. Então, a partir do momento em que eu conseguir colocar isso na minha cabeça, que eu preciso estar apto a usar qualquer arte marcial na hora da luta para buscar a vitória... Porque muitas vezes não é só nocaute e finalização que funcionam. Às vezes você tem que jogar para pontuar também.
Cigano disse ainda que seu head coach (treinador principal) hoje não é nem Dedé Pederneiras nem Luiz Dórea, e sim os dois, e que acha importante fazer mais lutas para botar em prática esse novo método de combate antes de ter a chance de encarar Velásquez novamente. E ele acredita no potencial do compatriota Fabricio Werdum na disputa de cinturão no UFC 180, dia 15 de novembro, exatamente contra Cain.
A seguir, veja a entrevista com Junior Cigano na íntegra:
Combate.com: Você recentemente quebrou o dedo da mão, depois machucou o joelho. Dá para dizer que está numa maré de azar?
Junior Cigano: Não diria maré de azar. Na verdade não cheguei a sofrer a lesão do joelho. Quando aconteceu a lesão da mão, e tive que desistir da luta (contra Miocic) para focar na recuperação, do nada o joelho começou a doer. Eu não estava treinando. Acho que a gente acaba convivendo com a dor e às vezes não consegue nem entender o que realmente está acontecendo. Quando parei para recuperar a mão, o joelho começou a doer. Foi meio estranho. Mas fiz os exames, não tem nada. É só a dor mesmo. O médico me recomendou muita fisioterapia, que ainda estou fazendo. Estou buscando a recuperação para ficar 100% novamente.
Tenho que me tornar um lutador mais completo, preparado para lutar em qualquer área, tanto no chão, quanto derrubando"
sobre seu novo estilo de luta
Hoje você está em quantos por cento?
Graças a Deus estou muito bem já. Faltam detalhes só. Estou perto dos 100% fisicamente.
Para quando você planeja seu retorno? Teremos card no Brasil em outubro, novembro e dezembro. Tem o card do México em novembro. Enfim...
Quero voltar o mais rápido possível, até porque em outubro vai fazer um ano que não luto. Isso tem me deixado maluco (risos). Amo fazer o que faço, e a gente faz isso para viver também, então quero voltar logo, até para me manter em dia nos treinamentos. Meu normal é treino e competição, então quero voltar ao normal o mais rápido possível. Estou vendo como as lesões estão respondendo. Correndo tudo bem, acho que já posso marcar minha próxima luta. Na melhor das expectativas, novembro seria uma data boa para mim. Quero muito lutar antes do final do ano. Novembro seria bem legal, talvez na segunda metade do mês.
A luta que todo mundo estava querendo ver no peso-pesado era você contra o Stipe Miocic. É essa a luta que você quer para o seu retorno?
Não escolho adversário, nunca escolhi nem vou escolher. Acho que a gente tem que lutar contra todos, e quero enfrentar sempre os melhores. Acho que o Miocic está vindo muito bem, vindo de grande vitórias, e acho que seria, sim, uma luta bem interessante para o público e para o próprio UFC. E para mim também. Ele é um cara que vem do wrestling, tem quedas boas, também prioriza o boxe. Eu já estava estudando o jogo dele. Seria uma luta muito boa, mas a gente tem outros atletas no UFC e, seja quem for, vou estar me preparando da melhor maneira possível.
O que mudou no Cigano desde que ele foi para a Nova União?
Depois que comecei a ter a ajuda do professor Dedé Pederneiras e do time da Nova União, acho que acabei agregando valores bem significativos à minha carreira. As coisas têm melhorado. Tenho aprendido uma nova forma de encarar as coisas, um novo método de treinamento e de ensino. Isso vai agregar muito ao meu estilo de luta. Uma coisa que está muito clara é que tenho que me tornar melhor, mais completo. Claro que vou priorizar o boxe, porque é uma coisa que realmente gosto de fazer, e acredito muito nas minhas mãos. Mas tenho que me tornar um lutador mais completo, preparado para lutar em qualquer área, tanto no chão, quanto derrubando, usando as quedas a meu favor e as defendendo também.
Cain Velasquez x Junior cigano Dos Santos ufc 166 (Foto: Getty Images)Cain Velásquez e Junior Cigano têm a maior rivalidade do peso-pesado hoje (Foto: Getty Images)
E é nisso que o Dedé tem te ajudado bastante?
O Dedé tem me ajudado bastante. Ele é um cara muito inteligente, não é à toa que concorre sempre nas eleições de melhor treinador do ano. O jeito de ele enxergar a luta é um jeito bem experiente e diferente. É difícil você alcançar isso. Acho que ele, junto do professor Dórea, vão fazer um trabalho bem legal e vão me deixar muito bem preparado para as minhas lutas.
Quem é seu head coach: Dedé, Dórea, ou os dois têm o mesmo peso?
Os dois ocupam a mesma função. Como tenho ficado mais no Rio de Janeiro, o Dedé tem assumido a maior parte de tudo, mas sempre numa comunicação boa com todos. O pessoal da Nova União é muito junto, unido. O Dedé tem passado tudo para eles também, e tudo tem funcionado de uma maneira legal. Eu tenho gostado.
Você enfrentou o Cain Velásquez três vezes. O que ele te acrescentou como lutador? Qual a importância que ele teve e ainda tem na sua carreira?
Uma importância enorme. Foi o atleta mais importante que já enfrentei até hoje. Eu o tomei como experiência e aprendizado. Na minha opinião, ele demonstrou muita inteligência nas lutas. O time dele estava muito empenhado. A gente pôde perceber que o treinador dele estava muito preocupado para ele não me dar distância, não me deixar usar o boxe de jeito nenhum, ficar colado o tempo todo. Isso me impossibilitou de estar usando meu boxe, que é minha arma mais forte. Ele acabou frustrando meus ataques. Não me senti mais confortável para atacá-lo. Acho que eles estudaram bastante meu jogo, o que eu poderia trazer de desafio para ele. Na primeira luta eu o nocauteei, e depois ele veio muito mais preparado e focado. Eu o admiro como atleta, é um cara que tem de ser respeitado. Ainda estou aprendendo muito. O meu objetivo hoje é superá-lo. Quero superar o campeão. Na atualidade ele é o campeão, então quero superá-lo. E mesmo não sendo pelo título, seja qual for o motivo pelo qual vai acontecer essa luta, quero, sim, estar lutando contra ele novamente. Com essa experiência que tenho ganhado, acho que vou me tornar um lutador melhor, mais experiente e, com tudo isso, mais forte.
Mesmo não sendo pelo título,
seja qual for o motivo pelo qual
vai acontecer essa luta, quero,
sim, estar lutando contra ele novamente"
sobre Cain Velásquez
Você já se considera pronto para enfrentár o Velásquez de novo? Ou isso ainda vai acontecer?
Eu com certeza tenho condições de enfrentar qualquer um no mundo, mas acho que é mais a cabeça, o seu entender, o psicológico, do que o trabalho físico e a técnica. Sempre treinei wrestling, jiu-jítsu, boxe, muay thai, mas na hora das lutas eu priorizo o boxe. É uma coisa que acaba sendo natural. Então, a partir do momento em que eu conseguir colocar isso na minha cabeça, que eu preciso estar apto a usar qualquer arte marcial na hora da luta para buscar a vitória... Porque muitas vezes não é só nocaute e finalização que funcionam. Às vezes você tem que jogar para pontuar também. Um dos maiores exemplos disso é o Georges St-Pierre. Normalmente as lutas dele seguiam todos os rounds, e ele é um cara muito inteligente. Ele fazia o que o outro não queria fazer. Se o cara queria boxear, ele queria o chão. Se o cara queria o chão, ele queria boxear, ficar em pé. Ou seja, é uma parte da estratégia bastante inteligente. Hoje o maior diferencial dos campeões está sendo isso, a inteligência na hora de lutar, a estratégia que estão trazendo para o octógono. Isso é uma colaboração muito grande do time também, pois ele acaba estudando muito o adversário e formulando uma estratégia que seja eficiente contra aquele determinado adversário. Você não tem que lutar igual contra todos.
Você acha importante fazer outras lutas antes de enfrentar o Velásquez de novo?
Com certeza. Não só para ganhar mais experiência, mas para ganhar na prática esse novo método que estou tentando adicionar ao meu repertório. E também para eu poder estar me qualificando novamente. Graças a Deus, pelos resultados que tive, acabei continuando como número 1 do ranking (de candidatos ao título) mesmo perdendo para o Velásquez. Hoje o Werdum passou à minha frente, mas sem muito sentido. Foi mais porque ele vai lutar pelo cinturão mesmo. Acho que tenho muito a agradecer a Deus por tudo que tem acontecido na minha vida. Espero estar aprendendo e evoluindo a cada dia que passa. Sei que, se o Velásquez ganhar, vou ter que fazer mais uma ou duas lutas para poder me qualificar a lutar com ele novamente. Mas não tenho medo de desafio. Estou aqui para enfrentar quem quer que seja até conseguir enfrentá-lo de novo.
Aproveitando que você falou dos campeões, quem você considera hoje o melhor lutador do mundo?
Quem eu considero hoje o melhor do mundo... Acho que o Velásquez e o Jon Jones brigam pela primeira posição. O Jon Jones é impressionante, é um fenômeno realmente. O Velásquez também, principalmente pelo condicionamento físico, que é incrível. O que ele consegue fazer como peso-pesado... Se apanhar cansa, bater cansa muito mais, e nas duas últimas lutas que a gente teve ele ficou cinco rounds batendo ali em cima, sem demonstrar cansaço. Isso é realmente extraordinário.
Junior dos Santos Cigano com o cinturão de campeão do UFC (Foto: Getty Images)Quando ainda era campeão do UFC (Foto: Getty Images)
Um cara que você gostaria de enfrentar é o Overeem, certo? O Jon Jones se machucou recentemente num treino com ele, e não foi o primeiro, porque o holandês também já tinha machucado o Guto Inocente. O que você acha do Overeem?
Primeiro, te corrigindo na questão de enfrentar o Overeem, eu sinceramente não tenho vontade nenhuma de enfrentá-lo. Claro que, se o UFC disser que tenho de enfrentá-lo, ele vai ser o cara que quero enfrentar. Ele é um falastrão, gosta de polemizar as coisas, falar muita coisa e às vezes não fazer. Já marcaram duas vezes nossa luta, numa ele caiu no teste antidoping, na outra ele se machucou e não pôde aceitar. É um cara estranho. Ele é difícil, um bom lutador, não é à toa que conseguiu grandes vitórias na vida dele. Mas é um cara bastante polêmico e talvez até meio perdido na cabeça dele. Mas com certeza lesões acontecem no treinamento, e a gente não pode levar isso como maldade. Não sei exatamente o que aconteceu. Machucados acabam acontecendo, não à toa que machuquei num treino, onde os caras estavam me ajudando. Acho que pode ter acontecido a mesma coisa com o Jon Jones agora. De novo, não tenho realmente uma vontade de lutar contra o Overeem. Ele está sem nenhuma expressão agora, então não seria uma boa luta.
E teremos Velásquez contra Werdum em novembro. Quem você acha que vence e como vai ser a luta?
Acredito que será uma luta boa. Na minha opinião, o que o Werdum fez na última luta ele nunca tinha feito. Ele lutou muito bem. Lutou como nunca tinha lutado. E contra um cara dificílimo, que é o Travis Browne. (Browne) É um cara que impõe o jogo, bate forte, tem poder de nocaute e um ritmo bom de luta. Então, o que o Werdum fez naquela luta realmente me impressionou e me fez acreditar mais nele, acreditar que ele consegue ser campeão em cima do Velásquez. Claro que o Velásquez é favorito. Na minha opinião é bem favorito em qualquer luta, enfrentando qualquer peso-pesado de hoje em dia. Mas o Werdum tem, sim, chances de impor um jogo que possa dificultar. Tenho certeza que eles estão estudando bastante o Velásquez. No chão o Werdum é muito superior a ele, então não acho que o Velásquez vá derrubá-lo. O Velásquez vai tentar fazer mais ou menos o que fez comigo, manter na grade. Se for para o chão, o Velásquez não vai querer ficar ali trocando posição com o Werdum. Vai mandar levantar para de novo pressioná-lo contra a grade. Acredito que será uma luta muito boa. E lógico que vou torcer pelo Werdum. Como brasileiro, espero que esse cinturão volte para o Brasil.

Anunciadas quatro lutas para o UFC 180 em evento de mídia no México

Erik Perez x Marcus Brimage, Dennis Bermudez x Ricardo Lamas, Kelvin Gastelum x Jake Ellenberger e Diego Sanchez x Norman Parke são os duelos

Por Cidade do México
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O UFC confirmou nesta terça-feira, em uma coletiva de imprensa realizada no Polyforum Siqueiros, na Cidade do México,  quatro novas lutas para o UFC 180, que acontece na capital mexicana dia 15 de novembro. Além da disputa do cinturão dos pesos-pesados entre Cain Velásquez e Fabrício Werdum, foram anunciadas as disputas que completam o card principal do evento em quatro categorias de peso diferentes: peso-pena (Dennis Bermudez x Ricardo Lamas), peso-meio-médio (Kelvin Gastelum x Jake Ellenberger), peso-galo (Erik Perez x Marcus Brimage) e peso-leve (Diego Sanchez x Norman Parke).
Montagem Confrontos UFC  (Foto: Editoria de Arte)As lutas anunciadas para o UFC 180: Bermudez x Lamas, Sanchez x Parke, Gastelum x Ellenberger e Perez x Brimage (Foto: Editoria de Arte)
Após um discurso inicial de Lorenzo Fertitta sobre o sonho que ele, seu irmão, Frank, e Dana White tinham de levar o UFC ao México, um grande alvo e objetivo da sua empresa, e do quanto estavam felizes em concretizar esse sonho, Dana White assumiu o comando da entrevista coletiva e chamou os lutadores para seus lugares.
- Eu queria fazer isso há muito tempo. Eu sempre disse que os caras mais duros do mundo vieram do Méxicdo e da América Latina. O México está sendo exposto neste exato momento ao mundo todo. Como vocês podem ver, estou muito empolgado... (risos) - disse o presidente do UFC, que revelou que o México receberá duas edições do UFC em 2015, e que a edição de 2014 terá uma luta feminina no card preliminar.
O grande alvo de perguntas foi Cain Velásquez, que foi perguntado diversas vezes sobre como se sentia por finalmente lutar no México.
- Eu sinto que os fãs estão me apoiando demais. Me sinto em casa aqui no México. Me preparei para a luta contra Fabrício como para todas as lutas. Estarei 100% para esta luta, tanto física quanto mentalmente. Estou treinando com tudo que tenho. Meu ombro está bem, não estou sentindo mais dor alguma e consigo fazer todos os meus movimentos. Esta não será igual às minhas lutas nos EUA, porque nunca lutei aqui e estou muito ansioso para me apresentar diante dos meus fãs mexicanos. Eu e Fabrício faremos uma guerra em novembro. Ele é um grande lutador, e a nossa luta será muito boa. Isso eu posso garantir.
Fabrício Werdum brincou com os fãs mexicanos, dizendo que apenas ele e sua mãe torcerão por ele no evento.

- Primeiro de tudo, estou muito feliz por ser o técnico do primeiro TUF no México, e achei uma grande ideia de fazer um show do México contra a América Latina. Entendo e acho normal que os mexicanos torçam para Velásquez, porque se o show fosse no Brasil, todos estariam do meu lado, e não do dele. Aqui no México todos vão torcer para ele. Seremos só eu e minha mãe contra todos vocês... (risos).
Diego Sanchez e Norman Parke trocam provocações e fazem encarada dura

Um dos mais queridos lutadores de origem mexicana, Diego Sanchez não escondeu a alegria por lutar na terra dois seus pais, e disse que está treinando com todo seu coração.
- É um sonho. Acho que será um evento clássico, com uma energia extraordinária. Estou muito empolgado, colocando todo o meu coração e meu corpo nos treinos.

Norman Parke aproveitou a entrevista para provocar Sanchez.
- Espero um grande evento. Os mexicanos são fãs de lutas, mostraram isso nas lutas de boxe. Acho que Diego e eu faremos uma boa luta, mas eu vou acabar com  ele, vou arrancar sua cabeça, como todos sabem.
Sanchez respondeu ao irlandês com sua costumeira ironia.
- Esse cara disse que vai arrancar a minha cabeça, mas é o que todos dizem. Eu o vejo correndo em volta do octógono e me vejo caçando-o o tempo todo. Não tenha dúvida, vou colocar meu coração nesta luta.
UFC 180
15 de novembro de 2014, na Cidade do México (MEX)
CARD PRINCIPAL
Peso-pesado: Cain Velásquez x Fabricio Werdum
Peso-pena: Dennis Bermudez x Ricardo Lamas
Peso-leve: Diego Sanchez x Norman Parke
Peso-meio-médio: Kelvin Gastelum x Jake Ellenberger
Peso-galo: Erik Perez x Marcus Brimage
CARD PRELIMINAR (até o momento):
Peso-meio-médio: Augusto Montaño x adversário a ser divulgado

José Aldo empurra Chad Mendes na encarada em camarote do Maracanã

Lutadores participavam de evento para a imprensa no estádio para promover o UFC Rio 5 e brasileiro afastou o americano ao posar para fotos

Por Rio de Janeiro
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Não começou amisotoso o UFC Rio 5, ou UFC 179, que acontece dia 25 de outubro no Maracanãzinho. No evento para a imprensa realizado em um camarote do estádio do Maracanã, o campeão dos penas José Aldo, que defenderá seu cinturão no evento contra o americano Chad Mendes, se irritou com a proximidade do rival nas encaradas e o empurrou. Os lutadores foram separados por seguranças e membros do UFC, e Aldo afastou-se rindo, enquanto Mendes mostrou-se irritado com a atitude do campeão (confira o vídeo ao lado).
José Aldo e Chad Mendes se empurram no media day do UFC Rio 5 (Foto: André Durão)José Aldo e Chad Mendes se empurram no media day do UFC Rio 5 (Foto: André Durão)
A rivalidade entre os dois lutadores vem aquecendo a revanche - Aldo venceu Mendes por nocaute na primeira vez que lutaram, também no Rio de Janeiro, em 2012, no UFC 142. Após muitas trocas de provocações, a nova luta foi marcada para o Rio de Janeiro, o que irritou o americano, que queria lutar no seu país. Nesta terça-feira, os dois se encontraram para a promoção do evento, e desde a primeira encarada, ambos se provocaram, e ficaram tão próximos que chegaram a tocar os narizes. Na segunda encarada, para os fotógrafos, Aldo irritou-se com Mendes e o empurrou.
Confira a galeria de fotos do evento no Maracanã
Mais tarde, Mendes disse o que aconteceu na hora dos empurrões.
- Não sei o que ele disse, não entendo português, então eu disse: "25 de outubro aquele cinturão é meu", e ele não gostou.
Aldo também comentou o ocorrido.
- Ele falou, mas faz parte. A gente já vem trocando farpa há um tempo, não é de agora. Isso faz parte.
O evento teve também a presença de dois outros lutadores: os meio-pesados Glover Teixeira e Phil Davis, que farão o co-evento principal da noite. A encarada entre ambos foi amigável, com sorrisos, cumprimentos e até  palavras de brincadeira. Não houve por parte deles nenhum tipo de provocação.

UFC 179
25 de outubro de 2014, no Rio de Janeiro (RJ)
CARD DO EVENTO
Peso-pena: José Aldo x Chad Mendes
Peso-meio-pesado: Glover Teixeira x Phil Davis

Barão chega confiante a Sacramento: “O cinturão vai voltar para o Brasil”

Brasileiro tenta retomar o título dos galos neste sábado em revanche contra Dillashaw. “Pode ter certeza de que a história vai ser diferente desta vez", diz

Por Direto de Sacramento, EUA
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Renan Barão já está em Sacramento para o UFC 177, que acontece neste sábado na cidade americana. Tranquilo e sorridente, o ex-campeão dos galos (até 61kg) do Ultimate chegou ao hotel em que os lutadores e a organização estão hospedados e disse estar 100% preparado para a revanche contra TJ Dillashaw, que tomou seu título três meses atrás.
Renan Barão ufc (Foto: Evelyn Rodrigues)Renan Barão em sua chegada ao hotel em Sacramento (Foto: Evelyn Rodrigues)
- A viagem foi tranquila. Foi boa, não tão rápida, mas foi tudo bem. A cabeça está a melhor possível, estou bem treinado, preparado para tudo, firme e forte. Agora é só pensamento positivo. Esse cinturão vai voltar para o Brasil, se Deus quiser - declarou ao Combate.com, antes de atender alguns fãs que aguardavam no lobby do hotel.
O lutador mal pode esperar para entrar octógono contra o rival. Ele também afirma não se importar com o fato de o combate ser na cidade de Dillashaw:
- Falta pouco, graças a Deus. Estava sonhando com essa revanche há bastante tempo. A sensação é a melhor possível, estou muito bem treinado e o duelo poderia ser em qualquer lugar. Pode ter certeza de que a história vai ser diferente desta vez.  Espero que todos estejam mandando energia positiva lá do Brasil. Estou bem focado e vou dar o meu melhor.
Renan Barão ufc (Foto: Evelyn Rodrigues)Barão posa com sua equipe de treinadores e preparador físico (Foto: Evelyn Rodrigues)
A luta entre Renan Barão e TJ Dillashaw é a principal do UFC 177, que será realizado na Sleep Train Arena, em Sacramento, neste sábado. O evento também terá os brasileiros Bethe Correia e Carlos Diego Ferreira em ação no card principal. O canal Combate transmite tudo a partir das 20h15 (de Brasília), e o Combate.com acompanha em Tempo Real. Na sexta-feira, dia anterior, canal e site transmitem a pesagem oficial às 19h55.
UFC 177
30 de agosto de 2014, em Sacramento (EUA)
CARD PRINCIPAL
Peso-galo: TJ Dillashaw x Renan Barão
Peso-leve: Danny Castillo x Tony Ferguson
Peso-galo: Bethe Correia x Shayna Baszler
Peso-leve: Ramsey Nijem x Carlos Diego Ferreira
Peso-leve: Yancy Medeiros x Damon Jackson
CARD PRELIMINAR
Peso-médio: Lorenz Larkin x Derek Brunson
Peso-mosca: Scott Jorgensen x Henry Cejudo
Peso-pesado: Ruan Potts x Anthony Hamilton
Peso-galo: Anthony Birchak x Joe Soto
Peso-leve: Cain Carrizosa x Chris Wade

Chad Mendes, sobre empurrão de Aldo: "Já estou ganhando a batalha"

Desafiante ao cinturão peso-pena do UFC admite que não gosta do rival e reclama de acusações. Campeão minimiza entrevero: "O show foi só esse"

Por Rio de Janeiro
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José Aldo e Chad Mendes já vinham trocando provocações e acusações nos últimos meses, desde que sua revanche foi anunciada, e a tensão entre os dois explodiu durante uma encarada em evento de promoção do UFC 179, nesta terça-feira, no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Normalmente calmo e apenas sério em suas encaradas pré-luta, o brasileiro empurrou o americano após ele se aproximar e colar rosto com rosto duas vezes. (Veja no vídeo acima).
Na opinião de Mendes, o empurrão apenas confirma sua tese de que ele está "dentro da cabeça" do atual campeão dos pesos-penas do UFC.
- Ele nunca foi agressivo com nenhum outro lutador, nunca colou o rosto em ninguém, vocês viram como foi hoje. Já estou ganhando essa batalha. Vou continuar fazendo o que estou fazendo, tenho o caminho para derotá-lo. Na minha cabeça, está 1 a 0 para mim - argumentou o lutador, em entrevista à imprensa brasileira presente.
Chad Mendes ufc (Foto:  Alexandre Loureiro / Inovafoto / UFC)Mendes admitiu sobre Aldo: "Ele não gosta de mim, nem eu dele" (Foto: Alexandre Loureiro/Inovafoto/UFC)
Porém, o próprio atleta da equipe Alpha Male admite que o duelo é pessoal para ele. O americano não engole o adiamento do combate e sua transferência de local - estava marcado originalmente para 2 de agosto em Los Angeles, próximo ao seu lar em Sacramento - e não perdoa a ironia feita por Aldo ao mencionar os "suplementos" que Mendes supostamente usaria para se manter em forma.
- Ele não gosta de mim e eu não gosto desse cara. É assim mesmo, é parte do esporte às vezes. Mas para ele dizer publicamente as coisas que disse, acho que é muito rude e desnecessário, e não há provas para nada disso. Não sei de onde ele tirou isso, mas o que eu disse foi que ele se lesiona muito, e isso é algo que é comprovado, não é nada falso. Acontece toda hora. Na primeira vez que eu ia enfrentá-lo, ele fez a mesma coisa, mas aceitei outra luta, enfrentei Rani Yahya porque não queria ficar parado como estou agora. Não sei por que ele, quando digo a verdade, vem com rumores e declarações falsas - reclamou.
O atual campeão peso-pena, por sua vez, fez pouco caso da confusão com o adversário. Ele admitiu ter se deixado levar um tanto pela emoção de estar no Maracanã, estádio que frequenta como torcedor, mas também deixou claro que, para ele, era tudo um espetáculo.
- O show foi só esse mesmo. Já estive aqui várias vezes na torcida, com várias adrenalinas passadas, mas hoje sou profissional e temos que manter o respeito. A gente chega numa fase também em que procura mostrar o outro lado. Todo mundo sempre viu o Aldo muito tranquilo, acho que a gente tem que dar uma mudada e uma renovada - comentou o lutador.

Em busca do bi mundial, Rafaela quer voltar a fazer história para igualar Derly

Depois de se tornar a primeira judoca brasileira a vencer o Mundial, carioca pretende repetir a dose em Chelyabinsk; Ketleyn Quadros e Alex Pombo também competem

Por Direto de Chelyabinsk, Rússia
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rafaela silva back number treino selção judo russia (Foto: Rafal Burza/CBJ)Rafaela estampa o back number vermelho de atual campeã do mundo (Foto: Rafal Burza/CBJ)
Há um ano, no Rio de Janeiro, ela fez história e se tornou a primeira judoca do país a vencer o Mundial da modalidade. Agora, longe de casa, Rafaela Silva tenta repetir a dose em Chelyabinsk, para continuar batendo marcas. Em busca do bicampeonato, a carioca de 22 anos, a mais jovem da delegação brasileira na Rússia, quer igualar o feito do gaúcho João Derly - único brasileiro com dois títulos de campeão do mundo (Cairo 2005 e Rio 2007). Ketleyn Quadros, medalhista de bronze nas Olimpíadas de Pequim 2008, e o estreante Alex Pombo também lutam nesta quarta-feira na Traktor Arena.
Depois de passar o primeiro dia do Mundial em branco, o Brasil conquistou sua primeira medalha com Érika Miranda nesta terça-feira. Ela venceu a cubana Yanet Bermoy Acosta e ficou com o bronze.
Pela categoria leve (57kg), Rafaela entra em ação na madrugada desta quarta-feira no Brasil, às 2h (11h em Chelyabinsk). Cabeça de chave número 2, ela não luta na primeira rodada e estreia contra a vencedora de Vlora Bedeti (ESL) x Stefanie Tremblay (CAN). Ketleyn tem um caminho difícil. Ela encara quem passar de Chen-Ling Lien (TPE) x Corina Caprioriu (ROM). A primeira derrotou Rafaela Silva no Slam de Tyumen no mês passado, enquanto a segunda é vice-campeã olímpica em Londres. Entre os homens, Alex terá pela frente o belga Dirk Van Tichelt ou o búlgaro Martin Ivanov. O SporTV transmite as eliminatórias a partir das 2h (de Brasília) e as finais às 8h (de Brasília).
- Vai ser minha primeira defesa de título. Em Paris 2011, ganhei a prata. Ano passado entrei com o objetivo de ganhar o ouro. A prata eu já tinha e não queria regredir para o bronze. Estou treinando bastante, até mais que treinei no ano passado. Eu venho me mantendo bem desde o título no Rio. Meu objetivo é ser bicampeã mundial e entrar para a história ao lado do João Derly. No ano passado, saí do Mundial e já comentaram comigo que eu seria a única no feminino que poderia me igualar a ele. Quero me igualar e passar no futuro. É muito bom para o judô crescer - afirmou Rafaela, que ainda defende a manutenção do seu back number vermelho, exclusivo dos atuais campeões mundiais, por pelo menos mais um ano.
rafaela silva treino seleção judô mundial da rússia (Foto: Rafal Burza/CBJ)Rafaela Silva descansa durante treino em Chelyabinsk (Foto: Rafal Burza/CBJ)

Para isso, ela precisa desbancar a líder do ranking mundial da categoria, a alemã Myrian Roper. No retrospecto, a brasileira ganha de lavada. Nos seis encontros entre as duas, foram seis vitórias da carioca. Rafaela conta que tem facilidade contra a rival, que tem fama de marrenta nos bastidores. 

- É uma atleta que eu tenho uma certa facilidade, porque ela tem um estilo de luta parecido com o meu. Lutar muito parada, fazer muita força. Mas é uma atleta muito limitada, muito forte fisicamente, mas só faz um golpe. Se você aprende a defender aquele golpe, você faz uma luta boa com ela. A gente vê que chega em uma concentração para competição, ela pega uma atleta que acha fácil, bota um fone no ouvido e fica debochando da adversária, menospreza as atletas. O pessoal até comenta. Só que quando ela vai lutar comigo, o pessoal sente que tem um respeito. Acho que isso me ajuda bastante. É uma atleta forte e perigosa. No Mundial, só enfrento ela em uma possível final. Se tiver que enfrentá-la, espero continuar com o retrospecto das últimas seis lutas.
ketleyn quadros treino mundial de judo russia (Foto: Rafal Burza/CBJ)Ketleyn treina com Mariana Silva antes do Mundial em Chelyabinsk (Foto: Rafal Burza/CBJ)
Se o histórico de Rafaela é bom contra a número 1 do mundo dos leves, o mesmo não pode-se dizer das competições na Rússia. Nos últimos quatro Grand Slams disputados no país, ela levou apenas uma medalha, o bronze em Moscou no ano passado. A campeã mundial cita problemas de adaptação como desgaste da viagem, alimentação e idioma como outros fatores.
- As lembranças não são muito boas. Geralmente dá problema com as malas, passam do peso e querem cobrar 700 euros para liberar as bagagens de todo mundo. Tem que conversar, eles não entendem. Você pergunta uma coisa em inglês, eles respondem em russo e acham que você tem que entender. Então é muito complicado. Já tem esse desgaste todo de chegar na Rússia. A alimentação é bem difícil também. A nutricionista até fala para a gente levar um macarrão instantâneo, uma barrinha, porque a alimentação é bem complicada. Eles falam: "tem sopa de frango". Aí tem só a água com um negocinho no fundo. É um desafio para mim, até comentei com a minha psicóloga. Meu objetivo é fazer com que isso não me atrapalhe no Mundial. 
Quem compete na mesma categoria é Ketleyn Quadros, bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. Ela falou sobre a rivalidade interna no peso leve e a troca de experiência das duas em busca de medalhas para o país.
- Vou competir pelo título do melhor do mundo com os melhores de cada lugar. A maioria das pessoas pergunta da rivalidade. No judô a gente treina de forma direta com nossos adversários. Minha relação com a Rafa é ótima, saudável, admiro ela para caramba. Mas, quando entra no quadrado no tatame vence quem for melhor. Em Pequim, ela que me ajudou porque era da equipe júnior. Ter duas atletas tops na mesma categoria é melhor para o Brasil - disse Ketleyn.
Alex Pombo treina com Victor Penalber antes do Mundial da Rússia (Foto: Rafal Burza/CBJ)Alex Pombo treina com Victor Penalber antes do Mundial da Rússia (Foto: Rafal Burza/CBJ)

programação mundial de judô da rússia 2014 (Foto: programação mundial de judô da rússia 2014)

Clube gaúcho cobra R$ 2,1 mil para jogador atuar, e atleta entra na Justiça

Lateral-direito Sidnei foi contratado pelo Garibaldi, não atuou em partidas oficiais e teria de desembolsar R$ 600 para renovar; clube alega que ofereceu vitrine ao atleta

Por Porto Alegre
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O sonho de se tornar um atleta profissional de futebol pode custar caro, e não só na metáfora. Num clube do Rio Grande do Sul, um jogador desembolsou R$ 2,1 mil para ingressar na Associação Garibaldi de Esportes, que disputa a terceira divisão gaúcha e a Copa Serrana.
Em três meses de equipe, o lateral-direito Sidnei Oliveira Gomes, 25 anos, sequer foi utilizado em partidas oficiais. Participou apenas de amistosos e foi surpreendido ao se reunir para renovar o contrato: teria de pagar mais R$ 600, além do valor já citado. Fato que causou desconfiança à família do jogador.
sidnei jogador garibaldi rs futebol gaúcho paga para jogar (Foto: Lauro Alves/Agência RBS)Sidnei agora busca um novo clube após pagar para jogar no Garibaldi (Foto: Lauro Alves/Agência RBS)
Ao lado do pai, o barbeiro Paulo Gomes, o atleta procurou o Sindicato dos Atletas Profissionais do Rio Grande do Sul. Ouviu do advogado Décio Neuhaus que a postura praticada pelo Garibaldi era ilegal e decidiu ingressar com um processo contra o clube para recuperar o dinheiro gasto, receber os salários e pedir ressarcimento por danos morais. A primeira audiência ocorre na quinta-feira. O Garibaldi sinalizou com um acordo para pagar cerca de R$ 5 mil a Sidnei, que negou a oferta.
- Um antigo treinador meu me indicou e me disse que eu seria profissionalizado pelo clube. Minha idade já estava avançada, mas eles prometeram para mim que eu não pagaria nada. Acabei ficando na mão deles. Não tinha saída. Ou eu jogo aqui, ou eu saio. No meu pensamento, pensei em pagar para ser divulgado e depois eu receberia - explicou ao GloboEsporte.com o jogador que já teve passagens pelas categorias de base de clubes da Região Metropolitana de Porto Alegre, como o Novo Hamburgo e o 15 de Novembro.
A condição em que o Sidnei
estava é pior do que escravidão.
O menino não trabalhava de graça. Ele pagava para trabalhar
Décio Neuhaus, advogado
A família ainda teve de pedir um empréstimo de R$ 1 mil para arcar com os custos. Do valor desembolsado, R$ 1,5 mil são referentes à taxa de inscrição como profissional na Federação Gaúcha de Futebol (FGF). Outros R$ 600 foram pagos para custear hospedagem e refeições na concentração do clube, no estádio Alcides Santarosa, em Garibaldi, na serra gaúcha. Em contrapartida, o atleta receberia R$ 800 em salários por mês - R$ 200 a menos do que o piso estadual. Nunca viu a cor do dinheiro, de acordo com Sidnei e o próprio clube.
- Ele procurou o presidente do sindicato Paulo Mocelin e relatou o episódio. Gastou todo o dinheiro e não jogou. Quando um jogador se torna profissional, quem paga a taxa é o clube. Está na Lei Pelé. A condição em que estava é pior do que escravidão. O menino não trabalhava de graça. Ele pagava para trabalhar - relata Neuhaus.

Clube nega cobrança a jogadores profissionais
O gerente executivo do Garibaldi, Rogério Loss, nega que o clube receba qualquer valor dos jogadores profissionais. Alega que deu uma oportunidade a Sidnei para que tivesse uma vitrine em uma equipe do interior gaúcho, mas que o jogador deixou de comparecer aos treinamentos já no décimo dia.
Ele nos foi oferecido, e o clube abraçou. Somos um clube que dá oportunidades, e a questão da idade do Sidnei me passou despercebida. Para nós, veio como amador, mas não teve outra forma a não ser firmar o contrato. Profissional não paga para jogar aqui.
Rogério Loss, dirigente do Garibaldi
O dirigente admite que taxas são cobradas dos jogadores das categorias de base para a manutenção da instituição. De acordo com Loss, o Garibaldi tem uma folha salarial de cerca de R$ 15 mil, além de despesas com outros sete funcionários. Sem patrocínios, conta com um incentivo de R$ 60 mil da prefeitura para manter as estruturas em condições de receber os atletas.
- É um assunto trabalhista. Temos o termo de compromisso do atleta. Eu não conhecia ele. Nos foi oferecido, e o clube abraçou. Somos um clube que dá oportunidades, e a questão da idade do Sidnei me passou despercebida. Para nós, veio como amador, mas não teve outra forma a não ser firmar o contrato. Profissional não paga para jogar aqui. Somos transparentes com os familiares dos atletas da base, que também participam das viagens para torcer pelo filho. Eles sabem que enfrentamos situações precárias financeiramente. Eles nos auxiliam com dinheiro para manter os garotos. Eles vêm pela oportunidade de jogar - afirma ao GloboEsporte.com.
Condições precárias, denuncia atleta
A desilusão do atleta foi ainda maior ao chegar às instalações do clube. Encontrou aposentos precários e até escassez de alimentos para ele e para os demais jogadores. Situação que o levou a pensar em tomar outros rumos para o futuro.
- O alojamento era ruim, não tinham estruturas para receber. Tinham apenas dois chuveiros. Teve dias em que tive de comprar comida, porque não tinha. Eu fico triste pela situação, mas estou tranquilo. Quem é jogador nunca abandona o sonho de jogar futebol, mas estou procurando outro emprego - relata Sidnei.
Eu fico triste pela situação, mas estou tranquilo. Quem é jogador nunca abandona o sonho de jogar
Sidnei, lateral-direito
A informação é negada por Loss. O gerente reitera que o clube utiliza o dinheiro desembolsado pelos familiares para oferecer plenas condições aos atletas alojados.
- O clube oferece tratamento médico, odontológico e alojamento, além de quatro refeições diárias a todos. É providenciado tudo o que é necessário para os atletas - relata.
A Federação Gaúcha de Futebol (FGF) recebeu a situação vivenciada pelo atleta como novidade. Aguarda uma decisão da Justiça para tomar posição.

- Não temos esse poder de fiscalizar. A nosso juízo, é uma situação que não deve ocorrer. Não é usual. Se houver alguma irregularidade, é o tribunal que vai decidir. Enquanto órgão regulador e registral, a gente tem interesse de apurar os fatos. A FGF não tomará qualquer ação, mas vai prestar todas as informações se for indicado a prestar esclarecimento e informações necessárias - afirmou o vice-presidente da federação Luciano Hocsman.

Belas gêmeas do Canadá ficam com a prata e encantam torcida chinesa

Irmãs Nicole e Megan levam público ao delírio, são vice e elogiam brasileiras

Por Nanquim, China
As irmãs gêmeas canadenses Nicole e Megan Macnamara não ficaram com a medalha de ouro, mas encantaram em Nanquim. Ao serem anunciadas para a decisão do vôlei de praia diante de Duda e Paty, nesta terça-feira, foram chamadas pelo locutor oficial das Olimpíadas da Juventude de "as belas irmãs gêmeas canadenses". A medalha de prata para as meninas de 17 anos coroa uma semana de ouro. Abraçadas pelos chineses, elas foram muito festejadas, apesar da derrota.
Vôlei de praia Nanquim (Foto: Thierry Gozzer)Gêmeas canadenses perdem para as brasileiras na final e ficam com a prata (Foto: Thierry Gozzer)


- Ficamos muito felizes com todo o carinho dos chineses. Eles nos abraçaram, nos deram muito amor durante essa semana. Ficamos muito satisfeitas com todo esse amor demonstrado por nós em toda a competição. E, na final, quando ele nos chamou de "as belas irmãs canadenses", foi muito legal - disse Megan.

Com 17 anos, as irmãs não têm chance de competir no Rio de Janeiro, em 2016. Hoje, o Canadá tem três equipes à frente para as Olimpíadas. Por isso, elas têm paciência e pensam em uma etapa de cada vez. Querem, talvez, as Olimpíadas de 2020, em Tóquio, no Japão.
Vôlei de praia Nanquim (Foto: Divulgação/FIVB)Irmãs encantaram público chinês durante os Jogos Olímpicos da Juventude (Foto: Divulgação/FIVB)



- É impossível estarmos no Rio de Janeiro. Não temos pontos no ranking mundial. E temos três equipes canadenses na nossa frente e brigando por essa vaga nesse momento. Mas quem sabe, em 2020, não podemos ir. Se for possível, essa é a nossa intenção, e não no Rio, onde não temos chance - admitiu Nicole.

Sobre o jogo com Duda e Paty, elas lamentaram a bobeira dada no terceiro set, quando estavam à frente do marcador e acabaram levando a virada.

- A Duda é muito forte, tem muita qualidade, e não conseguimos virar as bolas quando precisávamos. Não deu, mas estamos muito felizes com a medalha de prata - garantiu Megan.

Em busca do bi mundial, Rafaela quer voltar a fazer história para igualar Derly

Depois de se tornar a primeira judoca brasileira a vencer o Mundial, carioca pretende repetir a dose em Chelyabinsk; Ketleyn Quadros e Alex Pombo também competem

Por Direto de Chelyabinsk, Rússia
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rafaela silva back number treino selção judo russia (Foto: Rafal Burza/CBJ)Rafaela estampa o back number vermelho de atual campeã do mundo (Foto: Rafal Burza/CBJ)
Há um ano, no Rio de Janeiro, ela fez história e se tornou a primeira judoca do país a vencer o Mundial da modalidade. Agora, longe de casa, Rafaela Silva tenta repetir a dose em Chelyabinsk, para continuar batendo marcas. Em busca do bicampeonato, a carioca de 22 anos, a mais jovem da delegação brasileira na Rússia, quer igualar o feito do gaúcho João Derly - único brasileiro com dois títulos de campeão do mundo (Cairo 2005 e Rio 2007). Ketleyn Quadros, medalhista de bronze nas Olimpíadas de Pequim 2008, e o estreante Alex Pombo também lutam nesta quarta-feira na Traktor Arena.
Depois de passar o primeiro dia do Mundial em branco, o Brasil conquistou sua primeira medalha com Érika Miranda nesta terça-feira. Ela venceu a cubana Yanet Bermoy Acosta e ficou com o bronze.
Pela categoria leve (57kg), Rafaela entra em ação na madrugada desta quarta-feira no Brasil, às 2h (11h em Chelyabinsk). Cabeça de chave número 2, ela não luta na primeira rodada e estreia contra a vencedora de Vlora Bedeti (ESL) x Stefanie Tremblay (CAN). Ketleyn tem um caminho difícil. Ela encara quem passar de Chen-Ling Lien (TPE) x Corina Caprioriu (ROM). A primeira derrotou Rafaela Silva no Slam de Tyumen no mês passado, enquanto a segunda é vice-campeã olímpica em Londres. Entre os homens, Alex terá pela frente o belga Dirk Van Tichelt ou o búlgaro Martin Ivanov. O SporTV transmite as eliminatórias a partir das 2h (de Brasília) e as finais às 8h (de Brasília).
- Vai ser minha primeira defesa de título. Em Paris 2011, ganhei a prata. Ano passado entrei com o objetivo de ganhar o ouro. A prata eu já tinha e não queria regredir para o bronze. Estou treinando bastante, até mais que treinei no ano passado. Eu venho me mantendo bem desde o título no Rio. Meu objetivo é ser bicampeã mundial e entrar para a história ao lado do João Derly. No ano passado, saí do Mundial e já comentaram comigo que eu seria a única no feminino que poderia me igualar a ele. Quero me igualar e passar no futuro. É muito bom para o judô crescer - afirmou Rafaela, que ainda defende a manutenção do seu back number vermelho, exclusivo dos atuais campeões mundiais, por pelo menos mais um ano.
rafaela silva treino seleção judô mundial da rússia (Foto: Rafal Burza/CBJ)Rafaela Silva descansa durante treino em Chelyabinsk (Foto: Rafal Burza/CBJ)

Para isso, ela precisa desbancar a líder do ranking mundial da categoria, a alemã Myrian Roper. No retrospecto, a brasileira ganha de lavada. Nos seis encontros entre as duas, foram seis vitórias da carioca. Rafaela conta que tem facilidade contra a rival, que tem fama de marrenta nos bastidores. 

- É uma atleta que eu tenho uma certa facilidade, porque ela tem um estilo de luta parecido com o meu. Lutar muito parada, fazer muita força. Mas é uma atleta muito limitada, muito forte fisicamente, mas só faz um golpe. Se você aprende a defender aquele golpe, você faz uma luta boa com ela. A gente vê que chega em uma concentração para competição, ela pega uma atleta que acha fácil, bota um fone no ouvido e fica debochando da adversária, menospreza as atletas. O pessoal até comenta. Só que quando ela vai lutar comigo, o pessoal sente que tem um respeito. Acho que isso me ajuda bastante. É uma atleta forte e perigosa. No Mundial, só enfrento ela em uma possível final. Se tiver que enfrentá-la, espero continuar com o retrospecto das últimas seis lutas.
ketleyn quadros treino mundial de judo russia (Foto: Rafal Burza/CBJ)Ketleyn treina com Mariana Silva antes do Mundial em Chelyabinsk (Foto: Rafal Burza/CBJ)
Se o histórico de Rafaela é bom contra a número 1 do mundo dos leves, o mesmo não pode-se dizer das competições na Rússia. Nos últimos quatro Grand Slams disputados no país, ela levou apenas uma medalha, o bronze em Moscou no ano passado. A campeã mundial cita problemas de adaptação como desgaste da viagem, alimentação e idioma como outros fatores.
- As lembranças não são muito boas. Geralmente dá problema com as malas, passam do peso e querem cobrar 700 euros para liberar as bagagens de todo mundo. Tem que conversar, eles não entendem. Você pergunta uma coisa em inglês, eles respondem em russo e acham que você tem que entender. Então é muito complicado. Já tem esse desgaste todo de chegar na Rússia. A alimentação é bem difícil também. A nutricionista até fala para a gente levar um macarrão instantâneo, uma barrinha, porque a alimentação é bem complicada. Eles falam: "tem sopa de frango". Aí tem só a água com um negocinho no fundo. É um desafio para mim, até comentei com a minha psicóloga. Meu objetivo é fazer com que isso não me atrapalhe no Mundial. 
Quem compete na mesma categoria é Ketleyn Quadros, bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. Ela falou sobre a rivalidade interna no peso leve e a troca de experiência das duas em busca de medalhas para o país.
- Vou competir pelo título do melhor do mundo com os melhores de cada lugar. A maioria das pessoas pergunta da rivalidade. No judô a gente treina de forma direta com nossos adversários. Minha relação com a Rafa é ótima, saudável, admiro ela para caramba. Mas, quando entra no quadrado no tatame vence quem for melhor. Em Pequim, ela que me ajudou porque era da equipe júnior. Ter duas atletas tops na mesma categoria é melhor para o Brasil - disse Ketleyn.
Alex Pombo treina com Victor Penalber antes do Mundial da Rússia (Foto: Rafal Burza/CBJ)Alex Pombo treina com Victor Penalber antes do Mundial da Rússia (Foto: Rafal Burza/CBJ)

programação mundial de judô da rússia 2014 (Foto: programação mundial de judô da rússia 2014)


Para veteranos, Medina levará título e terá futuro brilhante: "Difícil segurar"

Ex-surfistas Rico de Souza, Fábio Gouveia e Teco Padaratz repercutem vitória de Gabriel Medina sobre Kelly Slater na final de Teahupoo e apostam em conquista maior

Por Rio de Janeiro
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Com uma diferença de apenas 3 centésimos na pontuação, Gabriel Medina chegou à sua terceira conquista na temporada ao bater na final de Teahupoo, no Taiti, ninguém menos que o americano Kelly Slater, 11 vezes campeão mundial no WCT. Com isso, alcançou 46.150 pontos na liderança do ranking em 2014 contra 38.350 do adversário. De longe, ele contava com a torcida de veteranos do surfe brasileiro, como Rico de Souza, Fabio Gouveia e Teco Padaratz. Eles afirmam que, durante anos, lutaram para que o país tivesse um campeão mundial e, agora, o jovem paulista de São Sebastião tem a chance de concretizar esse sonho.
Surfe Gabriel Medina teahupoo (Foto: ASP / Kristin)Gabriel Medina foi o campeão em Teahupoo, no Taiti (Foto: ASP / Kristin)

Apenas quatro etapas separam Medina da conquista. A próxima será disputada a partir de 9 de setembro, em San Clemente, na Califórnia, nos Estados Unidos. Depois, há ainda França, Portugal e Pipe Masters (Havaí), fechando a temporada. E os ex-surfistas brasileiros estão otimistas. Na opinião de Rico de Souza, pioneiro no surfe profissional e dono de inúmeros títulos, o paulista está brilhando até onde não era sua especialidade. Por isso, se mantiver o que vem fazendo na temporada, bastará comemorar. Além disso, para ele, o jovem de 20 anos tem um diferencial.
- O Medina vem mandando bem até nas ondas grandes, nos buracos. Isso é o que faltava para ele ser o campeão mundial. No surfe de competição, nas manobras modernas, ele é o cara, é o homem a ser seguido. Fico muito feliz. O Brasil tem grandes campeões, grandes esportistas, mas poucos atletas brilham na hora certa. E isso é o que faz a diferença no Medina. Quando você fala de um Pelé, de um Garrincha, é isso. Não adianta ir bem o tempo todo e, na hora da decisão, não fazer o gol. Eles estavam no lugar certo, na hora certa. Por isso, com o Medina, podemos concluir nosso sonho do título mundial - relatou o ex-atleta.
Gabriel Medina surfe WCT Taiti (Foto: Kirstin Scholtz/ASP)Paulista de São Sebastião derrotou Kelly Slater (Foto: Kirstin Scholtz/ASP)



Campeão mundial amador em 1988 em Porto Rico e integrante dos top 45 em 10 temporadas no WCT (1992-1996 e 1999-2003), sendo um dos brasileiros com mais tempo de permanência na elite, o paraibano Fábio Gouveia, o "Fia", aposta na conquista de Medina. Para ele, o triunfo em Teahupoo mostra a evolução do jovem. Ele diz ainda que o paulista está apenas começando uma carreira que promete ser estrelada.
- Foi espetacular. Nem conseguiu dormir direito depois. Estava até conversando com uns amigos meus antes de começar o evento que, se o Medina ganhasse essa, seria difícil tirar o título das mãos dele. As ondas das etapas que vêm a seguir são o forte dele. É difícil segurar o bichinho agora (risos). E olha que ele ainda está em escalada, acho que ainda vai crescer muito. Ele é precoce, vai evoluir ainda mais - disse.
Gabriel Medina Wct Taiti (Foto: Agência AFP)Gabriel Medina ficou no topo no Taiti
(Foto: Agência AFP)
Bicampeão mundial do WQS, a divisão de acesso do Circuito Mundial, o catarinense de Blumenau Teco Padaratz fez coro a Rico e a "Fia". Para ele, Medina não se importa com quem vem pela frente na bateria. Apesar de ter apenas 20 anos, seu histórico contra grandes rivais como Kelly Slater o tem ajudado a manter a cabeça tranquila. Diante do atleta que é 11 vezes campeão mundial, por exemplo, são três vitórias contra uma em confrontos diretos, fora outras em baterias com mais competidores.
- O mais impressionante de tudo é a concentração do Medina. Ele quer vencer, não está preocupado em dar show, está relaxado. Você vê nos olhos do competidor quando ele está em sua fase vencedora. Ele é um garoto, acabou de sair do video game e já vai ser campeão do mundo. Desde criancinha, ele pega ondas pesadas. Em Teahupoo, ele estava muito seletivo, escolheu bem suas ondas, quase não caía, pegava apenas tubo certo. Quando eles estavam lá no fundo, o Kelly ficava olhando para o Medina e não o contrário. Ele não se abala mais de ser o Kelly Slater na bateria. Não está preocupado com quem está na água com ele. Não tem rosto, não tem nome, é o cara da outra camiseta, o oponente e só isso. O que separa ele desse título é só ele. Se mantiver o trabalho dele, vai ganhar fácil e vai enfileirar mais três ou quatro títulos - comentou o atleta, acrescentando que, aos 20 anos, Medina não deve nem ter entendido tudo que está acontecendo com ele.
- Quando competi, eu não tinha noção das conquistas, do tamanho do que eu tinha alcançado dentro d'água. Só tenho essa noção hoje. Não sabia quanta gente acompanhava, não sabia onde isso chegava. Com 20 anos, acho que ele nem se tocou de como isso está repercutindo em todo o mundo. Mas ele tem tudo na mão, provou que é bom em todo tipo de onda - completou.
Veteranos alertam para "imprevisibilidade" de slater
Para os três veteranos, o título depende de Medina. Mas, se tivessem que apontar um adversário que pode complicar sua vida a quatro etapas do fim da temporada, seria justamente Kelly Slater. Outros, como John John Florence e Mick Fanning também foram lembrados por eles.
kelly slater surfe (Foto: Kirstin Scholtz/ASP)Para veteranos, Kelly é imprevisível
(Foto: Kirstin Scholtz/ASP)
- É o único que pode tirar isso do Medina. Está tudo muito a favor dele. Mas o Kelly, do jeito que ele é doido, vai que arrebenta e ganha. Vai ser muito interessante. Só sei que ficamos amarradões de o Medina estar tão perto do título. Vamos ter que usar aquela frase do Zagallo. Eles vão ter que engolir, né? (risos) - brincou Fábio Gouveia.
- Eu acho que o Kelly é imprevisível. Ele é f***. Você já o viu mudar baterias no último segundo. Mas independente do Kelly ou do Fanning, se ele fizer o surfe livre dele, ele vai ganhar. Os outros é quem tem que se coçar - completou Rico.
- Você precisa olhar para Pipeline, onde o caldo é grosso, a pressão é grande, há vários fatores em jogo, não só a bateria ou o oponente. O Kelly e o John John se dão muito bem lá. O Mick Fanning, se estiver perto, vai brigar, já disse que vai buscar. Agora é o momento mais importante para o Medina, mas eu acho que ele vai tirar de letra. Estou anunciando que ele vai ser campeão (risos) - acrescentou Teco.
É muito gratificante ver isso acontecer
Fábio Gouveia
O título mundial, na opinião deles, seria de grande importância para o crescimento do surfe  brasileiro. Os atletas estrangeiros da modalidade passam a ver os competidores do país de outra maneira e respeitá-los dentro d'água.
 - É muito gratificante ver isso acontecer porque crescemos sempre vendo o que vinha de fora. Um brasileiro com o potencial dele surfando tão bem, a gente vê que o mundo olha para o nosso surfe de outra maneira. Hoje você abre qualquer revista do mundo inteiro e vê o nome do Medina e do Adriano de Souza (Mineirinho) - opinou "Fia".
- Ninguém levava tanta fé no Brasil, e os caras estão mudando de opinião. É como se o Japão ganhasse a Copa do Mundo de futebol - finalizou Rico.
tabela Gabriel Medina últimas etapas do WCT (Foto: GloboEsporte.com)Confira o retrospecto de Medina nas próximas etapas do WCT (Foto: GloboEsporte.com)

Corinthians aguarda agente voltar do Catar para ter reunião por Nilmar

Empresário do atacante está no Oriente Médio, onde finaliza pendências do atacante com ex-clube. Timão deve ter novidades a partir de quinta-feira

Por São Paulo
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nilmar calçao inter (Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com)Corinthians negocia retorno do atacante Nilmar (Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com)
O Corinthians aguarda o retorno do empresário do atacante Nilmar, Orlando da Hora, que está no Catar, para agendar uma reunião e tentar contratar o jogador. Com interesse declarado pelo atleta há algumas semanas, o Timão esperava o fim do vínculo entre do atacante com o El Jaish. A presença do agente no país do Oriente Médio é justamente para finalizar essa questão e ouvir, enfim, as propostas dos clubes interessados em contar com Nilmar. O clube do Parque São Jorge deve ter novidades a partir de quinta-feira. 
A diretoria alvinegra deixou claro que não teria pressa na negociação, mas a necessidade de um atacante no elenco é evidente. Paolo Guerrero, titular da equipe, foi convocado pela seleção peruana e desfalcará o Timão em pelo menos três partidas. O fato deixa o técnico Mano Menezes preocupado, já que a postura do Corinthians no setor ofensivo não vem agradando: Luciano, Ángel Romero e Romarinho disputam a vaga ao lado de Guerrero, mas pecam pela instabilidade. 
O principal entrave na negociação entre Corinthians e Nilmar, inicialmente, deve ser o salário. O clube já deixou claro que não fará “loucuras” para contar com o atacante, que recebia quase R$ 1 milhão por mês no El Jaish. Enquanto o Timão está disposto a pagar cerca de R$ 350 mil, sem luvas ou comissões, o estafe do jogador deve abrir as conversas pedindo ao menos R$ 600 mil. Logo que Nilmar se tornou disponível no mercado, o empresário dele avisou aos interessados que não se tratava de um atleta barato. 
A cautela financeira do Corinthians já ficou clara na negociação com o atacante Marcelo, do Atlético-PR. Apalavrado e com salários acertados, o jogador acabou não se transferindo para o Timão pela falta de acordo entre os clubes em relação à forma de pagamento dos direitos econômicos do atleta. Nilmar, por estar sem contrato com outro clube, é tratado como uma boa oportunidade pela diretoria. 
A saída conturbada do atacante, que passou pelo Corinthians entre 2005 e 2007, é relevada internamente. Há um consenso sobre a necessidade de contratar um parceiro para Paolo Guerrero. Nilmar é um nome que agrada Mano Menezes e se encaixa no perfil requisitado pelo técnico, que desde o Campeonato Paulista vem alertando para a necessidade de um jogador de peso para o setor ofensivo.