Atual
quinto colocado no ranking dos médios do UFC,
Luke Rockhold enfrenta o inglês
Michael Bisping,
dono da nona posição, na luta principal do UFC que acontece no dia 07
de novembro em Sidney, na Austrália. O americano está tão certo da
vitória, que só quer se firmar como o próximo desafiante ao cinturão da
divisão. Para isso, ele já pensa em seu próximo desafio e não descarta
um duelo contra o brasileiro
Ronaldo Jacaré,
logo em seguida. O lutador capixaba é o segundo colocado no ranking da
categoria, atrás apenas de Anderson Silva, já que o campeão
Chris Weidman
não entra na listagem. Ele havia conquistado a chance ao título após
vencer Gegard Mousasi, em setembro, mas o adiamento da disputa de título
entre Weidman e
Vitor Belfort,
de 06 de dezembro para o dia 28 de fevereiro, deve levar Jacaré a fazer
mais um combate antes de se credenciar novamente. O que Rockhold quer é
estragar os planos do brasileiro:
- Jacaré vem se saindo muito bem, mas eu já o venci uma vez. Não gosto
do fato de ele estar acima de mim no ranking e não acho que ele mereça
isso. Se você olhar para a nossa trajetória no esporte, eu tenho apenas
uma derrota na carreira, para o Vitor Belfort. Mas vou me provar
novamente nessa luta contra o Michael Bisping como o desafiante número
um e, se tiver que ser, eu respeito o Jacaré, mas eu o derrotarei
novamente. Ele tem ido muito bem, mas eu acredito em mim mesmo. Para
mim, sou o melhor lutador do mundo. Eu vou resolver os meus negócios com
o Bisping, e, na sequência, me vejo em uma luta de desafiantes número
um. E quão bom seria se eu e o Jacaré lutássemos na co-luta principal do
evento que terá Weidman e Belfort? - declarou o ex-campeão do
Strikeforce ao Combate.com durante um treino na AKA (American Kickboxing
Academy), em San José, na Califórnia, EUA
Rockhold não tem dúvidas de que vencerá Bisping (Foto: Evelyn Rodrigues)
Rockhold garantiu que não está subestimando Bisping por já falar em
enfrentar Jacaré. O atleta aponta mudanças em seu jogo e diz que se
considera superior ao inglês, a quem afirma que vai nocautear ainda no
primeiro round:
- Eu me vejo nocauteando o Bisping rapidamente. Ele não vai conseguir
me achar lá dentro. Eu sei que posso quedá-lo, posso destruí-lo no chão
se eu quiser, mas não acredito que a luta vá chegar a esse ponto. Eu
realmente acho que posso ser mais rápido do que ele, estou melhorando
muito as minhas técnicas. Estou desenvolvendo a minha força, os meus
socos e os meus chutes, estou utilizando cada golpe da forma mais
precisa que eu já utilizei. Eu sempre fui bom de trocação e vencia mais
por conta do meu trabalho duro, da minha determinação por vencer e do
meu atletismo. Agora eu estou muito bom como um todo, aperfeiçoei muito a
minha técnica e a minha trocação e as pessoas vão ver isso neste duelo
contra o Bisping. Essa é uma oportunidade de mostrar o meu crescimento e
no que eu vim trabalhando no tocante ao meu estilo de lutar.
O bate-papo com o atleta aconteceu durante uma quinta-feira de treinos
na academia. Na oportunidade, o brasileiro Marcus “Buchecha” Almeida,
tricampeão mundial de jiu-jítsu com quimono no super-pesado e no
absoluto, bicampeão mundial de jiu-jítsu sem quimono no peso e no
absoluto, e campeão mundial do ADCC (prestigiado torneio de luta
agarrada), fazia uma participação especial afiando o chão dos atletas,
ao lado do treinador de jiu-jítsu da AKA, Leandro Vieira. Luke, que
treinou com Buchecha por mais de 40 minutos trabalhando detalhes no jogo
de solo, falou sobre a experiência adquirida com o multicampeão e a
reta final de treinos para o duelo contra Bisping. Ele também explicou
que a rixa com o lutador inglês, contra quem vem protagonizando trocas
de farpas nos últimos meses, é pessoal, assim como a rivalidade com o
brasileiro Vitor Belfort:
- Eu só falo besteira sobre as pessoas que eu não gosto de verdade e o
Bisping é uma delas. Há apenas dois caras que eu falo um monte de m…. a
respeito, e eles são o Michael Bisping e o Vitor Belfort. Eu não
respeito o que eles fazem e é por isso que eu falo. Eu respeito a
maioria dos lutadores e não falo sobre ele, mas esses dois zombam do
esporte e eu não gosto disso. Por isso eu abro a minha boca, porque eles
merecem que eu fale.
Confira a entrevista na íntegra, dividia por tópicos:
Reta final de treinamento na AKA:
"Todo dia é assim. Eu acordei, corri pouco mais de seis quilômetros
hoje de manhã, vim para a AKA para fazer um treino de jiu-jítsu. Eu faço
sparring três vezes por semana e é por isso que nós somos da AKA. Aqui
nós treinamos mais duro do que qualquer pessoa no mundo, com os melhores
caras do mundo, então eu vou estar mais preparado do que nunca. Estou
aqui para ser o melhor lutador do mundo, não estou aqui apenas para
vencer essa luta. Estou melhorando em todas as áreas possíveis"
A confiança é uma das armas do lutador americano
(Foto: Evelyn Rodrigues)
Luta principal na Austrália:
"Toda luta é importante para mim. Lutar do outro lado do mundo é um
bônus, uma oportunidade de ampliar a minha base de fãs. Austrália é um
país maravilhoso, a comida é excelente, tenho vários amigos por lá. É um
país onde as pessoas têm uma energia boa, eles amam MMA, então é sempre
bom ir para lá receber um pouco de apoio. É um pouco diferente do
Brasil, que é um país maravilhoso, mas quando você vai para lá todo
mundo te odeia (risos). Eles gritam que vão “te matar”, assustam os
americanos (risos), mas enfim, eu sei que vou ter bastante apoio na
Austrália e mal posso esperar para essa luta"
“Trash talk” e troca de farpas com Bisping:
"Eu só falo besteira sobre as pessoas que eu não gosto de verdade e o
Bisping é uma delas. Há apenas dois caras que eu falo um monte de m…. a
respeito, e eles são o Michael Bisping e o Vitor Belfort. Eu não
respeito o que eles fazem e é por isso que eu falo. Eu respeito a
maioria dos lutadores e não falo sobre ele, mas esses dois zombam do
esporte e eu não gosto disso. Por isso eu abro a minha boca, porque eles
merecem que eu fale"
Luta contra Bisping:
"Eu me vejo nocauteando o Bisping rapidamente. Ele não vai conseguir me
achar lá dentro. Eu sei que posso quedá-lo, posso destruí-lo no chão se
eu quiser, mas não acredito que a luta vá chegar a esse ponto. Eu
realmente acho que posso ser mais rápido do que ele, estou melhorando
muito as minhas técnicas. Estou desenvolvendo a minha força, os meus
socos e os meus chutes, estou utilizando cada golpe da forma mais
precisa que eu já utilizei. Eu sempre fui bom de trocação e vencia mais
por conta do meu trabalho duro, da minha determinação por vencer e do
meu atletismo. Agora eu estou muito bom como um todo, aperfeiçoei muito a
minha técnica e a minha trocação e as pessoas vão ver isso no sábado.
Essa é uma oportunidade de mostrar o meu crescimento e no que eu vim
trabalhando no tocante ao meu estilo de lutar"
Ronaldo Jacaré na sequência?
"Jacaré vem se saindo muito bem, mas eu já o venci uma vez. Não gosto
do fato de ele estar acima de mim no ranking e não acho que ele mereça
isso. Se você olhar para a nossa trajetória no esporte, eu tenho apenas
uma derrota na carreira, para o Vitor Belfort. Mas vou me provar
novamente nessa luta contra o Michael Bisping como o desafiante número
um e, se tiver que ser, eu respeito o Jacaré, mas eu o derrotarei
novamente. Ele tem ido muito bem, mas eu acredito em mim mesmo. Para
mim, sou o melhor lutador do mundo. Eu vou resolver os meus negócios com
o Bisping, e, na sequência, me vejo em uma luta de desafiantes número
um. E quão bom seria se eu e o Jacaré lutássemos na co-luta principal do
evento que terá Weidman e Belfort?”
Quando acha que fará seu próximo duelo?
"Quem sabe? Com o Weidman se machucando e todas essas prorrogações de
lutas acontecendo…Eu espero vencer o Bisping e lutar em um duelo que
definirá o próximo desafiante em seguida. É assim que eu me vejo. Mas
quem sabe, de repente o Weidman ou o Vitor podem sair dessa luta e eu
posso substituí-los. Eu vou estar pronto. Se alguma coisa acontecer a um
deles até fevereiro, eu vou estar pronto para lutar. Se não acontecer,
vou ter que lidar com o Jacaré e todo o resto. Mas primeiro de tudo tem o
Bisping e eu vou fazer o serviço direito"
Chris Weidman x Vitor Belfort:
"Claro que significaria muito para mim vencer o Vitor e tomar o
cinturão das mãos dele, mas eu acho que o Weidman é favorito nessa luta.
O Vitor tem uma chance, mas ele não parece tão forte quanto era antes e
isso deve influenciar o seu desempenho. Todo mundo sabe o que o Vitor
tem feito (fisicamente), isso não é segredo. Isso muda o jogo. Olhe para
o beisebol, por exemplo, veja a era dos esteróides no beisebol. Isso
melhora a sua coordenação motora, explosão, tudo o que você faz. Por
isso que os caras estavam acertando mais home runs do que nunca. (nota
da redação: home run é uma rebatida certeira no beisebol que permite que
a bola saia do campo de jogo, dando tempo suficiente para que o atleta
corra pelas quatro bases, marcando assim o ponto para sua equipe). Caras
como o Mark Mcgwire e Bary Bonds acertavam 60, 70, quase 80 home-runs
no passado, porque esteróides influenciam tudo o que você faz com o seu
corpo. Agora, os atletas líderes em home-runs acertam 30, 40 no máximo.
Essa é uma boa analogia para explicar isso. É um outro esporte, mas
mostra exatamente o que está acontecendo no MMA e nós temos que lutar em
situação de igualdade"
Testes antidoping e limpeza do esporte:
"Eu acho que eles (UFC e Comissões Atléticas) estão fazendo o que
precisa ser feito. Os testes antidoping de sangue estão mostrando quem
está limpo no esporte e não há mais tolerância. É assim que as coisas
acontecem. Quando as pessoas perdem o controle, é preciso se bater o
martelo. As mesmas coisas aconteceram no beisebol. Os atletas estavam
usando esteróides deliberadamente, passaram a ser pegos e então eles
bateram o martelo e chacoalharam o esporte. Agora a mesma coisa está
acontecendo com o MMA. Eu acho que mais e mais pessoas vão passar a ser
pegas no esporte, ainda mais agora com os testes antidoping surpresa.
Esse é o maior fator. Esses caras têm cientistas e pessoas em seus camps
de treinamento que os auxiliam no uso da substância durante todo o
treinamento. E aí eles param faltando um certo tempo para a luta, com o
objetivo de passarem no teste de urina. Agora eles também estão fazendo
teste de sangue, então tudo mudou. Eu estou feliz que eles estão
implementando esses novos testes e limpando o esporte. Sempre estive
limpo e sempre vou estar. Eu vou ser testando sempre que eles
solicitarem”
Treinos com o Marcus Buchecha:
“Ele traz muita experiência ao nosso treinamento. É muito habilidoso e
essa participação é muito importante para lapidar ainda mais o nosso
jogo"
Buchecha afinou o chão de Rockhold para o duelo do dia 7 na Austrália (Foto: Evelyn Rodrigues)
Lutar no Brasil:
Eu gosto de visitar o Brasil, é divertido, especialmente quando você
não está lutando e pode aproveitar o país. Eu estive lá para a Copa do
Mundo e foi maravilhoso. Eu assisti a um jogo no Maracanã e aproveitei o
clima. Foi muito divertido. O problema é que, quando você vai para o
Brasil, você tem que enfrentar um brasileiro. É assim que esse negócio
da luta funciona. Se tiver a oportunidade correta, talvez eu volte para
enfrentar alguém lá.
Jon Jones ou Daniel Cormier?
"Essa é uma luta muito dura, mas eu tenho que apostar no Cormier. Acho
que, falando de estilos, ele é o cara que pode vencer Jon Jones. E “DC"
está tão confiante e possui a mesma pressão que o Cain Velásquez tem.
Ele é forte, tem boas mãos e chuta bem. Ele pode conseguir boas quedas.
Essa é a parte principal. Você nunca viu Jon Jones no chão por muito
tempo. Jones é um lutador muito completo, mas quando o DC estiver sobre
ele, vai ser muito difícil de controlar. Eu sei porque eu treino com os
melhores caras do mundo e estou todo dia treinando com o Cormier. Não é
divertido lutar com ele no chão, ainda mais se ele estiver em uma boa
posição sobre você. Eu acho que o DC vai conseguir colocar o Jones de
costas no chão, tirando-o do seu jogo. Talvez ele consiga uma vitória no
ground and pound. Acho possível”