quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Ring girls do UFC Brasília conhecem a cidade e fazem SUP no Lago Paranoá

No DF para fotos de divulgação do evento, Camila Oliveira e Jhenny Andrade visitam
academia do lutador Rani Yahya e chamam a atenção nas ruas da capital federal

Por Brasília
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As duas ring girls que vão trabalhar no UFC Brasília estiveram na cidade esta semana para fotos de divulgação do evento. Camila Oliveira e Jhenny Andrade aproveitaram a viagem para visitar a academia do lutador brasiliense Rani Yahya, responsável por abrir o card do evento. Também passearam por alguns pontos turísticos da cidade e praticar uma modalidade que tem se tornado uma febre no Lago Paranoá: o SUP (Stand Up Paddle).
- Adorei. Nesse calor que faz aqui em Brasília, foi perfeito. E o mais importante, eu não caí - brincou Camila após a volta de SUP.
FOTOS: Veja outras imagens das ring girls praticando SUP no Lago Paranoá
- Todas as pessoas que conheço em Brasília postam fotos do Lago e eu sempre quis muito conhecer. Amei o local, toda a cidade, que é muito linda - completou Jhenny.
UFC Brasília Ring Girls Camila Oliveira Jhenny Andrade (Foto: Fabrício Marques)UFC Brasília Ring Girls Camila Oliveira Jhenny Andrade (Foto: Fabrício Marques)

Antes do passeio pelo Lago Paranoá, as ring girls conheceram a academia do brasiliense Rani Yahya e acompanharam um treino do peso-galo para o combate com Johnny Bedford.
- É uma grande honra estar recebendo as meninas aqui. Todo mundo até deu uma desconcentrada quando elas chegaram, mas deu uma animada para o treino. A presença feminina é ótima. Hoje em dia, a presença das mulheres está crescendo em toda a sociedade, inclusive no MMA. Não só com as ring girls, mas também com lutadoras, técnicas. Isso é muito importante - afirmou Yahya.
Camila e Jenny também estiveram em alguns pontos turísticos da cidade, como o Museu da República e a Esplanada dos Ministério, onde tiraram fotos de divulgação para o evento. Acabaram atraindo a atenção de muitos brasilienses que passavam pelo local.
UFC Brasília Ring Girls Camila Oliveira Jhenny Andrade (Foto: Fabrício Marques)João Carlos se empolgou com presença das ring girls na cidade (Foto: Fabrício Marques)
- Isso é o paraíso. Até levaria um soco para ver essas meninas de perto - afirmou o segurança João Carlos.
O UFC Brasília está marcado para o dia 13 de setembro, no Ginásio Nilson Nelson. Na luta principal, o brasileiro Antônio Pezão enfrenta o bielorrusso Andrei Arlovski. O brasiliense Paulo Thiago é outro que também faz parte do card do evento (veja abaixo todas as lutas).
UFC: Pezão x Arlovski
13 de setembro, em Brasília (DF)
CARD PRINCIPAL
Peso-pesado: Antônio Pezão x Andrei Arlovski
Peso-leve: Gleison Tibau x Piotr Hallmann
Peso-leve: Léo Santos x Lukasz Sajewski
Peso-meio-médio: Santiago Ponzinibbio x Wendell Negão
Peso-galo: Iuri Marajó x Russell Doane
Peso-galo: Jéssica Andrade x Larissa Pacheco
CARD PRELIMINAR
Peso-pena: Godofredo Pepey x Dashon Johnson
Peso-meio-médio: Igor Araújo x George Sullivan
Peso-leve: Francisco Massaranduba x Efrain Escudero
Peso-meio-médio: Paulo Thiago x Sean Spencer
Peso-galo: Rani Yahya x Johnny Bedford
Camila Oliveira, Jhenny Andrade e Rani Yahya, Ring Girls UFC Brasilia (Foto: Fabrício Marques)Camila Oliveira e Jhenny Andrade conheceram a academia do lutador brasiliense Rani Yahya (Foto: Fabrício Marques)

Ronda se mostra aberta a enfrentar estrelas e é elogiada por Dana White

Campeã do UFC quer encarar Cyborg, Carano e Holm. Dana: "Isso que é tão único na Ronda. Ela fica empolgada quando contratamos novas lutadoras"

Por Rio de Janeiro
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Ronda Rousey UFC 175 (Foto: Getty Images)Ronda Rousey com o cinturão do peso-galo
feminino do UFC (Foto: Getty Images)
Ronda Rousey não se importa com quem será sua próxima adversária. O que ela quer é vencer, independentemente de quem esteja do outro lado do octógono. A campeã peso-galo (até 61kg) do UFC deixou clara essa postura esta semana em Macau, na China, onde está ajudando a promover ao lado de Dana White o card que será realizado na manhã de sábado. Cris Cyborg, Gina Carano, Holly Holm... Todas elas são bem-vindas. E foi isso que impressionou o presidente da organização.
- Isso que é tão único na Ronda. Ela fica empolgada quando contratamos novas lutadoras.
A possível luta mais comentada recentemente era entre Ronda e Gina Carano, ex-campeã do Strikeforce e que agora mostra suas habilidades de artes marciais no cinema. Para a loura, seria um sonho:
- Você já deve ter ouvido o ditado: "Trabalhe até seus ídolos virarem seus adversários". Enfrentar a Gina seria realizar um sonho. É o maior respeito que eu poderia mostrar por ela: enfrentá-la e dar tudo de mim contra ela.
Ronda também gostaria de encarar Holly Holm, que já está contratado pelo UFC. A ex-campeã de boxe teve a chegada ao evento comemorada pela campeã:
- Acho que ela não é boa só para uma disputa de título. Ela é ótima para toda a divisão, dá legitimidade às mulheres. Não poderia estar mais feliz por ela se juntar à companhia.
MMA  - pesagem Lion Fight 14 - Cris Cyborg (Foto: Evelyn Rodrigues)A brasileira Cris Cyborg é uma possibilidade de
luta para Ronda no futuro (Foto: Evelyn Rodrigues)
Até Cris Cyborg, conhecido desafeto de Ronda, seria bem-vinda:
- Eu também adoraria fazer essa luta, mas não caso lutas. Apenas compareço e venço.
A brasileira, no entanto, primeiro precisa garantir que consegue bater o peso até 61kg. Campeã peso-pena (até 66kg) do Invicta, ela fará um teste no fim deste ano no que será sua estreia na categoria. E Dana White, claro, adoraria casar o esperado duelo:
- Ela vai bater o peso, e fará isso no Invicta. Vamos ver o que acontece, e vamos decidir a partir disso. Ronda quer muito essa luta. Sei que muita gente fala besteira, diz que ela não quer, mas ela quer.

Rafael dos Anjos se diz subestimado: "Sempre acham que vou perder"

Brasileiro tenta entender o motivo de tanta desconfiança, apesar de ser o número 5 no ranking dos leves. Ao mesmo tempo, sente-se perto do cinturão

Por Rio de Janeiro
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Rafael dos Anjos (Foto: Ivan Raupp)Rafael dos Anjos (Foto: Ivan Raupp)
Nem as vitórias sobre nomes como Donald Cerrone, Evan Dunham e Jason High serviram para que os fãs de MMA, principalmente os brasileiros em geral, acreditassem mais na capacidade de Rafael dos Anjos. Quinto colocado no ranking oficial da categoria até 70kg do UFC, o lutador carioca sente a desconfiança na pele e enxerga no evento deste sábado, onde vai encarar Ben Henderson, a oportunidade de finalmente inverter esse quadro.
- Vou vencer para mostrar a todo mundo que estou preparado para ter uma chance, que sou um lutador bom e completo. Muitas vezes sou subestimado. As pessoas sempre acham que vou perder. E sinceramente não sei o porquê. Já ganhei de bons lutadores. Realmente não sei. Quero chegar lá e mostrar que estou ali e tenho condições de chegar - disse, por telefone, ao Combate.com.
Ao mesmo tempo em que se sente subestimado, Rafael acredita que está perto de disputar o cinturão. A derrota sofrida para o russo Khabib Nurmagomedov, em abril, atrasou um pouco seu caminho, porém menos do que ele mesmo esperava. Depois disso, nocauteou Jason High em junho e logo teve marcado o duelo contra Henderson.
- Acho que há grande chance de eu ter uma chance. Ganhando essa luta sábado, vou dar um passo muito grande para mais perto do cinturão. Eu estava com muita pressão antes da luta contra o Khabib, de perder e voltar para o fim da fila, já que eu vinha de cinco vitórias seguidas. Mas a derrota não me colocou numa situação ruim. Até subi no ranking. Agora ele está machucado. Outro cara que está vindo é o Cerrone, de quem eu já ganhei. Enfim, acho que uma vitória me coloca bem perto da disputa de cinturão - afirmou.
Rafael dos Anjos pesagem UFC MMA (Foto: Evelyn Rodrigues)Rafael dos Anjos é o quinto colocado do ranking dos leves do UFC (Foto: Evelyn Rodrigues)
O combate contra Bendo será o principal do card em Tulsa, no estado de Oklahoma (EUA). O americano é o ex-campeão dos leves e atual número 1 do ranking de candidatos à disputa de título. Para vencê-lo, o brasileiro se concentra em especial no início da luta.
- Acho que os rounds iniciais vão fazer a diferença. Ele tem muito gás e muito volume. Depende muito do meu jogo mesmo. É chegar lá, botar pressão, meter a mão dura nele, chutar forte e tentar dar aquela intimidada no começo - analisou.
O Combate e o SporTV transmitem o torneio ao vivo e com exclusividade a partir de 20h (horário de Brasília) de sábado; o Combate.com acompanha o evento em Tempo Real a partir do mesmo horário e exibe em vídeo, ao vivo, a primeira luta do card preliminar, entre os pesos-moscas Wilson Reis e Joby Sanchez. Na sexta-feira, o Combate e o Combate.com transmitem a pesagem do evento a partir de 17h30m (também de Brasília).
UFC: Henderson x Dos Anjos
23 de agosto, em Tulsa (EUA)
CARD PRINCIPAL
Peso-leve: Benson Henderson x Rafael dos Anjos
Peso-meio-médio: Jordan Mein x Mike Pyle
Peso-médio: Francis Carmont x Thales Leites
Peso-pena: Max Holloway x Clay Collard
Peso-leve: James Vick x Valmir Lázaro
Peso-leve: Chas Skelly x Tom Niinimaki
CARD PRELIMINAR
Peso-meio-médio: Neil Magny x Alex Garcia
Peso-leve: Beneil Dariush x Tony Martin
Peso-galo: Aaron Phillips x Matt Hobar
Peso-meio-médio: Ben Saunders x Chris Heatherly
Peso-mosca: Wilson Reis x Joby Sanchez

Arona quer voltar em 2015 e garante que, em seu auge, venceria Jon Jones

Estrela do Pride explica dificuldades que vêm adiando seu retorno às lutas, diz que sente muita saudade do passado e planeja enfrentar o maior nome atual

Por Niterói, RJ
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Mesmo fora do circuito há algum tempo, Ricardo Arona virou uma espécie de mito. Sem lutar desde 2009, o atleta que fez fama no Pride vem prometendo seu retorno ao MMA não é de hoje, mas seu desejo ainda não se concretizou. Enquanto isso, seus inúmeros fãs, órfãos de suas performances há praticamente cinco anos, ainda sonham como o dia da volta. Nesse cenário de dúvidas, o Combate.com foi atrás de Arona em seu "esconderijo", o bairro praiano de Itacoatiara, em Niterói-RJ, para tentar entender o que de fato está se passando.
Segundo o próprio, faltam dois passos para o esperado retorno. O primeiro é uma cirurgia no joelho esquerdo para tratar dos ligamentos. E depois vem a recuperação até que ele se sinta pronto para treinar e consequentemente lutar de novo. O Tigre Brasileiro, como ficou conhecido no extinto evento japonês, tem tudo planejado. E, aos 36 anos, pretende estar de volta no início de 2015.
Ricardo Arona lutador (Foto: Ivan Raupp)Ricardo Arona na sala de troféus da sua casa em Niterói-RJ; lutador tem cartel de 14-5 (Foto: Ivan Raupp)
- Na verdade, estou parado em função de lesão, e não por que não quero mais, perdi a vontade, desinteresse. Nada disso. O motivo é lesão. Depois de 15 anos de combate, uma hora o corpo... Não tem jeito. Ainda quero voltar e acho que tenho tempo hábil para isso. Posso também escolher entre lutar de quimono, lutar MMA, enfim, tenho opções. Uma coisa é certa: vou voltar - disse ele durante longa entrevista.
Se voltar, Arona encontrará um mercado diferente do que existia em sua época. Hoje o UFC monopoliza as atenções e contrata os melhores lutadores. O brasileiro, por sinal, já recebeu oferta de Dana White e cia. e só não fechou por não estar em ação. Mas ainda sonha com isso. A ideia de Arona é um dia poder desafiar o até agora soberano campeão dos meio-pesados (até 93kg), Jon Jones. Ele tem certeza que, em seu auge, venceria o duelo:
Não tenho dúvida. Ainda acho que o melhor caminho para vencer o Jon Jones é o meu estilo de luta"
sobre se venceria Jon Jones em seu auge
- Não tenho dúvida. Ainda acho que o melhor caminho para vencer o Jon Jones é o meu estilo de luta, porque sei trocar em pé, sou bom de queda e faço um chão de pressão por cima com ground and pound, mas também com risco de finalização. Com certeza o meu jogo é o jogo ruim para ele.
O status de mito se justifica no número de perfis falsos que Arona tem no Facebook, o que já o levou a ser tema de matéria do Fantástico. Mas ele avisa que a única rede social em que tem conta é o Instagram. E, exatamente por ser mito, a saudade é ainda maior. O Tigre conta que relembra seus tempos de Pride todos os dias, e a vontade de voltar só aumenta. Assistir aos eventos do UFC à noite? Só na reprise do dia seguinte. Se ligar a televisão para acompanhar as lutas ao vivo, o risco de não dormir é grande por causa da tristeza de não estar mais no meio. Com esse ar de sinceridade, o simpático e pacato Ricardo Arona também abriu o jogo sobre outros temas e esclareceu todas as dúvidas em torno dele.
A seguir, veja a entrevista com Ricardo Arona na íntegra:
Combate.com: Você lutou pela última vez em 2009. Desde então muito se fala na sua volta. Afinal, você ainda pensa realmente em voltar a lutar? Isso ainda é possível?
Ricardo Arona: Com certeza. Penso que o tempo em que estou parado também foi importante para mim, porque nunca parei, sempre treinei e competi desde meus 14 anos. Mas tive uma fatalidade que atrapalhou muito meus planos, que foi romper o ligamento do joelho direito naquela luta contra o Marvin Estmann. Aquilo me deixou um ano e meio parado. Quando fiquei bom do joelho e voltei a treinar, tive outra lesão. Na verdade, estou parado em função de lesão, e não por que não quero mais, perdi a vontade, desinteresse. Nada disso. O motivo é lesão. Depois de 15 anos de combate, uma hora o corpo... Não tem jeito. Ainda quero voltar e acho que tenho tempo hábil para isso. Posso também escolher entre lutar de quimono, lutar MMA, enfim, tenho opções. Uma coisa é certa: vou voltar.
Ricardo Arona x Wanderlei Silva (Foto: Marcelo Alonso)Arona venceu Wanderlei Silva na semifinal do GP, em agosto de 2005 (Foto: Marcelo Alonso)
Houve algum contato do UFC com você nos últimos anos?
De cinco anos para cá fui a três edições do UFC. Em duas delas tive a oportunidade de conversar com o Dana White. Ele me recebeu muito bem, ficou muito feliz com a minha presença e até me chamou para uma conversa depois de uma coletiva de imprensa. Na época (2010) ele disse: "Ricardo, aqui o pessoal pede muito você". Ele viu também que teve uma movimentação muito grande dos fãs comigo na Fan Expo. "Ricardo, quando você quiser voltar, tem lugar aqui no UFC. Mas é interessante para a gente que você faça uma luta antes em algum evento para você ver como está. A gente tem um contrato para você". Muita gente acha que tive problema com o Dana White, mas não teve isso. Minha condição física que me impediu de procurá-lo para fechar um contrato. O problema é comigo. Com o UFC está resolvido. Só depende de mim mesmo.
Então, a partir do momento em que você estiver bem, vai procurar o Dana White para fechar com o UFC?
Exatamente. Meu primeiro objetivo é ficar 100% recuperado das lesões. O segundo é voltar a treinar bem. Com certeza o terceiro vai ser a competição. Aí vamos procurar o Dana White, vamos procurar o melhor caminho. De repente pode surgir um ADCC (competição de luta agarrada) no meio do caminho, o que para mim seria ótimo, pois você dá muito treino de jiu-jítsu e wrestling, e o gás vai lá para cima. Depois faz um treinamento de boxe e adapta isso para o MMA. Está pronto. Assim foi o começo e acredito nesse caminho: jiu-jítsu, wrestling, boxe, MMA. É ficar 100% e voltar a treinar. O espírito competitivo ainda está bem vivo. A coisa vai se encaminhar naturalmente.
Em 2015 pretendo estar ativo desde o começo do ano, é meu objetivo. Agora está tudo desenhado certinho para isso"
sobre o esperado retorno às lutas
Hoje você está quantos por cento?
Ainda tenho uma lesão para resolver. Meu problema é lesão. É no joelho esquerdo, no ligamento. Este ano vai ser para curar essa lesão. Vou passar por mais um processo cirúrgico nesse joelho e vou me recuperar. Em 2015 pretendo estar ativo desde o começo do ano, é meu objetivo. Agora está tudo desenhado certinho para isso.
Você está treinando? Consegue treinar, mesmo com essa lesão?
Consigo treinar jiu-jítsu bem, não na intensidade máxima, mas estou dando os treinos para os meus alunos. Está tudo correndo bem. Pedalo, malho, mantenho a condição física de outras formas. Gosto de fazer escalada, de surfar, então é o tempo todo rolando isso. Agora estou fazendo um fortalecimento da perna para operar o joelho esquerdo. Tudo isso faz parte do planejamento que fiz. Planejei tudo para ser rápido. Estou com uma estrutura bem legal.
Você teve até proposta recente do Bellator, certo?
Tive. Eles andaram me ligando, e nós conversamos. Eles não sabiam da minha condição, e expliquei para eles. Me disseram que eu tinha espaço lá e que era para eu procurá-los quando quisesse voltar, porque eles têm interesse em fechar comigo.
Ricardo Arona lutador (Foto: Ivan Raupp)Vontade de voltar a representar o Brasil no MMA é grande (Foto: Ivan Raupp)
Mas sua prioridade é o UFC, né?
O UFC é o ponto máximo da carreira do lutador hoje. Conheço a maioria dos lutadores que estão ali dentro. É onde eu queria experimentar voltar. Para mim seria ótimo nem ter essa luta antes. Seria ótimo se o Dana White fechasse comigo e eu já caísse direto dentro do do UFC, da maneira como ele quiser, contra quem ele quiser. Ainda acredito que isso pode acontecer. É só mexer na mídia direitinho quando chegar a hora.
Hoje você lutaria na categoria até 93kg? Ou de repente até 84kg?
Eu peso 94kg desde meus 20 e poucos anos de idade. Sou extremamente contra perder peso e sempre fui. Prefiro lutar com 93kg, 94kg mesmo. Se o cara estiver mais pesado, acredito na condição física, no giro da luta. Eu vou estar descansando e comendo bem. Ele vai estar perdendo peso.
Já imaginou Ricardo Arona x Jon Jones?
Ah, isso já imaginei diversas vezes. Não vou dizer com certeza, mas está no caminho. Se eu entrar no caminho, vou colidir com ele.
Sinto saudade de tudo dessa época. Eu vivo praticamente todos os dias relembrando aquilo tudo, o que é importante. Acho que tenho que manter essa memória viva, porque foram os melhores momentos da minha vida. Tenho que estar lembrando daqueles momentos para querer tê-los de novo"
sobre os tempos de Pride
Você já foi um dos "caras" de uma geração, e o Jones é "o cara" hoje. Um duelo de gerações, uma luta que certamente venderia.
Seria ótimo. Seria bem legal porque gosto desse tipo de desafio, de você se provar em algo difícil, contra um cara mais novo, que está na atividade. Ele é "o cara" do momento. Seria interessante, mas acho que não dá já para mirar no Jon Jones. Ele está ali, mas a gente tem que ir galgando e voltar devagar.
O Arona do Pride ganharia do Jon Jones de hoje?
Ah, tenho certeza. Não tenho dúvida. Ainda acho que o melhor caminho para vencer o Jon Jones é o meu estilo de luta, porque sei trocar em pé, sou bom de queda e faço um chão de pressão por cima com ground and pound, mas também com risco de finalização. Com certeza o meu jogo é o jogo ruim para ele.
Você sente muita saudade dos tempos de Pride?
Sim, muita. Sinto saudade de tudo dessa época. Eu vivo praticamente todos os dias relembrando aquilo tudo, o que é importante. Acho que tenho que manter essa memória viva, porque foram os melhores momentos da minha vida. Tenho que estar lembrando daqueles momentos para querer tê-los de novo. Então, tem um lado bom, mas também um lado de bastante sofrimento, aquela coisa de ficar ali pensando. O tempo passa muito rápido. É complicado, uma coisa que vivo diariamente. Mas no fundo no fundo eu gosto, porque isso me diz se estou vivo ou não dentro da luta.
O seu retorno virou uma espécie de mito. O pessoal fala muito nas redes sociais e te trata quase como um Deus. O que acha de tudo isso?
Fiquei muito surpreso porque, como fiquei afastado um tempo, não tinha mais certeza de qual opinião as pessoas de dentro da luta tinham sobre mim. Quando começou a surgir isso, mexeu muito comigo. Essas coisas me fazem dizer que quero voltar. E acho que, pelo fato de eu ter enfrentado os caras na época do Pride, de não ter corrido de nada, sempre estar comprando brigas, isso fez o pessoal olhar para mim como uma referência. Então, olho aquilo e penso: "Tenho que estar dentro daquilo de novo, pertenço a isso, não tem jeito". Isso vai mexendo com a minha cabeça. Fico muito grato e acho muito bom as pessoas me verem como um comandante naquilo. É como eu gosto de ser visto, mas com respeito, pensando no trabalho, é lógico.
Ricardo Arona x Wanderlei Silva (Foto: Marcelo Alonso)Ricardo Arona x Wanderlei Silva: antes do anúncio do vencedor (Foto: Marcelo Alonso)
Fazendo uma análise da sua carreira, de qual luta você tem mais orgulho?
A primeira luta contra o Wanderlei foi um marco. Não tem como falar de outra luta, por toda a história que gerou em cima disso. Mas todas as lutas foram muito marcantes e intensas. Tenho que me referir a essa do Wanderlei porque foi a principal, e ele foi um cara que estourou muito a mídia a favor dele. Falava muito contra os adversários, e essa coisa mexe muito. Poucos fazem da forma como ele fazia. Ele com certeza foi a luta mais importante. Era muay contra jiu-jítsu no auge.
E qual foi a sua pior derrota?
Eu tive cinco derrotas no cartel, mas realmente só considero duas. A do Wanderlei (na segunda luta) eu tenho consciência que ganhei, a do Fedor também tenho consciência plena, e na do Quinton Jackson eu tive azar, porque apaguei ele no combate, ele voltou e me deu um bate-estaca onde me deu uma cabeçada na cara. Não me deu um soco ou um chute. A luta foi toda minha. Dentro de mim, penso que o venci. Foi uma fatalidade. É como eu penso. Contra o Shogun e o Sokoudjou eu tive problemas que levaram à derrota.
O evento, à noite, eu não assisto, porque me faz muito mal. Saber que estou fora daquilo ali... À noite nem pensar, ou então eu não durmo. Vejo sempre no dia seguinte, de dia, a reprise"
sobre assistir ao UFC hoje em dia
Quais foram esses problemas?
Contra o Sokoudjou foi fogo porque cheguei muito bem ao Japão, treinado e forte. No primeiro dia lá eu levei uma cabeçada do Minotauro na boca, e gerou um corte pequeno que não parava de sangrar. Treinamos, fiquei cansado e fui dormir. No dia seguinte acordei muito cansado e pensei que era em função do volume de treinos que eu estava trazendo do Rio. Aí minha boca voltou a sangrar no mesmo lugar. Fui descansar, mas tive febre de 39 graus. Fui hospitalizado na época, e o médico disse que eu não poderia fazer mais nada até o dia da luta. Foi identificada uma gripe, e começaram a me dar remédio para isso. No dia da luta foi uma superação enorme para mim, porque estava com 39,5 graus de febre no vestiário. Como eu estava bem treinado, confiei nisso. Dois dias antes da luta liguei para minha mãe e contei da gripe, e ela me disse que na verdade eu estava com dengue, porque o menino que tomava conta da minha casa estava no hospital com dengue. E não pode tratar dengue com remédio de gripe. Então, o tratamento no Japão só me piorou. Enfim, entrei muito fraco. Quando peguei a perna do Sokoudjou e fui dar uma queda, senti que eu estava muito fraco. Comecei a preparar minha cabeça para uma luta mais longa e mais difícil. Quando saí da perna, ele me acertou um golpe no queixo, caí seminocauteado, e o juiz interrompeu. Acho que Deus me protegeu, porque eu estava sem plaqueta. Se eu tivesse tomado mais golpes no corpo, poderia ter tido uma hemorragia, e ela não pararia de sangrar, porque eu não tinha plaquetas. Por isso aquele cortezinho do primeiro dia no Japão não parava de sangrar. Depois da luta voltei ao Brasil e fiquei 40 dias internado. A dengue se transformou em pneumonia. Foi uma superação.
A luta do Shogun foi depois da luta contra o Wanderlei. E contra o Wanderlei tive um afundamento na perna. É como dar uma martelada na madeira. Minha perna ficou muito inchada, e foi um espaço de duas horas entre as duas lutas. Estava doendo muito. A intenção era botar essa luta para dois meses depois, mas aí houve interesses. Tinha toda uma mídia em cima. O médico me deu opção de tomar cortisona na perna para anestesiá-la. Aí tomei seis injeções de cortisona, três de cada lado, e não senti mais nada. Peguei o Shogun, dei a queda e bati de cabeça. Caí por cima, mas seminocauteado. Quando abri o olho, vi uma letra no chão e não estava entendendo nada. Aí vi que eu estava no omoplata e comecei a entender o que estava acontecendo. Voltei para a luta por cima, mas tudo que aconteceu depois de bater a cabeça eu via três segundos atrasado. Eu levava três segundos para reagir aos movimentos dele. Lembro que ele me deu uma queda idiota. Quem me conhece sabe que eu nunca caí assim. Foi uma coisa muito estranha. Quando acabou a luta, fui procurar saber o porquê. O que acontece é que a cortisona, em contato com a adrenalina, dá essa sensação. Essa derrota foi um grande aprendizado. Tinha muito interesse. Ninguém me preservou, e eu deveria ter sido preservado. Era como se eu estivesse bêbado.
Qual dessas derrotas você considera ter sido a mais injusta?
Acho que tanto a do Fedor quanto a do Wanderlei. Foram muito roubadas. Dominei as duas lutas inteiras. Foi ridículo.
Ricardo Arona lutador (Foto: Ivan Raupp)Na frente de sua casa no bairro de Itacoatiara,
bem perto da praia (Foto: Ivan Raupp)
Como você via a rivalidade entre Brazilian Top Team e Chute Boxe? De vez em quando passava um pouco do limite?
Na época eu não tinha essa visão, mas depois vi que foi importante para o evento ganhar notoriedade. Todo mundo queria saber o que estava acontecendo. Foi tudo a partir desse conflito.
O japonês Enson Inoue publicou um suposto trecho de contrato do Pride que mostrava que anabolizantes não eram testados pelo evento, que não havia antidoping para isso. É verdade?
O que sei sobre isso é que nunca me foi mencionada essa cláusula. Também não vou te dizer que li aquele contrato todo. Acho que eram umas 10 ou 12 páginas, tudo escrito em inglês. Poderia ter uma cláusula lá que dissesse isso, embora eu não acredite nisso, pelo tanto que eles eram profissionais. O evento recomendava para a gente não usar anabolizante. Não podia. No começo do evento não se falava nisso. O Pride teve uns 10 anos, e nos quatro primeiros isso não era muito cobrado. Mas depois houve a cobrança. Não podia usar anabolizante, e se pegasse era multado. Eu, pelo menos, tinha essa recomendação. Isso foi cobrado a partir do quarto ano do evento.
De uma maneira geral, você acha que o UFC superou o Pride?
O UFC supera o Pride em termos do que é o esporte hoje. A gente não pode esconder o crescimento, toda a mídia em cima. A visibilidade hoje é muito maior. Mas nessa parte do respeito da torcida e tal, acho que nunca vai ser igual ao Pride. Lá você conseguia ouvir a respiração do seu adversário porque as 80 mil pessoas presentes ficavam em silêncio.
Acho que tanto a do Fedor quanto a do Wanderlei. Foram muito roubadas. Dominei as duas lutas inteiras. Foi ridículo"
sobre derrotas que considera mais "roubadas"
Você e Wanderlei Silva realmente se odiavam no Pride. Chegou a encontrá-lo depois disso?
Tive um encontro com ele em Las Vegas, no primeiro UFC ao qual eu fui, e foi a primeira vez em que a gente se falou. Dei de cara com ele lá do outro lado, depois de anos sem vê-lo, e pensei: "O que será que vai acontecer?". Ele veio andando na minha direção. Aí me deu aquele choque, não sabia se teria briga, porque toda vez que a gente se via era assim. Fiquei na adrenalina, aí ele veio, abriu um sorriso e me deu um abraço. Falou: "Pô, meu irmão. Está faltando você aqui no UFC, cara. Isso aqui é para a gente". Fiquei sem palavras, não esperava. Aí ele: "Não tem nada disso, está tudo certo. Você faz falta aqui". O cara estava todo aberto, vi que estava sendo verdadeiro, e tudo aquilo virou história realmente a partir dali. A gente teve um contato sincero. Foi muito bom vê-lo, e ali a gente quebrou essa barreira.
Depois disso fui encontrá-lo aqui em Itacoatiara. Vieram uns garotos que eu não conhecia na minha casa e disseram: "Aquele cara contra quem você lutou está lá na praia. O careca". Aí pensei: "Será que estou ouvindo direito? Não é possível que o Wanderlei esteja aqui na praia". Quando cheguei lá, era ele mesmo. Subi na pedra e cheguei por trás para ele não me ver. Falei: "E aí, rapaz! Está perdido aqui?". Ele virou assim: "Pô, Arona, vim em paz". Aí falei: "Lógico!". Apertei a mão dele, e conversamos. Ele disse que estava passando uns dias em Itacoatiara e tinha entendido por que eu não saía daqui. Falei para ele que se precisasse poderia me procurar em casa. Enfim, está tudo lá arquivado, mas hoje todo mundo é profissional. Não tenho nada contra ele. Quero que ele continue representando a gente. Merece respeito.
Você assiste aos eventos do UFC hoje em dia?
Assisto muito pouco, só às lutas principais. O evento, à noite, eu não assisto, porque me faz muito mal. Saber que estou fora daquilo ali... À noite nem pensar, ou então eu não durmo. Vejo sempre no dia seguinte, de dia, a reprise.
Ricardo Arona lutador (Foto: Ivan Raupp)Ricardo Arona com um cinturão antigo que conquistou nos EUA (Foto: Ivan Raupp)
Você falava do seu "octorringue". Como está o projeto de academia aqui na sua casa? O que está faltando?
Essa coisa foi uma brincadeira que fiz porque, na época, fiz um ambiente que era metade ringue e metade octógono. E ficou bem legal, porque fazia treinamentos específicos nas duas áreas. Na época a gente estava em transição do Pride para o UFC, então tinha que ter os dois tipos de treino. Fiz isso e deu certo, mas acabou. O projeto está assim: tenho uma sala pronta, onde estou fazendo treinos para pouca gente ainda. Está sendo muito bom. Aqui é minha casa, e eu a transformei num QG. Falo QG porque não gosto dessa sigla CT, de centro de treinamento. Acho que isso foi um modismo. Abriram isso em tudo quanto é lugar. Mas quem é você que montou um CT? Não sei. O cara nunca competiu, nunca lutou, nunca foi ninguém, mas tem um CT de MMA. Então, já não gostei dessa nomenclatura e prefiro usar o QG mesmo, que é o quartel general. Era assim no Carlson (Gracie), na criação, e é como tem que ser. Então, esse QG está com uma sala pronta de 100m², onde estou dando os treinos. Tem saco pendurado e octógono. E o projeto é fazer mais duas salas, cada uma também de 100m², uma com tatame e outra para treinamento funcional. Tudo isso está para ficar pronto agora. Falta muito pouco.
Também estou com um projeto em Icaraí. Um amigo meu de infância, o Bosco, me chamou para fazer uma parceria lá. Montamos um tatame no Clube Rio Cricket, e vai ter o jiu-jítsu com tradição, estilo Carlson Gracie. Sempre tivemos esse plano, e já já vai ficar pronto.
Resumindo então: ninguém mais do que o próprio Arona quer ver o Arona de volta?
Exatamente. Vejo que tenho tempo ainda para isso, tenho bagagem também. Mas tem que ter muita calma. Fiquei muito tempo ansioso, querendo voltar logo, mas não foi assim. Meu pai teve um problema de saúde grave, e fiquei um ano me dedicando a ele. Isso atrapalhou nas datas. As pessoas têm que entender que não dá para julgar. O que está acontecendo é que quero muito lutar, mas quero passar por todas as etapas de recuperação primeiro.

Wanderlei Silva não comparece, e audiência sobre antidoping é adiada

Comissão Atlética de Nevada adia julgamento do lutador, que "fugiu" de academia para evitar exames. Ele alega viagem ao Canadá para ausência

Por Rio de Janeiro
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Wanderlei Silva ufc (Foto: Adriano Albuquerque)Wanderlei Silva (Foto: Adriano Albuquerque)
O futuro de Wanderlei Silva no MMA ganhou mais um capítulo polêmico. O lutador teria seu caso analisado num dos itens de uma audiência disciplinar com a Comissão Atlética do Estado de Nevada (NSAC, sigla em inglês) nesta quinta-feira, e sua presença era esperada. No entanto, ele não compareceu. No início da sessão, foi revelado que o advogado de Wanderlei entrou com um requerimento para descartar a ação disciplinar contra ele. A comissão, então, optou por adiar esse item para uma data ainda não definida.
O "Cachorro Louco" disse ao site "MMA Fighting" que já tinha uma viagem ao Canadá marcada para o mesmo período e que ficou sabendo da audiência só após ter fechado os compromissos.
Wanderlei será julgado por ter "fugido" de sua academia no momento em que um representante da comissão chegou ao local para coletar amostras de sangue e urina do lutador, caso ocorrido no dia 24 de maio. O brasileiro tinha duelo programado para o UFC 175, no dia 5 de julho, contra o desafeto Chael Sonnen. Após ignorar novos chamados para realizar os exames, Wand explicou à comissão que "fugiu" porque estava preocupado com a chance de os testes mostrarem a presença de diuréticos em seu organismo. Ele alegou ter feito uso da substância apenas para minimizar uma inflamação no pulso direito.
Os diuréticos são classificados como substâncias proibidas porque têm a capacidade de mascarar a presença de outras substâncias ilegais no organismo de uma pessoa.
Drysdale e Casey suspensos temporariamente
O meio-pesado Robert Drysdale e o peso-médio Kevin Casey também estavam na lista de temas da audiência desta quinta, e ambos foram suspensos temporariamente de qualquer competição de MMA em Nevada. Os dois foram pegos no exame antidoping após vencerem respectivamente no TUF 19 Finale, em 6 de julho, e no UFC 175, no dia anterior. Casey testou positivo para esteroides anabolizantes, enquanto o teste de Drysdale apresentou níveis elevados de testosterona. A dupla será julgada novamente em data ainda não definida.

Carmont reconhece evolução de Thales Leites em pé: "Não é luta fácil"

Francês elogia capacidade de seu adversário do próximo sábado, mas nega receio de levar luta para o chão e rejeita pensar em volta ao topo da divisão

Por Rio de Janeiro
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Numa luta de MMA contra um lutador conhecido por sua excelência no jiu-jítsu, a receita para a vitória parece simples: manter o combate em pé. Porém, o francês Francis Carmont está ciente que este não é o caso contra seu próximo adversário, o brasileiro Thales Leites, neste sábado em Tulsa (EUA), no card principal do "UFC: Henderson x Dos Anjos". O peso-médio da equipe TriStar, companheiro de equipe de Georges St-Pierre, estudou bem o lutador da Nova União e ficou impressionado com sua última vitória, um nocaute em menos de um minuto contra Trevor Smith.
- Thales melhorou muito em relação ao passado. Ele melhorou muito na trocação, como pudemos ver na sua última luta, ele nocauteou no primeiro round. Ele melhorou em todos os aspectos. Não é uma luta fácil - argumentou Carmont, em entrevista por telefone ao Combate.com.
Montagem UFC - Thales Leites e Francis Carmont (Foto: Editoria de arte)Francis Carmont (dir.) está atento à trocação melhorada de Thales Leites (Foto: Editoria de arte)
Não é fácil mesmo. Se Leites desenvolveu seu jogo em pé, seu jogo de solo é ainda mais temível. Faixa-preta da Nova União, o brasileiro conquistou 13 de suas 23 vitórias através de finalizações, e só foi finalizado uma vez em sua carreira no MMA, justamente em sua última derrota, há quatro anos. De lá para cá, foram seis vitórias seguidas, três delas no UFC.
Apesar disso, Carmont não tem medo de levar o combate para o solo contra Leites. Conhecido por seu bom trabalho de clinche e de quedas, o francês tem 10 vitórias por finalização na carreira e sobreviveu à pressão de outro grande nome do jiu-jítsu, Ronaldo "Jacaré" Souza, que o derrotou por pontos em fevereiro, mas não o finalizou.
Ronaldo Jacaré, Francis Carmont e Georges St-Pierre, UFC, Jaraguá do Sul (Foto: Rodrigo Malinverni)Carmont sobreviveu ao jiu-jítsu de Jacaré em
fevereiro (Foto: Rodrigo Malinverni)
- É verdade, ele é perigoso no chão, é um dos caras da elite no chão no mundo e no UFC, mas enfrentei o Jacaré Souza, que também é bom no chão. Não sou fácil de finalizar, estou pronto para a luta ir para o chão. Se eu conseguir, vou finalizar, mas sei que não é fácil, porque ele é muito bom no chão e vai ser difícil. Mas, se a oportunidade chegar, vou aproveitar - analisou.
Carmont vem de duas derrotas seguidas na divisão, para Jacaré e CB Dollaway, e reconhece que há pressão por uma vitória para continuar no Ultimate. Por outro lado, uma vitória sobre Leites seria suficiente para recolocá-lo no top 10 dos pesos-médios - atualmente, Carmont é o 12º colocado. O francês mantém os pés no chão.
- Tenho que lutar mais uma ou duas vezes antes de entrar na briga pelo título. É duro, tem o Luke Rockhold, o Jacaré Souza, o (Gegard) Mousasi, esses caras estão na frente por uma disputa de cinturão. Preciso vencer esses caras antes de lutar pelo título, mas não quero falar nisso, quero falar só na luta de sábado - concluiu Carmont.
O Combate e o SporTV 2 transmitem o "UFC: Henderson x Dos Anjos" ao vivo e com exclusividade a partir de 20h (horário de Brasília) de sábado; o Combate.com acompanha o evento em Tempo Real a partir do mesmo horário e exibe em vídeo, ao vivo, a primeira luta do card preliminar, entre os pesos-moscas Wilson Reis x Joby Sanchez. Na sexta-feira, o Combate e o Combate.com transmitem a pesagem do evento a partir de 17h30m (também de Brasília). Confira o card completo:
UFC: Henderson x Dos Anjos
23 de agosto de 2014, em Tulsa (EUA)
CARD PRINCIPAL
Peso-leve: Benson Henderson x Rafael dos Anjos
Peso-meio-médio: Jordan Mein x Mike Pyle
Peso-médio: Francis Carmont x Thales Leites
Peso-pena: Max Holloway x Clay Collard
Peso-leve: James Vick x Valmir Lázaro
Peso-leve: Chas Skelly x Tom Niinimaki
CARD PRELIMINAR
Peso-meio-médio: Neil Magny x Alex Garcia
Peso-leve: Beneil Dariush x Tony Martin
Peso-galo: Aaron Phillips x Matt Hobar
Peso-meio-médio: Ben Saunders x Chris Heatherly
Peso-mosca: Wilson Reis x Joby Sanchez

Henderson surpreende e faz "rola" de jiu-jítsu com esposa em treino aberto

Ex-campeão dos pesos-leves do UFC quase é finalizado pela mulher, que pediu em casamento dentro do octógono, após uma vitória em 2013

Por Tulsa, EUA
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Benson Henderson já era a principal atração do treino aberto do "UFC: Henderson x Dos Anjos", nesta quinta-feira, então não dá para dizer que ele "roubou a cena" ao aparecer para a atividade com sua esposa, Maria. Porém, o casal surpreendeu o público presente ao aparecer de quimono e protagonizar um "rola" de jiu-jítsu nos tatames montados no hotel que abriga a organização do Ultimate neste fim de semana. (Veja no vídeo ao lado).
O ex-campeão dos pesos-leves apareceu de quimono preto, e a esposa, de quimono azul. A exibição teve muitos momentos de muita técnica e, no final, Maria quase levou o braço de Benson, numa posição idêntica à que custou ao lutador o cinturão dos pesos-leves, no ano passado, em luta contra Anthony Pettis. Altamente competitivo, "Smooth" brincou com a situação ao final do treino aberto.
Benson Henderson treina jiu-jítsu com esposa Maria em treino aberto do UFC (Foto: Ana Hissa)Benson Henderson treina jiu-jítsu com esposa Maria em treino aberto do UFC (Foto: Ana Hissa)
- Foi muito legal, algo que eu sempre quis fazer, algo novo... Eu não gostei do jeito como acabou (risos), mas para mim foi algo divertido poder rolar com minha mulher. Ela me bateu um pouco (risos). Eu estou meio cansado, foi a falta de calorias, faltam dois dias para a pesagem. Eu posso usar essa desculpa! - riu.
A "quase" finalização não foi simples brincadeira ou ajuda do "maridão". Maria foi terceira colocada no Mundial de Jiu-Jítsu de quimono em 2013, e foi derrotada pela eventual campeã nas semifinais por finalização faltando dois segundos para o final - ela tinha vantagem por pontos. Após o Mundial, recebeu a faixa preta de seu mestre. Segundo Benson, que a pediu em casamento dentro do octógono, após sua vitória sobre Gilbert Melendez em abril do ano passado, a esposa é fanática pela "arte suave" e está sempre buscando evoluir.
- É ótimo ter alguém para aperfeiçoar as técnicas, mas ela que faz mais isso comigo. Duas da manhã, ela fica assistindo a vídeos online (e diz), "Olha, achei essa posição, vamos tentar!" E eu falo, "Gata... Está bom, vamos tentar". E é por isso que ela também é tão boa - contou.
O Combate e o SporTV 2 transmitem o "UFC: Henderson x Dos Anjos" ao vivo e com exclusividade a partir de 20h (horário de Brasília) de sábado; o Combate.com acompanha o evento em Tempo Real a partir do mesmo horário e exibe em vídeo, ao vivo, a primeira luta do card preliminar, entre os pesos-moscas Wilson Reis x Joby Sanchez. Na sexta-feira, o Combate e o Combate.com transmitem a pesagem do evento a partir de 17h30m (também de Brasília). Confira o card completo:
UFC: Henderson x Dos Anjos
23 de agosto de 2014, em Tulsa (EUA)
CARD PRINCIPAL
Peso-leve: Benson Henderson x Rafael dos Anjos
Peso-meio-médio: Jordan Mein x Mike Pyle
Peso-médio: Francis Carmont x Thales Leites
Peso-pena: Max Holloway x Clay Collard
Peso-leve: James Vick x Valmir Lázaro
Peso-leve: Chas Skelly x Tom Niinimaki
CARD PRELIMINAR
Peso-meio-médio: Neil Magny x Alex Garcia
Peso-leve: Beneil Dariush x Tony Martin
Peso-galo: Aaron Phillips x Matt Hobar
Peso-meio-médio: Ben Saunders x Chris Heatherly
Peso-mosca: Wilson Reis x Joby Sanchez

Experiente, Rodrigo supera dores do corpo e do Carioca: "Sou um vinho"

Perto de completar 34 anos, sisudo em campo e tranquilo fora dele, zagueiro relembra
lance da decisão do estadual, não teme novas lesões e celebra liderança no Vasco

Por Rio de Janeiro
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Um título estadual não era novidade para Rodrigo. Por onde passou, com exceções da Ponte Preta, clube que o revelou, e do Vitória, time pelo qual foi vice-campeão em 2012, comemorar tais êxitos sempre foi normal: Campeonato Paulista (São Paulo), Carioca (Flamengo), Gaúcho (Grêmio e Internacional), Goiano (Goiás). Em 2014, delineava-se mais um para a lista. Mais um no Rio de Janeiro. Desta vez, um efetivo, já que, por conta de uma fratura no braço, mal participou da conquista rubro-negra em 2008. Mas a história não seguiu a linha que estava acostumado na carreira. O Vasco vencia por 1 a 0. Aos 44 do segundo tempo, o músculo da coxa esquerda "parecia que havia estourado". O atendimento médico à beira do gramado fornecia uma visão periférica. Deitado, o zagueiro assistiu àquilo que nenhum vascaíno queria ver. Léo Moura cobrou escanteio, Wallace, que provavelmente estaria marcado por ele, cabeceou no travessão, e Márcio Araújo completou para o gol.
Matéria Rodrigo Vasco (Foto: Sofia Miranda)O Xerife Rodrigo supera lesões para comandar a zaga do Vasco na temporada (Foto: Sofia Miranda)

A posição irregular do autor do gol enfureceu os vascaínos, mas não havia tempo para mais nada. O título era do rival. Um dos questionamentos após a decisão foi se Wallace teria conseguido cabecear se Rodrigo estivesse em campo. Em entrevista ao GloboEsporte.com, na tarde da última segunda-feira em São Januário - antes da derrota para o Vila Nova na terça -, o zagueiro falou a primeira vez sobre o lance.
- Eu acho que nunca falei sobre isso depois da final. A forma como nós perdemos, ou melhor, a forma com a qual tiraram o título de nós foi cruel. Todo mundo ficou questionando se eu devia estar ali na hora ou não, mas é um lance de bola levantada na área que já treinávamos há muito tempo. Se assistirmos ao vídeo de novo, vamos ver que o Guiñazu, que é nosso primeiro homem de marcação, no primeiro pau, já sai muito para deixar o adversário impedido. Para que o bandeira não tenha nenhuma dúvida. Simplesmente, foi uma coisa que treinamos bem, e, por fim, o bandeira errou - explicou o defensor.
A forma com a qual tiraram o título de nós foi cruel. Todo mundo ficou se questionando se eu devia estar ali na hora ou não, mas era um lance de bola levantada que já treinávamos há muito tempo. Por fim, o bandeira errou
Rodrigo, zagueiro do Vasco, sobre a decisão do Campeonato Carioca contra o Flamengo
O Xerife, apelido que divide com o argentino Guiñazu no Vasco, parece ter superado a amarga final do Campeonato Carioca. Não só ela, como outros problemas que enfrentou durante a temporada: lesões. De volta à equipe, o titular absoluto de Adilson Batista enxerga o elenco cruz-maltino como "melhor do que alguns da Série A". O retorno à elite do futebol brasileiro é o principal objetivo e, segundo ele, tem tudo para se concretizar.
No dia 27 deste mês, Rodrigo completa 34 anos. Não fosse pelo outro Xerife, seria o mais velho do elenco. Com a postura firme e sisuda em campo - mas bem humorado fora dele - o zagueiro encara a própria experiência como benéfica para a garotada do Vasco e se diz um vinho - aquele que, segundo Rodrigo, "se toma no auge da maturidade".
Confira a íntegra da entrevista de Rodrigo.
O que te motivou a vir para o Vasco sabendo que o time disputaria a Série B do Campeonato Brasileiro? Recebeu outras propostas?
- Quando eu recebi o convite, o Rodrigo (Caetano) já estava aqui. Eu tinha algumas propostas, mas eram aquelas famosas propostas de boca, não tinha nada concreto. As conversas que mais avançaram e tiveram fundamento foram as com o Rodrigo, de vir para o Vasco. Independentemente da Série B, eu queria jogar aqui. É um time grande. Já estive lá do lado do nosso rival (Flamengo) também e ouvia falar que os dois times têm torcidas muito fortes aqui no Rio de Janeiro. Eu queria voltar a jogar em um time de expressão e vi a oportunidade no Vasco.
Na decisão do Campeonato Carioca foram dois golpes para você: a lesão e o lance que tirou o título do Vasco, em que você estava recebendo atendimento à beira do gramado. Se você estivesse em campo, estaria provavelmente marcando o Wallace. Você ficou repassando isso na sua cabeça?
- Eu acho que nunca falei sobre isso depois da final. A forma como nós perdemos, ou melhor, a forma com a qual tiraram o título de nós foi cruel. Todo mundo ficou se questionando se eu devia estar ali na hora ou não, mas é um lance de bola levantada na área que já treinávamos há muito tempo. Se assistirmos ao vídeo de novo (relembre ao lado), vamos ver que o Guiñazu, que é nosso primeiro homem de marcação, no primeiro pau, já sai muito para deixar o adversário impedido. Para que o bandeira não tenha nenhuma dúvida. Simplesmente, foi uma coisa que treinamos bem, e, por fim, o bandeira errou. Mas apesar de nós não termos conquistado o título, acho que resgatamos um bom ambiente para o clube no Campeonato Carioca. Quando cheguei aqui, o clima estava pesado. Com a queda do ano passado, o ambiente realmente estava ruim. O estadual foi fundamental. A torcida reconheceu tudo o que fizemos, o empenho de todo mundo e o nosso conjunto dentro de campo.
Desde que chegou ao Vasco, você sofreu mais de uma lesão. No Flamengo, jogou pouco por causa da fratura no braço. Como lida com isso? As lesões causam medo e insegurança ou é algo que já trata com naturalidade?
- Medo nenhum. Até quando eu tive aquela lesão mais grave, os profissionais já me deixaram tranquilo depois dos exames. Eu acho que trabalho muito bem com pressão. Em toda a minha carreira, nunca tive uma área de conforto. Comecei na Ponte Preta, e lá é difícil de jogar, eles têm uma torcida exigente. No ano passado, eu joguei quase todo o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. Acho que só fiquei de fora de três partidas no ano com o Goiás. Vim para o Vasco e já comecei a jogar novamente, quarta e domingo. A coisa foi sobrecarregando, e aconteceu a lesão. Bem na final do Carioca. Depois eu tive outra lesão e, na volta da paralisação para a Copa, eu parei por uma semana para fazer um reforço. Todo mundo tratou como uma nova lesão, mas eu na verdade estava fazendo um reforço. Pretendo não me lesionar mais. Essa parada para a Copa me ajudou bastante.
Rodrigo Vasco São Januário Ponte (Foto: Marcelo Sadio/vasco.com.br)Rodrigo em seu retorno à equipe após se recuperar de lesão (Foto: Marcelo Sadio/vasco.com.br)

Você foi uma das pessoas que mais defendeu o Adilson Batista quando o técnico foi criticado ao longo da temporada. Como você analisa o trabalho dele no Vasco?
- Tudo o que eu falei defendendo o Adilson está se mostrando verdade agora. O problema do nosso time não era o Adilson, e sim outros problemas, as lesões, os mandos de campo que perdemos. Não jogávamos em São Januário, onde somos muito fortes. Sofremos muito. Quando os resultados não aparecem, tudo vai para cima do treinador. Mas teve a parada para a Copa, recuperamos todos que estavam machucados, e chegaram os reforços. Assim, o Adilson pôde continuar o trabalho que estava fazendo bem no Carioca.
De umas rodadas para cá, o Adilson mudou o esquema de três volantes e começou a colocar o Dakson ao lado do Douglas. Você acha que a zaga fica mais desprotegida? O que muda?
- Eu acho que não fica. Nosso time tem uma característica de todo mundo marcar. Quando não estamos com a bola, ficamos muito compactos. Esse é o segredo. Faltam coisas, mas encontramos um padrão de jogo. Eu cito muito o estadual, porque aquele era o nosso caminho. É a forma que jogamos desde o começo do ano. Mudaram alguns jogadores, mas não mudou a nossa forma.
O Vasco tem a defesa menos vazada da Série B. Você, Douglas Silva e Luan são os nomes mais presentes na defesa durante a temporada. Qual a sua contribuição para o rendimento do Luan, um jogador que é mais novo do que você?
- Eu já tinha uma experiência bacana com um cara mais novo do que eu, que era o Ernando, no Goiás. Bem dizendo, só mudou o jogador. Eu gosto de jogar com o Luan, porque ele é um cara que ouve o que você fala. Às vezes, você fala algo para um garoto, entra por um ouvido e sai pelo outro. O Luan manteve o foco, mesmo aparecendo mais no mercado. Acho que isso o ajudou a estar no patamar de hoje, de titular do Vasco. Uma coisa contribuiu com a outra. Eu com a experiência, ele com a juventude e também com a vontade de aprender. Para estar no Vasco, tem que ter qualidade. Depende muito da consciência do jogador. Tem que pegar o momento e aprender.
Luan Vasco (Foto: Dhavid Normando/Agência Estado)Luan disputa bola, e Rodrigo observa: zaga formada por juventude e experiência (Foto: Dhavid Normando/Agência Estado)
Você disse que a defesa formada por você e Luan junta experiência e juventude. E você e Douglas Silva? Seria a zaga da experiência?
- Quando chegou aqui, ele estava se recuperando de uma cirurgia no joelho, se não me engano. Ele precisava de um ritmo. E foi na minha saída que ele conseguiu ir bem no time. Eu sigo a mesma linha de pensamento do Adilson. Ele conta com nós três. Eu gosto de frisar que vaidade não tem espaço no nosso time. Não tem essa de tirar e o cara ficar bravinho. Se você fica assim, acaba não treinando bem, pensa que o treinador está de sacanagem. Isso não aconteceu com o Luan, com o Douglas Silva, nem com ninguém da zaga.
Daqui a uma semana, você completa 34 anos. Você se sente um velho perto da garotada? Eles brincam com você em relação a isso?
- Não parece que vou fazer 34, né? Eu sou um vinho! (risos). Se toma no auge da maturidade. Eu tive passagens por times grandes e acabei pegando alguma coisa. Nós aprendemos um pouco aqui e ali. Não me sinto velho, e o pessoal não me zoa, porque tem outros aí também (risos). Tem o Guiñazu, o Kleber, o Douglas, e nós entramos nas brincadeiras dos mais novos. Nós temos um ambiente muito bom. Mas tem hora que você tem que entrar com sua seriedade. Muita brincadeira, às vezes, pode não ser bom. Tem vezes que pedimos para segurar, mantemos a concentração.
E o apelido de “xerife”? Você e Guiñazu acabaram dividindo essa alcunha. São merecedores?
- Eu gosto. Eu e Guiñazu brincamos com isso. No campo, ali atrás, se você não falar e orientar, o pessoal fica perdido. O Guiñazu fala: “Vamos, Xerife, vamos falar”. Senão, morre, dá aquela baixada no clima da turma. Mesmo que não saiba o que falar, tem que gritar, pedir pelo amor de Deus (risos). É bacana essa liderança.
Pela sua postura firme dentro de campo, muitas pessoas acham que você é marrento. Já te falaram isso?
- Não, cara! (risos) A turma vê muito isso dentro de campo, eu falando sério, gritando, mas eu sou muito tranquilo. Na rua, fico mais na minha, porque no Rio tem mais de uma grande torcida, e eu evito piadinhas. Coloco meus óculos escuros e sigo em frente. Se não me chamar ou chegar perto, eu não vou dar bola.
Eu sou um vinho! (risos) Tive passagens por times grandes e acabei pegando alguma coisa aqui e ali
Rodrigo, zagueiro do Vasco
Você e Douglas são muito amigos, ele próprio fala isso. Como é a parceria de vocês?
- Eu joguei com ele no Grêmio, em 2009, e nós já passamos de amigos. Ele é meu compadre. Temos um laço de família, passamos final de ano juntos, viajamos juntos. Quando eu estava para vir para cá, ele foi uma das pessoas com quem conversei. Um ajuda o outro com o maior prazer.
Ano passado, com o Goiás, você eliminou o Vasco na semifinal da Copa do Brasil. O que acha do elenco para essa edição? Acredita que as contratações como o Kleber e até o Maxi Rodriguez deixam a equipe em um novo patamar?
- Eu vejo muitas opiniões divididas. Tem gente que diz que temos um elenco de Série A, mas que joga na Série B. Outros não acham isso. Não é só porque o Vasco está na Segunda Divisão, mas eu acho que nós temos elenco melhor do que alguns times da Série A. Uns cinco vêm à minha cabeça, não vou falar os nomes. Mas não deixamos a desejar. Tem uns aí que, olha... Difícil. Eu gosto de ver futebol. É difícil ver um jogo como o que fizemos contra o Ceará no sábado passado (vitória do Vasco por 2 a 0) e pegar um ruim de Série A no domingo.
Com essa turbulência política no clube e a aproximação das eleições, você teme mudanças?
- Olha, o que nós jogadores sabemos é que o presidente é o que está no cargo, que é o Dinamite. O que sabemos é que temos um presidente. É difícil ficar opinando no que não estamos por dentro. Lemos algumas coisas aqui e ali, mas o que fazemos mesmo é respeitar quem está no cargo.
rodrigo e Douglas Vasco (Foto: Marcelo Sadio / Vasco.com.br)Muito amigos, Douglas e Rodrigo, que jogaram juntos no Grêmio em 2009, se chamam de "compadre" (Foto: Marcelo Sadio / Vasco.com.br)

O Vasco deve um mês de salário para os jogadores. Essa questão te preocupa?
- Tudo o que é falado é cumprido. Você não vai me ver falando de salário, porque o Rodrigo (Caetano), que trata disso diretamente com os jogadores, cumpre tudo o que fala. Se está falado, se é tal dia, é tal dia. Se não vai dar para ser, não vai ser.
O que dá para ver é que vocês confiam no Rodrigo Caetano. Em um momento de instabilidade, chegou a se falar em uma possível saída dele. Como vocês reagiram a essa especulação?
- Quando aparece uma notícia como essa, não temos motivos para questionarmos um profissional como o Rodrigo. Pelo caráter dele, se fosse sair, falaria com todo o grupo.
*Sofia Miranda, estagiária, sob a supervisão de Janir Júnior.

Exame detecta estiramento na coxa, e Robinho pode perder o clássico

Atacante passará por três sessões diárias de fisioterapia e já iniciou o tratamento no CT Rei Pelé. Se não for a cabo, deve ser substituído por Gabriel ou Rildo

Por Santos, SP
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O atacante Robinho, do Santos, foi submetido a um exame de ressonância magnética nesta quinta-feira, que detectou um estiramento no músculo posterior da coxa direita. Ele sofreu a lesão aos 26 minutos da etapa inicial na vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-PR, na última quarta-feira, na Vila Belmiro, pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro. O atacante é dúvida para o clássico deste domingo, contra o São Paulo, às 16h, no Morumbi, pela 17ª rodada da competição
Para auxiliar na recuperação, Robinho passará por três sessões diárias de fisioterapia. O atacante já iniciou o tratamento no Cepraf (Centro de Excelência em Prevenção e Recuperação de Atletas de Futebol), do CT Rei Pelé
– Essas coisas (lesões) vão acontecer ao longo da competição. O calendário é duro quando se joga com a frequência que temos jogado. É uma retórica cansativa, mas é o que acontece. Se perdemos o Robinho, será porque ele praticamente não pôde treinar e fez seu quarto jogo – comentou o técnico Oswaldo de Oliveira, após a partida de quarta
Foi o quarto jogo consecutivo de Robinho em seu retorno ao Santos. Ele não tinha participado da pré-temporada do Milan nos Estados Unidos e, antes de voltar à Baixada, não jogava desde 20 de julho, quando disputou um amistoso contra o Monza – a última partida oficial do astro havia sido em 24 de abril, diante do Roma, pelo Campeonato Italiano
O atacante fez apenas três treinos antes de encarar o Corinthians, há 10 dias, e foi substituído aos 35 minutos da etapa final do clássico. Robinho também atuou contra o Londrina (quando marcou seu primeiro gol na volta ao Peixe) e o Cruzeiro, ficando em campo nos 90 minutos
Com o possível desfalque de Robinho no clássico, Gabriel deve voltar à equipe na vaga do astro - Rildo é a outra opção. O camisa 10 desfalcou o Alvinegro nas últimas quatro partidas por estar com a seleção brasileira sub-20 em um torneio na Espanha. Ele se reapresenta na sexta-feira.
Robinho atacante Santos (Foto: Vitor Pajaro / Santos FC)Robinho, passando por exame no Santos (Foto: Vitor Pajaro / Santos FC)

Pato revela mágoa por não ir à festa do Beira-Rio: "Poderiam ter lembrado"

Atacante do São Paulo foi vaiado por parte da torcida na volta ao Beira-Rio

Por Porto Alegre
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Pato é substituído e recebe vaias no Beira-Rio (Foto: Diego Guichard)Pato recebeu vaias ao ser substituído no
Beira-Rio (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)
Uma das maiores promessas já reveladas pelo Inter, Alexandre Pato viveu uma noite especial nesta quarta-feira. Sete anos depois de deixar o clube com apenas 17 anos, o atacante voltou ao Beira-Rio para enfrentar o ex-clube pela primeira vez no estádio que já foi a sua casa. Literalmente. Pato morou nos alojamentos do Inter durante vários anos antes de seguir para o Milan, da Itália. Porém, apesar do carinho que ainda nutre pelo Colorado, há uma ponta de mágoa por parte do jogador. Ele esperava ter sido convidado para a festa de reinauguração do novo Beira-Rio, que reuniu vários ídolos do clube.
Autor do primeiro gol na vitória por 2 a 1 sobre o Al-Ahly na semifinal do Mundial de 2006, Pato desabafou após bater o ex-clube pelo São Paulo nesta quarta-feira em entrevista ao SBT. Questionado se voltaria a atuar no clube, ele externou a mágoa:
- Não sei se jogaria. Poderiam ter lembrado de mim e do Luiz Adriano na festa do Beira-Rio. Mas são coisas do futebol, que acontecem. Se não fossem os nossos dois gols na semifinal não teríamos chegado à final - disse.
Depois dos gols de Pato e Luiz Adriano o Inter avançou para a decisão e bateu o Barcelona com gol de Adriano Gabiru.
Pato atacante São Paulo (Foto: Tomás Hammes / GloboEsporte.com)Pato distribuiu autógrafos depois do jogo no Beira-Rio (Foto: Tomás Hammes / GloboEsporte.com)

Porém, apesar do evidente descontentamento com a ausência na festa, realizada em abril deste ano, o carinho de Pato pelo clube que o revelou segue intacto. O jogador do São Paulo disse na mesma entrevista que chegou a se emocionar ao passar pelo Beira-Rio e relembrar os momentos nas categorias de base do Inter.
Pato e Kaká fazem "selfie" antes de jogo no Beira-Rio (Foto: Diego Guichard)Pato e Kaká fazem "selfie" antes de jogo no
Beira-Rio (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)
- Foi uma noite muito especial para mim. Quando eu vim no ônibus do hotel para o estádio, quando eu vi o Beira-Rio, liguei para a minha mãe e começamos a chorar. Passei toda a minha infância aqui, fiquei longe da minha família. Ainda bem que vim sozinho no banco porque se não o pessoal ia me zoar. A minha mãe também chorou. Até falei para o Kaká quando cheguei: "foi aqui que eu morei" - lembrou.
Apesar de ter sido bem recebido pelos funcionários do clube e pelo técnico Abel Braga, que foi quem o lançou, o camisa 11 do São Paulo foi marcado pelos torcedores vermelhos, principalmente no primeiro tempo. Pato foi vaiado a cada toque na bola. Apesar de "caçado", não se abateu e foi um dos destaques da vitória tricolor com boas jogadas e empenho.
Confira as notícias do esporte gaúcho no globoesporte.com/rs

Dani Alves desabafa e critica Seleção: "Se não aprender, leva 7 de novo"

Lateral brasileiro admite estar em nível abaixo dos últimos anos, cita críticas em Barcelona e diz que gosta de sinceridade: "Ganhei o direito de que me respeitem"

Por Barcelona, Espanha
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Daniel Alves coletiva Barcelona (Foto: EFE)Daniel Alves em entrevista coletiva (Foto: EFE)
Questionado na seleção brasileira e no Barcelona, Daniel Alves se defendeu. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, na Espanha, o lateral-direito criticou a preparação comandada por Luiz Felipe Scolari na Copa do Mundo de 2014, analisou a goleada por 7 a 1 sofrida diante da Alemanha e fez um alerta.
- Primeiro, disseram que eu iria jogar, depois me tiraram... Não entendi. É preciso justificar de alguma forma as nossas últimas duas partidas. Mas tenho que estar preparado para aceitar as coisas boas e más. Não fomos bem preparados e encontramos um adversário que trabalhou muito bem, que nos deu uma grande lição de como competir em equipe, do que se deve fazer para uma competição como essa. São seis anos de um time com a mesma base. Nós não tivemos tanto trabalho assim, com um ano e quatro meses de preparação, com ideias diferentes do que é a competição. Isso faz no final que se leve de 7, mas poderíamos ter levado de 10. Se aprendermos a lição, poderemos competir nas próximas vezes. Se não aprendermos, podemos levar 7 outra vez - afirmou Daniel Alves.
O lateral minimizou o fato de estar fora da primeira convocação de Dunga logo depois da Copa do Mundo, na volta do treinador à seleção brasileira.
- Não fiquei chateado, porque depois da Copa tinham que buscar alguém para o papel de mau. E a mim sempre me cabe esse papel. Eu não posso deixar atacarem a minha equipe e me esconder. Eu me ponho na linha de frente. Às vezes é bom, às vezes é ruim. Não posso competir com toda a imprensa, porque são muito poderosos. Mas tenho que ser eu mesmo e defender os meus princípios - afirmou Daniel Alves.
Apesar de todas as especulações da imprensa espanhola, que garantia sua saída na atual janela de transferências, o lateral permaneceu no Barcelona. Mas sua relação com torcida, imprensa e até mesmo a diretoria ficou abalada. O brasileiro aproveitou para desabafar também sobre sua situação no clube.
- Nunca me vi fora do Barça. Eu não queria ir. Ganhei o direito de que contem comigo e me respeitem depois dos títulos e jogos que disputei. Tenho certeza que havia dúvidas sobre mim. Gosto de sinceridade, que não me contem histórias e não mandem recados. Não somos crianças. Se acreditam que não vou mais segurar, têm que me dizer. Havia um pouco de tudo, do clube, da torcida... Mas sou responsável por tudo isso. Acostumei as pessoas com um nível e, se não estou nesse nível, eles me exigem - disse o lateral.
luis Enrique Daniel Alves Barcelona treino (Foto: Miguel Ruiz / FCB)Daniel Alves com Luis Enrique no Barcelona: "Contam comigo. Por isso, decidir ficar" (Foto: Miguel Ruiz / FCB)

Depois de ser especulado no Paris Saint-Germain, Daniel Alves citou que rumores são naturais no futebol e disse estar animado para trabalhar com o técnico Luis Enrique. O lateral deixou claro que deve deixar o Barcelona em um futuro próximo, mas que gostaria de sair do clube em um bom momento, e não por baixo, como ocorreria atualmente.
- Vivo ano por ano. Meu contrato acaba em 2016. Queria falar com o treinador, a comissão técnica, para saber se contavam comigo. Eles me disseram que sim, e, se contam comigo, eu conto com eles. É evidente que tivemos dois anos ruins, e assumo parte da minha responsabilidade. E é isso que me faz estar animado para esta temporada. Diante da dificuldade, tenho muita personalidade. Por isso, decidi ficar. Sei que o dia chegará e terei que ir, mas gostaria de sair com uma boa sensação. Temos um novo desafio, e isso é o que me move. Quero mostrar que estou pronto para conseguir mais coisas - completou.
Confira outros tópicos da entrevista
Luis Suárez
Precisamos que haja gente para o papel de mau (risos). Suárez é muito competitivo, e tomara que volte pronto e consiga o que fez no Liverpool e na seleção uruguaia.
Neymar
Este ano Neymar tem que estar melhor. No ano passado, esteve bem e estou certo que o fará melhor. Cada vez está mais integrado com o time, se entende melhor com Leo. Estou certo de que esse ano será melhor.
Sou um dos que mais trabalha aqui. Que as pessoas não me julguem pelo que faço fora de campo. Que olhem o que faço dentro e não se preocupem se posto um vídeo dançando ou não"
Daniel Alves
Contratação de Douglas
Douglas é um grande jogador, e tomara que o Barça o contrate.
Comportamento fora de campoSou um dos que mais trabalha aqui. Que as pessoas não me julguem pelo que faço fora de campo. Que olhem o que faço dentro e não se preocupem se posto um vídeo dançando ou não.
Tata Martino
A culpa da temporada passada não é de Tata, é nossa. Não fizemos as coisas bem. Tata é um grande treinador, uma pessoa muito boa. Não merecíamos ganhar nenhum título. Seria uma injustiça.
Real Madrid
O Real Madrid não dá medo. Sempre tem nosso respeito, mas nenhum time nos dá medo. Temos que competir com ele.

Fred condena protesto e ameaça: "Se nada mudar, time não joga domingo"

Membros de facções organizadas atiraram moedas e chegaram a quebrar o carro do lateral Bruno no desembarque do grupo do Flu após a derrota para a Chapecoense

Por Rio de Janeiro
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O atacante Fred publicou em seu perfil no Facebook uma mensagem com duras críticas pela postura dos torcedores que foram ao aeroporto Santos Dumont para protestar contra a recente má fase do Fluminense, após a derrota contra a Chapecoense, na noite de quarta-feira, pelo Brasileiro. Revoltado, o atacante mostrou uma foto dos jogadores ainda no aeroporto, e além de condenar a atitude do que chamou de "marginais" e "escória da sociedade", ameaçou comandar uma iniciativa junto aos companheiros para não entrar em campo na próxima partida do time, domingo, contra o Sport, no Maracanã, caso não tenha garantia de segurança da diretoria.
Com palavras de ordem e gritos de "Mercenários", o grupo de torcedores chegou a atirar moedas na direção dos atletas no saguão, e depois se direcionou à saída do terminal de cargas. Lá, eles danificaram o carro que seria do lateral Bruno, que deixava o local, e também insultaram outros jogadores. Um dos principais alvos foi justamente Fred. Ao volante do seu carro, ele foi xingado e teve uma cédula de dinheiro presa ao veículo.
Jogadores do Fluminense do desembarque ao Rio de Janeiro nesta quinta (Foto: Reprodução/Facebook)Fred publica foto de jogadores no aeroporto Santos Dumont (Foto: Reprodução/Facebook)

Veja a mensagem na íntegra:
"Quinta-feira, 4 horas da tarde. Hora de gente séria estar trabalhando. Desembarcando após nossa viagem a Chapecó, voltando do nosso trabalho, o que eu e meus companheiros de time encontramos aqui no Aeroporto Santos Dumont? Cerca de 20 marginais, desocupados, bandidos, vagabundos tentando agredir jogador e quebrando carro de profissionais que dão duro e suam a camisa para defender o time que eles dizem amar.

Isso pra mim é uma pouca vergonha! É inacreditável e profundamente lamentável que, em 2014, após sediar uma Copa do Mundo, o Brasil ainda conviva com essa barbárie. Será que precisaremos juntar nosso grupo de jogadores para sair no braço com esse bando de marginais que não tem nada a perder?

E já vou avisando: se nenhuma atitude for tomada imediatamente pelas autoridades aqui mesmo no aeroporto, a direção do clube também não tomar nenhuma providência, e esses covardes invadirem as Laranjeiras querendo agredir jogador, eu, como capitão do time, vou reunir o grupo, e o Fluminense não entrará em campo no próximo domingo para enfrentar o Sport. Eles usam as armas que têm, e nós usaremos as nossas. A diferença é que somos trabalhadores honestos, já eles são a escória da sociedade. Lugar de bandido é na cadeia!

Tem imprensa pra cobrir o vandalismo dos "torcedores", mas não tem polícia pra cobrir o cacete nesses marginais."

Algoz de Esquiva relembra final em Londres e abre espaço para revanche

Dois anos após luta em que brasileiro foi punido nos segundos finais e perdeu o ouro, Murata diz que não há muito o que discutir sobre decisão: "O resultado final é tudo"

Por Rio de Janeiro
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Se não fosse uma polêmica punição por excesso de contato físico, a medalha de prata de Esquiva Falcão nos Jogos Olímpicos de Londres 2012 poderia ter sido a de ouro. Mas quem ficou no topo do pódio da categoria peso-médio, na ocasião o japonês Ryota Murata. Dois anos depois daquele combate e da tentativa frustrada do Comitê Olímpico do Brasil (COB) de mudar o placar da disputa, o pugilista asiático afirmou que "o resultado final é tudo" e se mostrou aberto a um novo duelo com o brasileiro, dessa vez no boxe profissional.
Esquiva Falcão medalha de prata (Foto: Reuters)Na final dos pesos-médios em Londres 2014, melhor para Murata após punição contra Esquiva (Foto: Reuters)
O momento que, para muitos brasileiros, definiu a luta foi na parte final do terceiro round. O juiz polonês Mariusz Gorny considerou que Esquiva estava agarrando Murata e lhe aplicou a punição (que dá dois pontos para o adversário). O capixaba reclamou, pedindo que o rival também fosse advertido, mas o japonês seguiu ileso até o fim da luta e conquistou a medalha de ouro pelo placar de 14 a 13.
Para Esquiva, ele próprio foi o verdadeiro vencedor. E, de acordo com o pugilista brasileiro, Murata lhe havia dito, em um encontro em janeiro deste ano em Las Vegas, que o ouro merecia ter ficado com o capixaba. Porém, em entrevista por e-mail ao GloboEsporte.com, o japonês mudou o discurso.
- Penso que fiz uma boa luta, mas o resultado final é tudo. Se ele não tivesse sofrido a punição de pontos, eu teria feito uma luta diferente. Não há muito o que discutir - escreveu o asiático.
boxe cartel esquiva falcao ryota murata (Foto: Editoria de arte)
Tanto Esquiva quanto Murata migraram para o boxe profissional depois da participação nos Jogos de Londres. Ambos são contratados da Top Rank, mesma empresa que tem no plantel o filipino Manny Pacquiao, único a ser campeão mundial em oito categorias diferentes e atual detentor do cinturão dos meio-médios da Organização Mundial de Boxe (WBO).
Os dois estão invictos no profissional, com quatro vitórias em quatro lutas cada. Porém, Murata é quem apresentou os melhores resultados, nocauteando todos os adversários. Esquiva, por sua vez, teve dois triunfos definidos por decisão unânime, e o último combate foi na categoria médio-ligeiro.
Murata abre espaço para um novo confronto direto com o brasileiro para ver quem levaria a melhor nessa nova fase dos lutadores. No amador, além da final olímpica, o capixaba também levara a pior no Mundial de 2011, no Cazaquistão.
- Se for isso o que os fãs quiserem, vou lutar com ele onde e quando for. Espero que essa luta aconteça quando nós dois ganharmos mais experiência como pugilistas (profissionais) e em um grande palco - declarou Murata.
metas e recusa ao estilo mayweather
A referência atual no boxe profissional é o americano Floyd Mayweather, que já foi campeão mundial em cinco categorias e é o atual detentor dos cinturões dos meio-médios do Conselho Mundial de Boxe (WBC) e dos médio-ligeiros do WBC e da Associação Mundial de Boxe (WBA). O início de carreira de Murata já consegue ser melhor do que o de Mayweather (quatro vitórias por nocaute). Apesar da comparação, o japonês tem a certeza de não querer seguir o estilo de ostentação do pugilista americano.
- Meu objetivo é ser um tipo diferente de astro - afirmou.
Murata, que deixou a aposentadoria após os Jogos Olímpicos para lutar profissionalmente, já tem marcada sua quinta luta. Será no dia 5 de setembro, em Tóquio, contra o mexicano Adrián Luna Flores (17 vitórias e duas derrotas). É mais um passo em uma carreira que o japonês deseja que seja longa e promissora.
- Como amador, eu atingi minha meta ganhando a medalha de ouro olímpica. Então, senti que a progressão natural na minha carreira era lutar no profissional. Vou continuar lutando até ficar satisfeito com as minhas conquistas. Não consigo dizer até onde (quero chegar), mas estabeleci padrões elevados - garantiu.
Ryota Murata (Foto: Chris Farina / Top Rank)Murata tem quatro nocautes nas quatro lutas que já fez no boxe profissional (Foto: Chris Farina / Top Rank)