Espanha bate Portugal nos pênaltis, vai à decisão e pode fazer história
Após 0 a 0 no tempo normal, Fúria aproveita cobranças
despediçadas por Moutinho e Bruno Alves para tentar ser a primeira
bicampeã do torneio
Por GLOBOESPORTE.COM
Donetsk, Ucrânia
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A Espanha terá a oportunidade de fazer história na Eurocopa. Nesta
quarta-feira, em Donetsk, na Ucrânia, a Fúria venceu Portugal por 4 a 2,
nos pênaltis, e se garantiu na final do torneio pela segunda vez
consecutiva. No tempo normal, empate por 0 a 0. Caso conquiste a taça, a
seleção será a primeira a conquistar o bicampeonato da competição. O
adversário da atual detentora da taça sairá do duelo entre Itália e
Alemanha, que vão se enfrentar nesta quinta-feira, às 15h45m (de
Brasília), em Varsóvia, na Polônia. O confronto será transmitido ao vivo
pela TV Globo, Sportv e GLOBOESPORTE.COM. O site também acompanha em
Tempo Real.
Vale ressaltar que o vencedor do confronto entre alemães e italianos já
estará classificado para a Copa das Confederações do ano que vem, que
será disputada no Brasil. Desde 2008, a Espanha só ficou fora da final
de uma competição que disputou: a Copa das Confederações de 2009,
disputada na África do Sul. De lá para cá, o time figurou nas decisões
da última edição da Eurocopa e da Copa do Mundo de 2010. Nas duas, a
equipe ficou com o troféu.
Nos pênaltis, a Espanha foi beneficiada pelos erros de João Moutinho e
Bruno Alves. Xabi Alonso também desperdiçou para a Fúria. Cristiano
Ronaldo, que seria o último batedor do time luso, sequer executou a sua
cobrança. No fim, festa dos espanhóis (
confira a disputa no vídeo acima).
Casillas comemora a classificação da Espanha para a final da Euro (Foto: Agência Getty Images)
Primeiro tempo igual em Donetsk
Cristiano Ronaldo tenta levar a melhor sobre
Arbeloa no confronto desta quarta-feira (Foto: AP)
O primeiro tempo do confronto em Donetsk foi equilibrado. A Espanha com
a tradicional busca pela posse de bola, e Portugal na caça por um
contra-ataque fatal, principalmente nas investidas de Nani e Cristiano
Ronaldo. Os estilos tiveram altos e baixos durante a etapa inicial. Na
primeira parte, a Fúria comandou as ações.
De fato, o time de Vicente del Bosque teve mais posse de bola e buscou o
gol. A chance mais clara aconteceu aos oito minutos. Iniesta tabelou
com Jordi Alba e cruzou para a área. Negredo se enrolou com a bola, que
sobrou para Arbeloa, completamente livre na meia-lua. O lateral
finalizou de primeira e mandou rente ao travessão.
Portugal tinha dificuldades para sair jogando e marcava atrás da linha
do meio de campo. A primeira chance dos lusos aconteceu aos 23. E foi
numa finalização de Cristiano Ronaldo, por cima do gol de Casillas. A
partir daí, a equipe de CR7 tomou coragem e passou a pressionar a saída
de bola da Espanha. A iniciativa surtiu efeito.
Os espanhóis passaram a ter dificuldade para sair jogando e chegaram a
rifar bolas em direção ao ataque. E foi após um chutão de Piqué que a
Fúria quase abriu o marcador. Aos 28, Negredo recebeu na área e esperou a
chegada de Xavi, que rolou para Iniesta. O meia chutou colocado e a
bola raspou o travessão, batendo por cima da rede do gol de Rui
Patrício.
Mas a pressão de Portugal também quase deu certo na etapa inicial. Aos
31, João Moutinho aproveitou saída errada de Jordi Alba e lançou para
Cristiano Ronaldo. O atacante dominou na entrada da área e chutou de
canhota. Casillas se esticou todo para tentar a defesa, mas a bola
passou rente à trave esquerda da Fúria.
No fim do primeiro tempo, Fábio Coentrão caiu na provocação do goleiro
reserva Pepe Reina e fez gestos obscenos para o banco da Espanha.
Avisado pelo quarto árbitro, o turco Cüneyt Çakir advertiu o português
com o cartão amarelo (
veja o vídeo acima).
Tudo igual no segundo tempo
Xabi Alonso é marcado de perto por João Moutinho
no duelo na Donbass Arena (Foto: AFP)
Portugal percebeu que o segredo para incomodar a Espanha era pressionar
no campo de defesa dos rivais. E foi com essa postura que os lusos
voltaram para o segundo tempo, sempre buscando os contra-ataques com CR7
e Nani. A Fúria até tinha mais posse de bola, mas não conseguia chegar
de forma efetiva ao gol de Rui Patrício.
A paciência de Del Bosque com a atuação irregular de Negredo acabou aos
oito minutos da etapa final. Sem ter finalizado uma bola sequer no gol
de Portugal, o atacante foi sacado para a entrada de Fàbregas, titular
no triunfo por 2 a 0 sobre a França. Mas a primeira chance de gol foi
portuguesa. Hugo Almeida chutou de fora da área por cima do travessão de
Casillas.
A tática portuguesa atrapalhava os planos da Espanha. A equipe de Del
Bosque não conseguia trocar passes a partir da intermediária lusa. E
sempre que roubava a bola, o grupo de CR7 & Cia. partia em
velocidade para o ataque. Paulo Bento ainda inverteu o posicionamento de
Cristiano Ronaldo e Nani. O primeiro passou a jogar pela direita, e o
outro, pela esquerda.
A Espanha voltou a assustar Portugal aos 23. Xavi aproveitou saída de
bola errada na intermediária e soltou a bomba. Rui Patrício defendeu no
meio do gol. Cristiano Ronaldo teve três oportunidades de marcar em
cobranças de falta. Duas delas foram por cima do gol de Casillas, e a
outra foi cortada com a mão por Arbeloa, que chegou a levar cartão
amarelo.
Em uma das cobranças, CR7 foi obrigado a ouvir os gritos de Messi da
torcida espanhola. Faltando três minutos para acabar o tempo normal, Del
Bosque sacou Xavi e apostou na entrada de Pedro. Alteração que muitos
em Donetsk não entenderam, principalmente pela qualidade do apoiador do
Barcelona, um dos destaques da Fúria.
Espanha é superior a Portugal na prorrogração
Iniesta lamenta o gol perdido no primeiro tempo da
prorrogação em Donetsk (Foto: Agência Reuters)
No tempo extra, a Espanha permaneceu com a posse de bola, e os
portugueses seguiram buscando um contra-ataque para matar o jogo. Mas o
cansaço e o medo de levar um gol tiraram a ousadia das duas seleções de
atacar o adversário com mais intesidade. Aos 13, o lance mais perigoso
da prorrogação. Jordi Alba fez uma ótima jogada pela esquerda e colocou
Iniesta na cara do gol. O meia chutou, e Rui Patrício defendeu, evitando
o tento espanhol.
No segundo tempo, o cansaço português era visível. E foi justamente no
desgaste dos rivais que a Espanha tentou buscar o resultado ainda na
prorrogação. Em um lance rápido, Pedro foi lançado em profundidade e
perdeu tempo ao tentar driblar um rival já dentro da área. A zaga lusa
afastou o perigo.
Moutinho e Bruno Alves perdem pênaltis, e Espanha está na final
cobranças de pênalti
ESPANHA |
PORTUGAL |
Xabi Alonso - Perdeu |
João Moutinho - Perdeu |
Iniesta - Marcou |
Pepe - Marcou |
Piqué - Marcou |
Nani - Marcou |
Sérgio Ramos - Marcou |
Bruno Alves - Perdeu |
Fàbregas - Marcou |
Cristiano Ronaldo - Não cobrou |
Antes das cobranças, as duas seleções fizeram correntes no centro do
gramado. Enquanto o time luso ficou ao redor do trio do Real Madrid,
formado por Cristiano Ronaldo, Fábio Coentrão e Pepe, a Fúria se uniu em
prol de uma vitória. Tudo para buscar o bicampeonato do torneio. A
equipe venceu a última edição, em 2008.
Logo na primeira cobrança, Xabi Alonso bateu bem e Rui Patrício caiu no
canto correto para defender. No lance seguinte, João Moutinho cobrou
para intervenção de Casillas. Tudo igual na Donbass Arena, em Donetsk. A
partir daí, até a penúltima série, todos acertaram.
Penúltimo cobrador português, o zagueiro Bruno Alves correu para a bola
e acertou o travessão. E ficou para Fàbregas a missão de decidir o
confronto. O jogador do Barcelona bateu no canto, acertou a trave, mas
converteu a cobrança e colocou a Espanha na final da Eurocopa pela
segunda vez consecutiva.
PORTUGAL (2) 0 X 0 (4) eSPANHA
Rui Patrício; João Pereira, Bruno Alves, Pepe e Fábio Coentrão;
Miguel Veloso (Custódio), Raul Meireles (Varela) e João Moutinho; Nani,
Cristiano Ronaldo e Hugo Almeida (Nelson Oliveira). |
Casillas, Arbeloa, Piqué, Sérgio Ramos e Jordi Alba; Busquets, Xabi
Alonso e Xavi (Pedro); Iniesta, David Silva (Navas) e Negredo
(Fàbregas). |
Técnico: Paulo Bento |
Técnico: Vicente del Bosque |
Cartões amarelos: Fábio Coentrão, João Pareira,
Bruno Alves, Miguel Veloso e Pepe (Portugal); Sérgio Ramos, Arbeloa,
Xabi Alonso e Busquets (Real Madrid) |
Árbitro: Cüneyt Çakır (TUR) Auxiliares: Bahattin Duran (TUR) e Tarik Ongun (TUR) |
Local: Donbass Arena, em Donetsk (Ucrânia) |