quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Curtinhas: Nurmagomedov responde a Dos Anjos, diz ser verdadeiro nº 1

Jon Jones e Daniel Cormier comparam currículos nas redes sociais

Por Rio de Janeiro
Após ver Rafael dos Anjos se juntar a ele no topo do ranking peso-leve do UFC nesta segunda-feira e ouvir o presidente do Ultimate, Dana White, dizer que o brasileiro seria o próximo desafiante ao cinturão de Anthony Pettis, o russo Khabib Nurmagomedov foi às redes sociais se manifestar. O lutador, que venceu Dos Anjos em abril por decisão unânime, publicou uma montagem com fotos daquela luta e declarou ser o verdadeiro número 1 da divisão.
- Todo mundo sabe quem é o desafiante número 1 dos pesos-leves. 2015 vai ser meu ano. Goste ou não, estou chegando - escreveu Nurmagomedov, que não luta desde sua vitória sobre Dos Anjos por causa de uma lesão no joelho. Segundo White, o russo, invicto em 22 lutas de MMA, só não será o próximo a enfrentar Pettis porque ainda está em reabilitação.
 khabib nurmagomedov (Foto: Twitter) O post de Nurmagomedov, com colagem de seus melhores momentos contra Dos Anjos (Foto: Twitter)
Jones e Cormier comparam currículos
Astros da luta principal do UFC 182, em 3 de janeiro de 2015, Jon Jones e Daniel Cormier foram às redes sociais nesta segunda-feira comparar currículos no MMA. Tudo começou com Jones, atual campeão dos pesos-meio-pesados, que listou os lutadores que bateu durante seu reinado na categoria e incluiu o nome do próximo adversário.
- Rua, Jackson, Machida, Evans, Belfort, Sonnen, Gustafsson, Teixeira & Cormier #Vitória #SimEuPosso #EuVou #Vencer #EuAcredito #TodasAsCoisas #Campeão - escreveu "Bones".
Cormier não deixou por menos e listou os principais lutadores que derrotou, tanto no peso-pesado quanto no meio-pesado, e incluindo adversários de sua época de Strikeforce.
- Pezão, Barnett, Mir, Nelson, Henderson & Jones #euvou #euposso #todasascoisas #eleéhumano #15-0 #trabalhofácil #eonovo #invicto #perdi0rounds - respondeu Cormier.
tweets Jon Jones E Daniel Cormier (Foto: Reprodução / Twitter)A troca de tweets entre Jon Jones e Daniel Cormier (Foto: Reprodução / Twitter)

Fãs viajam sete horas para ver Erick Silva e lhe dão presente inusitado

Lutador ganha um abacaxi, além de uma pulseira, de quarteto que lhe visitou

Por Barueri, SP
Fãs parecem não ter limites quando veem a oportunidade de estar com seus ídolos. Nesta terça-feira, Erick Silva teve a prova disso ao conhecer a arquiteta Ilana, de 25 anos, que viajou de ônibus por sete horas de São José do Rio Preto (SP) até Barueri (SP), onde acontecerá neste sábado o UFC: Machida x Dollaway, para ver o lutador e lhe dar uma pulseira. Além disso, ela arrastou sua amiga Tatiana, professora de muay thai de 34 anos e que está com uma das pernas imobilizadas, além dos dois filhos da companheira (Hugo, de 10 anos, e Maria Clara, oito anos). A surpresa maior ficou por conta de um dos presentes que o lutador recebeu: um abacaxi!
Erick Silva e fãs, MMA (Foto: Raphael Marinho)Erick Silva e Ilana, com a pulseira que o atleta ganhou (Foto: Raphael Marinho)
Maior fã de Erick no grupo, Ilana contou que deixou um projeto de lado para conhecer o atleta. Sua intenção era, além da pulseira, também comprar um chocolate, mas Tatiana lhe alertou que o peso-meio-médio está no processo de corte de peso e, ao passarem por uma feira, já em Barueri, resolveu levar a fruta para ele.
- Nós fizemos uma saga. Quando chegamos em Barueri, estávamos mortos e tinha uma feira na frente do ginásio (José Correa) e experimentamos um abacaxi maravilhoso. A Ilana queria dar chocolate, mas eu falei que ele estava cortando o peso e falei para levarmos um abacaxi, mas fiquei com vergonha no hotel. Só que conversando com ele, ele disse que gostava de abacaxi e eu dei - contou Tatiana, ao Combate.com, no hotel onde os lutadores estão hospedados.
Erick Silva e fãs, MMA (Foto: Raphael Marinho)Erick Silva, com Tatiana e Maria Clara, recebendo um abacaxi de presente (Foto: Raphael Marinho)
Ilana não escondeu a emoção e garantiu que valeu a pena ter feito todo o percurso para conhecer Erick Silva.
Erick Silva e fãs, MMA (Foto: Raphael Marinho)Pulseira recebida por Erick Silva
(Foto: Raphael Marinho)
- Viajei sete horas, foi loucura, perdi um projeto por causa da viagem, deixei curso para trás, não tinha passagem de avião, viemos de ônibus, arrastei minha amiga, com o detalhe de ela estar imobilizada, mas a emoção é o que conta. Estou muito feliz, nem acredito que vou no evento - afirmou Ilana.
Entre as crianças, a pequena Maria Clara mostrou muita timidez e a todo momento escondia seu rosto, especialmente quando sua mãe revelou para Erick Silva que a menina gosta de seu filho, Kalléu Silva, e o acompanha através das redes sociais do lutador. Já Hugo, que é fã de Anderson Silva, pediu uma foto fazendo encarada com o meio-médio.
Após o encontro, o grupo ainda precisou encarar outra viagem, já que só conseguiu hospedagem a cerca de duas horas de Barueri. Mas a saga vai continuar durante a semana, já que eles pretendem ir no treino aberto de quinta-feira, na pesagem de sexta-feira e, claro, no evento de sábado.
Erick Silva e fãs, MMA (Foto: Raphael Marinho)Erick Silva e Hugo posando para encarada (Foto: Raphael Marinho)

Cung Le, Nate Quarry e Jon Fitch
lideram ação milionária contra o UFC

Lutadores alegam que organização mantém ilegalmente o poder de monopólio do esporte, desenvolvendo acordos para quebrar os concorrentes

Por San Jose, EUA
Os lutadores Cung Le, Nate Quarry e Jon Fitch entraram com uma ação conjunta nesta terça-feira, no fórum de San Jose, na Califórnia (EUA), contra a Zuffa LLC, empresa detentora do UFC, alegando que a companhia mantém ilegalmente poder de monopólio e afirmando que o Ultimate propositadamente desenvolve acordos com os promotores rivais para quebrar a concorrência, suprimindo os ganhos dos lutadores em eventos, atividades de marketing e merchandising através da contratação restritiva. De acordo com um dos advogados envolvidos, tal processo pode se transformar em uma grande ação de classe, envolvendo centenas de lutadores, e que pode custar milhões aos cofres da companhia.
Cung Le UFC MMA (Foto: Adriano Albuquerque/SporTV.com)Cung Le é o único dos três proponentes ainda sob contrato com o UFC (Foto: Adriano Albuquerque)
O anúncio foi feito durante uma coletiva de imprensa realizada na noite desta terça-feira na cidade e que contou com a participação dos lutadores (com exceção de Jon Fitch, que está lesionado) e dos advogados Cohen Milstein, da Berger & Montague, e Joseph Saveri, da Joseph Saveri Law Firm, que são especializados nesse tipo de processo. A ação afirma que os lutadores querem representar uma classe de profissionais atuais e antigos em situação semelhante e alega que eles são vítimas de um esquema ilegal do UFC para eliminar a sua competição no esporte. Os advogados, no entanto, se recusaram a comentar valores e a divulgar os nomes de outros lutadores que devem fazer parte da ação.
- Esse processo não é sobre o que é justo ou injusto. Os lutadores têm pouquíssimas oportunidades de escapar do UFC e, se eles fazem isso, eles não conseguem ganhar participação de uso de sua própria imagem.  Os contratos do UFC proíbem os lutadores de negociarem ofertas feitas por outras empresas em um mercado aberto. Esses lutadores estão lutando pelos seus direitos. O UFC tem fechado os seus competidores ao longo do anos, impedindo que qualquer competidor crescesse. Isso tem causado danos severos aos lutadores, que não conseguem emprego no esporte e não têm habilidade de conseguir sua própria estabilidade. A proposta é mudar "status quo" e restabelecer uma competição saudável no esporte. Os lucros do UFC estão entre os mais altos do esporte - declarou o advogado Joseph Saveri na abertura do evento.
Em seu discurso, Rob Maysey, um advogado do Estado do Arizona que, em 2005, fundou uma associação de lutadores de artes marciais, a MMAFA, agradeceu ao ex-campeão dos pesos-meio-médios do UFC, Carlos Newton, pelo seu esforço em tornar o processo realidade.
- Eu quero estar apto a lutar pelo que eu valho e não por causa da generosidade de alguém. MMA é o esporte mais contido do mundo e estamos aqui para remover o sistema de retenção anti-concorrência. No fundo, esse processo é sobre justiça fundamental. Os atletas enfrentam muitos riscos e deveriam ser pagos de forma justa e apenas um mercado livre é capaz de gerar essa compensação justa. Esses lutadores merecem a oportunidade em um mercado com uma concorrência tão feroz como a que eles enfrentam no octógono - disse Maysey, bastante emocionado.
mma Jon Fitch  (Foto: André Durão / Globoesporte.com)Jon Fitch é outro lutador envolvido no processo
(Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Cung Le, que ainda está sob contrato com o UFC, explicou que os motivos que o levaram a participar do processo não estão relacionados aos problemas enfrentados recentemente, após a derrota sofrida para Michael Bisping. Na oportunidade, o Ultimate chegou a anunciar a suspensão do vietnamita por índices elevados de hormônio do crescimento (GH), mas recuou após admitir que não teria como provar que ele havia falhado no exame antidoping.
- Tem sido uma longa estrada e eu estou apenas honrado em fazer parte desse processo contra o UFC pelos lutadores do passado, do presente e do futuro. Os lutadores futuros terão uma melhor situação e eu estou feliz por fazer parte desse movimento.
Participante do TUF 1, Nate Quarry, que foi lutador do Ultimate entre 2005 e 2010, já fez diversas críticas ao Ultimate, principalmente no que diz respeito à gestão financeira de Dana White no UFC e às condições monetárias dos lutadores. Durante a coletiva, ele afirmou que recebe inúmeras mensagens de lutadores reclamando das atuais condições da organização.
- Se nós não trouxermos isso à tona agora, nós nunca vamos conseguir mudar esse mundo que nós conhecemos. Recebo mensagens de diversos lutadores, que infelizmente não posso revelar, mas esses fatos são verdadeiros. O UFC está tomando conta de toda a indústria e diz que é a nova religião do mundo, ditando como as coisas devem ser. Nós merecemos nosso mercado livre para competir, de acordo com os seus valores. Merecemos também ter o controle sobre a nossa carreira para decidir aonde vamos, e como vamos - disse Quarry.
O processo dos lutadores alega que, em virtude de atos contra a competitividade do esporte, incluindo a aquisição do Strikeforce, o UFC tem mantido controle de mais de 90% da receita derivada de lutas em todo o país. Além disso, os atletas alegam que sofrem punições quando anunciaram a intenção de trabalhar em eventos concorrentes,sendo eliminados de atividades promocionais, como campanhas de marketing e vídeogames.
- As ameaças do UFC são levadas a sério pelos lutadores, porque eles sabem que a organização vai diminuir, senão acabar, com a habilidade deles de ganhar dinheiro com base na profissão que exercem. Esses profissionais de MMA merecem o direito de terem as suas carreiras de volta - finalizou Joseph Saveri, um dos advogados da ação.
O Combate.com tentou contato com o UFC para comentar a ação, mas não obteve retorno. A organização divulgou um curto comunicado oficial horas depois:
"O UFC está ciente da ação registrada hoje, mas ainda não recebeu, nem teve a oportunidade de analisar o documento. O UFC vai se defender vigorosamente e às suas práticas de negócios."

Curtinhas: Jon Jones e Ronda Rousey acertam patrocínios com Reebok

Sonnen revela que CM Punk queria enfrentá-lo; luta de pesos-pesados é marcada para UFC 184; Herman x Brunson é remarcada para o UFC 183

Por Rio de Janeiro
Duas semanas após o UFC anunciar uma parceria com a marca de material esportivo Reebok, dois de seus maiores astros na atualidade foram confirmados como novos atletas patrocinados da companhia. O campeão dos pesos-meio-pesados, Jon Jones, e a campeã dos pesos-galos femininos, Ronda Rousey, anunciaram os acertos em suas próprias redes sociais, com fotos e vídeos usando roupas da marca. Num comunicado oficial, a Reebok afirmou que os dois trabalharão juntos à empresa para desenvolver não só a linha específica de uniformes do UFC, mas também uma linha de roupas e tênis para uso casual.
Jon Jones Ronda Rousey Reebok (Foto: Divulgação)Jon Jones e Ronda Rousey posam já com uniformes da Reebok (Foto: Divulgação)
Antes de Jones e Rousey, a Reebok já patrocinava o ex-campeão dos pesos-meio-médios do UFC Johny Hendricks e o atual campeão dos pesos-leves do UFC, Anthony Pettis, além dos atletas do Bellator Rampage Jackson e King Mo Lawal.
Sonnen x CM Punk?
Atualmente aposentado, Chael Sonnen revelou nesta terça-feira que foi considerado pelo novo contratado do UFC, Phil Brooks, mais conhecido como CM Punk, para sua primeira luta pela organização. Outro ex-lutador do UFC, Tito Ortiz, enviou mensagem ao "Gângster de West Lynn" dizendo que ouviu boatos que Punk queria enfrentar Sonnen para provar aos fãs que sabia lutar. Sonnen respondeu confirmando a história.
- É verdade. Ele me mandou uma mensagem de texto diretamente - afirmou Sonnen.
Os dois lutadores são velhos amigos. Sonnen inclusive tentou permissão para que CM Punk, astro do wrestling profissional nos EUA, entrasse com ele no octógono para uma luta em Chicago em 2012, mas a companhia na qual Punk lutava, WWE, vetou o pedido, segundo Brooks revelou recentemente.
Luta de pesados no UFC 184
O UFC anunciou nesta terça-feira que os pesos-pesados Derrick Lewis e Ruan Potts vão se enfrentar no UFC 184, card do dia 28 de fevereiro de 2015 em Los Angeles. O americano Lewis busca recuperação após ter uma série de oito vitórias seguidas quebrada por Matt Mitrione em setembro. O sul-africano Potts, por sua vez, ainda não venceu em duas lutas no UFC, após vencer oito de suas nove primeiras apresentações no MMA. Confira o card atualizado:
UFC 184
28 de fevereiro de 2015, em Los Angeles (EUA)
CARD DO EVENTO
Peso-médio: Chris Weidman x Vitor Belfort
Peso-galo: Ronda Rousey x Cat Zingano
Peso-médio: Ronaldo Jacaré x Yoel Romero
Peso-pesado: Antônio Pezão x Frank Mir
Peso-meio-médio: Josh Koscheck x Jake Ellenberger
Peso-galo: Kid Yamamoto x Roman Salazar
Peso-médio: Caio Monstro x Mark Muñoz
Peso-médio: Alan Jouban x Richard Walsh
Peso-pesado: Derrick Lewis x Ruan Potts
Brunson x Herman é remarcada
A luta entre os pesos-médios Derek Brunson e Ed Herman, marcada originalmente para o último sábado, tem nova data. O combate, cancelado de última hora porque Brunson sofreu uma intoxicação alimentar no dia do evento, foi remanejada para o UFC 183, em 31 de janeiro de 2015, em Las Vegas, de acordo com Herman, que publicou a novidade em suas redes sociais. Brunson vem de vitória por decisão unânime sobre Lorenz Larkin em setembro, enquanto Herman bateu Rafael "Sapo" Natal em maio passado, também por pontos. Confira o card atualizado:
UFC 183
31 de janeiro de 2015, em Las Vegas (EUA)
CARD DO EVENTO
Peso-médio: Anderson Silva x Nick Diaz
Peso-meio-médio: Kelvin Gastelum x Tyron Woodley
Peso-leve: Joe Lauzon x Al Iaquinta
Peso-galo: Miesha Tate x Sara McMann
Peso-mosca: Ian McCall x John Lineker
Peso-meio-médio: Thiago Alves x Jordan Mein
Peso-médio: Thales Leites x Tim Boetsch
Peso-pena: Diego Brandão x Jimy Hettes
Peso-médio: Thiago Marreta x Andy Enz
Peso-médio: Ildemar Marajó x Rick Monstro
Peso-médio: Ed Herman x Derek Brunson

Mineiro quer tornar Stephens freguês da equipe: "Vou passar o carro nele"

Brasileiro acredita que derrota do americano para Charles do Bronx foi
uma lição: “Serviu para ele ser mais humilde”, provocou

Por Barueri, SP
Lucas Mineiro (Foto: Ivan Raupp)Mineiro ser mais um brasuca a derrotar Stephens
(Foto: Ivan Raupp)
Companheiro de treinos de Charles do Bronx na Chute Boxe Diego Lima, Lucas Mineiro está louco para voltar a pisar no octógono. Sem lutar desde o UFC Rio 5, que aconteceu em outubro, e no qual perdeu para o americano Darren Elkins, o atleta já pensa em como voltar a vencer e já escolheu até o futuro adversário: Jeremy Stephens, décimo primeiro colocado do ranking peso-pena, que foi derrotado por Do Bronx na última sexta-feira em combate válido pelo TUF 20 Finale:
- Já estou treinando para lutar, estou firme nos treinos. Agora teremos o Natal e vou ficar um pouco com a minha família, já que não estou com luta marcada, mas para fevereiro, se o UFC me chamar, estou pronto. Contra o Stephens ou contra qualquer um. Quero voltar para as vitórias e ele vai virar freguês da gente com certeza. Apanhou do Charles e eu estou com sede de vitória. Se ele passar na minha frente vou passar o carro e meter a porrada. O Charles lutou pra caramba, sou muito fã dele, assisto às suas lutas desde antes de entrar no UFC. Ele fez o jogo dele, foi inteligente, trocou com um striker. Dou os parabéns, tiro o chapéu e se me colocarem para lutar contra o Jeremy, ele vai ter apanhado do Charles e depois vai apanhar de mim - declarou em entrevista ao Combate.com.
Mineiro foi só elogios ao desempenho de Do Bronx no duelo contra Jeremy e ressaltou que o domínio do companheiro de treinos no combate serviu de lição ao americano:
- O Charles é muito talentoso, já está no top 15, acho que se ele ganhasse ia subir bastante, porque o Charles é muito duro. Isso serviu de lição para ele ser mais humilde. Lutar com o Charles é complicado, eu sabia que ele ia ganhar, então para ele foi uma lição. Quem vem de derrota vem mordido, sei que se ele lutar comigo vem querendo a vitória, como eu também, então a gente vai sair na mão.
Charles do Bronx x Jeremy Stephens TUF 20 (Foto: Getty)Charles do Bronx venceu Jeremy Stephens no TUF 20 Finale (Foto: Getty)
Com um cartel de 15 vitórias e duas derrotas, Lucas tem planos de chegar ao Top 10 da divisão o mais rápido possível e acredita que Stephens pode ser um atalho. O atleta afirmou que a luta chegou a ser oferecida ao americano, que a recusou pelo fato de o brasileiro não estar entre os ranqueados da categoria.
- Tinham programado para eu lutar com ele no Rio, mas teve um boato de que ele falou que eu não era ranqueado e acabei lutando com o Darren Elkins. Ele vem de três vitórias e uma derrota para o Charles, eu venho de três vitórias e uma derrota para o Elkins. Acho que se casarem essa luta quem ganha é o público. Ele gosta de trocar, eu também, então vai ser um show, já que nós dois andamos pra frente. Vai ser um passo a mais para eu chegar no top 10 o mais rápido possível - finalizou.

Construtora da Arena Palmeiras garante: sediar um UFC é prioridade

Diretor da WTorre, Rogério Dezembro diz que estádio pode oferecer diferentes configurações para atender aos interesses do Ultimate

Por São Paulo
O UFC: Machida x Dolaway, que acontece neste sábado, em Barueri (SP) tem em sua programação o tradicional treino aberto dos lutadores, que será realizado nesta quinta-feira. A novidade está no fato de que ele será feito no Arena Palmeiras, estádio recém-inaugurado. Entretanto, este é, provavelmente, apenas o primeiro passo da aproximação entre Ultimate e a arena, que tem boas chances de receber um dos eventos da organização em 2015, em data que ainda está sendo negociada.
Mosaico - Allianz Parque conheça as instalações (Foto: Editoria de Arte)Instalações da Arena Palmeiras dão ao estádio condições de sediar o UFC (Foto: Editoria de Arte)
De acordo com o diretor da WTorre - construtora do estádio e que atua como gestora do local -, Rogério Dezembro, sediar um UFC no ano que vem é a grande prioridade. Ele inclusive comparou com a realização do show de Paul McCartney, que aconteceu este ano.
- Vou te contar o que é nosso conceito desse brinquedo chamado Arena Palmeiras. Em nosso acordo com o clube, a WTorre fez 100% de investimento para erguer a arena e não tem direito a receita da bilheteria dos jogos, que é 100% do clube, uma das principais fontes para recuperarmos o investimento feito de quase R$ 700 milhoes são os eventos que não são de futebol. O calendário do Palmeiras é a principal atividade da arena, mas a nossa missão, como gestores do negócio, é ter o máximo de eventos que não sejam futebol para que a gente consiga transformar o Allianz Parque em um ser vivo todos os dias e gerar exposição de mídia e receita. Neste sentido, trazer um fenômeno de marketing, de audiência e de mobilização como o UFC, sem duvida está na nossa lista como "prioridade A" de eventos que queremos trazer. O que o UFC traz para um evento esportivo sem ser futebol está como o show do Paul McCartney está para a música. É um evento ímpar que queremos ter aqui - garantiu Rogério.
Allianz Parque  (Foto: Raphael Marinho)Anfiteatro vai receber o treino aberto nesta quinta-feira (Foto: Raphael Marinho)
O estádio pode receber o UFC em duas configurações diferentes: a primeira, no local onde acontecerá o treino aberto nesta quinta-feira, o anfiteatro, localizado atrás de um dos gols e que é inteiramente coberto, com capacidade para 12 mil espectadores. A segunda seria utilizando todo o estádio, que em jogos de futebol tem capacidade para 43.600 pessoas, mas com os assentos no gramado que o Ultimate utilizaria, pode ultrapassar os 50 mil presentes. Neste caso, provavelmente a organização colocará um grande card no Brasil. O porém fica por conta da falta de cobertura para o caso de ser escolhida esta configuração. As partes ainda estão discutindo a melhor forma e avaliando a melhor opção de data.
Allianz Parque  (Foto: Raphael Marinho)Falta de cobertura pode ser empecilho para evento ocupando todo o estádio (Foto: Raphael Marinho)
Para Rogério Dezembro, o ideal é que o UFC desembarque no Allianz Parque no final de 2015, com o Campeonato Brasileiro já encerrado. Porém, existe a possibilidade de que aconteça ainda no primeiro semestre. Para o diretor da WTorre, caso seja viável, existe o interesse de sediar até mesmo dois eventos do Ultimate no estádio no próximo ano.
- Temos que ver que tipo de impacto o evento tem em relação ao calendário de jogos ou até mesmo a algum outro evento já marcado. No final do ano seria depois do encerramento do calendário de futebol, como esse de Barueri, aí seria perfeito. A gente ainda não chegou nesse nível de discussão de datas ainda, estamos conhecendo o projeto, mostrando as instalações do estádio e a equipe responsável pelo desenvolvimento está vendo as necessidades do UFC. Nossa missão profissional é ter o maior número de eventos possíveis aqui. Se for viável do ponto de vista operacional e de calendário, gostaríamos de fazer até dois eventos do UFC aqui no ano que vem.

Spider negocia com patrocinador do UFC, mas declara amor a marca rival

Em coletiva para divulgar parceria com aplicativo, ex-campeão dos médios comenta acerto da franquia com a Reebok, mas lembra parceria com Nike

Por Rio de Janeiro
Anderson Silva coletiva (Foto: Andre Durão)Anderson Silva na coletiva: lutador está em
negociação com a Reebok (Foto: Andre Durão)
O motivo principal da coletiva de imprensa com Anderson Silva no Rio de Janeiro, na tarde desta quarta-feira, era anunciar uma parceria com um aplicativo de mensagens pelo celular. Porém, o ex-campeão dos pesos-médios do UFC respondeu a perguntas sobre diversos temas, incluindo a nova parceria firmada pelo Ultimate com a marca de material esportivo Reebok. A partir de julho de 2015, todos os lutadores entrarão no octógono com uniformes exclusivamente da empresa, rival de uma ex-patrocinadora do Spider, a Nike. Anderson revelou que já negocia com a Reebok para se tornar um de seus atletas, mas declarou ainda ter lealdade ao patrocinador antigo.
- Acho que é uma evolução que o esporte está tendo. Os atletas não sabem como vai ser por conta disso, mas acredito que vai ser bom para o esporte. O Marcello (Magalhães, empresário pessoal do atleta), juntamente ao meu empresário dentro do UFC, Ed Soares, vai ter uma reunião com o pessoal da Reebok e vamos ver o que é melhor. Se não for algo bom para a gente, não vamos assinar. Antes de qualquer coisa, a gente tem que estar feliz, e não digo nem financeiramente. Todos sabem que eu fui patrocinado pela Nike, sempre usei Nike e é uma marca que eu amo. Quando eu estou de Nike, eu tenho verdade, então não posso usar uma marca com quem não tenho verdade. No UFC, como no basquete, tem atletas que são patrocinados pela Nike, mas o basquete é patrocinado pela adidas. Se tiver verdade no que a Reebok oferecer para a gente, com certeza vou usar no dia a dia, senão vou usar só lá e é isso - afirmou Anderson Silva.
Anderson Silva treino academia Team Nogueira (Foto: Divulgação)Anderson com material da antiga patrocinadora
em 2013 (Foto: Divulgação)
Segundo o anúncio oficial feito pelo UFC no início do mês, os lutadores receberão valores de acordo com suas posições no ranking de suas categorias na data da pesagem pré-luta, além de 20% de royalties na venda de materiais esportivos com suas marcas e nomes. Os banners com marcas de patrocinadores pessoais que normalmente ficam expostos atrás dos atletas foram banidos, e muitos atletas vêm manifestando preocupação com a novidade.
Após o anúncio oficial, a Reebok fechou contratos de patrocínio com Jon Jones, campeão dos pesos-meio-pesados do UFC,e Ronda Rousey, campeã peso-galo feminino. A marca já tinha contratos com Anthony Pettis, atual campeão dos pesos-leves, e Johny Hendricks, ex-campeão dos pesos-meio-médios.

"Vencer Renan Barão será algo muito grande para mim", afirma Gagnon

Canadense acredita que duelo contra brasileiro é chance de dar um passo que todo lutador quer e garante não se importar com pressão da torcida

Por Barueri, SP
Mitch Gagnon sabe a dimensão que uma vitória sobre Renan Barão terá na sua carreira caso consiga o feito no próximo sábado, em Barueri (SP), no coevento principal do UFC: Machida x Dollaway. O canadense é o 14º colocado do ranking do peso-galo (até 61kg) e terá pela frente o primeiro da divisão, ex-campeão e no país de seu oponente. Um triunfo provavelmente o fará ganhar muitas posições dentro da categoria.
- Vencer no sábado será algo muito grande para mim. É um passo que todo lutador trabalha para conseguir e superar Barão será uma prova de que pertenço a este grupo. Mas não penso no que vai acontecer depois disso pois tenho uma grande tarefa pela frente - afirmou Gagnon, em entrevista ao Combate.com.
Mitch Gagnon, MMA (Foto: Raphael Marinho)Mitch Gagnon evitou falar em estratégia para bater Renan Barão (Foto: Raphael Marinho)
Há pouco mais de dois meses, Mitch Gagnon realizou seu último combate, quando finalizou Roman Salazar no primeiro round. Esta foi sua quinta luta no UFC e a quarta vitória consecutiva. Porém, Barão é um desafio do nível que ainda não passou pela frente do lutador, que tem um cartel de 12 vitórias e duas derrotas e já superou 11 oponentes por finalização. Contra um faixa-preta do nível do atleta da Nova União, ele preferiu evitar falar em qual será a melhor estratégia.
- Fiz uma grande preparação. Lutei em outubro, me mantive em boa forma, continuei treinando desde o meu último camp e essa luta veio no momento certo. Preciso tomar a iniciativa e impedir que o Barão me pressione e dite o ritmo da luta. Vocês verão a minha estratégia no dia 20 de dezembro. A pressão da torcida brasileira é esperada, mas estou pronto para este tipo de coisa, porém, lá dentro do cage somos só eu e o Barão. Nada mais importa - declarou Gagnon, acrescentando que gostou da oportunidade de vir ao Brasil.
- Adorei poder vir lutar no Brasil, estou muito feliz de poder estar aqui e está sendo uma experiência legal. Aqui é muito quente, as pessoas são legais e a comida é boa - concluiu.

Senado aprova concessão de pensão especial vitalícia para Lais Souza

Projeto de lei, que ainda depende de sanção presidencial, prevê pagamento mensal de R$ 4.390,24 para ajudar na recuperação da ex-ginasta que ficou tetraplégica

Por Brasília
Lais Souza, prêmio Brasil Olímpico (Foto: André Durão / Globoesporte.com)Lais Souza anuncia premiação, no Rio de Janeiro
(Foto: André Durão / Globoesporte.com)
O Senado aprovou nesta quarta-feira o projeto de lei número 7.657/2014 que prevê a concessão de pensão especial vitalícia à ex-ginasta e esquiadora  Lais Souza, que ficou tetraplégica após um acidente de esqui, em janeiro deste ano, nos Estados Unidos. O projeto de autoria da deputada estadual Mara Gabrilli (PSDB-SP) segue agora para sanção presidencial. O valor do benefício mensal equivale a R$ 4.390,24, limite máximo para esse tipo de auxílio. De acordo com o Regime Geral da Previdência Social, a despesa vai ser lançada no programa orçamentário “Indenizações e Pensões Especiais” de responsabilidade da União e não poderá será repassada aos herdeiros de Lais, que se acidentou enquanto treinava para defender o Brasil nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em fevereiro, na Rússia.
Segundo o texto aprovado, o pagamento a Lais se justifica por ela ter representado o país em competições internacionais desde os 12 anos. O benefício para a atleta olímpica segue os moldes do que é concedido aos jogadores de futebol que integraram a Seleção nas Copas do Mundo de 1958, 1962 e 1970.
Ainda vai ser votado em breve pelo Senado um outro projeto de lei também de autoria da deputada Gabrilli, o de número 77.97/2014, que sugere auxílio uma espécie de seguro de acidentes pessoais a todos os atletas que representam o Brasil em Jogos Olímpicos ou Paralímpicos. A ideia é que essa provável segunda lei de proteção para os atletas tenha o nome de Lais Souza.
Desde que sofreu o grave acidente em Utah, nos Estados Unidos, a jovem de 26 anos vem recebendo apoio e investimentos do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Ela também conta atualmente com ajuda financeira da Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN), através da Lei Agnelo Piva.
De volta ao país 11 meses depois do acidente que retirou seus movimentos, Lais participou na terça-feira da realização do Prêmio Brasil Olímpico, no Rio de Janeiro. Ela recebeu a honra de anunciar a jovem ginasta Flávia Saraiva, de apenas 15 anos de idade, como vencedora do prêmio atleta da torcida, que teve votação popular.

Mãe de Medina se emociona: "Já é campeão mundial há muito tempo"

Em vídeo com homenagem, Simone manda mensagem de incentivo para Gabriel, que briga pelo inédito título mundial do surfe: "Hoje você está honrando sua nação"

Por Oahu, Havaí
A torcida dos brasileiros é grande para Gabriel Medina. Neste fim de semana, ele pode ser o primeiro surfista do país a se tornar campeão mundial do Circuito Mundial de surfe (WCT), em Pipeline, no Havaí. Para quem acompanha o paulista de 20 anos desde seus primeiros passos na praia de Maresias, Biel já é um vencedor. Em um vídeo de homenagem, familiares e amigos mandaram uma mensagem de incentivo para o surfista. A mãe, Simone, se emocionou e chorou.
- Para mim você já é campeão mundial há muito tempo, desde o dia em que você escolheu isso, em que você honrou sua família, hoje você está honrando sua nação - disse Simone Medina, com lágrimas nos olhos no vídeo produzido por um dos patrocinadores do surfista.
Simone Medina e Gabriel Medina (Foto: Reprodução TV Globo)Simone manda mensagem de incentivo ao filho Gabriel Medina (Foto: Reprodução TV Globo)
A disputa da etapa de Pipeline está suspensa, aguardando uma boa condição do mar - um novo swell (ondulação) é esperado para quinta-feira. A decisão deve ficar para os últimos dias da janela, que se encerra no sábado. Caso o mar não melhore em Pipeline, a organização pode mudar a competição de praia. A próxima chamada será nesta quinta, às 15h30m (de Brasília).
Padrasto e treinador de Gabriel Medina, Charles Saldanha também rasgou elogios ao seu pupilo.
- Ele é um menino bom. É um bom filho. Temos muito orgulho dele. Ele tem um psicológico de atleta campeão. No momento em que está sob pressão, ele age certo. É através do talento, mas também é do esforço. Gabriel, a gente tem o maior orgulho de você. Ganhando ou perdendo, você vai ser sempre o nosso campeão - disse Charles.
baterias da terceira fase
1.John John Florence (HAV) x Adam Melling (AUS)
2. Owen Wright (AUS) x Fred Patacchia (HAV)
3. Michel Bourez (TAH) x Matt Wilkinson (AUS)
4. Josh Kerr (AUS) x Jadson André (BRA)
5. Miguel Pupo (BRA) x Filipe Toledo (BRA)
6. Gabriel Medina (BRA) x Dusty Payne (HAV)
7. Kolohe Andino (EUA) x Julian Wilson (AUS)
8. Bede Durbidge (AUS) x Adrian Buchan (AUS)
9. Mick Fanning (AUS) x Jeremy Flores (FRA)
10. Joel Parkinson (AUS) x Sebastien Zietz (HAV)
11. Nat Young (EUA) x Kai Otton (AUS)
12. Kelly Slater (EUA) x Alejo Muniz (BRA)
o que medina precisa para ser campeão
- se for eliminado até a terceira fase => precisa que Kelly Slater não vença a etapa e que Mick Fanning não chegue às semifinais. Se Fanning for eliminado nas quartas, decide o título da temporada numa bateria homem a homem com o brasileiro.
- se for eliminado na quinta fase => Mick Fanning não pode chegar à final;
- se for eliminado nas quartas ou nas semifinais => Mick Fanning não pode vencer a etapa;
- se chegar à final => conquista o título, independentemente da campanha de seus rivais.

Fortes chuvas em Brasília alagam áreas do estádio Mané Garrincha

Imagens de cinegrafista amador mostram enxurrada tomando conta das escadas de entrada dos torcedores. Fotos mostram túnel de acesso ao campo alagado

Por Brasília
 
As fortes chuvas que caíram em Brasília na tarde desta quarta-feira provocaram estragos em toda a cidade. Um dos locais afetados foi a região do Estádio Mané Garrincha, que sofreu com alagamentos nas áreas interna e externa.
Imagens enviadas ao GloboEsporte.com por um cinegrafista amador que preferiu não se identificar mostram a enxurrada formada nas escadas de entrada dos torcedores. Os corredores de acesso viraram uma verdadeira lagoa (veja no vídeo).
Fotos enviadas por internautas também mostram o alagamento no túnel que liga o gramado aos vestiários. A água ainda invadiu a área dos bancos de reservas do estádio.
Mane Garrincha (Foto: GloboEsporte.com)Túnel de acesso ao campo do Mane Garrincha ficou parecendo uma piscina (Foto: GloboEsporte.com)
Por conta dos danos provocados pela tempestade, foi adiada a rodada desta quarta-feira do Torneio Internacional de Brasília de futebol feminino, que está sendo disputado desde o dia 10 de dezembro no Mané Garrincha. As partidas entre Brasil x China e Estados Unidos x Argentina foram transferidas para quinta-feira.
Desde de terça-feira, fortes chuvas vêm caindo na capital federal, provocando alagamentos em diversas prédios e avenidas. Veja outras notícias sobre os estragos da chuva em Brasília no G1 DF.
Mane Garrincha (Foto: GloboEsporte.com)Área dos bancos de reservas também foi tomada pela água (Foto: GloboEsporte.com)
governo descarta danos estruturais
Em nota enviada ao GloboEsporte.com, o Governo do Distrito Federal (GDF), responsável pela administração do estádio, garantiu a tempestade não provocou danos estruturais. O comunicado também diz que a água já foi escoada das áreas alagadas mostradas nas imagens e reitera que havia condições de realizar a rodada do Torneio Internacional de futebol feminino nesta quarta-feira, mas a decisão de adiar a competição foi tomada pensando na comodidade dos torcedores. Segundo o governo, o gramado suportou perfeitamente o temporal, como mostra foto tirada pela assessoria de imprensa do GDF por volta das 18h desta quarta-feira (veja abaixo).
Veja a íntegra da nota enviada pelo GDF:
"Reiteramos que as chuvas não provocaram danos ao gramado e nem estruturais. As chuvas da noite de ontem provocaram acúmulo de água em áreas do Estádio Mané Garrincha, mas que já estavam escoadas na manhã de hoje. Até as 16h de hoje, o estádio estava em condições de receber os jogos desta noite. Com o temporal da tarde, houve novo acúmulo de água nas áreas internas e externas do Mané Garrincha. A água acumulada, como mostra a imagem publicada pelo site, foi momentânea, e já foi escoada. O campo do estádio, que conta com sistema de drenagem, em momento algum esteve sob ameaça de alagamento e estava em condições de receber os jogos de hoje. No entanto, pensando na comodidade do público, já que estádio tinha áreas molhadas, os jogos foram adiados. As partidas previstas para esta quarta-feira ocorrerão amanhã, no mesmo horário. Os ingressos adquiridos para a rodada serão válidos".
Mané Garrincha (Foto: Andre Borges / Grandes Eventos GDF)Foto do gramado enviada pela assessoria de imprensa do GDF (Foto: Andre Borges / Grandes Eventos GDF)

Por que caiu? Caiu por quê? Dossiê Botafogo III: surrealismo e descontrole

Orçamento que contava com premiação de todos os torneios do ano, aumentos para
a "turma da praia", adeus de Seedorf e fiasco na Libertadores: a queda se desenha

Por Rio de Janeiro
Header BOTAFOGO - Por que caiu? Caiu por quê? (Foto: Infoesporte)



A terceira reportagem da série começa no fim de 2013, quando a falta de planejamento do Botafogo transbordou. O Departamento de Futebol resolveu ignorar solenemente os pedidos de contenção de despesas do financeiro. Em vez de cortar custos, o futebol resolveu aumentá-las e produziu um orçamento surrealista. Em janeiro, os salários já estavam em atraso e a volta do clube à Libertadores virou um pesadelo.

       CAPÍTULO I


       CAPÍTULO II


      CAPÍTULO III
Dossiê Botafogo Libertadores (Foto: Editoria de Arte)Dossiê Botafogo


      CAPÍTULO IV
Dossiê Botafogo Gabriel  PB (Foto: Editoria de Arte)No ar: 18/12



1 - O orçamento surreal
Apesar do caos financeiro, a vitória no estadual e a vaga na Libertadores deram argumentos para que o departamento de futebol vendesse sucesso. O Botafogo, afinal, tinha voltado à Libertadores depois de 18 anos. Em vez de assumir os erros, Sidnei e Chico resolveram dobrar a aposta e produziram um orçamento que beirava o inacreditável. Previram premiações para todos os títulos do ano: estadual, Copa do Brasil, Brasileiro, Libertadores e Mundial.
– Fui no Corinthians pegar o orçamento deles do time campeão do mundo. Os caras conseguiram fazer um orçamento maior que aquele – comentou um dirigente.
Em e-mail enviado a vários diretores, o diretor executivo Sérgio Landau reclamou que o orçamento enviado pelo futebol previa gastos mensais de R$ 11,7 milhões. Só em salários e direitos de imagem, a previsão mensal era de R$ 7 milhões. O departamento financeiro tinha informado ao departamento de futebol e ao presidente, em outubro, que o clube estava quebrado e com aquele orçamento seria bem pior. As despesas do futebol precisariam ser reduzidas para R$ 3,7 milhões. Foi ignorado.
– O presidente de fato do primeiro mandato foi o Landau. No segundo, Sidnei fez a cabeça do Maurício para assumir de fato e esvaziar o Landau. O futebol não respondia a mais ninguém.
O Conselho Fiscal rejeitou o orçamento surrealista e exigiu um novo. Landau avisou que, mesmo se os gastos ficassem em R$ 3,7 milhões, o clube precisaria captar R$ 40 milhões no mercado. Anotou ainda que as despesas do futebol no último trimestre de 2013 tinham ficado numa média de R$ 5 milhões.
Botafogo orçamento clube (Foto: Vicente Seda)Orçamento do Botafogo previa premiação para todos os campeonatos da temporada (Foto: Vicente Seda)

2 - Reajustes 
O Departamento de Futebol não apenas ignorou a recomendação de corte de custos, como resolveu aumentá-los. Entre dezembro e janeiro, um festival de aumentos trouxe alegria para antigos e novos membros da comissão técnica. Em dois casos, funcionários criaram empresas e passaram a ganhar via CLT e como prestadores de serviço, situação que o departamento jurídico alertou que era ilegal.
Isso gerou um desconforto em Landau, que havia criado um comitê de gestão responsável por normatizar as alterações salariais. Como o presidente autorizava tudo o que o futebol fazia, Landau acabou com todos os comitês. Irritado com o Futebol e adoentado, o vice financeiro, Carlos Alberto Calumby, também pediu exoneração. Chico Fonseca assumiu também a vice-presidência financeira.
Sérgio Landau, diretor executivo do Botafogo (Foto: Satiro Sodré / AGIF)Sérgio Landau em coletiva: fim dos três comitês após reajustes (Foto: Satiro Sodré / AGIF)

3 – "Gente de cinza" 
Nada menos que 18 profissionais foram demitidos entre 2013 e 2014. Em janeiro, o departamento médico foi demitido, junto com o fisioterapeuta Altamiro Bottino, o fisioterapeuta Alex Evangelista e o analista de desempenho Marcelo Xavier. Os ex-técnicos dos juniores Anthoni Santoro e Jair Ventura também entraram na barca. Criou-se uma flagrante divisão entre “o pessoal da base” e os profissionais restantes na comissão técnica – como o preparador de goleiros Flavio Tenius, que havia resistido por conta de sua ligação com Jefferson.
– Eles chegaram da base com marra achando que sabiam tudo porque ganharam um campeonato de juniores. E não sabiam nada. Não sabiam que profissional é diferente – disse um membro da comissão técnica.
Ainda em janeiro, Loureiro promoveu uma série de contratações. A comissão passou a ter três auxiliares-técnicos: Eduardo Barroca e Flávio Oliveira e um dos fiéis escudeiros de Loureiro, o preparador de goleiros Christiano Fonseca. Outros homens de confiança de Loureiro, Marcos Pinheiro (o Mineiro) e Cláuber Antunes, também foram promovidos para o profissional. Apesar das demissões, a comissão técnica continuava inchada.
– Tinha mais gente de cinza (comissão) do que de azul (jogador) no campo – comentou um dirigente.
Jefferson e Flavio Tenius botafogo treino (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)Flavio Tenius treina Jefferson: preparador resistiu por ligação com o goleiro (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)

4 – Praia rica
A rubrica "Pessoas Jurídicas" do orçamento de futebol traz uma noção da quantidade de aumentos ocorridos entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014.O clube gastou R$ 291.050 em dezembro com PJs do futebol. Apesar da recomendação de corte de custos, em janeiro esse número pulou para R$ 481.474 em janeiro. Em abril chegou a R$ 595.288.

Os aumentos da chamada "turma da praia" entre 2009 e 2014 chamaram atenção. Eduardo Hungaro, que chegara ao clube em 2009 ganhando R$ 2 mil, saltara para R$ 27 mil e em janeiro de 2014 passou a R$ 65 mil já como PJ (porque virou treinador - em sua defesa, diga-se que certamente era um dos salários mais baixos da série A). Christiano Fonseca pulara de R$ 2 mil para R$ 18 mil. Ele e Ney Souto passaram a ganhar via CLT e também via PJ. Mineiro pulou de R$ 1,5 mil e passou a ganhar R$ 6 mil como auxiliar de coordenação administrativa. Felipe Arantes começara com R$ 2 mil e em 2014 já ganhava R$ 9,5 mil no cargo de auxiliar-técnico. Seu irmão, Bernardo, tinha pulado de R$ 5 mil para R$ 21 mil.
Mas os aumentos não ficaram apenas para os praianos. O analista de desempenho Alfie Assis, que era responsável pelas apresentações em Power Point da base, entrou no clube em 2009, como estagiário, ganhando R$ 150. Em 2014, já como profissional, tinha vencimentos de R$ 5.914. Um aumento de mais de 3.000% em cinco anos num clube sem recursos.
Eduardo Hungaro Botafogo (Foto: Vitor Silva/SSPress)Eduardo Hungaro comanda treino: do salário inicial de R$ 2 mil a R$ 65 mil em janeiro de 2014 (Foto: Vitor Silva/SSPress)

5 - Ilha da fantasia
A situação financeira do clube só piorava. O clube tinha dívidas imensas com os empresários Eduardo Uram e Carlos Leite. Devia também ao fundo do banco BMG e buscava empréstimos de toda sorte. O fluxo de caixa já era negativo e as penhoras tornavam a gestão praticamente impossível. O departamento financeiro fazia malabarismo para conseguir recursos e antecipações. Enquanto isso, o Futebol aumentava seus gastos. Em dezembro de 2013, a vice-presidência de futebol gastou R$ 4,9 milhões. Em janeiro, os gastos pularam para R$ 5,6 milhões. Em fevereiro chegaram a R$ 5,8 milhões.
Empresario carlos leite (Foto: Janir Júnior)Carlos Leite em sua empresa: Botafogo acumula dívidas imensas com o empresário (Foto: Janir Júnior)

6 – Adeus de Rafael Marques e Seedorf
Se o time já se enfraquecera em 2013, o início de 2014 foi ainda pior. Seedorf parou de jogar e foi ser técnico do Milan. Sidnei Loureiro confidenciou ao repórter Thales Soares.
– Já sabíamos que o Seedorf ia parar. Por isso nos planejamos antes e trouxemos o Jorge Wagner.
Outro que saiu foi Rafael Marques. Antes criticado por Montenegro e Loureiro, ele tinha se tornado um dos principais jogadores do time em 2013. Foi autor do gol do título estadual. Acabou indo para a China.
– Eu não queria sair, mas todo mundo está saindo e eles não vão pagar ninguém – confidenciou Rafael a um amigo.
Além de Jorge Wagner, o clube foi atrás de reforços. Sem caixa e devendo a empresários, o clube aceitou ofertas como os gêmeos Alex e Anderson, encaixados por Eduardo Uram. E uma série de jogadores em baixa foram contratados. Chegaram os argentinos Ferreyra e Bolatti, Wallyson, Junior Cesar, Airton e Rodrigo Souto. Todos, sem exceção, estavam na reserva de seus times.
Seedorf botafogo despedida (Foto: Satiro Sodré / SSPress)Seedorf se emociona na despedida do Botafogo: meia optou por virar técnico no Milan (Foto: Satiro Sodré / SSPress)

7 – O gigante voltou
A temporada começou com uma derrota. Com Rodrigo Souto como titular e Ferreyra no ataque, o time perdeu para o Deportivo Quito na altitude por 1 a 0. No jogo de volta, mais de 50 mil alvinegros encheram o Maracanã, fizeram um belíssimo mosaico e o time derrotou os fraquíssimos equatorianos por 4 a 0 – com dois gols de Wallyson.
O time se classificou para a fase de grupos – o que valeria a premiação de R$ 200 mil para o treinador Eduardo Hungaro. E estreou bem contra o San Lorenzo, vencendo o time argentino por 2 a 0 também no Maracanã. Mas a partir daí o time fraquejou. Fora de casa empatou com os  chilenos do Unión Española e perdeu no fim para o Independiente del Valle.
Depois de vitória suadíssima contra os equatorianos em casa, o time precisava apenas da vitória contra o Unión para garantir a vaga nas oitavas de final. Irritados com o atraso de salários e promessas não cumpridas, os jogadores ameaçaram entrar em greve antes da partida contra o Union Española, no Maracanã. O clube dominou mas acabou perdendo num pênalti mal assinalado. A classificação passou a depender de um empate contra o San Lorenzo na Argentina. Em Buenos Aires, o time foi atropelado por 3 a 0.
Os dirigentes culparam a “postura dos atletas” pelas derrotas – mas sem recursos e com 100% das receitas penhoradas, que punições seriam possíveis?
torcida Botafogo mosaico Maracanã (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)Torcida do Botafogo faz mosaico gigante: alegria pela volta à Libertadores (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)

8O pior estadual da história
A “turma da base” convenceu Hungaro a escalar o time reserva no estadual e priorizar a Libertadores – contra o conselho dos outros membros, como Barroca. Se time titular já era fraco, o reserva era péssimo. Sem talento nem organização, o Bota fez a pior campanha de sua história. Ficou em nono lugar com 17 pontos – atrás de Cabofriense, Boavista, Macaé, Friburguense e Nova Iguaçu. Em 15 jogos teve quatro vitórias, cinco empates e seis derrotas. Fez meros 16 gols e tomou 17 – saindo do Estadual com saldo negativo. Com o duplo fracasso, a pressão sobre Eduardo Húngaro se tornou insuportável.
João Carlos comemora, Botafogo x Macaé (Foto: Carlos Moraes/Agência Estado)Botafogo perde para o Macaé no Carioca 2014: pior campanha da história (Foto: Carlos Moraes/Agência Estado)

9 – Corte seletivo
Em abril, a tensão no futebol era imensa. Os salários seguiam em atraso e os jogadores começavam a se desesperar. Pressionado por Landau e pelo financeiro, o departamento teve que cortar custos. Loureiro demitiu vários auxiliares que tinha contratado em janeiro, como Barroca e Flavio Oliveira. Para atingir Jefferson, dispensou Flavio Tenius, trazendo para seu lugar o ex-treinador do Fluminense e do Grêmio Victor Hugo, ligado a Christiano Fonseca.
Esses cortes, porém, não atingiram os homens próximos de Loureiro: o próprio Fonseca, Cláuber e Mineiro. Todos continuaram empregados. E Duda Hungaro, mesmo rebaixado, continuou ganhando o mesmo salário.
– Ele ganha R$ 65 mil pra carregar prancheta – dizia um membro da diretoria.
Eliminado do estadual e da Libertadores, o clube contratou Vagner Mancini para o Brasileiro. E trouxe dois auxiliares: Mauricinho e Régis. Com isso, Christiano Fonseca também foi rebaixado. Deixou de ser auxiliar técnico e virou novamente preparador de goleiros. Ou auxiliar de prepardor de goleiros, já que Victor Hugo tinha sido contratado para o cargo. Mas seu salário foi preservado.
San Lorenzo x Botafogo (Foto: Juani Roncoroni/Agência Estado)Botafogo perde o San Lorenzo na Argentina e é eliminado da Libertadores (Foto: Juani Roncoroni/Agência Estado)

9 – O amistoso que não foi
Sem resultados no campo, Loureiro voltou suas baterias para os executivos do clube. Internamente, dizia aos jogadores que o financeiro prometia recursos que nunca chegavam. O diretor Marcelo Murad viajou para a Argentina para ver o time ser eliminado da Libertadores contra o San Lorenzo, e o clima ficou tenso, porque jogadores reclamaram de sua presença.
O clube acertou um amistoso por R$ 150 mil contra o Botafogo-PB. O dinheiro seria usado para pagar uma intertemporada em Saquarema, no CT da seleção de vôlei. Os jogadores informaram que não iriam jogar na Paraíba. Loureiro e Assumpção resolveram demitir Bolívar, considerado o líder da insurreição. Informaram ao empresário do atleta.
Bolívar, que ganhava R$ 100 mil mensais, tinha renovado por R$ 360 mil em dezembro de 2013, algo que havia assustado o departamento financeiro. Quatro meses depois seria demitido?
– Eles disseram que querem me mandar embora. Vamos ver se é isso mesmo – disse Bolívar.
Os jogadores se reuniram e convocaram uma reunião com o presidente e a diretoria no Engenhão.
– Se ele sair, sai todo mundo – disse um dos líderes do elenco.
Desmoralizados, os dirigentes engoliram em seco e tiveram que chamar o jogador de volta. Não havia dúvidas sobre quem mandava no vestiário.
Bolívar água Botafogo (Foto: Satiro Sodré / Botafogo)Bolívar se refresca: demitido e chamado de volta após cancelamento de amistoso (Foto: Satiro Sodré / Botafogo)

10 – Landau x Loureiro
O clima entre Sidnei Loureiro e Sérgio Landau ficou insustentável. Nos bastidores, os dois se metralhavam mutuamente. Loureiro tinha escolhido a única briga que não podia ganhar. Landau era o executivo de confiança de Assumpção, com uma teia de relações que ia da CSM (ex-Golden Goal), operadora do sócio-torcedor do clube, até os donos das novas arenas do futebol brasileiro – em especial a Odebrecht, principal empresa do Consórcio Maracanã.
Sem moral com os jogadores e com o time em frangalhos, Loureiro percebeu que ficaria com a conta do fracasso. No meio de julho deixou o clube. E saiu atirando. Em entrevista gravada ao GloboEsporte.com, Loureiro disse que o Futebol tinha cumprido as metas pedidas pelo financeiro, tendo cortado 30% das folhas dos jogadores e da comissão técnica. E bateu firme no diretor executivo Sérgio Landau e no diretor financeiro Marcelo Murad.
– Eles prometiam, mas o dinheiro nunca chegava.
Landau ficou enlouquecido. No dia 25 de julho, mandou um e-mail desabonador para Assumpção cobrando providências e disse que iria processar Loureiro. Na mensagem, ele rebateu ponto a ponto as declarações do ex-gerente. Disse que, ao contrário de cortar, os gastos do futebol foram de R$ 6.052.000,00 em média no primeiro quadrimestre de 2014 - muito acima dos recomendados R$ 3,7 milhões e 64% acima do que fora aprovado pelos Conselhos Fiscal e Deliberativo do clube. Mais: disse que uma das causas do desvio orçamentário do departamento de futebol foi o aumento que Sidnei deu a si mesmo – de R$ 42 mil para R$ 65 mil entre 2013 e 2014.
Segundo Landau, o ex-gerente promovera uma “verdadeira sangria nos cofres alvinegros” ao conceder aumentos generalizados no departamento "contrariando o que determinava o departamento financeiro". O e-mail disse também que Sidnei não tinha “qualquer histórico de sucesso no futebol profissional” e que "reconhecidamente não tinha moral alguma com jogadores". E bateu forte:
"Embora fosse clara a falta de capacidade do ex-gerente para o exercício de função tão relevante para o Botafogo, jamais poderia esperar que a menos de um ano do término deste mandato, durante o momento mais crítico da atual gestão, ele simplesmente colocasse seu cargo à disposição, sob o argumento de estar fazendo isso em benefício do Botafogo, quando todos sabem que, na verdade, ele sempre teve sua presença e autoridade contestada pelos profissionais do futebol. Lembro que na comemoração do título de 2012 o nosso técnico citou o nome de vários colaboradoes e nunca o dele"
O diretor-executivo foi mais longe: afirmou ser contra o pagamento da multa rescisória de Loureiro.
Sidnei Loureiro Botafogo (Foto: Gustavo Rotstein)Sidnei Loureiro, em entrevista ao GloboEsporte.com: fortes críticas após sair do Botafogo (Foto: Gustavo Rotstein)

11 – A sinuca de Assumpção
O e-mail de Landau deixou Assumpção em situação difícil. Ele não podia brigar com Landau, seu grande parceiro no clube. Mas também tinha lealdade a Loureiro. O presidente resolveu sair pela tangente. Deu entrevista para a Rádio Globo dizendo que tinha, sim, demitido Loureiro – o que garantiria o pagamento da multa rescisória. Fez elogios ao trabalho do ex-gerente, mas disse que não concordava com suas críticas ao financeiro.
Meses depois, em setembro, em entrevista ao Esporte Espetacular, Maurício Assumpção diria que o departamento de futebol tinha feito um orçamento realista para o ano. Sua declaração literal.
– Sabendo dos problemas que iríamos enfrentar por conta da questão do Ato Trabalhista e das penhoras fiscais, fizemos um orçamento do futebol melhor que o de 2013. Em novembro de 2013, o orçamento do futebol, que contempla base e profissional, era de R$ 6,8 milhões. Em março de 2014 caiu para R$ 3,6 milhões. E precisávamos de um time melhor do que tinha, pois estávamos disputando a Libertadores. Sabíamos que não podia fazer isso.
Esses números de Maurício tinham um problema: eram diferentes dos reais. O departamento de futebol gastou R$ 4,8 milhões em novembro de 2013. Em março de 2014 o gasto foi de R$ 5,6 milhões. Ou seja, R$ 800 mil a mais mesmo com as saídas de Oswaldo, Seedorf, Rafael Marques e Renato.
Maurício Assumpção presidente Botafogo (Foto: Satiro Sodré)Maurício Assumpção: sinuca de bico após desentendimento entre Landau e Loureiro (Foto: Satiro Sodré)

12 – Gottardo
Sidnei Loureiro ficou um ano e quatro meses à frente do futebol profissional e pode botar no currículo o estadual de 2013 e a vaga na Libertadores de 2014. Para o seu lugar, Assumpção contratou Wilson Gottardo. O ex-zagueiro, capitão do time campeão brasileiro em 1995, chegou falando que os atletas tinham que esquecer os problemas financeiros.
– Em 1995, fui campeão com cinco meses de salários atrasados.
Os jogadores odiaram a declaração. Gottardo tentou convencer Jefferson a ser uma espécie de “líder positivo”, dizendo que deveria ser exemplo. Jefferson não gostou muito, mas disse que iria tentar.
Wilson Gottardo Botafogo (Foto: Vitor Silva / SSPress)Wilson Gottardo volta ao Botafogo como dirigente: declaração pega mal com os jogadores (Foto: Vitor Silva / SSPress)

13 – O sumiço dos uniformes
Mais de mil peças de uniformes desapareceram do estoque do clube. Em um áudio que circulou pelo WhatsApp, um funcionário pedia a outro para esconder uma caixa.
– O André está indo aí conferir. Esconde aquela caixa que tem as minhas camisas por favor – dizia a voz na gravação.
André, no caso, era André Silva, que levou o caso até o presidente Maurício Assumpção. Ninguém foi punido. Contra o Criciúma, o time quis usar camisas pretas, mas no almoxarifado não havia mais nenhuma delas. Isso gerou um corre-corre interno, e dois dias antes da partida uma caixa com os uniformes pretos reapareceu. Os jogadores entraram em campo com eles, que teriam sido recuperados graças a contatos com "milicianos". Um dos funcionários que "recuperou" as roupas era justamente o dono da voz da gravação que circulou no clube.
– Se ficássemos aqui mais um ano, eu comprava um apartamento – ele costumava dizer aos amigos.
Rodrigo Souza Criciúma x Botafogo (Foto: Getty Imagens)Botafogo quase não consegue usar camisa preta contra o Criciúma após sumiço (Foto: Getty Imagens)

14 – O breve apoio dos cardeais
Em julho, o futebol tinha virado um deserto de dirigentes. Com a saída de Sidnei Loureiro, Chico Fonseca desapareceu. Quem passou a tocar o dia a dia foi o vice administrativo, André Silva, ao lado do recém-contratado Gottardo – que ainda tentava encontrar algum clima.
Os cofres alvinegros estavam vazios e não havia perspectiva de receita. Os atrasos já chegavam a cinco meses em imagem e três na CLT – sem falar no FGTS. O clube tentava estratégias, como recorrer ao apoio do Sindicato de Atletas. Mas este tem as suas regras próprias de pagamento. Ao receber, priorizava atletas de acordo com o salário, de cima para baixo. Isso deixou Lucas fora de um dos pagamentos – e o lateral-direito, irritado, deixou o clube via justiça.
André Silva pediu ajuda a Montenegro e ao executivo Durcésio Mello, que se preparava para se candidatar à presidência. Ambos trouxeram a promessa de pagar os salários futuros. Houve uma reunião dos cardeais com os atletas, e a promessa alegrou o ambiente. O clube engatou alguns bons resultados e se afastou do Z-4. Mas os cardeais pagaram apenas o mês de julho. Em agosto, o dinheiro já não entrou. E o clima começou a azedar de vez.
Lucas Botafogo e Lucas Silva Cruzeiro Série A (Foto: Agência Getty Images)Lucas, em ação contra o Cruzeiro: lateral deixou o Botafogo após acionar Justça por salários (Foto: Agência Getty Images)

AMANHÃ: DOSSIÊ BOTAFOGO IV - Descontrole, demissões e rebaixamento