segunda-feira, 25 de julho de 2016

Abalada, Holly Holm lamenta revés 
e diz: "Sei que sou capaz de mais"

Ex-campeã da categoria garante que precisa acreditar nas técnicas que vem aprendendo e rejeita eleger próxima adversária: "Não estou em posição de escolher"

Por Direto de Chicago, EUA
Holly Holm Coletiva UFC Chicago (Foto: Marcelo Barone)Holly Holm aparece com o rosto machucado em coletiva do UFC Chicago (Foto: Marcelo Barone)
Acostumada a um currículo vitorioso, Holly Holmexperimenta o lado amargo do MMA: outrora invicta, a lutadora perdeu pela segunda vez consecutiva, agora, para Valentina Shevchenko, sábado, no UFC Chicago. Visivelmente abalada pela má atuação, a americana declarou, na coletiva de imprensa, que precisa confiar mais em suas habilidades.

- Eu acredito em mim mesma, mas acho que preciso acreditar no que aprendo. Aprendi muito nas áreas do wrestling e do jiu-jítsu, mas preciso acreditar nisso. Eu sempre acredito em mim e no que posso fazer. Minhas ferramentas estão lá, só preciso acreditar nelas. Vou seguir em frente, sei que sou capaz de mais. Tenho certeza que posso apresentar mais do que hoje. 

Algoz de Ronda Rousey e destronada em seguida para Miesha Tate, Holm fez questão de exaltar a qualidade do peso-galo feminino, cujo cinturão tem Amanda Nunes como dona desde o UFC 200, no início do mês.

- No boxe ou no MMA, eu nunca achei que estava no topo, sabia que em algum lugar tinha alguém treinando para ser a melhor. Tem sempre alguém faminto, gente boa e determinada. Essa é a categoria mais difícil do mundo. Meninas de todos os cantos querem lutar no UFC. Uma derrota dessa é devastadora, mas preciso caminhar pra frente. 

Questionada sobre as adversárias que poderiam cruzar seu caminho, Holm foi sincera e frisou que não está em condições de falar em nomes.

- Venho de duas derrotas, nunca estive nessa posição antes. Eu tive algumas vitórias, mas acredito que não estou em posição de escolher. 
UFC: Holm x Shevchenko
23 de julho de 2016, em Chicago (EUA)
CARD PRINCIPAL:
Valentina Shevchenko venceu Holly Holm por decisão unânime (triplo 49-46)
Edson Barboza venceu Gilbert Melendez por decisão unânime (30-27, 30-27 e 29-28)
Francis Ngannou venceu Bojan Mihajlovic por nocaute técnico a 1m34s do R1 
Felice Herrig venceu Kailin Curran por finalização a 1m59s do R1
CARD PRELIMINAR:
Eddie Wineland venceu Frankie Saenz por nocaute técnico a 1m54s do R3
Darren Elkins venceu Godofredo Pepey por decisão unânime (29-27, 29-27 e 30-26)
Kamaru Usman venceu Alexander Yakovlev por decisão unânime (triplo 30-25)
Michel Trator venceu JC Cottrell por decisão unânime (30-26, 30-27 e 30-27)
Alex Cowboy venceu James Moontasri por decisão unânime (30-26, 30-26 e 30-25)
Jason Knight venceu Jim Alers por decisão dividida (29-28, 28-29 e 29-28)
Luis Henrique KLB venceu Dmitry Smolyakov por finalização aos 3m58s do R2

Shevchenko mira cinturão e alfineta Amanda Nunes: "Ela tem medo"

Após vencer Holm, Valentina aproveita coletiva para pedir revanche contra campeã

Por Direto de Chicago, EUA
Enquanto muitos esperavam a recuperação de Holly Holm no Ultimate, Valentina Shevchenkonão tomou conhecimento da ex-campeã do peso-galo da organização, dominou a americana elevou a luta por decisão unânime. Em êxtase e com a confiança em alta, a lutadora não perdeu e logo partiu para cima de outra adversária: Amanda Nunes. De olho no cinturão da divisão, aproveitou a coletiva para alfinetar a brasileira, que, segundo ela, teria medo de aceitar uma revanche. 
Valentina Shevchenko UFC Chicago (Foto: Reprodução/Facebook)Valentina Shevchenko UFC Chicago (Foto: Reprodução/Facebook)

Na segunda luta no UFC, Shevchenko foi neutralizada pela Leoa e amargou a segunda derrota na carreira. Motivada pelo bom desempenho contra Holm, afirmou que numa luta de cinco rounds pode levar a melhor diante da atual campeã. 
 Da minha parte, estou disposta a lutar com qualquer uma. Acho que ela (Amanda) tem medo, porque seriam cinco rounds, e eu me sinto muito bem com isso."
Valentina Shevchenko
- Quero ser a campeã da divisão, espero ter a revanche com a Amanda. Vou dar meu melhor nesse luta e prometo que vou me preparar muito bem e colocar meu coração no octógono. É o que eu quero. Quero muito. Eu já lutei antes com ela. Ela ganhou porque é mais forte do que eu. Lhe dei oportunidade de ganhar. Sei que vou muito melhor em uma próxima luta. Não vou dar sequer uma oportunidade num futuro duelo. Ela tem medo. Mas, da minha parte, estou disposta a lutar com qualquer uma. Acho que ela tem medo, porque seriam cinco rounds, e eu me sinto muito bem com isso. 
Contra Holly Holm, Valentina foi quase impecável. E não se surpreendeu com o feito. Segundo a lutadora uma das principais virtudes foi ter respeitado o poder da adversária na luta em pé e se preparado para qualquer situação durante o camp. 
- Estava pronta em tudo. Não esperava luta fácil, porque a (Holly) Holm é uma grande striker. Coloquei meu coração no cage. Meu treinador me disse cada problema que eu podia ter nessa luta. Então eu tinha na minha mente cada técnica que eu podia usar na Holly. Estava preparada para cada momento. Olhamos luta dela e vimos as situação que gostava. Eu treino há mais de 20 anos, artes marciais são minha vida. Estou muito feliz pela vitória.
Mesmo em vantagem ao início do quinto round, Shevchenko revela que só acreditou na vitória após o fim da luta. Mais baixa que Holm e também outras da categoria, a atleta não se sente em desvantagem na divisão dos galos. 
- Eu não acredito na vitória até que a luta termine. Escutava bastante o meu treinador falando para ir para cima. E sempre queria ir para cima, finalizar a luta. Era minha prioridade. Ela é canhota e muito técnica, então os meninos da academia simularam sempre esse estilo da Holm, tenho muito a agradecer a eles. Sempre luta com rivais mais altas e mais pesadas, já acostumei com esse enfrentamentos. Me sinto muito bem e forte para essa divisão, não sinto desvantagem. 
UFC: Holm x Shevchenko
23 de julho de 2016, em Chicago (EUA)
CARD PRINCIPAL:
Valentina Shevchenko venceu Holly Holm por decisão unânime (triplo 49-46)
Edson Barboza venceu Gilbert Melendez por decisão unânime (30-27, 30-27 e 29-28)
Francis Ngannou venceu Bojan Mihajlovic por nocaute técnico a 1m34s do R1 
Felice Herrig venceu Kailin Curran por finalização a 1m59s do R1
CARD PRELIMINAR:
Eddie Wineland venceu Frankie Saenz por nocaute técnico a 1m54s do R3
Darren Elkins venceu Godofredo Pepey por decisão unânime (29-27, 29-27 e 30-26)
Kamaru Usman venceu Alexander Yakovlev por decisão unânime (triplo 30-25)
Michel Trator venceu JC Cottrell por decisão unânime (30-26, 30-27 e 30-27)
Alex Cowboy venceu James Moontasri por decisão unânime (30-26, 30-26 e 30-25)
Jason Knight venceu Jim Alers por decisão dividida (29-28, 28-29 e 29-28)
Luis Henrique KLB venceu Dmitry Smolyakov por finalização aos 3m58s do R2

Alex Cowboy revela susto em vitória: "Achei que Moontasri não voltaria"

Brasileiro declara que, depois de ver americano se contorcer de dor ao receber um golpe nas partes íntimas, temeu que ele não retornasse ao combate deste sábado

Por Direto de Chicago, EUA
Alex Cowboy derrotou James Moonstari por decisão unânime dos jurados, no UFC Chicago, no último sábado. Embora tenha sido dominante durante os três rounds, o brasileiro viveu momentos de apreensão e temeu que o embate terminasse em "No Contest" depois que acertou um chute ilegal nos "países baixos" do oponente, que se contorceu de dor no chão do octógono.
Em entrevista exclusiva ao Combate.com, Cowboy revelou que temeu que o adversário não retornasse ao confronto e diz que faltou calibrar a mira para atingi-lo no local permitido, a região abdominal. 
- Eu pensei que ele não voltaria. A joelhada foi muito forte, ele deu um passo para trás e veio de encontro. Não bateu naquela parte, bateu um pouco mais em cima, mas a coquilha imprensa. Faltou regulagem, era para acertar um pouco mais em cima (risos). Bateu desespero e Eu falei: "Fu***, ele não vai voltar mais". Ainda bem que ele voltou para a guerra e continuamos a luta.
Alex Cowboy UFC Chicago (Foto: Marcelo Barone)Alex Cowboy temeu que luta acabasse após ter acertado golpe na região genital de Moontasri (Foto: Marcelo Barone)
Satisfeito por se recuperar do revés sofrido contra Donald Cerrone, Cowboy garante que seguiu à risca a estratégia traçada pela equipe e ressalta que ficou surpreso com a força do oponente. 
- Essa vitória foi muito bem-vinda, meus mestres me passaram tudo certinho, a preparação física fez efeito. Estou pronto para a próxima. Foi uma luta intensa, teve muito chão, mas no final saímos na porrada. Marquei os pontos e é melhor ganhar assim do que perder, mas faltou nocautear ou finalizar. Foram três rounds meus, a estratégia foi cumprida, sabia que ele era forte, duro, então missão dada é missão cumprida. O bicho é forte, isso me surpreendeu.
O atleta da ATS/TFT, que atuou no peso-meio-médio, espera fazer no peso-leve seu próximo duelo, especialmente contra um adversário no ranking oficial da divisão.
- Se me botarem em Brasília, ficarei muito feliz. Quero fazer mais uma ou duas lutas. Quero lutar na minha categoria, que é 70kg, e pegar os caras ranqueados. Eu não quero tomar a frente de ninguém, ams estou aí para conquistar o meu espaço. Aceitei essa luta no 77kg, porque meu adversário quis, então fechamos assim. QUero enfrentar qualquer um do peso-leve, do primeiro ao 15º, eu parto para cima. Eu venho buscando me ranquear há um tempo. Queria apenas ter um pouco mais de tempo no UFC. Estou há um ano e meio lá. Espero ficar no UFC até os 70 ou 80 anos. Quero me ranquear e, depois, buscar o cinturão
UFC: Holm x Shevchenko
23 de julho de 2016, em Chicago (EUA)
CARD PRINCIPAL:
Valentina Shevchenko venceu Holly Holm por decisão unânime (triplo 49-46)
Edson Barboza venceu Gilbert Melendez por decisão unânime (30-27, 30-27 e 29-28)
Francis Ngannou venceu Bojan Mihajlovic por nocaute técnico a 1m34s do R1 
Felice Herrig venceu Kailin Curran por finalização a 1m59s do R1
CARD PRELIMINAR:
Eddie Wineland venceu Frankie Saenz por nocaute técnico a 1m54s do R3
Darren Elkins venceu Godofredo Pepey por decisão unânime (29-27, 29-27 e 30-26)
Kamaru Usman venceu Alexander Yakovlev por decisão unânime (triplo 30-25)
Michel Trator venceu JC Cottrell por decisão unânime (30-26, 30-27 e 30-27)
Alex Cowboy venceu James Moontasri por decisão unânime (30-26, 30-26 e 30-25)
Jason Knight venceu Jim Alers por decisão dividida (29-28, 28-29 e 29-28)
Luis Henrique KLB venceu Dmitry Smolyakov por finalização aos 3m58s do R2

Depois do TUF: Luiz Besouro se vira entre família, treinos e ponto de moto

Lutador peso-meio-médio pode se dedicar mais ao MMA após passagem pelo UFC, mas ainda se desdobra para cuidar dos filhos, treinar e administrar cooperativa

Por Rio de Janeiro

Quem passa pela Rua Cândido Mendes, na Glória, Zona Sul do Rio de Janeiro, e pega um mototáxi para subir ao tradicional bairro de Santa Teresa não imagina que pode subir na garupa de um lutador de MMA. Pois foi o que aconteceu por alguns anos, até 2013, quando Luiz Jorge Dutra Jr, o Luiz Besouro, pilotou uma das motos da Cooperativa Santur Express. O atleta peso-meio-médio largou a função de motoqueiro após entrar na segunda temporada do reality show The Ultimate Fighter Brasil, em 2013, e assinar um contrato com o UFC. Cortado pela organização há um ano, Besouro voltou parcialmente à rotina pré-fama: não faz mais transporte de passageiros, mas ainda dedica alguns horários para ajudar a administrar a cooperativa.
- Parece uma cooperativa de táxis. Nossa profissão não é regulamentada, então estamos procurando estar o mais próximo possível de alguma regulamentação e organização para oferecer serviço melhor e ter crédito junto à população. Tenho título de mototáxi. Somos 22 mototáxis, tem telefone, CNPJ, tem presidente, diretores, e tenho uma vaga, onde alugo e já me ajuda financeiramente. Minha moto está lá, vai continuar comigo porque é um símbolo de toda minha luta, toda minha trajetória. Passei muitos anos ali, trabalhando, aquilo foi meu sustento - conta Besouro, durante uma tarde no ponto.
Luiz Besouro, TUF Brasil, MMA (Foto: Adriano Albuquerque)Luiz Besouro tem sua camisa do TUF Brasil 2 enquadrada em sua casa no Rio de Janeiro (Foto: Adriano Albuquerque)
Quando entrou no TUF Brasil, a vida de Luiz Besouro mudou... Mas nem tanto. Hoje, o lutador carioca, de 34 anos, mora numa casa um pouco melhor, pode se dedicar quase que integralmente aos treinos e não pilota mais o mototáxi. Porém, fora do UFC, o atleta perdeu alguns patrocinadores, segue "ralando" com aulas particulares, as demandas da cooperativa e os cuidados com a família, continua morando na comunidade. O Combate.comacompanhou um dia no seu cotidiano e viu que Besouro, outrora parado constantemente para fotos e autógrafos e reconhecido como lutador do Ultimate, voltou a ser apenas o Luiz Jorge nas ruas, querido e admirado pelos colegas e amigos, mas cheio de vontade de fazer valer os últimos anos de seu auge físico e conquistar títulos no MMA (Veja no vídeo acima o cotidiano de Besouro).
- Vi a grandiosidade que estava tomando (o MMA), a proporção do evento, o esporte como cresceu, acho que foi a partir dali que comecei a me tornar atleta mesmo. Até então, trabalhava como mototáxi, comia besteira pra caramba, (era) trabalhador normal, né? Eu era um motoboy que lutava, tinha uma diferença. Me desdobrava em 20 para ir à academia. Hoje em dia, não, tenho meu patrocinador, tenho minhas coisas, tenho médico, toda uma equipe por trás, fisioterapeuta, psicólogo, meu médico, meu preparador físico. Passei a me cuidar mais, fazer treinos inteligentes. Até então, eu era lutador, hoje sou atleta e lutador, tem uma diferença. Tem que se cuidar mais, não sou mais nenhum garoto, tenho 34 anos. Me programei, acho que tenho mais três anos de treino e luta dura. Quero me aposentar, tenho que fazer outras coisas ainda, e esses três anos estou me dedicando ao máximo que posso, fazendo tudo, e colhendo os frutos agora - explica.
Talvez Besouro não se desdobre mais em 20, mas ainda se divide em pelo menos três: o microempresário que investe no ponto de mototáxi, o lutador que treina diariamente na RFT e em outros pontos do Rio de Janeiro, e o homem de família, que tem quatro filhos - três dele, todos de mulheres diferentes, e um enteado. Este é sempre o primeiro a trabalhar: Besouro acorda cedo para arrumar Lucas, de oito anos, e Luiz Eduardo, de 10, para levá-los à escola. Os dois mais velhos - Luiz Guilherme, de 17, e Luiz Henrique, de 14 - são mais velhos e não moram com ele. No dia que o Combate.com acompanhou, apenas Lucas estava em casa, e o lutador fez as vezes de "paizão": deu café, arrumou a roupa, o cabelo, até escovou os dentes.
Luiz Besouro, ponto de mototáxi, TUF Brasil, UFC, MMA (Foto: Adriano Albuquerque)Luiz Besouro posa entre os amigos na cooperativa de mototáxi que ajuda a administrar (Foto: Adriano Albuquerque)
Depois de deixar o menino no colégio, é voltar ao Pereirão, na Zona Sul do Rio, pegar a moto e partir para a maratona de treinos. Besouro não está mais no UFC, mas está lutando na Ásia - venceu uma luta no Pancrase, no Japão, em março, e foi derrotado em junho, em ação pelo Rebel FC, na China. Na RFT, o peso-meio-médio é referência e ajuda o mestre Márcio Cromado a ensinar os demais atletas posições-chave. Ele se alterna entre a academia, onde faz a maioria de seus treinamentos, e a Lapa, onde faz sparring de boxe com seu mestre Careca. Para completar a renda, Besouro dá também algumas aulas particulares. Ele se considera abençoado por ainda manter patrocinadores que já tinha antes do TUF - a escola de samba Grande Rio e uma marca de roupas e acessórios esportivos - mas perdeu alguns apoiadores que havia juntado durante sua curta passagem pelo UFC.
- Eles visam o lucro. Logo na minha primeira cirurgia, vários correram. É um trabalho. Eu exponho a marca, eles me dão grana. Os únicos que mantenho relação afetiva são a Black Punch, que é de um amigo meu, e a Grande Rio, que é minha escola de coração. Se eles quiserem parar hoje, está válido, pois já me deram a honra, dignidade e respeito de pagar a pensão dos meus filhos, de ser um homem honrado, de caráter. Dinheiro não é tudo, mas eu não tinha condições de pagar o mínimo pros meus filhos, agora posso pagar o mínimo e um pouco mais.
Besouro ainda teve a sorte de ter passado pelo TUF Brasil, que o tornou conhecido pelo país inteiro. Na maior parte do dia, o lutador anda sossegado pela rua sem ser incomodado. Contudo, de vez em quando, um ou outro transeunte o reconhece e o cumprimenta. Para os amigos, Besouro é um ídolo, que manteve a cabeça no lugar mesmo com a breve fama. No horário de almoço, ele é celebrado e alvo de brincadeiras por parte de garçons. Quando passa no ponto de mototáxi, encontra amigos e admiradores, muitos deles também praticantes de artes marciais, que erguem uma faixa de apoio no local sempre que ele tem uma luta marcada e se juntam para assisti-la, mesmo quando precisam vasculhar a internet por um link de streaming.
Luiz Besouro, TUF Brasil, MMA, RFT (Foto: Adriano Albuquerque)Besouro descansa durante sessão de treino na RFT: lutador quer dar o gás nos últimos anos da carreira (Foto: Adriano Albuquerque)
- Nós marcamos um local para todo mundo se reunir para ver a luta dele. É difícil reunir todo mundo, mas o grupo se junta. Isso é amigo, vale a pena estar torcendo pelo amigo, e são poucos que crescem até certo ponto. E pelo visto, ele ainda vai crescer mais ainda. Ele botou a cara. As pessoas às vezes esquecem o que foram um dia. Elas são o que são hoje em dia porque correram atrás para ser. Tem pessoas que se escondem atrás disso, inventam coisas. Ele botou a cara, "sou isso", pronto, acabou. O que importa é o cara que ele é hoje em dia: Besouro! - diz um amigo da cooperativa.
Pelo menos no momento imediato, outros lutadores brasileiros que sonhem se livrar do trabalho em meio expediente para se dedicar integralmente ao MMA não têm mais o TUF Brasil como saída. O programa, exibido pela Rede Globo entre 2012 e 2015, revelou uma série de lutadores que ainda está no UFC, como Cézar Mutante, Serginho Moraes, Rony Jason, Léo Santos, Thiago Marreta, entre outros. Contudo, a audiência do reality caiu nas duas últimas temporadas, e, apesar de o UFC manter negociações para que o programa retorne na TV a cabo, o TUF Brasil provavelmente não terá uma nova edição em 2016.
Luiz Besouro, contudo, garante que é possível viver de MMA fora do UFC, e torce para que cada vez mais opções surjam no mercado para os lutadores.
- Dá sim. Tenho minha casinha, meu carrinho, minha "motinha", pago minhas contas em dia, não devo nada a ninguém. Dou o necessário para minha mulher e estou batalhando para dar muito mais. Não pode é desistir. O UFC não é maior que o MMA. O UFC foi de bom grado, mas foi o Pride que deu essa alavancada no esporte. O Pride, na época, era muito mais conhecido que o UFC, que inclusive cedeu atletas para competir lá. Existem outros eventos grandes fora, como o Bellator e o Pancrase, existem dois eventos gigantescos na Europa como o Akhmat e o KSW, que está dando um show e paga muito bem. Tem o One Championship na Ásia, o Rizin, que é o antigo Pride e voltou com força total. O Bellator está dando um show, em termos de público, de evento, e bolsa. A tendência é o esporte crescer. Rezo a Deus para que o UFC se mantenha no mesmo padrão, e que os outros eventos alcancem o mesmo padrão para termos um show muito maior - analisou o lutador.