sexta-feira, 28 de março de 2014

À espera de liberação da Justiça, goleiro Bruno pede: 'Me deixem jogar'

Em entrevista à revista 'Placar', jogador conta sua rotina na penitenciária em Contagem e detalha o episódio em que tentou o suicídio na cela

Por Montes Claros,MG
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Condenação 'tira' goleiro Bruno do Boa Esporte. (Foto: Renata Caldeira / TJMG)Bruno tenta liberação para jogar pelo Montes Claros (Foto: Renata Caldeira / TJMG)
O contrato assinado recentemente com o Montes Claros está longe de significar a liberdade do goleiro Bruno. Condenado pela morte de Eliza Samudio, mãe de Bruninho, o jogador cumpre pena na penitenciária de Contagem, e seus advogados apelam à Justiça em busca da autorização para que ele calce as luvas e volte aos campos. “Me deixem jogar”, diz Bruno em entrevista à revista “Placar”. Ele falou ainda sobre o trabalho na cadeia e detalhou o episódio em que tentou se suicidar na cela.

- Tentei o suicídio. Amarrei o lençol na ventana, que é alta, coloquei no pescoço e saltei. Mas a corda arrebentou e eu caí no chão. Olhei para o lado e tinha uma bíblia, que um policial tinha me dado ainda no Rio de Janeiro. Foi Deus que não permitiu que eu me matasse – afirmou.
Sobre a rotina na cadeia, o goleiro negou ter regalias e reclamou do preço que paga por ser famoso.
- Muita gente acha que, por ter sido jogador de futebol, eu tenho regalias aqui. E não tenho. Pago um preço alto pela fama. Já costurei bola aqui dentro. Tem muito jogador que gosta de colocar a culpa na bola. Mas agora eu conheço cada ponto da bola. Sei quando o cara está dando migué. A bola aqui do presídio não é ruim, não.
Bruno afirma que ainda conseguiu guardar algum dinheiro, mas não o bastante para manter o padrão de vida que tinha antes.
- Não estou acabado. Mas sobrou muito pouco do meu dinheiro, longe de poder levar uma vida confortável quando sair daqui.

Pela porta dos fundos, ex-jogador Edilson Capetinha deixa delegacia

Familiares, amigos e fãs levantaram os R$ 102 mil necessários para a soltura do ex-jogador. Advogado pedirá revisão do valor da pensão paga à ex-mulher de Edilson

Por Salvador
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O ex-jogador Edilson Capetinha não está mais atrás das grades. Nesta sexta-feira, o jogador deixou a cela no Complexo dos Barris, em Salvador, onde ficou detido desde a última quarta-feira pelo não pagamento de pensão alimentícia. Ele saiu da delegacia pela porta dos fundos e não falou com a imprensa, que o aguardava do lado de fora. O ex-jogador alegou estar abatido e afirmou que vai conceder entrevista coletiva em breve.
A soltura veio após o pagamento da dívida de Edilson. Familiares, amigos e fãs levantaram os R$ 102 mil necessários para que o ex-jogador fosse solto. O valor pago não incluiu os honorários do processo, estimados em R$ 20 mil. A dívida total do ex-atacante era de R$ 122 mil. De acordo com o advogado do pentacampeão, Thiago Phileto, os bens e contas de Edilson estão bloqueados, devido ao processo movido por Ivana Solon, ex-esposa com quem o ex-atacante tem um filho de 16 anos.
Phileto afirmou que vai entrar com pedido de revisão do valor da pensão que havia sido acertada com Ivana Solon. Segundo ele, o ex-jogador não tem mais a mesma condição financeira que possuía na época do acordo, apesar de não passar por dificuldades atualmente.
Edilson foi preso na manhã de quarta-feira, na Avenida Anita Garibaldi, em Salvador. O ex-jogador, que possui passagens por Corinthians, Palmeiras, Flamengo, Bahia e Vitória, além da Seleção Brasileira, tinha um mandado de prisão expedido pela 9ª Vara Familiar desde dezembro do ano passado pelo não pagamento de pensão alimentícia. Edilson não resistiu à prisão e foi encaminhado para o complexo policial dos Barris, também na capital baiana.
Luciana Ávila entrevista Edilson Capetinha para o Esporte Espetacular (Foto: TV Globo)Amigos, familiares e fãs de Edilson arrecadaram a quantia para soltura do ex-jogador (Foto: TV Globo)
Segundo a delegada responsável pelo caso, Neide Barreto, da Polinter, Edilson estava sob investigação desde o fim do ano passado, mas os policiais não conseguiram encontrar o ex-jogador antes desta manhã.
- Desde dezembro, vínhamos fazendo diligências para capturar o Edilson, mas o endereço que estava no mandado não foi localizado. Tudo foi investigado. Ele estava sendo monitorado, estávamos seguindo ele e esperando o melhor momento de pegá-lo. Não sei se estava fugindo. O crime do qual ele é acusado não cabe fiança. Mas a prisão pode ser sobrestada [interrompida] por ordem judicial - disse a delegada.
Nesta manhã, Thiago Phileto, contou que parte do dinheiro necessário para a soltura de Edilson já havia sido arrecadada e que a expectativa era de que o ex-atacante fosse solto ainda nesta sexta-feira, como ocorreu no fim desta tarde.
- Metade desse valor já está em mãos. Fãs, amigos e familiares se cotizaram para efetuar o pagamento e liberar Edílson da prisão. A outra metade será angariada até o final da manhã ou vamos tentar um acordo com a advogada da ex-mulher dele, que aceitou conversar para negociar - disse o advogado.
Phileto informou ainda que Edílson era procurado por apenas um processo, que corre na 9ª vara da família, em Salvador. A afirmação do advogado contradiz o que foi dito por Neide Barreto, da Coordenação de Polícia Interestadual (Polinter). De acordo com ela, o ex-jogador era procurado por dois mandados distintos: um na capital baiana e outro em Brasília.