quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Grato ao Málaga, Julio Baptista descarta volta ao futebol brasileiro

Alvo do Vasco, atacante, há um ano sem jogar, está perto de retornar aos gramados e pretende retribuir o apoio que recebeu do clube espanhol

Por Felipe Schmidt Rio de Janeiro
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Se depender de Julio Baptista, o Vasco terá de procurar outro nome para reforçar o ataque. Em fase final de uma cirurgia no tendão de Aquiles, o jogador do Málaga descartou a possibilidade de retornar ao Brasil neste momento e afirmou que, agora, pensa apenas em voltar a jogar e retribuir o apoio que recebeu do clube espanhol após ficar um ano longe dos gramados.
- Ninguém me procurou. Acredito até que exista o interesse, meu clube comentou que alguns clubes vieram sondar, mas não há a intenção de me vender. Nem eu nem as pessoas que trabalharam comigo conversamos com ninguém. No momento, não penso em voltar ao Brasil. A única coisa que estou pensando agora é em voltar a jogar – garantiu Julio Baptista.
julio baptista Malaga (Foto: Getty Images)Julio Baptista não pensa em retornar ao Brasil neste momento (Foto: Getty Images)
O atacante chegou ao Málaga em janeiro de 2011 e teve um bom início, ajudando o time a se livrar do rebaixamento. Depois, porém, sofreu duas lesões graves que o tiraram dos gramados em 2012. Primeiro, teve um problema na coxa; depois, passou por uma cirurgia no tendão de Aquiles. Durante este tempo, recebeu o apoio do clube espanhol, achou conforto na filha Isabella, de um ano e três meses, e agora, prestes a voltar, quer justificar o carinho que recebeu. O objetivo, claro, é retornar à seleção brasileira. Mas brilhando na Europa.
Confira a entrevista completa com Julio Baptista:
GLOBOESPORTE.COM: Você foi especulado como possível reforço do Vasco nos últimos dias. Houve algum contato?
Julio Baptista: Ninguém me procurou. Acredito até que exista o interesse, meu clube comentou que alguns times vieram sondar, mas não há a intenção de me vender, até porque estou voltando de contusão. Nem eu nem as pessoas que trabalham comigo conversamos com ninguém.
Mas você tem a intenção de voltar a atuar no Brasil?
No momento, eu não penso em voltar. A única coisa que eu estou pensando é em voltar a jogar. Tive duas lesões que dificultaram bastante meu ano, e o Málaga foi um time que se comportou muito bem comigo, segue apostando em mim, querendo que eu me recupere e volte a jogar. Só quero poder atuar em grande nível. Por agora não tenho cabeça para voltar (ao Brasil), só daqui a um ou dois anos.
Você não acha que atuando no Brasil teria mais chances de retornar à Seleção?
Eu acho que, se o jogador estiver bem, será visto onde estiver. Eu estou aqui num dos melhores campeonatos do mundo, meu time vem bem nos dois últimos anos, está disputando a Liga dos Campeões. O Málaga tem um time muito bom e, quando eu voltar, poderei demonstrar aqui o que eu sou. Por isso não tenho o pensamento de voltar ao Brasil por causa da Copa. Os treinadores conseguem ver tudo. Pode ser que num campeonato menos visto, no Catar, por exemplo, seja mais difícil, mas acho que posso mostrar meu valor aqui.
Julio Baptista malaga (Foto: Agência Getty Images)Na primeira temporada, atacante ajudou o Málaga
a se livrar da degola (Foto: Agência Getty Images)
Tem também a questão da gratidão ao Málaga?
Eu cheguei aqui e fui muito bem recebido, mas tive a infelicidade de me machucar e estou há um ano parado. Eles poderiam ter má vontade, tentado me vender, mas em nenhum momento aconteceu isso, pelo fato de eles acreditarem que eu posso ajudar o time. Nada mais justo do que eu poder demonstrar por que eles apostaram em mim, retribuindo o carinho, continuando aqui e mostrando o meu valor.
Como foi este tempo longe dos gramados?
É sempre difícil, por mais curta que seja a lesão. Eu tive duas lesões. Quando estava saindo de uma, sofri outra justo quando estava melhorando. Foi na época do nascimento da minha filha, então acompanhei todo este período dela. É duro passar muito tempo sem jogar, você fica naquela expectativa de voltar.
Pelo menos você pôde aproveitar o tempo com sua filha. Serviu de conforto?
Amenizou um pouco o sofrimento da parte profissional. Na parte emocional, da família, com certeza me ajudou. Ela me deu esse toque da alegria que no futebol foi deixada de lado.
Durante este tempo longe do time, o Málaga teve boas atuações e se destacou no Campeonato Espanhol e na Liga dos Campeões. É frustrante ficar fora da equipe neste momento?
É duro, porque você está vendo que o time está jogando bem e gostaria de estar participando e não pode, pelo fato de estar acontecendo isso (a lesão). Fica uma vontade de querer e não poder. Uma certa impotência.
Eles poderiam ter tentado
me vender, mas em nenhum momento aconteceu isso.
Nada mais justo do que eu
poder demonstrar por que eles apostaram em mim"
Julio Baptista
Você chegou ao Málaga assim que o clube foi comprado pelo novo dono (o sheik catari Abdullah Al Thani), que prometia montar uma grande equipe. No início da temporada atual, porém, houve um desmonte e surgiram novos problemas financeiros. Foi difícil?
Foi um período complicado, mas todos os clubes passam por isso. Hoje em dia o clube está muito mais estabilizado. O Málaga teve um momento de incertezas, mas foi logo solucionado. Agora está mais tranquilo, e isso se reflete nas atuações do time.
Os bons resultados em campo foram uma surpresa, depois de tantos problemas?
Não chegou a ser uma surpresa, mas é um fato importante, que deixa todo mundo ver o trabalho que vem sendo realizado. Temos jogadores jovens como Isco e Portillo, que têm muito caminho para percorrer. Todos são pessoas aplicadas, que gostam de trabalhar, de treinar.
Já pensou em voltar justamente na Liga dos Campeões?
Só o fato de poder estar com o grupo me deixa super contente. Voltar na Liga dos Campeões é só um detalhe, mas claro que seria incrível. Estou fazendo o trabalho para jogar no fim de janeiro, poder jogar algumas partidas e começar a recuperar a forma. Talvez no meio de fevereiro eu já tenha jogado e possa participar (da Liga dos Campeões).
Você acha que o time pode chegar longe?
Já demonstramos que somos um time competitivo e, a partir deste momento, em que você passa a enfrentar boas equipes, com qualquer erro você fica fora. O mais importante é não perder este foco e seguir forte.
A possibilidade de suspensão das competições europeias preocupa vocês? Pode acarretar num novo desmanche?
A punição ainda não foi realmente decretada, o Málaga entrou com um recurso. Não tenho ideia se pode haver desmanche, porque isso está muito na frente. O time está super tranquilo, tenta fazer o melhor e esperar. Se acontecer (a suspensão), a gente vai ter de aceitar.
N.R.: O Málaga foi punido com a suspensão de uma temporada dos torneios europeus pela Uefa por conta de dívidas com empregados, outras agremiações ou qualquer autoridade social ou tributária, mas já recorreu da decisão. O clube tem até 31 de março para saldar o débito para evitar ser suspenso também em um segunda temporada. Na atual Liga dos Campeões, porém, a equipe está mantida.
Julio Baptista treino Málaga (Foto: Divulgação / Site Oficial do Málaga)Atacante está em fase final de recuperação (Foto: Divulgação / Site Oficial do Málaga)

Com camisa 12 e status de número 1, Alessandro celebra: ‘Chegou a hora’

Escolhido para começar a temporada como titular, goleiro recebe conselhos de Fernando Prass e se diz pronto para suportar a pressão

Por Gustavo Rotstein Pinheiral, RJ
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Alessandro vasco treino (Foto: Marcelo Sadio / Vasco.com.br)Alessandro em treino: início de ano como titular
(Foto: Marcelo Sadio / Vasco.com.br)
Foram três anos de espera. Em sua quarta temporada no Vasco, Alessandro finalmente terá a chance de uma sequência de atuações. Escolhido como o sucessor de Fernando Prass, que deixou o clube rumo ao Palmeiras, o goleiro até dispensou a camisa 1 pela identificação com o número 12. No entanto, também destaca seu apego ao posto de titular e garante que não pretende desperdiçar as oportunidades. A primeira será o amistoso contra o Ajax, neste domingo, em São Januário.
- Cheguei ao Vasco como a quarta opção, lutei e conquistei meu espaço. Acho que agora chegou a hora de mostrar meu trabalho. No ano passado tive algumas oportunidades e acho que correspondi à altura. Quero agarrar essa chance e seguir os passos do Fernando, que é um goleiro de regularidade - disse.
Apesar da contratação de Michel Alves, de 31 anos, foi Alessandro, de 24, o escolhido pela comissão técnica para iniciar a temporada no gol vascaíno. O agora titular mostrou-se confiante em corresponder à expectativa e garantiu que o fato de ser menos experiente do que seu concorrente jamais foi uma preocupação.
- Não tive receio da chegada de um outro goleiro, isso é normal. Vai jogar quem estiver melhor preparado. Além disso, sempre vai existir respeito entre os goleiros, e o Michel é um cara sério e disciplinado. Já estamos fazendo uma amizade, mas cada um busca o seu espaço - disse Alessandro.
O goleiro admite sentir a falta do amigo Fernando Prass, mas mesmo à distância faz questão de manter contato frequente. Mesmo fora do Vasco, o ex-camisa 1 cruz-maltino continua a dar dicas a Alessandro, que considera os conselhos preciosos.
- Nós nos falamos três vezes por semana, pelo telefone. Ele me passa dicas e transmite confiança para eu começar bem. Foi triste ele ter ido embora, mas fiquei feliz porque abriu espaço para mim. Infelizmente o Fernando era meu concorrente - brincou.
Conhecedor de São Januário, Alessandro também se disse preparado para suportar a pressão e a exigência da torcida.
- O goleiro é o único jogador que não pode falhar. Mas todo goleiro já falhou. Claro que vou trabalhar para evitar ao máximo, mas o grande goleiro é o que tem regularidade - frisou.

Após sete dias, Dinamite faz visita a CT que hospeda delegação do Vasco

Presidente aparece no local de preparação do elenco e almoça com prefeito

Por GLOBOESPORTE.COM Pinheiral, RJ
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O presidente do Vasco, Roberto Dinamite, fez uma visita ao CT onde a delegação está hospedada há uma semana, em preparação para a temporada 2013. Ele chegou pela manhã, cumprimentou os jogadores após a atividade e almoçou com o prefeito de Pinheiral (RJ), José Arimathea - que recebeu uma camisa cruz-maltina do zagueiro Dedé, filho ilustre da região -, e de Pedrosa, presidente da Câmara dos Vereadores do município. Além disso, também esteve com o diretor executivo do local, Guto Nader, que alugou as instalações.
Roberto Dinamite na concentração do Vasco (Foto: Marcelo Sadio / Site do Vasco)Roberto Dinamite fala com Carlos Alberto na concentração do Vasco (Foto: Marcelo Sadio / Site do Vasco)
Em meio à crise financeira e as mudanças na diretoria, que agora tem Cristiano Koehler como principal nome da área administrativa, Dinamite trabalha no Rio de Janeiro para melhorar as condições do clube e evitar completar mais um mês de atraso de salários - que, para alguns funcionários, atletas e integrantes da comissã técnica, chega a três meses.

Não há a confirmação sobre se o mandatário ficará mais alguns dias no local. No sábado, o Vasco retorna ao Rio para o amistoso contra o Ajax, às 17h de domingo, em São Januário.
Roberto Dinamite na concentração do Vasco (Foto: Marcelo Sadio / Site do Vasco)Presidente com os principais políticos de Pinheiral (RJ) (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco)

Lucas explica opção pela 29: 'De trás para frente dá o ano que eu nasci'

Meia diz também que 'nove menos dois' é igual ao número 7, sua camisa no São Paulo. Estreia oficial no Paris Saint-Germain será nesta sexta-feira

Por GLOBOESPORTE.COM Paris
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Lucas, PSG (Foto: Reprodução / Twitter)Lucas vai atuar com a 29 (Foto:Reprodução/Twitter)
O meia Lucas vai fazer a sua estreia oficial pelo Paris Saint-Germain nesta sexta-feira, às 18h (de Brasília), contra o Ajaccio, pelo Campeonato Francês. E a camisa escolhida pelo ex-jogador do São Paulo no PSG foi a 29. Um dia antes do primeiro jogo pelo clube francês, ele explicou em seu site oficial o motivo da escolha do número.
- Foi um fato curioso. Tinham uns números disponíveis. Sempre gostei de números, de matemática. Peguei a 29, pois, de trás para frente dá 92, ano em que eu nasci. E 9 menos 2 dá 7, número que eu gosto. Espero que dê sorte, assim como deu a 37 e a 7 no São Paulo, que sem dúvida marcou minha história - explicou.
A negociação envolvendo o jogador foi a mais cara do futebol brasileiro. Para contar com Lucas, o PSG desembolsou R$ 118 milhões. O jogador foi apresentado de forma oficial no fim de 2012 e disputou o amistoso contra o Lekhwiya, em Doha, no Qatar. O time francês venceu por 5 a 1.
O confronto desta sexta-feira será transmitido ao vivo pelo Sportv. O GLOBOESPORTE.COM acompanha a partida em Tempo Real.

Ajax deixa CT do Flamengo de lado e ‘se muda’ para campo da Marinha

Comissão técnica admite que problemas no Ninho do Urubu pesaram, mas não descarta retorno

Por Fábio Lima Rio de Janeiro
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As instalações do CT do Flamengo não agradaram tanto a delegação do Ajax, que se encontra no Rio de Janeiro desde domingo para um período de intertemporada que será encerrado no domingo com um amistoso contra o Vasco. Na tarde desta quinta-feira, os holandeses trocaram o Ninho do Urubu, onde vinham treinando desde segunda, pelo Cefan (Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes), complexo esportivo da Marinha situado na Avenida Brasil, importante via que liga o centro à Zona Norte da cidade.
Comissão técnica do Ajax acompanha movimentação dos jogadores (Foto: Fábio Lima / Globoesporte.com)Comissão técnica do Ajax acompanha movimentação dos jogadores (Foto: Fábio Lima / Globoesporte.com)
A comissão técnica admitiu que não ficou satisfeita com o Ninho do Urubu e que por isso resolveu buscar uma nova opção. No entanto, a possibilidade de o time holandês voltar a utilizar as instalações rubro-negras não foi negada. O técnico Frank de Boer fará uma reunião com sua equipe para definir qual será o local escolhido para o treino desta sexta.Sob céu nublado e forte chuva, o Ajax realizou o primeiro treino jogando 11 contra 11. O meia Eriksen, estrela do time, e o goleiro Vermeer sentiram dores musculares por causa de pancadas, mas sem gravidade. Após o término das atividades, mesmo jogando em condições adversas, o local foi aprovado.
- É um bom campo, é grande, podemos fazer a bola correr mais rápido. Não sei se é melhor (do que o do Flamengo), mas é um bom campo para se disputar um jogo - disse o defensor Daley Blind.
De manhã, mesmo com a chuva, os jogadores foram liberados para brincar na praia da Barra da Tijuca, onde disputaram altinhas e deram mergulhos. De Boer acompanhou a movimentação de longe, protegido em um quiosque, mas após cerca de cinco minutos voltou para o hotel. Na noite anterior, o primeiro momento de descontração. Após uma visita à favela da Vila Cruzeiro, o grupo jantou no restaurante Marius, em Copacabana.
Jogadores do Ajax treinam sob forte chuva (Foto: Fábio Lima / Globoesporte.com)Jogadores do Ajax treinam sob forte chuva (Foto: Fábio Lima / Globoesporte.com)

Carro de batida com mortes no Dakar é de equipe com mutilados de guerra

Veículo que colidiu com táxi no Peru transportava time Race2Recovery, formado por militares feridos em conflitos no Afeganistão, Golfo e Malvinas

Por GLOBOESPORTE.COM Tacna, Peru
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Integrante brinca com perna mecânica de companheiro de time da Race2Recovery (Foto: Divulgação)Birchall brinca com perna mecânica de Neathway
dias antes do acidente (Foto: Divulgação)
O carro que se envolveu no acidente com dois táxis que resultou na morte de duas pessoas na noite desta quarta-feira em Tacna (Peru) pertence à equipe Race2Recovery (um jogo de palavras que forma a expressão “Corrida para recuperação”). O time do Rally Dakar é formado por ex-militares que sofreram lesões em guerras, como as do Afeganistão, do Golfo e das Malvinas e compete com o lema "Além das lesões, alcançando o extraordinário".
A batida aconteceu após o quinto dia de competições da edição 2013 a 10km da fronteira com o Chile. A Land Rover que transportava três integrantes da equipe colidiu de frente com um táxi, resultando na morte de um motorista e um passageiro. Um outro táxi tentou desviar do acidente e acabou capotando. Ao todo, dez pessoas ficaram feridas.
Um homem não se mede pela forma como cai, mas sim pela forma como se levanta"
Tony Harris,
chefe da  Race2Recovery
Das vítimas, três pertencem à equipe Race2Recovery: o piloto Justin Birchall (foto acima), um voluntário civil de 40 anos que já havia abandonado o rali; o engenheiro mecânico Lee Townsend, ex-combatente das guerras do Golfo e das Malvinas; e o engenheiro logístico John Winskill, Major aposentado do exército, de 42 anos. Todos são britânicos.
Eles foram transferidos para um hospital de Tacna e depois transportados para outro hospital em Lima, capital do Peru. Segundo a assessoria, os integrantes estão conscientes, com quadro estável e não correm risco de morte.
- Nossos corações estão com as famílias e parentes daqueles que morreram neste trágico acidente. Oferecemos nossas condolências e solidariedade. Toda nossa equipe foi recebida com muita amizade e simpatia do povo peruano desde que chegou para o Dakar – disse Tony Harris, capitão da equipe.
acidente Rally Dakar  (Foto: Reprodução / Libero.pe)Duas pessoas morreram no acidente envolvendo dois táxis e o carro do time (Foto: Reprodução / Libero.pe)
Apesar do acidente com o carro de apoio da equipe, Harris afirmou que as outras três duplas da Race2Recovery continuarão na competição.
- Decidimos antes mesmo de começarmos que continuaremos com nosso esforço. O acidente é, obviamente, um choque enorme, mas sabemos que temos a benção dos feridos. Eles querem que o time chegue ao fim da competição – completou.
Time conta também com ex-soldados com danos psicológicos e problemas respiratórios
Integrantes da equipe Race2Recovery: Phillip Gillespie, Tom Neathway, Tim Read, John Winskill, Andrew Taylor, Whittingham Daniel, Mark Zambon y Tony Harris. (Foto: Divulgação)Integrantes da equipe Race2Recovery: Phillip Gillespie, Tom Neathway, Tim Read, John Winskill, Andrew Taylor, Whittingham Daniel, Mark Zambon e Tony Harris. (Foto: Divulgação)
Chefe e um dos fundadores da equipe, o britânico Tony Harris é um dos ex-combatentes que possui ferimentos de guerras. Apesar de ter que se aposentar do exército em razão da amputação de parte da perna esquerda (decorrência de um explosão enquanto patrulhava a cidade de Sangin, no Afeganistão), a palavra “inválido” passa longe do dicionário dele e de seus companheiros de equipe. Com o auxílio de uma prótese, Harris disputa o Dakar e diversos outros ralis pelo mundo com um QT Wildcat.
A Race2Recovery possui 28 integrantes. Dentre eles, não há apenas ex-militares que perderam membros em conflitos, mas também soldados que possuem lesões na coluna, danos psicológicos e problemas respiratórios decorrentes de guerra, além de voluntários civis. O time é composto, em sua maioria, por britânicos, exceto o francês Derousseaux Cathy (co-piloto de Harris) e os norte-americanos Mark Zambon e Tim Read.
Ex-fuzileiro naval, sargento norte-americano Mark Zambon (Foto: Divulgação)Ex-fuzileiro naval, sargento Mark Zambon é um dos dois norte-americanos do time (Foto: Divulgação)
Na edição 2013 do Dakar, a Race2Recovery conta com quatro duplas a bordo de quatro  veículos QT Wildcats competindo, três caminhões de assistência (um 4x4 e dois 8x8) e mais três Land Rovers para transporte. E foi justamente uma dessas Land Rovers que se envolveu no acidente desta quarta-feira. Nela estava Justin Birchall, voluntário civil de Lancashir (Inglaterra) e um dos pilotos da equipe. Ele havia abandonado o Dakar dias antes após ter problemas mecânicos no carro e apenas acompanhava o certame. Na competição, Birchall era auxiliado pelo navegador Tom Neathway (primeira foto), de 29 anos, um ex-paraquedista que perdeu as duas pernas após pisar em uma mina terrestre no Afeganistão.
A equipe também compete para arrecadar fundos para o Centro de Recuperação Casa Tedworth, que presta terapia física e psicológica a soldados para reintegra-los à sociedade. Antes de embarcar para o Dakar, o chefe Tony Harris declarou em entrevista ao jornal peruano “La Republica” que “um homem não se mede pela forma como cai, mas sim pela forma como se levanta”. Palavras ainda mais importantes neste momento difícil enfrentado pela equipe.

Dilma sanciona lei que livra Rio 2016 de impostos

Três artigos do texto aprovado pelo Congresso Nacional são vetados. Benefícios fiscais valerão entre 1º de janeiro de 2013 e dezembro de 2017

Por GLOBOESPORTE.COM Brasília
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Foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira a sanção presidencial da Lei 12.780, de conversão da Medida Provisória 584, que concede isenção de tributos federais ao Comitê Olímpico Internacional (COI), ao Comitê Organizador das Olimpíadas Rio 2016, às empresas vinculadas e demais entidades relacionadas à realização dos Jogos Olímpicos e aos Jogos Paralímpicos de 2016. Três artigos da proposta aprovada pelo Congresso Nacional foram vetados pela presidente Dilma Rousseff.
Um dos artigos retirado do texto previa a aplicação do benefício a empresas responsáveis por serviços e obras de infraestrutura urbana para os Jogos. Segundo a justificativa da presidência para o veto, o dispositivo ampliaria os benefícios fiscais "para além dos compromissos assumidos pelo País".
Outro artigo rejeitado tratava da retroatividade da medida, possibilitando a revisão dos recolhimentos tributários ocorridos no ano de 2012. Segundo a justificativa, o item foi retirado por criar "espécie de revisão de pagamento de tributos federais sem a ocorrência de recolhimento irregular". O último artigo vetado pela presidente tratava da isenção para bens de valor unitário superior a R$ 5 mil.
Os benefícios concedidos pela lei valerão para os fatos geradores de tributos ocorridos entre 1º de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2017. A medida faz parte dos acordos que o governo brasileiro assumiu com a Comitê Olímpico Internacional (COI), em 2009, para sediar os eventos no Rio de Janeiro.
Isenção de aproximadamente R$ 3,8 bilhões
De acordo com os cálculos da Receita, apresentados em audiência pública no Congresso Nacional em novembro do ano passado, os benefícios tributários concedidos devem chegar a aproximadamente R$ 3,8 bilhões.
A lei prevê desonerações relativas a tributos como Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), entre outros, além de isentar o pagamento de taxas de importação de produtos, como medalhas, troféus, material promocional e bens duráveis de até R$ 5 mil. Bens duráveis importados, como equipamentos esportivos e de comunicação, serão isentos se forem reexportados após o término dos Jogos ou se forem doados a empresas públicas ou entidades beneficentes no Brasil.
Entre os beneficiários das desonerações estão o COI e suas empresas vinculadas, o Comitê Rio 2016, os comitês olímpicos nacionais, as federações desportivas internacionais, a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), a Corte de Arbitragem para o esporte (CAS), as empresas de mídia, os patrocinadores e os prestadores de serviços do COI.