A irregularidade continua sendo a palavra que melhor define o futebol
do São Paulo na temporada 2014. Depois de vencer o Paulista e manter
100% de aproveitamento como mandante na quinta-feira, a equipe voltou a
atuar muito mal como visitante e, pela terceira vez no estadual, perdeu.
Desta vez, o algoz foi a Ponte Preta que, sob comando de Osvaldo
Alvarez, reencontrou seu caminho e venceu a terceira seguida: 2 a 1.
A vitória levou a Macaca à vice-liderança do Grupo C, com 12 pontos,
quatro a menos que o líder Santos. Para manter a posição, o time terá
que torcer por um tropeço do São Bernardo, que enfrenta o Atlético
Sorocaba na terça-feira, no complemento da sétima rodada. Caso o pior
resultado aconteça (triunfo do Bernô), a Ponte pode se recuperar no dia
seguinte, em jogo atraso com o Ituano, em Campinas.
Já o São Paulo, que teve as discretas estreias do volante Souza e do
atacante Pabón, segue na ponta do Grupo A, com 12 pontos. O novo tropeço
mostra que Muricy Ramalho terá trabalho para arrumar a casa. A defesa,
por exemplo, foi vazada dez vezes em sete partidas. O setor de armação
praticamente não existiu, e o ataque, sem Luis Fabiano, poupado, foi
nulo. O Tricolor buscará a reabilitação no sábado, diante da Portuguesa,
no Morumbi.
Ademilson errou praticamente tudo que tentou no jogo em Campinas (Foto: Paulo Fonseca / Agência Estado)
Silvinho faz golaço e salva primeiro tempo
O calor de 36ºC em Campinas prejudicou muito as duas equipes no
primeiro tempo. Não havia como exigir mais dos atletas, que fizeram um
jogo em ritmo lento. Pontepretanos e são-paulinos pouco criaram, tanto
que Roberto e Rogério Ceni não tiveram trabalho nos 45 minutos iniciais.
O São Paulo iniciou a partida com quatro novidades. Além dos estreantes
Souza e Pabón, o técnico Muricy Ramalho barrou Luis Ricardo para
colocar Douglas na lateral-direita, além de poupar Luis Fabiano, que
havia disputado todas as partidas da equipe na temporada. O colombiano
ocupou a vaga de Fabuloso e, nos 15 minutos iniciais, agradou bastante.
Ele só não abriu o placar aos 13 porque César desviou chute que tinha
endereço certo.
Após Antônio Carlos desperdiçar
grande
chance de cabeça, o São Paulo parou em campo. E a Ponte, mesmo que
timidamente, conseguiu equilibrar a partida. Sua marcação se estabilizou
em campo e o time, com a ajuda do rival, criou duas chances. Na
primeira, após falha de Souza, Diego Sacoman chutou com perigo. Na
segunda, Silvinho aproveitou rebatida errada de Rodrigo Caio, se livrou
de Douglas e bateu cruzado, sem chance para Ceni: 1 a 0 Macaca.
Tricolor empata, e Macaca faz o segundo em seguida
Os dois times voltaram para o segundo tempo sem alterações. O São
Paulo, em seu primeiro ataque, chegou ao empate aos 12, com Rogério Ceni
cobrando pênalti sofrido por Alvaro Pereira. No entanto, não houve nem
tempo para a equipe comemorar: dois minutos depois, Alemão aproveitou
falha de marcação de Luis Ricardo, que havia entrado na vaga de Douglas,
e recolocou a Macaca em vantagem ao fazer de cabeça.
O Tricolor, desorganizadamente, foi à frente e deixou espaços na
defesa. Ademir, aos 19, exigiu bela defesa de Ceni. No ataque, Ademilson
e Osvaldo erravam tudo que tentavam, o que levava Muricy Ramalho ao
desespero no banco de reservas. Aos 21, o treinador resolveu mexer e
colocou Lucas Evangelista na vaga de Osvaldo. Nada mudou. Aos 33,
Ewandro entrou na vaga de Souza. Com quatro atacantes, o time partiu
para o tudo ou nada. A Ponte, bem posicionada defensivamente, buscava um
contra-ataque para matar o jogo.
Rogério Ceni, aos 35, fez milagre em cabeçada de Alemão. O São Paulo,
apesar de contar com quatro atacantes, seguia perdido em campo. Ganso
não era notado no setor de armação, tanto que Pabón recuou um pouco para
tentar ajudá-lo. Nada dava certo. E a Ponte, com justiça, soube segurar
a vantagem até o final..