Com o apoio de Abel, joias de Xerém encorpam o elenco e ajudam no tetra
Nem e Samuel assumem papéis de destaque entre a garotada
que subiu da base. Ao todo, 11 jogadores formados no Tricolor
participaram da campanha
Por Edgard Maciel de Sá
Rio de Janeiro
3 comentários
A torcida do Fluminense sempre mostra orgulho ao falar do Centro de
Treinamento de Xerém. E o Campeonato Brasileiro deste ano deu motivos
para o sentimento aumentar ainda mais. Contando com o incentivo do
técnico Abel Braga e a atenção da diretoria, a fábrica de craques voltou
a fazer a diferença e teve participação importante na conquista do
tetracampeonato. Se jogadores como Fred, Diego Cavalieri, Gum, Deco e
Thiago Neves deram experiência e categoria ao time, nomes como
Wellington Nem,
Samuel, Marcos Junior, Digão, Wallace, Fábio, Higor, Michael e Matheus
Carvalho trouxeram caractetísticas como juventude e velocidade. No
total, 11 atletas formados pelo clube entraram em campo durante a
campanha - além dos já citados, Elivelton e Rafinha também atuaram. Um
número elevado diante de um elenco formado por cerca de 30 jogadores.
Nem, Samuel, Digão e Marcos Junior: destaques do CT de Xerém (Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com)
A aposta nos meninos contou com o apoio irrestrito de Abel. Na equipe
titular, Welington Nem foi principal o representante de Xerém. No banco,
outras peças importantes se destacaram como o atacante Samuel, autor de
cinco gols, o zagueiro Digão, que chegou a ser titular na reta final
após uma lesão de Leandro Euzébio, o atacante Marcos Junior, o
lateral-direito Wallace e o apoiador Higor, sempre muito elogiado pelo
treinador. Sempre que necessário, o comandante requisitava um novo jovem
para compor o elenco. Para Nem, a garotada pode se orgulhar de ter
ajudado em pelo menos 50% da conquista.
- A garotada ajudou bastante nesse ano. Pode colocar aí uns 50%
(risos). Eu, Samuel, Marcos Junior, Fábio, Matheus, Wallace... Todos
temos que agradecer ao Abel que chegou e botou a molecada para jogar.
Quando eu subi para os profissionais, não era assim. Os técnicos não
davam oportunidade. Abel, por outro lado, sempre ajuda, conversa, dá
conselhos... Ele é muito importante para a gente, como nós também somos
para o elenco. Os mais velhos sempre brincam, dão apoio, colocam
apelidos, zoam na primeira ida para a concentração... Temos que subir na
mesa, fazer discurso. Mas é legal. Deixa a garotada mais solta -
explicou Wellington Nem, titular da equipe e vice-artilheiro do
Fluminense no Brasileiro com seis gols.
Segundo as palavras do presidente Peter Siemsen, jogar em Xerém hoje voltou a ser o sonho de muitos meninos.
- Abel teve a condição de encontrar na base jogadores já prontos para
ajudar e capazes de suportar bem a pressão. A organização do clube
contribui com a adaptação dos jovens e melhora o nível do elenco. Isso
nos ajuda também na captação de jovens talentos. Hoje todos querem vir
para o Fluminense - frisou o mandatário.
CT de Xerém passou por melhorias a partir de 2011
(Foto: Edgard Maciel de Sá / Globoesporte.com)
Depois de revelar boas promessas no início dos anos 2000, casos de
Roger, Carlos Alberto, Diego Souza, Arouca e Marcelo, Xerém passou por
uma entressafra. Quando a atual diretoria assumiu, encontrou o CT em
péssimo estado. Usando o percentual de alguns jogadores como permuta, o
Fluminense deu início às obras ainda em 2011. Os novos alojamentos e
dois campos já estão prontos. Outros dois seguem em obras. Cuidados que
aos poucos começam a refletir dentro de campo. O investimento em
infraestrutura aliado a um projeto de prospecção de talentos levou a
equipe de juniores à final de quase todas as principais competições
recentemente.
- O trabalho na base é muito importante para o jogador em muitos
pontos. Quando chegamos ao profissional, muitas coisas acontecem e
precisamos desse aprendizado para que o trabalho seja bem desenvolvido.
Aprendi muitas coisas em Xerém que me ajudaram nesse Brasileirão -
resumiu o atacante Samuel, autor de cinco gols na competição.
Com os holofotes virados para Xerém diante do bom desempenho dos
meninos tricolores, algumas propostas surgiram durante a temporada. Os
principais alvos foram os atacante Wellington Nem e Marcos Junior, além
do lateral-direito Wallace, que já tinha 40% de seus direitos econômicos
ligados ao Chelsea e recentemente
foi vendido de forma definitiva. De acordo com Peter, o esforço para manter as revelações foi enorme.
- Foi difícil. O Fluminense não tem uma situação financeira tranquila, e
recebemos algumas propostas. Quano assumi, sabia das dificuldades que
teria graças a algumas dívidas antigas. Elas atrapalham nos piores
momentos. Por isso classifico como um esforço enorme o que fizemos para
evitar vender jogadores como Wellington Nem e Marcos Junior - finalizou o
mandatário.