Com gols aos 28 e aos 30 minutos do
segundo tempo, Macaca responde ao apoio das arquibancadas, se reabilita e
quebra o embalo do Timbu
DESTAQUES DO JOGO
-
momento decisivo
28 do 2º tempo
Mesmo sem jogar bem, Ponte encontra o gol de empate com e abre o
caminho para uma virada que parecia improvável pela superioridade do
Náutico.
-
show à parte
torcida
A torcida da Ponte atendeu ao chamado do time, compareceu em bom
número e jogou ao lado da equipe até mesmo nos momentos de adversidade.
-
rotina fora de casa
Náutico
O Timbu estava perto de quebrar um jejum de três meses sem vencer
longe dos Aflitos, mas, mesmo melhor em campo, levou a virada em dois
minutos.
A CRÔNICA
por
GLOBOESPORTE.COM
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A reabilitação da Ponte Preta no Campeonato Brasileiro passou
diretamente pelas arquibancadas na noite desta quarta-feira, no Estádio
Moisés Lucarelli, em Campinas. No embalo da torcida, que fez sua parte o
tempo inteiro, a Macaca superou uma atuação abaixo da média
tecnicamente para bater o Náutico na raça, pela 29ª rodada. Com gols aos
28 e aos 30 minutos do segundo tempo, a Ponte fez 2 a 1 e voltou a
vencer após seis partidas.
Rildo, de cabeça, e Marcinho, de pênalti, garantiram a virada. Foi o
primeiro gol do atacante na temporada. A Macaca também não tinha um
pênalti a favor desde 15 de abril. Logo no início da partida, Douglas
Santos marcou para os visitantes. Quem compareceu ao Majestoso, viu um
Náutico melhor em campo, com chance até de liquidar o jogo nos
contra-ataques, e uma Ponte nervosa, mas que encontrou forças para virar
graças ao apoio dos 6.856 pagantes.
O resultado representa um alívio para a Macaca na luta contra o
rebaixamento. Depois de duas derrotas e quatro empates, a Ponte sai do
viés de queda, quebra o jejum de triunfos e chega aos 37 pontos, a dez
do Sport – que ainda joga na rodada. O Náutico, que perdeu o embalo após
duas vitórias consecutivas, tem a mesma pontuação, mas leva vantagem no
número de vitórias (11 a 9). Ambos os times ocupam a zona intermediária
da tabela.
- A torcida foi fantástica. A vitória só foi possível, pois a torcida
empurrou os 90 minutos. Ela tem uma grande parcela neste jogo.
Compreendeu e entendeu o momento do time. Esse apoio, com certeza, passa
confiança para o jogador buscar forças no momento da dificuldade -
comemorou o técnico Guto Ferreira, que conquistou a primeira vitória à
frente da Macaca, após derrotas para Palmeiras e Coritiba.
A derrota mantém a sina do Náutico de atuar bem longe dos Aflitos, mas
sem sair com a vitória. Mesmo superior durante a maioria da partida, foi
o 12º revés em 14 compromissos fora de casa. Foram ainda dois empates e
apenas uma vitória – sobre o Atlético-GO, em sete de julho.
- No começo do segundo tempo, ficamos tentando amarrar o jogo em vez de
ir pra cima e matar a Ponte. O time não pode ter esta postura no
segundo tempo. É natural que eles jogando em casa, com a torcida
empurrando, viessem para cima, mas chamamos o time deles para a nossa
área - lamentou Rhayner.
Ponte e Náutico voltam a campo domingo. A Macaca encara o líder
Fluminense, no Rio de Janeiro, às 18h30. O Timbu recebe o Palmeiras, às
16h, em novo duelo direto contra a degola.
Rildo abriu o caminho para a virada da Macaca contra o Náutico (Foto: Fernanda Sunega / Futura Press)
Náutico domina o primeiro tempo diante de uma ‘apática’ Ponte
Alexandre Gallo surpreendeu ao escalar o Náutico com três atacantes. A
aposta deu certo. Kim, Araújo e Rogério desmontaram o sistema armado por
Guto Ferreira com três volantes. O Timbu dominou o primeiro tempo e,
com justiça, foi para o vestiário na frente. Douglas Santos foi o
responsável por abrir o placar, logo aos quatro minutos.
O lance começou de maneira despretensiosa. Patric deu um chutão no
campo de defesa. Rhayner e Cicinho disputaram o lance no alto. A bola
passou pelos dois. Douglas Santos aproveitou a sobra, dominou livre na
ponta esquerda e bateu cruzando, tirando de Edson Bastos. O chute ainda
tocou na trave antes de entrar: 1 a 0.
O gol do Timbu não desanimou a torcida da Macaca, que, em bom número,
tentou passar força e incentivo ao time. Dentro de campo, porém, o
Náutico se sentia em casa. Kim, em bomba da entrada da área, chegou
perto de ampliar. Roger, de cabeça, e Nikão, de longe, criaram as únicas
jogadas ofensivas da Ponte de perigo.
No restante, o ataque alvinegro, sem criatividade, foi facilmente
anulado pela marcação do Náutico. Rildo abusava da individualidade e,
sem objetividade, era presa fácil para o Timbu. Roger, isolado, pouco
conseguia ajudar. Nikão, o único articulador, apareceu menos do que
deveria. Sobrava para Cicinho, Lucas e Wendel Santos a criação. Pouco
para uma equipe que entrou em campo precisando mais do que nunca da
reabilitação.
O Náutico aproveitou a fragilidade e o nervosismo do adversário para
controlar as ações. Mais organizado, valorizou a bola e envolveu a
defesa pontepretana com toques curtos. A superioridade do Timbu acabou
com a paciência da torcida. O que era apoio no início virou uma sonora
vaia, com protestos e pedidos de ‘raça, raça’ ao fim do primeiro tempo.
Foi o único momento de revolta. Bastou a bola rolar no segundo tempo
para a torcida voltar a jogar junto.
Virada em dois minutos dá alívio à Ponte
Como era de se esperar, a Ponte voltou com mudança para o segundo
tempo. A necessidade fez Guto Ferreira tirar o volante Lucas e colocar o
atacante Luan. Mas o cenário continuou o mesmo. O Náutico permanecia
com o comando da partida, enquanto que a Macaca pouco ameaçava o gol de
Felipe.
Para piorar a situação da Ponte, o Náutico tinha um contra-ataque muito
forte, principalmente com Rogério. Em um deles, o atacante partiu para
cima de Diego Sacoman, deixou o zagueiro para trás, mas errou o passe
para Araújo, facilitando para Edson Bastos.
Em nova tentativa de dar novo gás à Ponte, Guto Ferreira promoveu a
entrada de Marcinho no lugar de Nikão. No mesmo instante, começou a
chover. A combinação foi suficiente para voltar a acordar a torcida da
Ponte nas arquibancadas. Mas foi preciso Giancarlo substituir Roger para
a Macaca reagir. Fixo na área, ele passou a segurar os dois zagueiros
do Timbu na área.
A Ponte começou a cruzar bola na área. Às vezes de forma afobada. Mas
em um deles, João Paulo colocou na cabeça de Rildo, que, até então
apagado em campo e que acabara de levar cartão amarelo, desviou com
precisão e empatou o jogo, aos 28 minutos. A torcida ainda comemorava
quando Luan invadiu a área e foi derrubado por Souza.
Coube a Marcinho, o camisa 10 do time, a principal contratação para o
Brasileirão, a responsabilidade da cobrança. E ele não decepcionou. Com
categoria, deslocou Felipe e jogou a bola no canto esquerdo para virar,
aos 30 minutos, levando o torcedor à loucura. Na comemoração, Marcinho,
pontepretano declarado, beijou o símbolo na comemoração.
O Náutico ainda teve uma chance de ouro para empatar. Patric recebeu de
Martinez e, de frente para Bastos, bateu colocado. O goleiro da Ponte
foi buscar no ângulo. Depois, Patric completou o serviço ao ser expulso
por uma entrada dura em Luan.