No Brasil, casal Tate e Caraway elogia Anderson e admite medo das favelas
Americanos se impressionam com praticidade dos brasileiros: 'Podemos ver
as pessoas cozinhando no porta-malas dos carros, achei legal, interessante'
Por Adriano Albuquerque e Ivan Raupp
Rio de Janeiro
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Um dos poucos casais de lutadores do mundo do MMA, os americanos Miesha
Tate e Bryan Caraway estão no Rio de Janeiro para um período de novas
experiências profissionais. De cara eles se depararam com uma grande
diferença cultural em relação aos EUA: as favelas, que lá fora costumam
ser bastante temidas, principalmente pela falta de um maior conhecimento
do assunto. Mas a preocupação durou pouco, como contou a lutadora
peso-galo do Strikeforce:
- Todos diziam para ficar longe da favela, aí quando chegamos, logo no
caminho do aeroporto para o hotel disseram que tinha uma favela, eu
tomei um susto! Mas depois soube que algumas são pacificadas e seguras -
disse Miesha em entrevista ao
SPORTV.COM.
Anderson Silva com o casal Miesha Tate e Bryan Caraway (Foto: Adriano Albuquerque / SporTV.com)
Miesha e Bryan estão treinando na academia XGym, no Recreio dos
Bandeirantes, com o professor de jiu-jítsu Sylvio Behring, que por sinal
é mestre de Rich Guerin, técnico de Caraway em Yakima, Washington. E
ficaram impressionados com o comportamento de
Anderson Silva, que voltou aos treinos nessa mesma academia apenas três dias após derrotar Stephan Bonnar.
- Foi muito legal vê-lo ser humilde, só mais um cara normal, parte do
time, ajudando todo mundo no treino. Ele acabou de lutar no UFC, a
maioria das pessoas estaria no Havaí ou outro lugar em férias, mas ele
está aqui ajudando. É muito legal - afirmou Bryan.
A musa Miesha Tate foi bastante simpática durante
a entrevista (Foto: Ivan Raupp / Globoesporte.com)
O casal veio ao Brasil primeiramente porque o peso-galo do Ultimate foi
córner do compatriota Sam Sicilia no duelo contra Rony Jason no UFC Rio
III, no último dia 13. Já no início do convívio, a praticidade dos
brasileiros impressionou Miesha Tate:
- Nós sempre quisemos vir ao Brasil, sempre esteve na nossa lista de
coisas a fazer. Como o UFC seria aqui e ele estaria no córner, por que
não aproveitar para viver essa experiência e treinar por cinco ou seis
semanas? Como se diz em português: "Eu gosto" (risos). É bem diferente
dos EUA, mas todo mundo é muito legal, o treino aqui é muito bom, e para
isso que viemos. Gosto mais de ver as áreas pobres do que os pontos
turísticos, porque sinto que posso conhecer mais da cultura. Podemos ver
as pessoas cozinhando no porta-malas dos carros, achei legal,
interessante.
Outro ponto que chamou a atenção da musa foi a adoração dos brasileiros
pelo jiu-jítsu, arte marcial tupiniquim. Um exemplo disso foram os
gritos de "Jiu-jítsu!" vindos das arquibancadas após as vitórias de
Demian Maia e Rodrigo Minotauro na Arena da Barra, ambas por
finalização.
- As pessoas gostam mais da luta de chão aqui do que nos EUA. Lá, as
pessoas só querem ver sangue, briga, não entendem a técnica no chão.
Aqui, as pessoas são mais educadas, pois isso é muito importante para
sua cultura, é amplamente respeitado. Lá, quando a luta vai para o chão,
eles vaiam - declarou a lutadora.
O casal conversa com a reportagem do SPORTV.COM (Foto: Ivan Raupp / Globoesporte.com)
Bryan Caraway e Miesha Tate pretendem treinar também com outras equipes
durante o período em que estiverem no Rio, como a Nova União, de José
Aldo e Renan Barão. Além disso, o brasileiro Diego Brandão, que ficou
amigo de Caraway durante o The Ultimate Fighter 14, do qual ambos
participaram, convidou o casal para treinar em Manaus, sua terra natal.