sábado, 6 de outubro de 2018

Por Adriano Albuquerque — Rio de Janeiro
 
Às vésperas dos playoffs do PFL, presidente anuncia nova divisão feminina para 2019Às vésperas dos playoffs do PFL, presidente anuncia nova divisão feminina para 2019
Divulgação/PFL
A Professional Fighters League (PFL) inicia os playoffs de sua primeira temporada nesta sexta-feira, em Nova Orleans, com os duelos entre pesos-pesados e entre pesos-penas. Ao todo, são 48 lutadores, oito em cada uma das seis categorias da organização, buscando o prêmio de US$ 1 milhão que será dado a cada um dos campeões. A partir de 2019, haverá uma sétima categoria disputando a premiação: o peso-leve feminino.
O anúncio foi confirmado pelo presidente da organização, Carlos Lima, em entrevista por telefone ao Combate.com.
- O maior plano para 2019 é que anunciamos a divisão até 70kg feminina. Já assinamos a Kayla Harrison, ela lutou duas vezes este ano, está com duas vitórias, e vai ser a principal estrela em 2019. Vamos ter sete divisões em 2019. Só acrescentaremos esta no ano que vem. Dependendo de como for, acrescentaremos mais em 2020. Vai ser exatamente como a masculina: 12 lutadoras, vão lutar na temporada e avançar, vão receber a mesma bolsa que os homens, e US$ 1 milhão para a campeã - contou.
A temporada 2018 é a primeira da PFL em seu novo formato, semelhante ao das maiores ligas esportivas dos EUA: os lutadores disputam um campeonato de pontos corridos, com duas lutas cada, e os oito melhores se classificam aos playoffs. Cada vitória vale três pontos, com três pontos de bônus para nocautes ou finalizações no primeiro round, dois pontos para o mesmo resultado no segundo round, e um ponto para o terceiro round. Segundo Silva, o sistema foi aprovado com louvor.
- Acho que a temporada regular excedeu nossas expectativas. Os lutadores mostraram que entenderam como a temporada funciona, 70% das lutas terminou em finalização e nocautes. O sistema de pontuação funcionou muito bem. Em 2019, acho que pode haver algumas pequenas mudanças na pontuação, para que haja mais oportunidades de lutadores receberem bônus além de finalizações - disse.
O presidente também comemorou a recepção da PFL por parte dos fãs. Segundo ele, a audiência dos eventos na transmissão internacional através do Facebook teve média de 1,5 milhão de pessoas por evento, com bons números na América do Sul, no México e na Rússia. Ele também argumentou que o formato simples e direto do torneio tornou mais fácil para os torcedores acompanharem seus lutadores favoritos.
- Acho que, se você for nas redes sociais, todo mundo estava esperando para ver quando o PFL 1 começou, e, uma vez que todos os eventos aconteceram, todos viram a energia, viram como o sistema funciona, e têm ganhado a certeza que esse é o jeito que um sistema de MMA deveria funcionar. Conversando com os fãs e lutadores, todos sentem que estão em controle do próprio destino. Se eles vencem, avançam. É muito simples.
Francimar Bodão tem sido um dos destaques da primeira temporada da Professional Fighters League — Foto: Divulgação/PFLFrancimar Bodão tem sido um dos destaques da primeira temporada da Professional Fighters League — Foto: Divulgação/PFL
Francimar Bodão tem sido um dos destaques da primeira temporada da Professional Fighters League — Foto: Divulgação/PFL
É claro, nem tudo foram flores. Vários lutadores fizeram apenas uma luta na temporada regular, pois sofreram lesões e foram incapazes de voltar ao cage a tempo. Para os playoffs, dois dos classificados já estão fora por lesão e darão lugar aos nonos colocados de suas divisões: no peso-pena, o quarto colocado Timur Valiev foi substituído pelo chinês Juma Tuerxun, e no peso-pesado, Caio Alencar entrou na vaga do suíço Valdrin Istrefi.
Segundo Silva, a próxima temporada terá eventos mais "espalhados"; em 2018, o campeonato começou em junho, com sete eventos em três meses, e pouco mais de um mês entre a primeira e a segunda lutas de cada categoria. Isso significa mais descanso para os atletas, um pedido do elenco da PFL. Ele explicou também que não haverá negociação caso os lutadores não batam o peso nos playoffs.
- Vai ser pior nos playoffs, pois, se não bater o peso, você está fora, entra o reserva, não tem negociação. Só vamos ter 1lb (cerca de 455g) de variação. Eles precisam ter consciência disso.
Nos playoffs, os lutadores terão de fazer duas lutas na mesma noite: as quartas de final, com dois rounds, e as semifinais, com três rounds. Nas quartas, caso haja empate ao final dos dois rounds, avança o lutador que venceu o primeiro round. Caso um dos vencedores das quartas não tiver condições de lutar nas semifinais, um dos quatro perdedores recebe uma segunda chance; se nenhum dos quatro perdedores puder retornar, entra o vencedor da luta reserva, entre o nono e o décimo colocado. No PFL 8, as lutas reservas serão: no peso-pena, Jeremy Kennedy x Marcos "Loro" Galvão; e no peso-pesado, Mike Kyle x Muhammad Dereese.
- Acho que estes playoffs, com duas lutas na mesma noite, serão as noites de luta mais empolgantes da história - se animou Silva. As finais acontecem em Nova York, no Teatro do Madison Square Garden, no dia 31 de dezembro.
Confira o card completo do PFL 8, na ordem (de baixo para cima):
Semifinal peso-pesado: May/Nicholson x Bodão/Copeland
Semifinal peso-pena: Tuerxun/Capitão x Siler/Malegarie
Semifinal peso-pesado: Tiller/Rosholt x Lins/Alencar
Semifinal peso-pena: Palmer/Coga x Harrison/Bezerra
Quartas de final peso-pesado: #1 Francimar Bodão x #8 Josh Copeland
Quartas de final peso-pena: #1 Steven Siler x #8 Nazareno Malegarie
Quartas de final peso-pesado: #4 Jack May x #5 Alex Nicholson
Quartas de final peso-pena: #4 Juma Tuerxun x #5 Alexandre Capitão
Quartas de final peso-pesado: #3 Philipe Lins x #6 Caio Alencar
Quartas de final peso-pena: #3 Andre Harrison x #6 Alexandre Bezerra
Quartas de final peso-pesado: #2 Kevin Tiller x #7 Jared Rosholt
Quartas de final peso-pena: #2 Lance Palmer x #7 Max Coga
Luta reserva peso-pesado: Mike Kyle x Muhammad Dereese
Luta reserva peso-pena: Jeremy Kennedy x Marcos "Loro" Galvão
Por Camilo Pinheiro Machado, Evelyn Rodrigues, Marcelo Barone e Marcelo Russio — Direto de Las Vegas
 
Khabib Nurmagomedov e Conor McGregor fazem duelo de opostos pelo título dos leves no UFC 229Khabib Nurmagomedov e Conor McGregor fazem duelo de opostos pelo título dos leves no UFC 229
Reprodução/Twitter
Esqueçam tudo o que já passou. Esqueçam as vitórias contestadas, as provocações e as trocas de farpas pelas redes sociais. A hora chegou. A luta mais esperada, que sozinha tornou o UFC 229 o maior card do ano, está a poucas horas de acontecer. De um lado, o lutador que mais atrai atenções do público e da mídia, e que mais ganha dinheiro com isso; do outro, o campeão mais dominante do UFC, com um cartel invicto de 26 vitórias, e que jamais perdeu um round sequer na organização. Ao redor dos atletas, um público apaixonado, responsável por tornar a pesagem cerimonial um "caldeirão", repleto de bandeiras e camisas da Irlanda, em um clima parecido ao de um jogo de futebol.
Conor McGregor, um nocauteador preciso e impiedoso, tentará retomar neste sábado, na T-Mobile Arena, em Las Vegas, o cinturão de campeão mundial dos pesos-leves do UFC, que já foi seu, das mãos de Khabib Nurmagomedov, um atleta pragmático, que usa o seu wrestling e o preparo físico para anular toda e qualquer arma dos seus adversários. Mesmo que você não consiga esquecer tudo o que foi falado até aqui, na hora da luta, nada disso terá valor algum.
O Combate transmite o UFC 229 ao vivo e com exclusividade no próximo sábado, a partir de 19h10 (horário de Brasília). O SporTV 2 e o Combate.com exibem as duas primeiras lutas do evento ao vivo, e o site acompanha o torneio inteiro em Tempo Real.
Na matemática do confronto, tanto McGregor quanto Nurmagomedov têm números impressionates a seu favor. O irlandês tem 21 vitórias na carreira, sendo incríveis 18 por nocaute. Já o russo jamais perdeu em 26 lutas, e tem um equilíbrio maior na forma como venceu: oito nocautes, oito finalizações e dez decisões. Se o UFC queria um duelo de estilos e de personalidades, não poderia haver uma luta melhor do que a que encerrará o evento em Las Vegas.
McGregor diante da multidão que tomou a arena — Foto: Getty ImagesMcGregor diante da multidão que tomou a arena — Foto: Getty Images
McGregor diante da multidão que tomou a arena — Foto: Getty Images
- Ele é uma máquina de decisões. Não nocauteia ninguém, amarra as lutas e foge do que uma luta deveria ser. Eu vou acabar com ele de forma rápida e devastadora. Um nocaute no primeiro round, é o que eu prevejo. Ele é um covarde, foge de mim sempre que pode. Mas, no sábado, ele não poderá mais fugir. Esse cinturão voltará para mim, porque nunca deixou de ser meu - disse McGregor, ovacionado por um público que se deslocou de dezenas de países para prestigiá-lo.
O "Notório" é fanfarrão e sabe se promover. Tem sua própria marca de uísque, provoca seus adversários até o limite, entra em suas cabeças e aproveita o desequilíbrio causado por suas provocações para capitalizar em cima dos erros dos rivais, que buscam humilhá-lo para tentar mostrar que ele não é o que diz ser. Já Khabib é muçulmano, não bebe e não tem a vida pessoal agitada. Treina no Daguestão, na Rússia, e finaliza seus camps em San Jose, na academia AKA, de Daniel Cormier, Cain Velásquez e Luke Rockhold, e segue a linha de respeitar e não provocar seus rivais.
- Não vou mentir, estou um pouco mais emocionado do que o normal. Esta é uma grande luta, a maior da história do UFC, e eu tenho que saber me controlar. Meu trabalho é controlar as minhas emoções, para usar isso de forma positiva. Eu não me importo com esse cara. Ele não representa nada para mim. Mas essa luta deixou de ser apenas uma defesa de cinturão. Passou a ser pessoal, e é assim que eu vou encará-la. Não existe a menor possibilidade de eu apertar a sua mão após a luta - disse Khabib, cuja torcida russa não se fez presente.
Khabib chama McGregor para a briga — Foto: Getty ImagesKhabib chama McGregor para a briga — Foto: Getty Images
Khabib chama McGregor para a briga — Foto: Getty Images
Nas cifras, McGregor vence de goleada. Estima-se que, se for quebrado o recorde de pay-per-views vendidos para este evento, chegando-se a algo entre três e três milhões e meio de vendas, ele receba nada menos que US$ 50 milhões - algo em torno de R$ 200 milhões. Já Khabib deve ter uma bolsa próxima a US$ 10 milhões - aproximadamente R$ 40 milhões.

Ferguson e Pettis fazem duelo explosivo na co-luta principal

Tony Ferguson (esq.) berra na direção de Anthony Pettis, na encarada da pesagem cerimonial do UFC 229 — Foto: Ethan Miller/Getty ImagesTony Ferguson (esq.) berra na direção de Anthony Pettis, na encarada da pesagem cerimonial do UFC 229 — Foto: Ethan Miller/Getty Images
Tony Ferguson (esq.) berra na direção de Anthony Pettis, na encarada da pesagem cerimonial do UFC 229 — Foto: Ethan Miller/Getty Images
A penúltima luta da noite colocará frente a frente dois dos lutadores mais empolgantes de se assistir. Os pesos-leves Tony Ferguson e Anthony Pettis prometem uma luta dura e sangrenta, com muitas variações de golpes e lances espetaculares para os fãs. Invicto há nove lutas, Ferguson teve o cinturão interino da categoria retirado após se lesionar e não poder enfrentar Khabib Nurmagomedov no UFC 223. O lutador, que tem o mesmo empresário de Conor McGregor, deixou claro que está disposto a ser o próximo desafiante - chegou a bater o peso de disputas de cinturão da categoria, 70,3kg.
- Está no meu contrato que eu seria o substituto de Conor ou Khabib se algum deles não pudesse lutar. Eu sou o campeão, ninguém me venceu para tomar o meu cinturão, mas a minha mente está totalmente voltada para Anthony Pettis. Ele é um ex-campeão, muito habilidoso e um grande lutador. Infelizmente para ele, eu sou o seu adversário, e ele vai ser derrotado. Eu não estou aqui para brincar. Vou derrubar todos que pararem na minha frente, e sei que serei o próximo campeão em breve - afirmou "El Cucuy".
Pettis, por sua vez, mostrou respeito a Ferguson, mas garante que está pronto para voltar ao topo da categoria após a luta de sábado.
- Tony é um animal, um assassino no octógono. Eu tenho muito respeito por ele, e sei da dificuldade que terei pela frente. Mas meu maior adversário era eu mesmo. Cheguei ao topo muito jovem, e errei muito. Agora estou buscando voltar ao topo com outra mentalidade. E um passo importante é esta luta. Está na hora do show - brincou, usando o seu apelido, "Showtime".

Três brasileiros no card preliminar

Formiga pode se aproximar da disputa de título, caso vença Pettis — Foto: Getty ImagesFormiga pode se aproximar da disputa de título, caso vença Pettis — Foto: Getty Images
Formiga pode se aproximar da disputa de título, caso vença Pettis — Foto: Getty Images
O Brasil terá três representantes no UFC 229. O peso-leve Alan Nuguette, que tem um cartel de 15 vitórias e apenas uma derrota na carreira, encara o americano Scott Holtzman; o peso-meio-médio Vicente Luque, que foi incluído de última hora no card, a apenas seis dias do evento, enfrenta o estreante Jalin Turner; e o peso-mosca Jussier Formiga encerra o card preliminar diante de Sergio Pettis.
Confira o card completo:
UFC 229
6 de outubro de 2018, em Las Vegas (EUA)
CARD PRINCIPAL (23h, horário de Brasília):
Peso-leve: Khabib Nurmagomedov x Conor McGregor
Peso-leve: Tony Ferguson x Anthony Pettis
Peso-meio-pesado: Ovince St-Preux x Dominick Reyes
Peso-pesado: Derrick Lewis x Alexander Volkov
Peso-palha: Michelle Waterson x Felice Herrig
CARD PRELIMINAR (19h15, horário de Brasília):
Peso-mosca: Sergio Pettis x Jussier Formiga
Peso-meio-médio: Vicente Luque x Jalin Turner
Peso-galo: Aspen Ladd x Tonya Evinger
Peso-leve: Scott Holtzman x Alan Nuguette
Peso-pena: Lina Lansberg x Yana Kunitskaya
Peso-leve: Gray Maynard x Nik Lentz
Peso-meio-médio: Ryan LaFlare x Tony Martin