segunda-feira, 16 de julho de 2018

Bellator 202: Talita Treta é nocauteada por Julia Budd; Dudu Dantas se lesiona

Brasileiros têm noite para esquecer em evento americano, com três derrotas em três lutas

Bellator 202: Talita Treta é nocauteada por Julia Budd; Dudu Dantas se lesionaBellator 202: Talita Treta é nocauteada por Julia Budd; Dudu Dantas se lesiona
Divulgação/Bellator
Por Combate.com, Thackerville, EUA
 
Sexta-feira 13 foi de fato uma noite de pesadelos para o Brasil no Bellator. Os três brasileiros em destaque no card principal do Bellator 202, em Thackerville, Oklahoma (EUA) saíram derrotados, em performances dominantes de seus adversários. Na luta principal da noite, a canadense Julia Budd frustrou os sonhos da paulista Talita Treta de conquistar o cinturão peso-pena e a nocauteou aos 4m07s do terceiro round. O ex-campeão peso-galo Dudu Dantas e o peso-médio Léo Leite também foram derrotados; para piorar, Dantas sofreu uma lesão feia no tornozelo direito.
A paulista Talita "Treta" Nogueira chegou invicta para desafiar Julia Budd, mas deixou o cage com sua primeira derrota em oito lutas na carreira. A brasileira até parecia bem nos primeiros minutos, enquanto a canadense estudava sua movimentação e seus chutes frontais. Contudo, quando Budd decidiu atacar, dominou pelo resto do caminho. Ela catou a perna de Talita para derrubar no primeiro round, e bateu no corpo pelo resto do período. No segundo assalto, a canadense foi para cima desde o início, grampeou a brasileira contra a grade e conseguiu um knockdown ao acertar uma joelhada alta.
No terceiro round, Budd foi ainda mais rápido para o clinche junto à grade, após acertar duros chutes baixos e um direto de direita. A canadense desequilibrou Talita, a jogou para o chão e passou à meia-guarda, de onde acertou duras cotoveladas. A paulista fez um bom giro e ameaçou pegar uma chave de perna, mas Budd escapou e ordenou que ela levantasse. Nesta altura, porém, Talita já tinha um sangramento grande no topo da cabeça, e a canadense a mandou à lona com um direto de direita. Ela precisou de poucos golpes na cabeça da desafiante caída até Jason Herzog encerrar a luta, aos 4m07s.
Dudu Dantas é amparado pelo árbitro, enquanto Michael McDonald comemora a vitória no Bellator 202 (Foto: Divulgação/Bellator)Dudu Dantas é amparado pelo árbitro, enquanto Michael McDonald comemora a vitória no Bellator 202 (Foto: Divulgação/Bellator)
Dudu Dantas é amparado pelo árbitro, enquanto Michael McDonald comemora a vitória no Bellator 202 (Foto: Divulgação/Bellator)
No coevento principal, o ex-UFC Michael McDonald mostrou que está de volta à sua melhor fase ao nocautear Dudu Dantas em apenas 58s no primeiro round. "Mayday", que vinha sendo mais ativo desde o início, derrubou Dudu com um cruzado de direita por cima do jab do adversário. O brasileiro já caiu bastante abalado. Ele se colocou sobre quatro apoios e tentou escapar, mas o americano não deu espaço para o carioca sair: deu golpes duros na cabeça até o árbitro encerrar a luta. Na queda, Dudu sofreu uma torção no tornozelo direito e, aparentemente, uma fratura. Ele deixou o cage com o pé enfaixado. Ao ver o replay no telão, McDonald ficou horrorizado e se solidarizou com o oponente.
- Eu jamais desejaria isso a alguém, não era minha intenção. Eu me sinto mal por ele - disse McDonald, que acrescentou que também quebrou a mão esquerda e que, por isso, não se comprometia a desafiar o campeão Darrion Caldwell pelo cinturão. - Eu quebrei a mão esquerda, posso sentir. Não sei por quanto tempo posso continuar fazendo isso se meu corpo quebrando toda hora. Eu nem sei o que vai acontecer agora, só quero ficar saudável.
Léo Leite foi dominado pelo americano Chris Honeycutt. Desde o início, Honeycutt impôs sua trocação e defendeu com eficiência as tentativas de queda do brasileiro. Leite teve um bom momento no primeiro round, quando aproveitou a aproximação do adversário para agarrá-lo e pegar suas costas em pé, mas o americano foi paciente para fazê-lo escorregar e sair da posição. Honeycutt mandou na luta a partir daí, e obteve knockdowns no segundo e terceiro round com joelhadas altas no clinche. Leite sofreu cortes e hematomas na testa, mas aguentou os golpes do oponente no ground and pound e lutou até o fim. Chris Honeycutt foi anunciado vencedor por decisão unânime dos juízes (triplo 30-25).

Amanda Nunes defende luta com Cyborg em dezembro: "Vai ser como a Copa"

Campeã dos pesos-galos do UFC diz que ainda se recupera de lesão no pé e que superluta contra campeã peso-pena precisa de tempo de promoção "para ser enorme"

Amanda Nunes defende luta com Cyborg em dezembro: Amanda Nunes defende luta com Cyborg em dezembro:
André Durão
Por Combate.com, Rio de Janeiro
 
A campeã peso-galo do UFC, Amanda Nunes, abriu o jogo nesta segunda-feira sobre por que recusou a luta contra Cris Cyborg no UFC 228, em 8 de setembro, e assinou para enfrentá-la em 29 de dezembro, no UFC 232. A lutadora baiana alegou ainda estar em recuperação de uma lesão no pé direito, sofrida em sua vitória sobre Raquel Pennington no Rio de Janeiro, em maio passado, e afirmou que precisava de mais tempo para estar 100%.
Mais do que isso, porém, é a crença da "Leoa" de que o combate entre as duas campeãs precisa de tempo de promoção à altura da magnitude do confronto.
- Sim, eles me ofereceram setembro, mas eu tenho uma lesão, ainda estou fazendo um pouco de terapia e me recuperando da última luta. Se Cris quiser Amanda Nunes 100%, ela precisa me dar esse tempo. Por que ela não pode me dar esse tempo e tornar isso enorme? Precisamos de tempo para promover esta luta e tornar esta luta enorme e histórica. São duas campeãs! É uma luta enorme! Não dá para ser no mês que vem. Preciso de tempo para eu ficar 100% e lutar com 65,8kg. Eu já estive lá, mas faz tempo. Tem que acontecer no tempo certo. Dezembro foi o contrato que assinei e é a data certa - declarou Amanda em entrevista ao podcast "Ariel Helwani's MMA Show".
A expectativa da baiana para o combate, aliás, é grande. Empolgada com a possibilidade de fazer história e conquistar dois cinturões, a lutadora comparou a superluta entre campeãs com o maior evento esportivo do mundo.
- Eles (UFC) sabem que podemos fazer isso enorme se promovermos bem. Isso vai ser (como) uma Copa do Mundo no Brasil, todo mundo vai parar para ver na TV. Não só lá, mas aqui também. Todo mundo quer ver isso acontecer - afirmou.
Cris Cyborg não luta desde março, quando defendeu o cinturão peso-pena contra Yana Kunitskaya, e vem pedindo ao UFC para fazer mais uma luta antes de enfrentar Amanda em dezembro para poder permanecer ativa e receber sua bolsa. Contudo, a Leoa acredita que a curitibana deva esperar, e citou seus motivos.
- Sinto que esta é a luta que faz sentido agora, para todas nós, para mim, para ela e para o UFC. (...) Eu entendo ela, ela quer lutar, mas eu não posso fazer isso agora. Não posso aceitar esta luta agora e enfrentar a Cyborg sem estar 100%, não acho que é justo. Sinceramente, ela não tem ninguém para enfrentar agora. Quem ela vai enfrentar? Eu sinto que ela devia (esperar). Vamos tornar isso enorme e vai ser melhor para todas nós. Se ela pensar bem, se promovermos bem, vai ser enorme, e vai ser uma luta melhor do que se ela lutar antes - concluiu Amanda.

Cat Zingano revela "pavor" antes da luta contra Marion Reneau no UFC Boise

Vinda de três derrotas seguidas, a veterana de 36 anos de idade disse não saber que versão de si mesma subiria ao octógono do UFC Boise no último sábado

Por Combate.com, Boise, EUA
 
Avitória sobre Marion Reneau no UFC Boisesignificou muito mais que apenas o fim da sequência de três derrotas para Cat Zingano. A veterana disse, em entrevista após o evento, que sentiu-se apavorada com a possibilidade de sofrer uma nova derrota e, principalmente, não ser no octógono a lutadora que ela mesma esperava ser.
Cat Zingano mostrou-se aliviada por voltar a vencer no UFC após três derrotas seguidas (Foto: Adriano Albuquerque)Cat Zingano mostrou-se aliviada por voltar a vencer no UFC após três derrotas seguidas (Foto: Adriano Albuquerque)
Cat Zingano mostrou-se aliviada por voltar a vencer no UFC após três derrotas seguidas (Foto: Adriano Albuquerque)
- Eu fui para essa luta apavorada. Estava com muito medo, vinda de três derrotas nas quais eu praticamente não apareci para lutar, sumi, desapareci em todas elas. Para essa luta eu não sabia que versão minha subiria ao octógono. Eu só queria fazer a minha luta, sentir a minha adversária e impôr o meu ritmo, ser tão selvagem e louca quanto eu posso ser.
Última algoz de Amanda Nunes, no UFC 178, em 2014, Cat Zingano vinha de quatro anos sem vitórias. Com o triunfo sobre Reneau, a veterana de 36 anos de idade acredita que a atual campeã dos pesos-galos do UFC já pode colocá-la de volta no seu radar, já que, em sua opinião, a brasileira não evoluiu tanto desde a luta entre as duas quanto era de se esperar.
Cat Zingano foi a última lutadora a vencer Amanda Nunes, em 2014 (Foto: Getty Images)Cat Zingano foi a última lutadora a vencer Amanda Nunes, em 2014 (Foto: Getty Images)
Cat Zingano foi a última lutadora a vencer Amanda Nunes, em 2014 (Foto: Getty Images)
- Acho que a nossa história não acabou. É estranho para mim desafiá-la. Ela deveria me desafiar. Me deixa louca ver atletas que eu já venci ter essa chance. Ela não parece estar preocupada comigo. Mas agora que eu voltei a vencer, ela não tem motivos para não me enfrentar de novo. Amanda é boa, dominante e vem sendo uma grande campeã. Mas acho que ela ainda não evoluiu tudo que eu sinto que poderia ter evoluído após o que eu fiz com ela. Agora chegou a hora - finalizou.