sexta-feira, 30 de maio de 2014

UFC Berlim tem pesagem tranquila, com todos os atletas dentro do peso

Único brasileiro no evento, peso-galo Iuri Marajó encara o inglês Vaughan Lee. Combate transmite ao vivo no sábado, à partir de 13h25m (de Brasília)

Por Berlim
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Primeiro dos dois eventos do UFC do próximo sábado, o "UFC Fight Night no Combate - Muñoz x Mousasi" teve nesta sexta-feir auma pesagem tranquila na cidade de Berlim, na Alemanha, com todos os atletas batendo o peso e se qualificando para atuar no próximo sábado. O Combate transmite o evento ao vivo e na íntegra a partir de 13h25m (de Brasília).
Ufc de berlin Gegard Mousasi x Mark Munoz (Foto: Getty Images)Mark Muñoz e Gegard Mousasi se encaram após a pesagem do UFC em Berlim (Foto: Getty Images)
Os protagonistas da luta principal, Mark Muñoz e Gegard Mousasi, atingiram sem problemas o limite do peso-médio (84,4kg) e fizeram uma encarada distante e respeitosa, sem sequer levantarem a guarda para a foto. No co-evento principal, Francis Carmont subiu ao palco acompanhado por Georges St-Pierre, seu companheiro de treinos e amigo pessoal.
Único brasileiro no evento, o peso-galo paraense Iuri Marajó também bateu o peso e encara o inglês Vaughan Lee no card preliminar.
Confira os pesos dos atletas:
UFC: Muñoz x Mousasi
31 de maio de 2014, em Berlim
CARD PRINCIPAL
Peso-médio (até 84,4kg): Mark Muñoz (84,4kg) X Gegard Mousasi (83,9kg)
Peso-médio (até 84,4kg): Francis Carmont (84,4kg) x CB Dollaway (84,4kg)
Peso-médio (até 84,4kg): Luke Barnatt (83,9kg) x Sean Strickland (84,4kg)
Peso-pena (até 66,2kg): Niklas Backstrom (66,2kg) x Tom Niinimaki (65,8kg)
CARD PRELIMINAR
Peso-leve (até 70,8kg): Drew Dober (70,3kg) x Nick Hein (69,9kg)
Peso-médio (até 84,4kg): Magnus Cedenblad (83,9kg) x Krzysztof Jotko (83,9kg)
Peso-galo (até 61,7kg): Iuri Marajó (61,7kg) x Vaughan Lee (61,7kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Pawel Pawlak (77,6kg) x Peter Sobotta (77,1kg)
Peso-pena (até 66,2kg): Maximo Blanco (65,8kg) x Andy Ogle (66,2kg)
Peso-pesado (até 120,7kg): Ruslan Magomedov (113kg) x Viktor Pesta (108,9kg)

Filho de Maldonado rouba a cena na pesagem oficial do TUF Brasil 3 Final

Igor, de apenas um ano de idade subiu ao palco nos braços do pai e esperneou para descer do colo para que o lutador subisse à balança

Por Direto de São Paulo
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No meio de homens musculosos seminus e mulheres em forma de biquíni, a inocência de uma criança roubou a cena na pesagem do TUF Brasil 3 Final, nesta sexta-feira, no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Foi o pequeno Igor, de apenas 1 ano de idade, filho de Fábio Maldonado, protagonista da luta principal. Ele foi levado pelo pai ao palco da pesagem e gostou das luzes e da atenção do público: não queria descer dos braços do "Caipira de Aço" de jeito nenhum.
GALERIA DE FOTOS: Confira as melhores imagens da pesagem
Maldonado tentou passar o menino para a presidente do UFC no Brasil, Grace Tourinho, e para a ring girl Camila Oliveira. Igor fez birra. O lutador quase teve de subir à balança com o menino no colo, mas conseguiu deixá-lo com um companheiro de equipe. Mesmo se tivesse subido de roupa e com o filho junto, porém, Maldonado provavelmente continuaria mais leve que seu adversário, o americano Stipe Miocic. O brasileiro, oriundo da categoria de baixo, peso-meio-pesado (até 93kg), registrou apenas 102kg; Miocic, peso-pesado natural, marcou 108kg.
Maldonado Tuf 3 Final (Foto: Marcos Ribolli)Maldonado subiu no palco com seu filho Igor no colo (Foto: Marcos Ribolli)
Na hora da encarada, novamente a diferença de tamanho era gritante. Corajoso, Fábio Maldonado não se acanhou e andou para frente, chegando próximo a Stipe Miocic. Sua intenção no sábado é fazer o mesmo: lutar na curta distância.
Vibração do público com lutadores ex-TUF
Com a musa do TUF Brasil, Fernanda Hernandes, junto às ring girls titulares do Brasil no palco, os lutadores começaram a subir à balança com alguns minutos de atraso, mas, logo na primeira encarada, o clima esquentou. O peso-galo paulista Pedro Munhoz fez encarada intensa com o americano Matt Hubar, com a guarda alta e bem perto um do outro. Os lutadores eliminados nas semifinais do TUF Brasil 3 subiram em seguida e foram muito aplaudidos pelo público, principalmente os pesos-pesados Rick Monstro e Marcos Rogério Pezão.
Ring Girls Pesagem UFC TUF 3 Final (Foto: Marcos Ribolli)Ring Girls do UFC na pesagem do TUF 3 Final (Foto: Marcos Ribolli)
O peso-pena Kevin Souza subiu cheio de estilo ao palco: com casaco e óculos escuros de marca, andando lentamente. Ele pareceu bem desgastado pelo corte de peso, mas bateu 65,8kg sem problemas. Na encarada, nem levantou a guarda e ficou com as mãos na cintura para mirar o filipino Mark Eddiva. O primeiro estrangeiro a receber as vaias e gritos de "Uh, Vai Morrer" foi o russo Gasan Umalatov, que apenas sorriu e convidou a torcida a gritar mais alto. Seu adversário, Paulo Thiago, recebeu alguns aplausos e fez encarada respeitosa com Umalatov, inclusive o abraçando depois.
Lutador local de São Paulo, Elias Silvério chamou o apoio da torcida, que vibrou quando ele abriu uma bandeira do Brasil. O peso-leve parecia feliz da vida de lutar em casa e até posou abraçado e sorridente com o oponente, Ernest Chavez.
Primeiro do card principal a subir à balança, Robbie Peralta foi mais um que ouviu gritos de "Uh Vai Morrer". Seu adversário, o brasileiro Rony Jason, foi bastante celebrado pelo público, especialmente por uma seção de fãs no centro da arquibancada. Após bater o peso e beber água de coco, ele chegou bem próximo de Peralta com o rosto. O russo Alexander Yakovlev, que marcou 77,1kg, também foi vaiado - enfrenta o paulista Demian Maia, que registrou 77,6kg. Na encarada, Yakovlev andou para a frente e se impôs frente a Demian, que não recuou.
Chegou a hora dos finalistas do TUF. Warlley Alves bateu 83,9kg e puxou um estilingue, como se quisesse derrubar gigantes. Marcio Lyoto, ligeiramente mais alto que ele, registrou 83,4kg. Como foi o caso durante a semana, os dois lutadores se cumprimentaram e se abraçaram, mas se encararam de perto, com ferocidade. Lyoto encostou o punho esquerdo no pescoço de Warlley, e Joe Silva, matchmaker do UFC, manteve os braços no meio para separar os dois.
Entre os pesos-pesados, Antônio Carlos Cara de Sapato foi o mais celebrado. Porém, ele apareceu bastante leve e bateu apenas 96kg. Vitor Miranda, por sua vez, marcou 98kg. Os dois ficaram mais próximos do que em encaradas anteriores, mas ainda assim com um espaço saudável.
Vitor Miranda e Cara de Sapato Final Tuf 3 (Foto: Marcos Ribolli)Vitor Miranda e Cara de Sapato se encaram após a pesagem do TUF Brasil 3 Final (Foto: Marcos Ribolli)
Confira os pesos dos atletas:
TUF Brasil 3 Final
31 de maio, em São Paulo
CARD PRINCIPAL
Peso-pesado (até 120,7kg): Stipe Miocic (108kg) x Fábio Maldonado (102kg)
Peso-pesado (até 120,7kg): Vitor Miranda (98kg) x Antônio "Cara de Sapato" (96,1kg)
Peso-médio (até 84,4kg): Márcio Lyoto (83,4kg) x Warlley Alves (83,9kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Demian Maia (77,6kg) x Alexander Yakovlev (77,1kg)
Peso-pena (até 66,2kg): Rony Jason (66,2kg) x Robbie Peralta (66,2kg)
CARD PRELIMINAR
Peso-leve (até 70,8kg): Rodrigo Damm (70,8kg) x Rashid Magomedov (70,3kg)
Peso-leve (até 70,8kg): Elias Silvério (70,3kg) x Ernest Chavez (70,8kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Paulo Thiago (77,6kg) x Gasan Umalatov (77,6kg)
Peso-pena (até 66,2kg): Kevin Souza (65,8kg) x Mark Eddiva (66,2kg)
Peso-médio (até 84,4kg): Ricardo Demente (83kg) x Wagnão Gomes (83,4kg)
Peso-pesado (até 120,7kg): Marcos Rogério Pezão (106,6kg) x Rick Monstro (98kg)
Peso-galo (até 61,7kg): Pedro Munhoz (61,2kg) x Matt Hobar (61,7kg)

Dana nega demissão de Wand: "Ele está fora do UFC 175, não do UFC"

Horas após dizer que Wanderlei Silva "estava fora", dirigente volta atrás e explica que foi mal interpretado por jornalistas com quem falou em Berlim

Por Berlim
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Dana White UFC (Foto: Evelyn Rodrigues)Dana disse que foi mal-interpretado pelos jornalistas
presentes ao UFC em Berlim (Foto: Evelyn Rodrigues)
Ainda não foi dessa vez que Wanderlei Silva foi demitido do UFC. Horas após dizer a frase: "Ele está fora" (ou "He's done", em inglês), Dana White, presidente da maior organização de MMA do mundo, voltou atrás e disse que foi mal interpretado pelos jornalistas que conversaram com ele em Berlim, na Alemanha. Segundo Dana White, em conversa com o site "MMA Fighting", ele quis dizer que o veterano brasileiro estaria fora do UFC 175, e não da empresa.
- Minha intenção ao dizer que ele "estava fora" foi dizer que ele estava fora do UFC 175, e que a Comissão Atlética de Nevada decidiria o seu futuro. Ele continua sendo atleta do UFC. Por enquanto... - disse White.
O dirigente se encontra na capital alemã para o UFC Fight Night no Combate: Muñoz x Mousasi.

Sonnen torce para que Wanderlei não seja demitido: "Ele tem uma família"

Americano afirma que não tem mais interesse em enfrentar o desafeto e volta a dizer que terá de substituir Minotouro, desta vez contra Johnson

Por São Paulo
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Chael Sonnen não gosta de Wanderlei Silva, mas mostrou ter compaixão em relação ao desafeto. Nesta sexta-feira, o presidente do UFC, Dana White, deu uma declaração confusa que soou como se o "Cachorro Louco" tivesse sido demitido. Depois, esclareceu que ele ainda é atleta da organização e "estava acabado" só para o UFC 175, dia 5 de julho, card do qual foi retirado após não fazer os exames pedidos pela Comissão Atlética de Nevada na data estipulada. Questionado se achava que o brasileiro deveria ser cortado, o falastrão americano afirmou que não, mas sem perder o tom irônico.
- Não quero ver o Wanderlei ser demitido. Acho que ele nunca mais vai lutar. Não dá para confiar nele de novo. Mas ele tem uma família. Sei que ele tem uma academia que é um fracasso miserável e não acho que ele tenha opções melhores - disse, em entrevista ao Combate.com e ao site americano "MMA Junkie" nesta sexta-feira.
Sonnen UFC (Foto: Ivan Raupp)Sonnen disse que não quer demissão de Wanderlei (Foto: Ivan Raupp)
Sonnen afirmou que não quer mais enfrentar Wanderlei Silva, após o duelo ser cogitado e não acontecer pela quarta vez até hoje. A rivalidade foi deixada de lado por ele.
- Não tenho interesse algum em lutar contra ele. Não quero enfrentar ninguém que não queira me enfrentar. Não faço esse tipo de bullying. Ele não quer lutar contra mim, então vou seguir minha vida.
O americano também voltou a criticar o histórico de lesões de Rogério Minotouro, ao dizer que já está se preparando para substituí-lo contra Anthony Johnson no dia 26 de julho, disse que está sentindo melhor do que esperava sem o tratamento de reposição de testosterona (TRT), elogiou Vitor Belfort, seu próximo oponente no dia 5 de julho, no UFC 175, e que espera que Dana White tenha se enganado ao dizer nesta sexta que o duelo será na categoria dos médios, em vez dos meio-pesados. Ele ainda garantiu que não se arrepende das provocações que fez ao Brasil no passado, apesar de ter boa relação atualmente com muitos fãs do país.
A seguir, confira a entrevista com Chael Sonnen na íntegra:
Você teve alguns dias para processar o que houve. Como está se sentindo a respeito dessa situação?
Ainda não pensei muito. Wanderlei nunca iria lutar, e eu não sabia que o Vitor lutaria. Eu achei que eu acabaria enfrentando o Anthony Johnson quando o Minotouro se machucasse, o que é inevitável. Eu não imaginei que isso pudesse acontecer.
Essa é a quarta vez que não acontece uma luta sua contra o Wanderlei. Você agora encerrou o assunto Wanderlei?
Com certeza. Estou bem. Não tenho interesse algum em lutar contra ele. Não quero enfrentar ninguém que não queira me enfrentar. Não faço esse tipo de bullying. Ele não quer lutar contra mim, então vou seguir minha vida.
Nunca vou me desculpar (pelo que disse sobre o Brasil). Fico feliz de ter feito isso. Me diverti muito. Toda a experiência do UFC 148 foi muito positiva"
Chael Sonnen
Tem algum arrependimento em relação ao que aconteceu no TUF Brasil?
Foi uma coisa da qual me arrependo. Eu esgotei minhas opções para evitar aquilo. Eu disse: "Por favor, pare". Mas não tinha muito o que fazer. Quando você está lidando com um valentão, se você implora para ele não fazer, isso só o encoraja a ir ainda mais fundo. Eu disse a ele que não queria fazer aquilo, mas ele cresceu em cima disso.
Os brasileiros estão te tratando muito bem. Tem algum arrependimento sobre as coisas que falou do Brasil no passado? Acha que de repente pode ter passado do limite em algum momento?
Não, definitivamente não. Nunca vou me desculpar. Pelo contrário, fico feliz de ter feito isso. Me diverti muito. Toda a experiência do UFC 148 (Anderson Silva x Chael Sonnen 2) foi muito positiva. Vir aqui e ser técnico do TUF também foi muito bom. Ainda não acabou. Tenho três caras que podem ser campeões (Warlley Alves, Márcio Lyoto e Vitor Miranda). O The Ultimate Fighter Brasil ainda não acabou para mim.
Você tem o Vitor pela frente agora, e ele é um lutador muito perigoso. Você o teme de alguma maneira?
Não, mas concordo com o que disse. Para mim, o Vitor foi o melhor lutador de 2013. Realmente quero vê-lo lutar contra o Weidman pelo cinturão. Para minha carreira ficar completa, tenho que enfrentar Wanderlei e Vitor. Já lutei contra o Wanderlei (risos), em uma situação imprópria. E agora vou enfrentar o Vitor.
Montagem Vitor Belfort e Chael Sonnen (Foto: Editoria de arte)Vitor Belfort e Chael Sonnen se enfrentam no dia 5 de julho (Foto: Editoria de arte)
O Dana disse hoje que sua luta contra o Vitor será no peso-médio (até 84kg), e não mais dos meio-pesados (até 93kg).
Espero que ele esteja errado. Seria novidade para mim. Para perder peso, com qualquer dieta que seja, você precisa de tempo. E o tempo para a luta é muito curto. Eu tenho um contrato para lutar nesse dia, e não é nos médios. Se esse cara (Dana White) mudou, vou fazer minha parte. Mas espero que tenha sido um mal-entendido. Não estou rezando ainda, mas estou esperando isso.
Você quer ver Vitor enfrentando o Weidman. Mas se você vencer o Vitor, será o desafiante número 1, certo?
Sim. O Vitor é o desafiante número 1, ele tem esse título. Se ele lutar, esse título é posto em jogo contra qualquer um que o enfrente. Nunca penso em disputas de título. Nunca tive essa perspectiva. Ouço os caras falando disso o tempo todo e acho que é por isso que nenhum deles chega à disputa. Quero o título, mas também existem lutadores específicos contra quem eu gostaria de lutar. Agora tenho que lidar com o Vitor.
O Dana White disse que, se o Vitor ganhar, vai disputar o cinturão, mas se você ganhar, eles vão pensar. Você havia dito no UFC Tonight que quem ganhasse disputaria o título. Como essa declaração lhe cai agora?
Isso é novidade para mim. Vitor é o desafiante número 1 ou não é. E eu não me importo. Mas se ele for o número 1, isso é um título, e esse título será colocado em jogo. Mas talvez ele não seja. Talvez alguém esteja chegando. Acho que o Luke Rockhold está recebendo pouca atenção. Acho que o Mark Muñoz, se vencer Mousasi, gostaria de vê-lo numa revanche contra o Weidman ou Machida. Existem vários caras. Mas a questão mais importante é: se o Vitor tem um título (de desafiante número 1), esse título estará em jogo. Disseram que vou enfrentá-lo, e essas são as regras de uma luta.
A realidade sobre o Wanderlei é a seguinte: nunca existiu um lutador pior do que ele no UFC. Nunca houve alguém com um cartel tão ruim. Ele não tem derrota em lutas por cinturão, porque nunca lutou pelo cinturão."
Chael Sonnen
O Wanderlei te culpou pela briga no TUF pelo fato de você tê-lo empurrado. Ele te empurrou num dos primeiros episódios, mas você não fez nada. O que acha disso?
Pessoas estúpidas dizem coisas estúpidas. Não tenho tempo suficiente para corrigir todas as coisas erradas que o Wanderlei diz. O Wanderlei disse que venceu aquela luta. Talvez seja um novo sistema brasileiro de pontuação, em que você é colocado para baixo, leva golpes e vence. Não sei o que fazer com esse cara.
O que você acha que ele fará na sequência? Acha que ele lutará novamente?
A realidade sobre o Wanderlei é a seguinte: nunca existiu um lutador pior do que ele no UFC. Nunca houve alguém com um cartel tão ruim na história do UFC. (Mirko) Cro Cop teve uma carreira terrível, mas não tão ruim quanto a do Wanderlei. Ninguém ficou empregado tanto no UFC com um cartel tão ruim como o do Wanderlei. Ele não tem derrota em lutas por cinturão, porque nunca lutou pelo cinturão. Ele não tem derrota em lutas pelo posto de desafiante número 1 da categoria, porque nunca lutou por esse posto. Ele apenas enfrenta os caras. Essa é a realidade. Você pode dizer o que quiser, mas entrar lá para lutar sem uma comissão atlética, com alguém falando para o árbitro quando parar a luta, isso não é real. E é isso que fez o Wanderlei. Se alguma coisa boa aconteceu esta semana foi que toda a nuvem de suspeitas sobre a carreira trapaceira desse cara finalmente veio à tona. E foi uma redençãopara todas aqueles caras que o enfrentaram. Alguns deles hesitaram em enfrentá-lo, e a resposta foi que ele nunca tinha falhado em um exame. É a verdade.
Sabemos sua opinião sobre o Wanderlei como lutador. Você passou tempo com ele no TUF, então qual a sua opinião sobre ele como pessoa?
O Wanderlei e eu não nos encaixamos. Nós batemos cabeça, mas os outros lutadores gostaram dele. A produção não gostou dele. Ele estava mandando os caras do próprio time para o hospital. Na primeira temporada ele mandou três do time dele para o hospital. Desta ele só mandou um. Quebrou o dente do cara num sparring.
Wanderlei Silva e Chael Sonnen TUF Brasil 3 (Foto: Reprodução/ TUF Brasil 3)Wanderlei Silva e Chael Sonnen se desentenderam no TUF Brasil 3 (Foto: Reprodução/ TUF Brasil 3)
Quem foi esse cara?
(Ismael) Marmota. Mas o Marmota adorou. Não ligou por ter quebrado o dente. Mas deixe o Marmota falar por ele próprio. Eu gosto dele, acho que merece uma chance no UFC também. De uma maneira geral, acho que o Wanderlei fez um bom trabalho como treinador. Ele comemorou exageradamente após algumas vitórias. Mas acho que ele fez um bom trabalho. E se cercou de bons profissionais no time, como (Luiz) Dórea e André Pederneiras.
Sabemos que não é seu trabalho, mas você acha que o Wanderlei deve ser demitido depois de tudo isso?
Não. Não quero ver o Wanderlei ser demitido. Acho que ele nunca mais vai lutar. Não dá para confiar nele de novo. Mas ele tem uma família. Sei que ele tem uma academia que é um fracasso miserável e não acho que ele tenha opções melhores. Não quero vê-lo demitido.
Quanto aos estilos, como vê esse duelo contra o Vitor Belfort?
Vitor é muito bom, é difícil de dizer. Já o estudei muito. Tenho amigos que já o venceram e amigos que já perderam para ele. Conheço o Vitor muito bem, mas é difícil de dizer. Vai ser questão de momento. Ele é um cara muito perigoso.
Como está se sentindo sem TRT?
Acho que estou me sentindo bem. É diferente. Vários caras dizem que não há melhora na performance, mas foi para mim. Me senti melhor. Eu precisava de menos tempo dormindo, tinha mais energia. Me sinto um pouco diferente sem o TRT, mas regras são regras.
Chael Sonnen ufc autógrafos  (Foto: Marcos Ribolli)Chael Sonnen distribuiu autógrafos para os fãs no Brasil (Foto: Marcos Ribolli)
Você está feliz com essa regra? Acha que é a coisa certa a fazer?
Acho que existe uma grande diferença entre uso e abuso, e esse é o problema. É muito difícil manter as pessoas dentro dos limites. As regras são as regras. Posso dizer que de uma maneira geral eu fui um pouco hipócrita sobre isso. Eu provavelmente diria que deveria ser banido.
Não é fácil dizer isso, né?
Acho que sim. Mas de novo, estavam abusando. Havia um processo para isso e, se quisesse mesmo, teria de lidar com a imprensa e com alguns desentendimentos. Mas é o processo. Outros caras diziam que era legal e só se importavam em fazer, mas não é bem assim.
Se o Vitor não conseguir a licença, você aceitaria uma luta contra outra pessoa?
De novo, devo lutar contra o Anthony Johnson assim que o Minotouro deixar o card. É oficial. Não sou eu que estou falando. Foi aquilo: "Chael, esteja preparado. Minotouro assinou, provavelmente vamos precisar de você". Não sei quanto a essa data específica (5 de julho). Não consigo pensar em outra pessoa. Acho que o Vitor será aprovado. Houve um problema de relações públicas. Ele deveria lutar pelo título, e agora não vai. Mas está de volta. Alguns problemas devem ser resolvidos, assim como devemos ouvir algumas explicações. Mas aposto que deve haver uma boa explicação.
Chael Sonnen ufc autógrafos  (Foto: Marcos Ribolli)Chael Sonnen também provocou Minotouro ao dizer que o substituirá contra Johnson (Foto: Marcos Ribolli)
Muitos fãs questionam o fato de você ganhar sempre essas chances de disputar o cinturão. Acha que esses lutadores que estão chegando podem aprender contigo como se colocar nessa posição?
Acho que sim. Não é uma ciência espacial. Você apenas precisa estar preparado. Um dos melhores exemplos ocorreu com o Jon Jones. Foram até tantos caras, e todos disseram não. Uns disseram estar machucados, outros disseram que não havia tempo suficiente para treinar. Se você quer ter sucesso na vida, tem que se colocar na situação correta.
Como homem de negócios, acha que, se o Vitor ganhar a licença, ele deveria enfrentar o Weidman em vez de você?
Não sei se isso importa. Quero ver o Vitor lutando pelo cinturão, quero ver o Machida, o Muñoz. Para mim, Luke Rockhold agora é o cara do momento. E nem mencionei o Jacaré. Incrível. Vitor deveria lutar pelo cinturão? Não sei. Existe uma regra aí. Ele é o desafiante número 1, mas o Daniel Cormier também deveria ser nos meio-pesados. O que você vai fazer? É uma escolha pessoal.
Como está sua situação com o Brasil agora?
Cheguei ontem (quinta) à noite, tive uma boa noite de sono, comi uma comida incrível. Comi pizza, estava muito boa. Nunca pensei que o Brasil fosse um lugar com essa culinária incrível. Estou muito feliz por isso.

Chael Sonnen perdoa André Dida após receber pedido de desculpas

Americano diz que chamou Vitor Belfort para assumir lugar de Wanderlei Silva no começo do TUF Brasil 3 e nega boatos de "affair" com Hortência

Por São Paulo
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André Dida TUF Brasil 3 (Foto: TV Globo)André Dida (de amarelo) atacou Sonnen por trás na
briga com Wand no TUF Brasil 3 (Foto: TV Globo)
Após ter sua luta contra Wanderlei Silva cancelada nesta semana, Chael Sonnen disse que já lutou com o brasileiro, só que fora do octógono, em referência à polêmica briga que os dois tiveram durante a terceira temporada do The Ultimate Fighter Brasil - Em Busca de Campeões. Naquela ocasião, porém, um terceiro componente se envolveu na confusão: André Dida, auxiliar técnico de Silva no programa, que golpeou o americano por trás em defesa do amigo. Dida foi expulso do programa e muito criticado desde então pela atitude, mas o próprio Sonnen afirmou que já o perdoou, e pediu que o público fizesse o mesmo.
- Ele me mandou um pedido de desculpas. Aceitei suas desculpas. Dida está recebendo muitas críticas e eu gostaria de lembrar as pessoas que funciona assim: você faz algo ruim, você é punido. Mas termina aí! Você não pode ficar do lado de fora de uma prisão e jogar pedras nos caras quando são liberados. André Dida fez algo ruim, ele foi punido; é isso, acabou. Se eu vir o Dida hoje, eu posso dizer "olá", ou passar direto por ele, mas acabou. Aceitei sua desculpa e espero que todos também deixem passar. Estou seguindo adiante, tenho coisas maiores pela frente - afirmou o lutador americano em entrevista coletiva com a imprensa brasileira após a pesagem do TUF Brasil 3 Final, nesta sexta-feira.
Wanderlei Silva foi substituído por Vitor Belfort após falhar em fazer exames antidoping de surpresa pedidos pela Comissão Atlética de Nevada, mas Chael Sonnen revelou que essa substituição poderia ter acontecido bem antes, ainda no começo da filmagem do TUF Brasil 3.
- Quando Wanderlei desistiu do programa, os produtores vieram a mim e disseram, "Você talvez precise se desculpar, o show pode ter acabado". E eu disse, "Caras, a única coisa que assusta Wanderlei Silva mais do que Chael Sonnen é o Vitor Belfort. Digam ao Wanderlei que eu estou ligando para o Vitor agora, que estamos pedindo ao Vitor para tomar seu lugar e que Wanderlei pode ir embora". E eles disseram, "Não podemos fazer isso", e eu disse, "Vocês precisam acreditar em mim". Então eu liguei para o Vitor, no vestiário - eles filmaram isso tudo, vocês podem perguntar para o Vitor, é verdade. Eu disse, "Vitor, você não pode falar nada sobre o que estou te dizendo, mas Wanderlei Silva saiu do programa e vamos te oferecer o seu lugar". Vitor disse, "Cara, eu adoraria, mas estou me preparando para uma luta pelo título contra (Chris) Weidman, não posso fazer isso". Mas eles aceitaram meu conselho, disseram, "Wanderlei, estamos chamando o Vitor para seu lugar, está tudo bem, entendemos se você quiser sair". E assim que eles disseram isso, ele se virou e voltou com seu rabo entre as pernas, colocou uma camisa e voltou - contou Sonnen.
Sonnen Tuf 3 (Foto: Marcos Ribolli)Chael Sonnen se divertiu com o boato de que ficou com Hortência: "Levamos como elogio" (Foto: Marcos Ribolli)
O lutador americano atendeu a imprensa por quase 40 minutos e falou de uma longa lista de assuntos. Ele inclusive aproveitou para desmentir o boato de que havia tido um "affair" com Hortência, ex-jogadora de basquete e sua assistente no reality show. Confira os melhores momentos abaixo:
"Affair" com Hortência
- Sabe, alguém escreveu isso, e chegou até a mim em Portland! (Guilherme) Bomba estava comigo e traduziu, e todas as fotos que eu tirei hoje com a Hortência, eu sempre pensava, "Alguém vai pegar essa foto e criar um boato!" Eu não sei quem escreveu. (Minha esposa) Não ficou insultada, ela adora a Hortência, nós rimos disso e levamos como um elogio. Hortência é uma mulher bonita, alguém vai ter sorte em tê-la.
Participação de Hortência no TUF
- Ela é uma das pessoas mais estilosas que eu conheço, seja homem ou mulher. Ela estava fantástica hoje, adorei revê-la. Acho que estamos a conquistando, acho que ela está gostando do MMA. Ela ficou muito envolvida com os caras, se importava com eles, esteve com eles nos altos e baixos. O TUF é tão duro, e ter alguém positivo do seu lado - ela é muito positiva - é muito importante. (Ela mudou) Completamente. Ela e Isabel foram as primeiras a dizer, "Não sabemos nada sobre este esporte, mas sabemos de esportes. Não sabemos essas técnicas, mas sabemos como lidar com pressão, com adversidade." Elas não foram nem um pouco teimosas, foram um pouco passivas. Ela era ótima líder, mas também foi uma ótima seguidora; ela tinha muitas ideias, mas também foi ótima em ouvir instruções, e essas são qualidades raras. É muito raro que alguém possa liderar e também seguir. Ela foi uma das melhores partes da experiência para nosso time.
Boa recepção dos brasileiros
- Eu me surpreendi um pouco com o quão legais eles foram com o bom e velho Chael. Eu passei muito tempo os provocando e os levando a uma opinião diferente, mas os brasileiros são muito espertos e foram meus cúmplices. Nós queríamos a mesma coisa: eles queriam me ver apanhar do Anderson e eu queria enfrentar o Anderson. Fomos parceiros.
Palpites para finais do TUF Brasil 3
- No peso-médio, não vou assistir, vou deixar a arena na hora, mas nos pesos-pesados, certamente espero que Vitor Miranda (vença). Ele tem todas as qualidades, mas vou dizer: Antônio (Cara de Sapato) pertence ao UFC também. Espero que ambos recebam o contrato, como aconteceu com Forrest Griffin e Stephan Bonnar. Acho que ambos terão ótimas carreiras. Mas Vitor Miranda!
Contato entre Lyoto Machida e Marcio Lyoto
- Tenho uma ótima relação com o Lyoto, mas não tinha até então. Eu liguei para o Lyoto do nada, consegui seu telefone com o Ed Soares, mandei uma mensagem de texto, dizendo que tinha um cara na equipe que o idolatrava, tem uma luta grande pela frente e está muito nervoso; você poderia falar com ele? E Machida, na mesma hora, disse sim, sem fazer perguntas. Ele perguntou que horas, eu combinei, ele disse que tinha treino na hora, mas seguraria para falar com ele. Foi um ótimo momento, mas não entrou no ar, (porque) quebramos muitas regras, você não pode fazer aquilo. O produtor-chefe, Dan Farmer, não estava na cidade, então tomei algumas liberdades. Mas foi um grande momento e mudou muito os espíritos do Lyoto.
Wanderlei Silva e o doping
- Acho que só tem um fato positivo que saiu de tudo isso. Ele sempre operou sob uma nuvem de suspeita, e todos nós sempre soubemos que esse cara estava trapaceando. Mas você não pode dizer a não ser que você o pegue. Ele chegou do Japão e virou o incrível homem que encolhia. Toda vez que você o via, ele estava sempre menor. Todos os caras que já o enfrentaram e pensaram, "Esse cara está sujo", têm algum tipo de redenção agora. Eu conversei com um deles mais cedo hoje e é assim que eles se sentem. Ele está aqui, você faça a matemática, mas há uma longa lista de pessoas que se sentem assim.
Por que sabia que Wanderlei não lutaria
- Eu estou tentando lutar com ele desde quando era difícil lutar com ele, e ele nunca quis fazê-lo. Aí, quando chegamos ao set… Entendam, o The Ultimate Fighter é um camp de treinamentos. Tem um torneio, mas todo o dia estamos treinando e é isso que eles estão filmando. É o melhor training camp - você tem todos esses parceiros de sparring, tem os melhores treinadores, as melhores academias, e ele não treinou. Quando você lembra que ele não luta desde janeiro do ano passado (na realidade, desde março), você não pode desperdiçar essas lutas. Na época, era um evento principal, uma luta de cinco rounds. Então, ele não estava se preparando apesar de ser uma luta de cinco rounds contra seu inimigo. Eu e ele não somos amigos, é uma luta grande que você não quer perder. Eu estava na academia treinando e ele estava no bar bebendo.
Justificativa de Wanderlei Silva
- Você acredita? Ouça, deixe ele se divertir e se justificar como ele quiser. Acho que é muito claro: eles chegaram para testá-lo e ele correu. Não há muito o que possa fazer com isso.
Luta com Vitor no peso-médio ou meio-pesado
- Eu pesei 232 libras (105,2kg) agora há pouco, isso me deixa com 51 libras (23kg) para perder em 30 e poucos dias, não sei se isso é possível. Tenho um contrato que diz 205 libras (93kg), então estou torcendo para que o Dana White tenha se enganado. Mas, se for 185 libras (83,9kg), é 185.
Márcio Lyoto e Warley Alves Pesagem UFC TUF 3 Final (Foto: Marcos Ribolli)Finalistas do TUF Brasil 3, Lyoto e Warlley Alves foram treinados por Sonnen no programa (Foto: Marcos Ribolli)
Sucesso como treinador no TUF Brasil 3
- Eu estava cercado de caras muito bons, e todas as lutas foram muito próximas, poderiam ter ido para qualquer lado. Todos os lutadores eram muito bons, os do Wanderlei também. E não só eram grandes lutadores, mas também boas pessoas. Em todo o grupo, sempre tem um babaca, menos nesse. Não tinha nenhum babaca. Eu e Wanderlei não nos batemos, mas todos os seus treinadores eram legais, os meus treinadores eram legais, todos os atletas, espero que todos eles entrem e alcancem seus sonhos.
Chael Sonnen, Ricardo Pantcho, Dan Henderson e Guilherme Bomba (Foto: Reprodução / Instagram)Guilherme Bomba (dir.) foi para os EUA após treinar
com Sonnen no TUF (Foto: Reprodução / Instagram)
Guilherme Bomba
- Ele é incrível, bicampeão mundial de jiu-jítsu, e está trabalhando duro. Ele está na minha casa agora, sua namorada Patrícia está indo para lá, vai ficar um mês. Ele está melhorando e, fisicamente, está pronto para lutar. Temos uma sala de treinos na minha casa, ele está no quarto de hóspedes. Podemos treinar 24 horas por dia, então tem sido ótimo. Aprendi muito com ele. É muito difícil de arrumar um campeão mundial de jiu-jítsu, muito menos um brasileiro campeão do mundo para vir e treinar, então tem sido uma bênção.
Perda de imagem de "vilão"
- Foi quase impossível, e era meu plano original. Mas no show, o problema é que as câmeras estão o tempo inteiro sobre você, sou muito melhor numa entrevista de 30 segundos, em que posso incorporar. Mas numa camera 24 horas por dia, não sou um ator tão bom.
Chances dos lutadores do TUF no UFC
- Muitos dos caras, até os eliminados, podem entrar (no UFC). O Wanderlei tinha um cara chamado (Ismael) Marmota que talvez fosse o melhor cara lá (na casa). Bomba talvez fosse o melhor cara lá. Todos os nossos pesos-médios diziam que o Bomba era o melhor. Acho que quem ganhar entre Warlley e Lyoto provavelmente vai virar um desafiante top muito rapidamente. Acho que o vencedor do The Ultimate Fighter deveria ser o desafiante número 1, fizeram uma vez e o Matt Serra foi lá e nocauteou Georges St-Pierre.  Agora estão fazendo um TUF com as mulheres da divisão peso-palha e quem vencer vai ser a campeã. Warlley poderia vencer agora, neste dia, tanto Chris Weidman quanto Johny Hendricks. E com isso dito, nem sei se ele vai vencer o The Ultimate Fighter. Ele vai enfrentar Marcio Lyoto, que está invicto em 16 lutas. Eu digo a Lyoto toda hora, "Há 6 bilhões de pessoas neste mundo e nenhuma delas conseguiu te derrotar". São dois lutadores bons. E o Pezão! Pezão era o cara que, quando eu treinava com ele, ele tem o pacote completo. Ele era demais para mim, muito grande, muito teimoso, muito bom. E Vitor, ele é incrível. É o cara mais esperto, mais talentoso, e ele vai enfrentar o cara mais talentoso e esperto do Wanderlei. Antônio Carlos Jr. é um sparring do Junior Cigano dos Santos, foi campeão mundial de jiu-jítsu, mas tem boxe excelente. É uma luta muito difícil, mas sei que o Vitor pode derrotá-lo.
O que sabe da língua portuguesa
(Meu português é) Terrível. (Sei falar) Bom dia, obrigado, coxinha…
Quem é melhor, Anderson Silva ou Jon Jones?
Meu único desejo para o Anderson agora é que ele tenha uma recuperação rápida, e acho que ele está conseguindo. Acho que, se ele voltar, ninguém está discutindo em qual peso ele vai voltar, e é altamente provável que ele volte como peso-meio-pesado. Se ele voltar e tiver algum nível de sucesso, pode ser que eles respondam essa pergunta para você.
Queda do Brasil no número de títulos no UFC
Eles tiveram alguma sorte ultimamente e na semana passada foi uma grande surpresa. TJ Dillashaw teve uma performance incrível. Eu não o escolhi para vencer esta luta e, mesmo olhando para trás, ainda teria escolhido (Renan) Barão. Eles provavelmente farão essa luta de novo. Esses títulos podem mudar de lado bem rápido. Posso dizer pela minha experiência aqui, e não estou dizendo por estar aqui: brasileiros são os melhores lutadores. As técnicas são melhores aqui, os treinadores estão à frente dos outros. Sou wrestler e, na América, levamos o wrestling muito a sério, mas pegamos o wrestling da Rússia. Os russos descubriram (as técnicas) e respingou para nós, contratamos sesu treinadores e tentamos aprender seus métodos. Mas se eu tiver um filho e ele quiser ser lutador, eu o traria ao Brasil.
Chris Weidman x Lyoto Machida
- Esta é uma luta tão difícil, tão difícil. São dois caras que eu preferia não ter de assinar (para lutar contra): Vitor Belfort e Lyoto Machida. Acho que ambos têm um estilo difícil, particularmente o Lyoto, ele é muito diferente, muito trabalho de pé. Acho que ele nunca esteve tão bem quanto naquela luta contra (Gegard) Mousasi, até do que na luta que bateu o Rashad (Evans) para ganhar o título. Acho que ele está fazendo suas melhores lutas agora. Mas o mesmo pode ser dito do Weidman. Weidman é o favorito, entendo isso, ele nunca perdeu, mas Lyoto nunca perdeu neste peso.
José Aldo x Chad Mendes
- Esta é uma luta boa, Acho que vai ser um Chad Mendes diferente. Achei que o Chad estava indo bem na primeira luta, achei que foi um primeiro round bom e parelho, ele não conseguiu o derrubar, o que foi uma surpresa para mim. Eles entraram naquela troca e, bum!, o Aldo o nocauteou. Mas o Chad Mendes só tinha  tipo sete lutas na época, era muito novo no esporte, era um jovem, tinha 25 anos, e foi no Brasil. Agora vai ser em L.A, que é mais perto, um voo de 40 minutos da casa dele, ele está um pouco mais maduro. É uma luta dura para o Aldo, é uma luta dura para ambos! Para mim, acho que Aldo é o melhor peso por peso do mundo, é entre ele e o Jon Jones, mas acho que Mendes pode surpreendê-lo.
Treino de Wanderlei Silva com Cael Sanderson
- Ele não treinou, aquilo não foi verdade. Ele tirou uma foto com o Cael Sanderson e aí disse que treinou com o Cael. Mas o Cael desmentiu, disse que estava passando por ele e o Wanderlei o puxou para uma foto.
Yoel Romero
- Yoel Romero é o melhor wrestler no UFC agora, e Daniel Cormier também diria isso. No papel, ele é o melhor wrestler no UFC. Mas ele começou tarde (no MMA), já tem 36 anos de idade e estão o levando lentamente. Se ele ganhasse uma grande luta, realmente gostaria de colocar ele contra o Jacaré, é essa a luta que estávamos pedindo depois de sua última atuação. Jacaré está lesionado agora e acho que não tem um oponente, mas essa é a luta que queríamos fazer. Vamos ver o que aconteço, acho que ele vai pegar outra pessoa.
Decepção por não lutar no Brasil
- Sim (me decepcionei), por múltiplas razões. Um, eu queria vir para cá competir; dois, era isso que estava acordado quando assinei para fazer o Ultimate Fighter Brasil, seria a luta no Brasil contra o Wanderlei, e acordo é acordo. A liderança do UFC fez de tudo para isso acontecer, mas você não pode obrigar um cara a lutar. Gostaria (de lutar no Brasil), tenho fantasias com isso. Mesmo quando eu não tinha o apoio aqui, eu ainda queria vir e lutar. Anderson e eu estávamos programados para lutar aqui numa época e eu queria andar pela multidão e ter todos me vaiando, jogando bebida em mim, nervosos… Eu me saio bem com essas coisas, consigo uma reação, sinto uma resposta da torcida. Nunca pedi para que torcessem por mim, nunca pedi pelo apoio da torcida.
Melhores lutadores em autopromoção
- Há algumas pessoas muito boas em se promover. A Ronda Rousey entende o que está fazendo e tem um método para isso. Conor McGregor está fazendo um bom trabalho, Brock Lesnar fez um bom trabalho - sei que ele está aposentado, mas fez um bom trabalho.

Drubscky projeta o Goiás sempre no top-10 e avisa: "A tendência é evoluir"

Quinto na tabela, técnico afirma que meta é se classificar para uma copa continental e evita jogar confetes nos jogadores mais jovens: "A prudência é o melhor caminho"

Por Rio de Janeiro
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Com 15 pontos em oito jogos no Campeonato Brasileiro, o Goiás é a principal surpresa do torneio e ocupa até agora a quinta posição, empatado com Internacional, Corinthians e Fluminense, vice-líder nos critérios de desempate. Com recursos limitados, o time tem a melhor defesa do campeonato junto com o Corinthians, com apenas quatro gols sofridos. Resultado de uma aposta em uma base formada por jogadores jovens, alguns deles formados no próprio clube, sob o comando do técnico Ricardo Drubscky, um dos responsáveis por esse sucesso.
Ricardo Drubscky palmeiras x goias (Foto: Marcos Ribolli)Ricardo Drubscky exalta bom momento do Goiás (Foto: Marcos Ribolli)
Aos 54 anos, Drubscky chegou ao clube há pouco mais de um mês, vindo do Paraná Clube. Mineiro, trabalhou com nomes como Ney Franco e Enderson Moreira, e comandou o América-MG no título da Copa São Paulo de 1996. Em 2002, porém, deu um tempo na carreira para exercer a função de coordenador de base nos clubes. Parecia confortável, consolidado, até que, em 2010, concluiu que estava fora do lugar e decidiu voltar a ser técnico, trocando o Atlético-PR, onde comandava a base, pelo Monte Azul-SP. Desde então, passou por Tupi-MG, Volta Redonda, Atlético-PR, Joinville, Criciúma e Paraná Clube. e finalmente o Goiás.

Em entrevista ao GloboEsporte.com, Drubscky conta um pouco dessa trajetória e fala sobre o atual momento do Goiás no campeonato, além de fazer uma crítica à situação dos treinadores no futebol brasileiro. Confira:

GloboEsporte.com:No passado, o Coritiba chegou a liderar o campeonato, mas só escapou do rebaixamento no fim, e isso já ocorreu com outras equipes que começaram bem. Você teme que isso aconteça com o Goiás?

Ricardo Drubscky: Em primeiro lugar, acredito que estamos fazendo uma campanha sólida, com resultados merecidos, produzindo mais do que os adversários. Estamos investindo em uma maneira de jogar, numa qualidade de jogo, e a tendência é evoluir. É claro que as outras equipes vão melhorar, mas não acredito que vamos sofrer uma queda brusca. É claro que vamos perder jogos, nosso objetivo é consolidar uma forma de jogar, e sempre em busca de uma vaga em alguma competição continental, sempre entre os dez primeiros, na metade de cima da tabela. Não é um objetivo fixo, é algo projetado, que pode mudar de acordo com o desempenho do time no campeonato.

Você está há pouco mais de 40 dias no comando do Goiás. Como você encontrou a equipe após a saída do Claudinei Oliveira?

Realmente, peguei um trabalho já feito pelo Claudinei, com uma base consolidada. Mas coloquei minha ideia, minha filosofia, e creio que as coisas estão andando bem nesse momento.

Na partida contra o Vitória, jogadores como Rodrigo e Liniker foram muito elogiados, e você tem dado oportunidade a outros garotos, como Clayton Sales, Assuério e Erik. Como é o trabalho com eles dentro ou fora de campo, especialmente os dois primeiros?

Estou há pouco tempo aqui, mas sei que o Goiás foi vice-campeão da Copa São Paulo em 2013, e essa garotada, que é a base daquele time, tem muita qualidade. Os dois meninos, especificamente, têm um comportamento exemplar e uma trajetória grande a percorrer. Mas como trabalhei muitos anos na base, sei que a prudência é o melhor caminho na hora de fazer avaliações individuais e não gosto de jogar muito confete nesses garotos. Mas se mantiverem o foco, terão um futuro brilhante.

Você era coordenador da base do Atlético-PR, já consolidado, e de repente decidiu voltar a trabalhar como técnico, recomeçando uma trajetória em um clube menor. O que te motivou a isso?

Na verdade, sou treinador desde sempre, mas na minha trajetória como treinador, houve uma possibilidade de eu mexer com coordenação de base, gestão. Durante oito anos eu mudei meu foco, trabalhei no Atlético-PR dois anos como coordenador da base. Mas eu estava meio sufocado, fora do lugar. E resolvi sair de um cargo muito bem remunerado no Atlético-PR e ir para o Monte Azul retomar, em 2010.
Ricardo Drubscky, técnico do Goiás (Foto: Guilherme Gonçalves/GloboEsporte.com)Ricardo Drubscky, técnico do Goiás (Foto: Guilherme Gonçalves/GloboEsporte.com)
Você já passou por oito clubes desde que voltou a ser técnico em 2010. O que você pensa sobre essas constantes trocas de treinadores no futebol brasileiro? Não há como ser diferente?

Não há como ser diferente, mas deveria ser diferente. Essa ciranda de troca de treinadores só tem prejudicado o futebol brasileiro. Não defendo que sejamos todos de altíssimo nível, mas é possível perceber que essas trocas têm diluído a qualidade dos trabalhos. Nós, treinadores, estamos todos muito confusos, não sabemos o que estudar. Coordeno o curso de treinadores da CBF há cinco anos, mas ainda hoje não foi chancelado. Nós gostaríamos que esse projeto fosse validado para o mercado, para dar uma base de sustentação aos treinadores, além de ter o reconhecimento da classe profissional, que é fundamental.

O fato de não ter sido jogador te faz falta no trabalho?

Eu gostaria de ter sido, pela paixão que eu tenho pela bola. Desde criança me via no futebol, naquele sonho de infância, aquela coisa meio lúdica, depois como adolescente também, quando comecei a pensar em trabalhar com futebol. Hoje, com 54 anos e 31 como profissional, vejo que são atribuições distintas. Ser atleta é uma coisa, ser treinador é outra. Defendo a capacitação do técnico, em suas habilidades intelectuais, porque isso é o mais importante. E isso não me atrapalha em absolutamente nada.

Recentemente, o técnico Narciso declarou que um dos problemas da base brasileira é a presença de "muitos caras de universidade", e depois se retratou. Você sofre preconceito de ex-boleiros por não ter sido um deles?

Pelo contrário. Vejo tantos ex-jogadores se aproximando de mim ávidos por conhecimento, e modéstia parte, tenho um elenco de candidatos a auxiliar-técnico, porque sabem que precisam aprender, evoluir, assimilar competências diferentes das que já têm. Acho que foi uma declaração infeliz do Narciso, ele se retratou, pediu desculpas. Vemos grandes ídolos que não têm a mínima aptidão para treinador. E ex-jogadores de pouco brilho se transformando em excelentes treinadores, que sabem comandar bem uma equipe. O que importa é a competência para o ofício, ou vamos entrar naquela velha história de que o médico que tiver que tratar um paciente com câncer já deveria ter sofrido câncer. Não defendo a teoria sem prática, nem a prática sem teoria. E por causa desse distanciamento que o futebol brasileiro ainda tem problemas, e precisa evoluir. Precisa haver essa  afinidade em todos os níveis, inclusive a imprensa, que precisa entender mais do esporte. Não é possível mais ficar na mesmice de "se não faz coletivo, o time não desenvolve". Na Europa, não se faz coletivo desde a década de 60. Aqui, se você não faz coletivo, há pessoas que dizem que o "time não treinou durante a semana". Eu já passei por isso algumas vezes.

Você e o Enderson Moreira são mineiros, trabalharam juntos e começam a ganhar projeção nacional quase ao mesmo tempo. Isso sem falar no Ney Franco, que já comanda equipes de Série A desde 2006. É possível falar que há uma espécie de escola mineira surgindo com força?

Sim. Tivemos ali no início de 2000 um ninho na base mineira, restrito a Cruzeiro e Atlético, que gerou grandes treinadores, e aí posso citar Marcelo Oliveira, que faz parte do mesmo grupo. Há também outros profissionais de altíssima qualidade, como o Klauss Câmara, que era coordenador do Fluminense, o Diogo Giacomini, dos juniores do Palmeiras, o Emerson Ávila. Tivemos um ninho que fabricou um grupo pensante de treinadores com ideias parecidas, pensamentos homogêneos, e quando você junta duas boas pessoas conversando elas podem melhorar. Quando junta dez, a coisa cresce muito. Vivemos um momento mágico no futebol mineiro, montamos um nicho que hoje se espalhou pelo país.
Temos muito a evoluir na parte de treinamento, mas o talento dos jogadores continua sendo fantástico, podemos fazer misérias com os jogadores que surgem no Brasil.
Ricardo Drubscky
Como você vê o futebol brasileiro no momento, técnica e taticamente?

Temos muito a evoluir na parte de treinamento. O talento continua sendo fantástico, podemos fazer miséria com os jogadores que  no Brasil, mas queremos melhorar nossa qualidade de treinos para que, como consequência, a qualidade do jogo seja superior. Somos todos autodidatas, temos um conteúdo muito importante de treinamento para explorar por aqui, e acredito que isso seja possível através da capacitação dos técnicos. Quero deixar claro que isso não é uma crítica aos treinadores, que são muito mais vítimas do que culpados em todo o processo. Defendo a escola brasileira, e meu livro, "Universo tático do futebol - A escola brasileira", é em homenagem aos técnicos brasileiros. Devo lançar a segunda edição durante a Copa do Mundo.

Você é autor de um dos poucos livros sobre tática publicados no futebol brasileiro. Como você vê os livros dessa área publicados no Brasil? Acha que esse material divulgado é bom?
Não é uma bibliografia farta, mas tem coisas boas. O Bruno Pivetti, auxiliar do Fernando Diniz no Audax-SP, lançou um livro sobre periodização tática; o Rodrigo Leitão, técnico do sub-17 do Corinthians, tem vários artigos, é interessante o Universidade do Futebol, literatura internacional é vasta em inglês e espanhol. Mas não basta ler sobre tática. É fundamental refletir, criticar e aplicar para entender como esses conceitos funcionam na prática.

À moda uruguaia: Celeste sofre, mas recompensa torcida com vitória magra

Penúltimo amistoso antes da Copa tem pouco futebol, mas apoio de um Centenário lotado apesar de chuva e frio; gol diante da Irlanda do Norte é do reserva Stuani

Por Montevidéu
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Isso foi apenas a primeira despedida. E sob frio e chuva. Mas a torcida uruguaia comprovou nas cadeiras geladas e molhadas do Centenário, na noite desta sexta-feira, toda a mobilização que já é possível sentir em cada bandeira desfraldada pelas ruas de Montevidéu. Embalado pela massa, o Uruguai, mesmo atrapalhado por ter de abdicar de sua vocação defensiva, venceu a Irlanda do Norte no penúltimo amistoso antes do embarque ao Brasil para a Copa do Mundo. Como reza a cartilha oriental, foi suado, é claro: 1 a 0, gol do bancário Stuani, que ainda luta para não sobrar da lista final.
Baird e Forlan Uruguai x Irlanda do Norte (Foto: AFP)Uruguai e Irlanda foi jogo bem disputado (Foto: AFP)

Na quarta-feira tem mais. A Eslovênia será o rival do adeus definitivo da Celeste de seu lar tão aconchegante. Uma despedida doída, uma vez que ficou claro que, com uma equipe muito mais operária do que inspirada, a grande força vem mesmo do urro de seus fanáticos torcedores. No Brasil, o Maestro Óscar Tabárez terá que se virar sem esse exército de luxo. Antes, no sábado, o treinador divulgará a lista definitiva de 23 nomes – dois, portanto, serão cortados.
Sem Suárez, lesionado, e Godín, poupado, ascenderam ao time, no ataque e na defesa, respectivamente, o experiente Forlán e o jovem Coates – esse último um dos que precisava mostrar serviço para seguir na delegação.  O problema é que a zaga não teve muito trabalho, fora pouco testada. E até permitiu o sempre cauteloso time uruguaio se lançar à frente. Responsabilidade que, historicamente, acaba complicando a Celeste. Com os meias Ramirez e Rodriguez abertos, os volantes Gargano e Arévalo Rios precisavam ajudar a armar. Nunca foi a deles. Forlán e Cavani ficaram pouco abastecidos.
Mas e daí? Os charruas que encaravam chuva e frio só queriam torcer. Aplaudiram até pisada na bola de Arévalo Rios e saída claudicante de Muslera. Sobrou vaia apenas para o árbitro brasileiro Leandro Vuaden por amarelar Gargano.
Stuani e Rios gol Uruguai x Irlanda do Norte (Foto: AFP)Uruguai venceu com gol de reserva (Foto: AFP)
Aos poucos, o Uruguai assustava. Porém, não contava com Roy Carrol. Aos 32, o goleiro espalmou chute cruzado de Cavani e, no rebote, atirou-se para fazer milagre contra Forlán. Resultado: bateu as costas na trave, mas se recuperou. No minuto final do primeiro tempo, o mesmo lance às avessas: Forlán arriscou, Carrol rebateu e, desta vez, Cavani, sozinho, errou o rebote, sem mérito ao camisa 1.

O clima de amistoso parecia cada vez mais arrefecido. Começou a ter cara de Copa no segundo tempo. Houve apenas uma troca no intervalo (Stuani na vaga de Forlán) e o goleiro irlandês demorou diversas vezes para repor a bola. Além de dois amarelos para os visitantes por entradas duras. E não é que Stuani, egresso do banco, resolveu? Rodriguez mostrou lampejo de lucidez em bela arrancada e ofereceu a bola a Cavani, que foi ao fundo e brindou Stuani e todo o Centenário. A torcida dos celestes valeu a pena.
Depois do 1 a 0, aos 16, ressurgiu o clima de festa. E começaram as substituições mais fortuitas. Até porque o gol suado saiu. Assim como a vitória. Com a cara do Uruguai.

Da prorrogação ao altar, Gustavinho e Neto se reencontram na final do NBB

Compadres de casamento, técnicos de Flamengo e Paulistano deixam a amizade de lado e comandam seus times na decisão deste sábado, às 10h10, na Arena da Barra

Por Rio de Janeiro e São Paulo
Comente agora
 
Muito mais do que rivais na final deste sábado, às 10h10m, na Arena da Barra, no Rio de Janeiro, José Alves Neto e Gustavo de Conti pertencem à mesma "família". Pelo menos a do basquete. Embora os sobrenomes registrados em suas carteiras de identidade sequer se confundam, a afinidade do dia a dia cultivada desde 1998 e os conceitos sobre a modalidade que colocou Flamengo e Paulistano frente a frente na decisão do NBB são tão fortes que extrapolam o respeito que um tem pelo outro. Ao ponto de o técnico da equipe paulista ter sido "obrigado" a atrasar a entrada de sua esposa Alessandra na igreja no dia do seu casamento para esperar o rival rubro-negro chegar a tempo de ser um de seus padrinhos. As reclamações pelo atraso da viagem de Rio Claro à capital paulista, em razão de um jogo da seleção sub-19, da qual Neto era o comandante à época, ecoam até hoje nos ouvidos de Gustavinho e, principalmente, na consciência do amigo.
TÉCNICOS DE BASQUETE ( FLA X PAULISTANO) (Foto: André Durão)Parceiros no Paulistano por cerca de cinco anos e atualmente na comissão técnica da seleção brasileira, José Neto e Gustavinho irão estar frente a frente na decisão do NBB, entre Flamengo e Paulistano, neste sábado (Foto: André Durão)

- Ele e o Diegão (Jeleilate, preparador físico do Paulistano e da seleção) eram meus padrinhos e estavam trabalhando num jogo da seleção sub-19 em de Rio Claro. Estava tudo pronto, mas tinha um casamento logo após o meu e a cerimônia tinha que ser rápida. Como eles estavam atrasados e não chegavam, o padre estava meio atacado e queria fazer o casamento assim mesmo. Falei que não casava sem meus padrinhos. O pior foi que ainda tive que ficar escutando a Alessandra e as mulheres dos dois reclamando. Mas foi um episódio muito engraçado. O mais legal é que tenho certeza de que nossas famílias estão muito felizes com este momento. Pena que alguém tem que perder, o ideal seria se pudesse haver um empate (risos) - contou Gustavinho.
Réu confesso, José Neto se defende e afirma que ele e Diego Jeleilate tinham tudo sob controle e uma estratégia traçada para cruzar os cerca de 180km que separam Rio Claro de São Paulo a tempo de chegar na igreja no horário marcado. A dupla só não esperava que a partida fosse para a prorrogação. Além da bronca dos noivos e de sua mulher, o técnico do Flamengo lembra que ainda teve de aturar um sermão do padre.
- Estava tudo combinado com as nossas mulheres. Nossas roupas estavam no carro e trocaríamos na sacristia da igreja, só que a prorrogação atrapalhou tudo e acabamos nos atrasando. Nunca mais esqueço do padre dizendo que já tinha visto de tudo, menos um casamento atrasar por conta dos padrinhos (risos) - recordou o comandante rubro-negro às gargalhadas.
Gafes à parte, as histórias mais interessantes dos finalistas da sexta edição do NBB foram construídas sem furos e tiveram início no mesmo banco de reservas. Se hoje cada um defende seus interesses, o primeiro contato da dupla, há 16 anos, foi no próprio Paulistano, quando Neto era auxiliar técnico de Eduardo Agra na equipe principal e Gustavinho era atleta do time juvenil.
mosaico jose neto e gustavo de conti nbb (Foto: Editoria de Arte)Amigos de longa data, José Neto e Gustavinho aparecem juntos em um dos treinos da seleção brasileira; em frente à Torre Eiffel, em Paris; no casamento de Gustavinho com Alessandra, e com convívio com os filhos (Foto: Editoria de Arte)
Não demorou muito para seus pensamentos se cruzarem e a parceria ter início. Elevado ao cargo de treinador, Neto convidou Gustavinho para ser seu assistente e a resposta foi positiva. Juntos por mais de cinco anos no comando da equipe paulista, eles não conseguiram nenhum título de expressão, mas se orgulham por terem feito parte do trabalho que deu fruto nesta temporada e pode ser coroado neste sábado com o inédito título de campeão do NBB.
Somos muito mais do que colegas de trabalho, somos amigos de verdade. Sou padrinho de casamento dele, acompanhei o nascimento das filhas dele e ele do meu mais novo
José Neto
- Eu acho que essa final entre Flamengo e Paulistano é um prêmio pelos anos que nos dedicamos e trabalhamos em prol do basquete. É claro que hoje defendo o Flamengo e não tenho outro pensamento se não vencer mais uma vez o NBB. Qualquer outro resultado vai me deixar muito frustrado. Mas também me sinto um pouco responsável pelo sucesso do Paulistano. Nós começamos esse trabalho lá atrás e eu fico feliz pelo Gustavo. Somos muito mais do que colegas de trabalho, somos amigos de verdade. Sou padrinho de casamento dele, acompanhei o nascimento das filhas dele, ele do meu filho mais novo e nossas famílias estão sempre juntas - disse José Neto.
Mesmo como adversários, Neto e Gustavinho são cúmplices no trabalho. A relação fora das quadras entre eles é tão estreita, que quase que diariamente eles se falam. Seja para trocar ideia sobre a modalidade, simplesmente para matar a saudade ou até mesmo para elogiar uma vitória ou criticar uma atitude à beira da quadra. Nada que atrapalhe ou ponha em risco uma amizade que começou num simples treino de basquete e que provavelmente durará para a vida toda.
- É uma situação que a gente sempre sonhou, mas ao mesmo tempo estranha. Somos amigos, mas não podemos perder o foco no trabalho. Eu sou um cara mais fechado, mas com ele me sinto totalmente à vontade para conversar sobre tudo. Nos falamos quase todos os dias e temos total liberdade para trocar ideias, dar opiniões e criticar um ao outro também. Amigo é aquele que fala a verdade na hora que você menos quer ouvir - explicou Neto. 
TECNICOS DE BASQUETE ( FLA X PAULISTANO) (Foto: André Durão)Neto e Gustavinho se abraçam no intervalo dos treinos de Flamengo e Paulistano na Arena da Barra, quinta-feira (Foto: André Durão)
Mas tudo tem um preço. Ao mesmo tempo em que se enfrentar numa final do NBB era um sonho antigo da dupla, a convivência e o carinho do dia a dia terão que ficar de lado por algumas horas neste sábado. Parceiros na comissão técnica da seleção brasileira e adversários no confronto entre Flamengo e Paulistano, Neto e Gustavinho carregam o peso de serem dois dos melhores técnicos da nova geração e de se conhecerem como poucos. Talvez por isso o duelo entre os amigos confidentes seja tão equilibrado e imprevisível
- O Neto é um irmão, foi meu padrinho de casamento e é um cara que respeito demais. Mas temos nos falado menos esses dias, até para um não atrapalhar o trabalho do outro. Aprendi muito com ele no período em que fui seu assistente no Paulistano e hoje o considero o melhor técnico do Brasil. Sei o quanto é difícil enfrentar um time treinado por ele, até porque nos conhecemos demais e ele sabe o que procuro fazer para ganhar os jogos. Não vai ser nada fácil. O Flamengo tem um time muito forte e está jogando em casa diante de sua torcida. Sabemos que precisamos nos concentrar para vencer a final e sermos campeões - destacou Gustavinho.
O GloboEsporte.com acompanha em tempo real a final do NBB a partir das 9h da manhã deste sábado. A TV Globo e o SporTV transmitem ao vivo a partida.

Pronto para a Copa, Fred promete alegria para o povo e para a filha

Marcação de Geovana é forte, mas atacante não foge do assédio da mulherada. Mineirinho pena para brilhar e diz que o gol mais rápido do mundo mudou sua vida

Por Rio de Janeiro
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Ele diz que não foge ao estilo mineirinho, quieto, mas sabe que atrai os olhares da mulherada. E uma pequena menina faz marcação cerrada no papai: Geovana, de oito anos. Fred é o nome da vez na série de perfis feita pelo repórter Tino Marcos para o Jornal Nacional.
- Nunca fui galã, bonitão, paquerador, sempre fui tranquilinho, mineiro... - diz o atacante do Fluminense, tentando convencer a todos. Não conseguiu.
Dentro de campo ele também demorou a convencer. Após o trauma da morte da mãe, quando tinha apenas sete anos, Fred tentou se aventurar no futebol, em clubes no interior de Minas e de São Paulo. Era indisciplinado e tinha dificuldades de se firmar. Foi mandado embora do América de São José do Rio Preto, parou em outro América: o mineiro. Lá, estava na lista de dispensa quando disputou a Taça Cidade de São Paulo. No último jogo, fez o famoso gol mais rápido do mundo na época: três segundos e dezessete centesimos.
Depois do feito, foi procurado por jornalistas do mundo todo. E garantiu seu emprego. Cresceu no América, parou no Cruzeiro. De lá, foi um pulo para o Lyon, no qual ganhou três títulos do Francês. E ganhou também seu maior presente: Geovana, em março de 2006. No mesmo dia, marcou um golaço em um jogo da Liga dos Campeões. E dedicou à filha.
No mesmo ano, um gol na Copa da Alemanha escreveu o nome de Fred na seleção brasileira. Foi campeão da Copa América de 2007 e campeão e artilheiro da Copa das Confederações, em 2013. Agora, vai precisar fazer bonito na Copa do Mundo. A exigência é de Geovana, que já avisou: vai pedir muitos gols. Quem sabe um como aquele do dia do nascimento dela? Mas, desta vez, dedicado também a duzentos milhões de brasileiros.
- Estou muito preparado para fazer os gols e colocar meu povo inteiro para comemorar - disse o atacante.
PERFIL jogadores brasil - FRED (Foto: Editoria de arte)

Plim-plim, intervalo comercial: hora de Neymar, Felipão e da Seleção na TV

Camisa 10 é a personalidade com mais aparições publicitárias na televisão brasileira em 2014. Scolari vem logo atrás, mas outros também aproveitam o filão da Copa

Por Teresópolis, RJ
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Gisele ao lado de Neymar em ensaio para a Vogue (Foto: Facebook)Neymar participa de comercial com a modelo Gisele Bundchen (Foto: Facebook)
Plim-plim. Intervalo comercial na televisão. E com ele uma enxurrada de Neymar, Luiz Felipe Scolari, seleção brasileira... Em tempos de Copa do Mundo, o futebol domina as campanhas publicitárias. E os astros brasileiros dos gramados, é claro, são os protagonistas.
Neymar é imbatível nesse quesito. Craque em campo, o atacante mostra a mesma desenvoltura diante das câmeras. De carros a cuecas, passando por baterias, marca de refrigerante, operadora de telefonia móvel, fabricantes de materiais esportivos, produtos de higiene masculina, equipamentos eletrônicos... Neymar vende de tudo.
Não por acaso, o atacante é a personalidade com mais aparições na televisão brasileira em 2014. Números levantados pelo Instituto Controle de Audiência, entre os dias 1° de janeiro e 25 de maio deste ano, a pedido do GloboEsporte.com, mostram que o atacante ingressou na casa dos brasileiros, pela TV aberta, em 2.834 oportunidades neste período. E isso levando-se em conta apenas os comerciais. Jogos e reportagens jornalísticas não estão no levantamento.
Com 11 patrocinadores – nem todos veicularam comerciais com o jogador neste ano -, o atacante esteve mais presente, em 2014, em campanhas publicitárias do qualquer outra pessoa no Brasil. Ele é seguido de perto pela modelo Gisele Bundchen (2.727), segunda da lista. O ex-atacante Ronaldo é o terceiro com mais aparições (2.300) na TV aberta.
– O Neymar não é apenas um jogador de futebol. Hoje, ele é uma celebridade. A pesquisa aponta que ele, assim como o Cristiano Ronaldo, por exemplo, têm exposição maior na mídia com a vida social e pessoal do que propriamente como jogador de futebol – analisou José Colagrossi, diretor executivo do Ibope Repucom, empresa que fez um estudo recente analisando o valor comercial de 6.500 personalidades pelo mundo.
Mosaico - Seleção na telinha (Foto: Editoria de Arte / Reprodução Youtube)Seleção comanda os intervalos comerciais no período da Copa do Mundo (Foto: Editoria de Arte / Reprodução Youtube)

O fato de Neymar, além de jogador, também ser uma celebridade, ajuda a entender a popularidade do craque com o público em geral, e não apenas com fãs de futebol. Pesquisa recente, realizada pelo instituto Ibope Repucom, mediu a percepção de mais de 6.500 pessoas em 13 mercados internacionais (Argentina, Brasil, China, França, Alemanha, Índia, Itália, México, Rússia, Espanha, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos). Cristiano Ronaldo foi apontado como o jogador mais "comercializável" do mundo. Neymar é o primeiro brasileiro na lista, em sétimo.
O mesmo estudo aponta que, entre as personalidades brasileiras, Neymar lidera os oito quesitos indagados na pesquisa: consciência, apelo, aspiração, personalidade, endosso de produtos, influência de tendências (ditar moda) e confiança.
O camisa 10 da Seleção aparece em primeiro no Brasil como a personalidade mais "comercializável". Aproximadamente 500 celebridades brasileiras, entre artistas, desportistas, empresários e autoridades, apareceram como opção na pesquisa, sendo que cerca de pouco mais de 10% deles eram atletas (80).  
Felipão: turrão, engraçado e confiável
Felipão treino Brasil (Foto: Gaspar Nóbrega/VIPCOMM)Felipão deixa os comerciais de lado e comanda o Brasil (Foto: Gaspar Nóbrega/VIPCOMM)
Quem também é presença constante na telinha é Luiz Felipe Scolari. Carismático e querido pelo grande público, o treinador emplacou vários comerciais na televisão. Turrão, porém, bem-humorado, ele encarna um personagem e constantemente ataca de ator. Segundo Felipão, algo normal. A intimidade com as câmeras vêm do longo tempo de convivência com os jornalistas esportivos.
– Levo numa boa. Acho algo normal. Eu me sinto à vontade com as câmeras. Convivo com jornalistas há muito tempo – disse o treinador, em recente entrevista ao GloboEsporte.com, quando estava realizando uma ação promocional.
E Scolari leva mesmo jeito para a coisa. Nos últimos meses, ele atuou em comerciais de operadora de telefonia móvel, cerveja, refrigerante, carro, produtos alimentícios, rede de supermercado e até fez a barba em um evento comercial para uma marca de higiene masculina, patrocinadora da CBF. A imagem do treinador vende tanto que no filme da Sadia, ele atuou com o fiel escudeiro e auxiliar Flávio Murtosa. Dona Olga, esposa de Felipão, está ao lado do marido na propaganda da Wallmart. Somente em maio, o treinador teve mais de 300 aparições em comerciais na televisão aberta, de acordo com o Instituto Controle de Audiência.
Eu me sinto à vontade com as câmeras 
Felipão
 - O fato de ser o técnico da seleção brasileira ajuda, mas qual outro técnico teve tamanha exposição? O Felipão é carismático e tem seu próprio estilo. É linha-dura, mas também tem um lado de humor. E tem a confiabilidade do consumidor – disse José Colagrossi.
Quem trabalha a imagem de Scolari é a empresa Dodici Sports, do ex-diretor de marketing do Palmeiras, Juan Brito. Quando Felipão retornou à Seleção, em novembro de 2012, o plano estratégico foi traçado e ficou definido que Felipão vincularia sua imagem a no máximo seis empresas. O limite foi imposto por dois motivos: um possível desgaste e o foco do treinador na Copa do Mundo.
– Já gravei tudo o que tinha que gravar. Só tenho cabeça para a seleção brasileira – disse o treinador, no final de abril.
características únicas e marcantes

David Luiz Coletiva Seleção Brasileira (Foto: Mario Farache / Mowa)David Luiz na entrevista coletiva da Seleção na Granja: carismático (Foto: Mario Farache / Mowa)
Neymar e Felipão são praticamente unanimidades. Outros jogadores da Seleção, porém, também aproveitam o filão publicitário. O zagueiro David Luiz é um bom exemplo. Bem articulado e carismático, o jogador, recém-contratado pelo Paris Saint-Germain ao Chelsea, participa de cinco campanhas no momento.
Nesse caso, porém, David Luiz não chega a ser uma celebridade. Apesar de ter se tornado o zagueiro mais caro da história do futebol na semana passada, quando o Paris Saint-Germain desembolsou 50 milhões de libras para contar com o brasileiro, a vida pessoal e social do atleta não é explorada na mídia, como Neymar e Fred, por exemplo. Segundo Colagrossi, o carisma e a cabeleira colaboram com a boa imagem do defensor.
– O David Luiz é querido pelos brasileiros. E geralmente os atletas que têm uma característica única e marcante ganham ares de celebridade. No caso dele, o cabelo ajuda. Isso acontece com a força do Hulk, a juventude do Bernard, a fama de pegador do Fred... Essas características marcam e geram um apelo comercial – disse Colagrossi.