domingo, 13 de março de 2016

Jedrzejczyk: "Pelo que mostrou na encarada, Cláudia já perdeu a luta"

Polonesa, campeã do peso-palha do UFC, diz que brasileira fala demais, e isso só a motiva a vencer a revanche entre as duas, no TUF 23 Finale, que acontece em julho

Por Las Vegas, EUA
Diferente do que sua origem do leste europeu possa sugerir, a polonesa Joanna Jedrzejczyk, campeã peso-palha do UFC, possui um senso de humor bem peculiar. Ácida em suas análises, a lutadora não deixou de lado a ironia ao falar sobre sua rival na luta principal do TUF 23 Finale, que acontece dia 8 de julho, em Las Vegas. Para a polonesa, a convivência com a brasileira foi intensa, e lhe deu uma motivação extra para vencer a segunda luta entre as duas.
Encarada Joanna Jedrzejczyk Claudia Gadelha UFC (Foto: Jason Silva)Encarada entre Joanna Jedrzejczyk e Cláudia Gadelha foi a mais quente da coletiva "Unstoppable" (Foto: Jason Silva)


- Foi legal ver Cláudia lá, já que eu a tinha visto três dias atrás e já estava com saudades (risos). Estou empolgada em ter feito parte do TUF 23. Me diverti muito e mal posso esperar para ver os episódios na TV. Foram seis semanas muito longas, nós nos víamos todo dia, duas vezes por dia. Nas duas ou três primeiras semanas nós tivemos alguns atritos, mas foi uma temporada boa para nós duas, ninguém morreu ou levou uma surra. Fiquei feliz em vê-la todos os dias e poder encará-la algumas vezes antes da luta. Ganhei mais energia e fiquei mais motivada para essa luta. Quero treinar ainda mais para enfrentá-la. Foi uma motivação extra. Agora vou tirar férias sem ela e poderei me preparar para a luta em julho.

Flagrada pelas câmeras durante a coletiva "Unstoppable", na última semana, provocando Gadelha em português, dizendo "cala a boca", Joanna preferiu não repetir o que disse, dando a entender que mais alguma coisa teria sido dita para a brasileira. Mesmo assim, a polonesa disse que a brasileira a irrita mais que suas adversárias, porque, segundo ela, fala mais que as outras. 
Joanna Jedrzejczyk cinturão coletiva UFC (Foto: Jason Silva)Joanna Jedrzejczyk exibe seu cinturão durante a coletiva "Unstoppable" (Foto: Jason Silva)


- Não lembro muito bem o que disse a ela, mas falei algumas coisas em português que não deveria repetir aqui (risos). Mas, pelo que mostrou na encarada, Cláudia já perdeu a luta. Ela fala que já me venceu, mas é só isso. Ela também fala muito sobre o seu wrestling perfeito. Jessica Penne tentou me derrubar e me finalizar; Valerie Letourneau é muito dura, tem bons chutes altos, mas ficou meio confusa, porque eu desviava constantemente e ela não conseguia me acertar. Todas elas falaram, mas Cláudia fala ainda mais, e eu odeio isso. Suba no octógono e mostre o que você tem. É o que eu venho fazendo.
Joanna Jedrzejczyk (Foto: Jason Silva)Joanna Jedrzejczyk revelou ter sentido dificuldade de atuar como técnica no TUF (Foto: Jason Silva)
Jedrzejczyk também aproveitou para reiterar que não acha que Cláudia Gadelha mereça disputar o cinturão contra ela, por ter feito apenas uma luta desde quando as duas se enfrentaram, no "UFC: Cigano x Miocic", em dezembro de 2014.

- Ela é a desafiante, eu já fiz três lutas e ela só fez uma, mas não me importo com minhas adversárias. Eu luto contra qualquer uma. Vou ditar o ritmo do combate e provar que eu venci a nossa primeira luta e vou vencer essa também. Não acho que ela mereça essa disputa de cinturão. Ela só está no bolo das possíveis desafiantes. Vou garantir que ela não vença para que nunca seja campeã.

Falando sobre sua experiência como técnica durante o TUF 23, Jedrzejczyk revelou ter sentido dificuldade em comandar os treinos na casa do reality show, e disse que seu jeito provocador é natural, citando como exemplo sua primeira coletiva contra Carla Esparza, no UFC 185, quando destronou a americana do posto de campeã peso-palha da organização.

- Ser treinadora é muito difícil. Antes do show eu decidi que trabalharia para os lutadores, seria uma técnica e também uma companheira de equipe. Trouxe da Polônia ótimos treinadores: meus técnicos-assistentes, dois dos meus treinadores principais. Formamos um time muito bom. Algumas vezes eu trabalhei como treinadora, mas na maioria das vezes eu busquei ajudá-los. Isso foi bem legal. Espero que vocês gostem. Tentei ser eu mesma o tempo todo, mostrar a verdadeira Joanna. No começo fiquei um pouco mais quieta, porque não queria ser a protagonista. Não é todo mundo que consegue atuar como Conor McGregor, mas eu sempre fui assim. Se virem a minha primeira coletiva de imprensa, eu disse várias coisas para Carla Esparza. Sempre fui assim. Mas não vou deixar meus rivais entrarem na minha cabeça. 

Frequentemente vista usando calças jeans, camisetas e tênis, Joanna garante que seu jeito de se vestir reflete sua personalidade, e critica aqueles que julgam uma pessoa pelo tipo de roupa que usa. A polonesa chegou a brincar sobre como se apelida no dia a dia.

- Estou aproveitando a minha vida como integrante do UFC. Eu já lutei por pouquíssimo dinheiro, em show realmente pequenos, e agora fico feliz em ser campeã do UFC e ganhar um bom dinheiro. Lutar ainda é a minha paixão, é como um hobby para mim. Eu me apelidei de "senhorita esportiva", porque gosto de usar tênis, jeans... é o meu estilo. Claro que às vezes eu gosto de colocar vestido e sapatos altos, e de me maquiar bem, mas não faço isso porque as pessoas querem que eu seja assim. Ninguém é perfeito, e uma pessoa ser considerada perfeita porque se veste de um determinado jeito é errado. Me sinto muito bem com meus tênis, sou 100% feminina e meu noivo está feliz com isso. Tenho muita sorte. Sou sexy todo dia (risos) - finalizou.

Invicta 16: Maia derrota Porto e vence cinturão interino dos pesos-moscas

Curitibana derrotou atleta paulista na co-luta principal do evento, em Las Vegas. Japonesa Ayaka Hamasaki finalizou Amber Brown e manteve título peso-átomo.

Por Las Vegas, EUA
Uma revanche dramática entre duas brasileiras marcou a disputa do cinturão interino do peso-mosca (57 kg) do Invicta FC, nesta sexta-feira, em Las Vegas, EUA. Após cinco rounds bastante disputados (e com muitos momentos de reviravolta), a curitibana Jennifer Maia levou a melhor na decisão unânime (49-46, 48-47, 48-47) e conquistou o tão cobiçado título da organização de lutas exclusivamente femininas. Um filme que teve um final diferente do primeiro encontro entre as duas, em 2001, quando Vanessa levou a melhor com um jogo mais justo em pé e no chão. Dessa vez, foi Jennifer quem saboreou o gosto da vitória, depois de perder os dois primeiros rounds e de crescer na luta, engolindo Vanessa no quesito preparação física.
Jennifer Maia, Invicta 16 (Foto: Evelyn Rodrigues)Jennifer Maia comemora conquista do cinturão interino do peso-palha  (Foto: Evelyn Rodrigues)


A disputa do cinturão interino da categoria foi proposta pela própria campeã linear, Barb Honchak, que não luta desde novembro de 2014 e que não quis deixar a categoria parada por conta de sua mudança de estado. O duelo começou com a lutadora paulista mais agressiva, acertando golpes mais contundentes e dominando o jogo de chão. No segundo round, Porto continuou buscando mais o combate, acertando cruzados e chutes na linha de cintura e buscando a queda para trabalhar o jiu-jítsu. Quase no final do assalto, após uma tentativa de chave de braço de Vanessa, Jennifer desferiu uma pedalada ilegal. O duelo foi paralisado, mas o árbitro não descontou ponto. Quando a luta voltou em pé, Vanessa conseguiu nova queda, caindo por cima, mas Maia inverteu a posição e acabou o assalto por cima.

Do terceiro round em diante, o preparo físico de Jennifer fez toda a diferença. A curitibana foi cansando Vanessa com chutes na linha de cintura e combinação de socos, conectando mais golpes retos, overhands e cruzados. Um dos pontos altos do assalto foi quando Porto tentou a queda e buscou o braço de Maia, que conseguiu sair do golpe e tentou encaixar o crucifixo. 
No quarto round, Maia continuou indo para cima com mais gás. Melhor na trocação e cautelosa nas trocas de golpes, a curitibana tentava encurralar a rival contra a grade para castigá-la. A estratégia se repetiu no quinto round, e nem todo o coração mostrado por Vanessa fez com que ela saísse do duelo com a vitória.

Com a conquista do cinturão interino do Invicta, Jennifer agora tem quatro vitórias seguidas na carreira e conta com um cartel de 14 triunfos e quatro derrotas. Já Vanessa amarga a primeira derrota nos últimos quatro combates e agora tem um recorde de 18 vitórias e seis reveses.

Na luta principal do Invicta 16, a japonesa Ayaka Hamasaki finalizou a americana Amber Brown  aos 2min52s do terceiro round e manteve o cinturão peso-átomo (47 kg) da organização.
TIBÚRCIO É SUPERADA POR AMERICANA

Depois de perder o cinturão peso-átomo para Ayaka Hamasaki, em julho do ano passado, a brasileira Hérica Tibúrcio amargou a sua segunda derrota consecutiva na organização, dessa vez para a americana Jin Yo Frey. Oito centímetros mais baixa que a adversária, Hérica teve dificuldades para encontrar a distância e, depois de um primeiro round mais equilibrado, levou um susto no final do segundo assalto, quando, depois de uma troca de socos com a oponente, caiu em knockdown após o soar do gongo. A brasileira voltou para o terceiro round buscando mais a luta, mas acabou superada pela americana, que embalou a sua terceira vitória seguida no Invicta FC e agora conta com um recorde de cinco triunfos e um revés. 
PUPILA DE RONDA DECEPCIONA E EX-UFCS VENCEM
Angela Hill, Invicta FC 16 (Foto: Evelyn Rodrigues)Angela Hill venceu a segunda luta seguida pelo Invicta FC (Foto: Evelyn Rodrigues)

Três ex-UFCs participaram do Invicta FC 16, mas apenas duas saíram com o braço levantado. Após um início de luta bastante equilibrado, a peso-palha Angela Hill nocauteou Stephanie Eggink aos 2min36s do segundo round, conquistando a segunda vitória seguida na organização.

Já Jessamyn Duke, que é uma das integrantes das “Quatro Amazonas”, time de amigas da ex-campeã peso-galo do Ultimate, Ronda Rousey, foi nocauteada no primeiro round pela mexicana Irene Aldana, amargando a sua quarta derrota seguida na carreira. Duke, que ainda tinha contrato com o UFC até essa luta, não aguentou a pressão imposta pela mexicana, e acabou sucumbindo a uma combinação de socos, chutes na linha de cintura e diretos no rosto, obrigando o árbitro a parar o combate aos 3min08s do primeiro round.

Roxanne Modafferi, que ficou conhecida no TUF 18 pelo seu jeito pouco ortodoxo e carisma, venceu DeAnna Bennett na decisão dividida(29-28, 28-29, 29x28) e agora tem 20 vitórias e 12 derrotas na carreira.

Confira os resultados completos:

Invicta 16
Tropicana Hotel e Cassino - Las Vegas
11 de março de 2016


Ayaka Hamasaki venceu Amber Brown por finalização aos 2min52s do R3
Jennifer Maia venceu Vanessa porto na decisão unânime dos juízes (49-46, 48-47, 48-47)
Angela Hill venceu Stephanie Eggink por nocaute aos 2min36s do R2
Irene Aldana venceu Jessamyn Duke por nocaute aos 3min08s do R1
Roxanne Modafferi venceu  DeAnna Bennett na decisão dividida dos juízes (29-28, 28-29, 29-28)
Jinh Yu Frey venceu Hérica Tibúrcio na decisão unânime dos juízes (30-27, 30-27, 29-28)
Sarah D’Alelio venceu Andrea Lee por finalização aos 4min21s do R3
Aspen Ladd venceu Kelly McGill por nocaute aos 1min47s do R1
Ashley Greenway venceu Sarah Click na decisão unânime dos juízes (30-26, 29-28, 29-28)

Lutadora do Bellator rompeu barreira no futebol e usou luta contra estupro

Parte da nova divisão peso-mosca do evento americano, Kenya Miranda lembra carreira como árbitra e gandula, e de noite em que o taekwondo a salvou de agressão

Por Rio de Janeiro
Kenya Miranda MMA Bellator (Foto: Divulgação)Kenya Miranda tem tradição de entrar em "clubes do Bolinha" e cavar seu espaço (Foto: Divulgação)
O Dia Internacional da Mulher, celebrado na última terça-feira, enaltece a luta das mulheres por melhores condições de vida e de trabalho, e por igualdade de gênero. As artistas marciais mistas respiram essa luta todos os dias: estão num meio predominantemente masculino, no qual até pouco tempo atrás mulheres só eram aceitas como ring girls. Kenya Miranda se encaixou nesse cenário com facilidade: está acostumada a romper barreiras e atuar em áreas onde mulheres são escassas.
- É sempre assim, sempre coisa masculina: luta, só a Kenya de menina; futebol, só a Kenya de menina - conta ao Combate.com a lutadora mineira, recém-contratada pelo Bellator para integrar sua divisão peso-mosca (até 56,7kg).
A mineira de 27 anos começou sua carreira nas artes marciais bem jovem, aos 13, praticando taekwondo. Sua mãe a matriculou com duas intenções: gastar a energia que transbordava da menina - as opções "tradicionais" impostas às garotas, como balé e natação, não deram conta, e invariavelmente terminaram com ela aos prantos por fazer algo que não gostava -, e aprender defesa pessoal. A modalidade se tornou uma bênção para Kenya: além de se apaixonar e seguir carreira, que incluiu uma medalha de bronze no Pan-Americano Juvenil de 2005, a ajudou a se salvar de uma tentativa de estupro quando ainda tinha 17 anos.
Pouco depois de voltar do Pan, Kenya Miranda saía de um treino quando um homem a atacou. Com um gargalo de garrafa apontado para o pescoço, o agressor arrastou a lutadora para um posto de gasolina abandonado nas proximidades, ameaçando matá-la caso gritasse ou tentasse reagir. Quando reparou que a intenção do rapaz era estuprá-la, ela agiu por reflexo.
- Consegui tirar a mão dele do pescoço, ele meio que (se) assustou. Ele me deu vários socos, mas não acertou meu rosto, acertou o peito, machucou bastante. Ele me bateu bastante, mas não conseguiu me fazer desmaiar. Nessa de ele querer me agarrar, eu consegui o empurrar, ele se desequilibrou, caiu, e eu saí correndo. Fato é: se eu não soubesse luta, se fosse uma pessoa qualquer, ele teria efetuado o estupro - relembra Kenya.
O incidente deixou hematomas pelo corpo da lutadora, que precisou passar por tratamento psicológico para superar o trauma. Com um caso de estupro a cada 11 minutos no Brasil, de acordo com dados do 9º anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Kenya Miranda acredita que a prática de artes marciais deveria ser adotada por todas as mulheres.
- É importante a mulher saber se defender, ter um reflexo qualquer, o taekwondo serviu para alguma coisa. Se fosse outra mulher, ele tinha estuprado. Como eu já mexia com luta, já tinha uma "maldade" a mais, fazia defesa pessoal desde novinha, isso me ajudou e foi importante. A mulherada tem que fazer luta e aprender a se defender. A partir do momento que ela faz uma arte marcial, aprende a se defender e a usar força, é válido. Eu tinha o taekwondo, que é só chute, mas a gente aprende outras coisas também, como qualquer arte marcial.
Kenya Miranda MMA Bellator (Foto: Arquivo Pessoal)Kenya Miranda em dois momentos: à esquerda, recebendo a medalha de bronze no Pan-Americano Juvenil; à direita, atuando como gandula em jogo de futebol (Foto: Arquivo Pessoal)
Pioneira no futebol
A luta, contudo, sairia da vida de Kenya brevemente aos 22 anos de idade. A lutadora largou o taekwondo para se dedicar à faculdade de administração, mas não conseguiu largar o esporte. Entrou em outro meio dominado por homens: o futebol. Praticamente criada no Mineirão - sua mãe trabalhava na administração do estádio - Kenya foi uma das primeiras mulheres gandulas no estado. Pouco tempo depois, decidiu ir mais à fundo e fez curso de arbitragem. Aprovada, apitou jogos na várzea e de categorias de base, incluindo partidas de Atlético-MG, Cruzeiro e Flamengo. Acabou ouvindo gracinhas de todo lado.
- Houve um tempo em que eu ficava nervosa e queria discutir. Hoje, só dou risada (risos). Não me incomoda não, agora só começo a rir. No curso de arbitragem, teve gente que levou pau na prova escrita, porque são "trocentas" regras, é chato, mas eu passei. É da capacidade de cada um. Mas é claro que há profissões que exigem muito mais da força bruta de um homem que de uma mulher, mas mesmo assim você pode encontrar uma mulher que faça um serviço tão bem feito quanto um homem - comenta.
A passagem pelo futebol, contudo, foi curta. Kenya Miranda apitou jogos por cerca de dois anos e largou a profissão - ela ainda tem o diploma, e pode retornar quando quiser. Ela encontrou o que faltava para preencher o vazio que sentia quando foi convidada por um amigo para treinar MMA. À princípio, a mineira ficou apreensiva quanto ao nível de agressividade do esporte, mas logo se apaixonou pela possibilidade de explorar novas avenidas de combate.
- É graças ao taekwondo que me deu a base para chegar onde cheguei. É um esporte olímpico, muito mais organizado, etc. Mas chegou num ponto que me senti incompleta, tanto é que eu parei. Precisava de mais. Quando cheguei ao MMA, para mim, supriu tudo, porque posso socar, chutar, vai para o chão, e taekwondo é só chute. Então o MMA supriu tudo o que eu estava buscando. Me completou - explica.
Kenya Miranda MMA Bellator (Foto: Arquivo Pessoal)Kenya Miranda finaliza uma adversária no MMA: adaptação difícil, mas que já rendeu contrato com o Bellator (Foto: Arquivo Pessoal)
A adaptação não foi fácil. Apesar do conhecimento de taekwondo, a lutadora precisou reaprender até a chutar ("Chutava para pontuar, agora tenho que chutar para machucar", comenta), e sofreu para aprender a lutar no chão. A estreia no MMA profissional veio em 2014 e, desde então, Kenya Miranda venceu duas lutas - uma por nocaute e uma por finalização - e perdeu duas. Mesmo com o pouco tempo de experiência, o Bellator acreditou no seu potencial e a contratou este ano para integrar sua nova divisão peso-mosca feminino, ao lado de Bruna Vargas e Bruna Ellen.
A estreia ainda não está marcada, mas Kenya já está se preparando para isso. Ela só espera que venha logo, para poder receber a bolsa. No momento, ela se mantém dando aulas.
- Como vim do taekwondo e lutava por clube, eu recebia salário. Se tivesse 30 lutas por mês, eu não recebia por luta, então não estou acostumada a lutar por dinheiro. Sempre lutei por amor ao esporte. Não vou dizer que não penso em dinheiro, mas todas as lutas que fiz não foram visando dinheiro, e também não ganhei dinheiro para dizer que sobrou, muito pelo contrário. Suplementação custa caro, fica elas por elas. Agora, minha esperança é esta, estar em grandes eventos e conseguir um patrocínio de verba, para não precisar dar aula, para ficar só por conta de treinos. E, mesmo estando em grandes eventos, é difícil, não está vindo nada fácil.

Dana enaltece Holm mesmo depois de revés: "Perdeu como gângster"

Presidente do Ultimate exalta esforço da então campeã peso-galo, que não deu os três tapinhas e "apagou" na derrota por finalização para Miesha Tate, no UFC 196

Por Las Vegas, EUA
Holly Holm entrou no octógono do UFC 196, no último sábado, em Las Vegas, na condição de campeã do peso-galo. Entretanto, a lutadora deixou o cage cerca de 20 minutos depois, sem o cinturão, perdido ao ser finalizada por Miesha Tate, no fim do quinto round. Apesar do revés, a bravura da especialista em boxe foi enaltecida por Dana white, presidente do Ultimate.
Miesha Tate Holly Holm UFC 196 (Foto: Jason Silva)Miesha Tate aperta o pescoço de Holly Holm, de quem tomou o cinturão da categoria no último sábado (Foto: Jason Silva)


- Ela perdeu como gângster. Foi estrangulada, se segurou e tentou lutar contra isso. Tecnicamente, Holm fez tudo certo para se livrar da finalização. Miesha apertou o estrangulamento, ela sabia que estava sendo pega, então tentou arremessá-la e ainda assim Meisha não a soltou. As duas são gângsteres: Miesha por ter suportado a queda e Holly por não ter batido - destacou o mandatário, em entrevista para a rádio da "ESPN".

Com a vitória de Miesha, o peso-galo feminino, que parecia estagnado com a supremacia de Ronda Rousey, tem nova dona. E, Dana White, chama a atenção também para outras atletas da divisão, como a brasileira Amanda Nunes.

- Essa categoria está ficando sólida. Há Cat Zingano, Julianna Peña, Amanda... Isso significa que há muitas meninas duras na divisão e, como esporte, continua em crescimento. A categoria está ficando encardida.