sábado, 8 de agosto de 2015

Ju Thai mira retorno em novembro em São Paulo, e espera luta com Markos

Mineira se recupera de lesão no joelho, revela que UFC já tentou marcar luta contra canadense e garante: campeã Joanna Jedrzejczyk tem "melhor boxe do UFC"

Por Rio de Janeiro
Juliana Lima UFC MMA (Foto: Adriano Albuquerque)Juliana Lima faz pose de luta na praia da Barra da Tijuca, durante passagem pelo Rio (Foto: Adriano Albuquerque)
A lutadora peso-palha Juliana Lima esteve no Rio de Janeiro no último fim de semana para assistir ao UFC 190, na Arena da Barra. A mineira pôde sentir o calor da torcida e ficou ainda mais "pilhada" para lutar novamente no Brasil quando enfim retornar de uma lesão no joelho direito. Parada desde maio, "Ju Thai" está fazendo fisioterapia para se recuperar de um estiramento, e ficou animada com a possibilidade de voltar ao octógono em novembro, no "UFC: Belfort x Henderson 3", em São Paulo.
- Nenhum dos médicos me determinou data, mas me disseram que meu tipo de lesão é uma que eu tenho que começar a arriscar - tipo, começar a correr, e, se doeu, parou. Estou fazendo trabalho de fortalecimento com meu preparador físico, já estou fazendo agachamento, mas se doer, eu paro. A cada dia que passa, as dores estão menores. O pessoal lá da Five é bem capacitado, são três fisioterapeutas que estão acostumados com atletas, jogadores de futebol, vindos dos três grandes times de Minas. Estou bem assessorada. O Dr. Eduardo Froes também é um grande médico, então estou confiante. Estou de olho nessa luta em novembro, em São Paulo, ou até em dezembro, quero lutar de novo ainda este ano - contou Lima ao Combate.com.
A adversária para o retorno ainda não está definida, mas Ju Thai espera que possa ser a iraquiana naturalizada canadense Randa Markos, sexta colocada do ranking da divisão. O confronto foi oferecido para o evento do próximo dia 23 em Saskatoon, Canadá, mas Lima não estava em condições de aceitar devido à lesão, sofrida ainda no primeiro round de sua última vitória, sobre Éricka Almeida.
- Antes, eu ia lutar com a Jessica (Penne, que acabou promovida à disputa do cinturão), e estava entre a Jessica e a Randa. Agora, estou achando que eles estão querendo muito que eu lute com a Randa. Para mim, é muito bom, porque ela está em sexto lugar no ranking, é muito guerreira, é uma menina muito raçuda. A gente viu isso nas lutas dentro da casa, ela ganhou de meninas de renome. Para mim, isso é bom porque eu queria enfrentar uma menina de expressão. Eu ia ter essa chance com a Jessica e acabei perdendo. Enfrentei uma menina dura, a Éricka, mas que era novata, e queria muito enfrentar uma top 10, para subir no ranking e ter uma chance de fazer uma luta da noite, contra uma menina raçuda, para fazermos uma boa luta. Queria mostrar mais para o público. Nos meus treinos, treino muito mais do que eu luto, sinto que ainda tenho muito mais a mostrar. Mas acho que ainda vou ter muitas chances - disse.
Juliana Lima UFC MMA (Foto: Adriano Albuquerque)Por ora, Ju Thai só pode chutar com a perna direita, para não torcer joelho lesionado (Foto: Adriano Albuquerque)
Juliana Lima pegou sua maior "pedreira" no UFC justamente em sua primeira luta na organização, em julho do ano passado, contra a atual campeã do peso-palha, Joanna Jedrzejczyk. Na ocasião, venceu o primeiro round, mas acabou derrotada nos dois rounds seguintes, a caminho de uma decisão unânime a favor da polonesa. A mineira reconhece que a campeã merece o cinturão que ostenta no momento.
- Acho que todo mundo tem condições de vencer, luta é luta. Mas a Joanna é muito dura, muito rápida, e ela tem uma defesa de queda muito boa. Mesmo quando você a derruba, ela levanta muito rápido. Acho que o boxe dela, no UFC, é o melhor que tem, contando com as divisões masculinas e femininas. Acho que é o melhor boxe, é quem melhor usa.
Por outro lado, após testemunhar em pessoa a atuação dominante de Ronda Rousey contra Bethe Correia, Ju Thai afirma que Jedrzejczyk não está no mesmo nível que a campeã peso-galo.
- A Joanna é muito boa, é a melhor na categoria peso-palha hoje, mas não está no mesmo nível da Ronda, não. Ainda tem muito feijão com arroz para comer (risos). A Ronda é completa, ela tem o judô, e no MMA você precisa ter ou wrestling ou judô, porque você bota a luta onde você quiser. A Ronda tem o judô - aliás, um judô requintado; a Ronda tem o jiu-jítsu; e agora, ela está fenomenal no boxe. Ela é completa. A Joanna é muito boa no boxe e em defender quedas, mas, se ela pegar uma menina que movimenta mais, que dá uma pressão em cima e consegue manter ela no chão, boa de jiu-jítsu, é o buraco dela.

A "rivalidade" entre Ronda Rousey e Floyd Mayweather Jr. não termina - e o UFC continua incentivando. Após o boxeador cutucar a campeã peso-galo e, consequentemente, a organização durante uma coletiva de imprensa anunciando sua próxima luta, o Ultimate decidiu provocar também e publicou um vídeo nas redes sociais com um compilado de algumas das performances dominantes de Ronda, a maioria delas encerradas em menos de um round, com a hashtag #SheDontNeed12Rounds (Ela não precisa de 12 rounds), referência aos 12 rounds das lutas do boxe, frequentemente usados até o final por Mayweather em suas vitórias por pontos. Confira o tuíte clicando aqui.


Ronda Rousey UFC twitter

Glover Teixeira exibe boa forma em pesagem para luta contra St. Preux

Sara McMann, adversária de Amanda Nunes, fica surpresa ao saber que estava acima do limite em sua primeira tentativa, mas bate peso em segunda oportunidade

Por Nashville, EUA

O peso-meio-pesado brasileiro Glover Teixeira exibiu os resultados de seu novo regime de treinos e de alimentação na pesagem do "UFC: Teixeira x St-Preux", nesta sexta-feira, em Nashville (EUA). O lutador de Sobrália-MG pareceu esbelto e saudável ao subir à balança para confirmar seu confronto com o americano de raízes haitianas Ovince St-Preux. Os dois ficaram dentro do limite de tolerância admitido em lutas que não valem cinturão. Já a brasileira Amanda Nunes bateu o peso para sua luta contra a americana Sara McMann, mas precisou esperar um pouco para a adversária fazer o mesmo, após ser surpreendida com o anúncio de que estava acima do limite da categoria galo em sua primeira tentativa.
Combate transmite o "UFC: Teixeira x St-Preux" ao vivo a partir de 19h15 (horário de Brasília) neste sábado, direto de Nashville (EUA); o SporTV 2 transmite as primeiras lutas a partir de 19h15, e o SporTV exibe a sequência do torneio a partir de 21h30. O Combate.com acompanha o card inteiro em Tempo Real, com vídeo ao vivo das duas primeiras lutas.
Glover Teixeira pesagem UFC Nashville MMA (Foto: Getty Images)Glover Teixeira flexiona os músculos ao subir na balança em Nashville (Foto: Getty Images)
Na pesagem da luta principal, Ovince St-Preux subiu ao palco sob aplausos. Ao ouvir o anúncio de que bateu 93,4kg, abriu um sorriso, fez seu gesto característico com as palmas das mãos viradas para fora e fez uma careta com a língua para fora. Glover Teixeira subiu em seguida e pareceu em melhor forma do que em suas últimas lutas. Ele bateu 93,2kg e fez uma encarada sem emoção com o americano de raízes haitianas. Os dois se cumprimentaram ao final.

Amanda Nunes subiu ao palco exibindo seu novo corte de cabelo, com as laterais raspadas. Ela bateu 61,7kg, dentro do limite do peso-galo. Sua oponente, Sara McMann, subiu ao palco sorridente e confiante. Contudo, a americana ficou muito surpresa ao ouvir o oficial da comissão atlética anunciar que ela marcou 61,9kg, cerca de 200g acima do peso. Ela recebeu tempo extra para perder o peso excedente, e seguiu para a encarada com Nunes, que foi de perto, mas terminou em cumprimento entre as duas (Veja no vídeo acima). Logo após o término da transmissão da pesagem, McMann voltou ao palco e, coberta por toalhas, subiu nua na balança, registrando 61,7kg.
Amanda Nunes Sara McMann UFC pesagem Nashville MMA (Foto: Getty Images)Amanda Nunes (dir.) encara Sara McMann (esq.) de pertinho na pesagem em Nashville (Foto: Getty Images)
Houve alguns "sustos" no card preliminar, mas ninguém ficou acima do peso. O sueco Sirwan Kakai marcou 61,9kg na primeira tentativa, mas tirou a cueca (sob a cobertura de toalhas) e bateu 61,7kg, limite da categoria galo. O peso-mosca Willie Gates também marcou 57,4kg ao subir à balança, mas ficou nu e bateu 57,2kg, dentro da tolerância permitida.

Ray Borg, lutador da primeira luta do card principal, foi o primeiro a ficar acima do peso. Ele pediu as toalhas para encobri-lo logo ao subir ao palco, mas não adiantou: marcou 57,5kg, cerca de 300g acima do limite do peso para sua luta contra Geane Herrera. Ele recebeu uma hora para perder o peso excedente, mas desistiu e concedeu 20% de sua bolsa para o oponente. Outro destaque da pesagem do card principal foi a encarada entre os pesos-leves Michael Johnson e Beneil Dariush, que fazem o coevento principal da noite. Johnson tentou intimidar o adversário, encarando-o de perto e se movendo de um lado para o outro, mas o iraniano manteve um olhar confiante direto em seus olhos (Veja no vídeo acima).
No card preliminar, um "cara a cara" que chamou a atenção foi entre os pesos-médios Uriah Hall e Oluwale Bamgbose. Estreante no UFC, o nigeriano Bamgbose fez um gesto com os braços e soltou um berro, enquanto o jamaicano Hall tentou se manter concentrado e mirar seu rosto (Veja no vídeo abaixo).

Confira os pesos registrados pelos lutadores na pesagem desta sexta-feira:
CARD PRINCIPAL - a partir de 23h (horário de Brasília):
Peso-meio-pesado (até 93,4kg): Glover Teixeira (93,2kg) x Ovince St-Preux (93,4kg)
Peso-leve (até 70,8kg): Michael Johnson (70,5kg) x Beneil Dariush (70,8kg)
Peso-médio (até 84,4kg): Derek Brunson (84,4kg) x Sam Alvey (84,4kg)
Peso-pesado (até 120,7kg): Jared Rosholt (107,5kg) x Tim Johnson (120,2kg)
Peso-galo (até 61,7kg): Sara McMann (61,7kg)** x Amanda Nunes (61,7kg)
Peso-mosca (até 57,2kg): Ray Borg (57,5kg)*** x Geane Herrera (57,2kg)
CARD PRELIMINAR - a partir de 19h30m (horário de Brasília):
Peso-médio (até 84,4kg): Uriah Hall (84,1kg) x Oluwale Bamgbose (83,7kg)
Peso-médio (até 84,4kg): Chris Camozzi (84,1kg) x Tom Watson (83,9kg)
Peso-mosca (até 57,2kg): Dustin Ortiz (56,9kg) x Willie Gates (57,2kg)
Peso-galo (até 61,7kg): Frankie Saenz (61,7kg) x Sirwan Kakai (61,7kg)
Peso-meio-pesado (até 93,4kg): Chris Dempsey (92,8kg) x Jonathan Wilson (93kg)
Peso-pena (até 66,3kg): Marlon Vera (61,5kg) x Roman Salazar (61,2kg)
Peso-leve (até 70,8kg): Anthony Christodoulou (70,8kg) x Scott Holtzman (70,5kg)
* Valores das categorias incluem 1lb (454g) de tolerância para lutas que não valem cinturão
** Marcou 61,9kg na primeira tentativa e precisou de tempo extra para bater o peso
*** Dispensou a segunda tentativa e concedeu 20% de sua bolsa de luta ao adversário

Poliglota e fã do Botafogo, técnico croata põe o Brasil no mapa do polo

Tetracampeão olímpico, Ratko Rudic, de 67 anos, entende até oito línguas, adora morar no Rio e garante: "O time vai brigar por uma medalha nas Olimpíadas de 2016"

Por São Paulo
Header 1 ano das olimpíadas rio 2016 (Foto: Editoria de Arte)


Ratko Rudic - técnico seleção de polo aquático (Foto: Marcos Ribolli)Ratko Rudic desistiu da aposentadoria para tentar levar o Brasil a uma medalha (Foto: Marcos Ribolli)
Técnico mais vitorioso da história do polo aquático, o croata Ratko Rudic havia anunciado a aposentadoria após conquistar o ouro nas Olimpíadas de Londres, em 2012, ainda no comando da Croácia. Estava com 64 anos e parecia realizado com quatro medalhas de ouro na carreira. Mas, dez meses depois, abandonou o sossego para um objetivo inusitado: tentar levar o Brasil, fora dos Jogos na modalidade há 28 anos, ao pódio olímpico em 2016:
- Aceitei o convite porque o Brasil é uma grande nação esportiva. É um desafio enorme treinar uma nação que organiza os Jogos Olímpicos. O time vai brigar por uma medalha nas Olimpíadas de 2016  - garantiu.
Na carreira, Rudic foi campeão olímpico com a antiga Iugoslávia em 1984 (Los Angeles) e 1988 (Seul). Em Barcelona 1992, treinou a Itália no título olímpico. Depois de ser o técnico dos Estados Unidos entre 2000 e 2004, voltou à sua terra-natal e sentou no banco croata por oito anos. Tantos trabalhos fazem Ratko Rudic ser um verdadeiro poliglota:
- Olha, eu entendo oito línguas diferentes, mas acho que falo só seis (risos). O português mesmo eu entendo tudo, mas ainda falo pouco - disse, em um português compreensível, mas arrastado.
A chegada de Rudic à seleção brasileira revolucionou o polo aquático nacional. O croata impôs um trabalho físico diferenciado e acredita que a força mental faz total diferença nas partidas. 
- Vamos chegar aos Jogos em grandes condições, sonhando com a medalha, mas precisamos trabalhar bastante a parte física e mental. Acho que a preparação psicológica e mental do time é importante, faz total diferença. É um projeto longo e estamos mostrando que estamos no caminho certo - disse.
Ratko Rudic, técnico da seleção masculina de polo aquático (Foto: Satiro Sodre/SSPress)Ratko Rudic, técnico da seleção masculina de polo aquático, no Mundial de Kazan (Foto: Satiro Sodre/SSPress)

O croata já morou em seis países diferentes, mas admite uma paixão especial pelo Brasil, principalmente pela cidade do Rio de Janeiro. Rudic mora perto da praia de Ipanema, uma das regiões mais nobres:
- Eu amo o Rio, é a cidade mais linda em que eu já vivi. Vou para a praia, quando consigo, mas não sou tão fã de tomar sol (risos) - disse. 
Ratko Rudic no Maracanã (Foto: Reprodução/TV)Ratko Rudic no Maracanã (Foto: Reprodução/TV)
No ano passado, Rudic foi ao estádio do Maracanã assistir a um jogo do Botafogo. Com uma camisa dourada do time da Estrela Solitária, o croata se encantou com os torcedores:
- Fiquei admirado com a torcida, todo mundo cantando, é emocionante. Queria todo mundo da torcida de futebol gritando no polo aquático durante as Olimpíadas - disse.
Os resultados do polo aquático já demonstram a revolução da modalidade no país. Se em 2013, ainda sem ele, a seleção masculina sequer conseguiu a classificação para o Campeonato Mundial, dois anos depois, o time já figura entre os melhores do mundo. Amparado por um time com quatro atletas repatriados e um naturalizado, o treinador levou a seleção ao bronze inédito na Liga Mundial, competição que reuniu os oito melhores do planeta. Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho, a equipe ficou com a medalha de prata. No Mundial de Kazan, a seleção ficou abaixo do esperado e terminou apenas na 10ª colocação após a sequência de bons resultados. 
Ratko Rudic polo aquático (Foto: Jonne Roriz/Exemplus/COB)Ratko Rudic orienta a seleção de polo aquático (Foto: Jonne Roriz/Exemplus/COB)