terça-feira, 6 de março de 2012

Com agência do Fenômeno à frente, Fla está perto de fechar patrocínio

Montadora Hyundai seria uma das interessadas. Clube espera conseguir R$ 20 milhões no principal espaço da camisa

Por Richard Souza Rio de Janeiro
O vice-presidente de marketing Henrique Brandão espera anunciar na próxima semana novos patrocinadores do Flamengo. O Rubro-Negro está em negociações avançadas para vender o espaço principal da camisa. A agência 9ine, que tem Ronaldo Fenômeno como sócio, é uma das autorizadas a negociar pelo clube e está à frente nas tratativas. Por meio da empresa do ex-atacante, o contrato de quatro meses com a Procter & Gamble foi firmado no segundo semestre de 2011. Na ocasião, a 9ine rececebeu 15% de comissão.

O Flamengo espera conseguir R$ 20 milhões com o patrocínio master por uma temporada. A montadora coreana Hyundai seria uma das interessadas.

- Estamos caminhando para acertar um patrocínio master para o Flamengo. Tem mais de uma empresa com propostas semelhantes. Estamos estudando. Interessa ao Flamengo desde que atenda nossos interesses o mais rápido possível. Se tudo correr bem, espero que a gente possa anunciar alguma coisa na semana que vem. A Hyundai me procurou há algum tempo, não há nada de concreto. A gente autorizou a empresa a seguir adiante. A princípio está boa (a proposta). Hoje está nesse ponto. A 9ine é uma das agências que estão buscando patrocínios.
nova camisa do Flamengo reprodução (Foto: Reprodução)Camisa do Flamengo perto de ganhar patrocínio no espaço mais nobre (Foto: Reprodução)
Henrique diz que o fim da parceria com a Traffic abre novas possibilidades de negócio para o clube.

- Quero dormir em paz. Começamos o ano atrasados, reconheço isso. Mas é preciso entender que foi por conta da definição sobre o relacionamento com a Traffic. Ano passado, demos direito a eles de ir ao mercado buscar. Quando a gente, de comum acordo, desfez a parceria, fomos ao mercado. Achei que uma hora ou outra o patrocínio ia acontecer. É um espaço nobre, o maior time do Brasil, ser parceiro do Flamengo é bom, dá retorno para o investidor.

O clube também negocia outras duas propriedades: meião e parte frontal do calção (na perna) e ombros. Com a primeira, o Flamengo pretende arrecadar R$ 3 milhões. Já a segunda pode render até R$ 4,5 milhões.

- Se conseguimos vender todas as propriedades, esperamos chegar de R$ 33 milhões a R$ 40 milhões por ano.

Hoje, o clube recebe R$ 8 milhões do banco BMG (mangas), R$ 5 milhões da Cosan (barra traseira da camisa e parte traseira do short) e R$ 2 milhões da Tim (interior do número da camisa), num total de R$ 15 milhões.

Benjamin elogia rivais, mas destaca
a força do Fla: 'Estamos preparados'

Uma das atrações da Copa Brasil, jogador de 42 anos ressalta o equilíbrio
da competição e aproveita para convocar a torcida rubro-negra de Manaus

Por Igor Christ Manaus
Benjamin Flamengo futebol de areia (Foto: Rodrigo Molina/Divulgação)Benjamin é o principal reforço do Flamengo para a
temporada 2012 (Foto: Rodrigo Molina/Divulgação)
Principal reforço do Flamengo para a temporada, o experiente Benjamin, de 42 anos, desembarcou em Manaus confiante numa boa participação do Rubro-Negro na Copa Brasil de futebol de areia, que será realizada de 7 a 11 de março. O atacante elogiou os adversários no caminho pelo título, mas destacou que a equipe está preparada para brigar pelo título da competição.
- Treinamentos pesado no Rio na última semana e estamos preparados e ansiosos para disputar o título. Fomos recebidos pela torcida de madrugada no aeroporto de Manaus e era o incentivo que precisávamos para começar bem a competição - declarou Benjamin.
No grupo A, o Flamengo vai enfrentar Sport Recife, seleção da Suíça e o arquirrival Vasco na busca por uma das duas vagas para a segunda fase. Sem apontar favoritos, Benjamin disse que o Rubro-Negro caiu em uma chave difícil e que não terá facilidade contra nenhum adversário.
A Suíça é uma potência, o Sport tem jogadores experientes e o Vasco é o nosso grande rival, nem preciso falar nada"
Benjamin
- O campeonato deste ano está muito equilibrado. A Suíça é uma das potências do futebol de areia e vem quase completa. O Sport é um time formado agora, mas que tem jogadores experientes e que já disputaram vários torneios pela seleção de Pernambuco. O Vasco é o nosso grande rival e nem preciso falar nada - afirmou.
No ano passado, Flamengo e Vasco se enfrentaram na primeira fase da competição e o time cruz-maltino venceu por 4 a 3 diante de mais de 31 mil pessoas, recorde de público da história do futebol de areia. Para o clássico desta sexta-feira, Benjamin torce por casa cheia, mas espera um placar diferente.
- Lógico que temos que pensar primeiro na Suíça e depois no Sport, mas é impossível não imaginar como vai ser esse jogo de sexta. Espero que o público compareça em peso e prestigie os jogadores. Tomara que a nossa torcida saia comemorando na saída - encerrou o atacante.

Confira a programação e a tabela da Copa Brasil de futebol de areia

*O repórter do GLOBOESPORTE.COM viaja a convite da organização do evento

Vasco mira-se como exemplo para minimizar crise no Alianza

Técnico Cristóvão Borges lembra que equipe conquistou vitórias em meio a atraso de salários e recusa de concentração por parte dos atletas

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Cristóvão Borges na coletiva do Vasco (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo)Cristóvão Borges prevê Alianza motivado
(Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo)
Um time insatisfeito com o atraso de salários e que decidiu protestar. Há pouco tempo este era o ambiente do Vasco, mas hoje ele define o do Alianza Lima, seu adversário pela Libertadores. Exatamente por ter vivido situação semelhante recentemente, o grupo cruz-maltino não acredita num rival desmotivado pela crise no jogo desta terça-feira, pela Libertadores.
- Nós somos exemplo de que não se pode acreditar nisso. Essas questões dependem muito de como são assimiladas e administradas no grupo. O Vasco chegou a não concentrar antes de algumas partidas e nem por isso perdeu. O Universitário de Lima, nosso adversário na Copa Sul-Americana do ano passado, passou por isso e nos venceu na casa deles. Todo mundo tem problemas, uns mais e outros menos. No campo, quando a bola rola não tem essa. É sempre dureza - destacou o técnico Cristóvão Borges.
O Vasco iniciou a temporada, em janeiro, com um mês de salário atrasado, além do 13º e alguns pagamentos do direito de imagem. Com isso, os jogadores decidiram não concentrar antes de quatro partidas, mas terminaram a primeira fase da Taça Guanabara com 100% de aproveitamento - além da derrota pra o Nacional na primeira rodada da Libertadores. Em fevereiro, o pagamento dos salários foi regularizado.
Ao optar por minimizar o ambiente do adversário, Cristóvão Borges preferiu concentrar suas atenções no comportamento do Alianza dentro de campo. O treinador prevê um time em busca de uma motivação que poderá superar as limitações técnicas.
- O Alianza é uma equipe bem montada, obediente taticamente e que vai repetir aqui os cuidados defensivos que teve ao enfrentar o Libertad no Paraguai. Para quem vive problemas extra-campo não há melhor remédio do que a vitória. Será um adversário perigoso, que vai atuar como se fosse numa final de Libertadores - analisou.
 

Primeira fase com clima de decisão: Vasco recebe o Alianza Lima

Após derrota na estreia, equipe volta a São Januário para enfrentar equipe peruana precisando vencer para ficar mais tranquilo na Libertadores

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
William Barbio e Cristóvão no treino do Vasco (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo)Barbio deverá ser titular de Cristóvão nesta terça
(Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo)
Ainda faltam cinco partidas para o fim da primeira fase da Libertadores. Mas em São Januário, a decisão é agora. Depois da derrota em casa na estreia para o Nacional do Uruguai, o Vasco volta a São Januário, nesta terça-feira, às 21h45m (de Brasília), para receber o Alianza Lima-PER. O duelo, válido pelo Grupo 5, é visto como uma final, já que depois haverá apenas mais uma partida no estádio até o fim da fase classificatória.
Vasco e Alianza Lima são as equipes que ainda não pontuaram no grupo. O Libertad-PAR é o líder, com seis pontos, e o Nacional está em segundo, com três - ambos com dois jogos. Como reforços, o técnico Cristóvão Borges vai contar com o meio-campo Allan e o atacante Eder Luis, que, recuperados de lesão, ficam no banco.
Já o Alianza chega ao Rio de Janeiro igualmente pressionado pela necessidade da vitória. Entretanto, apesar da derrota por 4 a 1 para o Libertad na estreia, o time peruano ainda não atuou em casa, o que dá uma certa margem de segurança. Mesmo assim, o clima de otimismo passa longe. O elenco está há três meses sem receber salários e vive momento de protesto. Alguns jogadores ameaçam ir à Justiça para deixar o clube, e o técnico parece estar com os dias contados.
O trio de arbitragem será argentino. Diego Abal apita a partida, auxiliado por Diego Bonfa e Juan Pablo Belatti. O GLOBOESPORTE.COM acompanha a partida em Tempo Real.

header as escalações 2
Vasco: o técnico Cristóvão Borges não confirmou a equipe, mas as maiores novidades deverão estar no banco de reservas. Recuperados de lesão, o meio-campo Allan e o atacante Eder Luis estarão à disposição, e, assim como o argentino Matías Abelairas, estarão relacionados pela primeira vez para a Libertadores. Fagner, que cumpriu suspensão contra o Nacional-URU, retorna ao time. O Vasco deve entrar em campo com Fernando Prass, Fagner, Dedé, Rodolfo e Thiago Feltri; Nilton, Eduardo Costa, Juninho Pernambucano e Diego Souza; Wiliam Barbio e Alecsandro.
Alianza Lima: José Soto optou por armar uma equipe com cinco jogadores no meio para fechar a defesa e jogar no contra-ataque. O time vai a campo com: Libran, Carmona, Ibánez, Ramos e Corrales; Alborracín, González, Bozán, Hurtado e Montaño; José Carlos Fernández.


quem esta fora (Foto: arte esporte)
Vasco: o volante Romulo segue em recuperação de um edema ósseo no pé direito. O atacante Carlos Tenorio sofreu ruptura do tendão de Aquiles da perna direita e deve voltar daqui a seis meses. O também atacante Kim está em tratamento por causa de um problema muscular.
Alianza Lima: José Soto não tem desfalque para o jogo.

header fique de olho 2
Vasco:
considerado peça ofensiva fundamental para o Vasco, Fagner foi ausência sentida na primeira rodada da Libertadores. O lateral-direito retorna ao time com a função de apoiar o ataque e, assim, empurrar o adversário em seu campo defensivo.
Alianza Lima: meio-campo de 29 anos, o colombiano Johnnier Montaño é a grande estrela do elenco peruano. Mas a partida pode marcar a despedida do jogador, que tem passagens pela seleção de seu país e está no Alianza Lima desde 2008. O meia, que teria recebido sondagens do próprio Vasco no início do ano, entrou na Justiça pedindo liberação do contrato pelo atraso de salários.

header o que eles disseram
Cristóvão Borges, técnico do Vasco: “Precisamos de cuidado e atenção para não repetirmos os erros dos jogos anteriores. Os últimos dias foram importantes para conversarmos sobre as falhas e trabalhar em cima delas. Esperamos que o resultado dos treinos venha na hora do jogo.”

José Carlos Fernández
, atacante do Alianza Lima: “Os problemas são chatos, mas a gente está tentando esquecê-los. O grupo está unido para fazer um bom jogo porque gostamos do Alianza. Queremos fazer uma boa campanha na Libertadores"


header números e curiosidades

* Esta é a terceira vez que o Vasco enfrenta o Alianza Lima. As duas primeiras partidas foram amistosos disputados no Peru há mais de meio século, com um empate em 1954 e uma vitória vascaína em 1960.
* O Alianza Lima participa de sua 23ª Libertadores, mas não vence uma partida do torneio há dois anos. A última vitória aconteceu em 2010, quando bateu o Bolívar, em Lima, por 1 a 0, ainda pela primeira fase da competição. De lá para cá, foram disputadas seis partidas, com um empate e cinco derrotas.
* Com a partida diante do Alianza Lima, o Vasco só não terá enfrentado equipes da Bolívia na história da Libertadores. O retrospecto vascaíno diante de equipes estrangeiras na competição é de 39 jogos, com 18 vitórias, 11 empates e dez derrotas; com 52 gols marcados e 35 sofridos.


header último confronto v2
O último encontro entre Vasco e Alianza Lima foi num amistoso disputado no Peru, no dia 30 de janeiro de 1960. Na ocasião, o Cruz-Maltino atropelou os anfitriões por 6 a 1, com dois gols de Delém, dois de Teotônio e outros dois de Cabrita.

'Clone’ de Ibrahimovic é aposta do Alianza para superar Dedé e o Vasco

José Fernández é comparado ao jogador sueco por causa de cabelo e nariz

Por Thiago Fernandes Rio de Janeiro
O técnico José Soto escalou no treino desta segunda-feira o time do Alianza Lima-PER com apenas um atacante, e caberá a ele a missão de surpreender a defesa vascaína no jogo desta terça-feira, pela segunda rodada da Taça Libertadores. Mas não é um atacante qualquer. José Carlos Fernández é conhecido como o clone de Zlatan Ibrahimovic, pela semelhança com jogador sueco.
- Acho que é por causa do cabelo e do tamanho do nariz - disse, meio sem graça, o jogador.
montagem José Fernandez do Alianza Lima Ibrahimovic (Foto: Editoria de Arte / GLOBOESPORTE.COM)José Fernandez é comparado a Ibrahimovic. Parecidos? (Fotos: Thiago Fernandes e Getty Images)
O apelido pegou, e o jogador é chamado de José Zlatan Fernández pela imprensa local. E os jornalistas peruanos garantem que a semelhança não fica apenas no físico. O atacante tem fama de goleador.
- Ele é muito bom jogador. Ficou parado por muito tempo por causa de uma lesão e voltou há cinco meses. Agora é que está voltando à melhor forma. Mas sempre é artilheiro das competições. O apelido pegou por causa do nariz - entrega Bruno Cabala, da rede de televisão ATV.
Jogador preparado para Dedé
Fernández causou polêmica por ter, supostamente, dito a um jornal que a zaga do Vasco é lenta. No Rio, o jogador se explicou e disse que sua declaração foi apenas baseada no que viu contra o Nacional-URU, no primeiro jogo na Libertadores, e contra o Universidad de Chile, no ano passado.
- O Vasco se aventurou muito ao ataque e deixou espaços na defesa. Foi isso que eu quis dizer. Acho que a gente pode aproveitar esses espaços se eles surgirem. O mesmo aconteceu contra o Universidad de Chile no ano passado, na Sul-Americana - explicou.
Sobre a defesa vascaína, o jogador não teceu muitos comentários. Questionado se conhecia Dedé, apenas respondeu:
- É um zagueiro forte e bom no jogo aéreo. Vai ser um bom duelo (assista ao treino do time peruano no vídeo ao lado).
Vasco e Alianza Lima estão em situações semelhantes na competição. Ambos perderam o jogo de estreia e precisam se recuperar para continuar firmes na luta por uma vaga na próxima fase. As duas equipes se enfrentam nesta terça, em São Januário, a partir das 21h45m (horário de Brasília).

Vasco promete jogar mordido após derrota em estreia na Libertadores

Grupo afirma ter tirado lições de tropeço em casa contra o Nacional serão aplicadas diante do Alianza Lima, nesta terça-feira

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro
Alecsandro treino Vasco (Foto: Marcelo Sadio / Flickr do Vasco)Alecsandro diz que Vasco está ferido após derrota
na estreia (Foto: Marcelo Sadio / Flickr do Vasco)
Após 11 anos, o Vasco voltou à Libertadores com uma derrota por 2 a 1 para o Nacional do Uruguai em São Januário. O resultado foi uma ducha de água fria, mas também serviu como aprendizado. Assim, pela mesma competição e no mesmo local, a equipe tenta colocar em prática a lição diante do Alianza Lima, nesta terça, e iniciar de fato a sua trajetória internacional.
Alecsandro, entretanto, preferiu deixar para trás a derrota na primeira partida pela Libertadores. O atacante admitiu que o resultado contra o Nacional vai, de certa forma, impulsionar o Vasco para o compromisso contra o Alianza.
- Perder o primeiro jogo de Libertadores em casa após tantos anos nos feriu. Ficamos tristes, porque não era nada daquilo que pensamos. Por isso, com certeza vamos entrar com um pouco mais de vontade, vamos colocar em campo o que faltou para completar aquela última partida. A derrota nos dá um pouco mais de motivação - destacou.
Segundo Cristóvão Borges, sem a ansiedade de uma estreia, o Vasco terá um desempenho tecnicamente superior no jogo desta terça. O treinador ainda citou as ausências de jogadores como Fagner, Allan e Eder Luis como importantes para que a equipe não tivesse a atuação esperada no primeiro jogo.
- Tiramos muitas lições daquela partida. Em casa é natural que haja obrigação da vitória, e isso cria ansiedade. Quando o time sabe lidar com isso, ajuda, apesar de não ser determinante para o resultado. Jogamos muito expostos diante de um bom adversário e durante grande parte do jogo nos tornamos presa fácil - avaliou o técnico.

Na Colina, Alianza povoa o meio de campo e treina saídas pelas laterais

Time peruano tenta deixar crise de lado para enfrentar o Vasco, nesta terça-feira, em São Januário

Por Thiago Fernandes Rio de Janeiro
O Alianza Lima-PER, adversário do Vasco na segunda rodada da Libertadores, treinou nesta terça-feira em São Januário. Ao contrário do que é habitual, o técnico José Soto não escondeu o jogo e fez um treino tático na véspera da partida. Isso se explica pelo fato de o time não ter feito atividade no domingo, devido a um erro de planejamento da comissão técnica peruana. Com isso, o técnico Cristóvão Borges terá informações importantes antes do duelo.
Alianza treino São Januário (Foto: Thiago Fernandes / Globoesporte.com)Treino de reconhecimento do gramado de São Januário (Foto: Thiago Fernandes / Globoesporte.com)
A equipe visitante treinou por mais de quarenta minutos a saída de bola com os volantes, que buscavam sempre os laterais, principalmente pelo lado direito, para armarem as jogadas ofensivas do time. Com cinco jogadores no meio e apenas um atacante, Soto deixou claro que pretende congestionar o meio-campo para pegar o Vasco no contra-ataque. Além dos exercícios táticos, o Alianza também treinou bastante finalizações. E seus jogadores se saíram bem nesses exercícios. Com o pé na forma, o meia Montaño foi um dos destaques da atividade. O time mostrou estar com bom astral apesar do meu momento vivido fora de campo.
A viagem para o Rio de Janeiro expôs ainda mais a delicada situação do time. Sem dinheiro, o clube deve três meses de salários para seus jogadores. O ídolo da torcida, Montaño pode, inclusive, fazer seu último jogo pela equipe peruana contra o Vasco, já que entrou na justiça contra o clube pedindo a rescisão de seu contrato. Internamente, há um descontentamento não só com os atrasos, mas também com a com a confusão que se transformou o embarque para o Brasil. Com problemas de planejamento, metade do time viajou no domingo e a outra metade na segunda. O mesmo vai acontecer na volta, quando parte do elenco retorna na quarta e a outra parte na quinta.
- Os problemas são chatos, mas a gente está tentando esquecê-los. O grupo está unido para fazer um bom jogo porque gostamos do Alianza. Queremos fazer uma boa campanha na Libertadores – disse o atacante José Carlos Fernández.
Os problemas do time peruano são tantos que nem a imprensa local parece acreditar muito no time. Apenas uma equipe de TV viajou ao Rio para acompanhar o jogo. Rádios, jornais e sites não enviaram representantes.
Vasco e Alianza Lima estão em situações semelhantes na competição. Ambos perderam o jogo de estreia e precisam se recuperar para continuar firmes na luta por uma vaga na próxima fase. As duas equipes se enfrentam nesta terça, em São Januário, a partir das 21h45m (horário de Brasília).

Ricardo Gomes voltaria como bombeiro ao Vasco, diz comentarista

Para Carlos Eduardo Eboli, treinador vai encontrar cenário diferente do que deixou quando sofreu AVC e terá que apagar pequenos incêndios

Por SporTV.com Rio de Janeiro
Seis meses após sofrer um AVC hemorrágico, Ricardo Gomes se recupera bem e está próximo de voltar ao Vasco. Em entrevista ao jornal "Lance", o treinador disse que pretende retornar até julho, no máximo, de preferência com o time campeão. Se voltasse hoje, ele teria como primeira missão resolver algumas rusgas no clube, na opinião do comentarista da rádio CBN, Carlos Eduardo Eboli, no "Redação SporTV" desta terça-feira.    
- O retorno do Ricardo Gomes tem uma função de bombeiro, porque no Vasco existem pequenos incêndios. Quando o Ricardo Gomes chegou ao Vasco, o incêndio era enorme, o problema era gigantesco e ele conseguiu organizar a casa. Deu ao time uma cara interessante, conseguiu boas contratações. O Vasco saiu do fundo do poço e deu uma volta por cima belíssima - disse Eboli.
O jornalista citou os atritos em relação a Juninho Pernambucano, a insatisfação de Felipe com a reserva e a questão dos salários atrasados, que foi resolvida, mas ainda deixa alguns arranhões.
- O Ricardo Gomes vai chegar em um cenário diferente daquele que deixou. Mas a figura dele continua sendo muito importante. Porque o grande líder de tudo isso que está sendo feito no Vasco é o Ricardo Gomes - disse Eboli.

Lei Geral: comissão especial aprova bebidas alcoólicas na Copa do Mundo

Texto passará ainda por plenário da Câmara e pelo Senado antes de ser sancionado por Dilma. Deputados mantêm meia-entrada para idosos

Por Marcelo Parreira Brasília
Os deputados da comissão especial que analisa o projeto da Lei Geral da Copa na Câmara, em Brasília, aprovaram nesta terça-feira a possibilidade de venda de bebidas alcoólicas durante o Mundial em 2014. A votação manteve também o artigo que veta leis estaduais e municipais que concedam benefícios de meia-entrada (os idosos seguem com direito a pagar 50% do preço, menos na categoria 4) e o trecho que prevê a possibilidade de multa para quem desistir do ingresso para os jogos após a compra. Agora, a lei precisará passar ainda pelo plenário da Câmara, pelo Senado e depois ser sancionada pela presidente da República, Dilma Rousseff.
O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), pretende fazer a votação no plenário já na quarta-feira. O principal ponto de discussão nesta terça foi a autorização para venda de bebidas alcoólicas. Ao longo da tramitação do projeto, o relator, deputado Vicente Cândido (PT-SP), tentou estender a possibilidade aos jogos rotineiros no Brasil, não só durante a Copa, mas desistiu ao enfrentar resistência de parlamentares e do próprio governo, principalmente na figura do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Nesta terça, 15 deputados votaram a favor da liberação das bebidas, enquanto nove foram contra.
Deputados de comissão especial se reúnem para votar a Lei Geral da Copa (Foto: Marcelo Parreira / Globoesporte.com)Deputados reunidos na Câmara para votação da Lei Geral (Foto: Marcelo Parreira / Globoesporte.com)
Ao defender o texto, Cândido lembrou da polêmica sobre o assunto e disse que esta é a oportunidade para se discutir a liberação definitiva nos estádios. Ele disse que há leis estaduais que proíbem a venda, mas citou a possibilidade de comércio na Europa e disse não acreditar na relação direta entre os casos de violência nos estádios e o consumo de álcool.
- Eu não acho razoável investir R$ 1 bilhão em um estádio brasileiro, estádios que serão pontos turísticos, e você chegar para almoçar antes do jogo e na hora do jogo ter de parar de beber porque a lei proíbe. Não acho razoável você punir um setor da economia apenas, o dono da lanchonete. E eu tenho desconfiança de que na maioria dos casos [de violência em estádios] as pessoas bebem e usam drogas antes de adentrar o estádio para o jogo.
Contrária à autorização, a deputada Carmen Zanotto (PPS-SC) afirmou que todos os dados indicam a queda no número de casos de violência nos estádios após a proibição por alguns governos estaduais. Ela também criticou a Fifa por pedir a liberação.
- Nós queremos a Copa sim, não estamos proibindo o comércio da bebida nas áreas de hospitalidade. Mas dentro dos campos, dentro da realização, nós não estamos infringindo e não devemos infringir a lei nacional em nome do comércio e em nome da Fifa. Porque é isso que a Fifa está pedindo.
O vice-líder do governo, José Guimarães (PT-CE), também defendeu o texto. Ele deixou claro que o governo não tem nenhuma intenção de alterar o Estatuto do Torcedor em relação ao tema - como defendeu o relator - mas reforçou o caráter excepcional da Copa, e disse que o Brasil conseguiu manter sua soberania na realização do Mundial.
Apesar dos protestos - inclusive com faixas estendidas no plenário da comissão -, os deputados aprovaram o relatório que libera a venda durante o Mundial, com a restrição de que isso ocorra apenas em recipientes de plástico. Deputados contrários à medida já anunciaram que vão tentar derrubar novamente a possibilidade durante a votação no plenário da Câmara, próxima etapa do projeto após a comissão. Para entrar em vigor, a Lei Geral ainda precisará depois ser votada no Senado e sancionada pela presidente Dilma Rousseff.
Retransmissão e meia-entrada
Um dos destaques aprovados retoma o texto original ao tratar da retransmissão de imagens do evento por emissoras de TV. O substituto previa que isso só poderia ocorrer de forma simultânea, o que, segundo a justificativa do destaque, prejudicaria emissoras afiliadas. Com a retomada do texto original, não haverá mais a regra sobre a transmissão simultânea.
Os parlamentares mantiveram o veto a legislações estaduais e municipais de desconto, como as que concedem meia-entrada para estudantes. Também foi mantida a multa para quem desistir do ingresso após a confirmação da compra ou o pagamento.
Entenda a Lei Geral
A Lei Geral da Copa define diversos aspectos legais para a realização da Copa do Mundo de 2014. Entre os tópicos tratados estão a proteção de marcas, emissão de vistos de entrada e de trabalho para estrangeiros, transmissão dos eventos e restrição comercial nas áreas próximas aos locais dos eventos da Copa.
A lei também criou crimes relativos a ações já ocorridas em Mundiais anteriores, conhecidos como marketing de emboscada, e definiu a responsabilidade civil da União em possíveis incidentes de segurança durante a Copa. Outros pontos importantes do texto foram alterados e incluídos no projeto pelos deputados. Entenda mais sobre eles abaixo.
Ingressos populares e meia-entrada
A redação original do projeto era vaga em relação à questão dos preços dos ingressos - dizia apenas que seriam definidos pela Fifa. Na comissão, o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, anunciou a criação da chamada categoria 4, de ingressos populares, que custariam US$ 25 (pouco mais de R$ 40). Serão 300 mil ingressos desta categoria na Copa do Mundo, e 50 mil na Copa das Confederações.
Ao longo da tramitação do projeto, diversas possibilidades de distribuição destas entradas foram discutidas. A última versão definiu a prioridade para estudantes, idosos com mais de 60 anos e beneficiários do programa Bolsa-Família. Neste grupo, a distribuição será feita por sorteio. Caso a Fifa queira, poderá vender mais ingressos desta categoria, mas sem a prioridade e sem a necessidade de sorteio.
Em contrapartida, a Lei Geral suspende qualquer legislação estadual e municipal que preveja descontos em eventos esportivos, como a meia-entrada estudantil. Já as legislações federais - como o Estatuto do Idoso - estão mantidas, mas não na categoria 4.
Já os ingressos para indígenas, pessoas com deficiência e para quem aderir à campanha do desarmamento dependem de acordo entre a Fifa e o governo brasileiro.
Feriados e férias
Outros pontos foram incluídos pelos parlamentares em tópicos não previstos pelo projeto do governo. Um exemplo é a possibilidade de municípios, estados e a União tornarem feriados os dias de jogos. A lei também prevê que as férias escolares de 2014 incluam todo o período de realização do Mundial. Há ainda a previsão de uso de aeroportos militares por aeronaves civis, o que deve facilitar o controle do tráfego aéreo.
Outro item acrescentado trata da premiação de ex-campeões da Copa do Mundo de 1958, 62 e 70 que vivam em condições financeiras ruins. O texto prevê um prêmio de R$ 100 mil e um auxílio mensal aos ex-jogadores. A iniciativa, enviada pelo Executivo à época do presidente Lula, foi incorporada no texto pelo relator.

Thiago Neves deixa treino com dores musculares e preocupa Abel Braga

Meia sai antes do fim da atividade na Casa Amarilla e inicia tratamento com gelo na parte posterior da coxa direita. Médicos mostram otimismo

Por Edgard Maciel de Sá Buenos Aires, Argentina
thiago neves fluminense (Foto: Nelson Perez/FluminenseF.C.)Thiago Neves no treino do Flu em Buenos Aires
(Foto: Nelson Perez/FluminenseF.C.)
Susto na Argentina. No treinamento desta terça-feira, na Casa Amarilla, centro de treinamentos do Boca Juniors, em Buenos Aires, o apoiador Thiago Neves reclamou de dores musculares na parte posterior da coxa direita e deixou a atividade mais cedo para dar início ao tratamento com gelo. Apesar de o departamento médico tricolor acreditar que o jogador não será problema para o duelo desta quarta-feira, técnico Abel Braga mostrou certo receio:
- Ele preocupa a partir do momento que deixou o treino com dores.Vamos esperar até amanhã para ter uma poisção final, mas se ele não jogar não vai ser o fim do mundo. Ele é muito importante no esquema, mas temos o outras opções como Rafael Moura, Rafael Sobis, Lanzini, Jean... - lembrou.
Com cansaço muscular desde a final da Taça Guanabara, Thiago foi poupado das duas rodadas iniciais da Taça Rio. Na atividade desta terça, Abelão deu atenção para fundamentos como finalização e cruzamento. A equipe também realizou o tradicional rachão. No fim, Fred treinou pênaltis, e Deco cobrou algumas faltas.
Boca e Flu jogam às 22h (de Brasília) desta quarta-feira, na Bombonera, pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores 2012. A Rede Globo transmite para o Rio de Janeiro, e o GLOBOESPORTE.COM acompanha os lances em Tempo Real.

Sem sinal de celular, estádio da Copa do Brasil usa fio de telefone de 3,5km

Localizado à beira de uma estrada entre duas cidades no interior do ES,
palco de Real Noroeste x Ipatinga tem peculiaridades do século passado

Por Bruno Marques Vitória, ES
Na era da tecnologia, praticamente não há mais distância que não possa ser superada pela comunicação. É possível acompanhar em tempo real o andamento de uma partida de futebol com total tranquilidade em qualquer lugar do mundo. A menos que essa partida aconteça no Estádio José Olímpio da Rocha, no pequeno município de Águia Branca, no noroeste do Espírito Santo. É lá que nesta quarta-feira o Real Noroeste recebe o Ipatinga, a partir das 20h30m (de Brasília), pela Copa do Brasil, com ares de desafio para a imprensa, mas também para orgulho do empresário Flaris da Rocha, presidente do clube capixaba.
Foi dele a ideia de erguer no meio do nada o estádio que serve de casa para o clube fundado em 31 de julho de 2010. E "no meio do nada" não é mera expressão. O José Olímpio da Rocha, que leva o nome do pai de Flaris, fica no meio da Rodovia ES-080, que liga os municípios de Águia Branca e Barra de São Francisco - separados por 40km -, no chamado Córrego do Café, sem outras construções de porte ao redor. Com um detalhe: no local, cercado de várias formações rochosas, não há sinal de celular. Achar Flaris da Rocha, por exemplo, foi simplesmente impossível. Mas o supervisor do clube, Crauber Portelo, conhecido no futebol local como Binha, foi localizado enquanto estava na sede de Barra de São Francisco, a 25km do estádio, a ponto de dar um depoimento único.
Estádio José Olímpio da Rocha, do Real Noroeste (Foto: Igor Gonçalves/Globoesporte.com)Estádio do Real fica a 16km da zona urbana de Águia Branca (Foto: Igor Gonçalves/Globoesporte.com)
- Esse é um problema sério nosso. Ninguém consegue falar conosco. O único telefone que tem é o de uma linha que compramos numa vila, chamada Boa Vista, que fica a três quilômetros e meio do estádio. Daí, nós puxamos um fio de lá até o estádio. É uma gambiarra mesmo, como qualquer um pode puxar um fio do telefone da sala para a cozinha. A diferença é que o nosso tem três quilômetros e meio. O fio vem passando no meio de mato, pasto, coqueiro, pé de manga, pé de eucalipto... Tem de tudo. Mas de vez em quando, se chover, cair um galho em cima ou um passarinho bicar, acontece de a linha ser cortada. Normalmente ficamos uns dois dias procurando o ponto do fio onde deu o problema. Nós colocamos até no contrato dos jogadores que aqui não pega celular e eles não conseguirão se comunicar com a família por telefone. Costumo brincar que nossos jogadores não se concentram, eles já vivem concentrados - diz Binha.
'Motoqueiro fantasma' salva a imprensa
A história contada por Binha é folclórica por si só. Mas em Águia Branca a diretoria do Real Noroeste anda, de fato, temerosa de que as rádios capixabas e mineiras não consigam transmitir a partida desta quarta-feira. Talvez a única de toda a Copa do Brasil em que haja esse problema. Não será a primeira vez. Equipes de TV e rádio já desistiram de transmitir do local, até mesmo em finais. Na imprensa capixaba, em geral, é difícil encontrar quem não tenha vivido o drama de uma apuração por telefone. Sidney Magno Novo, hoje editor do GLOBOESPORTE.COM no Espírito Santo, relembra um episódio ocorrido nas quartas de final da Copa Espírito Santo de 2010, entre Real Noroeste e Rio Branco-ES, num sábado à noite, em que ninguém na capital conseguia obter o resultado do jogo.
Estádio José Olímpio da Rocha, localizado no Córrego do Café, nem aparece no Google Maps (Foto: Reprodução/Google Maps)Estádio José Olímpio da Rocha nem aparece no
Google Maps (Foto: Reprodução/Google Maps)
- Nenhuma rádio arriscou-se a transmitir, nenhum veículo enviou repórter de Vitória. E ninguém no clube atendia aos telefonemas. Mas tínhamos o número de um orelhão que fica em frente a um bar, no meio da estrada, a uns quilômetros do estádio. Telefonei, um rapaz que estava bebendo atendeu e se ofereceu para ir de moto até o estádio. Liguei seguidamente até que, após uns 20 minutos, ele voltou a atender e confirmou o placar de 1 a 1. Internamente, na redação, ele foi apelidado de "motoqueiro fantasma", porque ninguém sabia seu nome, nem nada, mas foi ele quem salvou a pele dos jornalistas.
Há alguns meses, o clube providenciou uma internet via rádio, que permite que os atletas, por exemplo, possam ser contatados por e-mail ou pelas redes sociais. É, muitas vezes, a única maneira de que sejam entrevistados. A internet local promete solucionar o drama da imprensa escrita na cobertura do jogo de quarta-feira. Ainda assim, há uma preocupação geral. Tanto que nesta segunda-feira, a Federação de Futebol do Espírito Santo (FES) emitiu uma nota confirmando para esta terça a instalação de 20 linhas telefônicas no estádio do Real.
'Polacos' têm melhor estrutura do ES
O Estádio José Olímpio da Rocha localiza-se a 16km da sede de Águia Branca, município cujo nome é inspirado na ave símbolo da Polônia, país do qual vieram várias famílias de imigrantes a partir de 1929. A ocupação da região data de 1925, quando o pioneiro Antônio Perigoso ergueu uma casa rústica às margens do Rio São José. Ou seja, tem menos de um século. Inicialmente, Águia Branca foi distrito de Colatina e, depois, de São Gabriel da Palha, e só foi elevada à categoria de município em 1989. Sua população atual é de cerca de dez mil habitantes somente. Mas o "time polaco", também apelidado de "merengue capixaba" - em alusão ao Real mais famoso, de Madri -, e que foi criado há apenas um ano e meio, nasceu com mania de grandeza.
O "calo" que é a comunicação não impede o Real de sonhar. O clube chegou às finais de todas as três competições que fez em sua curta história: foi vice na Copa Espírito Santo de 2010 e da Série B do Capixaba de 2011 e venceu a Copa Espírito Santo de 2011, em novembro passado, o que garantiu ao Real a vaga na Copa do Brasil. A ascensão meteórica no futebol capixaba não é à toa. Dinheiro não parece ser o problema. Pelo menos não para se impôr no Estado.
O presidente do time, Flaris da Rocha, garante ter investido mais de R$ 6 milhões na construção do estádio do Real Noroeste, para quatro mil pessoas, cheio de detalhes em mármore e granito, desde a fachada aos bancos de reserva. E uma ampliação para 15 mil já está em curso. A expectativa é que as obras sejam inauguradas até novembro, em uma partida da Seleção Brasileira Sub-20. Além da estrutura o time faz questão de dizer que tem uma gestão diferenciada dos demais clubes capixabas, o que o dá esperança de redimir o Espírito Santo, estado que está há mais tempo sem ter um time passando da primeira fase. Já são 14 anos.
- Temos planejamento, pagamos em dia, a maioria dos nossos contratos dura três anos, com atletas que têm postura profissional. E temos a melhor estrutura do Estado, com certeza. O alojamento dos nossos atletas é de quatro estrelas. Estamos ampliando o estádio, construindo mais dois campos ao lado, uma quadra de areia e uma piscina semiolímpica. O Real Noroeste está pensando grande. O clube já surgiu com a intenção de mudar essa história de fracassos do futebol capixaba. Podemos até não ganhar do Ipatinga. É futebol, e respeitamos muito o time deles. Mas vamos honrar nosso Estado, pode ter certeza. Já imaginou o Grêmio (possível adversário da segunda fase) aqui? Com Luxemburgo, o (Kleber) Gladiador, um goleiro de Seleção (Victor)... Será uma honra - afirma Binha, o supervisor.
Obras no estádio José Olímpio da Rocha (Foto: Reprodução/TV Gazeta Noroeste)Ampliação do José Olímpio da Rocha deve ser concluída já em 2012 (Foto: Reprodução/TV Gazeta Noroeste)
Queda de rendimento no Estadual não preocupa
Depois de ter liderado de forma invicta por seis rodadas, o Real Noroeste ocupa atualmente a quinta colocação do Campeonato Capixaba e vem de quatro derrotas seguidas, a última, de 2 a 0 para o lanterna Serra, mas só com jogadores reservas. O elenco tem jogadores do próprio Espírito Santo, mas é reforçado com vários de fora. Uma parceria, segundo o Real Noroeste, feita com César Sampaio, atual gerente de futebol do Palmeiras, permitiu ao clube contratar quase um terço de seu elenco, entre eles o zagueiro Riso Surubim, o lateral-esquerdo Chiquinho, os volantes Diogo e Abimael, o meia Cristian Almas e os atacantes Rivelino e Casagrande.
O goleiro Marcão comenta, confiante - via internet, já que celular, nem pensar -, as chances do Real Noroeste contra o Ipatinga, velho algoz dos capixabas na Copa do Brasil, já tendo eliminado Serra (2006), Vitória-ES (2007) e Rio Branco (2011).
- Apesar de termos perdido as últimas partidas, estamos confiantes de que podemos fazer um bom jogo e tentar ganhar do Ipatinga. Já joguei em outros clubes do Estado e não vi estrutura melhor que a do Real Noroeste. A vantagem de estarmos isolados aqui é que nos tornamos uma família. Só vejo vantagens nisso. Espero que nosso bom ambiente se reflita em campo.

Mano não garante medalhões em 2014: 'Grandes atletas vão lamentar'

Treinador elogia poder do Brasil de revelar talentos e diz que não tem uma explicação para a ausência de Kaká da Seleção: 'Questão de opinião'

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Mano menezes brasil desembarque (Foto: Mowa Press)Mano Menezes não garante medalhões do futebol
brasileiro em 2014 (Foto: Mowa Press)
O técnico Mano Menezes deixou a entender em entrevista à revista "France Football" que alguns jogadores com história na Seleção Brasileira ficarão de fora da Copa de 2014, que será disputada no Brasil. Durante o bate-papo com a publicação, após a declaração o treinador foi questionado sobre Kaká, do Real Madrid, e deu sinais de que o apoiador não estaria nos planos para os Jogos Olímpicos e para o Mundial.
- Grandes jogadores vão lamentar. O nosso futebol é muito rico.  Tenho que deixar uma janela aberta, tanto para os jogadores com história pela Seleção, cuja experiência pode ser útil, como para os jovens, aquelas promessas que podem surgir em seis meses, como ocorre conosco.
O treinador afirmou ainda que não tem uma explicação para não ter chamado Kaká para o amistoso contra a Bósnia, no mês passado, na Suíça.
- Não tenho uma explicação para todos os jogadores que não foram convocados. É uma questão de opinião, de avaliação - disse o comandante, que chegou a convocar o meia do Real Madrid para os dois últimos amistosos de 2011, contra o Gabão, em Libreville, e diante do Egito, no Qatar.
A última vez que Kaká vestiu a camisa da Seleção Brasileira foi nas quartas de final da Copa de 2010, na derrota por 2 a 1 para a Holanda, nas quartas de final do torneio.
Na entrevista ao veículo francês, Mano voltou a afirmar que os atletas acima da idade olímpica que vão a Londres deverão estar na Copa de 2014.
- É muito provável que os convocados para os Jogos Olímpicos estarão presentes na lista de dois anos depois - afirmou o técnico da Seleção Brasileira.
Os próximos compromissos da Seleção Brasileira acontecerão nos meses de maio e junho. No dia 26, o time canarinho vai encarar a Dinamarca, em Hamburgo, na Alemanha. Em seguida, a delegação fará três amistosos nos Estados Unidos.

Ponto final: atacante Roni anuncia aposentadoria aos 34 anos

Jogador foi ídolo do Fluminense, clube o qual defendeu em três oportunidades, e estava na Anapolina, onde disputava o Campeonato Goiano

Por Fernando Vasconcelos Goiânia
roni pelo fluminense (Foto: Reuters)Roni foi ídolo no Fluminense (Foto: Reuters)
O atacante Roni, de 34 anos, confirmou sua aposentadoria nesta terça-feira. Ex-ídolo do Fluminense, o jogador estava na Anapolina-GO, onde participou de sete jogos do Campeonato Goiano este ano e marcou dois gols. O atacante revelou que já pensava em deixar os gramados desde que saiu do Vila Nova, seu clube de coração, rebaixado no à Série C do Campeonato Brasileiro no ano passado. No último sábado, o jogador pediu para ser liberado dos treinamentos da Anapolina, o que aumentou os rumores sobre sua aposentadoria. Roni ainda não sabe se seu futuro será longe do futebol e, por enquanto, espera apenas ficar mais próximo da família.
- Chegou a hora. Já vinha pensando na possibilidade de deixar o futebol. Acho que este é o momento certo. Todo mundo tem que tomar esta decisão um dia. Esta é minha vez. Quero me dedicar mais às minhas filhas, Maria Eduarda e Victória – diz Roni.
Revelado pelo Vila Nova em 1995, quando foi campeão goiano, Roni se transferiu para o São Paulo de Telê Santana no ano seguinte, com 19 anos. No Tricolor Paulista, o atacante fez apenas um gol e perdeu espaço depois que Telê se licenciou do cargo. Mas o crescimento na carreira ocorreu com a transferência para o Fluminense, em 1997.
Nas Laranjeiras, Roni ajudou o Flu quando o time passava por um dos piores momentos de sua história. O atacante participou da campanha do título da Série C de 1999, ano em que o Fluminense começou a se reerguer. Ainda no tricolor carioca, o atacante conquistou o título estadual em 2002 e ajudou o clube a ficar em terceiro lugar no Campeonato Brasileiro em duas oportunidades, 2001 e 2002.
Seleção Brasileira
O bom desempenho no Fluminense gerou reconhecimento até mesmo do então técnico da Seleção Brasileira, Vanderlei Luxemburgo, que convocou Roni para a Copa das Confederações de 1999, sediada e vencida pelo México. O Brasil vinha de conquista na Copa América do Paraguai, e Luxemburgo optou por um time mais jovem, comandado por Ronaldinho Gaúcho e Alex. Apesar da derrota por 4 a 3 na final, Roni, que entrou no intervalo, tem boas lembranças da Seleção.
- Fui muito feliz. É o auge da carreira de qualquer atleta. O simples fato de ser convocado é muito emocionante. Pude jogar e conhecer grandes jogadores, como Ronaldinho Gaúcho, Alex, Rivaldo, Dida, e muitos outros. Foi meu grande momento como profissional – lembra Roni.
O jogador ainda teve passagens importantes por Goiás, onde participou da inédita conquista de vaga na Taça Libertadores em 2005, e no Atlético-MG, quando sagrou-se campeão brasileiro da Série B. Antes de encerrar a carreira, Roni ainda jogou na Série A em clubes como Flamengo, Santos, Cruzeiro e Fluminense, para onde voltou em 2009.
Roni, atacante do Vila Nova (Foto: Renato Conde/O Popular)Roni voltou ao Vila Nova em 2010 e jogou no Tigre até o fim do ano passado (Foto: Renato Conde/O Popular)
O retorno ao Vila Nova, clube que o revelou, ocorreu no ano seguinte. Em crise, a queda da equipe goiana para a terceira divisão era dada como certa. Porém, Roni foi peça importante na fuga do rebaixamento. Após grande reação, o Vila se salvou na última rodada. O jogador nada pôde fazer para evitar o descenso no ano passado, quando a crise administrativa do time goiano se agravou.
Agora fora dos gramados, Roni se coloca à disposição para ajudar o Vila de alguma maneira, caso a diretoria colorada precise. A última partida de Roni como profissional foi no dia 29 de fevereiro, contra o Goiás, no estádio da Serrinha. O jogador entrou no segundo tempo do empate entre Anapolina e Goiás por 1 a 1.
Carreira de Roni
1995-1996 – Vila Nova
1996 – São Paulo
1997-2000 – Fluminense
2001 – Al-Hilal (Arábia Saudita)
2001-2002 – Fluminense
2003-2004 – Rubin Kazan (Rússia)
2005 – Krylyia Sovetov (Rússia)
2005 – Rubin Kazan (Rússia)
2005-2006 – Goiás
2006-2007 – Atlético-MG
2007 – Flamengo
2007-2008 – Cruzeiro
2008 – Yokohama Marinos (Japão)
2008 – Gamba Osaka (Japão)
2009 – Santos
2009 – Fluminense
2010-2011 – Vila Nova
2012 - Anapolina

Após divididas com Prass e Felipe, Gilcimar teme opinião pública

Atacante do Duque de Caxias ouve brincadeiras de amigos por coincidência dos lances, lamenta as lesões e afirma: 'Espero que nunca mais aconteça'

Por Mariana Kneipp Rio de Janeiro
Fim de janeiro, Vasco x Duque de Caxias. Após dividida com Gilcimar, Fernando Prass tem um corte no joelho esquerdo e deixa o campo para desfalcar o Cruz-Maltino depois de 135 jogos seguidos.
Início de março. É a vez do Flamengo enfrentar o Tricolor da Baixada. Novamente, Gilcimar divide uma bola com um goleiro e vê Felipe desacordado no gramado. Na hora, a lembrança de Prass vem à sua cabeça, com um agravante: o arqueiro rubro-negro não se mexia. O medo de que algo mais grave pudesse ter acontecido deixou o atacante transtornado.
- Fiquei muito nervoso quando vi o Felipe sem reação. Meu coração disparou com medo de que algo mais grave tivesse acontecido. O que aconteceu com o Prass veio logo na minha cabeça. Os dois lances foram muito próximos. Torci para o primeiro tempo acabar logo para eu me acalmar, estava sem condições. O Prass estava lúcido, ele não. Não acreditei que isso estava acontecendo de novo. Não consegui evitar, foi tudo muito rápido. Fiquei muito triste com isso, tive medo do que iriam pensar de mim, mas sei que, no futebol, estamos sujeitos a isso. Espero que nunca mais aconteça – disse o atacante, que, ainda em campo, perguntou aos reservas do Flamengo sobre o estado clínico de Felipe e depois do jogo também foi ao vestiário do adversário para conseguir mais informações.
Ao sair de casa na segunda-feira, Gilcimar ouviu brincadeiras de pessoas próximas sobre a situação ter se repetido. Porém, o atacante interrompeu a reação dos amigos com a constatação de que não havia como achar graça da coincidência.
- Falei para todo mundo: ‘Vocês estão brincando porque não sabem como eu estou me sentindo’. É muito ruim passar por isso. Fico pensando na família deles, que deve ter ficado muito nervosa. A cabeça fica a mil.
Fiquei preocupado com a interpretação das pessoas. Podiam achar que eu agi de má fé, por ser a segunda vez."
Gilcimar
Uma grande preocupação de Gilcimar foi com a opinião pública. Ainda em campo, o atacante lembrou do lance em que Tony, do Boavista, deu uma entrada em Willians, do Flamengo, na rodada anterior e a jogada foi considerada maldosa por algumas pessoas. O jogador da equipe de Saquarema, inclusive, foi suspenso preventivamente, antes de seu julgamento, pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro nesta terça-feira.
- Fiquei preocupado com a interpretação das pessoas. Podiam achar que eu agi de má-fé, por ser a segunda vez. Não foi isso que aconteceu. Sou um jogador que usa muito a força, sou esforçado, mas nunca desleal. Meu histórico diz quem eu sou. Sou totalmente contra a violência – afirmou Gilcimar, que não recebe um cartão vermelho desde 2008.
Apesar de dois lances parecidos terem acontecido em um período de menos de dois meses, o atacante garante que não vai temer caso ocorra uma nova situação de dividida.
- Se eu tiver a chance de fazer um gol e não machucar ninguém, eu vou. Se der para evitar, sou o primeiro a tirar o pé. O que vale mais é a integridade física das pessoas, ter a certeza de que o clube poderá contar com aquele jogador. O amor ao próximo está faltando no futebol. Eu só quero que tanto Felipe, quanto o Prass, continuem jogando, dando alegrias às torcidas e sendo felizes – concluiu.

Artilheiro do Amor, Love tabela com a sorte: ‘Inacreditável para o bem’

Atacante tem quatro gols em cinco jogos pelo time. Nos dois últimos, não bastou ter talento

Por Richard Souza Rio de Janeiro
Vagner virou Vagner Love depois que foi pego na concentração dos juniores do Palmeiras com uma mulher. Hoje, é noivo de Lucilene, usa um grosso bracelete com o nome da amada e está perto de subir no altar. A data do casamento ainda não está definida, mas o coração do atacante tem dona. O Artilheiro do Amor só quer saber da princesa, como ela é chamada por ele, e dos gols pelo Flamengo.
Nas cinco primeiras partidas desta segunda passagem pelo clube, já marcou quatro vezes. O camisa 99 só não balançou a rede na estreia, contra o Nova Iguaçu, em 12 de fevereiro. Depois, deixou a marca diante de Resende, Vasco, Boavista e Duque de Caxias. Fez um gol em cada, média de 0,8.
Nos dois últimos, mostrou que não basta ter amor e talento. Tem que ter sorte. Contra o Boavista, pegou o rebote de um chute na trave de Deivid, furou na primeira tentativa, mas conseguiu se recuperar e marcar. No domingo passado, contra o Duque de Caxias, recebeu passe do companheiro de ataque, tirou do goleiro, só que acertou a trave. Caprichosa, a bola voltou no pé do atacante e lhe deu uma segunda chance (assista aos vídeos).
- Um pouquinho de sorte é bom, né? (risos). Todo atacante tem que ter sorte também. Contra o Boavista, eu furei, mas a bola ficou comigo. Agora (contra o Duque), ainda bem que não saí para comemorar antes. A bola bateu na trave e voltou no meu pé. Bom que o inacreditável é para o bem e não para o mal. Que continue voltando no meu pé ou no pé de algum companheiro e que os gols continuem saindo.
Vagner Love flamengo (Foto: Richard Souza/Globoesporte.com)Vagner Love concede entrevista coletiva (Foto: Richard Souza/Globoesporte.com)
A tabela com a sorte virou brincadeira entre os companheiros.
- Esses dias o Negueba estava me zoando. Ele disse: “Se é comigo, a bola bate na trave e vai para fora. Com você ela entra”. Disse para ele: "Vamos ali que vou te ensinar no treino" (risos).
Nos cinco primeiros jogos de 2010, Love teve desempenho superior ao atual. Marcou seis gols e alcançou a expressiva média de 1,2 por partida. Em sua passagem de seis meses pelo clube naquela temporada, marcou 23 vezes em 29 jogos, uma média de 0,79 por jogo.
- Quero mais. Quero continuar fazendo gols, ajudando o Flamengo a conseguir vitórias.
Na vitória por 2 a 1 sobre o Duque de Caxias, Love contou com a ajuda de Deivid. O camisa 9, que recentemente perdeu um gol incrível na semifinal da Taça Guanabara, contra o Vasco, tem a torcida do companheiro.
- Deivid vai voltar a fazer gol, está jogando bem, tem personalidade, currículo. Vai voltar a fazer gols e continuar dando passes como tem feito.
O técnico Joel Santana realizou um coletivo na tarde desta terça-feira. Ele prepara o time para o jogo contra o Emelec, do Equador, quinta, pela Libertadores. Foram 34 minutos de atividade. A equipe começou com Paulo Victor, Léo Moura, Marcos González, David Braz e Junior Cesar; Muralha, Luiz Antonio, Bottinelli e Ronaldinho; Deivid e Love. Pouco depois da metade do treino, Joel tirou Deivid e escalou três zagueiros. Welinton passou a fazer companhia a González e David.
Na tarde desta quarta, o time fará o último trabalho antes da partida. Brasileiros e equatorianos jogam às 19h30m (de Brasília), no Engenhão, pela segunda rodada do Grupo 2.

Lei Geral: comissão especial aprova bebidas alcoólicas na Copa do Mundo

Texto passará ainda por plenário da Câmara e pelo Senado antes de ser sancionado por Dilma. Deputados mantêm meia-entrada para idosos

Por Marcelo Parreira Brasília
Os deputados da comissão especial que analisa o projeto da Lei Geral da Copa na Câmara, em Brasília, aprovaram nesta terça-feira a possibilidade de venda de bebidas alcoólicas durante o Mundial em 2014. A votação manteve também o artigo que veta leis estaduais e municipais que concedam benefícios de meia-entrada (os idosos seguem com direito a pagar 50% do preço, menos na categoria 4) e o trecho que prevê a possibilidade de multa para quem desistir do ingresso para os jogos após a compra. Agora, a lei precisará passar ainda pelo plenário da Câmara, pelo Senado e depois ser sancionada pela presidente da República, Dilma Rousseff.
O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), pretende fazer a votação no plenário já na quarta-feira. O principal ponto de discussão nesta terça foi a autorização para venda de bebidas alcoólicas. Ao longo da tramitação do projeto, o relator, deputado Vicente Cândido (PT-SP), tentou estender a possibilidade aos jogos rotineiros no Brasil, não só durante a Copa, mas desistiu ao enfrentar resistência de parlamentares e do próprio governo, principalmente na figura do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Nesta terça, 15 deputados votaram a favor da liberação das bebidas, enquanto nove foram contra.
Deputados de comissão especial se reúnem para votar a Lei Geral da Copa (Foto: Marcelo Parreira / Globoesporte.com)Deputados reunidos na Câmara para votação da Lei Geral (Foto: Marcelo Parreira / Globoesporte.com)
Ao defender o texto, Cândido lembrou da polêmica sobre o assunto e disse que esta é a oportunidade para se discutir a liberação definitiva nos estádios. Ele disse que há leis estaduais que proíbem a venda, mas citou a possibilidade de comércio na Europa e disse não acreditar na relação direta entre os casos de violência nos estádios e o consumo de álcool.
- Eu não acho razoável investir R$ 1 bilhão em um estádio brasileiro, estádios que serão pontos turísticos, e você chegar para almoçar antes do jogo e na hora do jogo ter de parar de beber porque a lei proíbe. Não acho razoável você punir um setor da economia apenas, o dono da lanchonete. E eu tenho desconfiança de que na maioria dos casos [de violência em estádios] as pessoas bebem e usam drogas antes de adentrar o estádio para o jogo.
Contrária à autorização, a deputada Carmen Zanotto (PPS-SC) afirmou que todos os dados indicam a queda no número de casos de violência nos estádios após a proibição por alguns governos estaduais. Ela também criticou a Fifa por pedir a liberação.
- Nós queremos a Copa sim, não estamos proibindo o comércio da bebida nas áreas de hospitalidade. Mas dentro dos campos, dentro da realização, nós não estamos infringindo e não devemos infringir a lei nacional em nome do comércio e em nome da Fifa. Porque é isso que a Fifa está pedindo.
O vice-líder do governo, José Guimarães (PT-CE), também defendeu o texto. Ele deixou claro que o governo não tem nenhuma intenção de alterar o Estatuto do Torcedor em relação ao tema - como defendeu o relator - mas reforçou o caráter excepcional da Copa, e disse que o Brasil conseguiu manter sua soberania na realização do Mundial.
Apesar dos protestos - inclusive com faixas estendidas no plenário da comissão -, os deputados aprovaram o relatório que libera a venda durante o Mundial, com a restrição de que isso ocorra apenas em recipientes de plástico. Deputados contrários à medida já anunciaram que vão tentar derrubar novamente a possibilidade durante a votação no plenário da Câmara, próxima etapa do projeto após a comissão. Para entrar em vigor, a Lei Geral ainda precisará depois ser votada no Senado e sancionada pela presidente Dilma Rousseff.
Retransmissão e meia-entrada
Um dos destaques aprovados retoma o texto original ao tratar da retransmissão de imagens do evento por emissoras de TV. O substituto previa que isso só poderia ocorrer de forma simultânea, o que, segundo a justificativa do destaque, prejudicaria emissoras afiliadas. Com a retomada do texto original, não haverá mais a regra sobre a transmissão simultânea.
Os parlamentares mantiveram o veto a legislações estaduais e municipais de desconto, como as que concedem meia-entrada para estudantes. Também foi mantida a multa para quem desistir do ingresso após a confirmação da compra ou o pagamento.
Entenda a Lei Geral
A Lei Geral da Copa define diversos aspectos legais para a realização da Copa do Mundo de 2014. Entre os tópicos tratados estão a proteção de marcas, emissão de vistos de entrada e de trabalho para estrangeiros, transmissão dos eventos e restrição comercial nas áreas próximas aos locais dos eventos da Copa.
A lei também criou crimes relativos a ações já ocorridas em Mundiais anteriores, conhecidos como marketing de emboscada, e definiu a responsabilidade civil da União em possíveis incidentes de segurança durante a Copa. Outros pontos importantes do texto foram alterados e incluídos no projeto pelos deputados. Entenda mais sobre eles abaixo.
Ingressos populares e meia-entrada
A redação original do projeto era vaga em relação à questão dos preços dos ingressos - dizia apenas que seriam definidos pela Fifa. Na comissão, o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, anunciou a criação da chamada categoria 4, de ingressos populares, que custariam US$ 25 (pouco mais de R$ 40). Serão 300 mil ingressos desta categoria na Copa do Mundo, e 50 mil na Copa das Confederações.
Ao longo da tramitação do projeto, diversas possibilidades de distribuição destas entradas foram discutidas. A última versão definiu a prioridade para estudantes, idosos com mais de 60 anos e beneficiários do programa Bolsa-Família. Neste grupo, a distribuição será feita por sorteio. Caso a Fifa queira, poderá vender mais ingressos desta categoria, mas sem a prioridade e sem a necessidade de sorteio.
Em contrapartida, a Lei Geral suspende qualquer legislação estadual e municipal que preveja descontos em eventos esportivos, como a meia-entrada estudantil. Já as legislações federais - como o Estatuto do Idoso - estão mantidas, mas não na categoria 4.
Já os ingressos para indígenas, pessoas com deficiência e para quem aderir à campanha do desarmamento dependem de acordo entre a Fifa e o governo brasileiro.
Feriados e férias
Outros pontos foram incluídos pelos parlamentares em tópicos não previstos pelo projeto do governo. Um exemplo é a possibilidade de municípios, estados e a União tornarem feriados os dias de jogos. A lei também prevê que as férias escolares de 2014 incluam todo o período de realização do Mundial. Há ainda a previsão de uso de aeroportos militares por aeronaves civis, o que deve facilitar o controle do tráfego aéreo.
Outro item acrescentado trata da premiação de ex-campeões da Copa do Mundo de 1958, 62 e 70 que vivam em condições financeiras ruins. O texto prevê um prêmio de R$ 100 mil e um auxílio mensal aos ex-jogadores. A iniciativa, enviada pelo Executivo à época do presidente Lula, foi incorporada no texto pelo relator.