quinta-feira, 24 de abril de 2014

Fred e Walter dão vaga antecipada ao Flu sobre o Tupi em noite inspirada
Atacante garantem 3 a 0 em Juiz de Fora, despacham adversário sem necessidade de jogo de volta e elevam média na era Cristóvão Borges 
 
 
A CRÔNICA
por GloboEsporte.com
Com 100% de aproveitamento em três partidas, 11 gols marcados e nenhum sofrido, o Fluminense continua irresistível na era Cristóvão Borges. A vítima da vez foi o Tupi-MG, que caiu fora da Copa do Brasil após a derrota por 3 a 0 em Juiz de Fora, na noite desta quarta-feira. A vaga antecipada na terceira fase saiu pelos pés de Fred, com dois gols na etapa incial, e pela cabeça de Walter, que fechou o placar ao render o próprio companheiro.
Mais uma vez, apesar da fragilidade do adversário, a equipe praticou um futebol envolvente, ofensivo e compacto, distante da falta de equilíbrio dos primeiros meses. Discreto, Conca destoou em meio à inspiração do restante. O Tricolor jogou para um público total de 9.918 presentes. Agora, espera a definição do confronto entre América-RN e Náutico.
O domínio tricolor foi imediato. Tão logo rolou a bola, a disputa em Juiz de Fora ficou concentrada no campo de ataque do time de Cristóvão Borges. Com pegada na marcação e muita velocidade na troca de passes, o Tupi ficou na roda. A principal arma do time de Cristóvão Borges era pelo alto, com diversos cruzamentos à procura de Fred. A zaga, a falta de precisão e até um braço irregular no caminho impediam o gol. Por baixo, porém, não teve jeito: o camisa 9 tabelou com Sobis, invadiu a área e tocou na saída do goleiro, aos 23 minutos.
Fred gol Fluminense x Tupi (Foto: Matheus Andrade / Photocâmera)Fred gol Fluminense x Tupi (Foto: Matheus Andrade / Photocâmera)
Apesar da clara inferioridade, o mandante chegou com perigo duas vezes. Em ambas pelo lado direito, nas costas de Carlinhos, o ponto fraco do Fluminense na partida. Como não aproveitou, foi vítima de Fred mais uma vez. Desta vez, a origem foi mesmo a bola levantada - dos pés de Wagner, passando pela cabeçada desviada de Sobis até o complemento no rebote: 0 a 2.
O resultado parcial já dava aos cariocas a classificação antecipada à terceira fase da Copa do Brasil. Mesmo com o ritmo mais lento na segunda etapa e com um futebol menos envolvente, o Tricolor ainda mantinha o controle do jogo. Sem reação, o Galo Carijó tentava evitar o pior e surpreender em um contragolpe. Diante dos erros, o técnico Leonardo Condé recuou seu meio de campo. A partir dos 12 minutos, o Flu retomou a carga e desandou a perder chances. Fred, na cara do gol, Wagner, Carlinhos e Sobis, em bela virada na área, engrossaram a lista.
A torcida presente não quis nem esperar a garantia da vitória e, com direito a um precoce grito de olé, provocou o adversário. O clima já havia esquentado antes nas arquibancadas, com correria após um princípio de confusão. Embora mostrasse valentia, o Tupi não era capaz de reagir e brigar pela vaga. Frente a um time embalado, viu o sonho de repetir o Horizonte, do Ceará, nos primeiros 90 minutos, ruir de vez quando Walter, que havia substituído Fred, superou o goleiro González de cabeça, concluindo bola perfeita de Bruno da direita.
Conca gol Fluminense x Tupi (Foto: Matheus Andrade / Photocâmera)Conca gol Fluminense x Tupi (Foto: Matheus Andrade / Photocâmera)
CRB dá "olé" no São Paulo, ganha e coloca pressão para volta no Morumbi
Time alagoano vence por 2 a 1, de virada, e tem vantagem do empate na partida na capital paulista. Tricolor se apoia em golaço de Ademilson
 
 
A CRÔNICA
por Leandro Canônico
O golaço de Ademilson foi proporcional à má atuação do São Paulo. E a coragem do CRB foi recompensada não só com o jogo de volta no Morumbi, mas com uma vitória por 2 a 1, de virada, e um sonoro “olé” na arquibancada. Com gols de Tozin e Diego Rosa, o time alagoano venceu em Maceió e ligou o sinal de alerta do Tricolor na Copa do Brasil.
As duas equipes voltam a se enfrentar no dia 7 de maio, às 22h, no estádio do Morumbi, pela segunda fase do torneio. Qualquer empate dá a classificação ao time alagoano. A missão do Tricolor é vencer por 1 a 0, por conta do gol fora de casa. Se levar um, terá de fazer três, porque 2 a 1 leva a decisão para os pênaltis.
Será preciso fazer muito mais do que nesta quarta-feira para avançar. A começar pelo sistema defensivo, atrapalhado desde o começo e pior ainda após a expulsão de Rodrigo Caio. Ganso não foi bem, Pato perdeu dois gols incríveis e Ademilson acertou linda bicicleta. Aliás, o jogo do Tricolor se resumiu a esse lance. E só!
CRB x São Paulo, no Rei Pelé (Foto: Jonathan Lins/G1)Ademilson, de bicicleta, abre o placar para o São Paulo contra o CRB (Foto: Jonathan Lins/G1)
Golaço não faz milagre
O carrinho sem noção de Rodrigo Caio em Diego Rosa logo no primeiro minuto de partida deu indícios de que a zaga são-paulina não estava numa boa noite. Exposta aos contra-ataques do CRB, o setor defensivo do Tricolor foi a maior preocupação de Muricy Ramalho. Tanto que o técnico gesticulou o tempo todo à beira do campo.
Só não reclamou mais porque Ademilson fez um golaço para o São Paulo e abriu o marcador aos 24 minutos. Depois de Pato perder dois gols incríveis, o substituto do poupado Luis Fabiano acertou linda bicicleta após chute prensado de Boschilia. Golaço! Mas não o suficiente para inibir o time alagoano.
Insistente nos contra-ataques, o CRB aproveitou a falha de marcação do São Paulo e empatou a partida. Diego Rosa recebeu bom passe em profundidade, invadiu a área e foi derrubado por Rogério Ceni. Pênalti! Na cobrança, Tozin não deu chance para o goleiro. Bola de um lado, goleiro do outro. E Muricy voltou a gesticular...
CRB x São Paulo, no Rei Pelé (Foto: Jonathan Lins/G1)Boschilia tenta passar pela marcação da zaga do time alagoano, em Maceió (Foto: Jonathan Lins/G1)
CRB, o destemido
A dificuldade em furar o bloqueio criado pelo CRB e a desatenção defensiva continuaram sendo os principais problemas do São Paulo no segundo tempo. Preocupado em forçar o jogo de volta, o time alagoano não mudou sua estratégia. Nervoso, os visitantes abusaram um pouco das faltas. Sem necessidade.
Foi num lance equivocado, no entanto, que o São Paulo perdeu Rodrigo Caio. Pendurado pelo carrinho no primeiro minuto de jogo, ele foi expulso aos 14 minutos da etapa final depois de lance com Diego Rosa. O árbitro entendeu que ele não derrubou o adversário e aplicou o cartão vermelho. Só que não houve contato.
Com um jogador a menos, as dificuldades do Tricolor aumentaram. Se faltava criatividade com igualdade de homens em campo, imagina com um a menos... Destemido, o CRB não desistiu. Insistiu no contra-ataque e foi premiado com a vitória. Aos 37, Diego Rosa completou chute cruzado de Diego Aragão.
Para quem queria apenas forçar o jogo de volta no Morumbi, o time alagoano foi muito competente em Maceió. O São Paulo precisa acordar para classificar.
Pato São Paulo x CRB (Foto: Itawi Albuquerque / Ag. Estado)Pato tenta jogada pela lateral. Atacante teve boas chances, mas perdeu (Foto: Itawi Albuquerque / Ag. Estado)
Grêmio não resiste ao San Lorenzo e começa oitavas com derrota: 1 a 0
Tricolor sente desfalques, leva gol no início do segundo tempo e, apesar de pressionar por empate, acaba com desvantagem no Nuevo Gasómetro
 
 
DESTAQUES DO JOGO
  • momento decisivo
    6 do 2º tempo
    Tão disciplinada e atenta no 1º tempo, a zaga do Grêmio ficou olhando o rival trocar passes até o gol da joia Correa, que definiu a vitória dos argentinos.
  • lance bizarro
    pobre bandeira
    Logo aos dois minutos, Léo Gago, improvisado na lateral, tentou rifar a bola e acertou o mastro da bandeira de escanteio. O volante teve má atuação.
  • se salvou
    Dudu
    Parece um filme repetido, como fora no Orlando Scarpelli. Mais uma vez, Dudu foi a ilha de criação do time de Enderson. Só ele tentou algo de diferente.
A CRÔNICA
por Diego Guichard
Seria demasiada ousadia enfrentar o time do Papa Francisco em seu reduto lotado com um zagueiro que pouco jogara até então e um volante reserva improvisado como lateral. Não houve perdão. Desfalcado, sob pressão e desconfiança, o Grêmio amargou nova derrota, desta vez para o San Lorenzo, no caldeirão do Nuevo Gasómetro, em Buenos Aires, pelo primeiro duelo das oitavas da Libertadores, na noite desta quarta-feira. O 1 a 0 não soa catastrófico, até porque o time pressionou muito pelo empate e ainda pode ser revertido na próxima quarta na Arena, mas, somado aos últimos resultados, em nada ajuda a aliviar a pressão sobre Enderson Moreira, que contou até com cobrança de torcedores no saguão do hotel, horas antes.
Sem Rhodolfo e Wendell, pilares da melhor defesa da Libertadores, o Grêmio, dono da segunda melhor campanha geral, mas combalido pelo insucesso no Gauchão, não fazia má partida quando acabou se desconcentrando no início do segundo tempo. Embora tímido no ataque, a defesa estava firme. Até assistir a uma troca de passes que terminou nos pés da joia de Almagro, o esperto Ángel Correa. A bola roçou a rede de Marcelo Grohe, aos seis minutos. Proporcionando tudo que o limitado time de Edgardo Bauza queria: espaço para seguir assustando em contragolpes. Enquanto isso, o Tricolor acumulava ataques perigosos, mas sem resultado, como fora no último jogo, pelo Brasileiro.

Precisará de uma vitória por dois gols de diferença ou devolver o 1 a 0 e decidir nos pênaltis. Qualquer triunfo gremista por um gol de diferença, mas levando gol, é insuficiente. Antes do novo embate no dia 30, às 22h, em Porto Alegre, o Grêmio tem o Nacional pela frente, no qual também precisa se recuperar, pois perdera na estreia, para o Atlético-PR. O Tricolor recebe o Atlético-MG, que também está envolvido nas oitavas do torneio continental. Assim como os gaúchos, os mineiros perderam para o Atlético Nacional de Medellín - assim, não há mais invictos nesta edição da Libertadores.
Barcos e Juan Mercier Grêmio x San Lorenzo (Foto: Reuters)Barcos e Juan Mercier disputam a bola no Nuevo Gasómetro (Foto: Reuters)
Tudo sob controle

Abalado pela goleada no Gre-Nal do Gauchão e pelo revés na estreia do Brasileiro, o desfalcado Grêmio começou a partida vacilante. Aos dois minutos, Léo Gago arrancou a bandeira de escanteio em vez de acertar a bola. Bisonho, o lance, no entanto, resumiu apenas a atuação ruim do volante improvisado como lateral-esquerdo na vaga de Wendell, lesionado. Porque o time de Enderson Moreira se mostrou melhor que isso, bastante seguro, forte na marcação e fez jus à merecida fama de melhor defesa da Libertadores, com um gol sofrido. Os quase 40 mil "cuervos" do San Lorenzo pareciam não incomodar Pedro Geromel, zagueiro que entrou na vaga de Rhodolfo, alijado por lesão muscular.
Houve momentos de perigo, claro. Um chute sobre o travessão, de Matos, logo no início e um cabeceio com perigo, de Gentiletti, após escanteio. E só. Antes dúvida por dores, Marcelo Grohe não praticou defesa. O Grêmio soube marcar, catimbar e reclamar muito do árbitro Enrique Osses, chileno que estará na Copa. Faltou mais contundência no ataque, só finalizou - e mal - com Pará, aos 19 minutos. Dudu foi a ilha de velocidade e criação, como é de costume. Barcos sumiu. E Zé Roberto ficou devendo, embora sustente o espírito de liderança que o fez reunir o time numa roda antes de a bola rolar, em discurso acalorado por motivação.

Gol de joia e erro de Barcos
Zé até melhorou no início do segundo tempo, ao deixar Ramiro na cara do gol. Mas o volante não conseguiu vencer Torrico. A resposta foi imediata e amarga. A defesa azul estacou e observou a troca de passes até Ángel Correa, o garoto "abençoado" pelo Papa, fuzilar Grohe, aos seis minutos. Nesse exato momento, a esperança do Grêmio se preparava para entrar. Com mão fraturada e tudo, Luan ingressou.

Foi ele, inclusive, quem puxou importante contragolpe, que acabou cortado e caindo nos pés de Pará. O cruzamento parou no pé de Buffarini, que recuou para o goleiro. Torrico pegou a bola com a mão. Falta na risca da pequena área. Eram 34 minutos do segundo tempo. O time do Papa, quem diria, fora benevolente, estendeu a mão e o argentino do Grêmio não aproveitou. Barcos isolou. A pressão tricolor seguiu, mas inócua. A reação e os gols terão que surgir na Arena.