sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Após queda em 2011, Lincoln Ueda planeja manobra complexa na Mega

'Japonês Voador' faz parte de geração que alçou voos maiores para o Brasil
no exterior. Na 1ª competição internacional, o Mundial de vertical, ficou em 4º

Por Ana Carolina Fontes Rio de Janeiro
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Um dos maiores nomes do skate brasileiro, Lincoln Ueda foi um grande desfalque da MegaRampa 2011, em São Paulo. O paulista, conhecido como "Japonês Voador", sofreu uma forte queda ao tentar executar um giro de 540º no quarter pipe (a rampa final) nos treinos e ficou fora da disputa. Ueda saiu da pista sentindo dores no quadril e na mão esquerda. Recuperado, ele quer surpreender o público na quarta edição do evento mais radical da modalidade, neste fim de semana, no Sambódromo do Rio, com uma manobra inédita na Big Air.
Lincoln Ueda em Ludhiana (Foto: André Fancio)Conhecido como "Japonês Voador", Ueda tem como especialidade os altos voos (Foto: André Fancio)
- As expectativas são sempre as melhores, eu só quero sair ileso e inteiro. A qualidade da molecada está muito grande, todo mundo tem andado bastante em minimega, mega, então eu acho que o nível vai ser bem maior do que no ano passado.
Radicado há mais de 10 anos nos Estados Unidos, o brasileiro ganhou o respeito de lendas do skate  como Christian Hosoi e Tony Hawk. Com um estilo inconfundível, ele foi um dos precursores da modalidade no país. A especialidade são os aéreos. E se ele já voava alto no half pipe, imagine em uma pista de grandes proporções. Em busca do lugar mais alto do pódio, ele vai arriscar uma das primeiras manobras que aprendeu, o body jar, nunca executada em uma megarrampa.
Lincoln Ueda skate brasileiro MegaRampa  (Foto: Ana Carolina Fontes)NA Apoteose, Ueda vai arriscar manobra inédita
em megarrampas (Foto:Ana Carolina Fontes)
- Quem anda de skate sabe a dificuldade da body jar. Depois de um aéreo de aproximadamente 15 pés (4,5m), eu preciso bater com o skate na borda da pista e descer. Você tem poucos centímetros de madeira, tem que acertar o alvo e sair andando.Tentei realizar essa manobra só uma vez, nos X-Games. Cheguei muito perto, mas sofri uma queda.
O talento de Ueda ganhou as telas do cinema em um documentário, lançado em 2010. O paulista foi um dos personagens do filme "Vida sobre rodas", dirigido por Daniel Baccaro, ao lado de importantes nomes do cenário nacional, como Bob Burnquist, Cristiano Mateus e Sandro Dias.
Em sua primeira viagem internacional, ele colocou o Brasil pela primeira vez no topo do skate mundial. No Mundial de vertical, disputado na Alemanha, em 1987, o "Japonês Voador" conquistou a quarta posição, superando todas as expectativas. Antes dele, nenhum brasileiro havia corrido sequer em uma semifinal da prova fora do país.
O Ueda é o meu ídolo de todos os tempos, o quarto lugar dele me deu força para seguir em frente. Nessa época, ninguém respeitava os skatistas brasileiros. Quem o conhece, sabe que ele não fala muito, mas o skate dele grita"
Bob Burnquist
A notícia despertou a atenção de Bob Burnquist, que estava em um táxi quando soube da inédita colocação do compatriota.
- O Ueda é o meu ídolo de todos os tempos, o quarto lugar dele me deu força para seguir em frente. Nessa época, ninguém respeitava os skatistas brasileiros. Quem o conhece, sabe que ele não fala muito, mas é o skate que fala por ele, o skate dele grita - comentou o tricampeão da MegaRampa.
Além de Bob e Ueda, Rony Gomes, Marcelo Kosake, Lincoln Ueda, Edgard Pereira, Martín André e Ítalo Penarrubia são os brasileiros que marcam presença na quarta edição do evento mais radcal do skate mundial. Mitchie Brusco, Noland Munroe, Adam Taylor, Elliot Sloan, Jagger Eaton, Trey Wood, Alex Sorgente e o australiano Jake Brown são os estrangeiros confirmados. A MegaRampa terá transmissão do SporTV, no sábado, e da TV Globo, no domingo, dentro do Esporte Espetacular.

Rei da MegaRampa, Bob Burnquist quer bater recorde com salto de 30m

Tricampeão do evento revela plano ousado para o futuro: 'Penso em saltar de um helicóptero como se tivesse de paraquedas, mas só com o skate'

Por Ana Carolina Fontes Rio de Janeiro
O céu é o limite para o brasileiro Bob Burnquist, tricampeão da MegaRampa. Antes de defender o reinado no evento mais radical do skate mundial, que será disputado neste final de semana, no Sambódromo do Rio de Janeiro, ele revelou um plano ousado: um salto de um ponto fixo para uma rampa, com uma altura de 100 pés, cerca de 30m. Nada impossível para um homem que tem uma megarrampa no quintal de casa e domina a competição, que conta com uma estrutura de 112m de comprimento e uma altura equivalente a um prédio de nove andares.
Bob Burnquist skate MegaRampa 2012 (Foto: Divulgação/Agif)Bob Burnquist voa por cima dos arcos da Apoteose do Samba, no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação/Agif)
- Quero quebrar um recorde mundial no Brasil: pular de um ponto fixo para uma rampa. Seria duas vezes o tamanho da megarrampa e a ideia é atingir os 100 pés, que é um número bonito e redondo. Estamos trabalhando nesse projeto e eu espero que isso aconteça ainda este ano. Estou pensando em saltar de um helicóptero, como se tivesse de paraquedas, mas só com o meu skate. Deus está sempre comigo - disse a fera.
Filho de mãe brasileira e pai americano, Bob revolucionou o mundo das quatro rodinhas, "inventando" um jeito novo de andar de skate, com as bases dos pés trocadas, ou seja, se o skatista andava com o pé direito na frente, invertia o pé e andava com o esquerdo (switch). Um dos principais responsáveis pelo sucesso da modalidade em pistas de grandes proporções, ele destacou o alto nível da MegaRampa 2012, que será realizada pela primeira vez na Cidade Maravilhosa, sua terra natal. Sem temer os adversários, ele disse que a sua única preocupação é em relação ao vento de proa, que pode influenciar no desempenho dos competidores.
Bob Burnquist skate MegaRampa 2012 (Foto: Divulgação/Agif)Com o centro do Rio de fundo, Bob Burnquist dá
show nos treinos livres (Divulgação/Agif)
- Qualquer um tem chances de ganhar. Além do Lincoln Ueda, Rony Gomes, Jake Brown e Elliot Sloan, tem uma molecada que está andando muito, como o Mitchie Brusco. O skate é um esporte subjetivo, tudo pode acontecer. Essa competição não é muito amigável ao vento, temos que tomar cuidado. Dependendo das condições climáticas, podemos deixar de arriscar certas manobras. Por sorte, não é aquele vento de cauda, como nos X-Games, onde eu sofri uma queda. Doeu muito. Vou fazer a minha parte e, se pintar alguma oportunidade, tenho algumas manobras novas que eu treinei lá em casa no fim de semana.
Além de grandes nomes do skate mundial, o evento contará com a prova de BMX, onde vão estar presentes o atual campeão Doguete, Kevin Robinson, Chad Kagy, Morgan Wade, Anthony Napolitan, Steve McCann, Vince Byron e Colton Satterfield. A Megarampa 2012 terá transmissão do SporTV, no sábado, e da TV Globo, no domingo, dentro do Esporte Espetacular.
Confira a programação completa da MegaRampa 2012:
Sexta-feira - 24 de Agosto
Treino aberto BMX e skate - 12h às 18h
Sábado - 25 de Agosto
Treino de BMX - 8h30m às 9h15m
Final de BMX - 9h30m às 10h30m
Treino de skate - 11h às 11h30m
Eliminatórias de skate - 11h45m às 12h30m
Treino de BMX (best trick ou similar) - 12h45m às 13h30m
Final de BMX (best trick ou similar) - 13h45m às 14h45m
Treino de rail - 15h às 15h45m
Final de rail - 16h às 17h
Domingo - 26 de Agosto
Treino de skate - 9h às 10h30m
Final de skate - 10h45m às 11h30m
Cerimônia de premiação skate e BMX - 11h45m às 12h

Fenômeno de 15 anos ameaça trono de Bob Burnquist na MegaRampa

Após a inclusão dos esportes radicais no programa de atividades de parques nos EUA, nova geração domina cenário mundial. É o caso de Mitchie Brusco

Por Ana Carolina Fontes Rio de Janeiro
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Quem olha Mitchie Brusco pela primeira vez não imagina do que aquele menino de biotipo franzino é capaz. Mas basta vê-lo em cima das quatro rodinhas para perceber que se trata de um fenômeno. No ano passado, em São Paulo, o jovem de 15 anos foi a maior revelação da MegaRampa, ao completar três vezes uma das manobras mais difíceis da modalidade, o 900º (duas voltas e meia no ar - confira no vídeo ao lado). O desempenho rendeu ao americano o segundo lugar no pódio, atrás apenas do mentor Bob Burnquist. Natural da cidade de Kirkland, em Washington, ele é uma das principais ameaças à hegemonia do brasileiro, tricampeão do evento mais radical do skate mundial, que será disputado no Sambódromo do Rio de Janeiro, neste fim de semana. A pista de 112m de comprimento e 27m de altura vai reunir ainda grandes nomes do BMX.
Mitchie Brusco skate MegaRampa (Foto: Ana Carolina Fontes)Com o Cristo Redentor ao fundo, Mitchie visita a Lagoa antes do treino (Foto: Ana Carolina Fontes)
- No ano passado, eu não pensava em fazer os 900º, foi aleatório, não estava nem praticando. Foi um truque doido que saiu da cartola. Não sei se vou conseguir repetir, mas é uma esperança. O 1.080º é bem difícil, mas, quem sabe... Hoje em dia, muitas crianças e adolescentes estão fazendo manobras incríveis e inimagináveis, é uma motivação para todos os skatistas. São jovens normais, que simplesmente gostam de andar de skate e experimentar coisas novas. As pessoas estão olhando o esporte de uma forma diferente, sem preconceito, isso é muito legal.
Mitchie Brusco e a mãe Jennifer skate MegaRampa (Foto: Ana Carolina Fontes)Mitchie Brusco e a mãe, Jennifer, na Lagoa
Rodrigo de Freitas (Foto: Ana Carolina Fontes)
Apaixonado por skate, ele optou por estudar em uma escola online para ter a liberdade de competir o ano inteiro. O sucesso e a habilidade nas quatro rodinhas têm levado Brusco e sua mãe, Jennifer, para inúmeras viagens mundo afora. Atenta a todos os passos do pupilo, a mãe-coruja conta que Mitchie tem uma vida normal, assim como todo o adolescente da sua idade. Gosta de sair com os amigos, jogar golfe, frisbee e ir ao cinema. Dos cinco filhos, ele é o único skatista. Começou com apenas três anos numa pequena pista de um shopping e não parou mais.
- Fico muito feliz ao vê-lo andar de skate, ele ama o esporte mais que tudo. Não tenho medo de ver meu filho no alto de uma rampa, todos os movimentos são estrategicamente planejados, ele sabe exatamente onde vai aterrissar. Os skatistas mais velhos são como irmãos para ele, cuidam dele nas competições e dão conselhos - revelou Jennifer.
Além de Mitchie, Noland Munroe, Adam Taylor, Elliot Sloan, Jagger Eaton, Trey Wood, Alex Sorgente e o australiano Jake Brown são os estrangeiros confirmados. Os brasileiros que marcam presença no evento são Bob Burnquist, Rony Gomes, Marcelo Kosake, Lincoln Ueda, Edgard Pereira, Martín André e Ítalo Penarrubia. A MegaRampa 2012 terá transmissão do SporTV, no sábado, e da TV Globo, no domingo, dentro do Esporte Espetacular.
Parques de treinamento são celeiros de atletas
Mitchie Brusco e crianças Lagoa skate Rio de Janeiro  (Foto: Ana Carolina Fontes)No passeio pelo cartão-postal carioca, Mitchie atraiu
a atenção de crianças (Foto: Ana Carolina Fontes)
Assim como Mitchie, vice-campeão do X-Games, outros adolescentes estão dominando o cenário mundial. Os novos talentos começaram a despontar depois que alguns parques, conhecidos como Woodwards, passaram a incluir os esportes radicais em seu programa de atividades.
O primeiro camping foi aberto no verão de 1970 apenas para a ginástica artística, com toda a infra-estrutura necessária para a formação de atletas. Em 2008, os donos dos parques viram em modalidades como o skate e o BMX uma opção para atrair os jovens. Foram construídas rampas de todos os tipos (de minimegarrampa a pistas de terra), além de corrimãos e obstáculos que simulam o ambiente urbano. Não demorou para pipocarem promessas. Atualmente, existem quatro Woodwards, dois na Califórnia, um no Colorado e outro na China.
Quando esses meninos olham os mais velhos realizarem manobras complexas, pensam: "Por que não tentar?". Eles não têm medo de arriscar um movimento. E os parques ajudaram a desenvolver ainda mais o potencial dos jovens"
Jennifer Brusco
Outra revelação é o americano Tom Schaar, de apenas 12 anos, que entrou para a história ao completar a manobra dos 1.080º (três giros no ar), em uma pista na Califórnia, em abril deste ano. O feito se repetiu nos X-Games da Ásia, no fim do mesmo mês. Com a manobra, ele conquistou a medalha de ouro, deixando Bob em segundo, com Rony Gomes completando o pódio. Para Jennifer, o surgimento dos parques está ligado à descoberta dos talentos.
- Quando os meninos dessa geração olham os mais velhos realizando manobras mais complexas, eles pensam: "Por que não tentar?". Eles não têm medo de arriscar um movimento diferente. E os parques ajudaram a desenvolver ainda mais o potencial dos jovens. Eles têm toda a estrutura para experimentarem os movimentos com segurança, já que existem colchões e espumas para diminuir o impacto de uma possível queda.

De surpresa a favorito, Douguete não teme rivais na busca pelo bi no BMX

Em 2011, biker de São Bernardo do Campo entrou na última hora no lugar do americano Wade Morgan, que sofreu acidente na véspera da MegaRampa

Por Ana Carolina Fontes Rio de Janeiro
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Douguete BMX MegaRampa Douglas Leite (Foto: Ana Carolina Fontes)Douguete defende o título na MegaRampa 2012,
no Sambódromo (Foto: Ana Carolina Fontes)
No ano passado, ele roubou a cena ao desbancar os gringos na competição de Big Air do BMX da MegaRampa, com um salto de 6,20m, em São Paulo. Douglas Leite, mais conhecido como Douguete, nem iria participar do evento, mas entrou na última hora no lugar do americano Wade Morgan, que sofreu um acidente na véspera. O biker nunca havia pisado em uma megarrampa e teve apenas um dia para se adaptar à pista, com uma bicicleta simples. No fim da apresentação, percebeu que o eixo da bike havia se quebrado e, por um milagre, uma tragédia não aconteceu. Nesta edição, o cenário é outro. O paulista de São Bernardo tornou-se um dos principais nomes da modalidade no país e está confiante na busca pelo bicampeonato.
O outro brasileiro na disputa é André Jesus, de 22 anos, que irá encarar pela primeira vez a estrutura de 112m de extensão e 27m de altura, o equivalente a um prédio de nove andares. Quem também marca a presença na modalidade são os estrangeiros Steve McCann, Vince Byron, Kevin Robinson, Chad Kagy, Morgan Wade, Anthony Napolitan e Colton Satterfield. A MegaRampa irá receber, neste final de semana, as maiores feras do skate e do BMX. O evento terá transmissão do SporTV, no sábado, e no domingo, da TV Globo, ao vivo, dentro do Esporte Espetacular.

- No ano passado, eu era pirata, andei com uma bicicleta simples, sem nenhuma expectativa de vencer e fui bem. Agora, estou mais tranquilo, com a adrenalina mais baixa e espero que dê tudo certo. Vou fazer as minhas manobras e a minha meta é bater a minha marca de 2011, tudo vai depender da velocidade que eu atingir (na descida, os competidores podem chegar a 70km/h). Vou tentar arriscar um double front flip no hander (duplo mortal para frente, sem as mãos) - disse Douguete, que assistiu à primeira edição da competição, em 2010, na arquibancada. Ele nem imaginava que, pouco tempo depois, seria o centro das atenções.
No ano passado, eu era pirata, andei com uma bicicleta simples, sem expectativa de vencer. Agora, estou mais tranquilo, com a adrenalina mais baixa. Minha meta é bater a marca de 2011"
Douguete
Após o título em 2011, o biker de 21 anos ganhou um outro apelido: Megarrampa. Apesar de não ter treinado na estrutura este ano, ele esteve longe de estar parado. Tudo para alcançar o melhor resultado possível e trazer mais visibilidade ao esporte e oportunidades para os seus praticantes.
- Não consegui treinar em uma megarrampa neste ano, tentei ir para a Califórnia, onde tem um centro de treinamento, com colchão de espuma e toda a infra-estrutura que um atleta precisa, mas meu visto não foi liberado. Tenho treinado no vertical, de quatro a cinco horas por dia. Quero mostrar que, mesmo sem uma preparação voltada para essa estrutura, sou capaz de ter um bom desempenho. Assim, posso ajudar no desenvolvimento do BMX no Brasil.
André Jesus e Douguete MegaRampa BMX (Foto: Ana Carolina Fontes)André Jesus e Douguete são os únicos brasileiros no BMX da MegaRampa (Foto: Ana Carolina Fontes)
Estreante na competição, André Jesus acabou de voltar de uma temporada de treinos em uma minimegarrampa na Pensilvânia, nos Estados Unidos. Sem economizar elogios ao conterrâneo, o paulista disse, em tom de brincadeira, que a meta é desbancar o atual campeão.
- A estrutura da minimegarrampa é um pouco menor, mas já dá para ter uma ideia do que vou encontrar por aqui. Não tenho medo da vala, mas espero não me machucar. Minha expectativa é ganhar do Douguete, que é um cara excepcional. Quero ver os brasileiros se dando bem.

Cenário do Rio de Janeiro serve de inspiração para feras da MegaRampa

Skatistas comemoram mudança da competição para a Cidade Maravilhosa

Por Ana Carolina Fontes Rio de Janeiro
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Nada de alegorias ou adereços e muito menos guitarras ou contrabaixos. Berço do samba e às vezes palco do rock and roll, a Apoteose deixará a barulheira de lado para dar lugar a skates e bicicletas. Numa pista de 112m de comprimento por 27m de altura, as maiores feras do Skate e do BMX irão participar da MegaRampa, que terá uma estrutura única no Hemisfério Sul, neste fim de semana. Durante a entrevista coletiva do evento, realizada nesta quinta-feira, no Sambódromo, autoridades e competidores destacaram a cidade do Rio de Janeiro como principal cenário esportivo da atualidade.
MegaRampa 2012 (Foto: Divulgação)A Apoteose, no Sambódromo do Rio de Janeiro, receberá a edição 2012 da MegaRampa  (Foto: Divulgação)
- Esse lugar é um santuário e um dos símbolos do Rio de Janeiro, que vai receber a maratona dos Jogos Olímpicos de 2016. Existem mais de 4 milhões de skatistas no Rio de Janeiro e a MegaRampa coroa um cilclo esportivo que teremos no Brasil, que tem a Copa do Mundo como destaque. O skate e o BMX são modalidades com a cara da nossa cidade e esperamos receber mais competições desse tipo - destacou a secretária de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro, Márcia Lins.
Atual tricampeão da competição e maior expoente da modalidade, Bob Burnquist comemorou a mudança da MegaRampa para o Rio de Janeiro antes de enaltecer que o evento é uma verdadeira prova de coragem e superação.
- Queria agradecer o apoio das pessoas que fizeram essa MegaRampa acontecer aqui no Rio de Janeiro. Tenho treinado muito na rampa da minha casa e estou empolgado para competir na Cidade Maravilhosa, que sediou o Vert Jam recentemente. A MegaRampa saiu do samba paulista (a última edição realizada no Brasil foi no Amhembi) para o samba carioca. Poucos skatistas encaravam a MegaRampa, mas para provar que estar num pista como essa já é motivo de superação, o Ítalo, que é biamputado, e o Aaron, que é cadeirante, irão fazer demonstrações antes do evento.
Feliz com a participação dos amigos, Bob lembrou de um episódio no quintal de sua casa nos Estados Unidos que o deixou de queixo caído.
- O Aaron me impressionou quando conheceu a rampa da minha casa. Na primeira descida,  ele caiu e quebrou todos os dentes da frente. Ele catou tudo no chão e mandou uma foto para o dentista dele se desculpando, pois ele já havia quebrado os dentes antes. Não satisfeito, mesmo bangela, ele subiu na cadeira de rodas e desceu de novo, só que desta vez a cadeira quebrou e ele teve que voltar para casa, em Las Vegas, sem realizar sua vontade.
Mitchie Brusco skate MegaRampa (Foto: Ana Carolina Fontes)O fenômeno Mitchie Brusco, de 15 anos, quer se
divertir no Rio (Foto: Ana Carolina Fontes)
Sem a mesma pressão do rival e do mentor Bob, apesar de ser apontado por todos como o novo fenômeno da modalidade, o americano Mitchie Brusco, mostrou toda a pureza de seus 15 anos com uma declaração extremente sincera.
- Mesmo se não vencer no Rio de Janeiro será uma experiência maravilhosa, pois eu amo essa cidade. Tenho certeza de que o Bob vai fazer tudo o que ele sabe na pista para vencer, mas eu vim mesmo para andar de skate. Eu ainda sou uma criança e só quero me divertir muito - disse o menino de Washington.
Uma das esperanças brasileiras no BMX, Douglas Leite, o Douguete, também não vê a hora de subir na MegaRampa. Atual campeão do evento na sua especialidade, ele espera que os treinos no half pipe não atrapalhem seu desempenho numa pista completamente diferente.
- Será incrível competir na MegaRampa, pois estou esperando por isso há um ano. Apesar de não ter conseguido treinar em nenhuma MegaRampa, trabalhei muito no vertical, que é a minha base, e espero mostrar minha evolução mesmo sem ter me preparado para esse tipo de pista. Vou buscar o meu limite e quero saltar acima dos 6m20.

Em destaque, Tenorio ganha elogios no Vasco: 'Eleva o ânimo do grupo'

Atacante será titular pela primeira vez desde que se recuperou de grave lesão, mas Cristóvão Borges mantém clima de mistério antes do Flu

Por André Casado Rio de Janeiro
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tenorio alecsandro vasco (Foto: Marcelo Sadio/Vasco.com.br)Tenorio e Alecsandro treinaram juntos ao longo da
semana (Foto: Marcelo Sadio / Vasco.com.br)
São apenas seis partidas e dois gols marcados em oito meses. Mesmo assim Carlos Tenorio goza do prestígio de todos no Vasco. Da disposição no tratamento para abreviar a volta após a grave cirurgia no tendão de Aquiles ao espírito de grupo, passando pela força em campo, o equatoriano parece ter virado um xodó não só da torcida, mas do treinador e dos próprios companheiros de clube. A ponto de Cristóvão Borges, que vai escalá-lo como titular pela primeira vez no Brasileirão, não poupar elogios ao caráter do Demolidor.
- Meu maior lamento esse ano foi não poder contar com ele por tanto tempo. Por tudo o que o Tenorio representa à equipe, a volta dele precisa ser trabalhada, ter cuidado com a parte física. É natural dele se entregar muito. E é sensacional, já o conhecíamos há um tempo e o convívio cativa. Ele eleva a autoestima do grupo, é muito bem quisto aqui - disse.
Antes de a bola rolar para o recreativo desta sexta, em São Januário, o camisa 11 brincou com os jogadores, distribuiu sorrisos e deu conselhos. Um deles chegou a gritar:
É natural dele se entregar muito. E é sensacional, já o conhecíamos há um tempo e o convívio cativa. Ele eleva a autoestima do grupo, é muito bem quisto aqui"
Cristóvão Borges
- Tenorio, tu é o cara!
Questionado a respeito da equipe titular, Cristóvão preferiu o mistério, no entanto. Enalteceu a chance de experimentar, mas admitiu que vem gostando Tenorio/Alecsandro no dia a dia e não é contra ter dois atacantes de força - Eder Luis está machucado, e Barbio ficar no banco.
- Diante da nossa situação, das coisas que têm acontecido, jogadores machucados, algumas mudanças no time, temos de treinar as alternativas possíveis, era muito importante. Mas ainda não defini o time - repetiu o treinador, que depois emendou. - Isso (dois centroavantes) depende das características de cada um, às vezes é compatível, pode ser casado. A equipe melhorou com o Tenorio, mas ele sentiu uma lesão e agora volta. Já deu para ver que a possibilidade de jogar juntos é viável - completou.

Abel admite o seu grande temor sobre o Vasco: as faltas de Juninho

Apesar de o Flu ser o time que mais fez gols de bola parada no Brasileiro, técnico está receoso para o clássico deste sábado

Por Fred Huber Rio de Janeiro
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Nesta sexta-feira, na véspera do clássico com o Vasco, o técnico Abel Braga deu uma grande ênfase no treino de bolas paradas. O comandante tricolor tentou simular as cobranças que normalmente o rival Juninho faz. Apesar de o Flu ser o time que mais fez gols neste tipo de lance no Brasileiro (14), ele reconheceu que há o temor com o camisa 8 do adversário.
O time da Colina já fez nove gols em bolas paradas na competição, três deles diretos em cobranças de falta do Reizinho, contra Bahia, Palmeiras e Sport. Abel avisou que vai pedir para seus jogadores evitarem faltas bobas.

- Nós temos algumas jogadas ensaiadas, mas vou ser sincero: meu temor é com a bola parada deles. A bola do Juninho entra muito bem. Não adianta ter jogadores altos se a bola não chega bem. Nós temos tido um comportamento bom nestes lances, mas há este temor. Vou pedir para evitarem as faltas bobas. O Vasco tem jogadores perigosos e altos, como o Douglas e o Tenório. Mas não é fácil neutralizar.
Abel braga fluminense treino (Foto: Fred Huber / Globoesporte.com)Abel orienta os jogadores durante o treino desta sexta-feira (Foto: Fred Huber / Globoesporte.com)
Além de ampliar a vantagem em cima do Vasco, Abel deseja uma vitória para manter o Fluminense invicto nos clássicos cariocas no Brasileiro - vitórias sobre o Flamengo e empate com o Botafogo. Situação bem diferente do ano passado, quando o time perdeu quatro e empatou duas vezes.

- No ano passado, mesmo jogando para vencer, ficamos sem ganhar clássico. Este ano ainda não perdemos. Nunca jogamos para empatar. Mas, se acontecer, é algo natural.

Cristóvão aposta em clássico com gols e não vê Flu de olho no empate

Técnico espera que ataque de seu time volte a engrenar e rejeita tese de Alecsandro, que causou discussão ao dizer que placar é bom para o rival

Por André Casado Rio de Janeiro
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No dia do aniversário do Vasco, Alecsandro não escondeu sua projeção para o clássico deste sábado e disse com todas as letras que o Fluminense jogaria pelo empate com a sua equipe por conta da vantagem de três pontos que adquiriu nas últimas rodadas. O ponto de vista causou discussão de lado a lado, mas foi rejeitado pelo técnico Cristóvão Borges, que pôs panos quentes e acredita que, neste nível de competição, não há como planejar resultado.
- É um clássico regional, então nunca tem um prognóstico. O Fluminense manteve a regularidade, é uma equipe muito boa e a gente sabe disso. Não acho que vá haver esse pensamento, não. Estão embalados e podem nos vencer. Entrar para ter algum resultado específico é difícil de se fazer hoje em dia. Todos querem ganhar - afirmou.
Cristovão Borges, Vasco (Foto: André Casado / Globoesporte.com)Cristovão ouve com Juninho, grande arma ofensiva, nesta sexta (Foto: André Casado / Globoesporte.com)
Além de não apostar suas fichas numa atuação cautelosa do Tricolor, Cristóvão também não ficou em cima do muro quanto à força dos ataques e sonha com uma disputa recheada de gols no Engenhão, mesmo com o Vasco tendo passado em branco em quatro dos últimos seis jogos. E encontrando a defesa menos vazada do país, com apenas dez sofridos.
- Tivemos dificuldades para marcar gols em todos os jogos, como os outros também, e temos um adversário do mesmo nível que a gente agora. Diminuímos nossa média recentemente, mas sempre estamos fazendo gols. Passar em branco está dentro da nornalidade e tem tudo para ser um clássico com gols. E espero que sejam do Vasco (risos) - brincou.

Em dia de rachão, Prass faz treino à parte e aumenta esperança de jogar

Goleiro repete movimentos da posição com os preparadores, mas ainda demonstra leves incômodos com ombro na véspera de encarar o Flu

Por André Casado Rio de Janeiro
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O Vasco ainda vive os últimos momentos de expectativa sobre a situação de seu goleiro para o clássico contra o Fluminense, neste sábado, no Engenhão. Após passar dois dias longe do campo, Fernando Prass reapareceu e realizou um treino à parte com seus preparadores, para evitar piorar as dores no ombro esquerdo. Ao mesmo tempo, reforçou os movimentos inerentes à posição e, apesar de demosntrar leves incômodos, parece que o caso terá um final feliz.
Fernando Prass, Vasco (Foto: André Casado / Globoesporte.com)Fernando Prass ficou fora do rachão para fazer treino específico (Foto: André Casado / Globoesporte.com)
O médico Alexandre Campello esteve no gramado de São Januário, observou a atividade e conversou com o técnico Cristóvão Borges e com o diretor de futebol Daniel Freitas.
- Ele foi para o campo para se sentir confiante, mas lógico que, quando um jogador fica fora de dois treinos, tem que esperar um pouco para dar a posição. Vamos reavaliá-lo amanhã - despistou Cristóvão, sem querer cravar a escalação de seu camisa 1.
A bola rolou para um animado rachão, último momento de preparação prática para o duelo com o Tricolor, três pontos à frente dos cruz-maltinos no Brasileirão. Todos os outros titulares participaram. A tendência é que o técnico Cristóvão Borges escale Juninho e Felipe juntos novamente e que promova a estreia da dupla Tenorio e Alecsandro na competição.
Ao cair da tarde, o grupo ainda praticou finalizações e, depois, alguns bateram pênaltis, com bom aproveitamento. Antes de ir para o vestiário, o equatoriano atendeu a dezenas de torcedores no portão de fundo do campo com muita simpatia ao lado do lateral Auremir.
Jogadores treinando, Vasco (Foto: André Casado / Globoesporte.com)Jogadores batem bola antes do rachão na Colina (Foto: André Casado / Globoesporte.com)

Entre 'virtudes e limitações', Vasco encara metamorfose contra má fase

Com baixas no elenco cada vez mais evidentes, técnico remonta estrutura do time e ressalta força dos rivais recentes. Prass diz que queda é relativa

Por André Casado e Gustavo Rotstein Rio de Janeiro
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Depois de um período de brilho, regularidade e disputa ponto a ponto com o Atlético-MG, o Vasco foi o primeiro dos líderes a encarar a realidade da gangorra chamada Campeonato Brasileiro. Até passou ileso pelas primeiras semanas sem três titulares, vendidos para fazer caixa, mas não suportou a força ou as dificuldades de encaixe em relação a alguns dos últimos rivais, segundo o técnico Cristóvão Borges, e caiu de rendimento. Hora de rever conceitos, remexer no time à procura de uma solução ágil - sem atirar fora o que foi construído - e muita conversa para reforçar a confiança dos jogadores em suas qualidades.
A má fase pode ser deixada para trás já neste sábado, com uma vitória sobre o Fluminense, segundo colocado. No clube, espera-se que assim o primeiro turno seria encerrado com moral e em condições de arrancar de novo para a campanha dos sonhos. Sem olhar para trás e remoer as baixas de Fagner, Romulo e Diego Souza - além de Allan, espécie de 12º jogador.
- O jogador quando sai, acabou. Tenho que esquecer para não prejudicar o trabalho. O Vasco precisava da venda e sabíamos que era provável acontecer. A discussão é que, fora as dificuldades para fazer gols, Alecsandro ficou mais sozinho pelas necessidades. Eder Luis voltou sem ter a mesma eficiência e se machucou. Falei logo para eles (jogadores): temos virtudes e limitações. E aí, quando jogamos contra determinados adversários, sofremos por isso. Temos que saber aflorar nossas virtudes a cada dia e não ficarmos vulneráveis para as dificuldades não aparecerem. Tivemos Corinthians, Inter, Atlético-MG, Flamengo, todos grandes times pela frente. Em alguns casos, como o do Coritba, a forma de jogar não encaixou, são características de cada um. E criou-se ainda uma ansiedade por essa rodada ter sido positiva. Mas mostramos nervosismo com os erros que cometemos e ficamos expostos - justificou Cristóvão, sem especificar os aspectos mais frágeis do Vasco.
campinho vasco x flamengo (Foto: Reprodução/Blog André Rocha)Na derrota para o Flamengo, no último domingo, o 4-3-3 habitual com Felipe no meio e Wendel caindo pela ponta esquerda, para amenizar o raro avanço dos laterais (Foto: Reprodução / Blog Olho Tático)
As mudanças efetivas trouxeram laterais mais retraídos, como Auremir e William Matheus, e um meia-atacante que não emplacou - Carlos Alberto, substituto de Diego Souza, voltou ao banco de reservas nas últimas rodadas. Assim, Felipe voltou a aparecer e passou a atuar com Juninho, algo raro para os ídolos. Na vaga de Romulo, Wendel, porém, parece soberano e livre de contestações da torcida. A equipe ficou sete partidas sem sofrer gols, mas os setores passaram a exibir falhas, quebrando a sequência de invencibilidade de nove partidas. De acordo com os jogadores, o fato de o Vasco ser muito visado e marcado é o maior complicador.
Para André Rocha, do blog Olho Tático do GLOBOESPORTE.COM, Cristóvão vem fazendo testes pontuais desde então, mas evita mudar a estrutura time. A variação do 4-3-3 raramente sai de cena. A situação, contudo, não é simples, por conta da maior facilidade de manutenção das peças principais e do entrosamento dos adversários diretos.
Temos que saber aflorar nossas virtudes a cada dia e não ficarmos vulneráveis para as dificuldades não aparecerem. Tivemos Corinthians, Inter, Atlético, Fla, grandes times pela frente. Em alguns casos, como o do Coritba, a forma de jogar não encaixou, são características de cada um"
Cristóvão Borges
-  A solução a curto prazo é encaixar o Jonas na lateral direita, investir na rápida recuperação técnica e física de Eder Luís e Dedé e não deixar o momento de oscilação virar crise. O time do Vasco é forte, organizado e pode recuperar o terreno no returno. A estrutura tática é a mesma, com o 4-3-3 como base. Na derrota para o Flamengo, Felipe formou o meio-campo com Nilton e Juninho e Wendel jogou aberto pela esquerda. O Vasco sofre mesmo sem o entrosamento de Fagner, Allan, Romulo, Bernardo e Diego Souza. Cristóvão Borges perdeu a força do elenco, característica marcante na memorável campanha de 2011. Ainda assim, a sequência de resultados negativos é dura, mas compreensível pelo contexto. Talvez se Atlético-MG e Fluminense não estivessem tão regulares, o impacto seria menor - avaliou
Ao longo do clássico do último domingo, só Juninho levantou 17 bolas na área, um recorde na edição do Brasileirão. Além disso, números outrora fortes para o Vasco se tornaram bem menos efetivos. Foram somente sete roubadas de bola, por exemplo, contra 21 do arquirrival. A média era de 15 por rodada, a melhor do torneio. Cristóvão não crê em ser refém da jogada de seu capitão e contra-argumenta ressaltando que o Vasco já ganhou muito assim.
Juninho pernambucano vasco renato flamengo (Foto: Ide Gomes / Agência Estado)Juninho foi muito acionado contra o Fla, mas o time
não foi eficiente (Foto: Ide Gomes / Agência Estado)
- Juninho é uma arma e tenho que usá-la. Eles confiam muito naquilo, já nos deu gols, e acabam insistindo mais em determinados jogos. Se pegarmos o geral, nem sempre as jogadas partem da bola áerea - minimizou o comandante cruz-maltino.
Para o goleiro Fernando Prass, é fundamental esperar mais para saber se a metamorfose gradativa pela qual passa o Vasco neste princípio de segundo semestre não trará benefícios futuros.
- A queda é relativa. Se pegarmos os últimos dez ou 15 jogos, ainda temos uma regularidade e médias boas. Fala-se muito desses cinco jogos, é verdade que os resultados não estão vindo, mas é até normal porque perdemos jogadores. Entraram reforços com características diferentes das do Diego Souza, do Fagner, do Romulo, até do Allan, e não é fácil acertar e se manter. Até se adequar, leva um tempo. É voltar a ter isso aos poucos, no trabalho e na conversa, para não perdermos as chances que aparecem na competição - projetou.

Cauteloso, Cristóvão vive expectativa de reforços da base: 'É nosso desejo'

Técnico explica pouco uso de promessas, mas diz que trio promovido tem talento. Volante Wendel espera que eles façam 'fumaça' nos treinamentos

Por André Casado e Gustavo Rotstein Rio de Janeiro
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Marlone no juniores do Vasco (Foto: André Durão / GLOBOESPORTE.COM)Marlone vai  estourar idade dos juniores e terá
chance (Foto: André Durão/GLOBOESPORTE.COM)
O Vasco anunciou no início desta semana que três promessas dos juniores serão promovidas ao elenco profissional após a disputa da Taça BH da categoria, que termina em setembro. Os meias Jhon Cley (18 anos) e Marlone e o atacante Romário (ambos com 20) vão ser observados de perto pela comissão técnica de Cristóvão Borges, que esclareceu o motivo da cautela no uso da base cruz-maltina.
- Esse é o trabalho e o nosso desejo (aproveitar a cautela), mas as dificuldades financeiras do clube fazem com que a base pague também. A diretoria trabalha muito nisso e conseguiu CT´s novos tanto para os garotos (em Itaguaí) quanto para nós (a partir de setembro, as instalações do CFZ serão alugadas). Eles sofrem muito com esse atraso, essa dificuldade de estrutura e temos que pesar isso. Mas agora as coisas estão começando a se acertar e teremos mais opções - disse Cristóvão.
Junto a Guilherme Costa, que frequentou todas as seleções inferiores, um dos principais nomes desta leva é Marlone, de 20 anos, camisa 10 do time há duas temporadas. O treinador admite que sempre esteva atento ao meia, mas um problema físico atrapalhou sua sequência.
- Marlone adoeceu, teve dificuldades para treinar por alguns meses. E, em outros momentos, a nossa equipe oscilou e não dava para testar. Essa transição não é simples, é preciso ter certeza. Mas temos um acompanhamento de todos que têm talento, e muitos ali vão vingar.
Diante da escassez de dinheiro, a diretoria mandou cortar os gastos com viagens dos olheiros desde 2011. A captação, portanto, ficou prejudicada e teve reflexos na falta de resultados. Para se ter uma ideia, o volante Romulo, vendido recentemente por R$ 20 milhões ao Spartak Moscou, da Rússia, chegou somente aos 18 anos vindo do Piauí.
O clube vive, inclusive, uma batalha judicial com o Ministério Público sobre as condições que oferece aos adolescentes, tanto em campo quanto nos alojamento. A ponto de o CT de Itaguaí e os abrigos em seu estádio terem sido alvo de processos e ameaças de suspensão.
Garotada para fazer 'fumaça'
Revelado pelo Cruzeiro, Wendel se animou com a chance de ver mais revelações no Vasco.
- É bacana. Iniciei com 11, 12 anos no Cruzeiro e sempre tive a vontade de defender o clube. Com todos é assim, se entregam pela camisa. Estou há pouco mais de um mês aqui e vejo que há jogadores de nível próximo de vestir a camisa do Vasco. Citaria o Luan (zagueiro), de 19 anos, que, quando posso conversar, vejo que tem cabeça boa, e isso conta muto. Dentro de campo é técnico, tem força, sabe sair jogando. Espero que esses três novos possam nos ajudar. No treino mesmo é importante quando fazem aquela "fumaça". O futuro do clube é a sua base, espero que isso seja um exemplo aqui no Vasco - declarou o volante.
luan vasco treino (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco)Já integrado, zagueiro Luan é uma das maiores apostas do Vasco (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco)
Hoje, o grupo conta com seis jogadores formados em São Januário: o lateral Max, o zagueiro Luan, os volantes Renato Augusto e Diego Rosa, o meia Felipe (de 34 anos) e o atacante Jonathan. Destes, à exceção de Felipe, só Diego Rosa costuma ter espaço. O zagueiro Jomar e o lateral Dieyson foram experimentados em outro momento, mas retornaram aos juniores.
Em junho, houve um trabalho especial para nove apostas. São eles: o volante Paulista, o meia Guilherme Costa e os atacantes Yago, Rodrigo Dinamite (filho do presidente Roberto) e Romarinho (filho do ex-atacante Romário), a exemplo de Luan, Jhon Cley, Marlone e Romário.

Duelo com Dedé já tira o sono de Fred: 'Se dominar errado ele corta'

Atacante tricolor elogia o zagueiro que considera 'muito completo' e diz que Flu precisa impor seu ritmo para vencer: 'Temos que agredir e marcar bem'

Por Edgard Maciel de Sá Rio de Janeiro
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Fred terá mais uma vez o amigo Dedé pela frente no próximo sábado. E enfrentar um dos melhores zagueiros do Brasil preocupa o camisa 9 tricolor. Depois do treinamento da última quinta-feira na Urca, o atacante do Fluminense classificou o adversário como muito completo e disse que precisa estar muito concentrado para superá-lo.
Fred, Fluminense (Foto: Dhavid Normando / Photocamera)Fred passa por Fábio no treino: preocupação com Dedé (Foto: Dhavid Normando / Photocamera)
- É difícil encarar o Dedé. Ele é muito completo. Sempre que vou enfrentá-lo procuro me concentrar mais. Se dominar errado ele corta a bola, evita os gols... Terei poucas oportunidades nesse jogo. Nosso time está criando bem, mas a defesa do Vasco é muito boa e marca pesado. Vou procurar me movimentar muito para fazer os gols - resumiu.
Para o atacante, uma das melhores atuações do Fluminense em 2012 foi justamente diante do Vasco, na vitória por 3 a 1 na final da Taça Guanabara. A missão agora é conseguir impor o ritmo de jogo para conquistar outra vitória.
- Uma de nossas melhores atuações no ano foi contra o Vasco, na final da Taça Guanabara. A equipe toda foi bem naquele jogo. Temos que impor nosso ritmo novamente. Claro que seria bom vencer jogando bonito, mas precisamos marcar bem o Vasco. É uma equipe de muita qualidade, tem o Juninho Pernambucano na bola parada... Precisamos agredir o máximo o Vasco para fazer os gols. O que importa são os três pontos e é isso que vamos buscar. Pode ser de bola parada, de pênalti... Qualquer 1 a 0 está valendo - disse.
Fluminense e Vasco se enfrentam neste sábado, às 18h30m (de Brasília), no Engenhão, pela última rodada do primeiro turno. Com 39 pontos em 17 rodadas, seu melhor desempenho em um único turno do Campeonato Brasileiro na era dos pontos corridos, o Tricolor ocupa a vice-liderança, atrás apenas do líder Atlético-MG (42 pontos e um jogo a menos).

Ney Franco confessa: já desenhou campinho com Ganso no São Paulo

Treinador diz que foco agora está no clássico de domingo, contra o Corinthians, mas chegou a imaginar como meia atuaria pelo Tricolor

Por Marcelo Prado São Paulo
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Ney Franco São Paulo (Foto: Divulgação)Ney Franco fala sobre Ganso (Foto: Divulgação)
A negociação entre São Paulo e Santos por Paulo Henrique Ganso continua sem definição. O Peixe quer um valor maior para liberar uma de suas principais estrelas, enquanto o Tricolor espera o momento certo de fazer nova oferta para tentar reforçar sua equipe no segundo turno do Campeonato Brasileiro e na sequência da Copa Sul-Americana. Mas o técnico Ney Franco já faz projeções de como poderá usar o meia canhoto em sua equipe.
Durante a entrevista coletiva concedida na manhã desta sexta-feira, o treinador foi questionado sobre a negociação e deu a seguinte resposta.

- Essa negociação pode ser uma história curtinha ou uma novela. E a gente sabe que, quando a novela dá ibope, demora uns nove meses. Logicamente que quando fui informado da negociação, já sentei e rabisquei um campinho com a melhor forma de ele jogar pelo São Paulo – afirmou o treinador.
Como qualquer técnico, Ney Franco aprova a chegada do meia santista. No entanto, diz que agora também não pode ficar se envolvendo muito nessa questão.

- A informação que eu tenho é de que existe uma negociação. Mas também não posso só ficar pensando no Ganso. Meu problema imediato é o clássico de domingo, preciso montar um time para enfrentar o Corinthians – ressaltou.

Para que Ganso suba a serra e vire reforço do São Paulo, falta o acerto financeiro com a equipe da Baixada Santista, que detém 100% dos direitos federativos e 45% dos direitos econômicos. A primeira oferta, de R$ 10,7 milhões, foi recusada. Com a DIS, empresa que detém os outros 55%, o acerto com o Tricolor está encaminhado pela quantia de R$ 12,5 milhões. Com o jogador, que ganha R$ 150 mil mensais no Peixe, já está tudo certo e ele ganharia aproximadamente R$ 280 mil mensais no novo clube.

Feras do skate mundial lutam pelo título da MegaRampa na Apoteose

Começa contagem regressiva para a competição mais radical da modalidade, que será realizada pela primeira vez no Rio de Janeiro

Por Ana Carolina Fontes Rio de Janeiro
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Encarar uma rampa de 112m de comprimento por 27m de altura, equivalente ao tamanho de um prédio de nove andares, e realizar as manobras mais radicais possíveis a uma velocidade que pode chegar a 70 km/h. Este será o desafio dos competidores da MegaRampa, neste fim de semana, competição que será realizada pela primeira vez na Cidade Maravilhosa. Berço do samba e às vezes palco do rock and roll, o Sambódromo do Rio de Janeiro será invadido por alguns dos maiores skatistas e bikers do mundo.
Bob Burnquist, Megarampa (Foto: Divulgação / Agif)Bob Burnquist realiza manobra durante treino para a disputa da megarrampa (Foto: Divulgação / Agif)
Pelo que se viu no último dia dos treinos livres, nesta sexta-feira, o reinado do tricampeão Bob Burnquist está em perigo. A sessão, que teve início às 10h, só terminou por volta das 18h, já com os holofotes ligados. As feras da competição mais extrema do skate mostraram que o nível deste ano é um dos mais altos das quatro edições. A MegaRampa terá transmissão do SporTV, no sábado, e da TV Globo, no domingo, dentro do Esporte Espetacular.
Dentre os prodígios da nova geração, o americano Mitchie Brusco, revelação do ano passado, é o maior ameaça ao trono do brasileiro. Vice-campeão em 2011, o garoto deu um espetáculo na última edição, em São Paulo, quando executou três vezes em quatro dias uma das manobras mais complexas na Big Air, o 900º.
- Não estou preocupado em vencer ou perder. Sou criança e quero me divertir. Estou torcendo para acertar novamente o giro de 900º - afirmou o fenômeno de 15 anos.
Uma das principais revelações do cenário nacional, o paulista Rony Gomes disse que a primeira meta é chegar à final. Se passar, aí vai arriscar o máximo possível.
Rony Gomes durante treino para a disputa da MegaRampa (Foto: Divulgação/Agif)Quinto colocado no ano passado, Rony Gomes
espera vencer em 2012 (Foto: Divulgação/Agif)
- Sem contar com o Bob, que tem uma megarrampa em casa, a competição para os brasileiros é mais difícil, porque temos pouco tempo para treinar, andamos três vezes por ano ou nem isso. Vou tentar um ollie 3600 e 540º no quarter pipe (rampa final). No ano passado fiquei em quinto lugar, espero vencer este ano – disse o skatista de 20 anos, dez deles dedicados às quadro rodinhas.
O australiano Jake Brown prometeu algumas manobras radicais e disse não ter medo da megarrampa. Conhecido por se atirar em pistas gigantes, ele sofreu uma das maiores quedas na história da competição, em 2007, caindo de uma altura de 18m.
Não tenho medo da megarrampa e vou arriscar um ollie 540º para buscar o título"
Jake Brown
- Já estive no Rio de Janeiro numa viagem, mas esta é a minha primeira competição na cidade. Será uma boa disputa, o Bob Burnquist e o Mitchie Brusco são os favoritos, na minha opinião, mas vou fazer o meu melhor e espero ir bem. Não tenho medo da megarrampa e vou arriscar um ollie 540º para buscar o título.
Mitchie Brusco, Noland Munroe, Adam Taylor, Elliot Sloan, Jagger Eaton, Trey Wood e Alex Sorgente completam o time de estrangeiros. Os brasileiros que marcam presença no evento são Bob Burnquist, o grande favorito, além de Rony Gomes, Marcelo Kosake, Lincoln Ueda, Edgard Pereira, Martín André e Ítalo Penarrubia. A disputa também contará com o BMX, onde vão estar presentes o atual campeão Doguete, Kevin Robinson, Chad Kagy, Morgan Wade, Anthony Napolitan, Steve McCann, Vince Byron e Colton Satterfield.
jake Brown é um dos adversários de Bob Burnquist (Foto: Divulgação/Agif)O australiano Jake Brown voa durante treino na Apoteose (Foto: Divulgação/Agif)
Confira a programação completa da MegaRampa 2012
Sábado
Treino de BMX - 8h30m às 9h15m
Final de BMX - 9h30m às 10h30m
Treino de skate - 11h às 11h30m
Eliminatórias de skate - 11h45m às 12h30m
Treino de BMX (best trick ou similar) - 12h45m às 13h30m
Final de BMX (best trick ou similar) - 13h45m às 14h45m
Treino de rail - 15h às 15h45m
Final de rail - 16h às 17h
Domingo
Treino de skate - 9h às 10h30m
Final de skate - 10h45m às 11h30m
Cerimônia de premiação skate e BMX - 11h45m às 12h

Em Santos, Deivid não revela futuro, mas se vê fora do Flamengo

Durante inauguração de agência bancária no litoral paulista, atacante diz que recebeu sondagens, mas ainda não conversou com nenhum clube

Por Lincoln Chaves Santos, SP
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Deivid em Santos (Foto: Lincoln Chaves / Globoesporte.com)Deivid esteve em Santos nesta sexta-feira à tarde
(Foto: Lincoln Chaves / Globoesporte.com)
A passagem de Deivid pelo Flamengo está perto do fim. Na inauguração de uma agência bancária (da qual é proprietário do imóvel) em Santos, nesta sexta-feira, o atacante admitiu que está mesmo de saída da Gávea e revelou já ter sido sondado por clubes do Campeonato Brasileiro - dentre eles, o Coritiba, com quem o atleta já teria até mesmo chegado a um acordo salarial. Negou, no entanto, que já tenha conversado com alguém.
- Interesse existe, do Coritiba como de outras equipes. Mas não conversei com ninguém, até por ter contrato com o Flamengo. Há algumas sondagens, vamos ver qual é o melhor projeto para a minha carreira. Mas em respeito ao Flamengo, enquanto estiver sob contrato, não vou falar com ninguém - resumiu o centroavante, que tem contrato com o Rubro-Negro até o final do ano.
A possibilidade de Deivid trocar o Flamengo por outro clube da Série A ainda este ano é real, já que o atacante tem seis jogos na competição. Se entrar em campo pela sétima vez, o jogador não poderá se transferir para nenhuma equipe do Brasileirão.
Deivid, no entanto, ainda tem R$ 8 milhões a receber de uma dívida que o Rubro-Negro tem com ele. O atacante espera solucionar a pendência antes de deixar o time carioca. Segundo o jogador, uma reunião sobre o assunto está prevista para semana que vem com o diretor de futebol do clube, Zinho, e a presidente Patrícia Amorim.
- Sou feliz de ter realizado um sonho meu de pequeno e da minha mãe, que foi jogar no Flamengo. Quero só acertar essas pendências com o clube, que sempre me tratou com respeito, para que não fique nenhuma mancha dessa minha passagem. Quero que sair de uma forma boa. Espero que conversemos logo e possamos nos acertar, para que o Flamengo siga a vida dele e eu siga a minha - declarou.
Contratado em 2010, Deivid fez 99 jogos pelo Rubro-Negro, marcando 31 gols. No time da Gávea, o atacante sofre com a concorrência por vaga no ataque titular - além de Vagner Love, Liedson, Hernane, Thomás e Negueba, o Flamengo ganhou o reforço de Adriano para a posição. Deivid não foi relacionado para o clássico de domingo, às 16h, contra o Botafogo, pela 19ª rodada do Brasileirão.

Carlos Alberto Torres elogia papel de Félix em 70: 'Grande goleiro'

Capitão do tri lamenta morte do ex-companheiro e diz que ele foi muito importante para a conquista do Brasil no México

Por SporTV.com São Paulo
Comente agora
A coragem de Félix Mielli Venerando, morto na manhã desta sexta-feira, aos 74 anos, em São Paulo, pode ser traduzida em um lance. A Copa de 70, aquela que tornou o Brasil tricampeão do Mundo, teve o arqueiro que jogava sem luvas como um dos protagonistas. No jogo diante da Inglaterra, campeã mundial na época, ele fez uma de suas maiores defesas. Quando a partida, duríssima, ainda estava 0 a 0, o atacante Lee cabeceou à queima-roupa. Félix defendeu, mas deu rebote e foi acertado no peito por Lee. Lance que não é esquecido pelo capitão daquela equipe, Carlos Alberto Torres.
- Foi uma grande perda, ele era uma pessoa excepcional, um grande amigo. Foi contestado na época. Não é o melhor dos goleiros do Brasil, mas era um grande goleiro, com um ótimo posicionamento. E um grande amigo. Eu gostava muito dele, era o mais velho do grupo na Copa e com essa experiência ajudou muito no trabalho de unir o grupo. Muita coragem na defesa no jogo da Inglaterra, que era um jogo muito importante. Sabíamos que teríamos que vencer para pelo menos chegar à final. A Inglaterra era a favorita, campeã mundial, pressionou muito a gente no fim do jogo e ele foi muito importante, fez grandes defesas. O Félix foi muito importante para a nossa conquista - declarou um emocionado Carlos Alberto Torres ao “Arena SporTV” desta sexta-feira.
Nascido em Caratinga, em Minas Gerais, Félix iniciou a carreira no futebol paulista. Defendeu o Nacional, da capital paulista, o Juventus e, logo em seguida, a Portuguesa. No entanto, foi no Rio de Janeiro que o goleiro viveu seu auge. Félix defendeu o Fluminense entre 1968 e 1976, quando se aposentou.
Por conta no período passado no clube, o Fluminense decretou luto oficial de sete dias e bandeiras a meio mastro por causa da morte do ídolo, em decorrência de um enfisema pulmonar.
Ele fez 319 partidas com a camisa tricolor. Félix conquistou o Campeonato Brasileiro de 1970, os cariocas de 1969, 1971, 1973, 1975 e a Taça Guanabara de 1975. A leveza de seus voos atrás dos chutes adversários lhe rendeu o apelido de “Papel” e um lugar no coração dos torcedores tricolores.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) determinou um minuto de silêncio em todas as partidas da 19ª rodada do Campeonato Brasileiro em homenagem ao ex-goleiro.

Da roça para o mundo: ex-engraxate, esperança da luta olímpica mira 2016

Após trilhar caminho difícil na infância e no início da carreira, Lais Nunes, de 19 anos, colhe os frutos de tanto sacrifício de olho nos Jogos do Rio

Por Lydia Gismondi Rio de Janeiro
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Trabalhando na roça varrendo semente de brachiaria, engraxando sapato por um trocado, vendendo salgado na praça, faxinando casa de madame. Em qualquer um desses cenários, Laís Nunes enxergava um fio quase imperceptível de esperança no fim de um túnel escuro. Sempre otimista mesmo diante das dificuldades de uma vida humilde no interior de Goiás, agarrou com força a sua provável única chance de prosperar. A luta olímpica, que só foi descobrir do que se tratava quando já estava em ação, levou a menina da pobreza à glória. Hoje, aos 19 anos, já viajou o mundo, participou do projeto Vivência Olímpica, em Londres, e é apontada como uma das promessas brasileiras para os Jogos de 2016.
Lais Nunes, atleta de lutas do Vivência Olímpica (Foto: Lydia Gismondi / Globoesporte.com)Lais Nunes conhece a cidade dos Jogos Olímpicos de 2012 (Foto: Lydia Gismondi / Globoesporte.com)
O sorriso meigo ainda compõe o rosto de uma adolescente. Mas é só Lais começar a falar para revelar ali uma mulher vivida, experiente. Talvez bem mais que muitas de 30, 40 anos. Amadurecimento que ficou de herança da infância sofrida e da longa batalha por um lugar ao sol. A lutadora veio de uma família humilde da cidade de Barro Alto, no interior de Goiás. Já aos 10 anos ajudava os pais na roça. “Trocou” as bonecas e as brincadeiras de criança pelos estudos e o trabalho. Até encontrar o esporte, foi engraxate, vendedora de salgadinho e faxineira.
- Eu sempre ajudei meus pais. Tinha orgulho de ajudá-los. Trabalhava na roça para tentar conseguir alguma coisa. Não tinha muitas oportunidades. Mas era até engraçado. No fundo, sentia que aquilo ali era muito pequeno para mim. Sabia que ia sair dali. Tinha certeza que ia ter uma vida melhor. E tomei coragem de correr atrás disso. Quando vi a chance, agarrei e sai de casa - contou, com os olhos brilhando.
Lais Nunes, promessa da luta olímpica (Foto: Arquivo Pessoal)Lais começou a se destacar na luta olímpica aos
15 anos  (Foto: Arquivo Pessoal)
A tal luz no fim do túnel foi vista em um projeto social ligado ao esporte em sua cidade. A modalidade escolhida inicialmente foi o judô, mas a luta olímpica acabou virando a solução mais prática e barata. Sem saber direito onde estava pisando, Lais só tinha a certeza de que aquele era um chão mais firme do que o que vinha caminhando. Dedicada e determinada, logo se destacou. A ponto de Barro Alto ficar pequeno para suas pretensões. Aos 15 anos, teve a chance de treinar no Sesi de Brasília. Sem pensar duas vezes, e apenas com poucas peças de roupa em uma mochila, foi ganhar o mundo.
As dificuldades, porém, ainda insistiam em aparecer em seu caminho. Em Brasília, passou sufoco financeiramente no início. A situação se repetiu pouco tempo depois, quando teve a chance de treinar em São Paulo.
- Em São Paulo, não tinha nem lugar para dormir no início. Dormia na casa dos atletas. Eu só tinha as minhas roupas nos primeios seis meses.
Lais Nunes, promessa da luta olímpica (Foto: Arquivo Pessoal)Lais entre os amigos do projeto social em sua
cidade, Barro Alto (Foto: Arquivo Pessoal)
Com os resultados aparecendo, a vida de Lais melhorou. Os títulos de tricampeã pan-americana júnior, vice-campeã brasileira e terceira colocada pan-americana sênior lhe deram moral. E não só isso. Conquistou sua estabilização financeira e ainda passou a ajudar a mãe empregada doméstica e o pai, ex-cortador de cana e hoje atendente em um bar.
- Sempre tive muita cabeça, sempre estudei. Mas não sei o que seria da minha vida sem o esporte. Talvez ainda estivesse trabalhando lá em Barro Alto. Os meus amigos que começaram comigo ficaram pelo caminho. Alguns por causa de drogas, outras engravidaram, outros morreram ou desistiram mesmo.
Lais Nunes, promessa da luta olímpica (Foto: Arquivo Pessoal)A atleta mostra orgulhosa um de seus primeiros
troféus (Foto: Arquivo Pessoal)
O esporte levou a menina do interior de Goiás para conhecer boa parte do Brasil e ainda diversos outros países. Na lista, estão: Chile, Paraguai, Uruguai, Peru, Nicarágua, Cuba, Espanha, Romênia, Colômbia, França, Guatemala, Estados Unidos... O último, e talvez o mais especial, foi a Inglaterra. A lutadora foi uma das jovens promessas escolhidas pelo Comitê Olímpico Brasileiro para participar do programa “Vivência Olímpica”. Nos Jogos Olímpicos de Londres, no início do mês, ela e outros 15 destaques da nova geração sentiram o gostinho do que está por vir em 2016, no Rio.
- Sinto que estou no caminho. Acho que estou cada vez mais perto de onde quero chegar. Só eu sei o que lutei para chegar até aqui. É muito gratificante, nem sei como explicar em palavras.

UFC começa rearrumação de lutas do 151; quatro já têm nova data

Três das lutas programadas para o próximo fim de semana são movidas para evento de outubro e uma entra no UFC 152, em 22 de setembro

Por SporTV.com Las Vegas, EUA
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Jake Ellenberger comemora vitoria sobre Jake Shields (Foto: Divulgação/UFC)Jake Ellenberger (dir.) teve sua luta mudada para
5 de outubro (Foto: Divulgação/UFC)
Com o cancelamento do UFC 151, o presidente da companhia, Dana White, prometeu mover as lutas do card para outros eventos. A rearrumação começou já na quinta-feira. Quatro das 10 lutas programadas - excluindo-se o evento principal, cancelado por causa da lesão sofrida por Dan Henderson - já têm novas datas.
O combate entre os pesos-meio-médios Jake Ellenberger e Jay Hieron, que seria o co-evento principal, foi parar no UFC: Browne x Pezão, em 5 de outubro, em Mineápolis, EUA. A mudança beneficia Hieron, que havia aceitado substituir Josh Koscheck na luta com Ellenberger com cerca de um mês de antecedência.
Duas lutas de pesos-leves também foram para o evento de 5 de outubro: Danny Castillo x Michael Johnson e Shane Roller x Jacob Volkmann.
O combate entre os pesos-meio-médios Charlie Brenneman e Kyle Noke, por sua vez, teve o mesmo destino que Jon Jones: o UFC 152, em 22 de setembro, em Toronto, no Canadá. Assim como no UFC 151, a luta ficará no card preliminar.
Dois brasileiros estavam no card do UFC 151, mas suas lutas ainda não têm nova data. O peso-leve Thiago Tavares enfrentaria Dennis Hallman, e o peso-mosca John Lineker pegaria Yasuhiro Urushitani. Para permanecer atualizado sobre as mudanças nos cards do UFC,

Spider teria se oferecido para lutar no UFC 151, desde que não contra Jones

Campeão dos médios da entidade mandou uma mensagem para Dana White através de seu empresário, mesmo estando fora da sua melhor forma

Por SporTV.com São Paulo
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A decisão de cancelar o UFC 151 após Jon Jones recusar-se a enfrentar Chael Sonnen na luta principal, já que Dan Henderson, seu oponente original, estava lesionado e sem condições de lutar, por pouco não foi tomada.
Momentos após a direção do UFC decidir pelo cancelamento do torneio, Anderson Silva, através de seu empresário, Ed Soares, enviou uma mensagem a Dana White offerecendo-se para lutar no evento, contra qualquer outro meio-pesado que não Jon Jones, mesmo estando fora da sua melhor forma física. Na mensagem, segundo o site "MMA Fighting", Anderson se comprometia a estar dentro dos 93 kg regulamentares da categoria.
Mesmo não tendo como mudar sua decisão, Dana White teria se surpreendido e agradecido a disposição do Spider em tentar ajudar a salvar o torneio.

Dono do UFC revela que Shogun também recusou luta contra Jon Jones

Lorenzo Fertitta revela que disputa de cinturão dos meio-pesados foi oferecida ao brasileiro após recusa de Machida, mas ele também a recusou

Por SporTV.com São Paulo
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Shogun em entrevista (Foto: Fernando Araújo/Globoesporte.com)Shogun teria recebido a oferta de lutar contra Jon
Jones, mas a recusou (Foto: Fernando Araújo)
A "Quinta-feira Negra" do UFC aos poucos vai sendo mostrada em todas as suas cores. O dia em que um evento da entidade foi pela primeira vez cancelado, teve dois anúncios para a disputa do mesmo cinturão, reagendamento de lutas para eventos futuros e farpas lançadas por Dana White na polêmica coletiva de imprensa por telefone, foi marcado pelas recusas em lutar. Após Jon Jones recusar-se a enfrentar Chael Sonnen, e Lyoto Machida dizer não à oferta de enfrentar o campeão da categoria, Maurício Shogun também teria declinado do convite de disputar o cinturão contra Jones. A informação foi dada por um dos donos do UFC, Lorenzo Fertitta, em entrevista ao jornal "LA Times".
- Após termos oferecido a disputa do cinturão para Lyoto Machida, e ele ter recusado, o normal é que oferecêssemos a Maurício Shogun, já que ambos haviam vencido suas lutas no último UFC, e foi dito que o que se apresentasse melhor disputaria o cinturão com o vencedor de Jones e Dan Henderson. Como Lyoto lutou melhor e nocauteou Ryan Bader sem muita dificuldade - ao contrário de Shogun, que teve muito trabalho para nocautear Brandon Vera - ele recebeu a prioridade para a nova luta, em 22 de setembro. Após a sua recusa, procuramos Shogun, mas ele também recusou.
Fertitta aproveitou para parabenizar Vitor Belfort por ter aceitado o duelo.
- Graças a Deus que Vitor é da mesma geração de Chuck Liddell e Matt Hughes. Um verdadeiro lutador.
Curiosamente, oito lutadores se envolveram diretamente na confusa quinta-feira: os meio-pesados Jon Jones, Lyoto Machida e Maurício Shogun recusaram as lutas que lhes foram oferecidas. Já os representantes dos pesos-médios, categoria criticada pelo baixo nível técnico de seus atletas no geral, Anderson Silva, Chris Weidman e Vitor Belfort, além de Chael Sonnen, se colocaram à disposição para lutar.