Canadense 'selvagem' vence Pan de pole dance na feira de Arnold
Veronica Solimano conquista público com coreografia
baseada em animais. Promessa brasileira, Bianca Santhany fica com a
quarta colocação e chora
Por Amanda Kestelman
Rio de Janeiro
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A feira esportiva de Arnold Schwarzenegger, o 'Arnold Classic', deixou
de lado, pelo menos por uma hora, os duelos entre ''fortões'' e abriu
espaço para uma disputa muito mais sensual. Dezenas de pessoas pararam
em volta do palco no centro de convenções do Rio de Janeiro, no Centro,
para assistir ao torneio profissional Pan-Americano de Pole Dance. Cada
uma das 13 competidoras tinha quatro minutos para se apresentar, usando
duas hastes. A grande vencedora foi a canadense Veronica Solimano, que
arrancou muitos aplausos com sua performance inspirada em animais
selvagens. A brasileira mais bem colocada por decisão da bancada
julgadora foi a jovem promessa Bianca Santhany, na quarta colocação.
Veronica Solimano se destacou por apresentação baseada em animais selvagens (Foto: Wagner Meier)
Solimano confessou que não esperava a vitória, uma vez que superou duas
das melhores atletas do pole dance mundial, as americanas Pink Puma e
Rebecca Star (segunda e terceiro lugar, respectivamente). Ela não quis
revelar sua idade, mas contou que iniciou o pole dance depois de ler uma
matéria em um jornal de Vancouver. Além de competir profissionalmente,
ela também trabalha como instrutora.
Felicidade estampada no rosto de Solimano ao
receber a premiação (Foto: Wagner Meier)
- Vencer foi uma surpresa, todas as competidoras eram muito boas, muito
experientes. Qualquer uma delas poderia ganhar, porque fizeram
apresentações muito completas. Comecei o pole quando vi uma matéria no
jornal e me interessei. Parecia uma atividade física divertida. Então,
fui procurar academias onde pudesse praticar e comecei a levar o esporte
de maneira séria e dedicada com o passar do tempo - contou a atleta,
que ganhou o prêmio de R$4 mil pela vitória.
O pole dance competitivo é inspirado em acrobacias que os indianos já
fazem há milênios, só que em um mastro de bambu. A modalidade exige
manobras em uma haste com diâmetro menor que o de uma lata de
refrigerante. Não são tão simples como uma dança de boate, como o grande
público pensa. O torneio da feira ''Arnold Classic'' é organizado pela
Federação Brasileira de Pole Dance, que também criou um código de
regras, onde os movimentos são divididos por graus de dificuldade. São
esses níveis que separam uma atleta amadora de uma profissional.
- O movimento mais difícil para mim são as ‘caídas’, porque você tem
que ter o tempo certo entre soltar o apoio e se segurar novamente -
disse a campeã Veronica Solimano.
Chateada com quarto lugar, Bianca Santhany revelou que é chorona (Foto: Wagner Meier)
Campeã brasileira de pole dance e grande promessa da modalidade no
Brasil, Bianca Santhany, de 19 anos, não pôde conter as lágrimas após o
anúncio da quarta colocação. Depois de ser abraçada pelas amigas nos
bastidores, ela disse que esperava ter ido melhor na competição
pan-americana. No torneio Mundial, ano passado, ela ficou em nono lugar.
- Estou feliz, mas poderia ter sido melhor. Esperava mais da minha
performance. Por outro lado, eu estou tranquila porque ainda sou muito
jovem, tenho muita coisa pela frente. Mas sou muito chorona, nunca
consigo segurar - disse a jovem, limpando as lágrimas.
Nascida na comunidade de Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio, Bianca
começou no pole dance aos 17 anos. Inicialmente, ela trabalhava apenas
como recepcionista de academia, mas se destacou logo nos primeiros
treinamentos. Para se manter, a atleta também trabalha como professora.
- Ganho meu dinheiro como instrutura. Se fosse viver apenas como atleta profissional, passaria fome - disse.
Na competição amadora do Pan de Pole Dance, a mexicana Erika Gonzalez foi a campeã.
Competidoras mostraram muita elasticidade na disputa do pole dance (Foto: Wagner Meier)