sexta-feira, 15 de agosto de 2014

STJD pune Sheik com três jogos, mas Botafogo vai pedir efeito suspensivo

Atacante foi julgado por entrada violenta no volante Henrique, do Cruzeiro, pela 13ª rodada do Brasileiro, e a princípio fica fora contra Figueirense, Chapecoense e Santos

Por Rio de Janeiro
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Se Vagner Mancini já não pode contar com Emerson Sheik, suspenso pelo terceiro cartão amarelo - no clássico deste domingo, contra o Fluminense, em Brasília, o camisa 7, a princípio será desfalque por ainda mais tempo. Em julgamento realizado na tarde desta sexta-feira no STJD, o alvinegro foi punido com três jogos de suspensão pelo carrinho violento aplicado sobre Henrique, no empate por 1 a 1 contra o Cruzeiro, pela 13ª rodada, no Maracanã (veja o lance no vídeo acima).
Com a punição, Emerson não poderá enfrentar Figueirense, Chapecoense e Santos. O Botafogo, no entanto, vai entrar com pedido de efeito suspensivo na segunda-feira e, caso aceito, o jogador terá a possibilidade de atuar até a data do julgamento no Pleno. Com isso, há a possibilidade dele entrar em campo na próxima quarta-feira, no Orlando Scarpelli. Sheik foi denunciado no artigo 254 (praticar jogava violenta), e a pena máxima era de seis partidas. O árbitro da partida, Luiz Flávio de Oliveira, foi apenas advertido, enquanto o Alvinegro carioca recebeu multa de R$ 1 mil.
No jogo realizado no último dia 1º de agosto, o atacante alvinegro protagonizou a jogada violenta aos três minutos do segundo tempo. O adversário, que ficou caído sentindo dores por um tempo, até tentou seguir no jogo, mas deixou o campo pouco depois. O cruzeirense afirmou, dias depois, que considerou a entrada desleal.

Confira o artigo pelo qual Sheik foi julgado:

"Art. 254. Praticar jogada violenta:
PENA: suspensão de uma a seis partidas, provas ou equivalentes.

§ 1º Constituem exemplos da infração prevista neste artigo, sem prejuízo de outros: (AC)
I - qualquer ação cujo emprego da força seja incompatível com o padrão razoavelmente esperado para a respectiva modalidade; (AC).
II - a atuação temerária ou imprudente na disputa da jogada, ainda que sem a intenção de causar dano ao adversário. (AC).

§ 2º É facultado ao órgão judicante substituir a pena de suspensão pela de advertência se a infração for de pequena gravidade. (AC).- 65 -

§ 3º Na hipótese de o atingido permanecer impossibilitado de praticar a modalidade em consequência de jogada violenta grave, o infrator poderá continuar suspenso até que o atingido esteja apto a retornar ao treinamento, respeitado o prazo máximo de cento e oitenta dias (AC).

§ 4º A informação do retorno do atingido ao treinamento dar-se-á mediante comunicação ao órgão judicante (STJD ou TJD) pela entidade de prática desportiva à qual o atingido estiver vinculado. (AC)."

Após um ano, Bolt volta aos 100m com meta "modesta" e sombra de Gatlin

Jamaicano oscila discurso entre cautela e promessa de esforço máximo para superar neste domingo marcas do americano, principal nome da distância na temporada 2014

Por Rio de Janeiro
A história nunca registrou um ser humano mais veloz do que Usain Bolt nos 100m rasos. Mas a última competição oficial da distância com presença do recordista mundial foi em setembro de 2013. Quase um ano depois, o Raio volta a correr a prova mais nobre do atletismo em um desafio cujo nome representa o único duelo que ocorre quando o jamaicano está na pista. No evento Bolt Contra o Tempo, disputado na Praia do Leme, no Rio de Janeiro, o velocista tentará provar que o discurso modesto não passa de teoria e que segue absoluto em sua especialidade, dominada por Justin Gatlin na temporada 2014.
Usain Bolt treino evento Mano a Mano Rio de Janeiro (Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo)Usain Bolt no treino de reconhecimento da pista neste sexta-feira (Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo)

Bolt cravou o tempo de 9s58 no Mundial de Berlim, em 2009, marca que até hoje é o recorde mundial dos 100m. Nem nos grandes palcos, fossem os Jogos de Londres ou os mundiais seguintes (em Daegu 100m foi desclassificado após queimar a largada, e em Moscou foi ouro), o Raio conseguiu superar o próprio desempenho na capital alemã.
justin gatlin recorde do ano nos 100m diamond league de lausanne (Foto: Reuters)Gatlin crava melhor marca dos 100m no ano na etapa de Lausanne da Diamond League (Reuters)
Mesmo assim, seguiu absoluto na distância, colecionando vitórias e títulos. Nesta temporada, enquanto o jamaicano se afastou das competições para se recuperar de uma lesão no pé esquerdo, Justin Gatlin apareceu como principal nome das provas de velocidade. O americano marcou nada menos do que seis dos dez melhores tempos do ano nos 100m, tendo 9s80 como a marca mais veloz. É o atual vice-líder do ranking da Diamond League, principal circuito de atletismo do mundo, apenas um ponto atrás do compatriota Mike Rodgers.
Este número, porém, já foi superado por Bolt dez vezes ao longo de sua carreira profissional. A mais recente delas foi no dia 6 de setembro de 2013, justamente a última ocasião em que o bicampeão olímpico competiu oficialmente na prova. Para este domingo, o recordista mundial oscilou o discurso sobre suas expectativas entre uma meta modesta e a promessa de que se esforçará ao máximo para obter os resultados mais rápidos.
- Não sei quão rápido vou poder correr. Depois do 4x100m em Glasgow eu me senti muito bem. E, quando mais ou corro, mais rápido eu corro. Este vai ser mais um teste, e acho que devo cumprir aquela marca de 10s. Essa é minha primeira prova individual ano ano, e vou correr o máximo que puder. O público pode esperar sempre o melhor de mim. Vou tentar sempre o melhor, ser quão rápido eu puder ser na pista.
info Bolt (Foto: infoesporte)

Entre os demais inscritos no evento, apenas dois brasileiros – que ainda disputam com outros dois compatriotas uma única vaga na final de domingo – figuram na lista da Federação Internacional de Atletismo dos melhores tempos dos 100m em 2014. Os números, porém, os deixam bem distante do topo. Em abril, Jefferson Lucindo completou a distância em 10s27, superando em um centésimo a marca alcançada por Jorge Vides em março. O jovem Aldemir Gomes, que correu na mesma bateria de Bolt nos 200m nos Jogos de Londres, tem como melhor marca nos 100m em 2014 o tempo de 10s55. José Carlos Gomes Moreira não possui marca nas listas das melhores do ano da Federação Internacional de Atletismo (Iaaf, na sigla em inglês) ou da Federação Sul-Americana.
No Bolt Contra o Tempo,os brasileiros correm na pista montada no Leme às 11h (de Brasília) deste sábado. O atleta vencedor volta à competir no domingo, às 11h50m, contra Usain Bolt, Mark Lewis-Francis e Wallace Spearmon. O Esporte Espetacular transmitirá flashes do evento.
feminino tem quarteto brasileiro do 4x100m

A disputa feminina ganhou um tempero a mais na edição de 2014 do evento. Se no ano passado houve apenas uma bateria brasileira, neste ano o desafio de compatriotas servirá como seletiva para uma final com grandes nomes internacionais. O principal deles é da americana Carmelita Jeter, dona da segunda melhor marca da história nos 100m e medalhista de ouro, prata e bronze nos Jogos de Londres.
No sábado, a bateria classificatória será formada por quatro atletas que fazem parte da equipe brasileira de revezamento 4x100m. Rosângela Santos, Evelyn dos Santos e Franciela Krasucki disputam o evento pela segunda vez, enquanto Ana Cláudia Lemos faz sua estreia já pensando na utilidade da competição para os Jogos do Rio 2016.
Evelyn, Rosângela, Ana Claudia e Franciela Atletismo (Foto: Helena Rebello)Evelyn, Ana Claudia, Franciela e Rosângela: quarteto do 4x100m vira rival neste sábado (Foto: Helena Rebello)

- Estão chegando as Olimpíadas do Rio, e as meninas que vão participar do evento são as mesmas que vão representar o Brasil no revezamento. É muito legal para nós competirmos umas contra as outras para nos ajudarmos, estimularmos a buscar sempre os melhores resultados.  Sabemos que só uma vai vencer, e isso faz parte do jogo. Mas é importante que todas estejam competindo em alto nível. Espero que seja um bom dia para todo mundo.
bolt Carmelita Jeter Blake Leeper evento atletismo (Foto: Rudy Trindade/Frame/Agência Estado)Carmelita Jeter, Bolt e Blake Leeper são estrelas do evento ( Rudy Trindade/Frame/Agência Estado)
A melhor brasileira no sábado vai correr ao lado de Carmelita Jeter, Cleo Vanburen e Schillonie Calvert no domingo, a partir das 11h20m. Mais cedo, às 10h30m, será a vez dos paralímpicos Blake Leeper, Richard Browne e Jerome Singleton disputarem o posto de mais veloz.
- O brasileiro não é muito chegado ao atletismo, mas vai aproveitar o evento e conhecer melhor nosso esporte Nossa meta é que realmente entendam o espírito do movimento paralímpico. Você tem uma deficiência, uma necessidade especial, mas todos os atletas treinam com o mesmo esforço. Como atletas estamos numa espécie de show business e temos que entreter o público. Vai ser uma boa oportunidade para as pessoas lembrarem que duas semanas depois das Olimpíadas há os Jogos Paralímpicos, e que serão divertidos e empolgantes também.

Mano exalta números de Petros, mas vê elenco forte: "Não adianta chorar"

Possível suspensão do meia, que será julgado na próxima segunda-feira, não abala técnico do Corinthians para a sequência do Brasileirão

Por São Paulo
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A possível perda de Petros, que será julgado pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) na próxima segunda-feira, não assusta o técnico Mano Menezes. Por ter atingido o árbitro Raphael Claus pelas costas, na vitória do Corinthians por 1 a 0 sobre o Santos, no último domingo, o jogador pode receber uma pena mínima de 180 dias por agressão. O comandante alvinegro admite a importância do meio-campista, mas acredita na força do elenco para substituí-lo.
– O Petros é fundamental quando está. Se não estiver, deixará de ser, e outro jogador vai desempenhar a função, fazendo com que a equipe produza dentro de campo. Futebol é assim. A presença dele nos fez crescer muito, o time só perdeu uma vez com ele em campo. Isso mostra a importância dele. Temos de solucionar o problema, não adianta chorar. Não vamos procurar solução para algo que ainda não temos.
O fato não havia sido relatado na súmula por Raphael Claus após a partida. Porém, com a imagem do lance em mãos, o árbitro voltou atrás e fez um adendo ao documento, dizendo que a atitude de Petros havia sido intencional. O departamento jurídico do Corinthians tentará fazer com que o caso não seja enquadrado como agressão, de maneira a reduzir a suspensão. De 14 jogos neste Campeonato Brasileiro, o meia jogou 13.
Mano Menezes chegou a mostrar bom humor sobre a possível punição de Petros. Questionado sobre a postura tática da equipe, de forte marcação em todos os setores do campo – uma função que deu destaque ao meio-campista, recordista de desarmes do torneio – o técnico assegurou que o estilo continuará o mesmo, mas somente com os adversários, e não com árbitros.
– A combatividade será mantida. Mas aos jogadores do time adversário. Com o árbitro a gente tem de dar uma moderada. Não podemos misturar as coisas – brincou, aos risos.
O substituto de Petros, caso ele seja punido pelo STJD, será Renato Augusto ou Lodeiro. Mano não pretende alterar o atual estilo de jogo do time, com dois volantes e dois meio-campistas.
petros (Foto: © Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)Petros, em treino do Corinthians (Foto: © Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)

Fabrício reconhece falhas, divide culpa e não teme perseguição de torcedores

Zagueiro classifica jogo contra o América-RN como atípico, aceita críticas e se coloca à disposição de Cristóvão Borges para ter mais oportunidades: "Foi uma noite infeliz"

Por Rio de Janeiro
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A noite do último dia 13 de agosto vai demorar a sair da cabeça de Fabrício. E talvez nem saia. Mas o zagueiro do Fluminense, de 24 anos, mantém a calma para tentar uma recuperação rápida. Substituto de Henrique na derrota por 5 a 2 para o América-RN, que eliminou o Tricolor da Copa do Brasil de forma vexatória na última quarta-feira, o jogador, que teria falhado em pelo menos dois dos cinco gols do adversário (veja no vídeo acima) e foi eleito pela torcida o principal culpado pelo resultado desastroso. O que ele considera injusto, mas entende.   
- O torcedor é movido pela paixão, é normal que aconteça esse tipo de julgamento no calor do momento. O que importa é que o professor Cristóvão e os companheiros me deram apoio para que eu possa levantar a cabeça e dar a volta por cima logo - disse, em entrevista ao GloboEsporte.com.
Fabrício no treino do Fluminense (Foto: Fernando Cazaes / Photocamera)Fabrício levanta a cabeça e pede voto de confiança do grupo e dos torcedores (Foto: Fernando Cazaes / Photocamera)
Fabrício reconhece que falhou, mas não sozinho. Segundo ele, todo a equipe teve uma noite de exceção.   
- Reconheço que cometi falhas, assim como todo o time. Não vivemos uma noite boa.  
Aprovado por Cristóvão Borges, Fabrício chegou ao Flu em maio. Até aqui, disputou quatro partidas. Foram duas derrotas e dois empates. Ao todo, o Tricolor sofreu 12 gols nesses jogos.    
Confira a íntegra da conversa com o zagueiro:  
Revendo os lances dos gols do América-RN, como você classifica sua atuação naquela partida? Reconhece que cometeu falhas?
- Sim, reconheço que cometi falhas, assim como todo o time. Não vivemos uma noite boa. Mas os erros já foram conversados para que não se repitam no futuro.
Em alguns momentos você e Elivélton pareceram intranquilos. Isso pesou? Faltou ritmo aos dois?
- Não vejo dessa forma. Entramos totalmente focados na partida, cientes de que o campo estaria molhado, pesado e que enfrentaríamos um time que poderia nos causar problemas. Estou em boa forma física, melhorando meu ritmo de jogo a cada partida.
 
Durante o jogo, a torcida começou a vaiar alguns jogadores e pegou muito no seu pé (veja no vídeo ao lado). O que sentiu naquele momento? Aquilo atrapalhou?
- É claro que você acaba ouvindo. Mas desde a base, eu aprendi a entrar focado somente no jogo. Esquecer o que acontece do lado de fora, esses aspectos extracampo. Portanto, isso não interferiu na minha atuação dentro de campo.
Cristóvão e os jogadores dividiram responsabilidades após o resultado, mas a torcida criticou muito a defesa e você foi eleito um dos culpados. Não acha injusto colocarem a culpa sobre um setor ou um atleta?
- Com certeza. Mas o torcedor é movido pela paixão, é normal que aconteça esse tipo de julgamento no calor do momento. O que importa é que o professor Cristóvão e os companheiros me deram apoio para que eu possa levantar a cabeça e dar a volta por cima logo.
O que Cristóvão, jogadores e dirigentes disseram a você? O diretor Paulo Angioni disse que você tem apoio total do clube. Como está sua cabeça depois de tudo isso?
- Quem me conhece, sabe que dou meu máximo em campo e, quando as coisas dão errado, eu fico chateado. Mas jamais deixo me abater. Sei que conseguirei dar a volta por cima.
Fabrício Fluminense e América-RN Copa do Brasil (Foto: Luciano Belford / Agência Estado)Fabrício teria falhado em pelo menos dois gols sofridos contra o América-RN (Foto: Luciano Belford / Agência Estado)
Teme uma perseguição da torcida?
- Não creio que isso vá acontecer. Foi uma noite infeliz, como eu disse. Mas estou trabalhando para melhorar e ajudar o Fluminense. Visto essa camisa com muita honra e sempre me esforço ao máximo quando estou dentro de campo.
Acredita que será relacionado para o clássico? Está bem para jogar?
- Isso é com o professor Cristóvão. Se ele precisar de mim, estarei à disposição, pronto para entrar e ajudar o time.  
Não creio que isso vá acontecer (perseguição da torcida). Foi uma noite infeliz. Mas estou trabalhando para melhorar e ajudar o Flu. Visto essa camisa com muita honra e sempre me esforço ao máximo quando estou dentro de campo"
Fabrício, zagueiro do Flu
Está confiante para jogar uma partida que ganhou mais peso após a eliminação?
- Sim, com certeza. Estou completamente preparado para ajudar o Fluminense. A eliminação não podia ter acontecido, mas foi uma coisa que ficou para trás. Acertamos nossos erros e precisamos recuperar a confiança já no domingo.
Foi apenas sua quarta partida pelo time. Como avalia seu desempenho até aqui?
- Tenho muito a melhorar, ganhar mais ritmo de jogo e mais confiança, realizando atuações seguras. O jogo contra o América-RN foi uma exceção.
Pediria um voto de confiança aos torcedores?
- Com certeza. Eu e todos os jogadores do Fluminense sabemos da importância da torcida. E tenho certeza que eles irão nos apoiar ainda mais. Entendemos quando eles vaiam e nos criticam, mas agora é a hora de apoiar e nos empurrar para as vitórias. Conto também com o apoio deles.

"Carrasco de brasileiros", Van Gaal lidera revolução em Manchester

Famoso por mau humor, holandês busca tirar United dos escombros após pior ano desde 1990. Reinado do City também é ameaçado por Liverpool, Chelsea e Arsenal

Por Rio de Janeiro
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Louis van Gaal assumiu uma Holanda desacreditada e a levou ao terceiro lugar da Copa do Mundo. Havia sido contratado em 2012 basicamente para ser o salvador da pátria depois de uma vexaminosa participação da seleção na Eurocopa anterior. No Bayern de Munique, foi o escolhido para suceder o fracassado Jürgen Klinsmann, mas não houve espaço para o seu gigantesco ego sequer por duas temporadas completas. A carreira de Aloysius Paulus Maria (não há Louis em seu nome de nascimento) em geral é pautada por especificidades como essas. O desafio da vez é reconstruir um Manchester United despedaçado, afundado em escombros depois de sua pior temporada em décadas. Os pouco mais de 30 dias de trabalho indicam tempos esperançosos - não necessariamente para todos os envolvidos no projeto de acabar com o reinado do rival Manchester City no Campeonato Inglês, que começa neste sábado com os Diabos Vermelhos em campo contra o Swansea, no Old Trafford. O GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real às 8h45 (de Brasília).
Van Gaal, Manchester United (Foto: Getty Images)Sejam bem-vindos à nova terra de Louis van Gaal, diz o cartaz do Manchester United (Foto: Getty Images)


Van Gaal não tem problemas de autoconfiança. Ao chegar ao Bayern, em 2009, denominou-se dominante, arrogante, mas também cordial, familiar, inovador, trabalhador e honesto. O currículo expõe seus feitos mais impressionantes, como guiar o pequeno AZ ao seu primeiro título do Holandês em 28 anos, ou enfileirar um tricampeonato com o Ajax - e nesta mesma passagem conquistar Copa e Supercopa da Uefa, Liga dos Campeões e uma Copa Intercontinental. Também ergueu troféus na Alemanha e Espanha, onde comandou o Barcelona em duas oportunidades - só a primeira foi vitoriosa. Mas não sem colecionar alguns inimigos.
Para o meia Giovanni, ex-Santos, que trabalhou com Van Gaal no Barça no fim dos anos 90, o holandês é o "Hitler dos jogadores brasileiros".

- Van Gaal é o Hitler dos jogadores brasileiros. É arrogante, soberbo, tem algum problema. Minha convivência com ele foi péssima. Ele não queria brasileiros com ele, brigou comigo, me mandou embora e também brigou com Rivaldo e o Sonny Anderson. Fiquei um ano com ele, e era sempre o mesmo treinamento. O cara é doente, maluco – disse certa vez o ídolo santista.

O zagueiro Lúcio foi outro a ter problemas de relacionamento com Van Gaal - deixou o clube de forma pouco amigável semanas após sua chegada. Uli Hoeness, então presidente do Bayern, tampouco carrega lembranças das mais agradáveis.

- O problema é que Louis não pensa que é Deus, e sim o pai de Deus. Antes de o mundo existir, Louis já estava lá. Mas o mundo não funciona como ele enxerga.
Van Gaal, Manchester United (Foto: Getty Images)Holandês já é sucesso entre os torcedores após boa pré-temporada (Foto: Getty Images)

Respeito é bom. E o Manchester United gosta

Há males que vêm para o bem. Paul Scholes, ídolo do Manchester United, acredita que o jeitão turvo de Van Gaal é o que o clube necessita para mudar depois do marasmo sob o comando de David Moyes. Com o sétimo lugar em 2013/14, os Diabos Vermelhos fizeram sua pior participação na Premier League desde 1989/1990. Ainda não se classificaram para qualquer competição europeia pela primeira vez em 22 anos.
Do que eu vi na pré-temporada ele parece um pouco louco. É algo como um gênio louco, um pouco maluco 
Paul Scholes descreve Van Gaal
 - Van Gaal tem o respeito dos jogadores. Ele conseguiu assim que chegou. Esse é um homem que treinou alguns dos maiores clubes: Ajax, Barcelona, Bayern e acabou de levar a Holanda ao terceiro lugar na Copa. É um homem com presença. E parece ser um pouco assustador. É bom. Sir Alex Ferguson também era um pouco louco às vezes e era possível tirar dos jogadores suas melhores atuações. Do que eu vi na pré-temporada ele parece um pouco louco. É algo como um gênio louco, um pouco maluco – afirmou o ex-meio-campista em sua coluna no jornal “Independent”.
A exigente imprensa inglesa se impressionou com o trabalho de um mês até aqui de Van Gaal. Enquanto perdia para o Singha All Star na pré-temporada de 2013, o time ainda em formação atual venceu cinco dos seis compromissos (empatou o outro), incluindo a conquista de um torneio amistoso nos Estados Unidos - dentre as vítimas estiveram Roma, Real Madrid e Liverpool.
Darren Fletcher e Rooney troféu Manchester United (Foto: EFE)Wayne Rooney recebeu a braçadeira de capitão (Foto: EFE)
A principal mudança dentro de campo passa pelo esquema. Van Gaal promoveu a mesma tática com três zagueiros utilizada no Mundial. Aboliu os pontas que não têm apreço pela marcação, como Nani. Os brasileiros Anderson e Rafael, segundo o jornal “Daily Mail”, também estão incluídos numa barca que deverá zarpar em breve do Old Trafford.

A braçadeira de capitão foi parar em Wayne Rooney, de temporadas pouco empolgantes ao lado de Robin van Persie. O novo esboço de time, com Juan Mata atrás dos atacantes, pode contribuir para a melhora aguardada de rendimento. O rejuvenescimento do elenco, com as saídas dos multicampeões, porém desgastados Rio Ferdinand, Patrice Evra, Nemanja Vidic e Ryan Giggs (este último agora parte da comissão técnica), é outro ponto visto como favorável.

Com o mercado ainda aberto, o Manchester United aguarda a chegada de pelo menos dois reforços para fechar o seu elenco. Chegaram até aqui o jovem lateral-esquerdo Luke Shaw e Ander Herrera (custaram juntos € 73,5 milhões), ambos resquícios da Era Moyes. Van Gaal ainda sonha com Daley Blind, um dos destaques de sua Holanda na Copa, e o chileno Arturo Vidal, para pelo menos se colocar no rol dos favoritos. Por enquanto, o desafio é recuperar a ambição de um dos maiores clubes do país.
MANCHESTER CITY: CARDÁPIO VASTO PARA PELLEGRINI

Dificilmente encontra-se no futebol mundial cardápio tão vasto como o que Manuel Pellegrini terá nas mãos na temporada 2014/15. Sem grandes baixas no time com relação à temporada passada, quando conquistou o Campeonato Inglês, o Manchester City trouxe reforços para posições variadas e encorpou seu leque de opções, montando o que certamente é um dos melhores elencos da história do clube.
Alexis Sánchez, Manchester City (Foto: Getty Images)Atual campeão, City deposita esperança em elenco vasto (Foto: Getty Images)


Embora aponte o Chelsea como grande favorito, a imprensa inglesa sabe que o City pode lidar com as competições simultâneas da melhor forma. Um time completamente reserva dos Citizens poderia ser escalado com: Willy Caballero, Zabaleta, Nastasic, Demichelis e Kolarov; Fernandinho, Lampard, Navas e Milner; Negredo e Jovetic. Assustador, diriam alguns rivais. Então, imagine os titulares com: Joe Hart, Sagna, Kompany, Mangala e Clichy; Fernando, Yaya Touré, David Silva e Nasri; Agüero e Dzeko. Certamente as saídas de Javi García, Rodwell, Barry e Pantilimon não farão falta.
O único setor não reforçado pelo City no mercado foi o ataque
O único porém do elenco seria sua média de idade, considerada alta: 28,2 anos (levantando em conta os 22 jogadores citados acima). Os reforços trazidos por Pellegrini mostram que há a intenção de renovação, embora ela não seja uma preocupação. Das seis contratações, apenas o zagueiro Eliaquim Mangala (23 anos) e o meia Bruno Zuculini (21 anos) são considerados jovens. Além deles, foram trazidos o goleiro Willy Caballero (32 anos), o lateral Bacary Sagna (31 anos), o volante Fernando (27 anos) e o meia Frank Lampard (36 anos). O gasto total foi de € 65,5 milhões (R$ 196,5 milhões), sendo a maior parte os € 40 milhões (R$ 120 milhões) investidos no defensor francês.

Apesar da expectativa, o desempenho na pré-temporada não foi tão animador. Dos seis jogos disputados, o City venceu três (Heart of Midlothian, Kansas City e Milan), empatou dois (Liverpool e Olympiacos) e perdeu um (Dundee). O melhor resultado foi a goleada por 5 a 1 sobre o Milan, enquanto os empates tiveram gosto amargo por virem acompanhados de derrotas nos pênaltis. Mas a maior decepção veio no primeiro jogo oficial da temporada: a Supercopa da Inglaterra, quando o Arsenal dominou a equipe de Pellegrini e venceu por 3 a 0. A projeção para a Premier League, porém, é boa, e os Citizens são vistos como um dos favoritos ao título.
Lampard Manchester City (Foto: Facebook do Manchester City)Ainda que por seis meses, Frank Lampard é uma das caras novas do Manchester City (Foto: Reprodução / Facebook)



Chelsea com toques de Atlético de Madrid

O Chelsea reconheceu que lhe faltou poder de decisão na reta final da última temporada. Na Liga dos Campeões, José Mourinho sucumbiu para um Atlético de Madrid não apenas aguerrido ou mais bem organizado, mas com algumas peças que causaram inveja ao português. Aqui cabe um breve parênteses: depois de fixado entre os melhores treinadores, Mou sempre teve o que quis. E, apesar do fracasso em 2013/14, ainda nutre de notável paciência do magnata Roman Abramovich. Prova disso foi a permanência no cargo, algo inimaginável para qualquer um que passasse um ano inteiro sem títulos, e as contratações dos reforços que considera pontuais para mudar esse cenário.
Do Atlético de Madrid vieram o goleiro Courtois, retornando de empréstimo, o lateral-esquerdo Filipe Luís (€ 20 milhões) e o atacante Diego Costa (€ 38 mi) 
 Do atual campeão espanhol vieram o goleiro Thibaut Courtois, retornando de empréstimo, o lateral-esquerdo Filipe Luís (€ 20 milhões) e o atacante Diego Costa (€ 38 milhões), no qual Mourinho considerou uma “pechincha” pelos resultados já apresentados na pré-temporada. O português ainda trouxe Cesc Fàbregas e Didier Drogba, que já provaram serem decisivos num passado não tão distante na Premier League.

As saídas de David Luiz (€ 49,5 milhões) ou Romelu Lukaku (€ 35 milhões) não assustam, pelo contrário: caíram do céu em tempos de fiscalização rigorosa do Fair Play Financeiro da Uefa. Às vésperas da estreia, Mourinho pode se gabar de ter em mãos qualidade o suficiente para não precisar de desculpas até maio que vem. Apesar de relativa instabilidade nos amistosos (perdeu por 3 a 0 para o Werder Bremen e empatou com o Wolfsberger, da Áustria), o Chelsea é, sim, um dos favoritos a tudo que disputar.
Drogba,Diego Costa, Filipes Luiz e Fábregas Chelsea (Foto: Reprodução/Facebook)Diego Costa, Drogba, Fàbregas e Filipe Luís: Chelsea ainda mais forte para temporada (Foto: Reprodução/Facebook)


- Nós temos o elenco que queremos ter. É um elenco para amanhã, para a próxima temporada e é também um elenco com boas possibilidades para os próximos cinco ou dez anos, com tantos jovens. Estou muito contente com o meu time. Nenhum treinador no mundo tem um elenco perfeito. Não existe um técnico que possa dizer “meu elenco é perfeito” ou que não poderia melhorar um determinado setor. A única coisa que eu posso dizer é que estou muito feliz com o meu elenco. O clube foi fantástico porque me deu os três alvos que eu solicitei: um lateral-esquerdo, um meia e um atacante. De fato, me deu dois atacantes, pois Didier também está de volta. Então, nós temos o elenco que queríamos ter. Não estamos dizendo que é perfeito, não estamos dizendo que é o melhor. Estamos dizendo que estamos muito contentes com o nosso time.
LIVERPOOL E A PROVA DE FOGO SEM SUÁREZ

Após um ano de reafirmação como uma das grandes forças do futebol inglês, o Liverpool tem novamente questões a responder na Premier League. E principal delas para o torneio que se inicia é: o quão competitivo o time pode ser sem Luis Suárez? A perda do atacante para o Barcelona certamente abalou a confiança da torcida na temporada marca o retorno dos Reds à Liga dos Campeões e fez com que aumentasse a pressão sobre os outros destaques da boa campanha em 2013/14. O jovem trio Philippe Coutinho, Sterling e Sturridge terá o apoio do capitão Gerrard para reagir bem diante da enorme expectativa, que começa no próprio banco de reservas, com o técnico Brendan Rodgers.
A venda de Suárez rendeu R$ 243 milhões ao Liverpool, que gastou R$ 393 milhões nas compras
O comandante concede entrevistas constantes onde diz que tem muita esperança nos jovens talentos do Liverpool, principalmente no brasileiro, a quem vê como o cérebro do meio de campo. Ainda assim, reinvestiu os € 81 milhões (R$ 243 milhões) da venda de Suárez no mercado e até gastou € 50 milhões (R$ 150 milhões) além. Foram contratados o zagueiro Dejan Lovren (€ 25 milhões), os laterais Alberto Moreno (€ 18 milhões) e Javier Manquillo (empréstimo por € 2 milhões), os meias Emre Can (€ 12 milhões) e Adam Lallana (€ 31 milhões), e os atacantes Divock Origi (€ 12,6 milhões), Lazar Markovic (€ 25 milhões) e Rickie Lambert (€ 5,5 milhões) - a maioria jovens apostas. O desejo é manter a base da temporada passada e ganhar opções, mas é difícil não imaginar que atletas como Lovren e Lallana, vindos do Southampton, não sejam titulares.
Philippe Coutinho, Liverpool (Foto: Getty Images)Philippe Coutinho é uma das esperanças de Brendan Rodgers após a saída de Suárez (Foto: Getty Images)


Embora os números gerais da pré-temporada não sejam bons (54,2% de aproveitamento, com 4 vitórias, um empate e três derrotas), os Reds têm frutos a colher dos jogos de preparação. Apesar dos revés diante de Roma, Manchester United e Brondby, as vitórias sobre Preston North, Olympiacos, Milan e principalmente diante do Borussia Dortmund trouxeram à tona a esperança de um bom futebol. Embora seja difícil esperar que a equipe de Brendan Rodgers esteja na briga pelo título nacional novamente, não dá para imaginar o Liverpool novamente fora das primeiras posições e da disputa por uma vaga na Champions.
Arsenal gasta com responsabilidade e pode sonhar

Quem te viu, quem te vê, Arsène Wenger. Após anos de decepções na janela de transferências, o Arsenal se fixou como um investidor para recuperar a credibilidade conquistada na década passada. Özil chegou nos dias finais do verão passado e ajudou a acabar com o jejum dos Gunners de nove anos sem títulos. A barreira mental agora é a Premier League - até onde o treinador francês pode ir com Alexis Sánchez e companhia?

O chileno, contratado por € 37 milhões, faz parte da nova política do Arsenal. É um time que investe em suas carências e aproveita as oportunidades do mercado, como também fez com o lateral-direito Debuchy (€ 15 milhões), o goleiro Ospina (€ 4 milhões) e o zagueiro/lateral Chambers (€ 20 milhões).

- O que é uma grande contratação? Para vocês é a quantidade de milhões. Para mim é a qualidade do jogador. Eu não acho que Alexis Sánchez vá levar tempo para se adaptar. Ele tem todos os ingredientes para explodir na Premier League – disse Wenger.
Alexis Sánchez, Arsenal (Foto: Getty Images)Alexis Sánchez e o troféu da Supercopa da Inglaterra: Arsenal começa temporada animado (Foto: Getty Images)


Amistosos não puderam servir lá como parâmetro - o Arsenal venceu o Boreham Wood, mas perdeu para o New York RB, ainda sem muitos titulares. No último domingo, porém, conquistou a Supercopa da Inglaterra com convincente exibição diante do Manchester City: fez 3 a 0 nos atuais campeões e se candidatou a pelo menos sonhar com os dias de glória de dez anos atrás.

- Acho que temos chance de ganhar o título porque estivemos no topo por muito tempo na temporada passada. É difícil saber o quão melhor os outros times estarão. Temos alguns desafios a cumprir que não fizemos bem no ano passado. Significa que temos que tirar mais pontos dos concorrentes, essa será a nossa grande tarefa. Terminamos em quarto com 79 pontos. O Manchester City ganhou a liga com 86, então foi um G-4 muito apertado, uma diferença de um ou dois jogos. Se você ganha deles, são três pontos a menos para o rival e três a mais para você – avaliou o treinador.
EVERTON, TOTTENHAM E OS COADJUVANTES

Entre as outras equipes, que, teoricamente, têm como objetivo no máximo uma vaga na Liga Europa, Everton e Tottenham se destacam. Quinto colocado na última temporada, o time de Liverpool conseguiu manter sua base, perdendo apenas Gerard Deulofeu, que retornou ao Barcelona. Por outro lado, o clube assegurou a compra em definitivo do atacante Romelu Lukaku, astro em 2013/14, e ainda conseguiu o empréstimo de Christian Atsu.
Lukaku Everton (Foto: Facebook Oficial Everton)Lukaku agora é do Everton em definitivo (Foto: Facebook Oficial Everton)
Já os Spurs, que terminaram a última edição na sexta colocação, têm no banco de reservas sua maior esperança. Ao fim da temporada, o clube de Londres acertou a vinda do técnico Mauricio Pochettinno, que comandou a boa campanha do Southampton e é considerado um dos treinadores promissores na Inglaterra. Até o momento, o comandante não realizou grandes contratações, trazendo apenas o goleiro Michel Vorm e o lateral Ben Davies, do Swansea, e o zagueiro Eric Dier, do Sporting Lisboa.
O Southampton, por sua vez, tentará se adaptar após perder o técnico e ter seu elenco praticamente desmanchado, dando adeus ao zagueiro Dejan Lovren, aos laterais Luke Shaw e Calum Chambers, ao meia Adam Lallana e ao atacante Rickie Lambert.  Já o Stoke City apostará todas as suas fichas em Bojan Kric, ex-atacante do Barcelona que chega com moral após passagem pelo Ajax.
Vindo da segunda divisão, o Queens Park Rangers parece disposto a fazer barulho. Nova casa do ex-capitão do Manchester United Rio Ferdinand, o clube londrino acertou a vinda do meia Mauricio Isla e ainda busca novos nomes. O goleiro Julio César está de volta após empréstimo ao Toronto FC, mas ainda não tem destino definido.
Rio Ferdinand Queens Park Rangers (Foto: Reprodução / Facebook )Rio Ferdinand é o novo astro do QPR, que ainda definirá situação de Julio César (Foto: Reprodução / Facebook )

Técnicos que passaram pela base são minoria no Campeonato Brasileiro

Apenas sete dos 20 treinadores da Série A têm experiência com formação de jogadores. Coordenadores relatam falta de diálogo e integração com os profissionais

Por Rio de Janeiro
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Muricy (Foto:  Site Oficial / saopaulofc.net)Muricy Ramalho passou pela base do São Paulo, mas atualmente é criticado por não usar muitos garotos no clube (Foto: site do São Paulo)
Em um momento no qual a formação do jogador brasileiro é colocada em discussão e foi criticada pelo ex-coordenador técnico da Seleção, Carlos Alberto Parreira, os profissionais de base apontam um problema recorrente nos clubes: a falta de integração entre departamentos de base e profissionais. Um número ajuda a ilustrar um pouco o panorama. Dos 20 técnicos da Série A do Campeonato Brasileiro neste momento, apenas sete (35%) tiveram passagens por divisões de base.

- Há treinadores que criticam a base. Mas eles conversam com a base? Vão ver os treinos? Às vezes há clubes com dois, três auxiliares, e nenhum vai ver o que a base faz. E depois reclamam que o trabalho é mal feito. Mas eles fazem parte desse processo também - analisa Erasmo Damiani, coordenador da base do Palmeiras.

Damiani, que trabalhou no Figueirense e no Atlético-PR, elogia a postura do argentino Ricardo Gareca no comando técnico do Palmeiras, sobretudo em relação à garotada.

- Nossa experiência com o Gareca é bem interessante, ele conversa com o Diogo, fala sobre posicionamento. Dificilmente a gente tem isso.
Parreira, após a goleada por 7 a 1 para a Alemanha, elogiou a formação do adversário e disse que no Brasil o processo deve passar pelos clubes, e não pela CBF, que apenas seleciona os melhores para disputar competições (veja no vídeo abaixo).
Tabela com técnicos do Brasileiro com passagem pela base (Foto: GloboEsporte.com)
A falta de integração é uma queixa recorrente de profissionais de base. Há relatos que vão desde a ausência de diálogo entre os dois departamentos, até a proibição de jogadores e técnicos da base de assistir a treinos atrás do alambrado. A autonomia dada aos treinadores dos profissionais é vista como excessiva, e as concessões feitas em nome do resultado muitas vezes respingam em jovens jogadores.

A constante rotatividade entre os treinadores é apontada pelos profissionais da área como mais uma dificuldade para que essa integração aconteça. Há clubes que trocam de técnico três, quatro vezes por ano, e cada comissão nova chega com uma filosofia de trabalho diferente, uma preferência por jogadores com um determinado estilo ou outro. Isso condiciona a viabilidade do planejamento inicial ao resultado em curto prazo.

- Enquanto o técnico estiver vulnerável às emoções, a ações intempestivas, não haverá trabalho. Não se faz trabalho com essa ciranda de treinadores - avalia Ricardo Drubscky, atualmente no comando do Goiás, um dos sete que passaram por divisões de base antes de chegar aos profissionais.
 
Claudinei Oliveira, atualmente no Paraná Clube, não está na Série A, mas sentiu na pele a dificuldade da falta de respaldo. Ficou sete anos na base do Santos e um nos profissionais. Promoveu jogadores como Leandrinho, Geuvânio e Gustavo Henrique ao time titular, ficou na sétima colocação no Campeonato Brasileiro de 2013, mas não renovou contrato. Ele não vê a passagem pela base como algo primordial para a carreira, mas reforça essa necessidade de integração entre os departamentos.

- O técnico que chega ao clube não tem a obrigação de confiar em quem é da base, que teoricamente tem interesse em ver todo mundo subir. Mas às vezes alguns profissionais vêm com três, quatro auxiliares, e um deles poderia fazer essa função, de trocar informações com o pessoal da base, para poder lançar jogadores com critério, e não apenas por necessidade.

Números maiores em Espanha e Alemanha

O Brasil perde na comparação com os países que são referência na formação de jogadores atualmente. A Alemanha, atual campeã do mundo, tem dez técnicos com passagens pela base entre os 18 dos times da primeira divisão (55,5%). Entre eles, estão Guardiola (do Bayern de Munique) e Robin Dutt (do Werder Bremen e ex-diretor técnico da Federação Alemã). A Espanha soma dez técnicos em 20 times (50%). Dois exemplos são Luis Enrique (Barcelona) e Marcelino (Villarreal).

O dado não surpreende Mário André Mazzuco, superintendente de futebol do Coritiba. Ex-coordenador da base, ele critica a cultura de resultados imediatos e a falta de percepção de alguns profissionais em relação ao processo de formação do jogador brasileiro.

- Esse número deveria ser o contrário e ilustra o atraso que temos no Brasil em relação ao trabalho de formação. É importante que o treinador tenha a percepção do todo, de que o jogador da base é um ativo do clube, que precisa se fortalecer como instituição, criar políticas próprias, cumprir o que promete, implantar uma filosofia de trabalho e fazer com que o treinador compre a ideia, e não o contrário. Futebol é imprevisível, mas, se houver organização, a possibilidade de dar certo é maior.

Após críticas de Levir, Kalil dispara
no Twitter: "É só pedir pra ir embora"

Depois de entrevistas polêmicas do técnico, presidente posta mensagens em rede social: "Só fica com nariz em pé quem já ganhou Libertadores"

Por Belo Horizonte
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Coincidentemente após as críticas do técnico Levir Culpi ao planejamento realizado pela diretoria e também ao clima que encontrou quando foi contratado pelo Atlético-MG (assista ao vídeo ao lado), o presidente do clube, Alexandre Kalil, disparou sua costumeira metralhadora em seu perfil oficial no Twitter. O dirigente mandou um recado àqueles que estão incomodados dentro do clube.  
- No Atlético é o seguinte: do porteiro ao presidente, se tiver ruim, é só pedir pra ir embora. Sem drama e sem conversinha – escreveu o dirigente que, logo depois, em nova publicação mandou novo recado.  
- Ah! Só fica com nariz em pé quem já ganhou Libertadores.  
Montagem - Postagens Alexandre Kalil Atlético-MG (Foto: Editoria de Arte)Alexandre Kalil usou a conta oficial dele no Twitter para responder às críticas de Levir Culpi  (Foto: Editoria de Arte)
Alexandre Kalil não deixou claro para quem ele dirigiu os comentários. Entretanto, a segunda publicação pode ser uma resposta ao técnico atleticano. Em entrevista ao GloboEsporte.com, Levir disse que encontrou jogadores e diretoria de “narizinho empinado” após a conquista da Libertadores pelo clube. Nesta sexta-feira, o treinador voltou a criticar a diretoria, afirmando que foi erro de planejamento a contratação de três atletas para a lateral esquerda da equipe.

Curtinhas: Joby Sanchez é novo adversário de Wilson Reis em Tulsa

Bruno Carioca enfrenta campeão do TUF Nations em card do UFC em Halifax, que tem seis novas lutas anunciadas; Talita Treta negocia com Bellator

Por Rio de Janeiro
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MMA - UFC Jaguará do Sul, Pesagem - Wilson Reis (Foto: Rodrigo Malinverni)Wilson Reis fará sua terceira luta dentro do UFC
(Foto: Rodrigo Malinverni)
O UFC se moveu rapidamente para arrumar um novo adversário para o brasileiro Wilson Reis em seu evento do próximo dia 23 de agosto em Tulsa, Oklahoma (EUA), após a lesão sofrida nesta semana por Tim Elliott. O americano Joby Sanchez, estreante no Ultimate, será seu substituto. O peso-mosca de 23 anos recentemente passou a treinar na academia Jackson's-Winkeljohn's MMA, em Albuquerque (EUA), e está invicto em sua curta carreira no MMA, com seis vitórias - três delas por nocaute, três por finalização. Confira o card atualizado:
UFC: Henderson x Dos Anjos
23 de agosto, em Tulsa (EUA)
CARD PRINCIPAL
Peso-leve: Benson Henderson x Rafael dos Anjos
Peso-meio-médio: Jordan Mein x Mike Pyle
Peso-médio: Francis Carmont x Thales Leites
Peso-pena: Max Holloway x Mirsad Bektic
Peso-leve: Chas Skelly x Tom Niinimaki
CARD PRELIMINAR
Peso-meio-médio: Neil Magny x Alex Garcia
Peso-mosca: Wilson Reis x Joby Sanchez
Peso-leve: James Vick x Valmir Lázaro
Peso-leve: Beneil Dariush x Tony Martin
Peso-galo: Aaron Phillips x Matt Hobar
Peso-meio-médio: Ben Saunders x Chris Heatherly
Seis novas lutas em Halifax
O UFC anunciou mais seis lutas para seu evento em Halifax, no Canadá, no dia 4 de outubro. Entre elas, um lutador brasileiro: o peso-médio Bruno Carioca vai buscar sua segunda vitória consecutiva dentro do Ultimate e terá pela frente o campeão do TUF Nations na categoria, o canadense Elias Theodoreau. Pelos pesos-galos, o lutador americano em ascensão Aljamain Sterling vai enfrentar o canadense Mitch Gagnon. Pelos meio-médios, o russo Albert Tumenov dá às boas-vindas ao estreante Matt Dwyer. Três luvas pelos pesos-leves também foram anunciadas: Chad Laprise x Yosdenis Cedeno, Olivier Aubin-Mercier x Jake Lindsey e Jason Saggo x Paul Felder. Confira o card atualizado:
UFC Fight Night
4 de outubro de 2014, em Halifax (CAN)
CARD DO EVENTO
Peso-meio-médio: Rory MacDonald x Tarec Saffiedine
Peso-galo: Raphael Assunção x Bryan Caraway
Peso-palha: Paige VanZant x Kailin Curran
Peso-meio-médio: Nordine Taleb x Li Jingliang
Peso-galo: Aljamain Sterling x Mitch Gagnon
Peso-médio: Elias Theodoreau x Bruno Carioca
Peso-leve: Chad Laprise x Yosdenis Cedeno
Peso-leve: Olivier Aubin-Mercier x Jake Lindsey
Peso-leve: Jason Saggo x Paul Felder
Peso-meio-médio: Matt Dwyer x Albert Tumenov
Talita Treta negocia com Bellator
Revelação do MMA feminino nacional, a lutadora paulista Talita "Treta" Nogueira está em negociação com o Bellator, de acordo com o site "MMA Fighting". A campeã mundial de jiu-jítsu está invicta no MMA, com seis vitórias (quatro por finalização e duas por nocaute), e luta na categoria peso-pena, que a organização americana acrescentou ao seu elenco nesta quinta-feira.

Ginásio Sabiazinho é aprovado e UFC está confirmado em Uberlândia

Engenheiros da Prefeitura aprovam estrutura da arena para receber evento de MMA no dia 8 de novembro. Lutador Cláudio Mineiro comemora chance de atuar em casa

Por Uberlândia, MG
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Claudio Mineiro, lutador de MMA do UFC (Foto: Claudio Mineiro/Arquivo Pessoal)Claudio Mineiro vai lutar em casa
(Foto: Claudio Mineiro/Arquivo Pessoal)
A única pendência que restava para confirmação do UFC em Uberlândia foi resolvida. Os engenheiros da Prefeitura Municipal de Uberlândia (PMU) fizeram vistoria no local e aprovaram a estrutura da Arena Sabiazinho para receber 20 toneladas de iluminação e mais seis toneladas de equipamento no piso. O próximo passo é encaminhar o laudo para os representantes do UFC no Brasil. Com a aprovação da Arena Sabiazinho, o contrato está em processo final de elaboração. Apesar da informação divulgada pela Fundação Uberlandense de Turismo, Esporte e Lazer (Futel), que administra o ginásio, a organização do UFC ainda não trata o evento como oficial.
Ainda sem card definido, a data provável é 8 de novembro. Por telefone ao GloboEsporte.com, o lutador Cláudio Mineiro, o Hannibal, comemorou a oportunidade de poder lutar em casa.
- Estou muito feliz de lutar onde nasci e comecei. Quero a participação de todos. Para mim é uma honra lutar em Uberlândia, representar a cidade, o bairro Tocantins e todos os meus amigos. É uma oportunidade da nossa cidade ficar de vez no calendário do UFC, a maior competição de MMA do mundo - falou Cláudio Mineiro.
Laudo, vistoria, engenheiro, Arena Sabiazinho, UFC (Foto: Prefeitura de Uberlândia)Vistoria do engenheiro civil Leandro Barrera atesta capacidade do Ginásio Sabiazinho
(Foto: Prefeitura de Uberlândia)
A direção da Futel informou que o município não recebe cota do UFC e também não destina verba pública para receber os combates. A diretora Deyviane Souza explicou como foi feita a negociação para trazer o evento.
- Existe essa negociação desde o início do ano. É um evento que temos o interesse em trazer e agora deu tudo certo. Precisávamos da liberação por parte dos engenheiros aprovando a Arena para receber a estrutura de iluminação no teto e também do piso. Está confirmado para o dia 8 de novembro. Agora restam aqueles detalhes de venda de ingressos. Quando tivermos mais detalhes iremos dar uma coletiva - falou.
Em 2014, o Brasil recebeu o UFC nas cidades de Jaraguá do Sul (SC), São Paulo e Natal. O departamento de comunicação do UFC ainda confirmou eventos em Brasília, no dia 13 de setembro, e no Rio de Janeiro, em 25 de outubro. Ainda de acordo com o UFC, ocorrerão mais dois eventos no país, em um total de sete em todo o ano.
Ginásio Sabiazinho - Arena Tancredo Neves, em Uberlândia (Foto: Andréia Candido/GLOBOESPORTE.COM)Estrutura do ginásio de Uberlândia foi aprovada por engenheiros (Foto: Andréia Candido/GLOBOESPORTE.COM)

Chael Sonnen fala sobre doping e admite: "Tentei enganar o sistema"

Lutador diz que esperava só ser testado no dia da luta contra Wanderlei
Silva e expõe fraco controle sobre uso de substâncias proibidas no MMA

Por Las Vegas, EUA
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Sonnen Tuf 3 (Foto: Marcos Ribolli)Chael Sonnen admitiu que sabia que substâncias
que tomou eram proibidas (Foto: Marcos Ribolli)
Sem dar muitas entrevistas desde que teve sua licença de lutador suspensa por dois anos pela Comissão Atlética do Estado de Nevada (NSAC), Chael Sonnen rompeu o silêncio ao participar do podcast "Talk Is Jericho", do lutador de wrestling profissional Chris Jericho, nesta semana. Durante a conversa de mais de 90 minutos, o ex-desafiante peso-médio e peso-meio-pesado do UFC admitiu que tentou "enganar o sistema" ao se dopar - foi flagrado com cinco substâncias proibidas pela comissão em dois exames surpresa durante a preparação para seu duelo contra Wanderlei Silva, eventualmente cancelado.
Apesar de manter que não usou esteroides ou substâncias ilegais fora do esporte, o lutador americano foi sincero ao dizer que não esperava ser testado durante o camp de treinamentos para o duelo e expôs uma antiga crítica ao controle antidoping no MMA: que os exames eram realizados apenas às vésperas das lutas e faziam pouco para impedir o uso de drogas de melhora de rendimento.
- Eu fui pego num exame surpresa 44 dias antes da luta. Geralmente, no nosso ramo, somos testados na noite da luta. O que quer que seja que você esteja usando ou não, você tem que aparecer limpo no dia da luta. (...) Não achei que seria testado naqueles 44 dias, tentei enganar o sistema, e foi isso que aconteceu. Não queria dizer nada que pudesse amenizar minha culpa. Acho muito importante, quando você está errado, apenas diga que está errado, e foi isso que eu fiz. Sou um homem crescido, sabia o que estava fazendo. O teste devia ser em 44 dias, pensei que poderia pegar meu bolo e comê-lo e me sentir ótimo. Esse foi um dos problemas que eu tive. Eles dizem que essas são "drogas de melhora de performance", e eu digo, "Caras, por que mais eu os usaria?" Não vou aparecer no médico e pedir, "Doutor, você tem algo para me fazer me sentir pior?" - contou Sonnen.
O lutador criou mais um de seus factoides ao dizer que pretende passar os dois anos de suspensão treinando para competir na luta olímpica nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, mas admitiu que não acredita que teria chances de se classificar. Ao comentar as ramificações de sua suspensão e a reação do público, Sonnen ofereceu um conselho a outros lutadores que foram ou venham a ser pegos em exames antidoping.
- As coisas mudam rapidamente. As pessoas são compreensivas quando você é sincero. (...) Se eu pudesse aconselhar alguém que esteve nos meus sapatos, apenas seja sincero. Seja tão sincero quanto puder, o mais rápido que puder. Aí, deixe as pessoas decidirem - disse.

Impedido de lutar no UFC, Gerônimo Mondragon pede para sair do evento

Diagnosticado com hepatite B em 2012, peso-pesado já está curado, segundo seu empresário, mas comissão atlética exige nível de imunidade mais alto

Por São Paulo
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Gerônimo Mondragon Jungle Fight (Foto: Ivan Raupp)Gerônimo Mondragon numa aparição em evento do
Jungle Fight (Foto: Ivan Raupp)
Sem ter feito uma luta sequer no UFC, Gerônimo "Mondragon" dos Santos não faz mais parte da organização. Contratado em 2012 para enfrentar Gabriel Napão no dia 13 de outubro daquele ano, no UFC 153, no Rio de Janeiro, o peso-pesado foi diagnosticado com hepatite B e acabou retirado do card. Desde então, ele vem fazendo tratamento e, de acordo com seu empresário, Alex Davis, o lutador está curado e não existe qualquer risco de transmissão da doença a outros atletas. O problema é que um de seus dois antígenos, moléculas capazes de chegar num certo nível de imunidade, ainda não chegou ao nível exigido pela Comissão Atlética do Estado de Nevada, cujo regulamento é adotado pelo Ultimate no resto do mundo. Sem a liberação para competir no octógono, ele decidiu pedir para ter seu contrato com o evento encerrado.
- É bem complexa a forma como a Comissão Atlética de Nevada analisa a hepatite B. Ele já zerou o vírus. Fez os exames e não tem mais o vírus ativo. Só que ele também tinha que positivar em dois antígenos, que provam que ele tem os anticorpos. Quando se faz quimioterapia, muitas vezes um desses antígenos demora mais a se desenvolver. Ele estava em tratamento, e nós estávamos esperando que ele apresentasse esses antígenos para então ser liberado pela comissão, o que não aconteceu. Ele não foi cortado do Ultimate. Mas ele achou melhor sair e continuar lutando até que possa apresentar esse último antígeno positivo que a comissão atlética está pedindo. Ele está curado, o que foi comprovado por um monte de exames. Os próprios médicos garantiram que ele não contagia ninguém, que já se curou. Infelizmente, a comissão tem essa regra, então vamos esperar ele positivar. O Joe Silva estava louco para vê-lo lutar, mas essa é uma regra e temos que respeitá-la - disse Alex Davis, por telefone, ao Combate.com.
Mondragon agora está focado nos eventos brasileiros, que são menos exigentes em relação à questão do nível de imunidade. E Alex Davis garantiu que ele apresentará os exames de sangue. Enquanto isso, o peso-pesado continuará o tratamento para chegar ao nível desejado, o que pode levar algum tempo. Quando, e se, isso acontecer, ele enfim poderá ser recontratado pelo UFC após a liberação da Comissão Atlética de Nevada. O empresário, por sinal, acredita que Mondragon possa ter contraído hepatite B em alguma luta onde houve sangramento de seu adversário.
- Conheço o Mondragon há uns 10 anos e sei que, se ele tivesse a chance de lutar no UFC, daria muita alegria ao Brasil. Infelizmente em algum momento da vida ele contraiu hepatite B, e isso mostra para todos os eventos e atletas a importância de se fazer exame de sangue. É bem provável que ele tenha pego isso (a doença) numa luta. Ele tratou a hepatite B, fez quimioterapia e está curado. Isso é até mais importante para a vida dele do que para a luta, porque o cara que tem hepatite B crônica tem chance muito grande de desenvolver cirrose e morrer prematuramente - contou Davis.
Aos 33 anos, Mondragon tem um cartel no MMA de 33 vitórias, sendo 22 por nocaute ou nocaute técnico, e 14 derrotas. Segundo o empresário Samir Nadaf, que trabalha com Alex Davis, o lutador já tem quatro combates marcados até novembro. O primeiro deles será no dia 4 de setembro, no Coalizão Fight, no Pará, contra Vinicius Gigantinho.

Bellator anuncia retorno de divisão feminina e contrata Budd e Coenen

Companhia, entretanto, não confirma ainda contratação de Gina Carano

Por Rio de Janeiro
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Marloes Coenen (Foto: Esther Lin/Strikeforce)Marloes Coenen foi confirmada na nova divisão
feminina do Bellator (Foto: Esther Lin/Strikeforce)
Muito especulou-se nesta semana que o Bellator estaria "driblando" o UFC e contratando a lutadora e atriz Gina Carano para competir na organização, dentro de uma nova divisão feminina. Nesta quinta-feira, a companhia anunciou oficialmente o retorno das mulheres ao seu cage circular, com a contratação da canadense Julia Budd e da holandesa Marloes Coenen, para lutar na categoria peso-pena (até 65,8kg) - mesma categoria em que Carano lutava. Todavia, a atriz não foi ainda confirmada e segue em negociação para fazer seu retorno ao MMA.
O Bellator fechou suas divisões femininas no ano passado, pouco depois de o UFC abrir sua primeira categoria feminina, o peso-galo. Suas lutadoras migraram para o Ultimate, World Series of Fighting e Invicta FC. A recente mudança na direção da companhia, com a substituição do CEO e fundador Bjorn Rebney por Scott Coker, resultou na volta das mulheres. O Strikeforce, extinto evento fundado por Coker, foi um dos primeiros a destacar o MMA feminino. De lá, saíram Cris Cyborg, Gina Carano e Ronda Rousey, atual campeã peso-galo do UFC.
Coenen foi campeã no Strikeforce e Budd também competiu na organização. A holandesa, que estava no Invicta, indicou que a presença de Coker ajudou a convencê-la a assinar com o Bellator.
- É ótimo estar trabalhando com o Scott Coker de novo, já que temos a mesma visão sobre luta. Meu estilo é lutar com o objetivo de nocautear minha oponente, ou finalizar. É exatamente isso que planejo fazer no primeiro segundo em que entrar no cage do Bellator - afirmou Coenen num comunicado oficial, segundo o site "MMA Junkie".
Coker, por sua vez, reafirmou o compromisso de sua gestão no Bellator com o MMA feminino e prometeu levar "algumas das melhores do mundo" para o cage da organização. Resta saber se isso incluirá Gina Carano, afastada das lutas desde 2009, quando fez contra Cris Cyborg o primeiro evento principal feminino de uma grande franquia de MMA, o Strikeforce. A partir daí, Carano passou a investir na carreira de atriz e teve papéis de destaque em filmes como "Haywire", "Velozes e Furiosos 6" e "In The Blood", este último lançado recentemente nos EUA. O UFC vem negociando seu retorno aos combates para uma luta contra Rousey, que já declarou inúmeras vezes sua admiração e inspiração em Carano, mas o Bellator teria entrado nas conversas nas últimas semanas devido à amizade entre a lutadora e Coker. Outra vantagem do Bellator é estar abrindo uma divisão no peso-pena, categoria de Carano, que o UFC não tem entre as mulheres - atualmente, as duas divisões femininas do Ultimate são o peso-galo (até 61,2kg) e peso-palha (até 52,2kg).
Marloes Coenen e Julia Budd devem se enfrentar no futuro próximo, ainda este ano. Coenen, de 33 anos de idade, foi campeã peso-galo do Strikeforce e tem um cartel de 21 vitórias e seis derrotas. Em seu combate mais recente, foi derrotada por Cris Cyborg na disputa do cinturão peso-pena do Invicta. Budd, 31, tem apenas oito lutas profissionais de MMA, todas elas ou pelo Strikeforce, ou pelo Invicta. Ela tem seis vitórias no cartel e vem de quatro triunfos consecutivos. As duas derrotas da canadense foram para Ronda Rousey e para a brasileira Amanda Nunes.

Donald Cerrone e Bobby Green fazem coevento principal do UFC 178

Jorge Masvidal, que enfrentaria Green no card, recebe James Krause

Por Las Vegas
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Dois dias após o anúncio da lesão que tirou o combate entre Jon Jones e Daniel Cormier do evento principal do UFC 178, o card do dia 27 de setembro em Las Vegas recebeu boas notícias nesta quinta-feira. O Ultimate anunciou que o peso-leve Donald Cerrone, um dos mais populares da companhia, vai enfrentar Bobby Green no coevento principal.
Montagem - Bobby Green e Donald Cerrone (Foto: Editoria de Arte)Bobby Green e Donald Cerrone fazem coevento principal do UFC 178 (Foto: Editoria de Arte)
Green estava escalado para enfrentar Jorge Masvidal no mesmo evento, mas foi movido para encarar Cerrone, que vinha pedindo uma luta na data. Poucos minutos após o anúncio da mudança, o UFC revelou nas redes sociais que Masvidal enfrentará James Krause.
O confronto põe frente a frente dois lutadores bem cotados no peso-leve. Quarto colocado do ranking da categoria no UFC, Donald Cerrone vem de quatro vitórias consecutivas, três delas neste ano, e fará sua quarta luta no ano. Em janeiro, ele declarou que gostaria de lutar seis vezes em 2014; o máximo de lutas que fez num ano foi cinco, em 2011.
O adversário do "Caubói" Cerrone será o "Rei" Green, que recentemente obteve a vitória mais importante de sua carreira, ao bater por pontos Josh Thomson, ex-campeão do Strikeforce. Foi seu oitavo triunfo consecutivo e o quarto dentro do UFC, e o alavancou à sétima posição no ranking da divisão.
O americano com raízes cubanas Jorge Masvidal venceu cinco de suas últimas seis lutas e fez campanha para encarar Cerrone, antes de receber a luta contra Green. Agora, não vai enfrentar nenhum dos dois. O 14º colocado do ranking vai encarar James Krause, uma das vítimas de Green em 2013, mas que vem de nove vitórias nas últimas 10 lutas, incluindo um nocaute técnico por interrupção médica contra o ex-campeão do WEC Jamie Varner em maio.
Confira o card atualizado:
UFC 178
27 de setembro de 2014, em Las Vegas (EUA)
CARD DO EVENTO
Peso-mosca: Demetrious Johnson x Chris Cariaso
Peso-leve: Donald Cerrone x Bobby Green
Peso-galo: Dominick Cruz x Takeya Mizugaki
Peso-pena: Conor McGregor x Dustin Poirier
Peso-galo: Cat Zingano x Amanda Nunes
Peso-médio: Tim Kennedy x Yoel Romero
Peso-meio-médio: Brian Ebersole x John Howard
Peso-meio-médio: Patrick Cote x Stephen Thompson
Peso-leve: Kevin Lee x Jon Tuck
Peso-galo: Manny Gamburyan x Cody Gibson
Peso-leve: Jorge Masvidal x James Krause