sábado, 30 de julho de 2011

No fim, Vettel garante a pole, e Massa supera Alonso pela 1ª vez no ano

Soberania da RBR aos sábados esteve ameaçada até o fim da sessão por Hamilton. Com cronômetro zerado, brasileiro fez 4º tempo, à frente de espanhol

Por GLOBOESPORTE.COM Budapeste
A supremacia em corridas já havia sido posta em dúvida nos últimos compromissos. Faltava pôr fim ao domínio da RBR dos treinos classificatórios. Com o cronômetro zerado, Lewis Hamilton, da McLaren, esteve perto de conseguir em Budapeste. Líder absoluto, mas pressionado pelos últimos resultados, Sebastian Vettel esperou pela última volta para garantir mais uma pole para a RBR – a 11ª da equipe e a oitava do alemão. Com o tempo de 1m19s815, superou o rival inglês, com 1m19s978, e Jenson Button, com 1m20s024, e larga em primeiro no GP da Hungria.
Felipe Massa, por sua vez, também esperou pela última ida à pista para vencer um duelo pessoal. Pela primeira vez na temporada, vai largar à frente de seu companheiro de Ferrari, Fernando Alonso. O brasileiro, com 1m20s350, vai sair em quarto, enquanto o espanhol ficou com o quinto lugar no grid.
VETTEL rbr gp da hungria (Foto: agência AP)Vettel garantiu sua oitava pole na temporada já com o cronômetro zerado (Foto: agência AP)
A outra RBR ficou para trás. Mark Webber não conseguiu acompanhar o embalo de Vettel e ficou com o sexto lugar no grid. Ele largará à frente de Nico Rosberg, da Mercedes, e Adrian Sutil, da Force India. Michael Schumacher, também da Mercedes e que por pouco não ficou fora do Q3, sairá da nona posição, acompanhado por Sergio Pérez, em décimo.
Mais uma vez, o brasileiro Rubens Barrichello teve problemas com seu Kers e vai largar na 15ª posição. Após o fim do Q2, o piloto da Williams disse, no entanto, que ainda espera um bom resultado na Hungria.
- O carro não tem melhorado o que a gente espera. Mas não dá para falar só de coisas ruins. Usamos a estratégia de salvar pneus para a classificação. Dá para pensar em algo positivo. Acho que eu vejo um fim de semana cheio de coisas acontecendo, quem sabem pontuando. Não sei o motivo, mas o botão do Kers saiu apertado já dos boxes e foi ativado antes da hora. Uma grande pena - disse.
Alonso lidera Q1 com pneus macios
A grande preocupação das equipes era mesmo o desgaste dos pneus. Por conta disso, a Ferrari resolver ir para a pista com os compostos macios, mais lentos que os supermacios, mas mais resistentes. Ainda assim, Fernando Alonso foi o mais rápido do Q1. Com o tempo de 1m21s578, o espanhol foi o mais rápido da etapa, seguido por Lewis Hamilton, da McLaren, e Sebastian Vettel, da RBR. Felipe Massa fechou com o sexto tempo. Sebastien Buemi (STR), Jarno Trulli (Lotus), Heikki Kovalainen (Lotus), Timo Glock (MVR), Vitantonio Liuzzi (Hispania), Daniel Ricciardo (Hispania) e Jerome D'Ambrosio (MVR) não se classificaram.
Com supermacios, Alonso se mantém na dianteira
Para o Q2, Alonso e Ferrari resolveram mudar. E, com os pneus supermacios, o espanhol manteve o domínio. Com 1m20s262, o bicampeão mundial voltou a liderar o pelotão na segunda etapa do treino. Jenson Button, da McLaren, foi o segundo, acompanhado por Webber, Vettel, Massa, Hamilton, Rosberg e Schumacher, que só garantiu o lugar na disputa pela pole com o cronômetro zerado. Di Resta (Force India), Petrov (Renault), Kobayashi (Sauber), Heidfeld (Renault), Barrichello (Williams), Alguersuari (STR) e Maldonado (Williams) ficaram pelo caminho.

Com cronômetro zerado, Vettel garante a pole, e Massa supera Alonso
felipe massa ferrari gp da hungria (Foto: Agência Reuters)Felipe Massa vai largar à frente de Alonso pela primeira vez na temporada (Foto: Agência Reuters)
Hamilton, que até então não vinha repetindo o desempenho de sexta-feira, acordou. Com pneus supermacios, o piloto inglês voou e marcou a volta mais rápida do fim de semana até então, com 1m19s978. Com dois minutos para o fim do treino, todos foram para a pista para a última tentativa. E tudo mudou.
Já com o cronômetro zerado, Vettel estabeleceu a volta mais rápida do fim de semana e cravou sua oitava pole no ano. Também na última volta, Felipe Massa pisou fundo no acelerador e superou o tempo de Alonso, garantindo o quarto lugar no grid.
F-1: Horário GP Hungria 2 (Foto: Editoria de Arte / GLOBOESPORTE.COM)

Imbatível no tiro curto, Cielo voa nos 50m livre e vira bicampeão mundial

Brasileiro brilha na piscina de Xangai; jovem Bruno Fratus fica fora do pódio

Por Lydia Gismondi Direto de Xangai, China
Não importa se é o no Cubo d’Água, no Foro Itálico ou no Centro Esportivo Oriental. Entre os seres vivos sem escamas ou barbatanas, Cesar Cielo continua sendo o mais veloz do planeta dentro d’água. Na final dos 50m, neste sábado, o brasileiro só precisou de 21s52 para engolir sete adversários de uma vez no Mundial de Xangai. No penúltimo dia de um mês tenso, que o obrigou a trancar as braçadas dentro de um terno enquanto se defendia da acusação de doping, foi buscar o ouro na prova favorita, o seu segundo na competição chinesa. Com ou sem supermaiô, ainda está para surgir alguém capaz de se mover mais rápido dentro de uma piscina.
Cesar Cielo ouro nos 50m livre Mundial de Xangai natação (Foto: Reuters)Cesar Cielo olha para o placar e confirma: ainda é o homem mais rápido das piscinas (Foto: Reuters)
Dono do melhor tempo da semifinal, o brasileiro Bruno Fratus, de apenas 22 anos, não conseguiu alcançar o pódio e bateu em quinto lugar. A prata ficou com o italiano Luca Dotto, que sequer ameaçou Cielo com 21s90. O terceiro degrau do pódio é do francês Alain Bernard, que tinha passado raspando com o oitavo tempo da semi, mas se recuperou na final e cravou 21s92.
Clique e confira a galeria com as melhores fotos do ouro de Cesar Cielo neste sábado
Os 50m livre eu nado dormindo, se precisar. É a confiança que tenho de olhar para o fundo, saber a metragem em que eu estou, se vou aguentar passar sem respirar ou não. Então é uma prova bem mais tranquila, um cenário bem mais relaxado. Mesmo assim, a adrenalina da final pega bem forte"
Cesar Cielo, bicampeão mundial nos 50m livre
Assim que bateu em primeiro, Cielo olhou para o placar. Não festejou tanto como no ouro dos 50m borboleta, que quebrava o gelo do julgamento por doping. Naquela primeira vitória, o brasileiro sentou na raia, gritou, chorou compulsivamente. O ouro era surpresa, numa prova que não é sua especialidade. Desta vez, apenas sorriu e foi cumprimentar Fratus, que vinha na raia ao lado. Tirou a touca e os óculos, saiu da piscina, apontou para o céu e acenou para a torcida. Com a tranquilidade de quem está se acostumando com a glória.
- A prova de 50m borboleta é mais tensa, não tenho experiência nela, nunca tinha nadado em campeonato internacional. Os 50m livre eu nado dormindo, se precisar. É a confiança que tenho de olhar para o fundo, saber a metragem em que eu estou, se vou aguentar passar sem respirar ou não. Então é uma prova bem mais tranquila, um cenário bem mais relaxado. Mesmo assim, a adrenalina da final pega bem forte – explicou o bicampeão mundial.
Cesar Cielo ouro nos 50m livre Mundial de Xangai natação (Foto: Reuters)Cielo cumprimenta Fratus após a prova: a dobradinha de semifinal não se repetiu (Foto: Satiro Sodré/AGIF)
No pódio, ele segurou firme a briga contra o choro. Levantou os dois braços, sorrindo, e recebeu a medalha de Coaracy Nunes, presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos. Cumprimentou Bernard e Dotto antes de dar um grande suspiro para ouvir o hino. Ainda na introdução, olhou para os dois lados e deu um tchauzinho para alguém na arquibancada. Cantou a parte final do hino com um sorriso no rosto e os olhos cheios d’água. Ao deixar o pódio, ainda imitou os olhos puxados dos chineses, mostrando que estava em casa.
Final - 50m livre Tempos
1. Cesar Cielo (BRA) 21s52
2. Luca Dotto (ITA) 21s90
3. Alain Bernard (FRA) 21s92
4. Nathan Adrian (EUA) 21s93
5. Bruno Fratus (BRA) 21s96
6. Krisztian Takacs (HUN) 21s99
7. George Bovell (TRI) 22s04
8. Gideon Louw (RSA) 22s11
Supremacia no tiro curto
É a terceira vez seguida que Cielo vence os 50m livre nas grandes competições. Conquistou o ouro em Pequim-2008, Roma-2009, e agora Xangai-2011. Para completar, é o dono do recorde mundial da prova, com 20s91, na piscina do Clube Pinheiros, em São Paulo, em dezembro de 2009, pouco antes da proibição dos supermaiôs.
O bicampeão admitiu que a ausência de Fred Bousquet, eliminado na semifinal, facilitou sua tarefa neste sábado. Ele estava preocupado com o tempo de Bruno Fratus, o melhor da semi. O jovem de 22 anos, que nadou novamente com a bermuda emprestada por Cielo, após ver a sua rasgada na sexta-feira, não conseguiu repetir a performance na decisão, mas saiu satisfeito com a experiência e não vê a hora de cair na piscina de novo nas Olimpíadas de, em 2012.
- O tempo que fiz ontem dava para ter ficado em segundo. Mas valeu a experiência, é meu primeiro Mundial. No ano que vem, nas Olimpíadas, as coisas vão ser mais simples de lidar. Quero nadar de novo esta prova. Talvez tenha pesado um pouco o fato de estar na raia 4. Eu precisava que a bermuda rasgasse de novo – brincou Fratus.
Cesar cielo luca dotto alain bernard pódio mundial de natação 50m livre (Foto: Agência Reuters)Dotto, Cielo e Bernard: mais uma vez, o brasileiro está no alto do pódio nos 50m livre (Foto: Agência Reuters)
É a quarta medalha de ouro do Brasil em Xangai. Ana Marcela Cunha abriu os trabalhos vencendo a maratona aquática de 25m; o próprio Cielo bateu em primeiro nos 50m borboleta; e Felipe França faturou o ouro nos 50m peito. A vitória de Cesar neste sábado é a primeira "olímpica" do país, já que as outras três provas não fazem parte do programa dos Jogos.
 

Absoluto na defesa, Castán supera drama e agradece ao 'padrinho' Tite

Com raça, zagueiro conquista seu espaço e a torcida no reencontro com o técnico que o revelou. Neste domingo, fará seu 35º jogo em 37 possíveis

Por Carlos Augusto Ferrari São Paulo
Leandro Castán, do Corinthians (Foto: Marcos Ribolli / globoesporte.com)Leandro Castán, feliz da vida no Corinthians
(Foto: Marcos Ribolli / globoesporte.com)
Quando o árbitro Wilson Pereira Sampaio apitar neste domingo o início da partida entre Avaí e Corinthians, Leandro Castán atingirá uma marca que não poderia imaginar. De quarta opção do setor no ano passado, o zagueiro agora é em titular absoluto do Timão e se transforma, neste fim de semana, no segundo jogador que mais vezes vestiu a camisa alvinegra em 2011, com 35 partidas em 37 possíveis (Ralf completará 36). Uma glória para quem chegou a pensar em deixar o clube e viveu recentemente momentos difíceis na vida pessoal.
- É um momento muito bom. Espero continuar crescendo, tenho muito a aprender. Acho que estou aproveitando o momento e não posso me acomodar nunca. Estou procurando fazer o melhor para aprimorar as coisas que ainda tenho deficiência. Ser zagueiro do Corinthians é uma grande responsabilidade – afirmou o defensor, que não atuou nos dois jogos em que Tite decidiu dar descanso a titulares no Paulistão.
Nesta entrevista exclusiva ao GLOBOESPORTE.COM, concedida no apartamento em que mora com a família, na área nobre da zona leste de São Paulo, Castán celebra o grande momento da carreira e a identificação que vem criando com a torcida para superar o drama que viveu há quase dois meses ao acertar, acidentalmente, um tiro de chumbinho em um de seus melhores amigos, durante confraternização, em Jaú, sua cidade natal.
- Foi um período muito difícil, mas passamos por cima.
Aos 24 anos e depois de passar momentos engraçados e de sofrimento na Suécia, onde conheceu o gosto do ex-atacante Larsson pelo pagode, o zagueiro evita fazer planos para o futuro e agradece ao técnico Tite por tê-lo revelado no Atlético-MG e agora confiado a ele a chance de formar a dupla com o ídolo Chicão, a menos vazada do Brasileirão (cinco gols).
GLOBOESPORTE.COM: O episódio com seu amigo Leonardo aconteceu há quase dois meses. Como foi passar por aquilo no momento em que se firmava no Corinthians?
Leandro Castán: Foi um período muito difícil, mas passamos por cima. Ainda bem que o Léo se recuperou rapidamente e não teve nenhum problema mais grave. Isso me deu tranquilidade para continuar jogando normalmente. Aquilo foi superado e serviu de lição.
Seu estilo de jogo, com bastante vontade, agrada muito a torcida do Corinthians. Os torcedores vibram muito quando você faz algum corte mais forte. Já notou isso?
Tem de chegar firme. A torcida do Corinthians gosta que mostre raça. Eu vejo que, quando chego junto, num carrinho, a torcida vibra muito. Isso dá moral, dá força. É legal sentir esse carinho. Eu e o Chicão nos completamos. Ele é mais técnico, eu tenho mais força. Formamos um boa dupla, e é muito legal jogar ao lado dele.
Hoje, você é titular absoluto, mas, no ano passado, viveu momentos difíceis no clube por ter poucas chances. Chegou a pensar em ir embora?
Quando vim para cá, sabia que não jogaria porque o William era o titular. Só eu e minha esposa sabemos o que passei. Logo depois da Libertadores, eu não estava nem indo para o banco e ficava chateado. Pensei em ir embora, nunca tinha passado por algo assim, mas minha família me deu tranquilidade para esperar o momento. Foi o que eu fiz. Tive paciência de continuar buscando meu espaço. Foi bom ter esperado.
Leandro Castán, do Corinthians (Foto: Marcos Ribolli / globoesporte.com)Leandro Castán diz que não pensa em sair do Corinthians (Foto: Marcos Ribolli / globoesporte.com)
O William se aposentou, o Paulo André foi operado, e você se firmou. Como veio a chance com o Tite?
Quando começou a pré-temporada, o Tite conversou comigo e disse que o Corinthians tentaria trazer um zagueiro, mas que eu começaria jogando. Ele deu o exemplo do Jucilei, que jogou mesmo quando outros volantes foram contratados. Peguei isso como motivação e deu certo. A cada jogo fui ganhando confiança. Nas finais do Paulista fiz grandes apresentações, principalmente nas semifinais contra o Palmeiras, e ganhei moral com o grupo.
O Tite foi o treinador que o lançou no Atlético-MG logo em um clássico contra o Cruzeiro, para marcar o Fred. Qual é o peso que ele tem na sua carreira?
O Tite foi essencial. Foi ele quem deu a minha primeira oportunidade, aos 18 anos. É um cara que me conhece desde moleque, sabe a pessoa que eu sou. Eu nunca esqueço. O Atlético-MG estava passando por um momento difícil financeiramente, com salário atrasado e muita gente sem jogar. Fizemos um jogo-treino contra o profissional e vencemos por 3 a 0. Na saída, o pessoal disse que a partir do dia seguinte iria me trocar com o profissional. Foi uma alegria só. Pouco depois, o André Luis, zagueiro que concentrava comigo, disse que estava sendo vendido e eu jogaria o próximo jogo. Foi logo contra o Cruzeiro. Fiz uma grande partida e me firmei.
com a palavra, o 'padrinho' Tite
  • Leandro Castán estreou como profissional no Atlético-MG, num jogo contra o Cruzeiro, em 2005. O técnico que o promoveu era Tite, seu atual comandante no Corinthians. O treinador é só elogios a Castán. "É um grande jogador. Eu o coloquei para marcar o Fred, e ele fez um grande jogo. Sabia da qualidade, mas não imaginei que pudesse evoluir tanto quanto agora".
Depois do Atlético-MG você foi para o Helsingborgs, da Suécia. Como foi essa época?
Foi uma aventura, cheguei a pegar 15 graus negativos. A comida também era horrível. O pessoal tomava leite puro no almoço, comendo com espaguete. Fiquei oito meses e passei por alguns apuros. Foi bom para amadurecer, joguei uma Copa da Uefa e vi que o futebol não é só um conto de fadas. Pensei que seria difícil voltar para um grande clube. No dia que meu empresário da época me ligou dizendo que eu tinha de voltar rápido para ser inscrito pelo Barueri, peguei um táxi e fui para o aeroporto mais próximo na Dinamarca. Só trouxe o que coube na mala. O resto ficou por lá. Nunca mais falei com ninguém (risos).
Não teve nada de bom?
Uma coisa legal foi ter conhecido o Larsson, que jogou no Barcelona e no Manchester United. O pai dele nasceu na África, e ele conseguia falar português. Ele sempre brincava comigo. Os jogadores lá gostam de ouvir música antes das partidas. De repente, entra uma música do grupo Revelação (pagode). Ele olhou para mim e disse que era um presente do Ronaldinho Gaúcho. Era um cara muito legal, mas perdi contato.
Essa experiência não tão boa deixa você mais cauteloso com propostas do exterior?
Com a família é complicado (ele é casado e tem um filho). Para sair do Corinthians é preciso pensar muito. É o clube que todo mundo quer jogar na América do Sul, com uma torcida apaixonada. No Brasil, na minha opinião, é o melhor clube para se jogar. Claro que todo mundo quer jogar na Seleção Brasileira ou em um grande clube da Europa, mas não fico pensando no futuro. Meu objetivo agora é ser campeão.
A campanha inicial do Corinthians no Brasileirão foi fantástica, mas veio a derrota para o Cruzeiro e a aproximação dos rivais. Como você analisa essa briga pelo título?
O Corinthians é favorito só pela tradição. Acho que as primeiras equipes deram uma boa distanciada. Não acredito que perderão muitos pontos. Sabemos que será muito difícil. A equipe está focada em conquistar esse título tão importante.

Marcelo Lomba confia na família para manter boa fase no Bahia

Goleiro foi o destaque do Tricolor no empate em 1 a 1 com o Vasco

Por Raphael Carneiro Salvador
Marcelo Lomba e a família em casa (Foto: Raphael Carneiro/Globoesporte.com)Goleiro do Bahia comemora boa fase ao lado da
família (Foto: Raphael Carneiro/Globoesporte.com)
A força vem de casa. Esse não é nenhum slogan de lojas de utilidades domésticas ou dica de autoestima. É o pensamento de Marcelo Lomba, destaque do Bahia – ao lado de Jobson – na Série A do Campeonato Brasileiro. Depois de morar um mês sozinho em uma casa em Lauro de Freitas, município vizinho a Salvador, o goleiro agora conta com o apoio do pai, da mãe e da avó para manter a serenidade e a fama de ‘paredão tricolor’.
Contra o Vasco, na última quinta-feira, Marcelo Lomba fez seis defesas difíceis e foi eleito o goleiro da rodada no Troféu Armando Nogueira, com nota 7,5. No Brasileiro, ele é o goleiro que mais fez defesas difíceis. São 32 contra 23 do segundo colocado, Márcio do Atlético Goianiense. Média boa, mas que custa caro.
- Eu não consegui dormir depois do jogo contra o Vasco. Tive câimbras na perna e meu cotovelo doeu a noite toda. Bati ele na trave e o pessoal ficou dizendo que era cera minha. Falaram que eu fingi e nem consegui dormir. Imagine aí se fosse verdade...
As dores amenizaram ao chegar em casa. Na companhia do pai, da mãe e da avó, Lomba se disse mais tranquilo e animado. Quem ganhou também com a chegada da Família Lomba em Salvador foi o Bahia.
- Agora eu estou e sou Bahia – garantiu o pai do jogador, Ruben Lomba.
Se com o trio em casa o goleiro não conseguiu esconder a alegria, a felicidade deve aumentar nas próximas semanas. Enquanto a mãe tem retorno previsto para o Rio de Janeiro, o filho e a namorada chegarão em, no máximo, 20 dias.
- Ele está com 15 dias e ainda não pode viajar. Está ganhando um corpinho para deixar a casa mais cheia aqui – comemorou Marcelo Lomba.
Estreia como profissional em São Januário
Revelado pelo Flamengo, Lomba fez sua estreia como profissional em São Januário na última quinta-feira. Como os clássicos com o Vasco eram disputados no Maracanã e Engenhão, essa foi a primeira vez que o goleiro atuou diante do Gigante da Colina na casa do adversário.
- Já tinha jogado lá na base e fui muito bem. Agora fui bem de novo e conseguimos um bom resultado. Todo mundo esperava que o Vasco fosse vencer fácil e não foi o que aconteceu.
Sem esquecer de enaltecer o trabalho dos preparadores de goleiros do clube e do sistema defensivo do Bahia, “principalmente depois da chegada de Paulo Miranda”, Lomba já planeja o futuro. O contrato com o Tricolor vai até o meio do próximo ano e o título estadual é uma das metas com a camisa do Bahia. E a seleção?
- Eu prefiro ir um degrau de cada vez. Primeiro quero fazer um grande Brasileiro e ganhar o título baiano. Depois as coisas acontecem – despistou.
O goleiro lembrou que foi contestado no Flamengo ao substituir Bruno e que chegou ao Bahia sob a desconfiança dos torcedores. Torcida, aliás, que já tem em Marcelo Lomba um novo ídolo e admirador:
- Foi amor à primeira vista – declarou.
O goleiro não escondeu o sorriso ao falar da emoção de ter ouvido pela primeira vez o canto “Uh é paredão, o goleiro do Esquadrão!”. E, no que depender do apoio da Família Lomba, o torcedor do Bahia ainda vai demorar muito tempo com esta música no repertório em Pituaçu.

Sorteio das eliminatórias dá pontapé inicial na Copa no Brasil neste sábado

Evento reunirá autoridades e personalidades do futebol. Cada continente terá sistema próprio de disputa. Festa começa às 15h, na Marina da Glória

Por Leandro Canônico, Marcelo Russio e Márcio Iannacca Rio de Janeiro
A Copa do Mundo de 2014 começará oficialmente neste sábado, dia 30 de julho, quando serão sorteados na Marina da Glória, na Zona Sul do Rio de Janeiro, os grupos para as eliminatórias de todos os continentes. O evento, que será assistido por mais de 600 milhões de pessoas em todo o planeta, de acordo com o presidente da CBF e do comitê organizador local (COL), Ricardo Teixeira, terá transmissão ao vivo da TV Globo e do GLOBOESPORTE.COM a partir de 14h45m (de Brasília). Por ser o país-sede, o Brasil já está garantido no torneio.
evento da FIFA (Foto: Márcio Iannacca / GLOBOESPORTE.COM)Palco onde aconterá o sorteio das eliminatórias da Copa  (Foto: Márcio Iannacca / GLOBOESPORTE.COM)
O evento começará com uma breve apresentação da Copa do Mundo, contando com imagens de todos os Mundiais da Fifa. Após esta apresentação, será feito um sorteio para que as quatro Confederações que recebem meia vaga (Ásia, América do Sul, Oceania e América do Norte, América Central e Caribe) saibam quais deverão se enfrentar nas repescagens intercontinentais pelas últimas vagas na Copa do Mundo.
O evento contará com shows de Ivete Sangalo, Ivan Lins e Ana Carolina. Além disso, os organizadores da festa prometem algumas surpresas para os convidados, entre elas um vídeo com a apresentação de Tom Jobim e Frank Sinatra. Outra promessa é a tentativa de transformar o espetáculo em algo tipicamente brasileiro, com toques da cultura canarinho.
Confira abaixo como serão os sorteios das eliminatórias:
ELIMINATÓRIAS AFRICANAS - 5 vagasCafu e Neymar subirão ao palco para participar do sorteio. A fórmula de disputa prevê que as 24 seleções pior colocadas no ranking da Fifa disputem a primeira fase das eliminatórias africanas. Elas serão divididas em dois potes: um com as 12 de pior colocação, e outro com as 12 de melhor colocação. O sorteio definirá um mata-mata de ida e volta entre uma seleção de um pote e outra de outro, nos dias 11 e 15 de novembro. Os vencedores irão para a segunda fase, quando se juntarão a outras 28 seleções, formando 40 times que serão novamente divididos em dez grupos de quatro seleções cada. Cada grupo terá jogos de todos contra todos, em ida e volta, entre 1º de junho de 2012 e 10 de setembro de 2013. Os vencedores de cada grupo avançam para a terceira fase, que terá cinco jogos de mata-mata, em ida e volta, nos dias 11 de outubro e 19 de novembro de 2013. Os cinco vencedores classificam-se para o Mundial.
ELIMINATÓRIAS ASIÁTICAS - 4,5 vagasJá em sua terceira fase, as eliminatórias da Ásia tem 15 seleções que avançaram da segunda fase (Cingapura, China, Síria, Uzbequistão, Indonésia, Qatar, Kuwait, Jordânia, Omã, Líbano, Emirados Árabes Unidos, Iraque, Irã, Arábia Saudita e Tailândia), e que se unirão às cinco seleções pré-classificadas (Japão, Austrália, Coreia do Sul, Bahrein e Coreia do Norte). Esses 20 times serão divididos em quatro potes com cinco equipes cada, respeitando-se o ranking da Fifa de julho de 2011. Zico e Lucas auxiliarão no sorteio da terceira fase, que acontecerá da seguinte forma: as seleções do pote número 4 ficarão na quarta posição de cada grupo, as do terceiro pote vão para a terceira posição, e assim sucessivamente. Os dois melhores colocados de cada grupo avançarão para a quarta fase, cujos jogos acontecem de 3 de junho de 2012 e 18 de junho de 2013. Desta fase, os dez times restantes serão novamente divididos em dois grupos de cinco seleções. Os dois vencedores destes grupos garantem suas vagas na Copa do Mundo de 2014. Os dois terceiros colocados se enfrentarão em mata-mata de ida e volta entre 6 e 10 de setembro de 2013. O vencedor vai para a repescagem intercontinental.
ELIMINATÓRIAS AMÉRICA DO NORTE, CENTRAL E CARIBE - 3,5 vagasBebeto e Michel Bastos serão as celebridades do futebol a ir ao palco para auxiliarem no sorteio dos grupos. Os cinco países vencedores da primeira fase do torneio (Belize, República Dominicana, Ilhas Virgens Americanas, Santa Lúcia e Bahamas) se unem aos 19 países da região mais bem colocados no Ranking da Fifa, que não disputaram a primeira fase. As 24 seleções serão divididas em seis grupos com quatro equipes cada. Os seis primeiros colocados avançarão para a próxima fase. EUA, México e Honduras estarão no primeiro pote; Jamaica, Costa Rica e Cuba estão no segundo; e os seis vencedores dos seis grupos vão para o terceiro. Serão sorteados três grupos para a terceira fase. Com jogos entre os dias 8 de junho e 16 de outubro de 2012, os três primeiros e segundos colocados vão para a quarta fase. Nesta etapa, as seis equipes jogam entre si de 6 de fevereiro a 15 de outubro de 2013. Os três melhores garante vaga no Mundial do Brasil. O quarto colocado vai para a repescagem intercontinental.
OCEANIA - 0,5 vagaLucas Piazon e Zagallo conduzirão o sorteio, que terá inicialmente as quatro seleções da região com a pior colocação no ranking da Fifa todas contra todas entre 21 e 26 de novembro. A vencedora integrará um grupo com outras sete equipes na segunda fase, que será disputada em formato todos contra todos entre 1 e 12 de junho de 2012. As quatro melhores avançam para a terceira fase, que terá jogos de ida e volta entre 7 de setembro de 2012 e 26 de março de 2013. O vencedor vai para a repescagem intercontinental.
AMÉRICA DO SUL - 4,5 vagasA disputa não terá sorteio, já que o formato prevê jogos de ida e volta, todos contra todos, entre 7 de outubro de 2011 e 15 de outubro de 2013. Como o Brasil já possui vaga assegurada na Copa de 2014, por ser o país sede, as nove outras seleções do continente disputarão quatro vagas diretas para o Mundial. A quinta colocada irá para a repescagem intercontinental.
EUROPA - 13 vagasRonaldo e Paulo Henrique Ganso serão os auxiliares do momento principal do sorteio das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014. As 53 seleções do continente serão divididas em oito grupos de seis equipes, e um grupo de sete. As partidas acontecem entre os dias 7 de setembro de 2012 e 15 de outubro de 2013. Os nove vencedores de cada grupo garantem vaga na Copa do MUndo de 2014. Os oito melhores segundos colocados se enfrentam em mata-mata de ida e volta entre os dias 15 e 19 de novembro de 2013. Os vencedores também se classificam para o Mundial. Por conta de tensões políticas, a Uefa pediu que Rússia e Geórgia não estejam no mesmo grupo das eliminatórias europeias, o que foi aceito pela Fifa.

Após show local, Brasil não faz sua parte e estreia empatando no Mundial

Abertura oficial da competição levou torcida colombiana ao delírio, mas atuação abaixo da média da Seleção logo em seguida não empolgou: 1 a 1

Por Victor Canedo Direto de Barranquilla, Colômbia
A torcida que lotou o Estádio Metropolitano nesta sexta-feira esperava ver dois shows. O primeiro, que celebrou a abertura oficial do Mundial Sub-20, os levou ao delírio. Mas uma exibição apenas mediana da Seleção Brasileira encerrou a noite chuvosa em Barranquilla com tom de decepção após o empate por 1 a 1 com o Egito, na estreia pelo Grupo E. Ambos os gols saíram no primeiro tempo: Danilo, de cabeça, marcou para o Brasil, enquanto Gaber igualou para os africanos.
As duas equipes voltam ao mesmo campo já na próxima segunda-feira. Às 22h (de Brasília), o time de Ney Franco enfrenta a Áustria, que também começou a competição em igualdade, contra o Panamá, adversário do Egito mais cedo, às 19h.
Torcida, acredite, dividida

juan brasil x egito mundial sub 20 (Foto: EFE)Juan sofreu com a marcação egípcia (Foto: EFE)
O torcedor colombiano aplaudiu quando o árbitro Cakir Cuneyt apitou o fim do primeiro tempo. Ao contrário do que se esperava, não houve uma grande massa organizada pró-Brasil. O estádio, apesar de ter muitas camisas amarelas não somente da Colômbia, estava dividido – à direita das cabines, onde tinha uma faixa da torcida do São Paulo, apoiava-se mais a Seleção do que à esquerda.
O equilíbrio nas arquibancadas passou para o campo. Ou vice-versa. Em etapa inicial eletrizante, a equipe do técnico Ney Franco começou intranquila, principalmente quando Danilo errou uma saída de bola logo aos 20 segundos e quase viu Salah marcar – ousado, o camisa 12 egípcio era quem mais levava perigo à defesa canarinho. Mas logo se recuperou.
O Brasil se impôs e passou a controlar em minutos. Aos 5, Oscar se livrou da marcação com uma “meia-lua” e cruzou rasteiro. Elshenawi, o goleiro tão comentado ao longo da semana, desviou e evitou o gol. Fez o mesmo com a cabeçada de Willian, após cobrança de escanteio, segundos depois.
Com rápida movimentação entre os seus jogadores ofensivos, a Seleção confundia a marcação adversária. Aos 7, Danilo deu lindo passe de esquerda em contra-ataque. Coutinho avançou, chutou cruzado e quase marcou. Foi por cima, no entanto, que saiu o gol brasileiro. Aos 11, o próprio jogador do Inter de Milão cobrou escanteio da direita na cabeça de Danilo. Nem as pirâmides puderam salvar: 1 a 0.
danilo gol brasil x egito mundial sub 20 (Foto: EFE)Danilo abriu o placar para a equipe brasileira e brinca com Willian e Casemiro e (Foto: EFE)
Gol do Brasil faz Egito crescer
Se não relaxou, a Seleção recuou. Ney Franco ficou preocupado. E o Egito cresceu. Dos 16 até os 26, os africanos ameaçaram em cinco oportunidades. Gabriel trabalhou bem com os pés na primeira e rezou para que a bola saísse nas restantes. Só não teve sucesso na última, quando Danilo furou uma bola aparentemente fácil na grande área, a deixando limpa para Gaber concluir: 1 a 1.
O ritmo da partida foi outro a partir de então. Cadenciado, toques para o lado. Até o fim, a melhor chance veio com Oscar, aos 45, em chute cruzado.
Ritmo diminui e empate persiste
O Brasil voltou para a etapa final com Negueba no lugar de Alan Patrick. O atacante fixou-se mais à direita, como habitual no Flamengo. Foi por esse lado, porém, que o Egito criou ótima chance logo aos dois minutos. Após cruzamento da esquerda, a zaga cochilou e Gaber concluiu para fora. A resposta brasileira veio à média distância. Com dificuldades para encontrar espaço, Casemiro resolveu arriscar de longe, aos seis. Elshenawi jogou para escanteio.
A primeira boa aparição de Negueba no jogo foi aos 12. Ele foi lançado pela direita e cruzou para Willian marcar. Mas estava impedido, corretamente assinalado pelo juiz. O Brasil teve ainda outra boa chance minutos depois. Oscar bateu falta da direita, o arqueiro egípcio falhou e Uvini cabeceou para o meio. Ninguém apareceu.
Ney Franco propôs renovar ainda mais o time e colocou Dudu em campo aos 24. Saiu Casemiro que, apesar de volante, exercia função pouco defensiva. A substituição deu gás, mas a Seleção custava a se encontrar. O Egito, também com evidente cansaço, esporadicamente ameaçava.
O Brasil, no entanto, ainda teve uma chance derradeira aos 42, mas Elshenawi, arrojado, jogou-se à frente de Henrique e evitou o gol brasileiro. Após o choque, o goleiro egípcio ficou desacordado e teve de ser substituído. E o tão aguardado jogo para o povo de Barranquilla terminou com um gostinho de decepção.

Brasil 1 x 1 Egito
Gabriel, Danilo, Bruno Uvini, Juan e Gabriel Silva; Fernando, Casemiro (Dudu), Alan Patrick (Negueba) e Coutinho; Oscar e Willian (Henrique). Elshenawi (Awwad), Abdel Fatah, Tawfik, Hegazi e Ibrahim (Gomaa); Sobhy, El Neny, Gaber e Fathy; Hamdy e Salah.
Técnico: Ney Franco Técnico: El Sayed Diaa
Gols: Danilo, aos 11 do primeiro tempo, e Gaber, aos 25.
Cartões: Danilo e Juan (Brasil); El Neny, Hamdy, Gaber e Hegazi (Egito).
Estádio: Metropolitano, em Barranquilla (Colômbia). Data: 30/06/2011. Árbitro: Cuneyt Cakir. Auxiliares: Bahhatin Duran e Tarik Ongun.

Muricy elogia golaço de Neymar, mas sugere placa para o jogo contra o Fla

Para treinador, mais bonito que o gol do craque foi a partida em si, vencida pelos cariocas, por 5 a 4. Ele diz que confronto também merece homenagem

Por Adilson Barros Santos, SP
Nos últimos dias, muito se tem falado sobre o gol antológico que Neymar marcou no histórico confronto entre Santos e Flamengo, quarta-feira passada, na Vila Belmiro. O presidente santista, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, pretende homenagear o craque com uma placa. Já Pelé defende “cinco placas” para Neymar.
O técnico Muricy Ramalho, do Santos, entende, claro, que o lance foi genial (assista aos melhores momentos da partida no vídeo acima). No entanto, afirma que o jogo em si foi espetacular. O Fla venceu por 5 a 4, após sair perdendo por 3 a 0. Uma partida cheia de alternativas, lindas jogadas e muitos gols. Por isso, para o comandante alvinegro, deveria ser colocada uma placa na Vila Belmiro para reverenciar o confronto.
- O jogo merece uma placa também, não só o gol do Neymar. O que o Ronaldinho Gaúcho jogou foi brincadeira. Casa cheia, muitos craques em campo, futebol bonito, para frente, com os dois times partindo para cima, jogando bola. Coisa que há muito tempo não se via - comentou o técnico santista.
O presidente santista, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, concorda com o treinador do time e vai estudar o caso.
- Foi um jogo absolutamente fantástico. É uma pena que o Santos perdeu, mas o futebol ganhou muito com o espetáculo.
 

Dupla Herrera-Abreu se reencontra para devolver eficiência ao ataque

Com média de quase um gol por jogo atuando como titular, dupla do Botafogo anima Caio Júnior antes de partida contra o Cruzeiro

Por Gustavo Rotstein Belo Horizonte
Herrera Loco Abreu gol Botafogo (Foto: Ag. Estado)Herrera e Loco Abreu: dupla se encontra após mais
de três meses (Foto: Ag. Estado)
Apesar de estar vivo na luta por uma vaga na G-4, o Botafogo convive com alguns questionamentos. O principal deles é a falta de objetividade no ataque – foram 15 gols marcados em 12 partidas do Campeonato Brasileiro. Mas neste sábado, contra o Cruzeiro, em Sete Lagoas (MG), pela primeira vez na competição o Alvinegro contará com sua dupla de frente considerada ideal. Pouco mais de três meses depois de disputar sua última partida pela equipe, Loco Abreu se junta novamente a Herrera com a responsabilidade de concretizar o tão falado futebol ofensivo proposto pelo técnico Caio Júnior.
Desde que foi formada, no início de 2010, a dupla de gringos caiu nas graças da torcida. Os bons números e o título do Campeonato Carioca conquistado serviram apenas para aumentar a idolatria e reforçar a expectativa no reencontro, após o camisa 13 conquistar a Copa América com a seleção do Uruguai. Herrera e Loco Abreu disputaram 38 partidas formando o ataque titular do Botafogo. Foram 22 vitórias, nove empates e sete derrotas. Nestes jogos, foram 34 gols marcados, com 20 do uruguaio e 14 do argentino.
No entanto, as estatísticas poderiam ser ainda mais significativas se não fossem três longos períodos de "separação". No ano passado, Loco Abreu se ausentou do Botafogo para integrar a seleção do Uruguai na preparação para a Copa do Mundo da África do Sul. Em outubro de 2010, Herrera sofreu uma grave lesão no ombro que o afastou dos gramados por três meses. Em maio de 2011, Abreu esteve novamente fora para defender a Celeste, retornando na última quarta-feira com a Copa América na bagagem.
Caio Júnior conseguiu escalar Herrera e Abreu juntos em apenas seis das 21 partidas em que esteve à frente do Botafogo. A última delas, no empate em 1 a 1 com o Avaí, dia 20 de abril, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Por isso, poder contar com ambos novamente neste sábado dá ao treinador uma satisfação que ele não consegue esconder.
- A tendência é que o Herrera cresça ao lado do Abreu. Tira um pouco o peso de somente ele fazer gols. O Loco é um jogador específico de área e não tem problemas em assumir responsabilidades. Perdemos muito com sua ausência, mas ao mesmo tempo tivemos um período bom, com a equipe mostrando ser competitiva - observou.
O treinador destacou que a volta de Loco Abreu não serve apenas para reforçar o Botafogo dentro de campo, mas também no dia a dia do elenco.
- É sempre bom ter lideranças positivas. Nesse aspecto o time está crescendo com a chegada do Renato e com jogadores como Jefferson, Antônio Carlos, Marcelo Mattos, Herrera e Abreu. Essas lideranças têm que participar sempre. Eu cobro que os jogadores em alguns momentos falem, tomem posição. Os líderes precisam chamar o jogo e a responsabilidade. É muito importante para os mais jovens - destacou.

Lesionados, suspensos e pendurados para a rodada#13 do Brasileirão

Leandro Damião, Deco, Dudu Cearense, Juan e Miralles são alguns dos atletas que desfalcarão seus times devido ao acúmulo de cartões amarelos

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
A mais nova lista de lesionados, suspensos e pendurados, que é referente à 13ª do Campeonato Brasileiro tem nomes importantes. Artilheiro da temporada e líder do Prêmio Friedenreich, o atacante Leandro Damião está suspenso e não poderá defender o Internacional diante do Atlético-GO, no Beira-Rio. O xerife Bolívar é mais um desfalque colorado por acúmulo de cartões.

O Fluminense receberá o Ceará no domingo, no Engenhão, com problemas relevantes de suspensão. O volante Diguinho e o meia Deco são cartas fora do baralho de Abel Braga para encarar o Vozão. O lanterna Atlético-PR terá sete desfalques diante do poderoso Santos, em partida que será disputada na Arena da Baixada.

Na tabela abaixo, seguem as listas dos jogadores que desfalcarão os seus times neste meio de semana, além daqueles que, com dois cartões amarelos, estão pendurados e serão suspensos caso recebam nova advertência.
INFO Suspensos e Lesionados 29-07c (Foto: Editoria de Arte / GLOBOESPORTE.COM) (Foto: Editoria de Arte / GLOBOESPORTE.COM)

Giovanni é o primeiro goleiro a receber o boneco do João Sorrisão

Arqueiro do Atlético-MG defendeu pênalti cobrado por Alecsandro, do Vasco

Por Matheus Maciel Belo Horizonte
No último domingo, pela primeira vez neste Brasileirão, um goleiro defendeu um pênalti e fez a comemoração para ganhar o João Sorrisão. O boneco foi entregue para o goleiro do Atlético-MG Giovanni, que pegou penalidade máxima cobrada pelo atacante Alecsandro, do Vasco. Mesmo com a defesa, o Galo perdeu a partida por 2 a 1.
Originalmente, o João Sorrisão era entregue para o jogador que marcasse um gol e fizesse a comemoração, imitando os movimentos do boneco. Mas os goleiros reivindicaram, e para eles, agora, é defender um pênalti e comemorar.
Giovanni Atlético-MG joão Sorrisão (Foto: Matheus Maciel)Giovanni com o boneco João Sorrisão, por defender pênalti cobrado por Alecsandro (Foto: Matheus Maciel)
 
 

Aos 42 anos, Benjamin não pensa
em parar de jogar e mira o penta

Antes das eliminatórias para a Copa do Mundo, o capitão da seleção
brasileira lembra o início de carreira e destaca a força do grupo canarinho

Por Ana Carolina Fontes e Igor Christ Rio de Janeiro
Títulos e números expressivos não faltam no currículo de Benjamin. Tetracampeão mundial e com mais de 300 jogos pela seleção brasileira, o atacante é um jogador-símbolo da equipe canarinho. Aos 42 anos, ele tem a responsabilidade de ser capitão do Brasil nas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo, que começa neste domingo, na Praia de Copacabana, no Rio. Com 281 gols pela seleção, Benjamin garante que a ansiedade para a competição é a mesma que a de um novato. Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, o jogador destacou a união do grupo verde-amarelo, lembrou seu início de carreira e contou que só vai parar de jogar quando sentir que não está atuando em bom nível.
Benjamin treino seleção brasileira (Foto: CBBS / divulgação)Benjamin será o capitão do Brasil nas eliminatórias de Copa do Mundo de Futebol de Areia (Foto: CBBS)
GLOBOEPORTE.COM: A seleção brasileira é a favorita para vencer as eliminatórias?
Benjamin: Acho que sim, mas sabemos que isso só acontecerá com muito trabalho e dedicação. A cada título conquistado, temos treinado mais, porque sabemos a responsabilidade que isso representa e o nome que carregamos. Jogando em casa, com o apoio da torcida, esperamos conseguir uma dessas três vagas para conquistar, em setembro, o penta.
Como você observa o atual grupo de jogadores da seleção?
É um grupo muito forte. Na minha opinião, o mais forte que já foi formado até hoje. Manteve a base, o Jorginho, um dos grandes craques do futebol de areia, voltou, o time está focado e treinando muito para atingir o nosso objetivo: a busca dessa vaga para mais um título.
Qual a diferença para o grupo de quatro anos atrás?
É um grupo que está mais forte na amizade, no carinho, na união e no respeito. Há quatros anos, o elenco foi formado após perdermos a Copa do Mundo da FIFA 2005. Havia uma certa desconfiança no time de 2006, mas nós superamos isso com muito trabalho, suor e dedicação. (confira gols do craque no vídeo ao lado!)
Como é ser o capitão da seleção?
Eu acho o maior barato. O capitão é mais para bater o par ou ímpar, para usar a faixa, porque temos 12 capitães no time. Tem o Buru, o Bruno Malias, o Betinho, o Sidney e o Daniel, que também se impõem. Hoje, eu sou o capitão porque precisa ter esse símbolo na equipe. É um grupo homogêneo, muito unido e que se respeita muito. Há quatro anos, o Júnior Negão era o capitão e eu era aquele cara dos bastidores, que ia aos quartos na concentração para conversar com os companheiros.
Eu não sei a hora de parar. Às vezes, nós fazemos alguns planos, quem sabe em 2013, mas não sabemos o que vai acontecer daqui a um minuto."
Benjamin
Quem pode atrapalhar o Brasil nessas eliminatórias?
Uruguai e Argentina são grandes seleções, de tradição, e o Chile, que cresceu muito e é uma das fortes candidatas a esse título também. Este é um campeonato onde tudo pode acontecer. Vimos jogos difíceis na Copa América no campo, e na areia não é diferente. As equipes evoluíram muito, treinaram bastante, aprenderam isso com a seleção brasileira.
A base do time brasileiro é formada por jogadores do Corinthians, como você, Buru, André, Mão e Daniel. Qual a importância disso?
A gente ganha no entrosamento, mas na maior parte do ano estamos treinando com os outros jogadores que não são do Corinthians. Jogo há quatros anos com Bruno Malias, Mão e Sidney na seleção brasileira, o que facilita o nosso jogo. E a gente vai levar isso para dentro de campo a partir do dia 31 de julho.
Como foi o começo do Benjamin na seleção?
Comecei com o Júnior, o Zico, o Claudio Adão, o Edinho, o Paulo Sergio. Tive o privilégio de vê-los jogar no Maracanã quando ainda era bem novo. São ídolos do esporte. Foi ótimo poder participar com eles no início. Ficava maravilhado só em estar ali, compartilhando tudo com eles, entrava um pouquinho, fazia uma tabela, uns golzinhos. Aprendi muito com esse começo. Agora, a gente espera levar isso para os mais novos, para que eles possam continuar com esse legado de títulos e vitórias com a seleção brasileira.
O que mudou do Benjamin do início da carreira para o de agora?
Ganhei mais experiência, estou mais velho, com mais atitude, mas ainda aprendendo muito com os mais jovens. A seleção brasileira é a minha segunda família. Passo mais tempo com os jogadores durante as viagens do que na minha casa. O Benjamin cresceu muito em caráter após vestir essa camisa.
Benjamin comemora título de  futebol de areia do Brasil (Foto: Diulgação / CBBS)Benjamin ao lado dos companheiros na festa do título mundial de 2007, no Rio (Foto: Diulgação / CBBS)
Você tem 42 anos e mais de 300 jogos pelo Brasil. Está chegando a hora de parar?
Quando eu paro para pensar, fico impressionado comigo, com a idade que eu tenho, em poder correr e jogar num nível muito bom. Só tenho a agradecer por tudo. Espero poder ajudar enquanto estiver jogando num bom nível. Se daqui a alguns meses, eu perceber que não está legal, serei o primeiro a agradecer e a sair. Eu não sei a hora de parar. Às vezes, nós fazemos alguns planos, quem sabe em 2013, mas não sabemos o que vai acontecer daqui a um minuto. Enquanto eu puder ajudar, espero poder estar aqui.
Como você vê o futebol de areia hoje?
É um privilégio estar aqui, poder participar e contribuir com o crescimento dessa modalidade, que hoje é jogada nos cinco continentes. Existem vários campeonatos na Europa, com jogadores brasileiros em Portugal, na Itália, na Rússia. Os clubes de camisa agora começaram a abraçar o esporte, o que é um grande incentivo para todos. Espero que a confederação e as federações possam se unir cada vez mais e investir nas categorias de base para que amanhã possam surgir novos Mãos, Burus, Jorginhos e Sidneys, para vestir essa camisa.
Manda um recado final para a torcida brasileira:
Essa torcida brasileira é maravilhosa. Quero pedir a todos que venham nos prestigiar a partir de domingo. Vai ser show de bola, grandes lances e belos gols. E vai dar Brasil!
futebol de areia benjamin   (Foto: Divulgação/MPC Comunicação)Benjamin: capitão e camisa 10 da seleção brasileira de futebol de areia (Foto:Divulgação/MPC Comunicação)