sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Daniele Hypolito comemora início das férias com pose de modelo na praia

Ginasta vai descansar algumas semanas ao lado da família e amigos no Rio

Por Rio de Janeiro
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Depois de uma temporada longa de treinos e competições, Daniele Hypolito comemorou o início das férias. Nesta quinta-feira, ela aproveitou para divulgar uma foto na praia olhando o mar. Com as festas de fim de ano, a ginasta vai descansar algumas semanas ao lado da família e amigos no Rio de Janeiro.
Em outubro, Daniele disputou duas provas no Mundial de Ginástica da Antuérpia, na Bélgica. Mesmo com uma lesão no pé, ela competiu na trave e nas barras assimétricas, mas não classificou para finais. Atualmente, ela é atleta do Cegin e passou a morar em Curitiba.
Daniele Hypolito ferias (Foto: Reprodução Instagram)Daniele Hypolito comemora início das ferias (Foto: Reprodução Instagram)

Jade Barbosa mostra barriga de tanquinho em foto

A atleta compartilhou o clique no Instagram na noite desta quinta-feira, 19, e contou: 'Último dia de treino da seleção!'.

do EGO, no Rio
De top, Jade Barbosa posou em frente ao espelho e mostrou a sua barriga de tanquinho. A atleta divulgou o clique no Instagram na noite desta quinta-feira, 19. "Último dia de treino da seleção!", escreveu ela, na legenda.
Recentemente, Jade Barbosa mostrou sua barriga saradíssima no intervalo do treino, ao lado da ginasta Letícia Stephanie. A atleta usava um short bem curtinho que deixava suas coxas grossas à mostra.
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Jade Barbosa (Foto: Instagram / Reprodução)De top, Jade Barbosa exibe barriga de tanquinho (Foto: Instagram / Reprodução)

Torcedores presos na Operação 'Cartão Vermelho' chegam em Joinville

16 torcedores presos pela Polícia Civil nesta quinta-feira seguem na Central de Polícia de Joinville; outro detido continua em Curitiba e outro no Rio de Janeiro

Por Joinville
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O comboio com 15 detidos em Curitiba chegou por volta das 17h50min na Central de Polícia de Joinville, no Norte de Santa Catarina. A operação denominada 'Cartão vermelho', que envolveu cerca de 100 policiais civis de Santa Catarina, Rio de Janeiro e Paraná prendeu 19 torcedores das torcidas do Atlético-PR e do Vasco nesta quinta-feira. Os detidos são suspeitos de participar da confusão generalizada no dia 8 de dezembro entre torcedores dos dois times na Arena Joinville, pela última rodada da Série A.
Joinville;presos (Foto: Júlio Ettore/RBS TV)Torcedores detidos foram encaminhados à Central de Polícia de Joinville (Foto: Júlio Ettore/RBS TV)


Dos 19 detidos, os quatro que não estão no comboio, de acordo com a Polícia Civil, dois deles foram presos pela manhã, em Santa Catarina. Um torcedor do Atlético-PR foi detido em Joinville e encaminhado ao Presídio Regional da cidade, e um do Vasco, em Blumenau, que segue na Central de Polícia. Dos 16 detidos na capital paranaense, apenas um permaneceu no estado de origem. Segundo a Polícia Civil, ele é militar e foi levado ao Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo. O único torcedor preso no Rio de Janeiro espera decisão judicial, segundo a polícia catarinense, para que seja levado ao encontro dos demais, mas não há previsão para tal.

Ao todo, foram expedidos 20 mandados de prisão, mas um dos procurados não foi detido pela Polícia Civil. O torcedor identificado na confusão como sendo Juliano Borghetti, ex- superintendente da antiga Ecoparaná, atual PR Projetos, e ex-vereador de Curitiba, foi considerado foragido, porém se entregou à polícia por volta das 11h30m desta quinta-feira.
Todos os torcedores procurados pela Polícia Civil foram identificados como participantes da briga generalizada que paralisou o jogo no início de dezembro. O conflito terminou com quatro feridos e três presos em flagrante por tentativa de homicídio. Os presos, todos vascaínos, tiveram pedido de liberdade provisória negada pela Justiça de Santa Catarina na última terça-feira (17) e por isso continuam detidos no Presídio Regional de Joinville. No início da semana, o Ministério Público de Santa Catarina denunciou os três torcedores e pediu que eles sejam submetidos a júri popular. Eles foram denunciados por tentativa de homicídio, dano ao patrimônio e por incitação e prática à violência.
A briga entre os torcedores de Atlético-PR e Vasco da Gama começou aos 17 minutos do primeiro tempo e ficou paralisada por 1h13min. A partida que terminou em 5 a 1 para o Atlético-PR decretou o rebaixamento do Vasco da Gama e a vaga na Libertadores da América para o clube paranaense.

Com 0-10 na soma, Sexton, Sakara e Sotiropoulos são demitidos do UFC

Inglesa, italiano e australiano são excluídos da lista de lutadores do site oficial após serem derrotados em eventos de outubro

Por Los Angeles, EUA
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Rosi Sexton MMA UFC (Foto: Getty Images)Rosi Sexton perdeu suas duas lutas no UFC
(Foto: Getty Images)
O Ultimate não costuma divulgar quando demite um lutador. O acompanhamento de casos como esses é feito via site oficial, com a lista de atletas que compõem cada categoria da organização. Três dos que estavam na página já saíram de lá, indicando que foram dispensados. São eles a peso-galo inglesa Rosi Sexton, o peso-médio italiano Alessio Sakara e o peso-leve australiano George Sotiropoulos. Somados, eles têm dez derrotas nas últimas dez lutas.
Rosi Sexton (13-4) estreou no UFC em junho e só perdeu. Ela foi superada por Alexis Davis e pela brasileira Jessica Andrade. As duas lutas foram decididas por pontos.
Lutador do Ultimate desde 2005, Alessio Sakara (15-11-0, 1NC) não vinha em boa fase. Depois de três vitórias seguidas, perdeu as quatro seguintes para Chris Weidman, Brian Stann, Patrick Cótê e Nicholas Musoke.
George Sotiropoulos (14-6) era outro veterano do UFC, onde estava desde 2007. Técnico do The Ultimate Fighter: The Smashes em 2012, ele também perdeu as quatro últimas. Foi superado por Dennis Siver, Rafael dos Anjos, Ross Pearson e KJ Noons.
Sexton e Sakara lutaram pela última vez no UFC: Machida x Muñoz, no dia 26 de outubro, em Londres. Já Sotiropoulos disputou o UFC 166 uma semana antes, em Houston (EUA).

Em fevereiro, Iuri Marajó enfrenta Wilson Reis no UFC em Jaraguá

Pesos-galos se encontram com objetivos diferentes na organização. Enquanto paraense busca recuperação, mineiro quer aumentar sequência de vitórias

Por Rio de Janeiro
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Os pesos-galos brasileiros Iuri Marajó e Wilson Reis irão se enfrentar na segunda passagem do UFC em Jaraguá do Sul (SC), dia 15 de fevereiro de 2014. Ainda não anunciada oficialmente, a informação do confronto foi confirmada pelo Combate.com com fontes ligadas à organização.
Iuri Marajó, de 33 anos, busca a recuperação no Ultimate após perder para Urijah Faber em agosto desse ano. O atleta paraense da Marajó Brothers possui um cartel de 28 vitórias, cinco derrotas e um No Contest (Luta sem Resultado).
Montagem MMA Iuri Marajó x Wilson Reis (Foto: Divulgação/UFC)Iuri Marajó enfrenta Wilson Reis dia 15 de fevereiro de 2014 no UFC em Jaraguá do Sul (Foto: Divulgação /UFC)
Mais Combate.com: confira as últimas notícias do mundo do MMA
Já Wilson Reis, pelo contrário, vem em uma sequência de cinco vitórias. Com uma luta na organização, dia 21 de setembro, no UFC 165, na vitória sobre Ivan Menjivar por decisão unânime dos jurados, o atleta de 28 anos tem 17 vitórias e quatro derrotas como profissional de MMA.

Com direito a cinturão e sapatilha, CT de Spider vira 'Museu do MMA'

Anderson Silva mostra sua academia nos Estados Unidos recheada de artigos históricos como sapatilhas e roupas usadas, além de pôsteres de lutas

Por Los Angeles, EUA
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Tido como um dos melhores centros de treinamento de artes marciais mistas do mundo, a academia de Anderson Silva em Los Angeles (EUA), inaugurada em 2012, chama atenção também pela decoração do espaço. Por todos os lados é possível identificar algo relacionado à rica e vitoriosa história do ex-campeão peso-médio do UFC ao longo dos anos. São pôsteres de lutas marcantes, peças do vestuário do lutador e até o cinturão da organização ostentado pelo brasileiro ao longo de sete anos, sendo defendido em dez oportunidades.
- Esse é um espaço que eu considero o meu templo.  Eu passei boa parte da minha vida dentro de academias e tinha o sonho de ter o meu próprio centro de treinamento para treinar, ensinar e dividir um pouco da minha experiência - contou o peso-médio ao Combate.com.
Mosaico Objetos Anderson Silva (Foto: Editoria de arte / Globoesporte.com)Entre os objetos que transformam o CT de Anderson Silva em um verdadeiro 'Museu do MMA' estão o cinturão peso-médio do UFC, a roupa da luta contra Okami e diversos pôsteres (Foto: Editoria de arte/ Globoesporte.com)
GALERIA: Conheça a academia de Anderson Silva nos EUA
Boa parte das paredes da academia de Anderson Silva possui pôsteres de lutas que fazem parte não apenas da vida do brasileiro, mas que contam também um pouco da evolução da categoria até 84kg ao longo dos anos. Entre as lembranças estão os duelos contra Forrest Griffin, Demian Maia, Chael Sonnen (a segunda luta), Yushin Okami (a primeira vez do Spider como campeão do UFC no Brasil) e Stephan Bonnar.
Com tantos artigos históricos e que remetem aos tempos gloriosos de sua carreira, Anderson Silva garante estar cada vez mais motivado para retomar o cinturão dos pesos-médios dia 28 de dezembro, em Las Vegas (EUA), no UFC 168, contra Chris Weidman.
- Eu tirei um grande peso das minhas costas,  mas agora eu estou leve. Parece que estou indo para a minha primeira luta. Estou feliz, como eu estive na minha primeira luta e eu me lembro como se fosse ontem. Também estou contente,  muito confiante e acho que vai dar tudo certo - declarou Anderson Silva.

'Arquivo vivo', ex-traficante deixa vida do crime e renasce a partir das lutas

Durante dez anos em que ficou preso, Fábio Leão largou vício em drogas e se desligou de facção para dar aulas de artes marciais. Hoje, coordena projeto

Por Rio de Janeiro
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O ano era 2007, e o local em questão era a Penitenciária Moniz Sodré, situada no Complexo de Gericinó, em Bangu, no Rio de Janeiro. O diretor da unidade prisional na época, Gilson Nogueira, leu a ficha de um dos detentos e gostou de saber do envolvimento do mesmo com as artes marciais. Em uma atitude inesperada, resolveu lhe dar uma oportunidade. O então traficante de drogas Fábio Leão, que era gerente geral de uma facção conhecida, estava preso desde 1999 e havia acabado de ser transferido para lá.
Fábio Leão professor de MMA no presídio (Foto: André Durão / Globoesporte.com)Fábio Leão dá aula de artes marciais em presídios (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
- O doutor Gilson falou: "Fábio, você vai dar aula aqui dentro". E eu falei: "Doutor, para mim não dá. Sou bandido. Tem mais de 15 anos que não boto uma luva na mão. Não consigo nem respirar direito, quanto mais dar aula". E eu era dependente químico, viciado em cocaína, maconha, cigarro, cachaça, tudo. Eu cuspia e saía igual à bandeira do Flamengo (vermelho e preto). Meus pulmões estavam tomados, eu estava com tuberculose. Era sangue, nicotina, cocaína, tudo de ruim.
A oferta era tentadora. Para cada três dias dando aula, Fábio teria a pena reduzida em um. A condição era fazer uma oração antes e outra depois de cada treino.
Larguei o crime e permaneci na minha comunidade, sujeito a morrer. Sou um arquivo vivo. Sei de muita coisa desde o lado da Justiça, dos corruptos, até as coisas erradas do tráfico"
Fábio Leão
- "Eu não sei rezar não, doutor. Minha mãe é macumbeira", eu disse. E ele: "Fala com Deus do jeito que você sabe que Ele te ouvirá". Pedi uma Bíblia à minha mãe e comecei a ver os valores da vida. Então eu botei fé. Creio que Jesus Cristo vive entre nós. Agarrei aquela oportunidade. Aí tomei a melhor decisão da minha vida. Cheguei dentro da cela, chamei todas as lideranças do Comando Vermelho e falei que estava largando o crime. Eles não acreditaram. O cara que ganha R$ 20 mil por mês com o tráfico, é dependente químico, tentou arrumar emprego em tudo quanto é lugar e nunca conseguiu... Falei que eu tinha entregue minha vida a Jesus e iria voltar a lutar. Eles riram e falaram: "Você tá drogado. Tu é total flex, pó, maconha, cocaína... Tu vai morrer no ringue". Ficaram me zoando. E eu larguei - disse Fábio, que hoje faz parte de uma igreja evangélica.
Na época foi montada uma academia de artes marciais no Moniz Sodré, e Fábio Leão seguiu a cartilha à risca. Mudou radicalmente de vida e passou a ganhar a admiração dos funcionários da penitenciária. Era um renascimento. E essa nova fase também teve grande contribuição de outra pessoa além de Gilson Nogueira: a juíza Thelma Fraga, a mesma que o condenou. Ela visitou Fábio em 2007, depois que ele começou a dar aulas, e enxergou grande mudança através do esporte.
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Fábio Leão professor de MMA no presídio (Foto: André Durão / Globoesporte.com)Ex-traficante ensina técnicas de defesa às
alunas (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
- Quando ela me viu batendo no saco de areia e pedra, ela falou que iria me ajudar. Eu falei: "Doutora, a senhora me condenou a 17 anos de prisão. Como a senhora quer me ajudar?". Ela respondeu: "Fábio, eu não condenei você. Eu sentenciei o seu ato cometido". E eu colhi tudo o que eu plantei. Ela falou: "Fábio, daqui para a frente é outra história. Eu vou voltar e te ajudar" - contou ele, que na semana seguinte viu a juíza levar Rogério Minotouro ao Moniz Sodré.
Hoje, aos 38 anos, Fábio Leão ainda mora na Vila Kennedy, comunidade onde nasceu e foi criado, ganha a vida dando palestras pelo Brasil ao lado da juíza Thelma Fraga e coordena o projeto "Lutando pela Vida", onde ensina MMA, kickboxing e muay thai para detentos e detentas. Especialista em trocação, ele já foi tricampeão carioca de muay thai, campeão panamericano, sulamericano e brasileiro de kickboxing, e fez três lutas de artes marciais mistas, com duas vitórias e uma derrota. Por ter "fobia" de ser levado ao chão, casa dos jiu-jiteiros, optou por não seguir no MMA.
- De pano eu não consigo treinar, fico agoniado. Botou um quimono em mim, parece que botou um caixão (risos). Mas sou amante de todas as artes marciais. Não acho que existe a melhor luta. Existe o melhor lutador - disse ele, que se espelha nos irmãos gêmeos lutadores do UFC Rodrigo Minotauro e Rogério Minotouro.
A história de superação vai virar tema do filme "O Campeão", cujas gravações devem começar em março, e este mês Fábio já treina o ator Thiago Martins, que vai interpretá-lo no cinema.
Fábio Leão (Foto: Reprodução/Facebook)Com a esposa, Luciana, e a filha, Hillary, logo após sair da prisão (Foto: Reprodução / Facebook)
- A pior cadeia foi lá fora, a cadeia do preconceito, da rejeição, do "não". Onde eu ia era rejeitado. Hoje sou professor, mentor de projetos sociais nas comunidades e nos presídios, palestrante motivacional, lutador, protagonista de filme, funcionário público... Tenho muitos empregos. Graças a Deus hoje vivo do esporte. Tenho meu carro, minha moto e uma casa de três quartos sem ter que roubar ninguém. Sou feliz porque posso dormir com minha porta aberta, e com minha mulher e minha filha. Antigamente eu dormia nas favelas, nas lajes, nas matas quando a polícia entrava. Antes de Jesus me (re)apresentar às artes marciais, eu era um corpo sem alma.
Fábio Leão olha para trás com o orgulho de quem venceu uma grande batalha, e ao mesmo tempo com a exata noção do perigo que lhe rondou. Ele se define como um "arquivo vivo":
- Larguei o crime e permaneci na minha comunidade, sujeito a morrer. Sou um arquivo vivo. Sei de muita coisa desde o lado da Justiça, dos corruptos, até as coisas erradas do tráfico - disse Fábio, que recebeu gentilmente a reportagem do Combate.com na penitenciária feminina Talavera Bruce em um dia de treino para uma entrevista exclusiva.
Início nas artes marciais e no crime
Fábio Leão (Foto: Reprodução/Facebook)Fábio Leão hoje dá palestras motivacionais
pelo Brasil (Foto: Reprodução / Facebook)
Fábio foi preso pela primeira vez por assalto a mão armada. A segunda foi por tráfico de drogas. A terceira, por clonagem de carros e formação de quadrilha. Como era menor de 21 anos nas primeiras, não ficava muito tempo na cadeia e respondia em liberdade. Mas como ele não parou com a vida sombria, a maioridade chegou junto da prisão definitiva. O início nessa área foi cedo:
- A gente não podia roubar na Vila Kennedy nem em Bangu. Os traficantes matavam quem roubasse na área do crime. A gente ia para Madureira, Campo Grande, e roubava qualquer coisa. No primeiro assalto a gente roubou um caminhão, achando que era de eletrodomésticos. Quando abriu, era um caminhão de biscoito. Só serviu para estragar os dentes de todo mundo na favela (risos). E era biscoito ruim ainda. Eu queria roubar porque queria ostentar fama e poder. A gente via os caras (traficantes) cheios de mulheres, com carro, cordão de ouro, cheios de dinheiro. Naquela época o crime era predominante mesmo. Era o poder paralelo que mandava na comunidade. Não tinha entrada nenhuma do poder público.
E as artes marciais sempre andaram paralelamente ao crime na trajetória de Fábio:
Eu era dependente químico, viciado em cocaína, maconha, cigarro, cachaça, tudo. Eu cuspia e saía igual à bandeira do Flamengo"
Fábio Leão
- Comecei vendo os filmes do Bruce Lee. Eu ficava quebrando as coisas em casa. Mas a gente era pobre, não tinha nada dentro de casa. A minha avó mandava eu ir para a rua. Quando eu ia para a rua, a 50 metros da minha casa tinha uma boca de fumo. Eu via os traficantes fazendo papel de governantes, dando cesta básica, gás, tudo. Uma vez minha mãe ficou desempregada, e eles fizeram compra do mês para a gente. Então comecei a idolatrar as artes marciais e os traficantes. Minha vida sempre foi entre o crime e o ringue. Só que as artes marciais não davam dinheiro. Aí com 10 anos comecei a roubar em supermercado. Com 13 para 14 anos eu já tinha uma quadrilha de assalto a mão armada. Com 17 anos fui baleado numa troca de tiros com a polícia. Tenho uma bala alojada nas costas por causa disso.
Como era procurado pela polícia, Fábio não foi para o hospital nesse dia e teve de se cuidar em casa. Foi quando a família descobriu o envolvimento dele com o crime. Até lá ele dizia para a esposa, que conhece desde os 13 anos, que os relógios de marca e a moto, por exemplo, eram presentes do pai que morava longe. O pai, Gregório, na verdade foi assassinado quando Fábio tinha apenas seis meses de vida - seu filho recém-nascido, por sinal, recebeu o nome de Gregory. Depois de Fábio contar a verdade sobre o que fazia, o pai de Luciana a tirou da Vila Kennedy e a levou para Olaria. E a avó dele entrou em depressão e acabou falecendo.
- Senti muito. Sei que ela morreu por minha causa, de desgosto. Fiquei revoltado e embarquei de vez no crime. Minha mãe chorava muito.
Fábio Leão professor de MMA no presídio (Foto: André Durão / Globoesporte.com)Fábio Leão mostra títulos que conquistou na carreira de lutador (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Em 1998, antes de ir para a cadeia, Fábio foi campeão brasileiro de kickboxing e convidado para defender o Brasil no Mundial da modalidade, mas não tinha como arcar com as despesas de R$ 5 mil para viajar até Veneza, na Itália, onde seria disputado o campeonato. Até então ele mantinha uma vida saudável. Depois, começou a se drogar.
- Para ir, eu tinha de ir para o tráfico. Se eu fosse para o tráfico, perdia noites de sono e não dava para treinar. Então, se eu viajasse, gastaria dinheiro e não sabia se iria ganhar. No tráfico eu sabia que iria arrumar dinheiro, aí acabei ficando no crime. A verdade é que minha vida sempre foi paralela entre o crime e o ringue. O crime era minha profissão, e as artes marciais eram meu hobby, porque eu não tinha patrocínio. O esporte (vale-tudo) na época era meio marginalizado. Hoje não. Hoje o atleta consegue viver do esporte, dando aulas, lutando, de várias maneiras.
Fábio Leão professor de MMA no presídio (Foto: André Durão / Globoesporte.com)Fábio conversa com as alunas antes da aula no presídio (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Além da morte da avó, Fábio também perdeu a mãe enquanto esteve na prisão. A família se afastou dele, com exceção da filha, Hillary, e da esposa, Luciana. A filha tinha meses de idade quando Fábio foi preso pela última vez, e durante dez anos o visitou no Complexo de Gericinó. Atualmente Hillary está com 14 anos, e os três moram juntos.
- Elas acreditaram em mim. Graças a Deus hoje posso dar orgulho para minha filha. Ela vê e fala: "Meu pai se transformou através do esporte. E ele não ficou dentro de casa ou se acomodou. Ele se importou com os amigos dele que estavam lá dentro". Ela diz que eu não quero que os meus amigos passem o que eu passei.
Tentativas de suicídio e vida na prisão
Enquanto a família se afastava, o dinheiro vinha e ia embora num piscar de olhos. Fábio, a princípio, seguiu comandando o tráfico de dentro da prisão e faturava, segundo o próprio, R$ 5 mil por semana. A maior parte ia para a filha e a esposa. O resto ele guardava para benefício próprio:
A pior cadeia foi lá fora, a cadeia do preconceito, da rejeição, do 'não'. Onde eu ia era rejeitado"
Fábio Leão
- Muitas vezes paguei para sair da prisão. Existem muitas pessoas corruptas. Aí estourava o inquérito. Eu tinha uma casa de três quartos, sala, cozinha, banheiros, hidromassagem, piscina, sauna, tudo de luxo, mas não podia ficar dentro dela. Fugia que nem um rato. Eu tinha R$ 10 mil, R$ 20 mil numa bolsa de dinheiro para fazer compras ou uma viagem, mas não podia. Tudo eu queria, mas não podia. Estava sendo procurado, tinha seis mandados de prisão.
Nesse período, o lutador teve duas overdoses de cocaína e viu a morte de perto:
- Eu cheirava cocaína pura. Comecei a clonar carro e a mandar para o Paraguai, e a cocaína vinha pura na minha mão. Depois eu vendia para os traficantes, e eles faziam uma mistura. Quando ela vinha pura, eu quebrava um pedaço para usar. Tive uma overdose, acordei em casa. Os caras me jogaram lá, achando que eu tinha morrido. Minha mulher me ajudou, mas sei que foi um milagre de Deus. Da outra vez acordei e pensei: "Caramba, graças a Deus estou no céu". Vi todo mundo de branco. Quando olhei para o meu braço, tinha soro na veia. Do lado tinha um "coroa" respirando por aparelho. Aí vi que estava no hospital. Arranquei tudo e fugi, porque eles estavam esperando eu acordar para fazer o boletim de ocorrência. Eu iria ser preso.
Fábio Leão (Foto: Reprodução/Facebook)Foto do casamento (Foto: Reprodução / Facebook)
A cocaína também fez Fábio querer se matar. E ele guardou na memória uma frase que ouviu de um familiar numa dessas tentativas de suicídio:
- Já tentei me matar várias vezes. "Pancadão" de cocaína, queria acabar logo com aquilo. Várias vezes coloquei a pistola na minha cabeça, mas não consegui. Eu ficava pensando: "Eu que matei minha avó. Para mim não tem mais jeito". O coração disparado, e aquela voz do "coisa ruim" mandando eu me matar. Uma vez tentei pular do quarto andar, e minha mulher me segurou. Ela ligou para um familiar meu, que já perdoei e não vou falar o nome, e ele falou assim: "Deixa ele pular, que acaba o nosso sofrimento e o da família toda. O perigo que tem é ele ficar aleijado, porque aí vai dar mais trabalho para a gente". Eu escutei isso no viva voz - contou Fábio, que garante nunca ter matado alguém, mas admite que contribuiu para a morte de muitos por causa do tráfico de drogas.
Chance de ser treinador fora da cadeia e amizade com Glover
Anos se passaram até que Fábio se regenerasse por completo. Quando ganhou a liberdade condicional em 2009 - ficou livre totalmente somente no meio deste ano, com o término da pena -, foi levado pelo amigo Bruno para fazer sparring na academia Delfim, na Tijuca.
Hoje eu ando na comunidade e sou que nem toco de enchente: paro num lugar, paro em outro (risos). Minha mulher diz que eu não posso ir nem à padaria"
Fábio Leão
- Cheguei lá e estavam Glover Teixeira, Rafael dos Anjos, Pedro Rizzo, Zeilton Nenzão, aquele menino que morreu, o (Leandro) Feijão. Ele era novinho e estava lá, e que Deus o tenha. Me senti um pinto no lixo. Na época quem puxava o boxe era o mestre Claudio Coelho, e ele falou: "Oh rapaz, você que veio da prisão? Bota a luva aí, meu filho. Quero ver se você treinou lá mesmo". Aí fiz sparring com os caras. Tomei vários knockdowns, mas levantava. Fiz com o Glovão, meu amigo. Ele me dava um jab e eu sentava. A gente morou junto na academia, porque era muito longe sair da Vila Kennedy para lá. Pegava ônibus, trem e metrô.
Gabriel Ribeiro foi outro nome importante na vida de Fábio Leão. Dono da Delfim, ele deu o primeiro emprego de carteira assinada ao lutador. Aos 35 anos, Fábio passou a dar aulas de boxe olímpico, depois também de kickboxing e de muay thai. E a juíza Thelma Fraga voltou a interceder de maneira positiva:
Fábio Leão (Foto: Reprodução/Facebook)Com o treinador de boxe Claudio Coelho
(Foto: Reprodução / Facebook)
- Chegou lá na academia o juiz Carlos Eduardo Figueiredo, da VEP (Vara de Execuções Penais). Chegou de terno, com dois seguranças armados. Falei: "Pô, meu Deus. Paguei tudo que eu devia, não estou fazendo nada errado. Não morri fazendo coisa errada e vou morrer trabalhando?". Ele veio da minha direção e perguntou se eu era o Fábio Leão: "A Thelma me contou sua história. Quero ter uma aula particular contigo". Ele gosta de MMA, de jiu-jítsu. Botei ele para suar. Depois ele me falou: "Se você se recuperou, quantos Fábios não existem lá dentro? Eu vou até o secretário de Estado de Administração Penitenciária, o coronel PM Cesar Rubens Monteiro de Carvalho, e vou conversar com ele. Te garanto que vou trazer notícia boa", ele disse. Na outra semana o doutor Carlos Eduardo voltou:  "É, meu amigo, você queria ir a uma. Agora você vai a dez. Teremos dez academias".
Mas Fábio não poderia entrar no presídio de novo por ainda constar como presidiário no sistema, já que estava na condicional. O secretário Cesar Rubens, então, nomeou o lutador como funcionário da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, num cargo de confiança para poder tocar o projeto. No começo era só Fábio, agora são dois e, em breve, quatro professores.
- Uma vez fui tirar uma moto na prestação, e o cara falou que meu CPF estava dando problema: "Está falando aqui que você é presidiário". Mas como eu era presidiário se eu estava lá? É constrangedor, né? Eu tinha um entradinha boa para ir de moto trabalhar. Fiquei triste com aquilo.
Fábio Leão (Foto: Reprodução/Facebook)Fábio Leão com os amigos Glover Teixeira e Pedro Rizzo (Foto: Reprodução/Facebook)
O projeto "Lutando pela Vida" vai completar dois anos, e 17 ex-detentos já saíram de lá. Sete deles estão empregados na academia Delfim. O atleta Rafael Correa, que hoje é sparring de Glover Teixeira, está perto do UFC, garante Fábio Leão. O projeto também está na Vila Kennedy, com cidadãos que largaram o tráfico, ex-dependentes químicos, entre outros, e também com a missão de evitar que crianças sigam o mau caminho.
Os presos, para fazer parte das aulas, têm de preencher um questionário com 20 perguntas, como por exemplo o motivo de quererem praticar artes marciais. Os de mau comportamento são descartados. O segundo corte é pelo questionário. Depois há exames psicológico, psiquiátrico e médico.
Respeitado na comunidade e exemplo de superação
Fábio Leão professor de MMA no presídio (Foto: André Durão / Globoesporte.com)Fábio Leão será tema de filme em 2014
(Foto: André Durão / Globoesporte.com)
A última luta de Fábio Leão foi em 2011, quando foi derrotado no Campeonato Brasileiro de Kickboxing. Mas a maior exposição é mesmo por conta do trabalho realizado nos presídios. Na Vila Kennedy, ganhou status de popstar, principalmente com as crianças:
- Hoje eu ando na comunidade e sou que nem toco de enchente: paro num lugar, paro em outro (risos). Minha mulher diz que eu não posso ir nem à padaria. As senhoras que antes fugiam de mim agora levam os netinhos delas para treinar comigo. Elas apontavam para mim e falavam: "Esse não passa dos 18". E os garotos que estão hoje no tráfico são os que eu via pequenininhos. Eles me respeitam muito. Quando eu estava armado na boca de fumo, dava dinheiro para eles comprarem pipa, para ir no fliperama. Eles me respeitam e dizem que vão sair dessa, mas que não conseguem por causa da droga.
Assim como acontece com as crianças da comunidade, a filha Hillary também vê em Fábio Leão um exemplo de superação. O caso dele foi tão emblemático que ela se espelhou na juíza Thelma Fraga e quer seguir carreira no Direito. E é justamente uma frase de Thelma que o lutador e treinador de artes marciais usa como lema de vida:
- O homem sem trabalho não tem honra. E, sem honra, se mata e se morre.

Spider mostra academia nos EUA e revela inspiração em Randy Couture

Ex-campeão dos médios também falou sobre reta final da preparação para o duelo do dia 28 de dezembro contra Chris Weidman, no UFC 168

Por Los Angeles, EUA
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Nesta quarta-feira, Anderson Silva abriu as portas de sua academia nos EUA para receber jornalistas de todo o mundo. Localizada em Torrance, no sudoeste de Los Angeles,  na Califórnia, a Muay Thai College foi inaugurada pelo ex-campeão em 2012 com a intenção de dividir a sua visão e paixão pelas Artes Marciais Mistas em um dos melhores centros de treinamento do mundo.
GALERIA: Conheça a academia de Anderson Silva nos EUA
- Esse é um espaço que eu considero o meu templo.  Eu passei boa parte da minha vida dentro de academias e tinha o sonho de ter o meu próprio centro de treinamento para treinar, ensinar e dividir um pouco da minha experiência - contou o peso-médio ao Combate.com.
anderson silva mma ufc academia (Foto: Evelyn Rodrigues)Anderson Silva abre sua academia nos EUA para os jornalistas (Foto: Evelyn Rodrigues)
Bem-humorado, ele chegou sorridente ao local acompanhado do filho João, de 8 anos, e brincou sobre o futuro de seus filhos quando o menino respondeu a um jornalista que não gostava de ver o pai lutar:
- Ele fica nervoso. Nessa família não vai sair nenhum lutador - disse, antes de complementar que se os filhos insistirem, vai apoiá-los na carreira que eles quiserem seguir:
- Se um deles se tornar lutador,  vou morrer do coração na primeira luta.
Outro jornalista pergunta a Spider sobre a diferença de idade entre ele e Weidman (Anderson é nove anos mais velho), e questiona se os campeões mais velhos estão tendo dificuldades para se prepararem para essa nova geração de lutadores:
- Velho, né cara? Velho... (risos) Eu, na verdade, estou animado com isso porque, por muito tempo, me inspirei no Randy Couture (membro do Hall da Fama do UFC, que se aposentou aos 47 anos de idade). Então, talvez eu tenha a mesma chance que ele teve de mudar o que as pessoas falam sobre essa questão - respondeu, lembrando que também é fã de Bruce Lee e que, boa parte de sua inspiração vem do falecido ator, diretor e instrutor de artes marciais.
anderson silva mma ufc academia (Foto: Evelyn Rodrigues)Centro de Treinamento de Anderson Silva nos EUA com a bandeira do Brasil (Foto: Evelyn Rodrigues)
A conversa com a imprensa transcorreu tranquila por cerca de 30 minutos e Spider falou sobre assuntos dos mais variados. Em alguns momentos, ele deu respostas monossilábicas e se esforçou bastante para responder às perguntas em inglês. A maioria das perguntas foram sobre as principais mudanças que ele implementou nesse camp de treinamento para o duelo contra Chris Weidman,  no dia 28 de dezembro, pelo cinturão dos pesos-médios do UFC:
- Eu comecei o meu camp no Brasil, mas terminei aqui em Los Angeles com meu time. Fisicamente foi um treino normal, mas a minha parte mental está muito boa. Estou treinando mais, passo mais tempo com a minha família, meus amigos também me ajudaram muito. Não mudei muito o meu treino, mudei a parte mental porque não estava boa para aquela primeira luta.
Não estava com uma confiança excessiva, mas tem dias que você vai bem no trabalho, tem dias que não vai. Aquele foi um dia ruim. Eu vou para dentro do octógono para lutar, eu não brinco."
Anderson Silva
Questionado sobre o que atrapalhou a sua cabeça no duelo anterior, o ex-campeão explicou que não foi o excesso de confiança.
- Não estava com uma confiança excessiva, mas tem dias que você vai bem no trabalho, tem dias que não vai. Aquele foi um dia ruim. Eu vou para dentro do octógono para lutar, eu não brinco. Na última luta eu perdi e ele venceu, então eu tento não focar na última luta e sim nessa que está por vir, até porque vai ser um duelo completamente diferente.
Um repórter diz a Anderson que Chris Weidman deu uma declaração recente dizendo que vai finalizá-lo novamente:
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- Que medo! - respondeu o brasileiro, fazendo uma careta e arrancando risos dos presentes.
Em outro momento, o ex-campeão foi perguntado sobre quem considera o melhor lutador do UFC na atualidade:
- Jon Jones. Ele é um grande cara, tem coração de lutador e em todas as lutas sempre teve um desempenho muito acima de seus adversários. Na última luta, no entanto, ele provou para todo mundo que é o melhor.
anderson silva mma ufc academia (Foto: Evelyn Rodrigues)Ex-campeão peso-médio fala de suas expectativas para o duelo contra Chris Weidman no UFC 168 (Foto: Evelyn Rodrigues)
O brasileiro também relembrou um momento ocorrido logo após a sua saída do extinto PRIDE, quando quase decidiu se aposentar, depois da derrota para Ryo Chonan:
- Ainda bem que eu não fiz isso. O Rodrigo Minotauro e o Rogério Minotouro foram fundamentais e me ajudaram a manter o foco no treino e a perseguir meu sonho de lutar. Eu preciso agradecê-los por tudo isso sempre, porque eles me deram a chance de não desistir do meu sonho.
anderson silva mma ufc academia (Foto: Evelyn Rodrigues)De gorro de Papai Noel, Anderson Silva diz que daria uma sessão de sparring como presente para Dana White (Foto: Evelyn Rodrigues)
Após o bate-papo geral, Anderson atendeu alguns jornalistas para entrevistas exclusivas e protagonizou um momento engraçado quando um canal de TV americano pediu para que ele vestisse um gorro de papai noel e respondesse qual presente daria para alguns lutadores do UFC.
- Para o Dana White eu daria uma sessão de sparring - disse Anderson em uma das respostas, encerrando bem-humorado o dia com a imprensa.

Motivado, Spider revela: 'Parece que estou indo para a minha primeira luta'

Ex-campeão dos pesos-médios do UFC fala sobre a preparação para a revanche contra Weidman e diz que não vai decepcionar a torcida brasileira

Por Los Angeles, EUA
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Quando perdeu o cinturão dos pesos-médios do UFC para Chris Weidman, no UFC 162, em julho passado, Anderson Silva disse que tirava um peso das costas, referindo-se à toda pressão sofrida por ser um dos campeões mais bem-sucedidos da história do MMA e considerado um dos melhores lutadores de todos os tempos. Para a revanche do dia 28 de dezembro, que acontece em Las Vegas (EUA), o brasileiro afirma que a pressão ficou toda no passado e que está com fôlego renovado e com a mesma vontade e motivação para vencer de quando fez a primeira luta de sua carreira.
- É verdade, eu tirei um grande peso das minhas costas,  mas agora eu estou leve. Parece que estou indo para a minha primeira luta. Estou feliz, como eu estive na minha primeira luta e eu me lembro como se fosse ontem. Também estou contente,  muito confiante e acho que vai dar tudo certo - declarou em entrevista ao Combate.com.
Desde que perdeu o posto de campeão, Spider buscou o máximo de apoio da família e dos amigos, mas acredita que sua vida, de uma forma geral, não passou por muitas mudanças:
- Minha vida não mudou muito. Acho que o meu foco foi maior para esse treino. A minha capacidade de me reinventar também teve que ser maior do que das outras vezes. Mas eu estou feliz, estou contente com tudo o que eu consegui mudar e com tudo o que eu consegui fazer. Agora é esperar. Eu estou bem ansioso para que eu consiga colocar isso em prática logo, né?
anderson silva mma ufc academia (Foto: Evelyn Rodrigues)Anderson Silva se disse ansioso para lutar como se fosse a sua primeira disputa (Foto: Evelyn Rodrigues)
E por falar em mudanças, Anderson estava acostumado a andar com um time grande de atletas e profissionais, que o acompanhavam nos treinos e na semana pré-luta. Para se ter uma ideia,  só no UFC 162 foram mais de 15 pessoas em sua comitiva. A equipe, no entanto, deve sofrer alterações para o duelo contra Weidman:
-  As coisas mudam porque é como se fosse uma empresa. Você tem que ver o que é bom para a sua empresa e, no meu caso, eu tenho que ver o que é bom para mim, porque eu sou a minha empresa. Então a gente está mudando isso e vão ter mais mudanças, é normal. É tudo para melhorar. Essa carreira de lutador não é uma coisa muito longa, então você tem que aprender a aproveitar os momentos que você tem e mudar o que você pode para ter mais êxito possível. Então vou sempre buscar essas mudanças para que eu possa melhorar.
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Depois que perdeu o cinturão do UFC, o brasileiro sofreu muitas críticas pela forma com que se comportou dentro do octógono, mas garante que não ficou chateado com as mensagens:
- Eu não fico prestando muita atenção no que as pessoas dizem na internet não, principalmente quando as pessoas falam besteira. Já as pessoas que foram solícitas e deram apoio, eu agradeço de coração mesmo. Estou muito feliz e acho que o que mais me motiva é saber que existem pessoas que estão sempre torcendo por mim e eu tenho certeza de que não vou decepcioná-las.
anderson silva mma ufc academia (Foto: Evelyn Rodrigues)O Spider garante que continuará a fazer mudanças em
sua equipe buscando melhorar (Foto: Evelyn Rodrigues)
Questionado sobre qual a primeira coisa que quer fazer se conseguir recuperar o título, a resposta está na ponta da língua:
- Quero descansar, ficar com a minha família e manter meu foco nos meus projetos pessoais.
Um dos projetos do ex-campeão é a sua academia em Los Angeles - a Muay Thai College -  local do bate-papo com o Combate.com e que foi inaugurada em 2012:
- Há muito tempo eu quero montar o meu espaço. Desde que eu me formei faixa-preta (de jiu-jítsu), o meu sonho sempre foi ter a minha academia, o meu espaço e poder passar o ensinamento que eu adquiri durante todos esses anos. E, graças a Deus, eu consegui montar meu espaço, montar meu templo, é um lugar onde eu venho despreocupado de energia ruim, porque aqui só tem energia boa e a gente treina com pessoas bacanas e amigos legais. Então eu estou muito feliz com tudo o que está acontecendo, com a minha carreira,  com a minha academia e com as pessoas que fizeram parte e fazem parte da minha história. E queria agradecer a todos pela torcida e dizer que dia 28 está chegando e eu tenho certeza de que vou levar essa vitória para o Brasil - finalizou.

Samba, capoeira e churrasco: parece um canto do Brasil, mas é Marrakesh

Em meio à tradição muçulmana do Marrocos, cultura tupiniquim se infiltra na principal sede do Mundial de Clubes com churrascaria e dançarinas brasileiras

Por Direto de Marrakesh, Marrocos
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A cena tem algo de delírio. Você está no Marrocos, um país muçulmano, e de repente um telão mostra uma bandeira do Brasil. A luz diminui. De pandeiro na mão, dois homens começam a batucar. A batucada vira uma percussão forte, uma batida pegada. E surgem, com roupas mínimas, brasileiras sambando como se estivessem na Sapucaí – para um misto de júbilo e espanto dos marroquinos que, faceiros da vida, assistem à apresentação. Em Marrakesh, sede da final do Mundial de Clubes, no sábado, existe um pedaço inusitado do Brasil.

Detalhe: tudo isso acontece enquanto espetos de picanha passam de um lado para o outro. A questão é que existe uma franquia de uma famosa churrascaria brasileira no norte da África. O local chamou a atenção de um público curioso por conhecer detalhes de um país que é adorado por ali – em grande parte, por causa do futebol. Com o tempo, a carne deixou de ser suficiente. Aí entraram a música, a dança e a capoeira.
Mosaico Dancarinas brasileiras em marrakesh (Foto: Divulgação)Apresentações de música e dança brasileiras são contraste com tradição muçulmana do Marrocos (Foto: Divulgação)


Existem 12 brasileiros trabalhando lá. Há músicos, capoeiristas e dançarinos. As apresentações são diárias. O palco também funciona como mesa. Mulheres lindas, devidamente brasileiras, dançam na altura dos olhos dos clientes. É um espetáculo que vem alimentando a imaginação de marroquinos e turistas. A presença de brasileiros, rara por ali, aumentou nos últimos dias, já como consequência do Mundial - e agora volta a diminuir com a queda do Atlético nas semifinais do torneio.

Um pouco brasileira, um pouco marroquina
Churrascaria Brasileira no Marrocos (Foto: Alexandre Alliatti)Carne servida no espeto em Marrakesh, como no Brasil (Foto: Alexandre Alliatti)
É no esquema de rodízio, feito no Brasil. A carne vem direto na mesa. Mas não necessariamente no espeto. Às vezes, é numa travessa mesmo. Detalhe importante: o cliente pode escolher se quer a sequência de carnes ou de peixes. No Rio Grande do Sul, soaria como ofensa grave, mas no Marrocos surgem nacos de salmão e atum espetados, como se fossem uma bela costela.

Afinal, é preciso adaptar uma realidade à outra. Os marroquinos gostam de frutos do mar. A carne não é tão saborosa quanto no Brasil, mas quebra um galho para estômagos saudosos da comida brasileira. E outra: quando os shows começam, o paladar pouco importa.
Dançarinas brasileiras em Marrakesh (Foto: Divulgação)Brasileiros no palco no Marrocos (Foto: Divulgação)
A apresentação inicia com música latina, como que para preparar o clima. Quando termina essa primeira parte, o sistema de som já começa a tocar samba e bossa nova. E aí surgem os brasileiros.

Começa com dois ritmistas, de pandeiros na mão. Em seguida, surgem capoeiristas. Depois, aparecem as dançarinas, sambando, e um dançarino, Pedro Marcos Lessa, vestido como destaque. A cara de encanto dos marroquinos e turistas é evidente.

O curioso é que a apresentação, a exemplo da comida, mistura elementos da cultura brasileira com a marroquina. Há um momento em que uma mulher faz a dança do ventre, enquanto as sambistas ficam olhando para ela de forma teatral, como se fosse uma competição entre os dois estilos.

Longe de casa
churrascaria brasileira em Marrakesh (Foto: Alexandre Alliatti)Brasileiros de pandeiro na mão em Marrakesh (Foto: Alexandre Alliatti)
Os shows são comandados por brasileiros que compartilham muita coisa, especialmente a distância e a saudade de casa. São dançarinos profissionais, que dominam vários estilos e até dão aulas. E que moram há anos fora do Brasil.

Pedro Marcos Lessa deixou o país há 15 anos. É baiano, assim como a coreógrafa do grupo, Micheline Raquel Santos, longe de casa há 13 anos, um a mais do que outra dançarina, a paulista Adriana Moreira. Eles se fixaram em Portugal e de lá rumaram para o Marrocos.

A aventura começou há dois anos, quando Micheline foi chamada para fazer uma série de apresentações em Casablanca e Marrakesh. O show fez sucesso (ela também canta). Ela recebeu proposta para ficar, e aí convidou outros brasileiros, incluindo Adriana e Marcos.

Para eles, vale a pena. Com a Europa em crise e o Brasil pouco valorizando a dança, é uma forma de ter uma vida mais confortável, mesmo que mais reclusa. Os poucos brasileiros que moram em Marrakesh não chegaram a formar uma comunidade. E eles mantêm certo distanciamento dos marroquinos, até pela diferença cultural – embora seja um povo alegre e receptivo.

O choque que as apresentações podem causar em um povo muçulmano não renderam grandes problemas aos brasileiros. As dançarinas percebem algumas expressões de espanto, especialmente de mulheres, mas nada que seja agressivo.

- É tranquilo, até porque o pessoal que vem aqui já espera por essa apresentação, já sabe o que vai acontecer. Pela cara das pessoas, eu vejo que, quando o Marcos entra vestido como destaque, rola uma surpresa, mas não passa disso – comentou Micheline.
brasileiros marrakesh (Foto: Alexandre Alliatti)Micheline, Marcos e Adriana: dança brasileira em terras muçulmanas (Foto: Alexandre Alliatti)


Em breve, a turma deve se dispersar. Adriana visitará o Brasil depois de sete anos e decidirá se seguirá viajando ou se voltará para casa. Micheline pensa em retornar a Portugal. Marcos está satisfeito no Marrocos, dá 25 aulas de dança por semana, mas também cogita regressar a terras lusitanas.

Leitura labial: Marcos Rocha xinga muito Cuca ao ser substituído

Irritado ao deixar o campo na semifinal do Mundial quando o Galo perdia por 1 a 0 para o Raja, lateral-direito esbraveja contra o treinador atleticano: 'Burro pra c...'

Por Belo Horizonte
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Algumas cenas ficaram marcadas na derrota do Atlético-MG para o Raja Casablanca por 3 a 1, na semifinal do Mundial de Clubes, na quarta-feira, em Marrakesh. Uma delas foi a irritação de Marcos Rocha ao ser substituído por Luan aos 16 minutos do segundo tempo, quando a equipe marroquina vencia por 1 a 0. O lateral-direito deixou o campo insatisfeito com o técnico Cuca, seguiu para o vestiário e nem viu o gol de Ronaldinho Gaúcho, que saiu logo depois. A leitura labial feita pelo especialista Luis Felipe Ramos Barroso mostra que o jogador xingou muito o treinador ao deixar o gramado (assista ao vídeo acima).
- Burro pra c... Cuca é o c...! Vai tomar no...! - esbravejou o lateral.
Nesta quinta-feira, o diretor de futebol do Galo, Eduardo Maluf, anunciou que o jogador será multado por indisciplina.
- O Marcos Rocha será multado em parte dos vencimentos, mas não entraremos em detalhe de valores - disse o dirigente.
Além dos xingamentos, a diretoria ficou insatisfeita com as declarações de Marcos Rocha depois do jogo. O lateral admitiu que discordou da substituição.
- Eu saí, não concordei com a substituição, fui ao vestiário e voltei ao banco para continuar torcendo. Tenho o direito de concordar ou não. Foi opção do Cuca. Sempre tentei fazer o melhor, mas achei que não era válida a substituição. Não achei correta a substituição. Mas não é justificativa para o que aconteceu - afirmou o lateral.
O jogo de quarta-feira foi o penúltimo de Cuca no comando do Atlético. Após a derrota, o presidente Alexandre Kalil confirmou que o treinador vai deixar o clube depois da disputa de terceiro lugar, no sábado. O comandante atleticano no título da Libertadores aceitou uma proposta milionária do Shandong Luneng, da China.

Central do Mercado: Grêmio acerta com Edinho, e Cruzeiro quer Moreno

Luiz Antônio entra na justiça para sair do Flamengo, Criciúma demonstra interesse em contar com Paulo Baier, e Marquinhos Gabriel acerta com o Palmeiras

Por Rio de Janeiro
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Edinho é apresentado como jogador do Grêmio (Foto: Lucas Uebel/Divulgação, Grêmio)Edinho é apresentado como jogador do Grêmio (Foto: Lucas Uebel/Divulgação, Grêmio)
Depois de definir seu treinador para a próxima temporada, o Grêmio começa a se reforçar para a disputa da Libertadores de 2014. O volante Edinho, campeão mundial pelo Internacional em 2006, foi anunciado e já vestiu a camisa tricolor nesta quinta-feira. O jogador estava desde 2011 no Fluminense e tinha acerto a saída do clube carioca. O time gaúcho ainda declarou ter interesse no zagueiro Pedro Geromel, que fez carreira na Europa e está atualmente no Mallorca, da Espanha.
Campeão brasileiro, o Cruzeiro ainda busca um nome para o ataque. E ele pode vir justamente do Grêmio. Emprestado ao Flamengo durante o Brasileirão, Marcelo Moreno é o alvo da diretoria celeste. O jogador, naturalizado boliviano, já jogou pela Raposa, em 2008, quando foi artilheiro da Libertadores naquele ano.
Após a derrota para o Raja Casablanca na semifinal do Mundial de Clubes, o Atlético-MG já começa a pensar na próxima temporada. Com a possível ida de Cuca para o futebol chinês, o presidente Alexandre Kalil sondou o técnico Tite, que deixou o Corinthians ao fim do Brasileirão. O Náutico definiu seu treinador para o ano que vem: após longa negociação, Lisca comandará o Timbu.
O mercado de jogadores também foi agitado. O Palmeiras encaminhou o acerto por quatro temporadas com o meia Marquinhos Gabriel, do Bahia, faltando apenas o anúncio oficial. Outro clube paulista a se movimentar foi o São Paulo. Com a saída de Welliton, que retorna ao Spartak Moscou, o Tricolor tenta comprar em definitivo o chileno Vargas, que também interessa ao Santos, com a ajuda de um investidor.
Ainda sem acordo com o Atlético-PR, Paulo Baier passou a ser alvo do Criciúma. Com duas passagens pelo Tigre, o veterano dá prioridade em renovar com o Furacão, mas pode pintar no Tigre, caso as negociações não avancem até o fim do ano. O Flamengo pode ter uma perda importante: Luiz Antonio entrou na justiça para se desvincular do clube após atraso de salários.
Clubes estrangeiros também estiveram em ação, movimentando o mercado brasileiro. Cícero, que fez ótima temporada pelo Santos, interessa ao Shandong Luneng, da China. Já o atacante Scocco, insatisfeito no Internacional, pode voltar a Argentina. O River Plate demonstrou interesse no jogador. Alvo do Corinthians, o lateral Rafinha renovou contrato com o Bayern de Munique e permanece no clube alemão.

Para lá de Marrakesh: Dante e Rafinha visitam feira e arrastam multidão

Brasileiros do Bayern se arriscam para levar recordação do Marrocos para casa em dia de folga. Após serem reconhecidos, precisam deixar local escoltados pela polícia

Por Direto de Marrakesh, Marrocos
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Dante e Rafinha reinventaram o conceito de folga nesta quinta-feira. Enquanto companheiros de Bayern de Munique como Mario Götze, Franck Ribéry e muitos outros curtiam o luxo do hotel no qual estão hospedados, a dupla brasileira resolveu se arriscar na Djemaa el-Fna, enorme feira ao céu aberto e principal ponto turístico de Marrakesh. O resultado: tiveram de deixar o local com escolta policial.
Dante e Rafinha Bayern de Munique folga em Marrakesh (Foto: Victor Canedo)Dante, de touca, tira fotos com fãs marroquinos em feira a céu aberto em Marrakesh (Foto: Victor Canedo)

Já estava escuro. Depois de um almoço ao anoitecer num restaurante de outro hotel, o zagueiro e o lateral-direito do favorito ao título do Mundial de Clubes sentiram-se no dever de presentear os familiares. Era basicamente uma oportunidade única diante da claustrofobia da concentração, aeroportos e aviões.
No caminho, Dante, de touca, e Rafinha, de capuz, foram sendo reconhecidos aos poucos. Dois adolescentes atleticanos foram os primeiros a abordá-los – e, obviamente, pediram uma foto e mandavam um recado.
Dante e Rafinha Bayern de Munique folga em Marrakesh (Foto: Victor Canedo)Dante e Rafinha viveram um dia de turista nesta quinta-feira na cidade-sede da final do Mundial (Foto: Victor Canedo)


- Vê se vinga a gente no sábado! – gritou um deles, pedindo para que o Bayern derrote o Raja Casablanca, algoz do Galo na semifinal da última quarta-feira.
- Pode deixar – retrucou Dante, entrando na brincadeira dos mineiros.
Recordações do jogo que eliminou o Galo estavam por todas as partes. Ao andarem por um dos "souks" (ruas estreitas com mais comerciantes), ouviram até o hino do Raja. Cartazes com o resultado da vitória da equipe sobre o Atlético (3 a 1) ilustravam a empolgação dos marroquinos com a classificação.
Dante e Rafinha Bayern de Munique folga em Marrakesh (Foto: Victor Canedo)Cartazes com a vitória do Raja Casablanca sobre o Galo enfeitaram aas barracas (Foto: Victor Canedo)
Vestidos a caráter
Os dois queriam viver a experiência local, sentir-se de fato como estrangeiros, turistas brasileiros. Nas tendas, negociavam os preços com os vendedores, chorando por descontos e comemorando o acordo selado após muita insistência. Foi assim quando compraram roupas típicas, com direito a sessão de fotos para os marroquinos. A invasão de privacidade fez com que o dono da pequena loja improvisasse um muro com um pano.
Àquela altura já não havia jeito. Dante, o mais assediado, viveu provavelmente o dia em que mais atendeu seus fãs. Foram seguramente mais de 50 pedidos no intervalo de uma hora na Djemaa el-Fna para que o zagueiro da seleção brasileira ao menos sorrisse para as fotos de longe. Voltou com sacolas cheias, levando cordões, tapetes e uma grande história.
Após conceder folga aos seus atletas, o Bayern de Munique volta a treinar nesta sexta-feira, no Marrakech Stadium. A grande decisão do Mundial de Clubes acontecerá no sábado, às 17h30m (de Brasília), diante do Raja Casablanca. O GloboEsporte.com acompanhará em Tempo Real.
Dante e Rafinha Bayern de Munique folga em Marrakesh (Foto: Victor Canedo)Dante e Rafinha compraram roupas típicas do Marrocos durante visita ao mercado de Marrakesh (Foto: Victor Canedo)

CBF divulga revisão do calendário para 2014 e estica Copa do Nordeste

Competição passa a ser disputada entre janeiro e abril, paralelamente aos estaduais. Entidade ajusta algumas datas e inclui Brasileiro Feminino e Copas do Brasil de base

Por Rio de Janeiro
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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou na tarde desta quinta-feira uma revisão do calendário do futebol brasileiro para 2014, anunciado no dia 20 de setembro. Na nova versão, a principal mudança foi o prolongamento da Copa do Nordeste, que passará a ser disputada paralelamente aos campeonatos estaduais. O torneio, antes previsto para ser realizado com 12 datas entre 12 de janeiro e 23 de fevereiro, será esticado dentro de 80 dias, com início em 19 de janeiro e término em 9 de abril - quatro dias antes do fim dos torneios regionais.
Outras alterações ocorreram nas datas Fifa, para amistosos das seleções. Das sete datas previstas para o próximo ano, quatro permaneceram no calendário (05/03, 09/09, 10/10 e 14/10), enquanto três foram modificadas: a de 13/08 passou para 05/09; a de 29/08 se tornou 14/11; e a de 19/11 foi antecipada em um dia, para 18/11. Dessa forma, com exceção do dia 5 de março, os jogos do Brasil serão sempre realizados nas terças e sextas-feiras, fora dos dias em que são realizadas as partidas da Série A do Campeonato Brasileiro.
Cronograma competições futebol Brasileiro (Foto: Reprodução)Confira as datas da revisão do calendário do futebol brasileiro para 2014 (Foto: Reprodução)

A entidade também incluiu no novo calendário as datas do Campeonato Brasileiro Feminino, das Copas do Brasil Sub-20 e Sub-17 e da Copa Verde - disputada entre equipes do Norte, Espírito Santo e Centro-Oeste (exceto Goiás). A competição entre mulheres vai do dia 16 de julho a 8 de outubro; a dos juniores será de 17 de setembro a três de dezembro; e a do juvenil ocorre entre primeiro de fevereiro a 2 de abril; e a do torneio interestadual começa em 12 de fevereiro e termina em nove de abril.
A pausa para a Copa do Mundo continuará sendo no dia primeiro de junho para as Séries A e C, e no dia 3 para a Série B. Assim como ocorreu em 2013 por conta da Copa das Confederações, as semifinais e finais da Libertadores seguirão nos meses de julho e agosto, após o Mundial.
Outros ajustes no Brasileiro
Com base na primeira versão do calendário, outras datas sofreram pequenas modificações nas Séries A, B e C do Brasileirão. As três principais divisões do futebol brasileiro tiveram seu início antecipado em um dia: O Brasileirão e a Segundona começarão no sábado, 19 de abril, e a Terceirona no domingo do dia 27 do mesmo mês. A Terceira Divisão também teve seu término adiado de 16 para 23 de novembro.

Troca de e-mails vaza e expõe discórdia no Fla sobre caso do STJD

Mensagens entre Michel Asseff Filho, D'Agostino e Bap apontam que escalação de André Santos não era recomendável. Advogado afirma que houve invasão de e-mail

Por Rio de Janeiro
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Um equívoco expôs uma séria discordância na diretoria do Flamengo por conta do episódio que levou o clube a perder quatro pontos no STJD. Uma troca de e-mails foi enviada por engano para pessoas de fora do clube. Na troca, o advogado Michel Assef Filho discorda da nota oficial publicada após o resultado do julgamento, diz que a estratégia de confundir as teses da CBF e da Justiça Desportiva funcionou e diz que "Não fosse o descuido da Portuguesa... éramos nós na Série B".
A troca de e-mails aconteceu na terça-feira entre Michel, Walter D'Agostino, vice-presidente geral, e Luiz Eduardo Baptista, vice de marketing. O Flamengo havia publicado uma nota oficial no mesmo dia na qual atacava o STJD pela decisão de punir o clube com a perda de quatro pontos pela escalação de André Santos.
Bap chega a tentar colocar panos quentes para diminuir a revolta de Michel. Ele fala até em saber que não ganhará o recurso no Pleno. No entanto, o advogado garante que tem esperanças de mudar o quadro, caso contrário não poderia confiar em seu trabalho. Nos e-mails, Flávio Willeman, vice-presidente jurídico do Fla, também é citado.

Consultado pelo GloboEsporte.com, Michel Asseff Filho não se mostrou preocupado e disse que houve violação de uma troca de e-mails entre advogado e cliente:

- Reafirmo que jamais disse que o Flamengo errou ao escalar o jogador, confio que reverteremos a decisão no Pleno do STJD. Tenho convicção que o jogador foi escalado corretamente. Vamos à DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática) para registrar queixa e pedir investigação de violação de sigilo de e-mail.
Confira a íntegra da troca de e-mails:
Michel Asseff Filho (enviada às 16h33m): "Prezados, acabo de ter acesso à nota oficial do Clube. Confesso que não fiquei satisfeito, pois tal atitude não ajuda em nada o nosso Flamengo. Sabemos, entre nós, que o Flamengo não deveria ter escalado o atleta André Santos na partida disputada contra o Cruzeiro. Qualquer especialista em direito desportivo, caso fosse consultado, por cautela, recomendaria deixar o atleta de fora, pois saberia informar sobre o entendimento da CBF e da Justiça Desportiva em situação como essa. As teses defensivas foram criadas em razão da necessidade e da oportunidade. Atacar o STJD nesse momento só nos prejudica, já que
 Ao longo de dez anos defendendo o nosso Flamengo nos tribunais desportivos, acredito que adquiri experiência para opinar sobre o assunto. Não podemos nos esquecer que se não fosse o descuido da Portuguesa, éramos nós na Série B
Michel Asseff Filho, advogado do Fla
ainda temos um recurso a ser julgado pelo Pleno. Por mais que a 1a Comissão já tivesse um entendimento formado a respeito do assunto, o que era nítido de perceber, conseguimos criar enorme confusão no voto do relator. Temos a nosso favor uma complexa discussão, pois a CBF diz que a suspensão automática se extingue com o término da competição, e a Justiça Desportiva sustenta que temos que cumpri-la na próxima Copa do Brasil. Quem devemos respeitar? Foi com muita dificuldade e transpiração que conseguimos criar a divergência entre CBF e Justiça Desportiva. De qualquer forma, com todo respeito, afirmar em nota oficial que o julgamento de ontem foi um desserviço ao esporte é uma estratégia extremamente desaconselhável, considerando a pendência do julgamento do recurso. Não tenho vaidade alguma por ser reconhecido como o advogado da causa. Na verdade, só quero livrar nosso Flamengo dessa situação. Mas, por favor, seria bom me consultar antes de emitir nota a respeito de um processo tão importante, e que está sob os meus cuidados. Ao longo de dez anos defendendo o nosso Flamengo nos tribunais desportivos, acredito que adquiri experiência para opinar sobre o assunto. Não podemos nos esquecer que se não fosse o descuido da Portuguesa, éramos nós na Série B."
Michel Asseff Filho (sem registro do horário): "Prezados, acabo de ver que o Flavio me enviou email nessa manhã me consultando sobre o assunto. A minha caixa postal está lotada com emails recebidos de ontem para hoje. Não tive oportunidade de ler nenhum deles. Quando li a nota, fiquei muito preocupado, e imediatamente enviei email a todos vocês. Só não achei recomendável atacar o STJD nesse momento! Ainda temos chance no recurso, e me preocupo com a reação dos auditores do Pleno ao ler a nota. Flavio, infelizmente não vi a sua consulta a tempo! Agora já foi. E acabo de ver que já foi publicada no O Globo online. A posição está manifestada. Vamos em frente! Estou redigindo o recurso. Grande abraço!!!!"
Não vamos ganhar o recurso - sabemos disto. Decidimos não abrir mão do discurso posto pelo conselho por uma questão política. Esta foi a decisão do conselho diretor
Bap, vice de marketing
 Luiz Eduardo Baptista (enviada às 17h30m): "Prezado Michel, lamento que você pense diferente. Nós perdemos por 5 x 0. Não vamos ganhar o recurso - sabemos disto. Decidimos não abrir mão do discurso posto pelo conselho por uma questão política. Esta foi a decisão do conselho diretor. Vamos em frente. Abraços, Bap"
Michel Asseff Filho (enviada às 17h51m): "Bap, acabei de conversar com o Flavio por celular e dei razão a ele quanto à indignação. A minha preocupação era com o Pleno, e sempre vou ter a esperança de reverter o julgamento, pois, caso contrário, não posso confiar no meu trabalho. Eu quero ganhar o processo, mesmo sabendo que é muito difícil! Mesmo tendo a humilde opinião de que a manifestação poderia ter sido publicada após o julgamento do Pleno, já estou na defesa da nota oficial diante dos auditores que estão me ligando. Sou Flamengo acima de tudo. E fico tão revoltado quanto vocês quando querem nos prejudicar. Já bati de frente com o tribunal e com o procurador geral inúmeras vezes, mas ainda temos o Pleno. Mas claro, vamos em frente! Abraço,Michel."
Concordo, não há que se atacar o Tribunal pois só nos trará maiores prejuízos. De decisões com as quais não se concorda recorre-se
Walter D'Agostino, vice-presidente geral
 Walter D'Agostino (enviada às 20h05): "Caríssimo Michel. Você está pleno de razão é compreensível a desilusão de todos nós, no meu caso até porque não vi por parte dos julgadores a apresentação de razões para refutar os argumentos apresentados, diga-se brilhantemente, por você. Em momento algum qualquer dos julgadores se dignou a enfrentar suas teses o que não é da praxe e nem atende às  exigências processuais gerando verdadeira omissão o que é injusto e verdadeiramente ilegal. Mas, decisões são feitas para serem cumpridas enquanto vigentes. Você está cumprindo o eu seu múnus com o brilho de sempre honrando sua estirpe e o amor pelo nosso Flamengo. Concordo, não há que se atacar o Tribunal pois só nos trará maiores prejuízos. De decisões com as quais não se concorda recorre-se. Pelo seu trabalho parabéns e que Deus te ilumine.Saudações rubro-negras."
Michel Asseff Filho (enviada às 20h23): "Dr. Walter, muito obrigado pela mensagem carinhosa. Fiquei muito feliz de recebê-la. Elogio como esse, partindo de um grandioso jurista, me enche de satisfação. Vamos continuar na luta, tentando reverter esse resultado até o fim. Forte abraço e saudações rubro-negras! Michel."