quarta-feira, 22 de julho de 2015

Ronda e Tate são os destaques da
Maratona TUF, às quartas no Combate

Rivais são personagens principais dos 12 episódios da 18ª edição do "The Ultimate Fighter", que serão transmitidos pelo Combate nos próximos dias 22 e 29 de julho

Por Rio de Janeiro
Personagens das duas próximas edições do UFC, as norte-americanas Ronda Rousey e Miesha Tate serão destaques do Combate nos últimos dias de julho. As rivais estarão em ação durante a “Maratona TUF”, que vai ao ar nesta e na próxima quarta-feira, dias 22 e 29. Ao todo, os 12 episódios do "The Ultimate Fighter 18" serão exibidos, em duas partes, a partir das 19h. A 18ª temporada do reality show causou comoção nos Estados Unidos e ajudou a alavancar ainda mais o MMA feminino no país.  
Ronda Rousey Miesha Tate encarada UFC Las Vegas (Foto: Evelyn Rodrigues)Ronda Rousey e Miesha Tate já se enfrentaram duas vezes, e a atual campeão peso-galo do Ultimate saiu com 
a vitória em ambas as oportunidades, tanto no extinto Strikeforce quanto no Ultimate (Foto: Evelyn Rodrigues)


No co-main event do "UFC: Barão x Dillashaw 2", que acontecerá neste sábado (25), em Chicago (EUA), com transmissão ao vivo e exclusiva do Combate, Tate enfrentará a compatriota Jessica Eye pelo direito de disputar o cinturão feminino dos pesos-galos (61kg) novamente. Na primeira oportunidade, em dezembro de 2013, ela foi finalizada pela rival Ronda Rousey.

Entre as figuras mais populares do MMA mundial na atualidade, Ronda fará sua estreia em solo brasileiro no próximo dia 1º de agosto, no UFC 190, quando colocará em jogo seu título contra a paraibana Bethe Pitbull. O duelo, cercado por muitas provocações, será a principal atração do card, que também será transmitido pelo Combate. Outros destaques da edição são as presenças das lendas Rodrigo Minotauro, Rogério Minotouro e Mauricio Shogun. 

Wanderlei Silva foi um dos muitos lutadores que se manifestaram em protesto contra a demissão de "Stitch" Duran, cutman lendário do UFC. O "Cachorro Louco" foi ao Instagram na madrugada da última terça-feira e disparou contra a organização, como já havia feito recentemente após luta que considerou "armada" entre Chad Mendes e Conor McGregor.

O brasileiro se mostrou indignado pela decisão de dispensar o funcionário por "se posicionar contra esse roubo que está sendo feito contra os atletas". "Wand" se refere ao acordo com a Reebok, ao qual Stitch fez críticas recenemente. Segundo o "cutman", esse teria sido o motivo de sua demissão.
Leia a mensangem de Wanderlei na íntegra:

Demitiram-no, isso mesmo. Demitiram o "Stich" por se posicionar contra esse roubo que está sendo feito contra os atletas. Aí pergunto, por que não me demitem? Eu já disse que não quero e não vou trabalhar mais pra esse evento, e não me demitem. É isso que acontece com quem fala a verdade nesta empresa: é escorraçado. Eles não têm respeito por ninguém. Eu já deixei bem claro para vocês que não luto nunca mais para esse evento. "UFCirco"! Lutas compradas, posso provar isso! Ainda não soltei a bomba, não falei tudo que sei.



Wanderlei Silva protesta contra demissão de Stitch do UFC

Dia de treinamento: Barão afia armas para reconquistar cinturão do UFC

"Clones" de TJ Dillashaw, chutes violentos, gás em dia e até tombo marcam reta 
final de preparação do brasileiro, que disputa título no próximo sábado, em Chicago

Por Rio de Janeiro
Renan Barão, treino UFC MMA (Foto: Marcelo Barone)Barão castiga o aparador com um forte chute (Foto: Marcelo Barone)
Em um dia típico de verão no inverno carioca, a temperatura é elevada no último andar da academia Upper, onde treinam os atletas da Nova União. Enquanto diversos atletas treinam em um dos tatames, Renan Barão sobe as escadas carregando uma espaçosa bolsa com seus materiais - como luvas e ataduras.

De início, Barão vai para uma das janelas a fim de evitar que os lutadores em preparação se machuquem. Apesar da presença de mais de uma câmera, no último dia 16, Barão, vestido com a camisa da Kimura, equipe liderada por seu mestre, Jair Lourenço, esbanja descontração ao provocar seus parceiros, que fazem sparring na academia. 

Quando Barão - acompanhado por seu inseparável preparador físico, Breno Brígido - se desloca para o outro lado do local, a coisa começa a ficar séria. Ele troca meia dúzia de palavras comJohnny Eduardo, que lapidou seu muay thai durante o camp, ao passo que coloca a bandagem nas mãos para, em seguida, aquecer. Quando Breno afivela o aparador de chutes no amigo, Barão se aproxima para brincar com o também peso-galo do UFC.

Quando o treinamento começa, Barão vira a chave e a concentração toma conta de seu semblante. Ele está na reta final de preparação para a luta contra TJ Dillashaw, válida pelo cinturão da categoria, está programada para dia 25, no UFC Chicago. É o reencontro do brasileiro contra o algoz que o nocauteou e tomou seu título.
Renan Barão, treino UFC MMA (Foto: Marcelo Barone)Breno Brígido, Johnny Eduardo, Dedé Pederneiras e Renan Barão posam após o treinamento (Foto: Marcelo Barone)


Com tudo pronto, Barão esboça os primeiros movimentos. Chuta fraco. Calibra com mais força e, ao soltar a perna, leva um tombo, provocado pelo piso escorregadio. Precavido, Dedé Pederneiras pede que o potiguar vá treinar dentro do ringue. 

Dentro das quatro linhas, Dedé fica em um dos córneres e, do lado de fora, Breno fica encarregado de marcar 15 segundos no relógio. Explica-se: Barão trabalha a trocação com Johnny Eduardo durante este período e, ao ser avisado, um outro sparring se movimenta rapidamente diante do potiguar com o intuito de testar sua velocidade, característica que Dillashaw mostrou ser um de seus trunfos. Ao fim dos 15 segundos, os potentes chutes de Renan Barão entravam em cena outra vez.

- Não é você quem caça ele (Dillashaw). É ele quem caça você - orienta Dedé, olhando Barão trabalhar jab e direto diante do parceiro de treinos..
Renan Barão, treino UFC MMA (Foto: Marcelo Barone)Barão trabalha por baixo: faixa-preta de jiu-jítsu soma 15 finalizações em suas 33 vitórias nas artes marciais mistas (Foto: Marcelo Barone)
Em outra sessão, após beber água e tirar a camisa ensopada de suor, a parte de movimentação dá lugar ao jogo de solo. Após 15 segundos apurando a trocação, o potiguar trabalha por baixo e por cima.

- Sai de baixo. Finaliza ou raspa, Barão - comenta Dedé.

Em novo intervalo, Renan Barão, aparentando estar com o gás em dia, senta-se e acena positivo com a cabeça ao ser perguntado por Dedé, que queria saber se ele havia se sentido bem. O desafiante ao título se hidrata, descalça as luvas e passa a "castigar" o aparador com chutes alto e baixos. O talento e a determinação do lutador deixam Dedé Pederneiras certo de que o título estará na mala do potiguar no próximo fim de semana.

- O Barão está muito, muito bem para essa luta. Claro que pode levar um soco e a luta acabar em um minuto. Mas não acredito que isso aconteça. Estou muito confiante de que ele trará o cinturão de volta. Ficarei surpreso se isso não acontecer.
UFC: Barão x Dillashaw 2
25 de julho, em Chicago (EUA)
CARD PRINCIPAL- a partir de 21h (horário de Brasília)
Peso-galo: TJ Dillashaw x Renan Barão
Peso-galo: Miesha Tate x Jessica Eye
Peso-leve: Edson Barboza x Paul Felder
Peso-leve: Joe Lauzon x Takanori Gomi
CARD PRELIMINAR - a partir de 17h15m (horário de Brasília)
Peso-meio-pesado: Gian Villante x Tom Lawlor
Peso-leve: Jim Miller x Danny Castillo
Peso-meio-médio: Kenny Robertson x Ben Saunders
Peso-galo: Eddie Wineland x Bryan Caraway
Peso-leve: Daron Cruickshank x James Krause
Peso-leve: Ramsey Nijem x Andrew Holbrook
Peso-galo: Jessamyn Duke x Elizabeth Phillips
Peso-meio-médio: Zak Cummings x Dominique Steel

Minotauro aprova retorno de Fedor ao MMA e diz: "Gostaria de lutar com ele"

Peso-pesado afirma ainda ter "espaço para os 'quarentões' lutarem" e brinca: "Toda vez que vejo um lutador de mais idade contra um mais jovem, fico com o coroa (risos)"

Por Rio de Janeiro
O anúncio de Fedor Emelianenko de que vai deixar a aposentadoria de lado e retornar ao MMA animou Rodrigo Minotauro. Bastou ouvir o nome do russo, e o peso-pesado sequer esperou o fim da pergunta para mostrar que aprova a volta do ex-campeão do Pride aos cages. Mais que isso: o brasileiro mostrou-se disposto a fazer um quarto confronto contra o lutador. Nas três vezes que se enfrentaram, todas pelo extinto evento japonês, Fedor venceu duas delas, além de uma ter terminado em "No Contest" (luta sem resultado).
- Ele é um grande ídolo do esporte. Se ele tem saúde e vontade de lutar, o mundo do MMA gosta de vê-lo lutar. Tem espaço para grandes ídolos. O Tito Ortiz continua lutando, Quinton Jackson, Cro Cop, o público quer ver os grandes ídolos lutarem. Vemos também a renovação do pessoal, muitas vezes vemos o garoto mais novo até ganhando um cinturão pela força da idade, mas e o ídolo que você torceu a vida inteira? Vai tirar de lá? Tem espaço para os "quarentões" lutarem também (risos). Não sei se tem força contratual para o Fedor lutar no UFC, mas, no evento que ele estivesse, gostaria de lutar com ele um dia. É um grande lutador - afirmou, ao atender a imprensa durante uma sessão de fotos e autógrafos com fãs promovida pelo canal Combate na última quinta-feira, acrescentando que gosta de ver os veteranos, como ele, em ação.
Rodrigo Minotauro (Foto: Marcelo Barone)Rodrigo Minotauro aprovou o retorno de Fedor Emelianenko ao MMA (Foto: Marcelo Barone)
- Toda vez que vejo um lutador de mais idade contra um mais jovem, fico com o coroa (risos). Tem uma nova geração chegando, com vários golpes novos, mais força física que a arte marcial. Jogam muita grade, wrestling, força física, e é bom ver uma galera retornando, indo para a trocação franca, não jogando para botar pra baixo, pontuar e enrolar. Porque hoje em dia a luta está muito puxada para o lado da regra.
No dia 1º de agosto, Minotauro terá o gigante de 2,13m, Stefan Struve, pela frente no card principal do UFC 190, no Rio de Janeiro. A dificuldade de encontrar sparrings para se preparar foi grande, mas o brasileiro se apoia no bom retrospecto quando atua na Cidade Maravilhosa, onde mora. Nas duas vezes que pisou no octógono no Rio, nocauteou Brendan Schaub e finalizou Dave Herman.
- Não tem ninguém daquele tamanho. Quando lutei com o Bob Sapp, o máximo que arrumei de sparring foi de 140kg. Ele tinha 170kg. Mas para o Struve peguei o Branjão, com 1,98m, e o Ednaldo Lula, de 2,03m, dois caras bons. Estamos treinando bem essa parte de sair dos chutes, estou treinando muitas joelhadas, e estamos tentando fazer uma estratégia que se encaixe. Espero fazer uma boa luta. A luta mais próxima do corpo a corpo é mais vantajosa, sabemos disso, tenho que fugir do braço esticado, a ponteira dele é também é muito boa, chutes altos, chutes na perna, porque ele é do muay thai holandês, então tenho que encurtar a distância, fazer aquele boxe na curta. Conseguir vencer por finalização ou nocaute seria perfeito. Lutar em casa para mim é maravilhoso, acordar em casa, ir na praia da Barra... Sou caseiro (risos). Não posso prever o resultado da minha luta, mas vou fazer meu melhor e, se ganhar, pretendo lutar novamente, atingir outras vitórias e me impulsionar dentro da categoria - declarou.
Vitor Miranda, Rogério Minotouro, Rodrigo Minotauro e Rafael Feijão (Foto: Marcelo Barone)Vitor Miranda, Rogério Minotouro, Rodrigo Minotauro e Rafael Feijão no evento promovido pelo canal Combate em um shopping na Zona Oeste do Rio de Janeiro (Foto: Marcelo Barone)
Minotauro também destacou os treinos de jiu-jítsu para o confronto contra o holandês. Ele recebeu o reforço de nomes como Ricardo Arona, Rodolfo Vieira, Davi Ramos e Ricardo de la Riva na sua preparação.
- O Arona já veio três vezes me ajudar a treinar. Quando eu vou lutar, junta todo mundo. Rodolfo, Arona, essa turma da raiz do jiu-jítsu. O mestre De la Riva vem três vezes por semana também. Graças a Deus sou muito querido, gosto de agregar essa turma do jiu-jítsu, a gente puxa bem posição, a raiz mesmo do jiu-jítsu, então tive uma grande ajuda do Ricardo, Rodolfo, Davi Ramos e mestre De la Riva. O jiu-jítsu está no sangue - finalizou.
UFC 190
1 de agosto, no Rio de Janeiro
CARD PRINCIPAL - a partir de 23h (horário de Brasília)
Peso-galo: Ronda Rousey x Bethe Correia
Peso-meio-pesado: Mauricio Shogun x Rogério Minotouro
Final do TUF Brasil 4 peso-leve: Fernando Açougueiro x Glaico França
Final do TUF Brasil 4 peso-galo: Dileno Lopes x Reginaldo Vieira
Peso-pesado: Stefan Struve x Rodrigo Minotauro
Peso-pesado: Antônio Pezão x Soa Palelei
Peso-palha: Cláudia Gadelha x Jessica Aguilar
CARD PRELIMINAR - a partir de 19h (horário de Brasília)
Peso-meio-médio: Demian Maia x Neil Magny
Peso-meio-pesado: Rafael Feijão x Patrick Cummins
Peso-meio-médio: Warlley Alves x Nordine Taleb
Peso-galo: Iuri Marajó x Leandro Issa
Peso-médio: Vitor Miranda x Clint Hester
Peso-galo: Hugo Wolverine x Guido Cannetti

Anderson pensou estar "fazendo tudo errado" após 2ª derrota para Weidman

Em entrevista a revista, Spider revela que não dava a atenção devida a família e filhos na época de campeão, mas não nega que sente saudades de ser dono do cinturão

Por Los Angeles, EUA
A segunda derrota para Chris Weidman foi um momento de reflexão para Anderson Silva. No UFC 168, em dezembro de 2013, o brasileiro caía para o adversário nove anos mais novo novamente, e de maneira dramática. Deitado no chão, com a perna partida ao meio, sendo socorrido pelos médicos e seus treinadores, Spider pensava consigo que estava "fazendo tudo errado". 
Anderson Silva chora após anunciar sua saída do programa (Foto: Reprodução)Anderson Silva perdeu o título peso-médio do UFC após 10 defesas contra Chris Weidman, em julho de 2013. Em dezembro do mesmo ano, "Spider" foi derrotado novamente pelo americano após fraturar a perna (Foto: Reprodução)

- Deus me deu um sinal ali: "Cara, você tem que parar. Eu te dei um sinal e você não entendeu". Mais que isso, o momento foi sobre olhar para mim mesmo, o que é muito difícil, e perceber: "Droga, eu estou fazendo tudo errado" - afirmou, em entrevista à revista "Citizens of Humanity".
Os erros cometidos, segundo ele, têm a ver com a maneria como manejava o tempo entre os compromissos do UFC e sua família. Spider revelou que não dava a atenção devida à sua vida pessoal e a seus filhos. O "sistema" tirava dele sua verdade, e lutar já não era mais algo que fazia por amor. No entanto, o ex-campeão peso-médio não esconde que sente saudade da posição que sustentava.
- Essa coisa de ser campeão... Não posso dizer que não sinto falta de vez em quando. Mas quando eu comecei a lutar, você só ia lá, lutava, e, se ganhasse, ganhou. Amanhã tudo acabava, era água debaixo da ponte. Todos os triunfos que tive, os sucessos que obtive, foram sempre baseados nisso: eu vou lá, luto e pronto. Levanto meu braço, vou para casa. Levanto meu braço, e é o fim. E depois eu volto ao começo novamente.
Aos 40 anos de idade, Anderson Silva luta no UFC desde 2006. Foi campeão no ano seguinte, com vitória sobre Rich Franklin, e defendeu seu título 10 vezes. Só foi perdê-lo para Chris Weidman, em julho de 2013, e foi derrotado novamente na revanche, em dezembro. Após se recuperar da contusão grave sofrida na luta, o brasileiro encarou Nick Diaz, em janeiro deste ano. Anderson foi pego em exame antidoping após a luta, e está na iminência de apresentar sua defesa perante tribunal.