domingo, 13 de novembro de 2011

Pacotão da rodada#34: Corinthians e Vasco abrem vantagem na liderança

Enquanto Gigante da Colina e Timão vencem, Fluminense perde em casa para o lanterna América-MG. Flamengo e Botafogo estacionam e Figueirense chega

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Corinthians e Vasco descolaram no pelotão da frente. Ao fim da 34ª rodada do Campeonato Brasileiro, os dois times praticamente polarizaram a disputa pelo título, com cinco pontos de diferença para o terceiro colocado, o Fluminense. E a vitória do Timão sobre o Atlético-PR veio dos pés de Paulinho e Emerson. Mas a vida do Sheik foi complicada no Pacaembu: dez faltas sofridas, o recorde do fim de semana.
Já o Gigante da Colina testou bastante o goleiro Jefferson no clássico contra o Botafogo. O camisa 1 chegou a pegar pênalti de Diego Souza, se destacou com quatro defesas difíceis, mas não evitou a derrota por 2 a 0. O Glorioso segue com 55 pontos, mesma pontuação do rival Flamengo, derrotado pelo Coritiba. Os resultado favoreceram para o Figueirense, que venceu o Atlético-MG em casa e pulou para quarto.
No jogo mais surpreendente, o América-MG bateu o Fluminense em um Engenhão lotado, com 35.194 pagantes, o maior público da rodada. Porém, com duas assistências, para Kempes e Alessandro, Marcos Rocha ajudou a calar o estádio pintado em verde, branco e grená. Apesar de acertar o pé em lances cruciais, ele também errou muito. Ao todo, foram nove passes errados, e ninguém superou o lateral-direito do Coelho.
pacotão da rodada 34 (Foto: arte esporte)

header pacotao golaço da rodada (Foto: arteesporte)


Diogo, do Santos
Em rápido contra-ataque, Felipe Anderson deu lançamento primoroso para o atacante do Peixe na direita, que, de primeira, acertou um belo chute, sem chance para o goleiro Fernando Henrique.
header pacotao frango da rodada (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)
Renan Ribeiro, do Atlético-MG
Wellington Nem tabelou com Elias e chutou de longa distância, a bola quicou e o goleiro do Galo deixou passar.

header pacotao defesa da rodada (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)
Jefferson, do Botafogo
O Botafogo não levou mais gols no Engenhão por méritos do goleiro do Glorioso. Além de pegar um pênalti, Jefferson fez grande defesa em cima da linha num chute à queima-roupa de Renato Silva.
header pacotao gol mais perdido da rodada (Foto: arteesporte)
Farías, do Cruzeiro
Marquinhos Paraná penetrou pela direita e cruzou na medida para Farías, que, livre, conseguiu perder o gol na pequena área.
header pacotao erro da rodada (Foto: arteesporte)
Jossemmar José Diniz Moutinho, auxiliar de Corinthians 2 x 1 Atlético-PR

Nieto fez jogada individual pela direita e cruzou para Paulo Baier, que chutou duas vezes para marcar. No entanto, o capitão do Atlético-PR estava impedido no momento do cruzamento.
header pacotao drible da rodada (Foto: arteesporte)
Felipe, do Vasco
Na vitória do Vasco sobre o Botafogo, o meia mostrou todo o seu talento ao empurrar a bola de maneira sutil entre as pernas de Loco Abreu, levando a torcida vascaína ao delírio

Votação para Craque da Galera chega à segunda fase: veja os finalistas

Confira quais são os representantes dos 20 times do Brasileirão deste ano

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Depois de 869.839 votos na primeira fase, a eleição para a escolha do Craque da Galera em 2011 chega ao segundo turno. Até o dia 23 de novembro o internauta poderá opinar sobre o jogador que mais se destacou no Campeonato Brasileiro deste ano. Na primeira fase, cada um dos 20 times tinha três representantes. Agora, só há um por equipe. Os três mais votados irão para a finalíssima.
Clique aqui e dê seu voto
Os finalistas são:
Kempes -  América MG
Márcio-  Atlético GO
Réver - Atlético-MG
Deivid - Atlético PR
William - Avaí
Marcelo Lomba - Bahia
Loco Abreu - Botafogo
Osvaldo - Ceará
Liedson - Corinthians
Rafinha - Coritiba
Montillo - Cruzeiro
Wellington Nem - Figueirense
Ronaldinho Gaúcho - Flamengo
Fred - Fluminense
Douglas - Grêmio
Leandro Damião - Internacional
Marcos Assunção - Palmeiras
Neymar -  Santos
Rogério Ceni - São Paulo
Dedé - Vasco
 

Expulso, Romulo desfalca o Vasco no jogo contra o Palmeiras

Nilton e Juninho Pernambucano brigam pela vaga na partida de quarta

Por Rafael Cavalieri Rio de Janeiro
O técnico Cristóvão Borges ganhou um problema para a partida diante do Palmeiras, na próxima quarta-feira, às 21h50m, no Pacaembu. Após discordar da marcação de uma falta, Romulo reclamou e foi expulso pelo  árbitro Antonio Frederico de Carvalho Schneider. Na saída em direção ao vestiário, ele olhou para o comandante vascaíno e se desculpou. Juninho Pernambucano, que se preparava para entrar em campo, bateu palmas de incentivo para o companheiro, visivelmente abatido.
Segundo Cristóvão, Romulo alegou que os gritos não foram para o juiz.
- Conversei com Romulo, quem conhece o histórico dele sabe que não é um jogador agressivo nas ações. No clima do jogo, se irritou com a marcação e esbravejou. O juiz achou que era para ele, mas tenho certeza de que não foi.
Cristóvão ainda não decidiu o substituto do volante, mas opções não faltam. Ele pode colocar o próprio Juninho de volta ao time titular, recuando Allan e prendendo Jumar. Ou então optar por uma formação mais conservadora e escalar Nilton, que é mais marcador.
Com 61 pontos, o Vasco segue como vice-líder do Campeonato Brasileiro atrás do Corinthians, que possui a mesma pontuação, mas está no topo por ter uma vitória a mais.

brasileirão série a 2011

CLASSIFICAÇÃOPJVEDGPGCSG%
1
Corinthians
61
34
18
7
9
49
35
14
59.8
2
Vasco
61
34
17
10
7
51
37
14
59.8
3
Fluminense
56
34
18
2
14
49
44
5
54.9
4
Figueirense
56
34
15
11
8
45
39
6
54.9
5
Botafogo
55
34
16
7
11
49
40
9
53.9
6
Flamengo
55
34
14
13
7
57
46
11
53.9
7
São Paulo
53
34
14
11
9
50
42
8
52
8
Santos
51
34
15
6
13
52
48
4
50
9
Coritiba
51
34
14
9
11
54
38
16
50
10
Internacional
51
34
13
12
9
53
41
12
50
11
Grêmio
47
34
13
8
13
42
46
-4
46.1
12
Atlético-GO
42
34
11
9
14
42
41
1
41.2
13
Bahia
42
34
10
12
12
40
44
-4
41.2
14
Palmeiras
42
34
9
15
10
39
38
1
41.2
15
Atlético-MG
39
34
11
6
17
42
51
-9
38.2
16
Cruzeiro
37
34
10
7
17
39
47
-8
36.3
17
Ceará
35
34
9
8
17
41
58
-17
34.3
18
Atlético-PR
34
34
8
10
16
34
52
-18
33.3
19
América-MG
31
34
6
13
15
45
59
-14
30.4
20
Avaí
29
34
7
8
19
44
71
-27
28.4
  • Sab 12/11/2011 - 19h00 Morumbi
    SPO
    2 0
    AVA
  • Sab 12/11/2011 - 19h00 Engenhão
    FLU
    1 2
    AMG
  • Sab 12/11/2011 - 19h00 Orlando Scarpelli
    FIG
    2 1
    CAM
  • Dom 13/11/2011 - 17h00 Pacaembu
    COR
    2 1
    CAP
  • Dom 13/11/2011 - 17h00 Presidente Vargas
    CEA
    2 3
    SAN
  • Dom 13/11/2011 - 17h00 Couto Pereira
    CFC
    2 0
    FLA
  • Dom 13/11/2011 - 17h00 Olímpico
    GRE
    2 2
    PAL
  • Dom 13/11/2011 - 19h00 Engenhão
    VAS
    2 0
    BOT
  • Dom 13/11/2011 - 19h00 Arena do Jacaré
    CRU
    1 0
    INT
  • em tempo real
    ACG
    0 1
    BAH
Taça LibertadoresSul-AmericanaRebaixados
P pontosJ jogosV vitóriasE empatesD derrotasGP gols próGC gols contraSG saldo de gols(%) aproveitamento

Erro fatal: Bahia aproveita vacilo do Atlético-GO e vence no Serra Dourada

Souza marcou o gol da vitória tricolor após aproveitar falha de Thiago Feltri na defesa atleticana. Equipes estão empatadas com 42 pontos na Série A

Por Fernando Vasconcelos Goiânia
Eficiente, o Bahia jogou para o gasto e derrotou o Atlético-GO no Serra Dourada. Com gol de Souza, o tricolor venceu por 1 a 0 e deu mais um importante passo para escapar do rebaixamento. Foi a segunda vitória seguida da equipe, que havia vencido o São Paulo na rodada anterior e chegou aos 42 pontos, na 13ª colocação do Campeonato Brasileiro. Na próxima quarta-feira, os baianos visitam o Internacional, em Porto Alegre, em partida válida pela 35ª rodada.
Na contramão do adversário, o Atlético-GO está em baixa no Brasileirão. A equipe goiana somou sua quarta derrota seguida e permanece estacionada com os mesmos 42 pontos do Bahia. O Dragão leva vantagem no número de vitórias e ocupa a 12ª posição. O objetivo de escapar do rebaixamento parecia próximo, mas diante dos últimos resultados, a equipe goiana volta a se preocupar. Na próxima rodada, o Atlético-GO visita o Santos, quinta-feira, no Pacaembu.
Erro fatal
Precisando voltar a vencer para acabar com a incômoda sequência de derrotas no Brasileirão, o Atlético-GO dominou a posse de bola e tentou assustar o Bahia nos minutos iniciais. Com boas trocas de passe pela direita, o lateral Rafael Cruz, líder do Troféu Armando Nogueira, e o atacante Felipe davam a entender que o time da casa teria o controle das ações no Serra Dourada.
Porém, na reta final de uma competição tão equilibrada, vacilar pode ser fatal. Eficiente, o tricolor baiano aproveitou uma falha de Thiago Feltri e abriu o placar logo aos dez minutos. O lateral-esquerdo rubro-negro perdeu a bola para Marcos, que invadiu a área e cruzou para Souza. Livre, o centroavante apenas empurrou a bola para o fundo das redes: Bahia 1 a 0.
Souza bahia gol atlético-GO (Foto: André Costa / Agência Estado)Souza comemora o gol do Bahia no Serra Dourada (Foto: André Costa / Agência Estado)
Hélio dos Anjos tentava passar tranquilidade à equipe após o gol sofrido. O Atlético-GO continuava com mais posse de bola, mas tinha muitas dificuldades para entrar na defesa rival. Enquanto a defesa do Dragão se atrapalhava nos poucos lances em que era atacada, Paulo Miranda e Danny Morais eram precisos nos desarmes e nas jogadas de bola aérea.
A solução encontrada pelos mandantes foi arriscar chutes de fora da área. Bida, em duas cobranças de falta, e Felipe, em chute de esquerda, tentaram, sem perigo, ameaçar Marcelo Lomba. Bem postado em campo, o Bahia quase chegou ao segundo gol com Lulinha após um contra-ataque.
Descontrole
A partida caminhava de forma tranquila até os 31 minutos. O árbitro Péricles Bassols Cortez não tinha aplicado nenhum cartão aos jogadores. Mas quando Souza disputou uma bola com Gilson pelo alto, o zagueiro atleticano levou a pior e iniciou uma ríspida discussão. O resultado do desentendimento foi a expulsão dos dois atletas.
O Bahia perdia seu homem de referência, autor do gol da equipe e artilheiro na temporada. O Dragão perdia um dos jogadores mais regulares do time no Brasileirão, o que deixava a defesa ainda mais confusa. Antes do fim do primeiro tempo, o Atlético-GO ainda criou uma ótima chance para empatar o duelo.
Anselmo recebeu lançamento na grande área, fez o pivô e rolou para Felipe. O atacante dominou com o pé esquerdo e bateu de direita, com a ponta da chuteira. Marcelo Lomba fez uma grande defesa.
Filme repetido
Na etapa final, Hélio dos Anjos não quis recompor a zaga rubro-negra. O volante Agenor foi deslocado para a defesa ao lado de Anderson. Felipe deu lugar a Juninho no ataque. No Bahia, Joel Santana manteve a aposta em Lulinha, isolado no ataque nos minutos iniciais. O panorama foi o mesmo do primeiro tempo. Enquanto os goianos controlavam a posse de bola, o Tricolor apostava nos contra-ataques.
Ineficiente, o Atlético-GO seguia com muitas dificuldades para articular as jogadas de ataque e insistia em chutes de longa distância, o que deixava a torcida rubro-negra impaciente nas arquibancadas do Serra Dourada. Aos 13 minutos, o Dragão criou uma grande oportunidade. Bida, em mais um chute de fora da área, errou de novo.
A diferença é que a bola desta vez não se perdeu no horizonte. O chute saiu fraco e caiu nos pés de Anselmo. Livre dentro da área, o centroavante chutou no canto esquerdo de Marcelo Lomba, que evitou o empate. Perigoso nos contra-ataques, o Bahia quase liquidou a partida aos 20 minutos. Nikão invadiu a ingtermediária com velocidade, passou pela marcação e chutou cruzado. Márcio fez grande defesa.
Após mais um susto, o Atlético-GO se lançou de vez ao ataque e não foi mais ameaçado. Porém, o Bahia soube segurar o resultado e garantiu a segunda vitória seguida no Brasileirão.

Mais no coração do que na técnica, Cruzeiro vence o Inter por 1 a 0

Farías marca de cabeça o gol do jogo. Expulsão de Helton atrapalha Colorado

Por Leonardo Simonini Sete Lagoas, MG
Foi na raça e com o apoio da torcida. Os quase 17 mil cruzeirenses presentes na Arena do Jacaré, incluindo o lesionado meia Montillo, empurram o Cruzeiro para uma vitória magra e sofrida sobre o Internacional, por 1 a 0.
O gol do jogo foi marcado ainda na primeira etapa, após bela jogada de Wellington Paulista pela ponta esquerda. Da linha de fundo, ele cruzou na cabeça de Farías, que na primeira trave mandou para as redes. O detalhe é que até o início de outubro o argentino era renegado dentro do clube e pagava um campo particular para manter a forma. Reintegrado por Vágner Mancini, agora ele é titular do ataque celeste.
O resultado foi importatíssimo para o time mineiro, que com 37 pontos tomou a posição do Ceará, e agora, em 16º, está fora do Z-4, dois pontos à frente dos cearenses. Agora, na quarta-feira, o time vai até Florianópolis encarar o Avaí, às 21h50m (de Brasília) no Estádio da Ressacada.
Já ao Inter resta a constatação de que um elenco com vários jogadores de qualidade em diversas posições não é certeza de resultados dentro de campo. Agora, o time gaúcho está em 10º, com 51 pontos, bem longe de uma vaga para a Libertadores de 2012. Na próxima rodada, o Colorado também volta a campo na quarta, só que às 20h30m, no Beira-Rio, contra o Bahia.
O que vale é o placar
Com a força das arquibancadas, o Cruzeiro foi com tudo para cima do Inter no início do jogo, mais na base da disposição do que da técnica. A pressão era grande,mas não levava perigo ao gol de Muriel. Experiente e sob o comando de D’Alessandro, o colorado passou a tocar a bola até que o ímpeto inicial acabasse. Deu certo, e na primeira escapada os visitantes quase marcaram após saída de Fábio. A bola sobrou para Oscar que por cobertura acertou o travessão. A partir daí, o Inter passou a ter boas chances, e numa cabeçada Gilberto obrigou o camisa 1 da Raposa a salvar.
E quando o Inter parecia controlar o jogo, saiu o gol de Farías, aos 19 minutos. Wellington Paulista fez grande jogada pela esquerda e colocou na primeira trave. Farías subiu bem e mandou para as redes, sem chances para Muriel. Muita festa na Arena, já que àquela altura o time azul abria dois pontos de vantagem para o Z-4.
Farias cruzeiro gol internacional (Foto: Pedro Vilela / Agência Estado)Farías marca o gol de alívio para a torcida do Cruzeiro (Foto: Pedro Vilela / Agência Estado)

O gol não mostrava o que acontecia em campo, já que D’Alessandro ditava o ritmo com ótimos passes para Gilberto, que pecava nas finalizações. Ah, se fosse o Damião... Com o meio-campo alugado, o Inter chegava por todos os lados e também pelo meio. Só que faltava acertar o pé nas finalizações.
Percebendo o cenário desfavorável, a torcida do Cruzeiro até que tentava apoiar, mas as chegadas eram esporádicas. Só numa delas que a dupla de ataque quase funcionou novamente. Após bela tabela, Farías deixou WP9 numa boa, mas o centroavante bateu rasteiro e fraco, o que facilitou a vida de Muriel.
O bom primeiro tempo acabou mesmo com a vitória parcial do Cruzeiro, resultado importantíssimo na luta contra o rebaixamento. Já o Inter via o sonho de conseguir uma vaga na Libertadores 2012 ficar ainda mais distante.
Expulsão atrapalha reação. Bom para a Raposa
A etapa final começou como foi boa parte da primeira. Com ótimo toque de bola entre Oscar, e principalmente D’Alessandro, o Inter pressionava o Cruzeiro. Mas aos 7 minutos, numa infantilidade de Helton ele acabou deixando os gaúchos com um homem a menos. Wellington Paulista recebeu na meia, ia aplicar um chapéu no volante, que colocou a mão na bola. Como já tinha amarelo, foi para o chuveiro mais cedo.
Mas quem pensava que esta era a senha para os donos da casa dominarem a partida, acabou se enganando. Numa grande noite, D’Alessandro fazia ótimas jogadas sempre que se aproximava de Oscar. E foi dos pés do garoto que quase saiu o empate. Num passe mágico, ele viu Tinga entrar pela direita. O camisa 7 levantou a cabeça e cruzou rasteiro para Nei. O lateral, na função de atacante, entrou de carrinho e de dentro da pequena área conseguiu acertar o travessão. Ah, se fosse o Damião...
E a resposta veio rapidamente, primeiro num chute de Roger de fora da área, e em seguida num cruzamento de Marquinhos Paraná, que encontrou Farías livre para perder chance incrível.
A essa altura, Dorival Júnior já havia feito as três alterações a que tinha direito, inclusive com a saída de D’Ale para a entrada de João Paulo. Já Mancini havia tirado Leandro Guerreiro, muito aplaudido, para a entrada de Sandro Manoel.
E as alterações de Dorival não surtiram efeito, já que quando ficou sem seu camisa 10 o Inter parou de chegar com perigo. De emoção a partir daí, apenas uma chegada rápida da Raposa que terminou com gol anulado de Ortigoza, após confusão na área. Como reclamou muito do lance, Vágner Mancini acabou expulso do banco de reservas.
Como o Cruzeiro estava satisfeito com o placar e o Colorado não tinha mais fôlego para chegar ao ataque, os minutos finais foram mais de sofrimento para a torcida da Raposa, que queria ver o time fora do Z-4 do que de emoção dentro de campo. Com o apito final, alívio para os 16.967 presentes, que somaram uma renda de R$ 106.588,00.

Dedé brilha de novo, Vasco derrota o Botafogo e segue na cola do Timão

Com a benção de Ricardo Gomes, zagueiro marca o segundo na vitória por 2 a 0 e equipe chega aos 61 pontos. Alvinegro para nos 55 e cai para quinto

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
A fórmula já é conhecida. E deu certo mais uma vez. Basta o técnico Ricardo Gomes entrar em cena para o Vasco ganhar motivação extra e garantir mais três pontos. Foi assim com o telefonema antes da vitória sobre o Atlético-MG, e as visitas à concentração nas vésperas das partidas contra Universitário-PER, pela Sul-Americana, e Botafogo. No clássico deste domingo, o clube de São Januário mostrou sua força novamente. A vitória por 2 a 0, com a marca do zagueiro Dedé mais uma vez, foi a primeira do Cruz-Maltino em clássicos neste Campeonato Brasileiro e manteve a equipe do técnico interino Cristóvão Borges na vice-liderança do competição, na cola do Corinthians.
A equipe paulista, que horas mais cedo derrotou o Atlético-PR, no Pacaembu, tem os mesmos 61 pontos do Vasco, mas lidera no número de vitórias (18 x 17). O resultado negativo, segundo seguido do Botafogo no Engenhão, fez a equipe do técnico Caio Junior estacionar nos 55 pontos e ainda cair para a quinta posição. A quarta derrota do Alvinegro, que não tinha perdido nenhum clássico no Brasileirão até o momento, nos últimos cinco jogos evidenciou ainda a queda de rendimento da equipe na reta final da competição.
As duas equipes voltam a campo na próxima quarta-feira. O Botafogo vai até Sete Lagoas para encarar o América-MG, às 20h30m (de Brasília). Logo depois, às 21h50m, o Vasco enfrenta o Palmeiras, no Pacaembu.
Contra-ataque, gol e displicência
Depois da visita do técnico Ricardo Gomes à concentração vascaína, na tarde do último sábado, Cristóvão surpreendeu na escalação. Com Juninho Pernambucano, Élton e Alecsandro no banco, o interino repetiu a fórmula que deu certo na vitória sobre o Bahia: meio-campo recheado de volantes e ataque rápido com Diego Souza e Éder Luis. Os primeiro minutos da partida, porém, deram a impressão de que a opção vascaína tinha sido equivocada. Com calma, passes rápidos e seu time titular completo, o Botafogo começou sufocando e teve duas boas chances para abrir o placar com Herrera e Elkeson antes mesmo dos 10 minutos.
Aos poucos, no entanto, o Vasco encaixou a marcação e começou a levar muito perigo nos contra-ataques. Logo no primeiro deles, Fellipe Bastos já balançou a rede alvinegra. Alan achou Éder Luis livre na direita. O atacante tinha Diego Souza e Rômulo como opções no meio da área, mas o passe saiu errado e encontrou Bastos na corrida. O chute saiu seco e rasteiro. Em impedimento, Diego Souza pulou e acabou atrapalhando a visão de Jefferson, mas o bandeirinha validou o lance.
O gol abateu o Botafogo. À beira do campo, Caio Junior tentava orientar seus jogadores em vão. Em outra bobeada, novo contra-ataque e quase o segundo gol do Vasco. Após tabelinha com Fágner, Diego Souza, livre na marca o pênalti, chutou por cima do gol. Errando muitos passes e insistindo nas jogadas aéreas para Loco Abreu, o Alvinegro esbarrava em mais uma atuação segura de Dedé e quase não assustava Fernando Prass.
Marcando a saída de bola do adversário, o Vasco dominava as ações da partida sem dificuldades. E teve outra ótima chance de ampliar antes do intervalo em um momento de trapalhada da defesa do Botafogo. Diego Souza recebeu a bola em profundidade, mas perdeu na corrida para Antônio Carlos. O zagueiro, no entanto, deu um leve toque na bola e enganou Jefferson, que acabou derrubando o apoiador vascaíno. Pênalti. Diego pegou a bola e repetiu o estilo apresentado na cobrança bem executada diante do Universitário-PER, pela Copa Sul-Americana, na última quarta-feira, com corrida lenta e chute fraco. Ele só não esperava que o goleiro do Botafogo tivesse visto o lance pela TV. Resultado: defesa tranquila e jogo aberto.

Dedé, sempre ele, resolve outra vez
O segundo tempo começou como se ainda fosse o primeiro: Botafogo perdido e Vasco soberano. De tanto insistir, não demorou muito para o Cruz-Maltino ampliar. Éder Luis já tinha perdido outra boa chance quando Dedé voltou a brilhar no ataque. Jefferson acabara de realizar um milagre em uma finalização de canela do zagueiro Renato Silva, quando o ídolo da torcida vascaína roubou a bola, driblou Elkeson e tocou para Rômulo. O volante abriu para Fellipe Bastos na esquerda e o cruzamento encontrou a cabeça de Dedé, que ainda aproveitou o erro de marcação de Cortêz para colocar 2 a 0 no placar. Com os dois gols sobre Universitário-PER, foi o terceiro gol do zagueiro-artilheiro na semana.
Quando tinha a bola, o Botafogo não sabia o que fazer com ela. A falta de objetividade alvinegra levava o goleiro Fernando Prass a ser um mero expectador. Com a chuva forte que caia sobre o Engenhão àquela altura, só restava ao Vasco esperar o tempo passar. O volante Rômulo ainda deu mais emoção à vitória ao ser expulso aos 31 minutos da etapa final por supostamente xingar o juiz Antônio Carvalho Schneider.
Nem mesmo a vantagem numérica foi suficiente para o Botafogo assustar. Com calma, o Vasco seguiu com a posse de bola e esperou apenas o apito final. De sua casa, Ricardo Gomes provavelmente sorriu. Trabalho bem feito mais uma vez.

Bruno Senna e Vitaly Petrov ganham camisas autografadas de Ronaldo

Ex-jogador assistiu à corrida de Fórmula 1 em Abu Dhabi neste domingo

Por GLOBOESPORTE.COM Abu Dhabi, Emirados Árabes
Bruno Senna e Vitaly Petrov, pilotos da Renault-Lotus, receberam a visita de Ronaldo Fenômeno nos boxes de Abu Dhabi neste domingo, antes do GP de Fórmula 1. Os dois pilotos tiraram fotos com o ex-jogador, que tem um patrocinador em comum com a equipe anglo-francesa. Além deles, todos os funcionários posaram para uma foto com o craque (FOTOS: Divulgação).
ronaldo bruno senna fórmula 1 (Foto: Divulgação)
ronaldo bruno senna fórmula 1 (Foto: Divulgação)

Com eficiência e sorte, Timão vence o Furacão e segue firme na liderança

Corinthians garante a vitória nos quatro primeiros minutos de jogo. Atlético aperta, diminui, acerta a trave duas vezes, mas não consegue ir além

Por Adilson Barros e Wagner Eufrosino São Paulo
Os concorrentes dão brecha, o Corinthians aproveita. Jogando com eficiência no primeiro tempo e contando com a sorte no segundo, o Timão derrubou o Atlético-PR, neste domingo à tarde, no Pacaembu, pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro. Venceu por 2 a 1, foi a 61 pontos, e segue firme na liderança. O Furacão, por sua vez, permanece com 34 pontos, na antepenúltima posição, seriamente ameaçado pelo rebaixamento.

Paulinho e Emerson marcaram os gols corintianos, logo nos quatro primeiros minutos de jogo. Paulo Baier descontou já no início da etapa final. A equipe paranaense foi bem no segundo tempo, acertou a trave duas vezes, mas a sorte estava mesmo ao lado do líder.
O Timão volta a campo na próxima quarta-feira: enfrenta o Ceará, às 21h50m (horário de Brasília), em Fortaleza. Já o Atlético, também na quarta, às 20h30m, recebe o São Paulo, em Curitiba.

Timão a todo vapor

O Timão começou com muito apetite, imprimindo um ritmo intenso. Encurralou o Atlético-PR e, em quatro minutos, já vencia por 2 a 0. O primeiro gol saiu aos dois minutos, numa arrancada de Willian pela direita. Em velocidade, ele deixou os marcadores para trás, passou para Liedson que escorou para Paulinho. O volante limpou o lance, ajeitou para o pé esquerdo e chutou rasteiro. Renan Rocha não alcançou.

A Fiel ainda comemorava quando Danilo e Emerson combinaram boa jogada pela esquerda. O meia recebeu do atacante e devolveu. Sheik, de pé direito, acertou um chute forte de direita, rasteiro. Renan demorou a ir na bola e não pôde evitar o gol.

O volume de jogo corintiano era intenso. O Atlético, tonto, não conseguia sair do sufoco. As jogadas da equipe paranaense, todas centralizadas em Paulo Baier, não tinham sequência. Marcinho, isolado na esquerda, brigada com os defensores corintianos sem sucesso. Pela direita, Guerrón parecia estar em outro lugar. Desatento, era desarmado com facilidade.

Apesar de ter o adversário entregue à sua frente, o Timão não conseguiu “finalizar”. Passou a trocar passes, girando a bola de um lado para o outro, mas sem conseguir marcar. Não por falta de chances. Emerson e Weldinho, em chutes de fora, ameaçaram, mas mandaram por cima do gol.

Furacão diminui, assusta, mas Timão se segura
O Corinthians não matou o jogo e sofreu no segundo tempo. Logo aos 3 minutos, o Atlético diminuiu, com Paulo Baier. Um gol irregular, aliás. Nieto, que saiu do banco para acordar o Furacão, fez jogada individual pela direita e cruzou. Julio Cesar cortou e a bola sobrou para Paulo Baier, que chutou duas vezes para marcar. Baier estava adiantado no momento do cruzamento.
O Atlético parecia outro. Um time mais objetivo, marcando bem e saindo em velocidade para atacar. Aos 12, Nieto, novamente, acertou um chute de longe. A bola explodiu no travessão e pingou perto da linha. Os atleticamos pediram gol, mas a arbitragem mandou o lance seguir.
Com o crescimento do adversário, os corinthians, que encheram o Pacaembu (foram 37.157 torcedores), passaram a pedir a entrada de Adriano, que estava no banco. O técnico Tite, porém, preferiu colocar Morais no lugar de Liedson. Houve quem o vaiasse.
O Timão tinha mais qualidade quando tinha a bola a seus pés, mas errava nas conclusões. O Furacão, por sua vez, era cirúrgico: chegava pouco, mas levava muito mais perigo. Aos 31, Paulo Baier recebeu pela meia direita e chutou rasteiro. Acertou o pé da trave direita de Julio Cesar. Um susto para os alvinegros.
Em seguida, Adriano foi chamado, para alegria da Fiel. Ele entrou na vaga de Willian. O Imperador, porém, não teve chance de mostrar muita coisa, apenas duas tentativas improdutivas de cabeçadas. O Timão passou a prender mais a bola em seu campo, buscando aplacar o ritmo do Atlético. Conseguiu. O time paranense, tropeçando  em suas próprias limitações, não voltou a ameaçar. Bom para o time da casa, que só administrou a vantagem.
Faltam quatro jogos para o Timão se manter na ponta e conquistar o pentacampeonato. Sentindo a proximidade do título, a Fiel cantou alto ao fim da partida.

Coritiba controla partida, vence por 2 a 0 e tira Flamengo do G-5

Leonardo e Maranhão marcam no tranquilo triunfo. Cariocas sofrem com falhas defensivas e tarde sonolenta de Ronaldinho

Por GLOBOESPORTE.COM Curitiba
 É o Flamengo que sonha com o título brasileiro, mas foi o Coritiba que mandou e desmandou em campo neste domingo, no Couto Pereira. O time paranaense controlou a partida, pela 34ª rodada do Brasileiro, e venceu facilmente por 2 a 0. Leonardo e Maranhão fizeram os gols, ambos no primeiro tempo.
Apegando-se às possibilidades de classificação à Libertadores, o Coritiba conseguiu uma inédita sequência de três vitórias neste campeonato, está em nono e pulou para 51 pontos - a quatro do G-5 - à base de velocidade ofensiva e forte marcação na dupla Thiago Neves e Ronaldinho.
O camisa 10 rubro-negro teve atuação apagada e pouco ajudou sua equipe. O Rubro-Negro para nos 55 pontos - a seis do líder Corinthians - e termina a rodada em sexto, fora da zona de classificação à Libertadores. Há seis rodadas o time não saía do G-5. Em 90 minutos, o time visitante só deu cinco chutes a gol contra 14 dos vencedores.
O Coxa mantém a freguesia sobre o rival. São oito vitórias seguidas no Couto Pereira - a última do Fla foi em 1998.

Na próxima rodada, a 35ª, os dois times jogam na quinta-feira. O Coritiba visita o Atlético-MG, e o Flamengo recebe ascendente Figueirense, que coleciona 13 jogos de invencibilidade e seis vitórias seguidas.

Coritiba domina. Fla tem pane defensiva
As escalações iniciais tiveram mudanças relevantes. Marcelo Oliveira mexeu no centroavante e trocou Bill por Leonardo. Protegido por Vanderlei Luxemburgo durante todo o Brasileiro, Welinton perdeu a vaga para Ronaldo Angelim. O treinador justificou dizendo que o defensor barrado está acima do peso. Muralha, que deu duas assistências na goleada por 5 a 1 sobre o Cruzeiro, na última rodada, e disputava vaga no time titular, não foi relacionado sequer para o banco de reservas.
O rápido sistema ofensivo dos donos da casa, com Davi, Marcos Aurélio e Rafinha, levou a melhor sobre a zaga rubro-negra nos primeiros minutos.
leonardo coritiba gol flamengo (Foto: Heuler Andrey / Agência Estado)Leonardo comemora o primeiro gol do Coxa sobre o Flamengo (Foto: Heuler Andrey / Agência Estado)
Isolado na parte ofensiva, Ronaldinho limitou-se a gesticular pedindo aproximação dos companheiros. Responsável pela ligação, Thomás só apareceu por causa dos seguidos escorregões. Em um deles, o Coritiba armou o contra-ataque, e Marcos Aurélio chutou perto da trave. No lance seguinte, o mesmo jogador concluiu e Felipe espalmou. Na cobrança de escanteio, porém, Renato marcou mal, Emerson desviou na primeira trave e Leonardo completou livre, aos 30: 1 a 0.
A trágica atuação defensiva do Flamengo teve outro capítulo aos 35. Maranhão roubou bola de Ronaldinho no meio, Renato assistiu, e o lateral chutou forte. A bola desviou em David Braz e entrou. Com a derrota batendo à porta, Vanderlei Luxemburgo fez uma mudança curiosa. Trocou Thomás pelo volante Willians.
O Fla teve a chance de diminuir aos 37, mas Jailson Macedo Freitas ignorou pênalti de Emerson em Ronaldinho, que estava em posição duvidosa. Os rubro-negros foram à loucura. O time ainda não teve nenhuma penalidade a favor em 34 rodadas. Jailson, curiosamente, não assinalou pênalti nos nove jogos que arbitrou neste Brasileiro. Ao fim do primeiro tempo, a estatística de finalizações refletiu a superioridade do Coritiba: 9 a 0.

Mandantes não permitem reação
No intervalo, Luxemburgo tirou Aírton e colocou Fierro. A primeira finalização dos visitantes na partida aconteceu aos quatro minutos, quando Ronaldinho bateu falta para fora.
Aos dez, Thiago Neves cobrou escanteio, David Braz desviou e Ronaldinho, livre na segunda trave, completou de carrinho para fora. Pouco depois, Rafinha entrou na área e só não fez o terceiro porque Felipe salvou com um tapa.

Soberano em campo, o Coritiba recuou e conteve a tentativa final dos visitantes. Deivid chutou colocado aos 38, mas errou o alvo. O mesmo destino teve boa cobrança de falta de R10 aos 47. No fim, os quase 24 mil torcedores do Coxa que pagaram ingresso celebraram a vitória ao som de "olé".

Grêmio busca empate e mantém Palmeiras ameaçado no Brasileirão

Golaço de Fernando já nos acréscimos rende igualdade por 2 a 2 no Olímpico e leva Palmeiras a nove jogos de jejum

Por Alexandre Alliatti Porto Alegre
Em idos da década de 90, quando Grêmio e Palmeiras pareciam nascidos para se enfrentar, soaria estranho dizer que um empate por 2 a 2 no Olímpico, em um 13 de novembro de 2011, manteria os riscos de queda para os paulistas, não a esperança de título. E soaria ainda mais estranho observar que os gaúchos, tão vibrantes naquela época, teriam uma atuação insossa em grande parte do jogo, como se pouco valesse.
É que, na crueldade da matemática, o jogo pouco valeu para o Grêmio mesmo. Em clima de fim de temporada, pensando em contratações e dispensas, o time tricolor se livrou de uma das cinco partidas necessárias para encerrar outro ano de vacas esqueléticas. Para o Palmeiras, era bem diferente. A vitória era necessária para evitar uma ameaça de rebaixamento que ganhava forma - alimentada por oito jogos sem vitórias e por quatro derrotas seguidas.
Cicinho abriu o placar para o Palmeiras, ainda no primeiro tempo. Marcos Assunção, de falta, ampliou na etapa final. Brandão e Fernando empataram para o Grêmio.
O resultado levou o time paulista a 42 pontos, na 13ª colocação. A ameaça de queda à Série B ainda existe. Os tricolores, com 47, estão em 11º. Na próxima rodada, o Palmeiras recebe o Vasco no Pacaembu, e o Grêmio visita o Fluminense no Engenhão. Os dois jogos são na quarta-feira.
Uma jogada para acordar
Não fosse um domingo de relativo calor em Porto Alegre, os torcedores que foram ao Olímpico poderiam aproveitar os primeiros 20 minutos de jogo para se enrolar em um edredom e transformar a arquibancada do Olímpico em cama. Porque foi de dormir. A largada da partida foi tão ruim, tão ruim, tão ruim, que acabou sendo didática ao extremo: explicou em pormenores a posição de Grêmio e Palmeiras na tabela.
Parecia uma competição de quem errava mais passe, de quem se enrolava mais nas pernas dos marcadores, de quem tratava a bola com mais estranheza. O Palmeiras estava muito mal. E o Grêmio, idem. Mas aí o time visitante resolveu pelo menos colocar algum movimento no jogo. Fez um gol.
Foi aos 25 minutos. E em uma jogada que serviu de contraste para a ruindade do primeiro tempo. O Palmeiras chegou à rede do Grêmio em um lance de plasticidade rara. Começou com Cicinho, que passou reto por Rochemback. E terminou com ele mesmo, aproveitando o rebote de defesa sobrenatural de Victor, em cabeceio à queima-roupa de Ricardo Bueno após cruzamento de Tinga. A defesa do Grêmio estava em outro mundo.
O time de Celso Roth também teve azar. O esquema 4-5-1, com Miralles de atacante (André Lima foi vetado), ruiu quando Escudero se machucou, sentindo dores no joelho. Brandão entrou no time, que passou a atuar no 4-4-2. Não deu grande resultado.
A melhor chance tricolor na partida foi antes mesmo do gol do Palmeiras. Brandão girou para o gol, Deola espalmou, a zaga cortou. Mas a superioridade alviverde foi visível. O Verdão teve sete conclusões (ruins, é verdade) no primeiro tempo, contra duas do Tricolor.
Marcos assunção palmeiras rafael marques grêmio (Foto: Neco Varella / Agência Estado)Marcos Assunção disputa lance com Rafael Marques (Foto: Neco Varella / Agência Estado)
Grêmio busca empate
O nome é Marcos. O sobrenome é Assunção. E a especialidade é fazer gols de falta. Em um segundo tempo novamente atrapalhado, com o Grêmio atropelando as próprias pernas, com o Palmeiras jogando o suficiente para manter o controle, o volante decidiu o jogo.
Foi aos 14 minutos. Em falta pelo lado esquerdo de ataque, Assunção mandou a cobrança buscando o canto direito de Victor. A bola desviou na barreira. Victor corria para um lado, e a bola foi para o outro. Quando ele voltou, desviou de leve nela, mas não o bastante para evitar o gol. O 2 a 0 parecia exterminar o Grêmio.
Mas ainda havia ar para respirar do lado azul. Antes tarde do que nunca, o Grêmio reagiu. Leandro, mandado a campo no lugar de Adílson, fez boa jogada e acionou Brandão. O centroavante bateu cruzado para descontar e dar o mínimo de esperança aos gaúchos.
O problema do Grêmio é que existe um caminho entre a esperança e a concretização da meta. E ele quase não foi percorrido. Mas pintou Fernando, com um golaço da intermediária, para salvar o time tricolor da derrota. E manter complicada a vida palmeirense.

Desfigurado, Santos improvisa novos heróis e vence o Ceará em Fortaleza

Sem Neymar e companhia, Peixe faz 3 a 2 sobre o Vozão, em domingo de Bruno Aguiar artilheiro, Diogo com golaço e Aranha pegando pênalti

Por GLOBOESPORTE.COM Fortaleza, CE
Bruno Aguiar santos gol ceará (Foto: Jarbas Oliveira / Agência Estado)Bruno Aguiar fez dois gols pelo Santos contra o
Ceará (Foto: Jarbas Oliveira / Agência Estado)
Não teve o brilho de Neymar, a classe de Paulo Henrique Ganso ou o estilo matador de Borges. Mas, mesmo desfigurado, o Santos conseguiu vencer o Ceará por 3 a 2, em Fortaleza, e emendou o quarto jogo seguido sem derrotas no Campeonato Brasileiro. A partida, que não foi das mais brilhantes pelos dois lados, pelo menos teve gol bonito, uma defesa de pênalti e um artilheiro improvisado. Tudo pelo lado do Santos.
Poupando os atletas dos jogos fora de casa já pensando no Mundial de Clubes, Muricy Ramalho nem se deu ao trabalho de comandar o time no Ceará. Mandou Tata, seu auxiliar e escudeiro, para tomar conta do Santos improvisado. Bruno Aguiar, com dois gols, mostrou seu lado Borges. Aranha, que defendeu a cobrança de pênalti de Nicácio, livrou o time de uma virada. E Diogo, com um gol estiloso - o primeiro dele pelo Alvinegro - , garantiu a vitória para o time da Vila Belmiro, que tem agora 51 pontos, na oitava posição do Brasileirão.
Ao Ceará, resta torcer para que os rivais da parte inferior da tabela não se deem bem na rodada. O time tem de torcer para o Cruzeiro não vencer o Internacional na noite deste domingo - o Vozão, 16º colocado, tem 35 pontos, um a mais que o time mineiro.
Na próxima quinta-feira, o Peixe recebe o Atlético-GO, às 20h30 (de Brasília), no Pacaembu. Já o Ceará encara o Corinthians, às 21h50 (também de Brasília) desta quarta-feira, no Presidente Vargas.
Santos desfigurado; Vozão assanhado
Preocupado em não estourar seus jogadores para o Mundial de Clubes, em dezembro, o Santos entrou com um time recheado de reservas. A falta de entrosamento, no início da partida, foi camuflada por um gol logo aos 10 minutos de jogo. Depois de cobrança de escanteio, Alan Kardec fez um desvio e a bola sobrou para Bruno Aguiar, já no chão, completar contra Fernando Henrique.
Mas pouco depois do 1 a 0, o Santos recuou. E abriu inúmeras brechas para o Ceará, que anda flertando com o rebaixamento, começar a recuperação. Um chute de Thiago Humberto já havia assustado Aranha. Logo o reserva de Rafael acabaria sofrendo o gol de empate. Bruno Aguiar derrubou Osvaldo na área, e Felipe Azevedo cobrou com perfeição para fazer o 1 a 1.
Pouco a pouco, o Vozão foi envolvendo os santistas, cada vez mais retraídos no seu campo. Eusébio, que já havia feito um belo lançamento para Osvaldo no lance do pênalti, cruzou para o atacante, que se antecipou as zagueiros e, mesmo desengonçado, marcou 2 a 1 para os donos da casa. Era a virada para alívio da torcida do Ceará.
Santos vira novamente
O Santos voltou mais acordado no segundo tempo. E o empate veio do zagueiro que foi herói e vilão, tudo na primeira etapa. Depois de ter feito um gol e agarrado Osvaldo no pênalti para o Ceará, Bruno Aguiar se redimiu do erro. Em cobrança de falta aos 5 minutos, ele igualou o placar novamente em Fortaleza.
O gol mexeu com o time cearense, que passou a atacar mais, ao passo que o Peixe voltava a se retrair, como já havia feito na primeira etapa. E, como no primeiro tempo, o Santos deu uma bobeira. Ibson fez pênalti no Osvaldo, mas desta vez Nicácio não foi páreo para Aranha. O arqueiro santista se esticou todo para espalmar a cobrança do atacante cearense.
Logo em seguida, o Santos voltou a balançar as redes do Vozão. Em uma jogada de velocidade, Diogo recebeu aberto pelo lado direito e, de primeira, fuzilou contra Fernando Henrique. Os 3 a 2 garantiram o quarto jogo seguido do Peixe sem perder no Brasileirão. E o Vozão segue seu namoro com o rebaixamento, a quatro jogos do fim do campeonato.

Júnior Cigano nocauteia Velásquez e conquista título dos pesados do UFC

Catarinense é o segundo brasileiro a deter o cinturão da categoria e o primeiro a ser campeão absoluto entre os pesos-pesados no Ultimate

Por SporTV.com Anaheim, Estados Unidos
O brasileiro Júnior "Cigano" dos Santos conquistou o cinturão dos pesos-pesados do UFC neste sábado, ao derrotar o mexicano-americano Cain Velásquez por nocaute, em apenas 1m04s de luta, em Anaheim, EUA. Ele se tornou o primeiro representante do país a deter o título absoluto da categoria - seu "padrinho", Rodrigo Minotauro, foi campeão interino dos pesados. Foi sua 14ª vitória em 15 lutas na carreira, e a primeira derrota de Velásquez em 10 combates no seu cartel.
Considerado a "zebra" da luta, Cigano entrou, como de costume, sob o tema do filme "Rocky, o Lutador", cujo personagem principal também entrava nos ringues desacreditado. Velásquez, por sua vez, entrou celebrado ao som de um "mariachi", música típica do México. Ao ser apresentado, Júnior foi muito vaiado, mas manteve a expressão séria. O mexicano-americano, por sua vez, se mostrava tenso, mas concentrado e preparado para a batalha.
Junior dos Santos Cigano com o cinturão de campeão do UFC (Foto: Getty Images)Júnior Cigano exibe a bandeira brasileira, já com o cinturão de campeão do UFC na cintura (Foto: Getty Images)
Velásquez começou com um chute baixo, mas Cigano também acertou um cruzado de direita. O mexicano-americano quase derrubou o catarinense ao segurar uma pisada, mas ele defendeu bem. Velásquez se arriscou no jogo de pé, e sua falta de ritmo após mais de um ano afastado do octógono foi sentida. Cigano atacou e acertou um gancho de direita que derrubou o campeão. Júnior não desperdiçou a oportunidade e partiu para cima do adversário, castigando-o com marretadas até ser interrompido pelo árbitro "Big" John McCarthy com 1m04s de primeiro round.
- Não tenho palavras para explicar. Quero agradecer ao meu time e minha família, tenho gente muito boa na minha vida. Cain Velásquez foi o cara mais duro que já enfrentei, estava com medo de enfrentá-lo, eu não estava 100% para esta luta. Estou muito feliz - declarou Cigano, que não segurou o choro de emoção.
Cain Velásquez admitiu que sua atuação não foi à altura de seu nível.
- Desculpem-me, eu vou voltar. Ele meio que mexeu com meu equilíbrio, é muita força. Eu esperei muito para ele vir pra cima e ele fez o que tinha que fazer. Parabéns para ele - lamentou Velásquez.
Com o título de Cigano, o Brasil igualou o número de cinturões do UFC com os EUA - agora, são três campeões brasileiros (Anderson Silva, dos pesos-médios, e José Aldo, dos pesos-pena, são os outros) e três campeões americanos (Dominick Cruz, dos pesos-galo, Frankie Edgar, dos pesos-leves, e Jon Jones, dos pesos-meio-pesados). A única categoria com campeão de outra nacionalidade é a meio-médio (Georges St-Pierre, do Canadá).
Confira os resultados completos do evento deste sábado:
LUTA PRINCIPAL
Júnior Cigano venceu Cain Velásquez por nocaute

Pai do camisa 10 do juvenil do Fla, Donizete alfineta Botafogo e Vasco

Apesar de certa mágoa com os ex-clubes, Pantera vibra com a boa fase de ambos e prefere ficar em cima do muro para clássico deste domingo

Por Rafael Cavalieri e Thales Soares Rio de Janeiro
A fala mansa, a preocupação com os filhos e a tranquilidade da casa na Barra da Tijuca parecem apenas um disfarce da identidade secreta de um jogador que participou de duas das maiores conquistas da história de Botafogo e Vasco, que se enfrentam neste domingo, às 19h (de Brasília), no Engenhão. Donizete virou Pantera por seu desempenho feroz em campo, onde foi campeão brasileiro em 1995 e da Libertadores em 1998. E marca desta época está por todos os cantos: seja na estátua que tem na sala de sua casa, nas miniaturas em cima da mesa, no quadro na parede ou na recém-feira tatuagem no braço, fruto dos dois meses que passou no México recentemente.

Atacante carismático, com comemoração característica, engatinhando como o felino que o apelida, Donizete lembra com carinho as conquistas que teve em suas passagens pelos dois clubes. Se fica em cima do muro para apostar num resultado para o clássico, não hesita em apontar onde é mais idolatrado.
- Fui mais decisivo no Vasco, substituindo Edmundo que é um ídolo e me deu essa oportunidade. O cara havia quebrado todos os recordes (no Brasileiro de 1997) e não foi fácil entrar em seu lugar - disse Donizete.
O Pantera só perde o sorriso ao falar sobre Seleção Brasileira, mesmo tendo sido responsável por uma vitória histórica sobre a Argentina (1 a 0), que quebrou um jejum de 19 anos sem vencer na casa dos hermanos, em sua estreia com a amarelinha. Não ter sido convocado para a Copa do Mundo de 1998, na França, deixa Donizete irritado, principalmente por não ter sido lembrado mesmo após o corte do também atacante Romário. No lugar do Baixinho, Zagallo levou o volante Emerson.
Apesar da grande frustração, ele deixa para trás a mágoa e mira apenas no futuro. Aos 43 anos, luta para conseguir dar o pontapé na carreira de treinador. Donizete já fez alguns cursos e pretende começar a fazer trabalhos na base para adquirir mais experiência. O objetivo é estar em um grande clube antes de completar 45 anos. Mas sofre com a dificuldade para encontrar esta chance e alfineta os clubes onde foi ídolo:
- Acho mais fácil o Flamengo me abrir as portas do que Vasco e Botafogo.
Confira abaixo a íntegra do bate-papo:
GLOBOESPORTE.COM: Como você vê o clássico deste domingo entre Vasco e Botafogo?
Donizete: Essa briga é muito bonita. Como torcedor, nunca vi os dois times chegarem numa disputa tão importante como essa. Na minha época, era um ou outro. Quem ganhar, vai dar um grande pulo para o campeonato. Acho o Vasco hoje com mais vantagem, pois está na frente, com o time mais certo e não perde jogos fáceis em casa. Não que o Botafogo esteja perdendo, mas não pode ser derrotado por um time pequeno como o Figueirense, por melhor que seja a campanha, numa reta final.
Além de Vasco e Botafogo, Flamengo e Fluminense também brigam pelo topo. Você, que viveu o futebol carioca durante muitos anos, imaginava que os quatro fossem chegar disputando juntos o título do Brasileiro?
Nunca imaginei ver os quatro assim. É um sonho, coisa de Deus. Vejo o Fluminense crescendo. Se ganhar do América-MG na próxima rodada, vai ter muita força. Está ganhando dentro e fora de casa e isso faz diferença.
E o palpite para este clássico? Aposta em alguém?
Olha, o clássico é complicado. Gostaria de ver um empate para ninguém ficar triste comigo. Vou ficar em cima do muro (risos).
Você foi ídolo das duas torcidas. Em qual dos clubes se sentiu mais importante?
Essa é uma pergunta difícil, pois tudo tem sua época. No Botafogo, não fui tão ídolo porque o Túlio estava me ofuscando. No Vasco, fui o cara que puxou o time, junto com companheiros, e a torcida hoje reconhece mais. Fiz gols nas finais da Libertadores, fui mais decisivo no Vasco, substituindo Edmundo que é um ídolo e me deu essa oportunidade. O cara havia quebrado todos os recordes e não foi fácil entrar em seu lugar.
donizete pantera entrevista (Foto: André Durão / GLOBOESPORTE.COM)Donizete durante a entrevista
(Foto: André Durão / GLOBOESPORTE.COM)
Você guarda lembranças destes momentos de idolatria?

Não tenho mais absolutamente nada. Eu dei tudo. Chegavam amigos aqui na minha casa e pediam bandeira, chuteira, camisa short... Alguns até choravam de joelhos. E eu acabava dando mesmo. Dei até as que estavam penduradas em quadros. O importante é estar no coração de quem ama.
No Botafogo você conquistou o Brasileiro. No Vasco, a Libertadores. Qual destes dois títulos, históricos para os clubes, você mais comemorou?
Sempre falei com meus filhos que a emoção de um título é a mesma. Ser campeão é f... Sempre puxei fila, fui de cabeça, nunca fiquei atrás. Foram duas conquistas importantes, marcantes para os dois clubes. O Botafogo nunca havia sido campeão brasileiro. Quando chegamos ao Rio, tinha gente pendurada na asa do avião, achei até que fosse tombar. Com o Vasco, na Libertadores, foi a mesma coisa. Desfilamos em carro de bombeiro, eu com a bandeira enrolada no corpo. São dois amores que não vou esquecer nunca na minha vida. Coincidentemente, os dois alvinegros.
Qual a sua lembrança dos clássicos que disputou por Botafogo e Vasco?
Fiz gols nos dois, vibrei nos dois, sou profissional, faço a felicidade de quem me paga. Comigo não tem essa palhaçada. Em 1995, o Túlio fez um e eu fiz outro, tirando do Carlos Germano. O Botafogo venceu por 2 a 0 na reta final para ser campeão brasileiro. Depois, no Vasco, não marquei no (estádio) Mané Garrincha, mas fui bem (sofreu o pênalti na vitória por 1 a 0, em 1998). Mas fiz gols também no Maracanã (os dois na vitória por 2 a 1, pelo Brasileiro de 1999).
Você jogou com o Túlio no Botafogo e formou dupla de ataque com Luizão na Libertadores de 1998. Quem foi o seu melhor parceiro?
Tinha que perguntar para eles, eu ajudei os dois (risos). Fui campeão com ambos. Falam que fui melhor com o Túlio, porque havia voltado do México recentemente e formamos a dupla dinâmica. O Túlio encaixou melhor comigo. O Luizão saía mais da área, parecia comigo, era guerreiro. O Túlio ficava mais na área e consertava meus erros.
O Túlio, certamente, era mais extrovertido do que o Luizão. Isso fazia diferença em campo?
O Túlio, para mim, é o cara mais alto astral do futebol brasileiro, nunca vi cair, nunca vi triste. Nos jogos mais difíceis, ele falava que ia ganhar, sempre com o astral positivo, passava confiança.
Na questão da confiança, o Loco Abreu parece ser semelhante ao Túlio. Como espectador, dá para comparar?
É difícil dizer que é igual. O Túlio era mais centroavante que o Loco, mais completo, inteligente. Já me falaram que o Loco é uma pessoa espetacular.
Para chegar aos mil gols, o Túlio aceitou jogar no Bonsucesso. O que você achou da decisão do ex-companheiro de ataque?
Torço muito para que ele consiga chegar aos mil gols. Até porque, ele fez muitos gols mesmo. Não brincava não, era um goleador nato. Acho que deve apelar mesmo (para o Bonsucesso). O Túlio está em um momento no qual os grandes não vão querer contratá-lo. Ele está seguindo um objetivo, não vai atrás de dinheiro para ficar mais rico. Ele joga em um time federado e vai fazer os gols. É um sonho.
Hoje em dia, quem seria o sucessor do Pantera no Botafogo e no Vasco?
Achava o Jobson parecido comigo. Hoje, vejo o Elkeson com o mesmo estilo. Ele cai pelos dois lados, chuta forte. No Vasco, tem o Leandro, que fica no banco. Ele é guerreiro também. Só acho mais habilidoso do que eu.
Donizete com Valdir no treino do Vasco (Foto: Arquivo / Ag. O Globo)Donizete com Valdir no treino do Vasco
(Foto: Arquivo / Ag. O Globo)
Mas na família também há herdeiros. Seu filho, que joga no Flamengo, é chamado de Panterinha...
Tenho dois garotos tentando a carreira de jogador. O Bruno está no time sub-20 do Chivas Guadalajara. O Renan (de 16 anos) é o camisa 10 do juvenil do Flamengo, a mesma do Zico, que é um ídolo de todo mundo. Se um vascaíno ou botafoguense disser que o Zico não é ídolo, é mentira. Ele foi o Pelé branco.
Como foi a saída do Renan do Vasco? Por que eles não tentaram jogar nos clubes onde você foi ídolo?
Foi num momento financeiro ruim. Não tinha como ir lá todo dias, então pedi para deixar ele ficar lá em São Januário. Não deixaram. No Flamengo, ele foi tratado com carinho. O ônibus do clube passa aqui na frente da minha casa. Eu sabia que daria a volta por cima. Não estava mal, mas hoje estou bem. Na época, não tinha como me dedicar e dar essa atenção a ele. Não podia pagar um motorista e jamais deixaria ele ir sozinho.
Depois de passar por momentos difíceis, o que você pretende fazer? Vai voltar a trabalhar com o futebol?
Meu sonho é ser treinador. Já fiz cursos. Voltei do México agora, há dois meses, e quero fazer o da Fifa, o que me falta mesmo é oportunidade. É difícil para todo mundo parar. Ou você encerra a carreira encaminhado, como aconteceu com o Caio, que virou comentarista, ou fica vegetando. Ninguém abre as portas. Já pedi ao Vasco e ao Botafogo um estágio, mas acho mais fácil conseguir no Flamengo do que com eles. Só não magoa, porque isso acontece com todo mundo. Depois que parei, joguei partidas beneficentes e me dediquei aos filhos. Agora, decidi que quero ser treinador e em dois anos estar na primeira divisão, quando tiver 45 anos de idade.
Donizete com Tulio no Botafogo (Foto: Arquivo)Donizete com Túlio no Botafogo (Foto: Arquivo)
Você já falou das suas conquistas por Vasco e Botafogo. Olhando para trás, ainda há alguma mágoa que o perturba até hoje?
Fico muito magoado. Em 1998, fui eleito o melhor jogador da América. Disputei quase todos os jogos de preparação, mas no último minuto fiquei fora. Conquistei quase tudo na vida e queria ir para a Copa do Mundo. Por estar no Vasco, sendo jogador de ponta, deveria ter ido. Na primeira convocação, veio imprensa toda aqui, falavam que eu ia, era o xodó. Depois o Romário foi cortado e o Zagallo levou Emerson. O que tem o Emerson com o Romário? Depois, encontrei o Zagallo num almoço recentemente e ele veio me dizer que se arrependia por não ter me levado. Aquilo me irritou ainda mais. Na época, caí de produção, fiquei triste, achei trairagem.
Já que pretende seguir a carreira de treinador, o que você acha do trabalho de Caio Júnior e Cristóvão à frente de Botafogo e Vasco?
O Caio Júnior tem uma qualidade espetacular, seus erros e acertos, mas está sempre disputando. O treinador tem que ter a equipe e os caras entenderem os seus objetivos. Sempre  fui campeão com grupos que abraçaram a ideia do treinador. Com o Cristóvão, no Vasco, não mudou nada em relação ao Ricardo Gomes, pois as ideias são as mesmas, mas esse caso grave de saúde ajudou o elenco a ficar mais forte.
Por falar em Ricardo Gomes, você acompanhou o drama do treinador, que passou mal em campo, durante o clássico entre Vasco e Flamengo, pelo Brasileiro?
Estava no México quando aconteceu. Sempre fui fã do Ricardo Gomes quando ele jogava no Fluminense. Eu estava começando no Volta Redonda e vi aquele time do Fluminense, que foi um dos melhores que acompanhei na minha carreira. Não o conheci, mas joguei no Benfica com o Valdo, que só falava bem dele. Com tanto traíra por aí, é preciso torcer por um profissional como ele. O Brasil todo acompanhou a sua recuperação. A gente pede a Deus para que ele volte rapidamente.
Para finalizar, uma pergunta que você já ouviu muitas vezes: de onde vem o apelido Pantera?
O apelido vem do México. Sempre fui lutador. Comigo, não tinha bola perdida. Como sou pretinho, me chamaram de pantera negra. Foi lá que comecei a comemorar com o andar da pantera. Isso faz parte do futebol, essa é palhaçada legal. O torcedor sai de casa irritado, você comemora desse jeito e o cara acha sensacional, vibra com isso. Não gosto quando ela é agressiva, mas imitar um bicho, uma personalidade, isso tem que existir sempre. Futebol é alegria, é do povo.