Meia hora de Messi, gols e festa: Argentina bate Eslovênia no adeus
Poupado,
camisa 10 entra durante o segundo tempo e deixa sua marca na vitória
por 2 a 0, em La Plata. Embarque para o Brasil será na tarde de
segunda-feira
Por Cahê Mota e Felippe CostaBuenos Aires
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Festa completa no adeus da seleção
argentina rumo ao
Brasil. E, na verdade, não foi preciso muito para isso. O torcedor que
esteve no Estádio Único de La Plata demonstrou desde o início que a
missão era apoiar o time de Sabella para o Mundial. Em troca, só queria
uma coisa: ver Messi em campo. Durante pouco mais de 50 minutos, os
olhares se alternavam entre os 11 que enfrentavam a Eslovênia - num time cheio de suplentes - e o
que acontecia no banco de reservas. A partir dos 13 do segundo tempo,
frisson completo. O camisa 10 entrou, levantou o público e fez seu gol
na vitória por 2 a 0 na fria tarde de sábado - Ricky Álvarez completou o
placar. Os hermanos estão prontos para seguirem rumo à "terra inimiga".
O trio Messi, Di María e Agüero entrou no segundo tempo para o delírio da torcida argentina (Foto: Agência AP )
Com a onda de lesões que tomou conta de inúmeras
seleções nos últimos dias, Alejandro Sabella contrariou a expectativa de
todos e começou a partida com Messi no banco. Dos titulares, apenas
Romero, Fernandez, Mascherano e Rojo foram para o risco. Ainda assim, a
tarde reservou um momento de apreensão:
Lucas Biglia saiu logo aos 14 minutos por
problema no joelho. A lesão, no entanto, não deve tirá-lo da Copa. O que
acontecia em campo, porém, a todo instante dividia atenção com o banco
de reservas. Ainda no primeiro tempo, sugiram pedidos por Messi.
O craque quatro vezes
melhor do mundo demorou um
pouco mais para entrar, mas fez o que dele se espera. Em linda
triangulação com Di María e Agüero, que entraram juntos em campo,
deixou sua marca e tocou fogo no estádio de La Plata. Depois de duas semanas de preparação, dois amistosos e duas
vitórias, o elenco argentino terá folga no domingo e embarca na tarde
de segunda-feira para Belo Horizonte. No Grupo F, estreia na Copa contra
a Bósnia, dia 15, no Maracanã - Nigéria e Irã completam a chave.
Ricky Álvarez roubou bola no meio-campo e fez boa jogada no lance do gol da Argentina (Foto: Agência AP )
do banco,
Messi assiste a gol e contusão
Fora da
Copa, a equipe
europeia começou melhor. Sem pisar no freio, os jogadores chegavam rasgando nas
divididas e se aventurando no ataque. Mas os sul-americanos tomaram o controle
da partida aos 11 minutos de
bola rolando. Ricky Álvarez aproveitou falha da
defesa e roubou a Brazuca no meio de campo. Acompanhado de Lavezzi, o jogador
do
Inter de Milão avançou e, ao chegar perto da área, bateu rasteiro no cantinho para abrir o placar e
esfriar os eslovenos.
Pouco depois do gol, aos 13, Sabella
ganhou uma dor de cabeça. Foi obrigado a tirar Biglia, que havia
levado uma pancada no joelho minutos antes, para colocar Campagnaro em campo. Com a
entrada do zagueiro, Mascherano, que estava recuado, passou a atuar como
volante, posição com a qual está acostumado.
A Argentina trocava passes e cadenciava o
jogo, evitando correr riscos, enquanto a torcida tentava empurrar a equipe. Quase marcou o segundo em belo chute de Maxi
Rodríguez que teve desvio do goleiro Belec e acertou o travessão. Quem
também fez a alegria na arquibancada foi Mascherano, que a cada desarme
era festejado. No fim da primeira etapa, como já era esperado, os argentinos que foram ao estádio pediram a entrada de Messi.
Durante o intervalo, uma boa notícia
para Sabella. O problema no joelho não representa perigo a Biglia, que
tranquilizou a torcida ao publicar mensagem em uma rede social: "Saí por
causa da pancada, mas não é algo para se preocupar".
Ao lado de Agüero, Messi acompanha o primeiro tempo do amistoso entre Argentina e Eslovênia (Foto: Agência AP )
festa completa: messi em campo e gol
A
Argentina voltou para o segundo tempo com o mesmo ritmo monótono. No limite entre se arriscar e mostrar a
Sabella que têm condição de buscar um lugar no time ou se precaver e
evitar uma lesão, os reservas trocavam passes na intermediária sem pressa ou inspiração para atacar.
A melhor jogada aconteceu
aos oito minutos, quando, mais na base da força do que na técnica,
Lavezzi e Ricky Álvarez tabelaram entre trombadas com os zagueiros, e o
jogador do Inter de Milão chutou já dentro da área em cima da zaga. A
esta altura, o público de La Plata não se importava com o acontecia em
campo. O motivo? Messi.
Logo aos dois, o camisa 10 foi chamado para o
aquecimento ao lado de Agüero, Di María e Gago. Dez minutos depois, foi o
momento de ver o craque em campo. Não foi preciso muito para Messi
retribuir o carinho e levantar o público. Na primeira bola, uma
arrancada curta e toque para Di María. Em seguida, nova arrancada, que
culminou com falta na entrada da área. Na cobrança, a bola bateu na
barreira e parou nas mãos de Belec. Se ainda não era muito, os prováveis
titulares na Copa pelo menos deram uma injeção de ânimo na equipe.
Pequeno torcedor brinca na vitória da Argentina sobre a Eslovênia no último amistoso da seleção antes da Copa(Foto: AP)
Marcando no campo adversário e com mais velocidade
na saída para o ataque, a Argentina tentou impor uma blitz para cima
dos
eslovenos. Di María, de fora da área, e Agüero, em jogada individual,
tentaram levar perigo, mas chutaram para fora. Passado o frisson inicial
pela entrada dos nomes mais famosos, o ritmo da partida voltou a cair,
até que o trio ofensivo resolveu aprontar. Da entrada da área, Di María
descolou lindo passe de cavadinha para Agüero, que escorou de cabeça
buscando Messi no meio da área. O capitão chutou de
canhota: 2 a 0.
A partir daí, o público não se calou mais. A cada
troca de passes, gritos de "olé". A cada desarme, aplausos. Mascherano
foi substituído pelo jovem Mammana, que aos 18 anos defende as
categorias de base do River Plate e foi chamado para o amistoso. A
Argentina retribuiu o carinho da torcida e parte para sua missão no
Brasil.
- Agora começa a hora da
verdade. Vamos com muita vontade - avisou Messi.