segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Pacotão da F-1: do faroeste à Guerra nas Estrelas, uma corrida de cinema

Com clima de bangue-bangue e George Lucas no paddock, GP dos EUA vê Alonso evitar o título antecipado de Vettel; confira tudo sobre a corrida texana

Por GLOBOESPORTE.COM Austin, EUA
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Dos duelos empoeirados no Velho Oeste às batalhas numa galáxia distante, a distância não é tão grande assim. Pelo menos não foi neste domingo, que reuniu passado e futuro para o GP dos Estados Unidos de Fórmula 1. Criador da saga "Guerra nas Estrelas", o cineasta George Lucas circulou pelo paddock antes da corrida e deu ao fim de semana sua cota de ficção científica. O resto foi o bom e velho faroeste. Com referências ao bangue-bangue por toda parte, a corrida no Texas tinha dois pistoleiros em ponto de bala: Sebastian Vettel, em busca do título antecipado, e Fernando Alonso, disposto a tudo para evitá-lo. No fim das contas, um forasteiro coadjuvante roubou a cena: Lewis Hamilton venceu a prova e, somando seu triunfo a uma polêmica estratégia da Ferrari antes da largada, a festa do alemão ficou adiada para o Brasil.
Vettel e Alonso Fórmula 1 GP dos Estados Unidos (Foto: Getty Images)Vettel, ainda tranquilo, e Alonso, ainda preocupado: a decisão ficou para o Brasil (Foto: Getty Images)
Os pilotos voltam à pista neste fim de semana, para o GP de Interlagos. A corrida está marcada para 14h de domingo, e aí não há mais para onde correr. Vettel será campeão se chegar em quarto, sem se preocupar com a posição de Alonso. O espanhol precisa vencer e torcer para o alemão chegar em quinto. Se o espanhol for o segundo, torce para Vettel ser no máximo oitavo. E se for terceiro, o adversário terá de chegar em décimo.
A TV Globo transmite o GP do Brasil ao vivo, e o GLOBOESPORTE.COM acompanha todas as emoções da disputa do título em Interlagos em Tempo Real.
Confira os destaques positivos e negativos da 19ª etapa da temporada 2012 da F-1:
header trofeu ligeirinho (Foto: Arte esporte)
No filme de faroeste em que se transformou a disputa no Texas, o coadjuvante roubou a cena a 14 voltas do fim. Lewis Hamilton, já sem chances de título, ultrapassou Vettel e colocou água no chope do alemão. O piloto da RBR tinha dominado todas as atividades do fim de semana, dos treinos livres à pole position no classificatório. Na hora da verdade, no entanto, o inglês deu o pulo do gato. Na reta principal, usou a asa móvel, jogou o carro para a direita e tomou a ponta. Mesmo com a vitória nos Estados Unidos, Hamilton está em quarto lugar no campeonato, atrás de Vettel, Alonso e Kimi Raikkonen. Ainda assim, virou protagonista na penúltima corrida do ano e chegou a quatro triunfos na temporada - só perde nesse quesito para Vettel, que tem cinco.
header momento chave (Foto: Arte esporte)
O jogo de equipe subiu para outro nível nos Estados Unidos. Como se não bastassem as ultrapassagens entre companheiros de time, tão comuns na Fórmula 1, o GP texano viu uma combinação antes mesmo do ronco dos motores na largada. De propósito, a Ferrari trocou o câmbio de Felipe Massa, que foi punido com a perda de cinco posições no grid para facilitar a vida de Alonso. A estratégia deu certo. O espanhol largou em sétimo, no lado limpo da pista, e ganhou três posições. Era o que precisava para evitar o título antecipado de Vettel. Dito e feito. Ainda conseguiu chegar em terceiro e adiou a decisão do campeonato para o Brasil.
header trofeu nakajima (Foto: Arte esporte)
Se a Ferrari acertou na artimanha pré-corrida, errou feio durante a prova. Na volta de número 21, Alonso parou nos boxes. Os mecânicos demoraram para trocar o pneu direito traseiro da Ferrari, e o espanhol voltou à pista em quinto lugar. Àquela altura Vettel ainda era o líder, e a posição de Alonso daria o título ao alemão. A demora no pit stop preocupou os torcedores ferraristas, mas ainda havia muita corrida pela frente. Alonso ganhou duas posições, Vettel perdeu uma, e a definição do campeonato ficou para o próximo domingo. O troféu Nakajima, portanto, não vai para nenhuma barbeiragem na pista, mas sim para uma lambança mecânica que quase pôs tudo a perder para a equipe italiana.
header sai da frente (Foto: Arte esporte)
Felipe Massa começou a prova mergulhado numa polêmica. O brasileiro aceitou a determinação da Ferrari de ter seu câmbio trocado para forçar uma punição de cinco posições no grid. Com isso, largou da 11ª posição - tudo para sair do caminho de Alonso e deixar o espanhol no lado limpo da pista. Os dirigentes da Ferrari adoraram a boa vontade de Felipe, mas não bastava ficar bem na fita com os chefes. Massa queria provar para ele mesmo que era capaz de fazer uma corrida de recuperação. Dito e feito. Ganhou sete posições ao longo da prova e terminou em quarto, beliscando um pódio que de qualquer forma seria impossível, já que o terceiro foi Alonso.
header roda presa (Foto: Arte esporte)
No terceiro treino livre, que geralmente serve para pouca coisa, Michael Schumacher já tinha dado uma prévia: quase se enroscou com Felipe Massa de forma desnecessária. Na corrida, o alemão mostrou que a fase não anda mesmo boa. Na penúltima corrida de sua vitoriosa carreira, o heptacampeão mundial largou em quinto lugar. Parecia o prenúncio de um desfecho digno para uma trajetória cheia de glórias, mas se quiser se despedir bem, terá de ser mesmo no Brasil. Nos Estados Unidos, Schumi conseguiu a proeza de perder 11 posições ao longo da corrida. Reclamando dos pneus, terminou o GP texano em 16º lugar.
header holofotes (Foto: Arte esporte)
George Lucas Fórmula 1 GP dos Estados Unidos (Foto: AP)George Lucas, criador de 'Guerra nas Estrelas', circula no paddock do GP dos Estados Unidos (Foto: AP)
chef Gordon Ramsay GP dos EUA (Foto: Getty Images)Uma pitada de culinária: o chef Gordon Ramsay também esteve no GP em Austin (Foto: Getty Images)

Na semana da última prova do ano, RBR confirma mudança nos carros

Problema de Mark Webber no Circuito das Américas foi o estopim para a escuderia optar pela utilização de novo modelo de alternador no GP do Brasil

Por GLOBOESPORTE.COM Milton Keynes, Inglaterra
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Está decidido: a RBR vai fazer mudanças em seus carros para o GP do Brasil. O problema com Mark Webber, em Austin, foi a gota d’água para a escuderia confirmar a troca do alternador para a última corrida do ano. Em reunião com a Renault, chegou-se ao consenso que era a melhor opção no momento, já que um problema no carro de Vettel na corrida mais importante da temporada pode ser decisivo para a definição do título. É a terceira vez em 2012 que a peça traz prejuízo à equipe (Vettel já havia abandonado em Monza e Valência pelo mesmo motivo). Uma quarta vez, pode vir a ser fatal.
- É simples. As novas especificações foram aprovadas, então, vamos modificar. Foi uma decisão conjunta, vimos os prós e contras e decidimos que seria o melhor a se fazer. Estamos prontos para o novo design – diz o diretor de operações de pista da Renault, Remi Taffin.
Mark Webber abandona o GP dos EUA (Foto: Getty Images)Com problemas no alternador, Mark Webber teve que abandonar o GP dos EUA (Foto: Getty Images)
Até então, a RBR estava adiando qualquer mudança nos carros de Sebastian Vettel e Mark Webber por conta do desempenho dos pilotos no ano. Mesmo com a aprovação do novo alternador nos testes oficiais, os diretores da equipe optaram pela conservação do modelo antigo, que já vinha correspondendo as expectativas na temporada. Para Remi, o conservadorismo pode ser decisivo nesta reta final, mas, constatou que a mudança não traria nenhum problema para a escuderia.
- Geralmente nós nos sentimos mais confortáveis usando algo que conhecemos há muito tempo. Porém, já testamos demasiadamente o novo design, então, a RBR não precisa ficar preocupada - finalizou Remi.
O último GP da temporada será domingo, no Brasil. Para ser campeão sem depender de Fernando Alonso, Vettel precisa chegar, no mínimo, em quarto no Brasil. Já para Alonso levar o título, tem que vencer e torcer para o rival ser no máximo quinto. Se chegar em segundo, o alemão da RBR não poderá passar de oitavo. Se cruzar em terceiro, Vettel poderá chegar no máximo em décimo.