segunda-feira, 13 de outubro de 2014

"Arena dos Mosaicos": torcidas do RN chamam atenção na Copa do Brasil

Rivalidade entre ABC e América-RN gera disputa "sadia" nas arquibancadas da Arena das Dunas. Alvinegro fará novo mosaico em jogo decisivo contra o Cruzeiro

Por Natal
A façanha dos times potiguares na Copa do Brasil revelou entre os torcedores a vontade de fazer bonito também nas arquibancadas. Nos últimos meses, a Arena das Dunas, palco da Copa do Mundo em Natal, vem recebendo a cada jogo importante de ABC e do América-RN nova manifestação. Os mosaicos tomaram conta do estádio e agora fazem parte de uma espécie de disputa entre alvinegros e alvirrubros, que parecem querer sempre superar o mosaico anterior do rival e acabam fazendo grande festa, um espetáculo à parte.
Mosaico torcida América-RN x Flamengo (Foto: Alexandre Lago)Torcida do América-RN monta dois mosaicos no jogo contra o Flamengo, pela Copa do Brasil (Foto: Alexandre Lago)
- Independentemente da rivalidade dentro de campo, essa disputa da torcida é válida, sadia. Porque torcida é isso: festa nas arquibancadas e apoio ao time. E a gente faz um e já pensa em fazer o próximo (mosaico) - garante Romerito Fidélis, um dos torcedores que participaram da organização do último mosaico do Mecão, no jogo contra o Flamengo.
 
Batizado pela própria torcida como "Os olhos do Dragão", o maior mosaico feito pelos torcedores do América-RN na Arena das Dunas foi o quarto montado pelos alvirrubros em Natal (veja os bastidores da montagem do mosaico no vídeo ao lado). Usando como base os olhos de um dragão, mascote do time, o mosaico foi visto no dia 1º de outubro, na histórica partida do Mecão contra o Flamengo válida pelas quartas de final da Copa do Brasil. Pela primeira vez, uma enorme arte foi preparada para ser exposta em todo o setor Leste, na parte central do estádio. Além disso, um outro mosaico evidenciou as iniciais "AFC" com a Bandeira do Brasil ao fundo, no setor Sul, localizado por trás do gol.

O jogo em questão levou mais de 30 mil torcedores às arquibancadas e bateu o recorde de público da Arena das Dunas após a Copa do Mundo. Cerca de 70 alvirrubros participaram da montagem do mosaico, chegando ao estádio às 13h no dia da partida e concluindo o trabalho às 17h, cinco horas antes do início do duelo.
Através da contribuição voluntária de torcedores e também de patrocinadores, o grupo conseguiu arrecadar R$ 6.125, sendo cerca de R$ 4.000 por meio de patrocínio. O dinheiro foi usado para a impressão dos papéis que compunham o desenho, além da compra de material como fita adesiva e tecido para faixas. Romerito lembra que não contou com apoio da diretoria para a realização dessa homenagem e ressaltou o esforço e a união da torcida americana.
Mosaico torcida América-RN x Fluminense (Foto: Klênyo Galvão)Mosaico da torcida do América-RN no jogo contra o Flu, na Copa do Brasil (Foto: Klênyo Galvão)
- Através das redes sociais, a gente começou a pedir contribuição dos torcedores e conseguiu algo em torno de R$ 4.000 de patrocínio também. Mas não contamos com apoio nenhum da diretoria. A gente mandou confeccionar os papéis em Fortaleza porque acaba saindo mais barato, e o restante nós compramos aqui - contou.
Antes desse jogo contra o Flamengo, a torcida alvirrubra já montou três mosaicos em outras oportunidades, todos menores, usando apenas o setor Sul do estádio. A ideia foi posta em prática inicialmente contra o ABC, no primeiro Clássico Rei da Arena das Dunas, no dia 3 de maio, pela Série B do Brasileirão. O seguinte foi visto no jogo contra o Fluminense, na Copa do Brasil, no dia 6 de agosto. Pela mesma competição, diante do Atlético-PR, um novo mosaico foi montado no dia 27 de agosto.

O responsável pela arte do mosaico é um designer, amigo de Romerito. Ele explica que fotografou as arquibancadas vazias e encaminhou para o amigo, que utilizou um programa de computador para elaborar a arte e apontar a distribuição dos papéis pelas cadeiras do estádio, de modo que o resultado final fosse o visto no início da partida.

- Tem um designer amigo meu que elabora as artes. A gente tira foto da arquibancada, em blocos, e passa para ele. Eu não entendo muito dessas coisas, mas sei que ele usa algum programa para converter cada cadeira em um quadradinho. Ele conta quantas tem na vertical e na horizontal e vai montando a arte dele em cima disso. Depois nos passa, e a gente distribui os papéis pelas cadeiras - detalhou.
TOMA LÁ, DÁ CÁ
Do lado do ABC, a torcida já está preparando uma resposta aos alvirrubros e deve fazer o que está sendo chamada de "maior festa do RN - parte II", diante do Cruzeiro, na próxima quarta-feira. A primeira parte foi vista na partida contra o Vasco, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, no dia 2 de setembro. Os alvinegros inovaram no quesito mosaico, utilizando pela primeira vez três módulos (Norte, Leste e parte do setor Sul) da Arena das Dunas. Mais de 15 mil folhas brancas formavam "ABC FC - O Mais Querido do RN".
Imagem aérea da Arena das Dunas - ABC x Vasco (Foto: Gabriel Azevedo/Drone Midia)Imagem aérea da Arena das Dunas no jogo entre ABC e Vasco (Foto: Gabriel Azevedo/Drone Midia)
A exemplo do que fizeram os americanos, cerca de 60 abecedistas chegaram cedo ao estádio, às 9h, e levaram quase seis horas para deixar tudo pronto para o jogo que começaria apenas às 19h30. Porém, do ponto de vista da criação, os torcedores do Mais Querido contaram com o suporte de um mapa do estádio, disponibilizado pela Arena das Dunas, o que facilitou um pouco na hora de pensar a distribuição dos papéis.
Michell Muller, um dos torcedores à frente da organização desse mosaico, conta que a diretoria do ABC costuma ter uma boa relação com as torcidas organizadas do clube e que deu sua contribuição para a realização do mosaico. Além disso, o grupo organizador contou com patrocínio, colaboração de outros alvinegros através de campanha na internet e ainda o dinheiro de rifa feita por eles, que premiava o vencedor com fim de semana em pousada do litoral potiguar.
- No total, arrecadamos uns R$ 6.200. Com esse dinheiro, compramos os papéis, fitas, além dos gastos operacionais, como gasolina, telefone e tudo mais para resolver as coisas - destacou.
A rivalidade, que já era grande e antiga dentro das quatro linhas, agora começa a se mostrar ainda mais promissora e saudável também nas arquibancadas. Afinal, ninguém quer ficar para trás quando o assunto é mosaico e amor pelo seu clube. Na próxima quarta-feira, o ABC recebe o Cruzeiro na segunda e decisiva partida pelas quartas de final da Copa do Brasil. A derrota por apenas 1 a 0 no Mineirão manteve acesa a esperança do torcedor por classificação inédita para as semifinais da competição nacional. E para um momento tão especial para o clube, todas as torcidas organizadas resolveram se unir para promover festa ainda maior.
- Já existe um projeto para o jogo do Cruzeiro, que está sendo preparado por um designer. A gente viu o do América-RN (contra o Flamengo) e já está fazendo outro para gerar uma repercussão maior ainda. Não posso dar detalhes, mas será algo grande, se possível maior do que o que já fizemos. Isso é ótimo porque fica uma briga sadia e acaba trazendo alguns torcedores para mais perto do time e para dentro do estádio. E até acho que podemos, sim, chamá-lo de "Arena dos Mosaicos" - brinca o torcedor.
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Ingressos esgotam, e Bota x Fla terá recorde de público na Arena AM

Com bilheterias 'inchadas', torcedores recorrem a internet e bilhetes acabam menos de 12 horas após início das vendas. Estádio de Manaus irá receber 43.675 pagantes

Por Manaus, AM
Arena Amazônia (Foto: Hugo Crippa)Arena Amazônia terá recorde de público para Botafogo x Flamengo (Foto: Hugo Crippa)



Construído para sediar quatro partidas da Copa do Mundo 2014, a Arena Amazônia, em Manaus, teve mais um marco na sua curta jornada nesta segunda-feira. Palco do clássico carioca entre Botafogo x Flamengo, no próximo dia 25, o estádio irá receber seu maior público na história: 43.675 pagantes.

Na noite desta segunda-feira, menos de 10 horas após o início das vendas na bilheteria da Arena e na internet, a assessoria de imprensa responsável pela organização da partida e pela venda de ingressos confirmou que não há mais bilhetes disponíveis. Com isso, se supera em pouco mais de três mil pessoas o número de pagantes da partida entre Honduras e Suíça, último jogo da Copa do Mundo na capital amazonense, e que detinha até então o recorde de público em Manaus (40.322).

Ataque reserva funciona, e Brasil
vence os EUA com tranquilidade

Depois de cansar no jogo contra a Bolívia, seleção tem atuação mais
regular, sofre um pouco na defesa, mas consegue triunfo em Brasília

Por Brasília
 
A seleção brasileira sub-21 não precisou manter a intensidade da vitória contra a Bolívia para derrotar os Estados Unidos sub-23, nesta segunda-feira, no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Com uma atuação mais regular, apesar de alguns sustos defensivos, os garotos venceram por 3 a 0, com gols de Luan, Douglas Coutinho e Vinícius Araújo - estes dois últimos, atacantes, entrando no segundo tempo para definir o placar. O público presente foi de 10.067 pessoas.

O triunfo encerrou os amistosos da equipe em outubro. Na última sexta-feira, o Brasil já havia derrotado a seleção principal da Bolívia por 3 a 1, quando fez ótimo primeiro tempo, mas caiu de rendimento na etapa final. Contra os EUA, time comandado pelo ex-jogador Tab Ramos, que levou uma cotovelada de Leonardo na Copa de 1994, foi diferente: os meninos dosaram a energia, controlaram o jogo e, quando resolveram forçar no ataque, construíram a vitória.
 Agora, a seleção volta a se encontrar em novembro, com uma diferença: em vez de ser sub-21, de olho na Olimpíada de 2016, o time voltará a ser sub-20, para se preparar para o Sul-Americano em janeiro de 2015, no Uruguai. A equipe vai treinar na Inglaterra e depois disputará um torneio na China.
Luan comemora gol do Brasil contra o Estados Unidos - Amistoso SUb-21 (Foto: Jorge William / Agência O Globo)Luan comemora gol do Brasil contra o Estados Unidos em amistoso da sub-21 (Foto: Jorge William / Agência O Globo)


Goleiro dá presente para Luan
Thalles, Brasil X Estados Unidos - Amistoso Sub-21 (Foto: Jorge William / Agência O Globo)Thalles arrisca o chute: atacante passou em branco no duelo (Jorge William / Agência O Globo)
O cansaço no segundo tempo contra a Bolívia, em Cuiabá, deixou lições no Brasil. Diante de um time dos Estados Unidos organizado, mas limitado, os garotos da seleção não impuseram o mesmo ritmo do outro jogo: dominaram a partida, chegaram fácil ao ataque quando colocaram mais intensidade, mas procuraram administrar os esforços.

O gol marcado logo aos dois minutos também ajudou para a atitude dos brasileiros. Numa falha grotesca de Copper, que dominou mal uma bola recuada, Luan fez o desarme e tocou para as redes vazias. Foi o sétimo gol do gremista em sete partidas pelas seleções de base do Brasil.

Sem apertar tanto, o Brasil tomou alguns sustos defensivos. O maior deles foi aos 30 minutos, quando Morris recebeu cruzamento rasteiro e, na pequena área, livre, tocou errado e permitiu a defesa de Andrey.
Ataque reserva define vitória

O camisa 9 norte-americano continuou incomodando no segundo tempo, principalmente nas jogadas em velocidade. A defesa brasileira dava espaços pelos lados e quase sofreu o empate aos 12 minutos, em lance parecido: desta vez, foi Rodríguez quem perdeu na pequena área, em nova ótima intervenção de Andrey.

Os sustos parecem acordar o Brasil. A seleção passou a marcar mais forte e, em consequência, voltou a criar perigo. Gallo trocou todo o ataque, e a mudança deu resultado: aos 29, Douglas Coutinho aproveitou cruzamento de Vinícius Araújo para ampliar. Sete minutos depois, o ex-atacante do Cruzeiro saiu na cara do gol e bateu colocado para definir a vitória.
Ademilson, Brasil X Estados Unidos - Amistoso Sub-21 (Foto: Jorge William / Agência O Globo)Ademilson teve boa participação na vitória do Brasil sobre os Estados Unidos (Foto: Jorge William / Agência O Globo)

Brasil pega Japão com reformulação da equipe acelerada por problemas

Lesões e indisciplina podem levar Dunga a escalar time com mais da metade de jogadores que não estavam na Copa do Mundo, antes do que ele imaginava

Por Cingapura
O discurso, as convocações e opções de Dunga desde que ele reassumiu a seleção brasileira deixaram clara sua estratégia para começar a juntar os cacos do vexame na Copa do Mundo. Era preciso dar o primeiro passo de uma reformulação, porém, com alicerces mais experientes para que ela se sustentasse em longo prazo.
O técnico só não contava com os problemas. Nesta terça-feira, o Brasil enfrenta o Japão em Cingapura, possivelmente, com mais da metade do time titular formado por jogadores que não participaram do Mundial. Uma reformulação mais rápida do que ele pretendia, motivada por lesões e questões comportamentais.
O sistema defensivo, por exemplo, poderia ter Maicon, Thiago Silva e David Luiz. Só que o lateral-direito se apresentou com 11 horas de atraso, após uma folga entre um jogo e outro nos Estados Unidos, no mês passado, e foi desligado do grupo. Thiago ainda nem pôde ser convocado em razão de lesão na coxa direita. 
miranda treino seleção brasileira (Foto: Heuler Andrey/Mowa Press)Miranda torna-se referência na defesa da Seleção comandada pelo técnico Dunga (Foto: Heuler Andrey/Mowa Press)


David Luiz, também com dores na coxa, tem suspeita de lesão e poderá desfalcar a equipe diante dos japoneses. Se isso se confirmar, à frente do goleiro Jefferson, toda a linha defensiva será formada por atletas que não disputaram a Copa: Danilo, Miranda, Gil e Filipe Luís.
Outra novidade está no meio-campo. Elias deverá ser mantido ao lado de Luiz Gustavo após a vitória por 2 a 0 sobre a Argentina. O titular, Ramires, e a primeira opção de substituição, Fernandinho, foram cortados das partidas na Ásia. 
Neymar treina no estádio em Cingapura (Foto: Heuler Andrey / Mowa Press)Neymar treina no Estádio Nacional de Cingapura (Foto: Heuler Andrey / Mowa Press)
Só o setor ofensivo está dentro do que Dunga havia planejado inicialmente: Willian, Oscar e Neymar, remanescentes do Mundial, dão suporte a Diego Tardelli, o camisa 9 com características mais adequadas ao que o técnico imagina para a Seleção.
Para tranquilizar a comissão técnica, a equipe tem resistido bem às mudanças “forçadas”. Tem 100% de aproveitamento em três jogos, e não sofreu gols. Se é assim, Dunga prefere não mexer mais do que já está sendo obrigado, pelo menos na formação inicial.
- Temos que dar confiança aos jogadores que entram bem, senão não teremos nem uma coisa nem outra - defendeu o comandante.
Depois do Japão, a Seleção ainda terá mais duas partidas no ano: dia 12 de novembro contra a Turquia, em Istambul, e 18 diante da Áustria, em Viena.
FICHA TÉCNICA
BRASIL Jefferson, Danilo, Miranda, David Luiz (Gil) e Filipe Luís; Luiz Gustavo, Elias, Willian e Oscar; Neymar e Diego Tardelli. Técnico: Dunga
JAPÃO Nishikawa, Sakai, Shiotani, Morishige e Nagatomo; Hosogai, Tanaka e Shibasaki; Honda, Muto e Okazai. Técnico: Javier Aguirre
Data: 14/10/2014 (terça-feira)
Horário: 7h45 (de Brasília)
Local: Estádio Nacional, em Cingapura
Árbitro: Ahmad A’Qashah (CIN)
Auxiliares: Lim Kok Heng e Ong Chai Lee (CIN)
Transmissão: A TV Globo, o Sportv e o GloboEsporte.com exibem a partida ao vivo. O site também acompanha em Tempo Real.

Igreja nos EUA oferece MMA de graça e conquista novos seguidores

Pancadaria do ringue contrasta com trabalho social da igreja. Fundador da igreja oferece MMA, há oito anos, para tirar pessoas problemáticas da rua.

Em Rochester, estado de Nova York, nos Estados Unidos, uma igreja encontrou uma maneira surpreendente de conquistar novos seguidores. Por lá, não há nenhuma contradição entre amar o próximo e bater no próximo.
Quase na fronteira com o Canadá, Rochester é uma cidade de contrastes. Apesar de ter uma das melhores qualidades de vida dos Estados Unidos, morar nela é barato para os padrões locais.
De longe, uma igreja do subúrbio parece outra qualquer: música gospel, sermão, batismos. Mas quatro vezes por semana, a fé dá lugar à pancadaria.
No ginásio ao lado da igreja, um dos esportes oferecidos de graça para os fiéis é o MMA. Frases da Bíblia dividem as paredes com pôsteres dos ídolos.
Com um terço e a palavra fé tatuada no braço, Brandon Smith é um dos alunos. No culto, ele nem parece o Brandon que tenta dominar o adversário no chão. “Me sinto em casa aqui. Para mim, o MMA é como qualquer esporte. Com uma vantagem: do começo do ano para cá, perdi 27 quilos lutando”, conta.
São seis fiéis de Rochester contra adversários de outros estados americanos e do Canadá. A primeira instrução? Não falar palavrões.
Na sala de aquecimento, faltando poucos minutos para a luta, os atletas da igreja ficam concentrados e fazem uma oração. E a luta começa, com direito à torcida e crianças na plateia.
Pode até não parecer, mas o lema da igreja é: ‘Ame a Deus, ame às pessoas’. A luta foi uma forma de se aproximar, de atrair os fiéis. E eles vieram: mais de 400 seguidores começaram pelo octógono.
Dan é um deles. Era viciado em drogas, vivia arrumando encrenca. Cinco anos atrás, passou a frequentar a igreja.
“Não teria vindo para cá se não fosse o MMA. Treinei um mês e meio antes de pisar no santuário. Eu não vejo problema em misturar luta e religião. Cristo foi o maior guerreiro que já existiu”, conta o lutador Dan Davis.
À frente da luta e da fé está um pastor nada convencional. Paul Burress é filho do fundador da igreja que se chama Vitória. É uma igreja autônoma que segue a fé cristã. Ele administra tudo de uma sala decorada de Homem-Aranha. “Gosto dele porque ele sabe equilibrar força e responsabilidade”, diz.
Mas o ídolo máximo é Jesus. Paul aprendeu a lutar com um primo que praticava jiu-jitsu brasileiro. Ele trouxe o MMA para a igreja há oito anos para tirar pessoas problemáticas da rua.
Ao ser perguntado se não é estranho um esporte violento na casa de Deus, Paul responde: “Muita gente acha que é violento, mas eu fico mais assustado com futebol americano e rugby. Para mim, são apenas dois garotos testando suas habilidades em um esporte”.
Nessa hora, o pastor deixa as palavras da Bíblia de lado. Ele vai gritando os nomes dos golpes que o aluno deve aplicar para derrotar o adversário. “Dê um soco, bata com vontade”, ele diz.
No intervalo, palavras de incentivo. Lembro que Jesus dizia: ‘Ofereça a outra face’ e que não foi isso que vimos. “Jesus disse para darmos às pessoas mais do que elas pedem. Mas isso era em um outro contexto. Não é sobre esportes”, diz.
Mas o risco de se ferir existe. Anthony não sabia que ia protagonizar o momento mais dramático da noite. “O MMA é a minha vida, os meus sonhos”.
E lá vai ele. Vence a luta, mas sai machucado depois de levar golpes na cabeça.
Agora um momento de tensão. Anthony está passando mal. O pessoal tenta ajudar, reanimá-lo. O irmão chegou para ajudar também. Ele está fazendo alguns testes físicos para saber se ele está realmente bem.
Anthony vai embora de maca, deixando o público assustado e dividido. Um homem diz que não vê problema na luta: “Religião e guerra andam juntas”.
Outro discorda: “O MMA é muito bruto. E religião significa paz. Não deveria brutalizar ninguém”.
A polêmica virou filme. “Igreja da luta”, dirigido por um dos vencedores do Oscar de Documentário de Curta-Metragem, foi lançado este ano nos Estados Unidos.
A pancadaria do ringue contrasta com o trabalho social da igreja, que tem uma escola para crianças carentes e ajuda desamparados nas Filipinas e no Haiti.
Para o pastor Paul, não há contradição: “Se alguém acha que sou um pecador por causa da luta, tudo bem. Todos nós somos pecadores de alguma forma. Aqui é um lindo lugar para encontrar Deus”.

Campeão do BBB10, Marcelo Dourado é árbitro de evento de MMA no ES

Lutador de MMA fez parte da equipe de arbitragem do Showtime Fights 3, que aconteceu na noite deste sábado, em Itapemirim, Região Sul do Espírito Santo

Por Itapemirim, ES
Marcelo Dourado, vencedor do BBB 10 e ex-lutador de MMA (Foto: Divulgação/Gabriel Peres)Marcelo Dourado, vencedor do BBB 10 e lutador de MMA (Foto: Divulgação/Gabriel Peres)
O evento de MMA Showtime Fights 3, que aconteceu neste sábado, em Itapemirim, Sul do Espírito Santo, teve uma presença ilustre dentro do octógono, mas que não lutou. Era o lutador Marcelo Dourado, vencedor do "Big Brother Brasil 10" e que foi um dos árbitros do Showtime.
Dourado é faixa preta de jiu-jitsu, tem oito lutas em sua carreira no MMA, com sete derrotas e apenas uma vitória. Sem lutar desde 2009, agora pretende investir na carreira de árbitro, antes de efetivamente encerrar sua participação como lutador de MMA.
- Ainda participo de competições nacionais e internacionais de jiu-jitsu e pretendo fazer mais uma ou duas lutas de MMA só para me despedir. Já arbitro no MMA há 10 anos, foram mais de 50 lutas. É uma experiência muito bacana, mas também uma enorme responsabilidade. O árbitro é o responsável pela integridade física do atleta e tem que pensar muito rápido - disse Marcelo Dourado, logo após o Showtime Fights 3, em Itapemirim.
O atleta possui uma academia de artes marciais no bairro Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro. A última vez que Marcelo Dourado entrou numa área de lutas foi em 2011, quando participou de uma luta de submission, na 2ª edição do evento Mixed Submission and Strike Arts (MSA2), que aconteceu no Rio de Janeiro. O resultado: derrota, por interrupção médica, para Jackson Alves. O duelo teve cinco rounds e 48 minutos de duração.
Marcelo Dourado foi um dos árbitros do Showtime Fights 3 (Foto: Divulgação/Gabriel Peres)Marcelo Dourado foi um dos árbitros do Showtime Fights 3 (Foto: Divulgação/Gabriel Peres)

Confira os resultados oficiais do evento
Showtime Fights 3
11 de outubro de 2014, em Itapemirim (ES)
CARD PRINCIPAL
Peso-combinado (68 kg): Alberto Pantoja venceu Jamilson Daduzinho por finalização (mata-leão) aos 4m44s do 1º round
Peso-médio (77 kg): Oton Jasse venceu Mauro "Pitbull" por finalização (guilhotina) aos 1m45s do 1ª round
Peso-pena (66 kg): Paulo "Zé Doido" Machado venceu Ricardo "Cadinho" Cardoso por decisão unânime
Peso-pena (66 kg): Júlio César Chaves venceu Maycon Rodrigues por decisão unânime
Peso-galo (61 kg): Fábio "Larvinha" Oliveira venceu Ângelo "Zé Doidinho" Machado por finalização (chave de braço) aos 3m39s do 1º round
CARD PRELIMINAR
Peso-pena (66 kg): Diego Pralon venceu Wellington "Café" Pierre por decisão dividida
Peso-mosca (57 kg): Jonathan "Karatê" Correia venceu Léo Candeia por nocaute aos 3m24s do 1º round
Peso-meio-médio (77 kg): Jairo Ribeiro venceu Bernardo Lima por nocaute aos 3m8s do 2º round
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