terça-feira, 15 de agosto de 2017

Luana Pinheiro não bate peso no
BH Sparta, e adversária critica conduta

Luana Pinheiro não atinge peso combinado de 53kg e alega problemas de saúde.
Para desafiante Natália Silva, detentora do cinturão não aparentava más condições

Por Rio de Janeiro
Luana Pinheiro  (Foto: Reprodução/Instagram)Luana Pinheiro não bateu o peso e luta principal do BH Sparta 12 não aconteceu (Foto: Reprodução/Instagram)
A pesagem do BH Sparta 12 revelou uma surpresa nada agradável. Pela primeira vez, o evento de Minas Gerais, marcado para o último sábado, teria uma disputa feminina na luta principal. Mas a detentora do cinturão, Luana Pinheiro, não bateu o peso combinado de 53kg. Sem acordo com a desafiante Natália Silva, o combate não aconteceu. Musa do judô que migrou para o MMA, Luana alegou problemas de saúde para explicar a falha na pesagem.
- Deu tudo errado para essa luta. Primeiro, tive uma luxação no ATM (articulação temporomandibular), perto do maxilar. Não poderia lutar assim. Um soco no local poderia travar o meu maxilar. Tomei injeções de cortisona para treinar, a substância retém líquido, acabei "inchando" um pouco e por isso não consegui bater o peso. Treinei bastante a parte física, mas tive uma virose na semana antes da luta. Na quarta-feira, tentei desidratar mas o meu peso não descia, perdi só dois quilos. No dia da luta fiz (banheira de) gelo, mas minha pressão baixou e desmaiei. Meu técnico não me deixou continuar. Estava fraca, sem condição de lutar. Pedi desculpas a todos, inclusive à minha adversária. Quando fomos conversar com ela, ela ficou com cara de deboche, como se fosse mentira - declarou, em entrevista ao Combate.com.
A versão da desafiante foi um pouco diferente. Para Natália Silva, Luana não aparentava estar em más condições de saúde no dia da pesagem. Ela também negou que tivesse conversado com a campeã.

- Ela não conseguiu bater o peso e depois apareceu com essas histórias. Disse que debochei dela, que falei besteira. Achei estranho, porque ela não falou comigo no dia. Nem comigo nem com ninguém. Tentou negociar pelo técnico, mas não aceitei a luta daquele jeito. Quando a gente perde peso, fica desgastado, debilitado. Viajei para BH no peso combinado: 53kg, um acima da categoria. Ela pesou 55,5kg. Eles queriam lutar assim. Aparentemente ela estava bem. A aparência dela não mostrava que ela estava doente, lesionada, debilitada, nada disso. Tem que ser luta justa. Se ela não tinha condições de lutar, não tem luta, é simples - disse.
Sem acordo para peso combinado
Luana já sabia que não conseguiria bater o peso para a luta. Por isso, fez diferentes ofertas à desafiante para manter a luta no card. Sem acordo, a detentora do cinturão peso-palha questionou a vontade da adversária de realizar a disputa.

- Ofereci 20% da minha bolsa para lutarmos num peso combinado de 58 kg, pesando 1h antes do evento. Ela não quis. Depois, subi para 50% e ela também não aceitou. Sugeri que eu lutasse de graça e nem assim chegamos a um acordo. No fim, querendo muito a luta, minha última oferta foi o valor da bolsa mais o valor de R$ 1 mil. Ela também não aceitou. Achei estranho. Se ela estivesse preparada para a luta, aceitaria. Fizemos de tudo e ela não aceitou - explicou.
Natália Silva, venceu o 2º Combat Night Fight na modalidade Palha  (Foto: Assessoria da Prefeitura de Timóteo )Natália Silva venceu o 2º Combat Night Fight (Foto: Assessoria da Prefeitura de Timóteo )
Já Natália criticou a rival e apontou falta de profissionalismo e compromisso de Luana com a organização do evento, e aproveitou para alfinetar a campeã.

- Se ganhasse dela, iriam dizer que ela estava lesionada, doente... Teriam outra desculpa. Não aceitei a luta porque já tive essa experiência com outra atleta da equipe dela, a Kenya (Miranda, hoje no Bellator). A Kenya também não conseguiu bater o peso em duas lutas comigo, aceitei lutar e vi que fiquei em desvantagem. Quando a Luana estiver 100% e bater o peso, a gente luta. Com certeza faltou profissionalismo e compromisso da parte dela. Não é que ela não pensou em mim, ela não pensou no evento, no público. Estou disposta a lutar com ela a hora que ela quiser. Ia lutar com ela em outro evento aqui em Belo Horizonte (The Contender), mas acabou cancelado e não lutamos. Ela se diz dona do cinturão do BH Sparta, mas a dona é a Cris Macfer, todo mundo sabe. Desafiei a Cris e a nossa luta terminou empatada. Nunca teve revanche. A Luana venceu lutas enquanto a Cris não lutava. É interina - disparou.

Desafiante nega luta casa na estreia
Em contato por telefone com o Combate.com, Luana Pinheiro lembrou que já teve luta marcada com Natália Silva e que, diferente desta vez, a desafiante que não bateu o peso.

- Minha primeira luta no MMA seria contra ela. Ela não conseguiu bater o peso, estava com 57kg. Falei que lutaria. Ela desistiu. Dessa vez, meu técnico enviou a tomografia para o treinador dela. Disse que eu estava tomando injeção, ofereceu um peso-casado. Ela não queria.
Natália negou que um confronto entre as duas estivesse fechado para a estreia de Luana e explicou uma situação um pouco diferente.

- Isso não existe. A primeira luta dela nunca foi marcada comigo. O organizador do BH Sparta entrou em contato com meu técnico, não aceitamos a proposta e fizemos uma contra-proposta. Ele não respondeu. Anunciaram a luta sem o acerto. Um mês depois, ele ligou dizendo que aceitava. Faltava apenas uma semana para a luta. Meu técnico disse que não dava mais. Não dava mais tempo de perder o peso. A luta nunca foi casada até esse evento de sábado.
*Caio Filho, estagiário, sob a supervisão de Zeca Azevedo

Cyborg comenta possível luta contra Holm: "Não tem força para nocautear"

Brasileira campeã peso-pena do UFC diz que ex-campeã mundial de boxe só nocauteia com os chutes e torce por duelo, e detona Germaine de Randamie

Por Rio de Janeiro
O retorno triunfal de Cris Cyborg ao Brasil com o cinturão do UFC, 12 anos após começar sua carreira no MMA e se estabelecer como a melhor lutadora do mundo, se deu nesta terça-feira. A curitibana posou no Rio de Janeiro pela manhã, muito celebrada pelos fãs que a acompanharam no voo desde a Califórnia, e já chegou com a agenda lotada de compromissos, incluindo a filmagem de uma participação na novela "A Força do Querer", da Rede Globo. A primeira parada foi num hotel em Copacabana, Zona Sul do Rio, onde atendeu a imprensa brasileira.
Apesar de estar colhendo os frutos do reconhecimento de seu trabalho, Cyborg já tem a atenção voltada para seu próximo desafio. Não há nada acertado ainda, mas a campeã dos peso-penas (até 65,8kg) acredita que sua primeira desafiante será Holly Holm, ex-campeã dos pesos-galos (até 61,2kg). O treinador da lutadora americana, Mike Winkeljohn, deu declarações recentes assegurando que sua pupila teria condições plenas de vencê-la. A brasileira, entretanto, vê o confronto favorecendo seu estilo.
- Acredito que a Holly não tenha força de nocaute. Todas as lutas dela, ela nocauteia com chute, não nocauteia com soco. Se um dia tiver a oportunidade de lutar só boxe, quem sabe, mas não acredito que ela aceitaria, porque ela migrou do boxe porque não queria mais lutar boxe. Até era para ela lutar com a Cecilia Braekhus, que é a campeã agora, e essa luta não aconteceu porque ela não quis lutar com ela. Mas seria uma luta boa, mas não acredito que ela tenha força de nocautear, o forte dela é o chute. Acredito que eu faria o MMA. Vejo vários pontos falhos na Holly, acho que ela não tem wrestling, na luta contra a (Germaine de) Randamie ela mostrou isso. Pra ganhar dela, teria que levar para o chão, e ela tentou e não conseguiu. Mas acredito na minha parte em pé também, acredito que tenho poder de nocaute e poderia nocautear ela - comentou.
Cris Cyborg cinturão UFC (Foto: Adriano Albuquerque)Cris Cyborg posa com o cinturão do UFC no Rio de Janeiro (Foto: Adriano Albuquerque)
Depois que encerrar sua passagem pelo Brasil, Cyborg vai partir para a Tailândia para iniciar seu camp de treinamentos para a luta; contudo, ainda espera uma confirmação de que Holm vai enfrentá-la. Segundo ela, a americana estaria à espera da luta entre Amanda Nunes e Valentina Shevchenko pelo cinturão peso-galo, em setembro, pois acredita que poderia ser a próxima desafiante em sua categoria. Caso isso se concretize, a brasileira pode ficar sem adversária até o ano que vem; Cat Zingano, que vem pedindo pelo confronto, estaria com problemas médicos que a impossibilitam de lutar até o fim deste ano, e Megan Anderson, ex-campeã do Invicta FC, ainda não tem previsão de retorno após ser forçada a desistir da luta contra a brasileira no UFC 214 devido a problemas pessoais não especificados.
Tudo isso ilustra a situação frágil do peso-pena feminino, que, além de Cyborg e Anderson, não tem outras lutadoras contratadas pelo UFC. Recentemente, a belga Cindy Dandois, que já lutou no passado na divisão, foi cortada pela organização, o que deixou as opções ainda mais curtas.
- (Isso) Me incomoda, eu gostaria que o UFC assinasse com meninas da minha categoria. Não queria lutar com as meninas de 135lb (61,2kg). Eu falo da Holly porque ela é uma das maiores da categoria, ela já lutou nessa categoria (peso-pena), com a Randamie, e acho que, por acaso, ela poderia aceitar para fazer essa luta. Mas eu gostaria de lutar com as meninas da minha categoria. Acredito que tem bastante meninas na minha categoria. Elas estão assinadas com outra organização, mas acredito que, eles dando mais oportunidade nessa categoria, com certeza elas vão querer migrar para o UFC. O UFC é um grande evento e com certeza vai ter mais oportunidade. Eu falo com meu empresário, eu gostaria que eles assinassem. Se tem um plano para mim, acredito que assinar com meninas da minha categoria já mostra que tem, que tem algo mais - argumenta Cyborg.
Haveria uma outra opção: a holandesa Germaine De Randamie, primeira campeã da categoria no UFC. Contudo, a "Moça de Ferro" recusou-se a enfrentar Cyborg desde que conquistou o título em duelo contra Holly Holm em fevereiro, e abdicou do cinturão para não realizar o duelo. Ela alegou que a brasileira era uma "trapaceira" por já ter sido flagrada em exame antidoping duas vezes - Cyborg foi julgada culpada na primeira oportunidade, em 2011, mas absolvida na segunda, no final do ano passado. A atual campeã não engole as desculpas da rival.
- Acho que ela correu, ela deu desculpas… É difícil você ver uma pessoa que não quer lutar e devolver o cinturão, sendo que ela lutou com a Holly pelo cinturão e sabia que quem ganhasse ia lutar comigo. Ela já sabia! Não é uma coisa que pegaram ela de surpresa. Mas eu e meu time já esperávamos. Ou se a Holly pegasse o cinturão, ela talvez ia dar um tempo, tentar lutar pelo cinturão do 135lb e ser a primeira lutadora a ganhar dois cinturões (ao mesmo tempo), então a gente já esperava o que aconteceu. Mas acho que ela estava com medo de lutar, mas você não pode ser lutador e ter medo de lutar. A derrota pode vir, mas se não tentar, você não vai saber. Vai ficar ali no vazio esperando acontecer? E por ela mudar várias vezes de desculpa. Machucou a mão, aí depois, problema familiar, depois problema no trabalho… Tipo, né? Se vai mentir, mente a mesma mentira (risos)! Se for mentira. Mas acredito que ela não queria fazer essa luta - lamenta Cyborg.

Luxa sai em defesa de Jair e pede "critérios" e "regras" para técnicos estrangeiros

Treinador promete levar assunto para ser discutido na semana que vem na CBF

Por GloboEsporte.com, Rio de Janeiro
 
A polêmica declaração de Jair Ventura em relação aos técnicos estrangeiros no Brasil, no qual pegou como exemplo a chegada de Reinaldo Rueda ao Flamengo, continua repercutindo. Quem se posicionou foi Vanderlei Luxemburgo, treinador do Sport e que saiu em defesa do comandante do Botafogo.
Luxemburgo não ficou em cima do muro e prometeu discutir o assunto na CBF (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)Luxemburgo não ficou em cima do muro e prometeu discutir o assunto na CBF (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)
Luxemburgo não ficou em cima do muro e prometeu discutir o assunto na CBF (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)
Na segunda, Jair disse que os estrangeiros estavam "tirando espaço dos brasileiros". Luxa disse que o colega alvinegro em momento algum quis atacar Rueda, mas, sim, pedir critérios iguais aos treinadores brasileiros e estrangeiros.
- O que eu penso sobre isso? O técnico estrangeiro pode vir ao Brasil, mas ele tem que seguir as normas que teriam que existir no futebol brasileiro. Para eu ser técnico do Real Madrid e ser aceito, a CBF teve que enviar para o clube e para a federação espanhola o meu currículo e confirmar que eu era técnico no Brasil - disse Luxembrugo, em trecho do seu longo texto publicado em uma rede social.
Veja abaixo, na íntegra, a postagem de Vanderlei Luxemburgo:
"Sobre esse assunto que dominou o noticiário hoje, o primeiro ponto é o seguinte: quero desejar ao Rueda todo sucesso no Brasil. Que ele seja muito bem-vindo ao nosso país e que consiga repetir os bons trabalhos que fez por onde passou, em clubes e seleções, além de trazer coisas novas para o nosso conhecimento. Os comentários do Jair não foram em relação ao treinador Rueda, e sim à estrutura do futebol brasileiro.
Eu entendi bem o que ele quis dizer. E não é corporativismo, é uma questão conceitual. Por ter vivido fora do Brasil essa expectativa, é muito importante eu comentar, pegando esse gancho do Jair, que é um menino. Quando se tem opiniões fortes e você as torna públicas, você está sujeito a críticas e a elogios. E algumas pessoas, que acham que são donas da verdade, já são costumeiras em denegrir a imagem de treinador de futebol.