sábado, 29 de junho de 2019

Por Marcelo Barone — Rio de Janeiro
 

Suspensa dois anos por um flagrante por doping no qual ficou comprovada a contaminação de suplementos, a peso-palha amanda Ribas finalmente fará a sua estreia no UFC neste sábado, em Minneapolis (EUA). Em conversa com o Combate.com por videoconferência, a mineira surpreendeu ao revelar que, mesmo lutando na categoria mais leve da organização, cujo limite de peso é de 52,6kg, o seu maior vício é em reality shows sobre culinária.
Amanda Ribas fará sua estreia no UFC neste sábado, em Minneapolis, contra Emily Whitmire — Foto: Raphael MarinhoAmanda Ribas fará sua estreia no UFC neste sábado, em Minneapolis, contra Emily Whitmire — Foto: Raphael Marinho
Amanda Ribas fará sua estreia no UFC neste sábado, em Minneapolis, contra Emily Whitmire — Foto: Raphael Marinho
- Eu sou viciada em reality shows sobre culinária, fico assistindo o dia inteiro. Perdendo meu peso e assistindo. Coisa de doido! Eu fico assistindo a eles comendo e meio que mato a minha fome. Não sei o que acontece (risos). Eu fiz até uma listinha com o que eu vou comer depois da luta. Desde as coisas mais simples que são cereais com iogurte até petit gateau, cuscuz marroquino, donuts... Acho que só. Ah, claro, meu querido chocolate. Pão de queijo. Se for falar de comida vou ficar um tempão (risos). Mas vou comprar muito chocolate! Querendo ou não, como eu perco bastante peso. Por isso, depois da pesagem, eu tento comer direitinho ainda. Como chocolate, mas pouco. Só depois da luta mesmo.
Amanda não esconde a empolgação por ter chegado a hora de se apresentar no octógono. O tempo em que ficou suspensa a ajudou a se acostumar com tudo o que envolve o UFC, e a quebrar a expectativa por fazer parte da organização.
– Nossa, eu sou estou muito feliz. A palavra que me resume é felicidade. Desses dois anos desde que eu assinei com o UFC, fiquei praticamente esperando esse momento. A lição que eu tirei foi que Deus tem o tempo certo para tudo. Hoje tenho a certeza que sou uma atleta muito consciente, mais experiente. Tanto que frequentei muito o UFC e fiquei acostumada com o meio. As pessoas acham que é só vir e lutar. O UFC tem toda uma estrutura de dar entrevistas. Se eu tivesse lutado quando assinei, iria ficar nervosa, porque eu não ia estar acostumada. Esse tempo serviu para eu me preparar muito, melhorar meu chão, meu striking e meu inglês, para poder dar uma entrevista boa. A estrutura que o UFC dá é muito boa. Já cheguei aqui e tinha minha marmita, suplemento e fico mais tranquila com a marca, porque não estava tomando nada de suplemento, acho que vai dar uma melhorada no corpo.
Amanda Ribas conquistou título mundial amador de MMA nos EUA — Foto: Eduardo FerreiraAmanda Ribas conquistou título mundial amador de MMA nos EUA — Foto: Eduardo Ferreira
Amanda Ribas conquistou título mundial amador de MMA nos EUA — Foto: Eduardo Ferreira
Perguntada sobre as características de sua adversária e como espera que a luta se desenrole, Amanda Ribas disse acreditar que a luta será disputada em um ritmo acelerado, sem muitos estudos, e empolgante para os fãs. A mineira revelou já ter visualizado diversas vezes como pode vencer, e deixou escapar que a chave de braço (armlock, em inglês) pode ser um caminho para a vitória. Mas um nocaute ou uma recuperação após estar em desvantagem não estão descartados do imaginário da atleta.
– Já tinha assistido no TUF, estou ligada nas lutas dela. Gostei muito da luta porque ela está vindo de duas vitórias no UFC. Então pegar uma atleta que está subindo é muito bom para mim. Quem quer ser campeã tem de pegar as melhores. Eu acho que ela gosta de fazer chão, e eu também gosto. No jogo em pé ela não para, bate e sai. Tem tudo para ser uma luta excitante. Nenhuma de nós duas anda para trás, vai ser um jogo legal de assistir. Eu acho que vai desenrolar no chão. Mas se ficar em pé, acho que não vamos ficar estudando muito. Vai ser aceleração o tempo inteiro. Eu gosto de visualizar tudo, tanto eu derrubando e saindo para um "armlockão" e quebrando o braço, como eu por baixo já tendo que rodopiar e ir para costas. Já imaginei nocaute, já imaginei finalização, já imaginei tomando um atraso e recuperando. Já imaginei tudo. Mas espero terminar com um mata-leão bem apertado e o juiz levantando meu braço.
Originária do judô, Amanda Ribas passou parte dos dois anos em que teve de cumprir a suspensão dividindo os treinos entre Rio de Janeiro e Varginha (MG), sua cidade natal, e finalizou a sua preparação na American Top Team, nos EUA. O foco foi principalmente na trocação e no wrestling, e não faltaram elogios à estrutura da academia americana, principalmente no número de atletas para treinar.
– Nesse tempo que fiquei fora do cage eu treinei com o Miltinho Vieira, no Rio, e com o meu pai lá em Varginha. Esse finalzinho de camp foi na American Top Team. O Parrumpinha e Anderson França vão ser meus técnicos também, meus córneres. Tentei treinar de tudo e melhorar tudo. Treinei bem a minha trocação porque sou uma atleta de judô, então é tudo um pouco travado. Foquei muito na minha queda de judô e wrestling na American Top Team para chegar amassando no chão. Quando eu assinei, tinha ficado oito meses lá treinando direto, e foi muito bom. Lá tem muita gente, muita menina da categoria de cima da minha, estão muito bons os treinos, tem muita variedade.
A suspensão por doping marcou Amanda Ribas. A mineira não esconde a tristeza por ter sido vista como uma trapaceira por conta da admissão de culpa no caso - motivada, segundo ela, pela ausência de recursos para arcar com as despesas com advogados. A reação negativa de alguns fãs, no entanto, serviram de motivação para a lutadora buscar a vitória na sua luta de estreia no UFC
- Querendo ou não, eu fui julgada no caso do doping, depois falaram que foi contaminação e agora que vou mostrar quem é a Amanda. O pessoal não me conhecia. Era a brasileira que tinha sido campeã mundial de MMA amador, assinou com o UFC, mas caiu no doping. Agora viram que era contaminação e finalmente vou estrear. Quero entrar com tudo, com show, para mostrar o que eu fiquei fazendo nesses dois anos parada. No começo eu fiquei chateada, sim, porque tem muita gente que chuta cachorro morto. Eu fiquei muito triste, porque não entendi a situação. Chegavam lá na academia e falavam para minha mãe: "Sua filha usando drogas e dando aulas para meus filhos". Gente que não entende e não é obrigada a entender o que é o doping, que pode ser contaminação. Hoje sou muito mais falada do que gente que até já estreou. Fico muito feliz com isso e posso mostrar que, com muita determinação, fazendo o correto, você pode fazer o que quiser. A justiça tarda, mas não falha.
Combate transmite o UFC Minneapolis ao vivo e com exclusividade neste sábado a partir de 18h30 (horário de Brasília). O Combate.comexibe as duas primeiras lutas em vídeo ao vivo, e acompanha o evento em Tempo Real. Confira o card completo:
UFC Minneapolis
29 de junho de 2019, em Minnesota (EUA)
CARD PRINCIPAL (22h, horário de Brasília):
Peso-pesado: Francis Ngannou x Junior Cigano
Peso-mosca: Jussier Formiga x Joseph Benavidez
Peso-meio-médio: Demian Maia x Anthony Rocco Martin
Peso-leve: Roosevelt Roberts x Vinc Pichel
Peso-leve: Drew Dober x Marco Polo Reyes
Peso-meio-pesado: Alonzo Menifield x Paul Craig
CARD PRELIMINAR (19h, horário de Brasília):
Peso-galo: Ricardo Carcacinha x Journey Newson
Peso-meio-pesado: Eryk Anders x Vinicius Mamute
Peso-pena: Jordan Griffin x Vince Murdock
Peso-leve: Jared Gordon x Dan Moret
Peso-meio-pesado: Dalcha Lungiambula x Dequan Townsend
Peso-palha: Emily Whitmire x Amanda Ribas
Peso-pesado: Maurice Greene x Junior Albini
Por Richard Pinheiro — Vitória, ES
 
Capixaba Karol Rosa encaminha acerto com o UFC e deve estrear em evento na ChinaCapixaba Karol Rosa encaminha acerto com o UFC e deve estrear em evento na China
Divulgação/Arquivo Pessoal
Um dos destaques do MMA nacional nos últimos meses, a capixaba Karol Rosa possui um acerto encaminhado com o UFC, maior evento de artes marciais mistas do mundo. A estreia pode acontecer no card do UFC Shenzhen, no dia 31 de agosto. Porém a adversária ainda não foi definida.
A informação foi confirmada com fontes próximas a atleta da Paraná Vale-Tudo, que tem 24 anos. Além disso, o perfil oficial do Future FC, último evento onde Karol lutou, também fez o anúncio do acerto em suas redes sociais.
Com um cartel de 11 vitórias e apenas três derrotas, Karol Rosa vem em boa fase, acumulando dois triunfos consecutivos em 2019. Em março, a capixaba finalizou Tamires Vidal no MMA Brutus. Logo depois, em abril, Karol venceu a revanche contra Gisele Moreira, por nocaute técnico no Future FC 4.
A lutadora capixaba tinha um duelo marcado contra a americana Jan Finney, pelo Battlefield FC 2, que também acontece na China. Por conta do eventual acerto com o UFC, a luta deve ser desmarcada.