segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Mãe, dona de salão e atrás da 1ª final: a quinta Olimpíada de Juliana Veloso

Em 5ª Olimpíada, mais experiente atleta do time brasileiro de Saltos Ornamentais abre mão de sua especialidade, Plataforma 10m, para tentar o sonho no Trampolim de 3m

Por Rio de Janeiro

Juliana Veloso na Vila Olímpica (Foto: Felipe Siqueira)Juliana Veloso na Vila (Foto: Felipe Siqueira)
Sidney 2000, Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012. Atleta mais experiente da equipe brasileira de Saltos Ornamentais, Juliana Veloso traz na bagagem quatro Olimpíadas. Aos 35 anos, a veterana poderia estar em casa, desfrutando dos filhos Pedro e Tiago, do marido Roberto e cuidando do salão de beleza que administra, em vez de estar encarando a desgastante rotina de uma atleta profissional. Mas quando o Rio de Janeiro foi selecionado sede dos Jogos Olímpicos de 2016, qualquer chance de se aposentar depois de 2012 foi esquecida. Afinal, competir em sua cidade natal não era algo a se descartar assim tão fácil.

- No momento eu tomo conta do salão da família, sou mãe, esposa - porque o marido é tipo um filho, né? Mas a chave do negócio é que eu amo tudo que eu faço. Eu amo ser mãe, amo ser esposa,  amo o meu salão e amo saltar. É difícil para caramba. Mas com amor, a gente consegue. É o jeitinho brasileiro. Quando o Rio de Janeiro foi escolhido eu disse “Putzgrila, vou ter que saltar mais quatro anos e vou ter que conseguir essa vaga, pelo menos tentar com unhas e dentes”. E graças a Deus consegui, estou aqui e vou tentar fazer o meu melhor - contou.
Juliana Veloso com seus dois filhos (Foto: Reprodução)Juliana Veloso com seus dois filhos (Foto: Reprodução)


E conseguiu mesmo. Em dose dupla. Para as provas de trampolim de 3m individual e sincronizado, em parceria com Tammy Takagi. As vagas só foram garantidas na última chance possível, em fevereiro deste ano, na Copa do Mundo de Saltos Ornamentais, disputada no Parque Aquático Maria Lenk, competição que serviu como evento-teste para a Rio 2016.
Juliana Veloso e Tammy Galera garantiram vaga no trampolim de 3m (Foto: Satiro Sodré / SSPress / CBDA)Juliana Veloso e Tammy Galera garantiram vaga no trampolim de 3m (Foto: Satiro Sodré / SSPress / CBDA)

ÚLTIMA OLIMPÍADA?
Seria então a Rio 2016 a última Olimpíada de Juliana Veloso? Segundo ela, melhor não bater o martelo. E quem discordaria de uma atleta que mostra tanto fôlego e determinação? Juliana é a segunda mulher com mais participações em Jogos Olímpicos, atrás apenas de Formiga, meio-campista da seleção de futebol, que vai para sua sexta edição.
- Vamos ver. Eu não tenho planos de me aposentar ainda, não. Ainda quero disputar os Jogos Mundiais Militares. Não quero fazer planos a longo prazo. Vou deixar em aberto. Vamos vendo como ficarão as condições físicas, e aí vejo até onde posso ir - disse.
Copa do Mundo de saltos ornamentais - Juliana Veloso (Foto: Satiro Sodré / SSPress)Juliana Veloso em ação (Foto: Satiro Sodré / SSPress)


Andréia Boheme, treinadora da equipe brasileira, conhece muito bem Juliana. A treina não só na seleção, como também no Fluminense, desde quando a atleta tinha 13 anos. A técnica revela que Veloso chega à quinta Olimpíada com a mesma gana de sua estreia em Jogos Olímpicos.

- Ela é assim: fica nervosa para disputar um estadual ou um mundial. Ela se dedica e mantém o foco, então por isso não vemos como a última Olimpíada ou uma despedida. Está na quinta querendo fazer seu melhor resultado e, assim como os outros atletas, quer um bom resultado em casa. Quando acabar, aí sim foi a última Olimpíada. Mas não falamos sobre isso, pois não queremos antecipar as coisas. É como se estivesse na primeira - conta Boheme. 
Juliana Veloso e a treinadora Andrea Boheme (Foto: Satiro Sodré / SSPress)Juliana Veloso e a treinadora Andréia Boheme (Foto: Satiro Sodré / SSPress)


DA PLATAFORMA PARA O TRAMPOLIM
E na Olimpíada do Rio, Juliana Veloso quer experimentar o sabor de uma “primeira vez”. Diante da torcida brasileira, a atleta tem como objetivo chegar à sua primeira final olímpica. Em Sidney 2000, Pequim 2008 e Londres 2012 não conseguiu passar da fase classificatória. Chegou mais longe em Atenas 2004, quando alcançou as semifinais tanto na plataforma de 10m quanto no trampolim de 3m e terminou, respectivamente, na 16ª e na 18ª colocações.
Para tentar a primeira decisão, mais um desafio. Especialista nas plataformas de 10m de altura ao longo de praticamente toda a carreira, Juliana migrou definitivamente para o trampolim, sete metros mais baixo. A explicação? Chega um momento que o corpo não aguenta tantas quedas de uma altura tão elevada com tanta frequência. Afinal, dez metros é altura equivalente a um prédio de três andares. Além disso, a mudança é estratégica. Para a brasileira, no trampolim ela terá mais chances de encarar de igual para igual suas concorrentes. Algo que não teria mais condições de fazer na plataforma.

- A plataforma castiga muito. Eu saltei muitos anos de plataforma, e agora tenho 35 anos. Um treino de plataforma maltrata as articulações, é um desgaste muito grande. Então o risco de lesão é muito maior. Eu tenho condição de saltar plataforma? Tenho, fui campeã brasileira ano passado depois de seis anos sem saltar de plataforma. Mas não tenho condições de entrar com a mesma série das outras atletas em uma Olimpíada, e no trampolim eu tenho. Tenho uma série de igual para igual para competir com as outras atletas. Então resolvi entrar de cabeça nisso, literalmente - contou.
Juliana Veloso, Saltos Ornamentais, CBDA (Foto: Satiro Sodré / SSPress)Especialidade de Juliana Veloso sempre foi a Plataforma de 10m (Foto: Satiro Sodré / SSPress)
Mas para fazer a transição da plataforma para o trampolim, não bastava apenas treinamento e experiência. Era preciso também uma mudança psicológica. Fator que a atleta tem trabalhado nos últimos anos.

- Eu não me sinto uma atleta de trampolim. Eu sou, de essência, de plataforma. Então isso me deixa um pouco insegura para a hora do evento. Mas eu estou trabalhando muito essa parte emocional desde a outra Olimpíada. Estou botando em minha cabeça: “Juliana, você é atleta de trampolim, foca nisso”.
Copa do Mundo de saltos ornamentais - Juliana Veloso e Tammy Galera (Foto: Satiro Sodré / SSPress)Juliana Veloso e Tammy Takagi na Copa do Mundo (Foto: Satiro Sodré / SSPress)


E para chegar apta à Rio 2016, a atleta teve de superar algumas lesões durante o ciclo olímpico. E se o corpo não colaborar, Juliana tem 

- O que era para ter sido feito, já foi. Tive algumas lesões no caminho que me atrapalharam. Mas eu tenho a experiência. Sei que não adianta ficar afoita querendo treinar. Daqui para frente, os horários de treinos vão ser cada vez menores, o nervosismo geral vai ser cada vez maior. Minha técnica tem muitos atletas na Olimpíada, tem muita gente para se preocupar. Estou preparada tecnicamente e vou tentar saltar com a maior alegria possível. Vamos ver onde isso vai me levar.

Prestes a colocar a quinta Olimpíada no currículo, Juliana também tem autoridade para fazer uma análise da qualidade da Vila Olímpica da Rio 2016 em comparação a das outras edições de Jogos. Ocorreram alguns problemas com as instalações, principalmente com o prédio da delegação da Austrália, o que gerou muita repercussão negativa. Hospedada lá desde a última terça-feira, a brasileira elogiou o local e ficou surpresa com as críticas.

- Não deixa nada a desejar para nenhuma outra Olimpíada. Sidney, realmente, foi a melhor estrutura de todas, tudo impecável, a cidade maravilhosa, de longe a melhor que já fui. Não está ruim. Pelo contrário, está muito bom. O refeitório é maravilhoso, não falta comida, repõem toda hora. Tem muita gente para ajudar, se um negócio caiu, rapidamente aparece gente se prontificando para arrumar. Os quartos são ótimos, super confortáveis. Não tenho nada a reclamar. Posso dizer que Atenas foi incomparavelmente pior que a do Rio. Entendo que teve essa polêmica toda com a Austrália, isso realmente pode acontecer. Porém são 31 prédios de 17 andares cada um, feitos ao mesmo tempo. É normal. Vai ter problema hidráulico, vai ter problema de energia? Vai ter, porque ninguém nunca tinha usado. Todo mundo super solícito para ajudar, para arrumar. Eu, particularmente, não vi nada de ruim. Quando o pessoal da Austrália reclamou, eu estava em casa e imaginei que essas coisas poderiam acontecer. E pela condição que vi quando cheguei aqui, não consegui acreditar que poderia ter alguém reclamando.

Novo campeão, Tyron Woodley quer "luta do dinheiro" contra Nick Diaz

Novo dono do cinturão meio-médio sugere também duelo contra Georges St-Pierre em vez de pegar desafiante nº1: "Não sinto obrigação se seguir o ranking"

Por Atlanta, EUA
Tyron Woodley, UFC 201, MMA (Foto: Getty Images)Tyron Woodley posa com o cinturão após o UFC 201: ele quer primeira defesa do título já em agosto (Foto: Getty Images)
Virou moda: um lutador conquista o cinturão no UFC e, em vez de enfrentar o primeiro da fila de desafiantes, pede por uma luta com maior potencial de vendas. Aconteceu com Conor McGregor, aconteceu com Michael Bisping, e agora aconteceu com Tyron Woodley. Logo após surpreender e nocautear Robbie Lawler no primeiro round do evento principal do UFC 201, neste sábado, em Atlanta (EUA), o novo campeão dos pesos-meio-médios foi colocado frente a frente com o primeiro colocado do ranking da categoria,Stephen Thompson, em link ao vivo com o estúdio da emissora "Fox Sports 1", e Thompson pediu uma chance de desafiá-lo. Woodley, no entanto, lembrou uma declaração do interlocutor de que preferia enfrentar Lawler numa potencial disputa de cinturão, e afirmou que está mais interessado em enfrentar Nick Diaz, polêmico lutador suspenso há 18 meses por sua reincidência em resultados positivos em exames antidoping.
- Acho que você disse que queria enfrentar Robbie Lawler, e você vai ter a chance de enfrentar Robbie Lawler. Nick Diaz sai de sua suspensão em dois dias. Ele é a luta do dinheiro. Eu estou neste jogo há tempos, sou das antigas. Quero ganhar uma grana preta, então se ele quiser lutar em agosto junto com seu irmão Nate Diaz (no UFC 202), acho que eu e ele podemos nos enfrentar no evento. Não estou lesionado. Agosto, estou pronto, 202. Vamos ganhar dinheiro. Acho que ele merece. Acho que ele colocou bundas o suficiente na plateia para merecer ganhar essa grana - respondeu Woodley.
Nick Diaz é um ex-campeão do Strikeforce, mesma organização na qual Woodley lutou antes de o UFC extinguir o evento em 2013. Insatisfeito com seu salário e flagrado em repetidos exames antidoping por uso de maconha, Diaz só lutou três vezes nos últimos quatro anos, e foi derrotado em todas elas - a última delas, contra Anderson Silva em janeiro de 2015, foi anulada porque o brasileiro também foi pego no doping. As duas outras lutas, contra Carlos Condit e Georges St-Pierre, valeram cinturão. Mesmo parado há tanto tempo e fora do top 15 do ranking, ele continua como um dos pesos-meio-médios mais populares da companhia.
Nick Diaz é top 5 no meio-médio em todos os tempos. Georges St-Pierre é o número 1 nos meus olhos. Se sou um atleta nesta divisão e quero dizer que sou o melhor do mundo, acho que tenho que competir com esses caras. Não sinto nenhuma obrigação de seguir o ranking. Quero fazer lutas de dinheiro
Tyron Woodley
O UFC 202 acontece no próximo dia 20 de agosto e terá o irmão de Nick, Nate Diaz, em ação contra Conor McGregor na luta principal. As três semanas de preparação para o evento podem não ser suficientes para que o confronto aconteça, e Woodley ofereceu outra possibilidade na coletiva de imprensa pós-luta: um combate contra Georges St-Pierre, campeão que teve maior longevidade na história da divisão meio-médio no UFC, em 12 de novembro, no evento programado para o Madison Square Garden, em Nova York. GSP está parado desde 2013, quando deu um "hiato" no esporte e abriu mão do cinturão mesmo sem ser derrotado dentro do octógono, mas vem declarando que está pensando num retorno ao MMA.
- Eu tecnicamente acabei de derrotar o melhor peso-meio-médio do mundo. Não era um cara fora do seu auge. Esses caras são lendas. Nick Diaz é top 5 no peso-meio-médio em todos os tempos. Georges St-Pierre é o peso-meio-médio número 1 nos meus olhos. Se sou um atleta nesta divisão e quero dizer que sou o melhor do mundo, acho que tenho que competir com esses caras. Não sinto nenhuma obrigação de seguir o ranking. Quero fazer lutas de dinheiro.
Se a vontade de Woodley for respeitada, é má notícia não só para Stephen Thompson, mas também para Demian Maia, terceiro no ranking, e Carlos Condit, o quinto, que se enfrentam em 27 de agosto e vislumbravam uma possível luta pelo título em seguida. Aos 34 anos, porém, Woodley quer maximizar seus ganhos como campeão.
- Quero ganhar dinheiro. Tenho que ser sincero. O objetivo número 1 era ser campeão mundial dos pesos-meio-médios, mas eu dediquei muito tempo e fiquei longe da família demais. Este é um esporte no qual podemos fazer dinheiro agora, em vez de dizer que alguém mereceu e trabalhou seu caminho pelos rankings - disse Woodley.

Kowalkiewicz pede luta com Joanna em Nova York; Dana prefere Polônia

Após vitória sobre Rose Namajunas, Kowalkiewicz quer luta pelo título dos palhas

Por Las Vegas, EUA
Karolina Kowalkiewicz, UFC 201, MMA (Foto: Getty Images)Karolina Kowalkiewicz venceu Namajunas no UFC 201 (Foto: Getty Images)
Com a vitória por decisão dividida sobreRose Namajunas, no UFC 201, realizado no último sábado, em Atlanta (EUA), Karolina Kowalkiewicz conquistou o direito de lutar pelo cinturão dos palhas da organização, que pertence à sua compatriota, Joanna Jedrzejczyk. A incógnita fica por conta do local do duelo. Karolina quer que a peleja seja realizada no UFC 205, dia 12 de novembro, em Nova York (EUA).
- Eu quero muito lutar contra ela em Nova York. Esse é meu grande sonho, lutar contra ela em Nova York. Ela disse que eu não estou no nível dela, que nunca lutei contra ela, que isso não aconteceria neste ano, mas eu espero que aconteça. Eu estou pronta para ela e espero que ela esteja pronta para mim. Imagina, uma força da Polônia contra outra força da Polônia. Seria algo incrível - disse Kowalkiewicz em coletiva de imprensa após o UFC 201.
Kowalkiewicz aproveitou para iniciar o duelo de provocações com a campeã. Apesar de mostrar respeito, a desafiante disse que Joanna está com medo. 

- Joanna é uma lutadora muito boa. Eu a respeito muito. Ela é a melhor do mundo. Talvez eu não seja a melhor, mas posso ser. (...) Eu acho que ela está com medo. Só isso.
DANA PREFERE DUELO NA POLÔNIA
Presidente do Ultimate, Dana White já deixou clara sua vontade de expansão da companhia pela Europa. Por isso, um confronto entre as duas polonesas pelo título dos palhas na Polônia é sua primeira opção. 

- Eu adoraria fazer essa luta na Polônia. Joanna queria que a gente assinasse com ela para que pudesse mostrar para todo mundo que ela é a melhor da Polônia. Eu poderia vê-las lutando em Nova York, mas prefiro vê-las na Polônia - disse o mandatário à "Fox Sports" americana.

Kowalkiewicz vence Namajunas e garante "luta polonesa" pelo cinturão

Compatriota de Joanna Jedrzejczyk se credencia a disputar o título dos pesos-palhas. Card principal do UFC 201 tem nocaute de Ellenberger e lutas movimentadas

Por Atlanta, EUA
A polonesa Karolina Kowalkiewicz se credenciou para disputar o cinturão dos pesos-palhas do Ultimate contra sua compatriota Joanna Jedrzejczyk ao derrotar, neste sábado, a americanaRose Namajunas por decisão dividida (29-28, 28-29, 29-28), na co-luta principal do UFC 201, em Atlanta (EUA). Ao ouvir o anúncio de sua vitória numa luta muito equilibrada contra a terceira colocada no ranking da categoria, Kowalkiewicz se ajoelhou e chorou de emoção. Ela quer calar a sempre confiante Jedrzejczyk, que já começou a provocá-la nas últimas semanas.
- É meu sonho realizado. Quero enfrentar a Joanna Jedrzejczyk agora. Ela diz que eu não estou no nível dela, mas estou pronta. Não conheço a Joanna, mas eu a respeito muito, ela é a número 1 no mundo agora. Eu quero enfrentar as melhores e ser a melhor - disse a lutadora.
Karolina Kowalkiewicz Rose Namajunas UFC 201 (Foto: Getty Images)Karolina Kowalkiewicz e Rose Namajunas fizeram luta muito parelha em Atlanta (Foto: Getty Images)
O primeiro round foi de muito estudo e cautela. Ciente da vantagem de envergadura da adversária e de seu perigo na luta agarrada, Kowalkiewicz tratou de se movimentar por fora e não se expor muito. Namajunas, contudo, encontrou espaço para acertar alguns cruzados e chutes baixos. Kowalkiewicz melhorou nos dois minutos finais, desequilibrou Namajunas com um cruzado e soltou mais seu jogo. Em um clinche do muay thai, ela acertou joelhadas no corpo. A americana logo a agarrou e a derrubou para encerrar o round por cima.
Namajunas demorou menos tempo para buscar a luta agarrada no segundo assalto. Ela pregou Kowalkiewicz contra a grade, mas teve dificuldades para levar a polonesa ao solo. Kowalkiewicz se manteve em pé e se desvencilhou após acertar uma dura cotovelada. Namajunas respondeu com uma forte combinação de jab e direto. Ela também fez a adversária sentar no chão com um pisão frontal na linha de cintura. Kowalkiewicz impediu que a luta fosse para o solo novamente e cresceu de novo nos minutos finais, acertando joelhadas a cada momento de clinche.
O terceiro e último round foi ainda mais equilibrado. Namajunas teve um bom pontapé lateral alto, mas Kowalkiewicz acertava boas combinações. A polonesa aproveitou um momento de desequilíbrio da adversária para pressionar, acertou um bom upper e defendeu uma entrada de queda. Namajunas acabou caindo de costas no chão, com Kowalkiewicz por cima. A polonesa foi batendo na cabeça e no corpo. Namajunas ameaçou uma chave de braço, tentou pegar a perna da adversária numa chave de calcanhar, sem sucesso. Kowalkiewicz teve de se esforçar também para evitar um triângulo, mas conseguiu manter-se em vantagem. As duas se levantaram e terminaram a luta trocando golpes em pé.
JAKE ELLENBERGER SE RECUPERA DE MÁ FASE COM NOCAUTE EM MATT BROWN
Jake Ellenberger, Matt Brown, UFC 201, MMA (Foto: Getty Images)Jake Ellenberger acerta o chute na costela que encerrou a noite de Matt Brown (Foto: Getty Images)
O "Fanático" voltou com tudo. Com cinco derrotas nas últimas seis lutas, Jake Ellenbergerprecisava de uma vitória no UFC 201 para se manter na organização, e o fez de maneira espetacular, ao impor o primeiro revés por nocaute técnico na carreira de Matt Brown, em apenas 1m46s do primeiro round no confronto válido pelo card principal.
Com as "costas na parede" por conta de sua má fase, Ellenberger não perdeu tempo: soltou um cruzado de direita logo em seu primeiro ataque. Brown caiu, e parecia que a luta terminaria ali. O "Fanático", contudo, acabou gastando energia demais para tentar matar o "Imortal", que resistiu, se levantou e foi para cima. Ele parecia estar virando a maré, quando Ellenberger conectou um chutaço de esquerda na costela de Brown, que caiu de novo. Desta vez, Brown não conseguiu se proteger mais, e Ellenberger finalizou a luta com golpes na cabeça. Ele comemorou muito e, ao ser abraçado pelo treinador Rafael Cordeiro, exclamou aliviado: "Estou de volta!"
- Eu precisava retomar o foco. Eu achei que ia terminar a luta logo no início, mas ele é um cara que tem uma resistência impressionante. Tenho que agradecer ao mestre Cordeiro e ao meu time, trabalhamos nesse chute - disse Ellenberger na entrevista pós-luta.
Matt Brown agora se vê em situação semelhante à de Ellenberger: perdeu quatro de seus últimos cinco combates.
ERIK PÉREZ VENCE FRANCISCO RIVERA EM LUTA COM TERCEIRO ROUND "INSANO"
Vindo de quatro derrotas nas últimas cinco lutas, o peso-galo americano Francisco Rivera tentava a recuperação diante do mexicano Erik Pérez no UFC 201. Os dois lutadores fizeram uma luta movimentada, com um terceiro round insano, mas Pérez levou a melhor diante de um rival exausto e agora muito ameaçado de demissão, vencendo por decisão unânime (30-26, 30-26 e 29-28).
Erik Perez, Francisco Rivera, UFC 201, MMA (Foto: Getty Images)Erik Perez (esq.) e Francisco Rivera trocaram golpes francamente, para delírio dos fãs (Foto: Getty Images)
Rivera foi para a luta buscando a trocação, e conseguiu acertar bons golpes em Pérez no início da luta. O mexicano resistiu aos cruzados de esquerda do americano e desferiu dois chutes na região das costelas do americano, mas sem muita potência. Rivera tentou responder na mesma moeda, mas teve a perna travada. Mesmo sem conectar golpes potentes, o americano acertava mais que o rival, principalmente após a metade do round.
Erik Pérez tomava a iniciativa do combate, e Rivera buscava os contra-ataques, aproveitando que a luta era disputada na curta distância. O mexicano se movimentava mais, e uma cotovelada acertou o rosto do americano, que não demonstrou sentir o golpe. Rivera demonstrava desgaste e cansaço, e ficou por baixo no chão junto à grade nos momentos finais do round.
O terceiro round começou de forma insana. Completamente exaurido, Rivera partiu para a trocação aberta, e Pérez aceitou a proposta do rival. Os dois passaram a trocar socos duríssimos, e o americano insistia para que o mexicano fosse para a pancadaria aberta. Pérez percebeu que Rivera estava exausto e o derrubou, levando a lita para o chão e ficando por cima. Já muito cansado e sangrando bastante na parte direita da cabeça, Rivera já não apresentava uma resistência grande ao mexicano, que o dominava no solo. Apesar das vaias do público, o árbitro George Allen não interferiu para levantar os atletas, que ficaram no solo até faltarem 30s para o fim da luta, quando se levantaram e passaram a trocar golpes, que em sua maioria passaram no ar, sem atingir o alvo.
"PRESEPEIRO", FREDY SERRANO PERDE PARA RYAN BENOIT POR DECISÃO DIVIDIDA
A luta que abriu o card principal do UFC 201 teve a disputa entre os pesos-moscas Fredy Serrano, da Colômbia, e Ryan Benoit, dos EUA. Abusando das "presepadas", tentando golpes e entradas pouco comuns na guarda do rival, Serrano acabou derrotado por decisão dividida dos juízes (29-28, 28-29 e 29-28).
Ryan Benoit Fredy Serrano UFC 201 (Foto: Getty Images)Ryan Benoit acerta um golpe de esquerda na sua vitória sobre Fredy Serrano no UFC 201 (Foto: Getty Images)

A luta começou em alto ritmo, com os dois lutadores trocando chutes e, após um desequilíbrio, Serrano desferir um duro soco em Benoit, que se afastou. Após alguns momentos de movimentação, o colombiano ergueu o americano e o derrubou com uma queda sensacional. Benoit conseguiu se levantar e acertou um soco de direita em Serrano, que sentiu. O americano tentou uma guilhotina, mas Serrano defendeu e conseguiu se levantar. Aparentando algum cansaço, os dois diminuíram o ritmo no fim do round, mas no segundo final Ryan Benoit acertou um golpe em Serrano, que não gostou e empurrou o americano após o árbitro separá-los.
A volta para o segundo round começou com Serrano buscando um pisão alto e Benoit encurtando a distância e levando a luta para a grade. O colombiano se livrou da tentativa de finalização do americano e voltou a lutar de pé. Aproveitando o seu wrestling de nível olímpico, Serrano conseguiu uma bela queda em Benoit, ficando por cima no chão e aplicando golpes perigosos com umaregião entre a coxa e o joelho na cabeça do rival, o que é proibido. O árbitro o advertiu a segundos do intervalo.
No terceiro e último round, Serrano foi imediatamente nas pernas de Benoit, derrubando-o e ficando na guarda. Após o árbitro ordenar que se levantassem, o colombiano tentou uma queda inusitada, mas não obteve sucesso. Após repetir o movimento - e não obter sucesso novamente - Serrano passou a lutar de pé e controlar a luta à distância. Benoit ainda tentou uma joelhada alta, mas o colombiano não deu brechas na defesa até o fim da luta.