domingo, 1 de julho de 2012

O outro lado de Cris Cyborg: lutadora vira modelo em editorial de moda

Brasileira posa de biquínis e maiôs em fotos clicadas nos Estados Unidos

Por SporTV.com San Diego, EUA
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Os fãs de MMA conhecem bem o perfil de Crys Cyborg como lutadora. Nocauteadora nata - foram oito em 11 combates -, a brasileira chegou ao topo de sua categoria com o título do peso-pena do Strikeforce, segundo evento mais importante dos Estados Unidos. Atualmente suspensa por doping, ela agora mostra um outro lado pouco usado: Cyborg virou modelo para um editorial de moda praia e apareceu de biquíni e maiôs em ensaio fotografado em San Diego.
+ Clique aqui e confira a galeria de fotos com o editorial estrelado por Crys Cyborg
cris cyborg ensaio moda praia (Foto: Renata Amazonas / Divulgação)Cris Cyborg em ensaio de moda praia em San Diego (EUA) (Foto: Renata Amazonas / Divulgação)

Nova camisa do Vasco terá cruz templária dentro da cruz de malta

Novidade foi apresentada pela fornecedora de material esportivo. Uniforme terá também a frase 'Time da Virada'. Lançamento acontece na quinta-feira

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
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Após revelar na última quinta-feira que a nova camisa do Vasco terá estampado um trecho do hino popular do clube, a Penalty, fornecedora de material esportivo do Cruz-Maltino, divulgou mais duas novidades no perfil oficial da empresa no Facebook. A frase "Time da Virada" estará em um selo que virá bordado no uniforme, junto com um brasão e o nome do clube. Mas a grande surpresa veio na cruz de malta.
A nova camisa virá com a cruz templária, usada no atual uniforme azul do clube, bordada dentro da cruz de malta.
Detalhe camisa vasco nova (Foto: Reprodução / Facebook)Mais detalhes da nova camisa do Vasco foram divulgados  (Foto: Reprodução / Facebook)
O novo uniforme do Vasco será lançado na próxima quinta-feira, em evento na megaloja de São Januário. A estreia deve ser na partida contra o Figueirense, dia 8 de julho, em Florianópolis, pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro.

À la Barça, Espanha arrasa Itália, leva
o tri e mostra quem manda na Europa

Com atuação de gala, Fúria vence rivais com gols de Silva, Alba, Torres e
Mata. Mesmo com derrota, Azzurra se garante na Copa das Confederações

Por Marcos Felipe, Rafael Maranhão e Victor Canedo Direto de Kiev, Ucrânia
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A hegemonia do futebol europeu e mundial tem dono. O mesmo dono há quatro anos. Neste domingo, a Espanha mostrou por que não tem adversário na atualidade: goleou a Itália por 4 a 0, no Estádio Olímpico, em Kiev, na Ucrânia, e sagrou-se tricampeã da Eurocopa (1964, 2008 e 2012). Foi o terceiro título consecutivo de peso da Fúria, que, além dos dois torneios continentais, levantou a taça da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.
Os gols do título foram marcados por David Silva, Jordi Alba, Fernando Torres e Juan Mata, todos atletas que não fazem parte da base da equipe formada por Real Madrid e Barcelona - o lateral-esquerdo, no entanto, foi contratado nos últimos dias pelo time culé. Torrer, por sua vez, entrou para a história como o primeiro jogador a marcar em duas finais da Euro. Foi dele o gol da vitória por 1 a 0 sobre a Alemanha, em 2008.
E o título foi à la Barcelona. A Espanha aproveitou para mostrar ao mundo que o futebol de posse e toque de bola, criticado em alguns momentos pela imprensa e por alguns torcedores, dá resultados. Foi justamente desta maneira que a Fúria superou a Itália. Na genialidade de Xavi e Iniesta, responsáveis pelos passes nos gols marcados por David Silva, Jordi Alba e Fernando Torres, a equipe de Del Bosque tornou-se a primeira na história a vencer a Eurocopa duas vezes consecutivas. Apesar da derrota, a Azzurra ganhou um prêmio de consolação: a vaga na Copa das Confederações de 2013, que será disputada no Brasil.
Espanha itália final campeã eurocopa (Foto: Agência Getty Images)Casillas ergue o troféu pelo bicampeonato da Euro (Foto: Agência Getty Images)
Vale lembrar também que o time de Del Bosque não vencia a Itália em competições oficiais desde 1920. A última vitória havia acontecido em partida válida pelos Jogos Olímpicos, na época disputado pelas seleções principais. A Fúria venceu por 2 a 0 nas semifinais do torneio.
Espanha passeia na etapa inicial e abre dois de vantagem
A partida começou da maneira como todos esperavam: a Espanha tocando bola, e a Itália tentando marcar os rivais em busca de uma roubada de bola. Mas não deu nem tempo para a Azzurra entrar no jogo. Logo aos nove minutos, Xavi tabelou com Fàbregas na entrada da área e chutou por cima do gol de Buffon. Foi o cartão de visitas.
No lance seguinte, o primeiro gol da Espanha. Iniesta fez um belo lançamento para Fàbregas nas costas de Chiellini, que atuou improvisado na lateral esquerda. O meia foi à linha de fundo e cruzou para David Silva, que testou de cabeça para abrir o marcador. O lance não animou os torcedores locais, que seguiram vaiando os toques de bola da Fúria e apoiando a Itália.
A partir do gol, a Azzurra até tentou sair mais para o jogo. Pirlo, Balotelli e Cassano tentavam levar a Azzurra ao ataque. Aos 21, Prandelli perdeu Chiellini, que sentiu dores no joelho. Balzarerri, que vinha atuando na lateral direita, entrou na vaga do zagueiro e passou a atuar pelo lado esquerdo. Sete minutos depois, Cassano fez boa jogada e finalizou para defesa de Casillas.
Um pouco superior, a Itália até evitava o toque de bola da Espanha, assustando a Fúria, principalmente, em bolas paradas. Em escanteios ou faltas próximas ao gol, Andrea Pirlo buscava os atletas mais altos da Azzurra na grande área espanhola. Mas em todos os lances, Casillas apareceu para cortar ou fazer a defesa com segurança.
Xavi na final entre Espanha e Itália  (Foto: AFP)Xavi deu um belo passe para Jordi Alba marcar o segundo gol da Espanha (Foto: AFP)
E foi aproveitando essa saída da Itália em busca do empate que a Espanha fez o segundo gol. Aos 40, Casillas deu um chutão, e a bola caiu nos pés de Jordi Alba, que tocou para Xavi. O lateral avançou em velocidade nas costas dos zagueiros, foi lançado pelo apoiador do Barcelona, invadiu a área e tocou na saída de Buffon.
A Itália ainda tentou diminuir a diferença com Montolivo. O meia soltou a bomba da entrada da área, e Casillas fez uma bela defesa no meio do gol. Tudo observado por David Villa e Carles Puyol. Cortados da Fúria por conta de lesões, eles estavam nas arquibancadas do Estádio Olímipico.
Torres e Mata marcam mais dois e consumam goleada
casillas Espanha itália final campeã eurocopa (Foto: Agência Getty Images)Casillas na festa da Espanha (Foto: Getty Images)
A Itália voltou para a etapa final com uma alteração. Cassano deixou a equipe para a entrada de Di Natale, justamente o autor do gol na partida entre as duas seleções na primeira fase do torneio. O atacante teve uma ótima oportunidade de diminuir a diferença logo aos seis minutos. Ele recebeu completamente livre dentro da área e chutou em cima de Casillas, que não sofre um gol em partidas de mata-mata desde a Copa de 2006.
Aos 15, mais um problema para a Itália. Thiago Motta, que havia acabado de entrar em campo, sentiu um problema muscular e deixou a equipe italiana. Com as três alteraçõe já realizadas, a Azzurra ficou com um jogador a menos em campo. E foi justamente a partir daí que o time de Cesare Prandelli passou a ter muitas dificuldades para sair da defesa para o ataque.
E a Espanha? A Fúria não tinha problemas. Tocava a bola, buscava o espaço para tentar fazer mais gols e matar de vez a decisão da Euro. Com dez, a Itália até tentava, mas em vão. A vida da equipe de Del Bosque ficou bem mais fácil. Se tocar a bola no 11 contra 11 já era algo normal, com um a mais se tornou ainda mais tranquilo.
E foi com calma que a Espanha chegou ao terceiro gol. A Itália saiu jogando errado, e a bola sobrou para Xavi, que lançou para Fernando Torres, aos 38. O atacante recebeu em velocidade, invadiu a área e tocou na saída de Buffon. Quatro minutos depois, a goleada era sacramentada: o atacante do Chelsea recebeu dentro da área e rolou para Juan Mata marcar mais um.
O resultado foi o maior da história das finais da Eurocopa. Após o apito final do português Pedro Proença, festa espanhola, que só sofreu um gol na competição, no gramado do Estádio Olímpico de Kiev. Enquanto os italianos ficaram decepcionados, os atletas da Fúria comemoraram com os filhos e as esposas, que puderam ter acesso ao gramado.
ESPANHA 4 X 0 ITÁLIA
Casillas, Arbeloa, Piqué, Sérgio Ramos e Jordi Alba; Busquets, Xabi Alonso e Xavi; Iniesta (Juan Mata), David Silva (Pedro) e Fàbregas (Fernando Torres) Buffon, Abate, Barzagli, Bonucci e Chiellini (Balzaretti); Pirlo, Marchisio, Montolivo (Thiago Motta) e De Rossi; Cassano (Di Natale) e Balotelli
Técnico: Vicente del Bosque Técnico: Cesare Prandelli
Gols: David Silva, aos 14 minutos do primeiro tempo, Jordi Alba, aos 40 minutos do primeiro tempo; Fernando Torres, aos 38 minutos do segundo tempo, e Juan Mata, aos 42 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Piqué (Espanha); Barzagali (Itália)
Árbitro: Pedro Proença (Portugal)
Auxiliares: Bertino Miranda (POR) e Ricardo Santos (POR)
Local: Estádio Olímpico, em Kiev (Ucrânia)

Portuguesa encurrala o Santos, mas clássico no Canindé termina zerado

Lusa perde inúmeras chances durante a partida, principalmente no primeiro tempo. Apático, Peixe segue sem conseguir vencer no Brasileirão

Por Marcelo Hazan São Paulo
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  • lance capital
    47 do 2º tempo
    Borges recebeu passe de Neymar e, completamente livre, isolou por cima do gol de Dida. Jogada definiria o resultado. Sorte da Lusa, que foi melhor no jogo
  • decepção
    Ganso
    Retornando de trabalho de reequilíbrio muscular, camisa 10 pouco apareceu no jogo e foi substituído aos 15 minutos do segundo tempo.
  • estatística
    Só dá Lusa
    A Portuguesa massacrou o Peixe, principalmente na etapa inicial. Só no primeiro tempo, foram cinco chances reais de gol. Desperdício de oportunidades custou a vitória.
A torcida da Portuguesa se encheu de esperança ao ver o ótimo futebol apresentado pelo time na etapa inicial do confronto. A do Santos, certamente, ficou mais preocupada do que já está com tudo o que viu no Canindé. Ao final do empate sem gols neste domingo, pela sétima rodada do Brasileirão, quem teve mais motivos para lamentar foi a Lusa. Abusando do direito de perder gols, o time rubro-verde deixou de conseguir a segunda vitória consecutiva (sábado retrasado bateu o São Paulo, por 1 a 0), enquanto o Peixe escapou de uma derrota que pioraria ainda mais o seu momento. A equipe da Vila Belmirio ainda não conseguiu nenhuma vitória neste Brasileirão.
Se lamenta o empate pelo volume de oportunidades claras, a Portuguesa tem o alento de uma boa performance e da certeza de ter acertado na contratação de Dida. O veterano goleiro foi importante praticando boas defesas e passando segurança à defesa.
Já o Santos vê a média de seu ataque ruir, mesmo com Neymar: são apenas quatro gols marcados nas últimas oito partidas. O craque santista, aliás, não brilhou mais uma vez. Lance que melhor define o momento do Peixe aconteceu no último instante do jogo: completamente livre, Borges recebeu passe de Neymar e isolou a bola.
Na próxima rodada, a Portuguesa vai a Belo Horizonte enfrentar o Atlético-MG, no Estádio Independência, às 18h30m. No mesmo dia, mas às 16h, o Santos recebe o Grêmio, na Vila Belmiro.
- Mostramos que a Portuguesa pode ir bem neste campeonato. Agora, é dar continuidade ao bom trabalho - comemorou Dida.
Lusa massacra, mas não marca
Dida provavelmente nem suou a camisa nos 45 minutos iniciais do confronto pessoal com Neymar. De seu gol, o experiente goleiro de 38 anos apenas assistiu ao jogo como espectador de luxo. Praticamente não trabalhou. Só foi exigido numa falta cobrada por Ganso, mas o chute saiu colocado e fraco: o pentacampeão defendeu em dois tempos. Do outro lado, porém, Rafael teve de se desdobrar para evitar que o massacre da Lusa virasse uma goleada ainda na etapa inicial, dado o número de oportunidades claras desperdiçadas: foram cinco chances reais de gol, contra nenhuma do Peixe. No total, 12 finalizações da Lusa, contra quatro do time da Baixada.
dida portuguesa santos (Foto: Vagner Campos / Agência Estado)Dida praticamente não foi exigido no primeiro tempo (Foto: Vagner Campos / Agência Estado)
Apático e sem qualquer esboço de bom futebol, o Alvinegro, como de costume, ficou dependente dos lances de Neymar. Um bonito chapéu de costas, outro bom lançamento para Douglas e uma falta dura sofrida logo no início da partida davam a impressão de que o jogador faria o que quisesse com a defesa adversária. Ficou só na promessa.
A Lusa, por sua vez, abusou do direito de perder gols. Guilherme, um dos melhores da Portuguesa, Diego Viana e Ananias se revezaram no bombardeio a Rafael. Guilherme tentou de várias maneiras: bomba de fora da área, finalização dentro da pequena área no travessão e cruzamento perigoso nos pés do volante Adriano, que quase fez gol contra, mandando na trave. Houee ainda uma cabeçada de Rogério, que subiu livre e mandou por cima. Era questão de ajuste fino.
Enquanto isso, o Santos seguia insistindo nas bolas para Neymar, que até conseguia vez ou outra levar a melhor sobre os adversários. Bem marcado, porém, o atacante chegou a soltar o braço direito no rosto de Ivan, em lance que lhe rendeu cartão amarelo.
- Pegou sim, mas foi sem querer. Eu fui proteger a bola, ele acabou abaixando e pegou. Mas jamais bateria na cara de alguém - justificou o craque, na saída para o vestiário.
Peixe melhora pouco, e Lusa 'tira o pé'
Percebendo a fragilidade santista pelas duas laterais, Muricy Ramalho voltou para o segundo tempo com duas alterações: Juan entrou no lugar de Léo, e Elano ganhou a vaga do jovem Douglas (Henrique foi deslocado para a lateral direita).
O efeito prático na defesa foi imediato: o Peixe parou de sofrer com as jogadas pelas linhas de fundo (foram nove da Lusa contra nenhuma do Santos na etapa inicial). Mas se defensivamente o Alvinegro se acertou, no ataque continuava improdutivo.
Sentindo o cansaço pela volta ao time após trabalho de reequilíbrio muscular, por conta de uma artroscopia no joelho direito, Ganso deu lugar a Gerson Magrão aos 15 minutos do segundo tempo.
Somente aos 25 minutos, o até então espectador Dida teve trabalho de verdade e precisou sujar o uniforme. Antes de cobrar falta pela esquerda, Elano ouviu a torcida do Santos gritar seu nome. O meia retribuiu o gesto aplaudindo de volta e cruzou na medida para Edu Dracena. No segundo pau, o capitão escorou para o meio da área e Durval chegou cabeceando à queima-roupa. O bom e velho Dida apareceu, operando um milagre e espalmando a bola.
A partida caiu de ritmo, as chances claras desapareceram e nem mesmo a alteração de Geninho, tirando Ananias para a entrada de Rodriguinho, surtiu efeito.
Emoção somente aos 47 minutos, quando Borges perdeu chance incrível, isolando a bola após receber bom passe de Neymar. Não seria justo para a Lusa levar esse gol. Afinal, foi melhor durante a maior parte do jogo.

Bahia e Inter empatam no reencontro de Falcão com os gaúchos

Gabriel marcou para os baianos. Índio deixou tudo igual no Pituaçu

Por GLOBOESPORTE.COM Salvador
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  • O NOME DO JOGO
    Gabriel
    Enquanto esteve em campo, Gabriel atormentou os colorados. O meia foi o responsável pelas principais ações de ataque da equipe de Paulo Roberto Falcão, além de ter sido o autor do gol da equipe.
  • a decepção
    Jajá
    O meia-atacante atuou mais avançado na partida deste domingo, como um atacante ao lado de Leandro Damião. No entanto, o camisa 17 apareceu pouco e não repetiu as atuações de quando joga no meio-campo. 
  • deu certo
    Fabrício
    O lateral-esquerdo entrou ainda na primeira etapa na vaga de Kleber. O camisa 14 não comprometeu na marcação e foi o responsável pelo cruzamento que culminou no gol de empate de Índio.
No reencontro de Paulo Roberto Falcão com o Inter, o técnico do Bahia não conseguiu sair com a vitória no Pituaçu. Na tarde deste domingo, a partida terminou empatada em 1 a 1. Gabriel abriu o placar para o time nordestino no final da primeira etapa. Índio deixou tudo igual no segundo tempo. Com o resultado, o Bahia chegou aos sete pontos no Brasileirão e ao seu terceiro jogo sem perder. O Inter, que buscava a segunda vitória como visitante, soma agora 12 pontos.

Após o jogo, Falcão enalteceu o desempenho da equipe, mas lamentou não sair com a vitória:

– O Bahia fez uma grande partida diante do Inter, que é uma das equipes que brigará pelo título. Acho que a gente merecia um melhor resultado.

Já Nei avaliou o resultado como bom, principalmente pela equipe ter conseguido buscar o empate:
– Tem que pensar jogo a jogo. O empate está de bom tamanho.
Na próxima rodada, o Bahia enfrenta o Botafogo no sábado, às 18h30, no Engenhão. Já o Inter recebe o Cruzeiro na mesma data, ainda sem local definido.

Carinho colorado com Falcão
Se dentro de campo havia a busca pelos três pontos, antes do jogo o que se viu foi a demonstração de carinho por Paulo Roberto Falcão. O técnico do Bahia recebeu abraços de todos os jogadores, além de Dorival Júnior, seu sucessor no comando do Inter. Falcão não escondeu a emoção com o reconhecimento do grupo:
– Não esperava outra coisa deste grupo por tudo que nós vivemos juntos.
Baianos vaiam Bolívar
Com a bola rolando, ficou nítido que Bolívar seria o principal alvo da torcida baiana. A cada vez que tocava na bola, o zagueiro colorado era vaiado pelos presentes no Estádio do Pituaçu, por conta da entrada do camisa 2 em Dodô pelo Brasileirão de 2011. Na ocasião, o então jogador do time nordestino levou a pior e rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo.
O primeiro lance da partida veio com Jajá. Aos 4 minutos, o meia-atacante recebeu na intermediária e arriscou de fora da área pela esquerda do gol de Marcelo Lomba. O Inter seguiu no ataque. No minuto seguinte, D'Alessandro tentou o lançamento para Oscar, mas o goleiro do Bahia ficou com a bola.
Oscar na partida do Internacional contra o Bahia (Foto: Angelo Pontes / Ag. Estado)Oscar tenta se livrar da marcação do Bahia (Foto: Angelo Pontes / Ag. Estado)
Quatro minutos depois, os colorados tiveram outra boa oportunidade. Oscar tocou para D'Ale. O camisa 10 avançou e chutou, mas fraco. Até então tímido, o Bahia começou a se soltar. A equipe de Falcão teve três escanteios seguidos, mas não arrematou. Quando conseguiu sair da pressão, o Inter quase abriu o placar. Aos 12, Leandro Damião recebeu lançamento de Guiñazu e foi derrubado por Jones. Oscar cobrou direto, obrigando Marcelo Lomba a fazer grande defesa.
O Inter não sentia a pressão dos baianos. Aos 19, Oscar cruzou da direita para Jajá, que dominou e colocou na cabeça de Damião. O camisa 9, entretanto, estava desajeitado e mandou por cima do gol de Lomba. Dois minutos depois, Oscar buscou o passe para Elton na pequena área. Mais esperto, o goleiro do Bahia saiu e fez a defesa. Melhores em campo, os gaúchos desperdiçaram mais uma chance aos 22. Oscar recebeu um lindo passe de D'Alessandro. O camisa 16 deixou Marcelo Lomba para trás, mas ficou sem ângulo para o chute. Na sequência, a bola sobrou para D'Ale. O gringo tentou o tradicional drible "la boba", mas perdeu a bola.
Aos 24, Kleber, que fazia sua segunda partida após a lesão muscular na coxa esquerda (e da cirurgia de correção de hérnia inguinal), caiu no chão e foi substituído por Fabrício, sentindo novamente a coxa. O Bahia só chutou aos 33 minutos, com Danny Morais de fora da área. O zagueiro pegou embaixo da bola e mandou longe do gol de Muriel, mas recebeu aplausos dos torcedores. O lance não diminuiu o ânimo colorado. Dois minutos depois, Nei cobrou falta perigosa, que Lomba espalmou, mandando para escanteio.
Bahia busca o ataque e abre o placar
Em uma das poucas vezes que chegou ao ataque, o Bahia reclamou de pênalti aos 40 minutos. Vigiado por Bolívar, Fahel caiu na área e alegou ter sido derrubado pelo colorado. O árbitro Sandro Meira Ricci nada marcou. Três minutos depois, D'Alessandro sofreu falta de Diones. O argentino não gostou da entrada e reclamou com o árbitro, levando amarelo.
E, aos 45, quando parecia que o primeiro tempo terminaria empatado, os baianos chegaram ao gol. Mancini cruzou pela esquerda. Índio cortou, mas a bola sobrou para Gabriel, que teve tranquilidade para dominar e estufar a rede.
Segunda etapa começa com oportunidades para os dois lados
As duas equipes voltaram iguais para a segunda etapa. E o Bahia começou tentando ampliar o placar. Logo no primeiro minuto, Gabriel cruzou para Elias, que dominou e ficou com o escanteio. Gabriel seguiu atormentando os colorados. No minuto seguinte, arremate cruzado. Muriel ficou com a bola.
O Inter, então, respondeu. D'Alessandro recebeu de Jajá e chutou rasteiro. Lomba não deu rebote. Aos 7, Diones mandou uma bomba para fora. A partida continuou aberta. Damião recebeu de D'Alessandro e chutou, mas Danny Morais salvou.
Atrás do empate, a equipe de Dorival se adiantou. E, aos 12, quase levou o segundo. Em rápido contra-ataque, Gabriel arrancou e tocou para Jones, que chutou forte. Muriel salvou o Inter. O Bahia começou a imprimir velocidade e envolver o Inter. Dois minutos depois, Gabriel, novamente, avançou pela esquerda e bateu cruzado. Elias tentou complementar, mas não conseguiu.
Inter empata com Índio
E, quando eram piores em campo, os gaúchos chegaram ao empate aos 17. D'Alessandro cobrou falta. A bola desviou e sobrou para Fabrício. O camisa 14 cruzou e Índio, como um centroavante, teve calma para deixar tudo igual. Antes de morrer no fundo do gol, a bola ainda bateu em Fabinho.
O ritmo frenético do começo da segunda etapa caiu após o gol. As duas equipes trocavam passes, mas o Bahia ainda apresentava mais ambição atrás do segundo gol. O Inter esperava o time de Falcão chegar ao campo de ataque para pressionar a marcação.
Aos 35, o Bahia quase marcou. Nei errou o passe e a bola ficou com Vander, que chutou cruzado. A bola desviou em Bolívar e foi para escanteio. Quatro minutos depois, Kleberson, que fazia sua estreia pelos donos da casa, arrematou rasteiro. Muriel segurou firme.

No minuto seguinte, Oscar buscou o passe para Damião, mas a bola bateu no calcanhar do centroavante. O Inter perdeu outra oportunidade na sequência. Guiñazu cruzou e a zaga afastou. No rebote, Gilberto chutou em cima da defesa.
O final da partida ficou eletrizante. Muriel fez grande defesa aos 41 minutos ao dividir a bola com Lulinha dentro da pequena área. Um minuto depois, o Inter quase virou. Fabrício aproveitou bate-rebate e chutou forte. Lomba segurou.
Na primeira vez que enfrentou o Inter como técnico, Falcão saiu sem a vitória, mas com uma boa impressão da entrega do Bahia.

Sport reage com virada no fim e bate os reservas do Coritiba fora de casa

Leão sai perdendo por 2 a 0, mas busca os três pontos contra adversário que atuava em casa, mas está mais preocupado com a decisão da Copa do Brasil

Por Gabriel Hamilko Curitiba
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O Sport mostrou neste domingo com quantos gols se faz uma bela virada. Depois de estar perdendo por 2 a 0 no Couto Pereira, o time pernambucano não desistiu e buscou a reação, vencendo por 3 a 2. Quando o atacante Anderson Aquino e meia Tcheco abriram o placar, no primeiro tempo, a impressão era de um jogo fácil e três pontos garantidos pelo Coxa, que atuou com os reservas em função da decisão da Copa do Brasil. Mas o clube paranaense baixou o ritmo e viu um até então tímido Sport conseguir igualar o marcador, com Henrique, Marquinhos Gabriel e Felipe Azevedo, que concluiu antes de a bola bater na trave, voltar no corpo do zagueiro Luccas Claro e entrar em gol contra. Um belo resultado para o Leão, que respira na classificação e acaba com a sequência de três derrotas seguidas.
Com a vitória, o Sport sobe para o oito pontos, enquanto o Coxa permanece com sete. Após o primeiro jogo da final da Copa do Brasil, contra o Palmeiras (quinta-feira, às 21h50m), o time paranaense enfrenta o São Paulo, no domingo, às 16h, no Morumbi. O próximo compromisso do Sport é contra o Corinthians, na Ilha do Retiro, no próximo domingo, às 18h30m (de Brasília).
marcel coritiba bruno aguiar sport (Foto: Heuler Andrey / Agência Estado)Marcel e Bruno Aguiar em disputa de bola, no Couto Pereira (Foto: Heuler Andrey/Agência Estado)
Coxa pressiona o Sport no campo de defesa e abre vantagem
O Coritiba B entrou em campo com a mesma garra de todos os duelos disputados no Couto Pereira. O tradicional abafa inicial deu efeito e os quinze primeiros minutos foram de domínio coxa-branca. Em três boas trocas de bola no ataque, o Coxa conseguiu assustar o goleiro Magrão e abrir o placar aos 12 minutos.
O meia Tcheco fez bom lançamento para o atacante Anderson Aquino, que teve calma para tirar do arqueiro e começar a contagem. O Sport só conseguiu finalizar a primeira bola em gol com 14 minutos, quando o atacante Rivaldo arriscou de fora da área.
Com uma boa marcação, que cercava as jogadas ofensivas do Leão, o Alviverde realizava bons desarmes. Em uma saída rápida, Tcheco lançou para Lincoln, que cruzou. A bola passou por Marcel e encontrou Tcheco, novamente, que estufou as redes. Após o gol, o ataque do anfitrião sofreu uma perda, quando Marcel sentiu a coxa direita e precisou ser substituído por Geraldo.
Com o segundo gol, o time coxa-branca relaxou na pressão e deixou o Sport dominar mais a posse de bola. A reação pernambucana surtiu efeito aos 36 minutos.O meia Marquinhos Gabriel enganou a defesa alviverde e encontrou o volante Henrique. A bola bateu nas duas traves antes de passar a linha.
Sem muito barulho, Sport vira a partida
O gol do Sport, ainda na etapa inicial, deu mais ânimo para o time visitante. O técnico Vagner Mancini tirou Rivaldo e colocou o também atacante Willians. O Leão apertou a marcação no campo de defesa do Coxa. As triangulações entre Henrique, Marquinhos Gabriel e Willians eram uma solução para barrar a eficiente marcação coxa-branca.
Para dar mais criatividade ao meio-campo, Marcelo Oliveira sacou Anderson Aquino e colocou o meia Rafael Silva. Em parceria com Geraldo, o jovem atleta de 21 anos movimentou o ataque. Aos nove minutos, o angolano cruzou da direita e Rafael acertou a trave.
A solução pensada por Mancini ainda persistiu no ataque, com a troca de Henrique por Roberson. O Coritiba continuava a desperdiçar gols. O volante França arrancou com a bola em direção a gol, mas ao invés de tocar para Geraldo, chutou muito alto. As finalizações erradas custaram caro. Com 30 minutos, Marquinhos Gabriel saiu entre os dois zagueiros e empatou a partida.
O golpe final para o Coritiba aconteceu aos 40 minutos, quando o atacante Felipe Azevedo mandou uma bomba. A bola acertou a trave e bateu no zagueiro Luccas Claro, para depois calar o Couto Pereira pela terceira vez. Vitória que foi muito comemorada pelos jogadores e comissão técnica do Leão, que vence a primeira fora de casa.

Ferida fechada? Gremistas mudam postura e ignoram R49 no Olímpico

Ao contrário de Grêmio x Flamengo, em 2011, pátio do estádio não registra material ofensivo ao desafeto tricolor antes do confronto contra o Galo

Por Lucas Rizzatti Porto Alegre
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grêmio atlético-mg ambiental pátio ronaldinho (Foto: Lucas Rizzatti/Globoesporte.com)Movimento no pátio foi marcado pla tranquilidade
(Foto: Lucas Rizzatti/Globoesporte.com)
A virada improvável e a chuva de vaias contra o Flamengo parecem ter sido suficientes. Pela calmaria que marca o ambiental no pátio do Estádio Olímpico na tarde deste domingo, o fantasma de Ronaldinho foi exorcizado. No lugar das faixas e gritos de rancor daquele 30 de outubro, um clima sem animosidades antes do confronto entre Grêmio e Atlético-MG, pela sétima rodada do Brasileirão.
Até a famosa faixa que faz uma paródia da Santa Ceia, alçando Ronaldinho à condição de Judas, não deu as caras no Olímpico. Mesmo sem tantas provocações, a Brigada Militar segue com a postura adotada no ano passado. Não deixa passar para o interior do estádio qualquer material depreciativo ao desafeto gremista. No entanto, desta vez, o trabalho foi facilitado. Em vez das pilhas de cartazes recolhidos em 2011, nenhum objeto de protesto havia sido apreendido até as 17h.
Ao contrátio de remoer o passado, a torcida preferiu saudar o que vem por aí. O domingo marca a estreia de Zé Roberto no time de Vanderlei Luxemburgo e a promoção de Marcelo Grohe como titular. Victor foi vendido para o Atlético-MG por 3 milhões de euros mais 50% dos direitos econômicos de Werley.
relembre o clima em 2011
A torcida do Grêmio não perdoa as duas "traições" do antigo prata da casa - a saída rumo ao Paris Saint-German, em 2001, e a preferência pela Flamengo no retorno ao Brasil, no ano passado. Em 30 de outubro, quando o Flamengo enfrentou o clube gaúcho no Olímpico, Ronaldinho reencontrava pela primeira vez a sua antiga casa. O confonto foi marcado por muitas vaias e uma bateria infindável de protestos - de cédulas de dinheiro a faixas com a inscrição "pilantra".
O clima bélico gerado ajudou o Grêmio, que saiu de uma desvantagem de 2 a 0 para virar em 4 a 2, e ainda provocou uma reação forte de Ronaldinho, pouco afeito a entrevistas:
- Se comparar com a torcida do Flamengo, isso não é muito barulho, não - disse em entrevista no gramado logo após aquela partida.
Grêmio e Atlético-MG se enfrentam a partir das 18h30m. Se vencer, o clube gaúcho fica com a vice-liderança. Já o Galo, com três pontos, assumiria o topo da tabela.

'A Espanha não pode ser avaliada como as outras', diz Mano Menezes

Técnico da seleção brasileira elogia o jogo coletivo da Fúria e afirma que, mesmo com as críticas, o estilo de posse de bola não será abandonado

Por SporTV.com Kiev
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Bicampeã da Eurocopa, a Espanha é uma seleção diferente das outras, na opinião do técnico da seleção brasileira, Mano Menezes. O treinador, em entrevista ao SporTV, afirmou que, por causa do ótimo  jogo coletivo, a Fúria não pode ser comparada aos adversários.
- O time, a seleção, a equipe, o jeito de jogar. A gente não pode analisar a Espanha do jeito que analisa todas as seleções. Já começaram a aparecer as primeiras críticas, que o futebol está muito aborrecido. Mas eles nunca irão mudar a maneira de jogar. Eles não te dão a bola, estão confiantes jogando assim. Não criam tanto, porque os adversários não deixam, mas estão sempre tentando - disse Mano Menezes, que está na Ucrânia para assistir à decisão da Eurocopa.
Sobre a outra finalista do campeonato europeu, a Itália, o técnico da Seleção destacou o volante Pirlo, do Juventus, e o atacante Balotelli, do Manchester City.
- A Itália centraliza a responsabilidade no Pirlo, que é um volante que está jogando como meia, com liberdade. E ele dá o retorno para esse sacrifício que o time faz por ele. Além disso, tem o Balotelli, que dá profundidade ao time. Oscila muito, dentro do próprio jogo, mas o técnico (Claudio Cesare Prandelli) confiou nele e pode ganhar no um contra um em cima dos zagueiros.
Sobre a Eurocopa, o treinador afirmou não ter visto novidades nas 16 equipes, mas percebeu a tendência de controlar mais a bola em todas as equipes.
- Novidade tática, não houve. Mas a proposta de jogar mais é evidente em todos que se sobressaíram. Isso ficou claro. Até a Itália, que sempre procurou jogar em cima dos erros do adversário, fez jogos muito bem jogados. Por exemplo, contra a Inglaterra, onde propôs o jogo, atacou mais, criou oportunidades. São situações bastante claras e, principalmente, o setor de meio de campo é importante nessa nova maneira de jogar.
Na próxima quinta-feira, Mano Menezes vai anunciar os 18 jogadores que disputarão as Olimpíadas de Londres. O treinador não antecipou nomes da lista.
- Sobre a convocação, falaremos na quinta-feira.

Boca repete time da Bombonera
para tentar título no Pacaembu

Técnico Julio César Falcioni mantém titulares da primeira final e prepara equipe para tomar iniciativa do jogo e ter posse de bola contra o Timão

Por Alexandre Lozetti Buenos Aires
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Júlio Cesar Falcioni no treino do Boca Juniors (Foto: Alexandre Lozetti / Globoesporte.com)Técnico Falcioni dá autógrafo a torcedor do Boca
(Foto: Alexandre Lozetti / Globoesporte.com)
Domingo de trabalho para os jogadores do Boca Juniors. A três dias da grande decisão da Taça Libertadores, a equipe fez um coletivo na Bombonera. Com céu nublado, ao contrário do treino do Corinthians no Brasil, o técnico Julio César Falcioni indicou que os titulares do empate por 1 a 1 serão mantidos no Pacaembu.

A opção já ficou clara desde o aquecimento. Os dez jogadores de linha se dividiram e fizeram trabalho de toques curtos num espaço muito pequeno de campo. Depois, piques rápidos antes de a bola rolar. Pelo treino, já foi possível notar algumas opções de Falcioni para a decisão.

Roncaglia, autor do gol na Bombonera, praticamente não apoiou. O lateral-direito teve muito trabalho para marcar Emerson nos primeiros 90 minutos e deverá ser quase um zagueiro na partida do Pacaembu. Do outro lado, Clemente Rodríguez também não deverá ser dos mais presentes no ataque, embora seu apoio e as tabelas com Riquelme sejam um trunfo. Quando ele sobe, cabe ao meia Erviti fazer sua cobertura.

No treino, a saída de bola ficou muito dependente do volante Ledesma, que não é dos mais habilidosos. Na última quarta-feira, principalmente no primeiro tempo, o Boca sofreu muito com a dificuldade de sair jogando e apelou para os chutões.

Riquelme no treino do Boca Juniors (Foto: Alexandre Lozetti / Globoesporte.com)Boca Juniors treina bola parada para surpreender o Timão (Foto: Alexandre Lozetti / Globoesporte.com)
Para fugir da pressão, os argentinos poderão usar o feitiço contra o feiticeiro. Neste domingo, Falcioni mandou que sua equipe marcasse no campo de ataque e tentasse ficar com a posse de bola o maior tempo possível.

Apesar de jogar fora de casa, o Boca Juniors não acredita que o Corinthians vai mudar sua filosofia de defender. Na visão dos jogadores, a equipe comandada por Tite é defensiva, gosta de jogar dessa forma e caberá aos argentinos tomar a iniciativa de dominar a partida.

O coletivo terminou depois de cerca de 40 minutos, com vitória dos titulares por 1 a 0, gol marcado pelo “Tanque”, Santiago Silva, após cruzamento de Mouche pela direita. Foi o último encontro do Boca Juniors com seus torcedores antes da final, já que o treino desta segunda-feira será fechado e, na terça pela manhã, a equipe viaja para São Paulo, onde treinará à noite no Pacaembu para reconhecer o gramado da final.
Riquelme no treino do Boca Juniors (Foto: Alexandre Lozetti / Globoesporte.com)Riquelme durante treino do Boca Juniors neste domingo (Foto: Alexandre Lozetti / Globoesporte.com)

'Bruxa solta' altera mais uma vez o card principal do UFC 149

Siyar Bahadurzada, que enfrentaria Chris Clements, sofreu uma lesão durante os treinos e não lutará. Substituto do afegão será Matt Riddle

Por SporTV.com Las Vegas, EUA
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Poster oficial do UFC 149 (Foto: Divulgação UFC)Poster oficial do UFC 149 (Foto: Divulgação UFC)
A bruxa definitivamente parece estar solta e a vítima, mais uma vez, é o UFC 149. O evento, que será realizado no dia 21 de julho, em Calgary, no Canadá, teve mais uma vez o card principal alterado. Siyar Bahadurzada, que lutaria contra Chris Clements, sofreu uma lesão durante os treinos e não lutará. O substituto do afegão será Matt Riddle.
Esta é a terceira mudança apenas nesta luta. O combate inicialmente marcado era entre o brasileiro Thiago Alves "Pitbull" e Yoshihiro Akiyama. Após a lesão do japonês, no início de maio, Bahadurzada foi convocado para substituí-lo. No início de junho, o brasileiro foi cortado do evento, após sofrer uma lesão no peitoral. Chris Clements foi chamado para a vaga de Thiago e agora enfrentará Matt Riddle, no lugar de Bahadurzada.
O UFC 149 já sofreu alterações em todas as luta do card principal. O evento-principal seria a luta entre José Aldo e Erik Koch, mas o brasileiro sofreu um estiramento no músculo posterior da coxa e foi cortado. Michael Bisping também se lesionou e ficou de fora. O americano enfrentaria Tim Boetsch e foi substituído por Hector Lombard.
Quem também ficou de fora da edição de Calgary foi Rodrigo Minotauro. O brasileiro, que enfrentaria Cheick Kongo, não se recuperou da fratura no braço e adiou seu retorno aos octógonos, sendo substituído por Shawn Jordan.
Siyar Bahadurzada UFC MMA (Foto: Reprodução/Vimeo)Siyar Bahadurzada foi o 'lesionado da vez' e está fora do UFC 149 (Foto: Reprodução/Vimeo)
O card ainda sofreu outras mudanças, como a luta entre Mauricio Shogun e Brandon Vera, que passou a ser o evento principal do UFC: Shogun x Vera, em Los Angeles, dia 4 de agosto. Com todas as alterações, o principal combate da noite será a disputa pelo cinturão interino dos pesos-galos, entre Renan Barão e Urijah Faber, luta que também sofreu com a onda de lesões que assola o UFC. Faber lutaria contra Dominick Cruz, atual detentor do cinturão, que sofreu uma lesão no ligamento cruzado anterior do joelho, sendo substituído pelo brasileiro.
UFC 149
21 de julho de 2012, em Calgary (CAN)
CARD PRINCIPAL*
Renan Barão x Urijah Faber
Hector Lombard x Tim Boetsch
Claude Patrick x James Head
Shawn Jordan x Cheick Kongo
Matt Riddle x Chris Clements
CARD PRELIMINAR*
Court McGee x Nick Ring
Roland Delorme x Francisco Rivera
Ryan Jimmo x Anthony Perosh
Bryan Caraway x Mitch Gagnon
Daniel Pineda x Antonio Carvalho
Mitch Clarke x Anton Kuivanen
* A ordem dos combates ainda não está definida oficialmente

Wand garante presença no UFC 148: 'Vou ver o Spider quebrar o Sonnen'

Lutador brasileiro revela que vai para Las Vegas ainda neste domingo

Por SporTV.com Rio de Janeiro
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Depois de perder para Rich Franklin no UFC 147, em Belo Horizonte, Wanderlei Silva permaneceu no Brasil por mais alguns dias. Entretanto, a estadia em seu país de origem termina neste domingo. O curitibano avisou que vai retornar para Las Vegas (EUA), onde mora, e que já tem programação para o próximo fim de semana.
- Foi sem dúvida nenhuma o evento que eu mais gostei de lutar, dei o meu máximo, espero que  tenham gostado, pois eu luto para vocês, que são minha razão. Vou ver o Spider quebrar o Sonnen ao vivo e, quando ele cair, dê mais uma por mim. Vai dar tudo certo, mais uma vez campeão, torço por ti - escreveu Wand no Twitter.
Wanderlei Silva  Rich Franklin ufc 147 mma (Foto: Getty Images)Wanderlei Silva (esq.) fez o evento principal do UFC 147 contra Rich Franklin (Foto: Getty Images)
O "Cachorro Louco" vai para os Estados Unidos, mas já tem data para voltar ao Brasil. Ele promete retornar ainda em julho.
- Estou voltando com o coração apertado, aqui é bom demais, eu amo nosso país. Realizei mais um dos meus sonhos lutando aqui. Em 20 dias eu volto!
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Depois da derrota para Franklin, Wand está sem luta marcada no UFC. A expectativa é a de que ele faça pelo menos mais um combate em 2012.

Seedorf vira realidade, e sonho do presidente agora é o Brasileiro

Maurício Assumpção não se satisfaz com chegada do holandês ao Botafogo: 'Minha grande vitória vai ser quando der o título para a torcida'

Por Thales Soares Rio de Janeiro
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Do primeiro contato com a colaboração do ex-jogador Serginho, funcionário do Milan, ao sim de Seedorf, foram mais de dois anos. Em maio de 2011, o presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, e o então vice de futebol André Silva viajaram para Milão, encontraram o holandês e sua agente Deborah Martin e saíram de lá com a certeza de que poderiam trazer o jogador, que se transformaria em uma das maiores contratações do futebol brasileiro.
O momento crucial para Maurício aconteceu em novembro do ano passado, quando Seedorf enviou uma equipe para avaliar a estrutura do Botafogo, o time que estava formado e o projeto para o ano seguinte, quando pretendia desembarcar no clube. A espera valeu a pena e, agora, ele busca colher os frutos, mas não se satisfaz apenas com a chegada de reforço.
- Minha grande vitória vai acontecer na hora em que der o título brasileiro para a torcida - avisou Maurício Assumpção, que, nesta entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, lembrou como foi a longa negociação para contratar o jogador e mostrou tranquilidade na relação com o restante do time.
Mauricio Assumpção, Botafogo (Foto: Fernando Soutello / AGIF)Mauricio Assumpção traça metas para o Botafogo de Seedorf (Foto: Fernando Soutello / AGIF)
Em algum momento você temeu que a contratação de Seedorf pudesse não acontecer?
- Pelo nível das negociações com a Deborah, que em todo processo foi de uma correção ímpar, com tudo muito positivo e no alto nível em que isso foi tratado, ficava uma dúvida se iria ou não, o que é normal, mas a esperança que pudesse acontecer sempre foi grande. Poucas vezes vi uma relação dessa forma. No nosso primeiro contato, ela disse que não havia intermediário e trataria de tudo. Falei que haveria uma equipe do Botafogo à disposição dela que responderia pelo presidente do clube. Isso foi muito importante.
seedorf (Foto: Agência Reuters)Seedorf é do Botafogo (Foto: Agência Reuters)
Como o Botafogo conseguiu chegar ao Seedorf?
- Nosso primeiro contato com ele foi através do Serginho, ex-jogador do Milan, que agendou essa ida minha à Itália em maio do ano passado para encontrar com ele. A partir daquele momento ele não poderia mais se envolver por ser funcionário do Milan. Sentamos no escritório dele em Milão e lá conhecemos a Deborah e tudo passou a ser com ela e a equipe que eu designei, formada pelo Sérgio (Landau, diretor executivo), Aníbal (Rouxinol, gerente jurídico do departamento de futebol), Bernardo Arantes (diretor de relações internacionais) e André Alves (advogado), além do André Silva (ex-vice de futebol). Em um segundo momento, o Anderson Barros (gerente de futebol) entrou no circuito, quando a situação se alinhavou mais, além de precisar do aval do treinador.
Quando percebeu que o Seedorf seria jogador do Botafogo?
- Na primeira conversa que tivemos, ele nos disse que queria ficar mais um ano no Milan e fechar um ciclo e depois pensava em sair, colocando o Brasil como opção. Apresentamos um projeto para ele, montamos um time, quase chegamos ao fim do Campeonato Brasileiro disputando o título e ele viu um time com possibilidades de ser campeão de verdade. Em novembro do ano passado, uma equipe dele veio ao Rio conhecer a estrutura do Botafogo. Nesse momento, disse ao André (Silva) que a gente havia ganho muitos pontos. Nós os recebemos e mostramos tudo, não escondemos nada e eles ficaram impressionados com tudo. Ali tive uma certeza de que as coisas aindariam bem. Dinheiro nunca foi o mais importante na negociação. Ele queria estrutura para jogar futebol e fazer o que mais gosta em um país com todas as atrações de uma Copa das Confederações e uma Copa do Mundo.
Muito se fala em projeto, mas o que foi apresentado a ele para seduzi-lo?
- Ele não quer chegar aqui sem a ambição de disputar títulos. Quer vir para desenvolver o futebol dele, com projetos sociais para os quais o Botafogo vai agregar valor, além da segurança de que vai receber o salário ao qual faz jus. Da forma que o futebol acontece na Europa, todas as variáveis desse caso eram importantes. Ele trata o Campeonato Brasileiro como um dos mais disputados do mundo, que tem craques como Deco, Fred, Zé Roberto, Luis Fabiano, Leandro Damião, Oscar, Valdivia, Ronaldinho, Montillo e, claro, Ganso e Neymar. Jogar nesse nível era tudo o que ele queria. São poucos os lugares onde isso é possível. E o desafio para ele é importante. Gosta muito disso.
chamada carrossel seedorf 3 (Foto: arte esporte)Seedorf chega ao Botafogo após longa negociação (Foto: Montagem)
O Botafogo terá parceiros para fazer o pagamento a Seedorf?
- Vejo as pessoas preocupadas com quem são os parceiros do Botafogo. Diria que nosso maior parceiro para ter o Seedorf e outros jogadores que vamos ter é a torcida. Tenho certeza de que ela vai estar ao nosso lado, pois estava ansiosa por isso. Faltava essa pitada de tempero no arroz com feijão do Fogão. A forma mais fácil e tranquila de ajudar é sendo sócio-torcedor, no programa Sou Botafogo, no qual você garante o lugar no estádio com R$ 50 por mês. Temos uma conta de 2,23 jogos no Engenhão por mês. Dá menos de R$ 25 por jogo. Reclamam que o nosso ingresso é caro, mas é a política que tem para torcedor virar sócio-torcedor. Semana que vem ele terá mais motivos para isso, com um time que disputará títulos. Essa é a hora dela.
Como ficou o pensamento dos outros jogadores com a vinda do Seedorf, já que há pouco tempo estavam com dois meses de salários atrasados?
- Fui muito claro na conversa que tivemos essa semana e eles sabem de onde vem as receitas e porque aconteceu esse atraso. Houve uma diferença de prazo entre o patrocínio a receber e a folha. Joguei aberto o tempo todo. Tenho uma relação boa com os jogadores e falamos sempre a verdade. Basta ver as entrevistas do Jefferson e do Renato. Mas uma coisa (atraso) nada tem a ver com a outra (Seedorf). Convivemos com tranquilidade com isso.
Dá para considerar a contratação do Seedorf a maior vitória de seu período como presidente?
A temporada dele acabou agora e vai precisar de uns dias de férias.
A chance de estar aqui no fim de semana que vem é grande, mas entrar em campo é com ele e o departamento técnico"
Maurício Assumpção
- A minha maior vitória vai ser na hora em que der o título brasileiro para a torcida. Temos um elenco de nível ou não ganharíamos de Coritiba e Internacional fora de casa. São jogadores como Jefferson, Antônio Carlos, Renato, Marcelo Mattos, Elkeson, Loco Abreu. Vejo o Brasil em dificuldades para achar um lateral e temos Lucas e Márcio Azevedo com boas atuações. Ainda sofre com irregularidade, mas com os jogadores que estamos trazendo vamos atingir essa regularidade que queremos. Como presidente, é o desenvolvimento da base, o projeto futuro do Botafogo. Já passei uma fase dela, com uma parte de renovação técnica e de filosofia vencedora na divisão de base. Temos hoje 11 jogadores estruturando nosso time profissional e em breve lançaremos a pedra fundamental de Marechal Hermes.
Já dá para pensar na estreia do Seedorf com a camisa do Botafogo?
- Temos que esperar um pouco. A temporada dele acabou agora e vai precisar de uns dias de férias. A chance de estar aqui no fim de semana que vem é grande, mas entrar em campo é com ele e o departamento técnico. Era fim de temporada lá e isso é muito desgastante. Talvez precise de uns 15 dias para estar apto. Queremos ele jogando o Brasileiro, a Sul-Americana, a Copa do Brasil, o Carioca e, se Deus quiser, a Libertadores. Não adianta antecipar, estourar e queimar etapas.
Qual foi a última vez em que você conversou com ele?
- Em maio desse, Sérgio, Aníbal e Bernardo estiveram lá e falei com ele pelo telefone. Disse que estava aguardando a sua chegada.

Seedorf: R$ 18,3 milhões por dois anos e provável estreia no dia 22

'Sim' da agente Deborah Martin havia sido informado na quinta-feira, mas anúncio oficial só aconteceu depois das 19h (de Brasília) deste sábado

Por Thales Soares Rio de Janeiro
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A contratação de Seedorf pode ser considerada uma das maiores da história do futebol brasileiro, e o Botafogo fez por onde para ter o jogador. Em contato direto com a agente Deborah Martin desde abril do ano passado, o clube deu o tiro certo para fazer o holandês assinar um contrato de dois anos no valor total de R$ 18,3 milhões (R$ 700 mil de salário líquido, além de R$ 1,5 milhão em luvas) e, agora, prepara uma grande festa para a sua apresentação, que deve ser no dia 7, antes do jogo contra o Bahia, no Engenhão. A estreia, provavelmente, será no dia 22, contra o Grêmio, também no Rio.
O Botafogo já havia recebido o "sim" de Deborah na última quinta-feira. No entanto, a agente estava em Dubai, nos Emirados Árabes. De lá, foi para Milão e embarcou para Los Angeles, onde o jogador iniciou um período de treinamento no Galaxy. O Alvinegro, no entanto, não quis anunciar nada antes de receber o contrato de 12 páginas digitalizado com a assinatura de Clarence Seedorf. Por volta das 17h (de Brasília) deste sábado, o documento finalmente chegou. Ainda assim, foi preciso esperar duas horas para que seu vínculo com o Milan fosse quebrado oficialmente antes de divulgar a informação.
Reprodução site botafogo seedorf (Foto: Divulgação / Site Oficial do Botafogo)Seedorf na capa do site oficial do Botafogo após ser anunciado (Foto: Divulgação / Site Oficial do Botafogo)
'Turbulência' durante voo para Milão
A cautela alvinegra tinha outro motivo. O anúncio oficial poderia ter sido feito no dia 21, quando Seedorf se despediu do Milan. Um representante do Botafogo viajou para Milão, onde foi realizada uma entrevista coletiva do jogador, com uma camisa com o nome dele às costas. Mas, enquanto o emissário voava, aconteceu um impasse.
- Estava tudo certo... e de repente pintou uma divergência sobre direitos de imagem. O cara viajou à toa - disse outro funcionário do clube.
Deborah havia avisado que Seedorf tinha na mesa uma série de propostas de clubes da Inglaterra, China e dos Estados Unidos. No começo desta semana, quando o holandês começou a treinar no Los Angeles Galaxy, os dirigentes do Botafogo não se alteraram. Sabiam que as ameaças maiores vinham da China e da Inglaterra.
Esposa alvinegra realiza desejo
seedorf ao lado da esposa luviana (Foto: Agência Getty Images)Clarence Seedorf ao lado da esposa Luviana
(Foto: Agência Getty Images)
Além do bom entendimento entre as partes, desde o ano passado, quando Seedorf acabou assinando por mais um ano com o Milan, o Botafogo carregava o trunfo de ter Luviana, mulher do jogador, ao seu lado. Torcedora do clube e criada em Realengo, ela conheceu o jogador ainda no começo dos anos 90 e trazer o marido para vestir a camisa alvinegra sempre foi um desejo seu.
- Todo mundo sabia que ele viria para o Botafogo. Luviana é botafoguense. Sua família toda torce para o clube - disse o compositor Jorginho Estrela Negra, um dos responsáveis por ela ter conhecido o holandês.
Agora, a expectativa é pela chegada de Seedorf ao Brasil. A previsão é de que ele desembarque na sexta-feira e participe de uma apresentação para a torcida no dia seguinte no Engenhão. Todo o processo ainda está em estudo, já que o jogador, em fim de temporada, precisará de tempo para estar apto a entrar em campo e fazer sua estreia.
Após o Bahia, o Botafogo enfrenta o Fluminense (dia 15) e o Santos (dia 18 na Vila Belmiro). Seedorf vai tirar uns dias para viajar com a família durante a semana e, após se apresentar, deve passar por um trabalho de recondicionamento físico ate a estreia.

Em hotéis calmos, Espanha e Itália aguardam final. ‘Materazzi’ sofre

Torcedores da Fúria e Azzurra se confraternizam com bom humor nas ruas de Kiev antes da decisão da Euro 2012. GLOBOESPORTE.COM transmite

Por Marcos Felipe e Rafael Maranhão Direto de Kiev
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hotel da Espanha final Eurocopa (Foto: Marcos Felipe / Globoesporte.com)Clima sossegado no hotel da Espanha
(Foto: Marcos Felipe / Globoesporte.com)
A poucas horas da decisão da Eurocopa 2012, Espanha e Itália aguardam o apito inicial em seus quartéis generais. A Fúria está hospedada a 2,5km do estádio Olímpico de Kiev, local da final, em um hotel de luxo que conta com pouca movimentação de torcedores. O ônibus que levará a delegação, inclusive, virou “ponto turístico” de alguns ucranianos que batia fotos em frente ao lado do veículo.
A Azzurra, por sua vez, está longe do  estádio (na pequena Kozyn, cidade a 30 km da capital), fato que gerou uma pergunta de um jornalista local na coletiva do último sábado:
- Vocês querem ficar em um lugar mais calmo para se concentrarem na final ? – indagou o repórter.
Prandelli, sorridente, respondeu:
- Não, foi a Uefa que disponibilizou esse. Por mim, ficava em qualquer lugar. Estamos tranquilos.
hotel da Espanha final Eurocopa (Foto: Marcos Felipe / Globoesporte.com)Torcedor ucraniano posa para foto junto ao ônibus da Fúria (Foto: Marcos Felipe / Globoesporte.com)
‘Materazzi’ leva nova cabeçada
Nas ruas da capital, torcedores espanhóis e italianos se divertem e nem se importam com o forte calor que faz em Kiev (nada comparado ao verão brasileiro, numa média de 30º, que é alta para os padrões europeus).
Dois deles, inclusive, reeditaram a célebre cabeçada de Materazzi em Zidane na final da Copa de 2006. Um ‘tifoso’ usando a camisa do ex-zagueiro do Inter de Milão posava para a reportagem do GLOBOESPORTE.COM, quando um fã espanhol chegou e fingiu dar uma testada no rival.
Espanha e Itália se enfrentam às 15h45m (de Brasília), no estádio Olímpico de Kiev, com transmissão ao vivo da TV Globo, GLOBOESPORTE.COM e SporTV.
torcedor camisa Materazzi cabeçada final Euro (Foto: Marcos Felipe / Globoesporte.com)Torcedor com camisa de Materazzi é "agredido" por espanhol (Foto: Marcos Felipe / Globoesporte.com)

Entrevistão: os Fla-Flus de pais e filhos do recordista, o Maestro Junior

Ídolo, com 48 jogos, é 'batizado' no clássico quando menino no ombro do pai tricolor na final de 63. Em 91, abraça filho no campo após gol do título

Por Márcio Mará e Thiago Ribeiro Rio de Janeiro
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Era um domingo dos mais esperados aquele do dia 15 de dezembro de 1963. Decisão no Maracanã. Fla-Flu. Na companhia do pai e do tio, dois garotos se depararam com uma verdadeira multidão ao chegarem ao estádio. Um público de 177.020 pagantes. Mais de 190 mil presentes. Até hoje recorde mundial de todos os clássicos. Ali, espremido na geral, em cima dos ombros de seu Gildo, o caçula, de nove anos, olhava fixo para todo o espetáculo de cores nas arquibancadas. Abismado com toda a beleza, não poderia imaginar que naquele dia, naquela hora, começava a escrever a sua história no meio da rivalidade.
Esse Fla-Flu da infância foi o "batizado" para o futebol do recordista do charmoso duelo. Leovegildo Lins Gama Junior, paraibano de nascença, carioca da gema, foi quem mais entrou em campo para disputá-lo.  Em 48 partidas - Jarbas, ponta rubro-negro dos anos 30 e 40, está empatado nos números.-, mostrou como poucos o seu talento.  O Junior Capacete dos anos 70 e dos dourados anos 80 do Flamengo. O Junior Maestro dos anos 90, que sentiu, no momento do derradeiro gol do título carioca de 1991, na euforia estampada no rosto do filho Rodrigo, presente à beira do campo, a passagem de bastão: era mais um Fla-Flu de pais e filhos.
- Quando faltavam três minutos, olhei para a beira do campo, estava o seu Neném, conselheiro do Flamengo, de mãos dadas com ele. Tinha cinco, seis anos de idade. Fiquei pensando: "O que esse moleque está fazendo ali?" Porque, para mim, não era para ele estar ali. Vai que toma uma bolada... Mas ele já estava ali esperando o fim do jogo. O mais engraçado é que quando acabou o jogo ele correu para mim e disse: "Pô, pai, nós ganhamos. " Mas ele falou o "nós ganhamos" como se tivesse jogado. E na verdade jogou, estava do meu lado ali. Tem umas imagens desse período e toda vez que vejo aquela imagem a garganta dá uma secada... Eu poderia dar qualquer coisa para o meu filho em termos materiais. Mas proporcionar para ele aquilo ali com 36 anos de idade era uma coisa que só poderia ser naquele momento -disse o emocionado Junior, num descontraído papo num bar em Copacabana.
Junior, Flamengo (Foto: André Durão / Globoesporte.com)Numa esquina de Copacabana, Junior também é maestro. Nos Fla-Flus, é o recordista em números: atuou 48 vezes no Clássico das Multidões com a camisa rubro-negra (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Numa das tradicionais esquinas do bairro que escolheu para viver boa parte de sua vida - agora, o atual comentarista da TV Globo vive na Barra da Tijuca -, Junior mostrou que tem o espírito da coisa. Em meio às resenhas nas quais contava as deliciosas histórias vividas no clássico, era sempre requisitado para um aperto de mão, um forte abraço ou até para ganhar presente. E a cada ex-vizinho ou amigo de fé que surgia, vinha sempre uma nova boa lembrança. Pouco antes de ter completado 58 anos nesta última sexta-feira,  falou de sua relação de carinho pelo Fluminense, time para o qual torcia seu pai. Garantiu ter sido sempre rubro-negro, ainda que esse detalhe seja irrelevante para um personagem tão identificado com as cores rubro-negras.
- Essa história de dizerem que o Junior era tricolor não modifica em nada. O mais importante é que eu acompanhei as histórias dos dois clubes. Não teria problema nenhum se eu tivesse torcido para o Fluminense, até mesmo em função do meu pai e do meu tio. Mas a vida toda mostrou o lado exatamente em que eu estive... Meus amigos na praia, quando a gente começou a jogar no Juventus, a maioria toda era Flamengo. E eu ia para o Maracanã escondido... Só a minha mãe, rubro-negra, sabia. Eles, não. Eu já tinha de 11 para 12 anos. Já estava mais definido para o lado do Flamengo.
Na hora do chute do Escurinho, da defesa do Marcial, a gente já estava se encaminhando para sair. Só ouvimos o "Uuuuuh"... "
Junior
No Fla-Flu, Junior viu também sua história mudar. O troca-troca entre os dois clubes ocorrido em 1976 e promovido pelo então presidente tricolor Francisco Horta, representou para o lateral mudança de posição. Com a chegada de Toninho, jogador de seleção brasileira, o então jovem trocou a lateral direita pela esquerda, onde se consagrou. O eterno Maestro rubro-negro afirmou ter buscado inspiração nas jogadas de Marinho Chagas, o Bruxa, lateral-esquerdo do Botafogo e da Seleção nos anos 70, para se adaptar ao novo setor. Lembrou também das boas lições aprendidas com Paulo Cezar Caju e Samarone, ídolos de infância, e o argentino Doval, companheiro de time e depois rival. Do perfume francês de PC comprado por todos os jogadores rubro-negros à loucura de Rondinelli para conter um chute de Rivellino até a virada rubro-negra capaz de fazê-lo comemorar de forma tresloucada em 1993, não faltam histórias desse bom sujeito do samba e da bola.
Você é o jogador, junto com Jarbas, o Flecha Negra, ponta do Flamengo dos anos 30 e 40, que mais vezes atuou num Fla-Flu. Como se sente fazendo parte de forma importante desse clássico, que completa agora 100 anos?
Quando soube que tinha sido o jogador que tinha participado de mais Fla-Flus, fiquei pensando que isso não é uma coisa de só quando me tornei profssional. Meu pai era tricolor, meu tio-avô, o Aloísio, também. Foram os dois que me encaminharam para ver futebol. Dentro de casa, tinha minha mãe, flamenguista doente. Comecei a ir ver os jogos com eles. Com nove anos de idade, eu e meu irmão mais velho, o Lino, fomos àquela final do Carioca de 1963, o 0 a 0 no Maracanã.
Essa é a partida que teve o maior público de todos os Fla-Flus...
Subimos para a arquibancada, mas estava impossível de a gente entrar. Logo naquela primeira entrada. Aí a solução que o meu tio deu foi: "Ah, vamos lá pra geral..."  Eu tinha nove, meu irmão mais velho tinha 11 anos. Nosso sonho era ver na geral. Só que naquele dia a geral tava super, hiperlotada. Então eu, como era menor e pesava menos, vi o joguinho todo nas costas do meu pai, do velho Gildo. É uma das grandes lembranças que eu tenho da infância.
No fim do jogo, teve aquela bola do Escurinho que o Marcial, goleiro do Flamengo, salvou. Viram bem o lance?
Na hora do chute do Escurinho, da defesa do Marcial, a gente já estava se encaminhando para sair. Eles estavam preocupados com a nossa saída. Só ouvimos o "Uuuuuh"... A gente ia ao jogo mais em função do meu tio e do meu pai.
montagem Junior entrevistão  (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)Com a camisa rubro-negra, que vestiu 857 vezes de 1974 a 1993, o mangueirense Junior fez história e teve como grande companheiro e amigo outro ídolo rubro-negro: Zico (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)
Afinal, você era tricolor na infância?
Essa história de dizerem que o Junior era tricolor não modifica em nada. O mais importante é que eu acompanhei as histórias dos dois clubes. Não teria problema nenhum se eu tivesse torcido para o Fluminense, até mesmo em função do meu pai e do meu tio. Mas a vida toda mostrou o lado exatamente em que eu estive... Mas conheço muito a história do Fluminense naquela época. Aquele time do Félix, Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antônio; Denilson e Didi; Cafuringa, Samarone, Claudio e Lula. Porque eu acompanhava com eles. Tinha a "Revista dos Esportes", o "Jornal dos Sports". Mas meus amigos na praia, quando a gente começou a jogar no Juventus, a maioria toda era Flamengo. E eu ia para o Maracanã escondido... Só a minha mãe, rubro-negra, sabia. Eles, não. Eu já tinha de 11 para 12 anos. Já estava mais definido para o lado do Flamengo.
O Fla-Flu sempre esteve muito presente em sua vida...
No primeiro gol que o Zico fez com centro meu de perna esquerda vibrei mais do que ele... Foi a certeza de que  poderia jogar na posição."
Junior
O mais engraçado é que hoje, trabalhando como comentarista de TV, faço muitos jogos. Fluminense na Libertadores, então, eu ia direto. Quando entro no avião às vezes, aí o cara vira... "Ô, ô, ô, o Junior é tricolor..." Eu digo: "Eu sou. Vermelho, preto e branco." Brinco com a galera. Mas é legal porque existe um respeito muito grande por parte da torcida do Fluminense. Talvez de todas as torcidas adversárias seja a que me trata melhor. Também pelo fato do meu pai, do meu tio... a minha história. Cheguei a treinar no Fluminense em 73 levado pelo Mozart de Giorgio, nosso vizinho, muito amigo do Parreira, treinador do time de cima. E eu fui treinar no Fluminense. Tive sempre alguma ligação com o Fluminense na minha vida.
Lembra do primeiro Fla-Flu como jogador?
Não lembro do meu primeiro Fla-Flu (foi em 1974, pelo Carioca, e o Fla venceu por 2 a 1). Lembro bem de um dos mais importantes, o de 1991, do meu retorno da Itália. O Rodrigo, meu filho, pequenininho, final do Campeonato Carioca, ele na beira do campo. Esse eu lembro muito bem. O outro de ótima recordação foi o primeiro jogo como lateral-esquerdo, o do troca-troca. O Toninho veio para a lateral direita, o Doval foi para lá. Rodrigues Neto e Renato também. Roberto e Zé Roberto foram para o Flamengo. Ganhamos de 4 a 1, foi o jogo da "Zicorvardia", manchete de jornal, o Galo fez quatro gols. O nosso técnico era o Carlos Froner. Teve um jogo lá em Caxias do Sul quando aconteceu o troca-troca no Rio. Aí o Froner falou para mim que ia me experimentar no lado esquerdo. Era meio complicado barrar o Toninho, que estava chegando. Ele dividia a vaga de titular da Seleção com o Nelinho. Eu disse que não tinha problema nenhum em ir para a esquerda, podia tentar. Acho que o Froner sentiu que dava para eu me adaptar.
E foi fácil a adaptação à lateral esquerda?
Aí passei pelo processo do paredão de madeira lá na Gávea, de perna esquerda, de cruzamento. Até pegar... Uma coisa é sair da direita para a esquerda. É uma diferença muito grande. As pessoas até acham que não. A arrancada, a cobertura...Aos poucos, fui aprendendo.. Lembro que no primeiro gol do Zico com um cruzamento meu de perna esquerda eu vibrei mais do que ele... Porque aí foi a certeza de que eu poderia jogar naquela posição. E aquele ano para mim, 76, foi legal. Tive a primeira convocação para a Seleção já como lateral-esquerdo.
Como os jogadores reagiram àquele troca-troca entre Flamengo e Fluminense? Não sentiram desvantagem para o Flamengo na situação?
Doval foi um dos que mais vestiram a camisa do Flamengo na concepção da palavra. Pela raça, luta, entrega, técnica"
Junior
Acho que naquele período o doutor Francisco Horta vinha com aquelas ideias do troca-troca para revolucionar o futebol carioca e conseguiu. O fato de o Rivellino ter vindo naquele período foi uma tacada de mestre. Além de o Fluminense ter montado aquela Máquina com Paulo Cezar, Dirceu & Cia. Nós sentimos esperteza, na verdade. O Flamengo não precisava de um lateral-direito. Mas veio o Toninho. Zé Roberto não veio para ser o titular na ponta, e muito menos o Roberto para ser o goleiro. Mas eu acho que esses caras se integraram de uma forma tão legal... Primeiro, achamos que tínhamos saído no prejuízo. O Renato, o Doval e o Rodrigues Neto foram para ser titulares lá. O Fluminense estava carente naquele período.
E o Doval era ídolo no Flamengo...
O Narciso era especial para todos nós. Não somente pela capacidade técnica. Doval foi um dos caras que mais vestiram a camisa do Flamengo na concepção da palavra. Pela raça, luta, entrega, técnica tudo isso. Só que o Zé Roberto, Roberto e o Toninho se integraram de uma forma muito legal, exatamente no período em que se estava montando o time que, a partir de 78, viveu a época de ouro do Flamengo. O Zé Roberto, um cara extremamente inteligente. O Roberto, com uma participação muito grande, principalmente fora do campo, na ajuda aos mais novos. E essa integração foi boa. Na parte técnica, acho que o Flu até levou uma vantagem. Mas nos outros quesitos terminamos levando a melhor.
O Toninho se encaixou bem no time. O Cláudio Coutinho o usou bem para as jogadas das ultrapassagens, para o lateral ir à linha de fundo...
Quando foi montado aquele esquema das ultrapassagens, que o Coutinho chamava de overlaping, o Toninho, pela velocidade e pelo timing que tinha... O Baiano era um cavalo de raça. Um cara com preparo físico acima da média. Era muito legal porque treinávamos separadamente os laterais. Eu, ele, o uruguaio Ramirez, treinávamos juntos. Como ele estava fisicamente na ponta dos cascos, carregava a gente. Isso contribuiu muito para que a nossa evolução física fosse muito legal.
Junior, Flamengo (Foto: André Durão / Globoesporte.com)Junior lia as crônicas de Nelson Rodrigues e Mario Filho (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Como foram os duelos com a Máquina?
O Rivellino matou no peito, a bola quicou e ele armou para chutar. O maluco do Rondinelli deu  voadora de cabeça, à meia altura... "
Junior
Eram aquela história do Davi contra o Golias. Você tinha do lado de lá sua fera, o Rivellino. Gente com passagem pela Seleção Brasileira... Na verdade, a gente começando a carreira. Mas para nós era sempre incentivo e motivação. O Fla-Flu exerce um fascínio diferente para quem está lá embaixo, no campo. Você olha para a arquibancada, é a mistura do vermelho com o preto, e o verde, vermelho e o branco, é uma coisa totalmente diferente. Os Fla-Flus não eram levados pela agressividade, pela violência. Era uma coisa muito mais como aquela coisa do Nelson Rodrigues, que sempre escreveu coisas maravilhosas, o Mario Filho também, com crônicas maravilhosas... Este clima era o que a gente via nos Fla-Flus. Se você for buscar, dificilmente vai ver Fla-Flus com brigas homéricas. Vai ver Fla-Flus com grandes espetáculos.
Mas o Doval, por exemplo, era catimbeiro...
Com o Doval, eu, pelo menos, não falava com ele. Porque o Gringo não olhava para a cara do adversário. Ele dava o seu bico, a sua cotovelada independentemente de quem fosse. Ele era assim quando jogava no Flamengo, no Fluminense, na seleção argentina, era sempre assim. Então não tinha papo com ele no campo.
Que história curiosa tem para contar desses Fla-Flus com a Máquina?
Teve um episódio com o Rivellino. Uma bola que sobrou, a defesa tirou, o Rivellino matou no peito, ela quicou e ele armou para chutar. Quando armou para chutar, o maluco do Rondinelli, o Deus da Raça, deu uma voadora de cabeça, à meia altura, para evitar que o Rivellino pudesse finalizar. Só o Rondinelli mesmo para fazer alguma coisa daquele tipo. Eu acho que o Riva ficou com pena dele e não chutou. Porque se tivesse chutado, a cabeça do Rondinelli tinha voado.
Naquele tempo, existia uma convivência boa entre os jogadores. O Pintinho, do Fluminense, e o saudoso Geraldo Assobiador, do Flamengo, eram amigos inseparáveis e se enfrentavam sempre nos Fla-Flus sem qualquer problema.
O Pintinho era meu vizinho.em Botafogo; Ele morava no terceiro, eu morava no sexto andar. Acabou o jogo, a gente se via, estava nos mesmos lugares, não tinha essa rivalidade, essa cobrança de um não poder estar com o outro. A nossa galera era sempre a mesma que se divertia depois do jogo. Ia ao Monte Líbano no carnaval, pro Vidigal, pro samba no Águia. E isso não fazia nenhuma diferença na hora de uma dividida do Pintinho com o Geraldo. Ninguém tirava o pé. E nem por causa disso eles deixaram de ser amigos.
Você falou com empolgação do fascínio que o Fla-Flu exerce. É mesmo especial?
O Paulo Cezar Caju era o mais chato de ser marcado. Quando balançava na frente, era complicado"
Junior
O Fla-Flu era aquele clássico que tinha alguma coisa de diferente. Os clássicos vão por períodos, momentos. O Fluminense desse momento, 1975, 76, era uma motivação absurda. Era você querer ganhar do melhor, que estava em evidência. Em outros períodos havia a rivalidade eterna com o Vasco e até mesmo com o Botafogo. Menos com o Botafogo naquele período porque não estava muito bem das pernas. Mas tivemos períodos com o Botafogo de muita dificuldade. Só que com o Fluminense era diferente. Pelas coisas que eu já citei. Da torcida, as cores, e principalmente a questão da agressividade. Não era um clássico que era levado à violência. Tinha jogo viril, chegada, mas violento, não.
Os jogadores liam muito Nelson Rodrigues e Mario Filho naquela época?
Mesmo você não querendo, as frases do Nelson e do Mario Filho eram sempre manchetes. Aquela história de que o Fla-Flu começou 40 minutos antes do nada... Só o Nelson Rodrigues para pensar numa coisa assim..
Qual derrota para o Fluminense doeu mais?
Mais para frente, a derrota de 1983. Até hoje eu cobro do Arnaldo (Cezar Coelho, comentarista de arbitragem da TV Globo e árbitro na época). Não houve impedimento do Adílio. Mas marcaram. O Delei bateu, o Assis fez o gol. Acho que antes de minha ida para Itália foi meu último Fla-Flu. Ele diz que quem deu foi o bandeirinha... "Mas você não é a voz do campo? Autoridade máxima?", perguntei. Naquele jogo de 1983 comandamos o jogo praticamente todo. Mas só termina quando o juiz apita. O pior foi acabar da forma como acabou. Era um lance legal que podia proporcionar para a gente uma chance de gol. E terminou sendo revés.
Talvez o meu grande exemplo para a lateral esquerda tenha sido o Marinho Chagas."
Junior
Depois, em 1991, foi a sua vez de ser campeão...
Oito anos depois, tive a oportunidade de ter a forra. Voltei para o Brasil após o pedido do Rodrigo, meu filho. Ele queria me ver jogando no Flamengo, principalmente depois que viu uma fita com os gols do Zico lá em Pescara. Em 1990 ganhamos a Copa do Brasil mas foi em Goiás, ele não viu. Aí teve a final do Carioca com o Fluminense. Fiz o quarto gol, foi 4 a 2 o jogo. Quando faltavam três minutos, olhei para a beira do campo, estava o seu Neném, conselheiro do Flamengo, de mãos dadas com ele. Tinha cinco, seis anos de idade. Fiquei pensando: "O que esse moleque está fazendo ali?" Porque, para mim, não era para ele estar ali. Vai que toma uma bolada... Mas ele já estava ali esperando o fim do jogo. O mais engraçado é que quando acabou o jogo ele correu pra mim e disse: "Pô, pai, nós ganhamos. " Mas ele falou o "nós ganhamos" como se tivesse jogado. E na verdade jogou, estava do meu lado ali. Tem umas imagens desse período, e toda vez que vejo aquela imagem a garganta dá uma secada... Eu poderia dar qualquer coisa para o meu filho em termos materiais. Mas proporcionar para ele aquilo ali com 36 anos de idade é uma coisa que só poderia ser naquele momento. Minha mulher mesmo queria ficar mais tempo na Itáia. "Eu disse: Pô, mas se não for agora, não vai dar tempo." E ela: "Pô, mas vão chamar você de velho..." Mas eu sabia das minhas condições. Aquele momento foi único da minha vida. E calhou de ser contra o Fluminense.
Aquele time acabou sendo a base para o do título brasileiro de 1992...
Ali com o Carlinhos a gente conseguiu criar um módulo de jogo. Nós não sabíamos a forma como jogávamos. Quando ele conseguiu botar o Paulo Nunes ou o Julio César na direita e o Nélio na esquerda, começou a haver um revezamento. Fizemos um 4-5-1, só com o Gaúcho na frente, os caras ajudando os laterais. Então, naquele finalzinho a gente se encontrou, e isso teve consequências melhores quando levamos o Brasileiro de 92.
A companhia do Zinho no meio-campo o ajudou muito?
Zinho sempre foi aquele cara da qualidade e da quantidade. É até uma injustiça quando falam que o Zinho é isso, o Zinho é aquilo... Precisa você ter um Zinho no seu time para dar valor que nós demos. Depois fui observador do Parreira da Seleção em 1994 e só nós sabíamos da importância do Zinho. Tanto quanto o Bebeto, o Romário, o Aldair, o Dunga. Fazia aquele papel obscuro, que não aparecia. Mas que coletivamente era fundamental. Ele dizia que a gente tinha uma espinha dorsal no Flamengo: o Gilmar, o Gottardo, eu e o Gaúcho. Eu dizia para ele que tinha mais um. Mesmo sendo garoto, participava das nossas reuniões, era um cara mais maduro. Líder junto ao Paulo Nunes, Marcelinho, Djalminha, Júnior Baiano, Nélio. Quando a gente precisava de alguma coisa, muitas vezes não ia. O Zinho fazia, filtrava para a gente. A gente dava sempre uma aparada de aresta no ambiente. Ele foi fundamental nesse período.
O Flamengo nem era favorito naquele Fla-Flu. O time do Flu era bom...
Encontrei com o Edinho, que era treinador do Fluminense, e ele disse. "Pô, só você mesmo para me derrubar. Se não tivesse você, nada tinha acontecido. " Tá de brincadeira, né? O Fluminense estava com um bom time. O Ézio, numa forma espetacular. O Bobô tinha saído do Flamengo e se encontrado no Fluminense. Ele se machucou naquele jogo, e quando saiu o Fluminense deu uma caída. O time deles estava brigando e era o favorito para conquistar aquele Carioca.
De todos os jogadores do Flu que enfrentou, qual era o mais chato de ser marcado?
O Fla-Flu exerce fascínio diferente para quem está lá embaixo, no campo. Você olha para a arquibancada, é a mistura do vermelho com o preto, e o verde, vermelho e o branco"
Juniorr
O Paulo Cezar Caju. Eu ainda enfrentei o Paulo jogando de lateral-direito, e ele na ponta... Em 1975. O Paulo sempre foi o nosso ídolo, desde o período em que jogava no Flamengo. Aquele campeonato de 72 ele ganhou praticamente sozinho. Além disso, tenho um carinho absurdo por ele. Quando o Colúmbia fazia os jogos de final de ano lá no Leblon, era um jogo do Colúmbia contra os jogadores profissionais. Foi ele que me deu a primeira oportunidade de jogar entre os profissionais porque eu já enfrentava o Colúmbia. Então, no meu primeiro ano, em 74, ele me chamou para jogar lá. Foi um irmão mais velho para a gente e sempre uma referência. Então, para marcá-lo, dar um pontapé nele, uma chegada mais junto, eu pensava duas vezes, fora a qualidade técnica dele. O Paulo, quando balançava na frente, era complicado. Ele saía para os dois lados. Jogava com a perna esquerda com a mesma facilidade que com a direita.
Foi até um aprendizado bom, porque ele era destro e jogava pela esquerda...
Talvez o meu grande exemplo para a lateral esquerda tenha sido o Marinho Chagas. Eu o acompanhei bem na Copa do Mundo de 74. Quando acabou o Mundial, só se falava nele. E eu jamais poderia imaginar que ia jogar também na lateral esquerda. Aí comecei a me lembrar das coisas que o Marinho fazia. Aquela puxada para dentro. Fingir que ia para o fundo, puxava para dentro, para bater no gol... Aí você começa a ver um filmezinho e a aprender com tudo isso aí. Esses caras para a gente sempre foram referências.
Houve menos convivência com o Paulo Cezar no Flamengo?
Eu estava no futebol de salão nessa época. Fui para o campo em 1973. Mas acompanhava os treinamentos; Até porque eles treinavam antes da gente. Além de eu conhecer o Paulo do futebol de praia. Então o Paulo sempre falava comigo e não falava com os meus amigos. Aí os caras chegavam: "Pô, você conhece ele?" "É, conheço da praia..." Isso me enchia de orgulho. "Pô, o Paulo me conhece..."
Na época, ele já era o craque da moda...
Mas era mesmo..E lançava moda. O Paulo foi o Neymar desse período. Pintava o cabelo, comprava carro, aí todo mundo fazia as mesmas coisas. Lembro que quando foi para a França e voltou, descobriu um perfume chamado Monsieur Heim. Aí todo mundo ficou de olho. "Vamos comprar esse perfume?" Descobriram o lugar. Uma vez chegou todo mundo com o mesmo cheiro dele para uma boate que nós íamos  Ele perguntou que perfume estávamos usando. Dissemos que era o Monsieur Heim. Aí ele perguntou: "Mas por quê? Esse é o meu perfume!" Todo mundo riu. Depois, ele se rendeu e aí passou a trazer para a gente.
Voltando aos Fla-Flus, teve um de virada, em 1993, pelo Carioca, vencido pelo Flamengo por 3 a 2, que você costuma considerar como dos mais emocionantes. Conte um pouco sobre esse jogo.
Pelas circunstâncias daquele jogo, foi difícil. O Fluminense dominou a gente, poderia ter metido uns três ou quatro. Virou 2 a 0. E quando voltamos para o vestiário, a primeira conversa que tivemos foi que aquilo não era o Flamengo. "Estamos jogando um Fla-Flu.  Se a gente escapou de tomar uma goleada, vai ter que fazer alguma coisa." Carlinhos fez algumas modificações na parte tática e nas substituições, voltamos outro time. Sabe quando você sente que vai acontecer alguma coisa favorável? Desde o início do segundo tempo tive essa sensação. Aí fizemos um, dois, e no finalzinho dei a sorte de ter uma bola escorada pelo Gaúcho de cabeça, dominar no peito e, antes de ela quicar, bater de primeira e ela entrar. Dá pra ver que a minha vibração é de alguém que está tirando alguma coisa que não é só de alegria. Era de tirar um peso que estava incomodando.
O Samarone
foi a maior concepção de jogo coletivo de um profissional de futebol. "
Junior
É daqueles jogos da história da segunda pele, o que te fez dar mais sangue em campo?
Não. Jogo de segunda pele foi o terceiro da final do Carioca de 1981 contra o Vasco. Era na semana da morte do Cláudio Coutinho, nosso ex-treinador. Aquele jogo foi o que mais encarnei... Teve aquele carrrinho pra cima do Mazaropi, para a bola sobrar para o Nunes fazer o gol. Mas, na verdade, a história de encarnar a segunda pele era toda vez que estava em campo.
Há um tempo, numa entrevista, você falou muito bem do Samarone, que jogou no Fluminense nos anos 60 e 70 e depois foi para o Flamengo. Era seu ídolo também?
O Samarone eu seguia quando estava na Portuguesa de Desportos. Foi para mim a maior concepção de jogo coletivo de um profissional de futebol. Quando foi para o Fluminense ficou mais perto, pude vê-lo melhor. E depois foi para o Flamengo em 70. Uma vez, conversando com ele, perguntei: "Samarone, alguma vez você pensou em você mesmo?" Ele me disse: "Pra quê? O jogo não era de 11? Qual a diferença do meu companheiro ou eu fazer o gol? Nenhuma. O importante era a gente ganhar no fim. " Isso, para mim, sempre foi o meu conceito de jogo. Não é futebol association? Então, vamos nos associar. Isso era uma das coisas que mais me deixavam impressionado. Porque jogador tem aquela coisa da vaidade. Querer fazer um gol num Fla-Flu, num jogo importante. O cara não pensava assim. Isso era uma coisa muito maneira nele.
E tecnicamente?
Nem se fala. Se ele fisicamente tivesse uma qualidade melhor, teria feito uma carreira mais brilhante. Mas tinha uma vida completamente diferente da dos jogadores de futebol. Era engenheiro. Ainda é engenheiro. Outra cabeça.
Que Fla-Flu não jogou e gostaria de ter jogado?
Talvez o do Leandro, de 1985, que as pessoas vieram me contar depois. Ele fez o gol lá do meio da rua, a bola bateu nas costas do Paulo Victor e entrou. Eu estava na Itália, as pessoas vieram me contar."Pô, você tem que ver o que aconteceu..." Não dá para imaginar. Cada jogo é uma história. O Leandro chuta a bola do meio-campo, a bola bate na trave, nas costas do Paulo Victor e entra. Parecia que era um título. A primeira coisa que fiz quando eu cheguei ao Rio de Janeiro foi catar o videoteipe daquele jogo. Deu vontade de jogar, principalmente aquele fim de jogo.