domingo, 14 de outubro de 2012

Médicos confiam em volta antecipada de Tenorio ao Vasco

Atacante não deve precisar das quatro semanas inicialmente previstas para se recuperar de lesão muscular, mas participação em clássico é descartada

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro
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Carlos Tenório comemora gol do Vasco sobre o Figueirense (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco da Gama)Tenorio comemora contra o Figueirense, em seu
útlimo jogo (Foto: Marcelo Sadio / site do Vasco)
Em agosto, Carlos Tenorio surpreendeu antecipando em um mês a volta aos gramados após sofrer ruptura do tendão de Aquiles do pé direito. E a força de vontade e o comprometimento do equatoriano, que atualmente se recupera de um estiramento na coxa direita, podem novamente beneficiar o Vasco antes do previsto. O departamento médico admite que o jogador deve ganhar condição de jogo antes das quatro semanas esperadas.
Embora o clima seja de cautela, existe a grande expectativa do retorno de Tenorio em breve e a quase certeza de que o jogador não precisará de todo o tempo previsto para se recuperar. O médico vascaíno Albino Pinto se diz otimista, mas lembra que o passado recente não permite que o jogador de 33 anos volte a correr riscos.
- Realmente a recuperação do Tenorio tem sido excelente, e acreditamos que ele novamente volte antes do previsto. Se a gente deixasse, ele enfrentava o Santos neste domingo. Mas é preciso ter calma, porque ele vem de uma sequência de problemas musculares - explicou.
Vasco_9-ultimas_rodadas (Foto: infoesporte)
Desde que retornou após o problema no tendão de Aquiles, Tenorio disputou 11 jogos pelo Vasco, sendo que cinco como titular, e marcou quatro gols. Além disso, em apenas duas oportunidades jogou os 90 minutos. Assim, vem sofrendo com dores musculares que o afastaram de algumas partidas ou que o impediram de atuar todo o tempo.
Mesmo reconhecendo que Tenorio está com a recuperação bem encaminhada, Albino Pinto descarta por completo a presença do equatoriano contra o Botafogo, no clássico da próxima quinta-feira.
- Isso está fora de cogitação. Além dessa cautela que estamos adotando nessa recuperação, o Tenorio ainda vai precisar de um período de recondicionamento físico - lembrou.
O último jogo de Tenorio pelo Vasco foi a vitória por 3 a 1 sobre o Figueirense, dia 29 de setembro, quando marcou um gol. Nesta terça-feira o jogador será submetido a um exame para que sua recuperação seja reavaliada.
Com dois de Leonardo, Galo vira sobre o Sport e se mantém vivo
Atacante entrou na vaga de Jô, que saiu de campo contundido, e manteve o Atlético-MG com boas chances de alcançar o líder Fluminense na tabela
 
A CRÔNICA
por Fernando Martins Y Miguel
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O Atlético-MG mostrou que ainda está na luta para a conquista do título do Campeonato Brasileiro. O time mineiro, que fez a melhor campanha no primeiro turno da competição, por pouco, não tropeçou diante do Sport, que abriu o placar no primeiro tempo com Hugo em pleno Independência, em Belo Horizonte. Porém, contando com a sorte do técnico Cuca, que teve que colocar Leonardo no lugar do lesionado Jô, o Galo virou a partida com dois gols do atacante recém-sacado do banco, o último deles nos acréscimos: 2 a 1. Assim, manteve a chance de alcançar o Fluminense. O time pernambucano se manteve em situação ruim e continua dentro da zona de rebaixamento, ameaçado de queda para a Série B em 2013.
Mesmo correndo muitos riscos, o Galo manteve a invencibilidade em casa na temporada 2012. Até agora, levando-se em conta Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Brasileirão, o Atlético-MG já disputou, entre o Independência e a Arena do Jacaré, 23 jogos, com 17 vitórias e cinco empates. Porém, toda essa vantagem não foi capaz de fazer com que a vitória fosse fácil. O Sport, com uma campanha muito ruim como visitante, não teve forças para manter o resultado, que lhe daria um novo ânimo para se recuperar na competição.
A vitória por 2 a 1 devolveu o Atlético-MG à vice-liderança da tabela de classificação, com 59 pontos, a seis do Fluminense, que, ainda neste domingo, enfrentará a Ponte Preta, no Rio de Janeiro. O Grêmio, terceiro colocado, também  terá a oportunidade de passar o Galo, já que enfrentará o Botafogo, em Porto Alegre. O Sport segue na 17ª posição, com 27 pontos, oito atrás do Bahia, primeira equipe fora da zona de rebaixamento.
Na próxima rodada, o Galo vai a Santos, onde medirá forças com o Peixe, nesta quarta-feira, às 22h (de Brasília), na Vila Belmiro. Já o Sport, na quinta-feira, receberá a Ponte Preta, às 21h, na Ilha do Retiro, no Recife.
 
São Paulo dá presente a Ceni no jogo 500, bate o Figueira e entra no G-4
Time chega pela primeira vez à zona da Libertadores. Nem queda de rendimento do anfitrião conseguiu animar o Figueirense, próximo da queda
 
DESTAQUES DO JOGO
  • deu certo
    Maicon
    Maicon jogou no lugar de Denilson e ajudou o ataque, inclusive com assistência para
    o gol de Douglas, o segundo
    da vitória tricolor
  • arbitragem
    Acidente
    Leandro Vuaden não deu nenhum cartão amarelo e apareceu quando se chocou com Jadson e machucou a mão durante a partida. 
  • deu errado
    Estratégia
    A tática do Figueirense de isolar Aloísio no ataque foi ineficaz. Quando ele ganhou ajuda, o jogo já estava definido 
A CRÔNICA
por Alexandre Lozetti e Marcelo Prado
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Rogério Ceni pisou no gramado do Morumbi pela quingentésima vez. A palavra é feia, mas a marca de 500 jogos na sua casa é rara e bela. Para presenteá-lo, o São Paulo resolveu dar o que o goleiro mais gosta: dedicação, raça, vontade e disposição. Receita que, mesmo executada por apenas 30 minutos, foi fatal para o frágil Figueirense. A vitória por 2 a 0 e mais a derrota do Vasco para o Santos pelo mesmo placar levaram o Tricolor pela primeira vez ao G-4 do Brasileirão. O time catarinense está ainda mais perto do rebaixamento.
Primeira vez também de um time paulista na zona de classificação à Libertadores de 2013. Com um roteiro esperado pelos 27.641 torcedores que foram ao Morumbi. Assistência do garçom Jadson, gol do artilheiro Luis Fabiano, que chegou a 15 na competição e 83 no estádio, igualando o recorde de Serginho Chulapa como maior artilheiro no local. .
O Figueira não mostrou nada que possa alentar sua torcida sobre a chance de ficar na Primeira Divisão. Sem força, sem reação, sem muito talento e sem ânimo. A equipe é penúltima na tabela, com 25 pontos, dez atrás do Bahia, o primeiro fora da zona de rebaixamento. Já o São Paulo chegou a 52 e abriu dois do Vasco.
Uma situação que pode ficar ainda melhor, já que na quinta-feira os comandados de Ney Franco receberão o lanterna Atlético-GO no Morumbi. Na quarta, o Figueirense vai ao Beira-Rio para mais um difícil duelo. Agora diante do Internacional, outro postulante à Libertadores.
Douglas são paulo gol figueirense (Foto: Wander Roberto / Agência Vipcomm)Jogadores celebram o gol de Douglas  (Foto: Wander Roberto / Agência Vipcomm)

No Morumbi, Luis Fabiano iguala Chulapa, e Ceni vibra no jogo 500
Parecia um replay dos últimos dois jogos, contra Palmeiras e Vasco. O São Paulo amassou o Figueirense aos poucos, como manda o figurino do anfitrião que é muito superior tecnicamente. Com uma marcação adiantada e passes rápidos, o surpreendente Paulo Miranda criou a primeira chance em um chute de pé esquerdo.
As laterais eram mesmo o caminho. Cortez passou por Elsinho com belos dribles, mas não conseguiu acertar o cruzamento. O Figueirense tinha Ronny e Julio Cesar alinhados no meio e Aloísio isolado na frente. O centroavante, que tem grandes chances de mudar de lado e defender o São Paulo no ano que vem, tentou fazer o pivô para os companheiros, que não aproveitaram. Depois, tentou para ele mesmo, num giro rápido que terminou em finalização ruim.
"Que inveja desse Luis Fabiano...", deve ter pensado o provável futuro companheiro. Além de todo seu talento, tem um assistente como Jadson. O camisa 10, que alguns torcedores insistem em não valorizar, cobrou escanteio na cabeça do Fabuloso, que, sozinho, aos 13 minutos, abriu o placar, beijou o símbolo e apontou para o "aniversariante" Ceni, que retribuiu com aplausos. Foi a nona assistência de Jadson, que disputou todas as 30 partidas do São Paulo na competição.
O gol fez o time aumentar a marcação no campo de ataque. Em chegada rápida, Osvaldo e Luis Fabiano tentaram, Helder salvou o Figueira uma vez, mas não impediu que Douglas, após passe de Maicon, fizesse o segundo, aos 20 minutos. E dá-lhe aplausos de Ceni. Sem pressão dos catarinenses, o goleiro devia estar gelado na fria tarde paulistana. Tanto que correu para bater uma falta no ataque e acertou a barreira.
O Figueirense adiantou sua linha de meio, com Coutinho e Claudinei, e o time ficou mais compacto. Equilibrou mais a partida, mas não o suficiente para assustar a torcida.
São Paulo diminui ritmo, mas Figueira não reage
O segundo tempo começou com as arquibancadas em polvorosa graças ao placar eletrônico, que anunciou o segundo gol do Santos sobre o Vasco na Vila Belmiro. Mas a passividade do São Paulo diante de um Figueirense sem recursos desanimou o público. Demorou mais de dez minutos para a equipe acordar nos pés de Osvaldo, que deu duas arrancadas. Nada muito sensacional, mas os tricolores só precisavam de um empurrãozinho para fazer festa.
Tanto que morreram de rir e vaiar quando o árbitro Leandro Vuaden se chocou com Jadson, impediu um contra-ataque tricolor e acabou levando a pior. Teve até que ser atendido na mão pelo departamento médico do São Paulo. Dor na mão e dor no ouvido, que sofreu com as reclamações de Luis Fabiano. O atacante caiu, caiu, caiu... E nada de falta marcada.
O jogo seguia no marasmo, a temperatura baixava e Rogério se aquecia. As chegadas do Figueira, principalmente com Julio Cesar pela esquerda, não levavam perigo. O goleiro quase comemorou novamente quando Jadson chutou de longe e a bola raspou a trave de Wilson. Depois, o meia achou Luis Fabiano livre na área, mas o toque do centroavante foi muito forte.
Apesar da queda de rendimento de jogadores como Douglas e Maicon, Ney Franco demorou demais a mexer. Casemiro e Cícero entraram tarde demais, aos 36 minutos. O técnico colaborou com o marasmo que tomou conta do Morumbi. Aloísio teve boa chance quando Julio Cesar deixou a bola passar de propósito, mas finalizou muito mal. Depois, arriscou uma bicicleta e, finalmente, fez Ceni trabalhar.
"Tá chegando a hora", cantava a torcida. O jogo ruim fez com que ela demorasse a chegar. Mas chegou! O São Paulo completou três vitórias seguidas, três jogos consecutivos sem sofrer gols, sete sem perder, e alcançou o tão sonhado G-4. A Libertadores começa a virar realidade.
 
Nos Aflitos, Kieza marca mais um e afunda o Palmeiras rumo à Série B
Após bom primeiro tempo, Verdão perde a calma no segundo e fica nove pontos atrás do Bahia. Timbu praticamente se garante na elite em 2013
 
 
DESTAQUES DO JOGO
  • nome do jogo
    Kieza
    Autor do golaço da vitória, o atacante dominou sozinho a defesa do Palmeiras e foi o responsável por afundar ainda mais o rival. Foi o 11º gol dele
  • a decepção
    Thiago Heleno
    O Verdão tinha no zagueiro uma fonte de segurança. No entanto, duas faltas bobas causaram o terceiro cartão amarelo e a expulsão: dois jogos fora
  • lance capital
    11 do 1º tempo
    Obina ganha do goleio Felipe pelo alto na pequena área e chuta. Alison, em cima da linha, faz o corte e evita que o Verdão abra o placa nos Aflitos
A CRÔNICA
por Diego Ribeiro
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O drama do Palmeiras no Campeonato Brasileiro ganhou mais um capítulo neste domingo. Desta vez, com requintes de crueldade para aumentar ainda mais o sofrimento da torcida. Jogar bem já não basta para fugir do rebaixamento. Faltou sorte, talvez talento, sobrou castigo e desespero. Em uma tarde de boa atuação no primeiro tempo e muito nervosismo no segundo, o Verdão perdeu por 1 a 0 para o Náutico e viu se aproximar a queda para a Série B. Os pernambucanos estão praticamente garantidos na elite em 2013.
Foi uma apresentação voluntariosa de um Palmeiras desfalcado por oito jogadores diante de um adversário muito forte em casa. O Verdão pressionou, criou boas chances, teve até uma bola de Obina tirada em cima da linha por Alison, mas deixou o campo derrotado pela 18ª vez em 30 rodadas. O Náutico fez o básico. Suficiente para o artilheiro Kieza marcar o 11º gol dele no torneio. Thiago Heleno foi expulso no segundo tempo e acabou com a esperança de reação.
O resultado deixa o Palmeiras com 26 ponos e em péssima situação. A oito rodadas do fim, a diferença para  o Bahia (derrotado pelo Coritiba), último a se salvar neste momento, permanece em nove pontos. Mergulhado na crise, o clube do Palestra Itália precisará de uma grande arrancada para fugir da degola, a começar na quarta-feira, contra o próprio Tricolor baiano, quarta-feira, às 19h30m, em Pituaçu.
Já o Náutico se afasta cada vez mais do perigo de ser rebaixado ao acumular mais um triunfo em casa: dos 12 obtidos na competição, 11 foram nos Aflitos. O clube tem agora 40 pontos, em nono lugar, bem perto também de conquistar uma vaga na Copa Sul-Americana. Na quarta, pega o Coritiba, às 19h30m, no Couto Pereira.
Verdão cria, perde chances...Kieza marca
Não bastasse o momento turbulento, a sorte deixou de acompanhar o Palmeiras no Campeonato Brasileiro. O primeiro tempo contra o Náutico foi uma exata demonstração de que a fase é das piores. O Verdão teve nas mãos o controle da partida, ignorou a força dos pernambucanos em casa, criou chances claras, mas voltou para os vestiários em desvantagem no placar.
Apesar dos desfalques, principalmente de Marcos Assunção e Barcos, os paulistas começaram a partida pressionando. Foram mais de dez minutos de amplo domínio. Oportunidades não faltaram. Primeiro, Felipe salvou em chute forte de Luan. Depois, sem goleiro, Obina desviou na pequena área, mas Alison salvou sobre a linha.
O Verdão, porém, pagou caro por se abrir. Com a defesa rival exposta, o Náutico precisou de apenas uma chance para marcar e aumentar o desespero palmeirense. Aos 13, o artilheiro Kieza aplicou um belo drible em Thiago Heleno na área e, com estilo, colocou a bola no canto esquerdo de Bruno.
Ao contrário de outras partidas, o Palmeiras não entrou em desespero com o gol sofrido. O Timbu se retraiu à espera de um novo contra-ataque e permitiu que o adversário chegasse novamente. As chances diminuíram. Na melhor delas, Juninho recebeu de Tiago Real dentro da área, mas bateu torto pela linha de fundo.

Nervosismo e expulsão no segundo tempo
Os paulistas não tiveram o mesmo ímpeto ofensivo no segundo tempo. O Náutico voltou melhor posicioado defensivamente, parou de errar tanto e impediu uma nova pressão. De quebra, poderia ter decidido a partir antes dos dez minutos. Araújo parou em bela defesa de Bruno na área e Rhayner carimbou a trave.
O drama aumentou a partir dos 17 minutos. Nitidamente mais nervoso, o Palmeiras perdeu o zagueiro Thiago Heleno, expulso após uma falta em Araújo. O lance foi suficiente para descontrolar ainda mais a equipe. Sem a mesma troca de passes da etapa inicial, o time passou a viver de lances isolados, como um perigoso chute de Obina que passou próximo ao ângulo esquerdo de Felipe.
Gilson Kleina ainda tentou de tudo para fazer o Verdão reagir. Betinho, Patrick Vieira e Vinicius entraram, mas pouco fizeram para mudar o comportamento da equipe. A única chance de perigo surgiu aos 37. Após cruzamento da Tiago Real, Luan tentou pegar de primeira na área e jogou para longe a última chance.
Coube ao Náutico conter a tentativa de abafar dos paulistas e administrar a vantagem para praticamente se garantir na Série A no próximo ano. Meta que, a cada rodada, está mais distante de ser cumprida no Palmeiras.
Miralles faz dois gols, dá vitória ao Santos e tira Vasco do G-4
Argentino ameniza ausência de Neymar e garante vitória ao Santos diante de um adversário carente de Juninho Pernambuco
 
DESTAQUES DO JOGO
  • o nome do jogo
    Miralles
    O argentino marcou pelo segundo jogo seguido, desta vez em dose dupla. Teve 100% de aproveitamento em suas finalizações na partida.
  • a decepção
    Carlos Alberto
    O meia foi mal em mais uma chance como titular. Foi desarmado com facilidade (inclusive no primeiro gol do Santos) e pouco produziu.
  • estatísticas
    domínio?
    O Vasco teve alguns números favoráveis, como posse de bola (63%) e finalizações (12 contra sete). Mas só teve uma chance real de gol, com Eder Luis.
A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
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Miralles soube amenizar a ausência de Neymar. Carlos Alberto não chegou aos calcanhares de Juninho Pernambucano. Em jogo de duas equipes órfãs de seus principais jogadores, o Santos bateu o Vasco por 2 a 0 na tarde deste domingo, na Vila Belmiro, e tirou o adversário do G-4 depois de 54 rodadas - 25 no ano passado e 29 na atual edição do Campeonato Brasileiro. Os dois gols foram marcados pelo atacante argentino.
A vitória foi construída em lances parecidos, no início de cada tempo, com Miralles recebendo às costas de uma defesa estática e desviando de Fernando Prass. O Vasco, atrapalhado atrás e na frente, não soube reagir. Com isso, caiu para o quinto lugar, fora da zona de classificação para a Libertadores de 2013, já que o São Paulo venceu o Figueirense.
O time carioca ficou estacionado nos 50 pontos, agora com dois a menos do que o concorrente do Morumbi. O Santos subiu para 41, em oitavo, ainda muito distante do grupo de classificados para a disputa continental. A equipe de Muricy Ramalho volta a jogar em casa na quarta-feira, contra o Atlético-MG, às 22h. No dia seguinte, às 21h, o Vasco tem clássico com o Botafogo no Engenhão.
Miralles santos gol vasco (Foto: José Patrício / Agência Estado)Com os dois gols deste domingo, Miralles tem seis no Brasileiro (Foto: José Patrício / Agência Estado)
Duas ausências, dois pesos
A ausência de Juninho no Vasco explica boa parte da vitória do Santos no primeiro tempo. Sem ele, o time perdeu o pensamento lógico em seu meio-campo - a noção de espaço, a clarividência para um passe decisivo, o controle do tempo. O substituto dele, Carlos Alberto, não ajudou na frente e ainda atrapalhou atrás. Henrique o desarmou como se ele não estivesse ali no nascimento do gol do Peixe.
A sequência da jogada teve bola no pé de Bill e assistência às costas de um Rodolfo que não sabia para que lado correr. Miralles disparou e desviou de Fernando Prass. Eram oito minutos, um bocado cedo, e o time da casa pulava na frente.
Um pouco pelo conforto do placar, outro tanto pela ausência de Neymar, o Santos se preocupou mais em destruir do que em criar no restante do primeiro tempo. E a tarefa foi facilitada pelo Vasco, quase sempre com a bola sob o controle de seus pés, quase sempre sem saber o que fazer com ela - teve 61% de posse na primeira etapa. Carlos Alberto e Eder Luis foram anulados pela defesa adversária. O jeito foi usar as laterais, especialmente com Jonas, já que Wendel estava improvisado pelo lado esquerdo. Em vão: foi uma sucessão de cruzamentos tortos nas 12 tentativas dos visitantes.
O Santos, nas raras vezes em que atacou, se aproximou mais do segundo gol do que o Vasco do empate. Bruno Peres foi a principal via de acesso ao ataque. Mandou dois chutes e disputou outra bola por baixo com Fernando Prass. O goleiro do Vasco foi melhor em todas. Felipe Anderson também arriscou de longe, por fora, na rede.
Os cariocas, pouco incisivos, não incomodaram Rafael. O camisa 1 do Santos viu Alecsandro cabecear para fora no primeiro poste, em boa chegada de Wendel pela esquerda, e também observou chute de Carlos Alberto passar longe do travessão. De resto, acompanhou sua defesa superar o ataque rival.
Arouca santos nilton vasco brasileirão (Foto: Ricardo Saibun / Agência Estado)Duelo de volantes: Arouca e Nilton esticam o pé em direção à bola (Foto: Ricardo Saibun / Agência Estado)
Quase um repeteco
Com as ressalvas da diferença no tempo do gol e da presença de um marcador ao lado de Miralles, a largada do segundo tempo foi quase igual à do primeiro. Cedo, com apenas um minuto, Felipe Anderson repetiu Bill e encontrou o atacante às costas da zaga. O argentino, desta vez com Jonas perto dele, soube desviar novamente de Prass. Outro dele, outro do Santos: 2 a 0. Foi seu sexto gol no campeonato.
Mais uma semelhança com o primeiro tempo: a incapacidade de reação do Vasco. O Peixe voltou a ter tranquilidade para trabalhar. Mesma coisa: posse de bola com os cariocas, mas pouca ação. A equipe comandada por Marcelo Oliveira esteve sempre refém de algum estalo individual - como no passe de Felipe para Eder Luis, que concluiu em cima de Rafael, ou em pancada na trave de Felipe Bastos, em lance anulado por impedimento.
O Vasco apelou para os garotos. Marlone substituiu Carlos Alberto. Jhon Cley entrou no lugar de Felipe. Mas o panorama não mudou. Pipico no lugar de Jonas foi a cartada final dos visitantes - de novo, sem grande efeito. O Santos conseguiu domar seu oponente e, apesar da ausência de Neymar, garantiu uma vitória tranquila na Vila.
 
Coritiba mantém embalo, bate o Bahia e se afasta ainda mais do Z-4
Pela primeira vez no campeonato, a equipe paranaense venceu três partidas consecutivas. Já o Bahia não vence há três jogos
 
 
A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
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Coritiba e Bahia entraram em campo iguais na tabela, mas em momentos distintos no campeonato. Enquanto o Coxa buscava a sua terceira vitória consecutiva, o Bahia tentava quebrar a sequência de dois jogos sem vencer. Depois de um primeiro tempo equilibrado, o domínio coxa-branca no segundo tempo foi determinante no placar: Coritiba 2 a 1.
Com gols de Lucas Claro e Deivid, o Coritiba venceu pela primeira vez três jogos seguidos nesta Série A e se afastou ainda mais da zona de rebaixamento. A distância aumentou para onze pontos. Já o Bahia, que descontou com Alysson, segue oito pontos na frente do Sport, primeiro do grupo dos quatro que descem para a Segunda Divisão.
Autor do gol decisivo da partida, o atacante Deivid comemorou poder ajudar mais um vez ao Coritiba. Ele destacou a importância do treinador confiar no camisa 9 da equipe durante todo o jogo.
- Quando você joga os 90 minutos, sempre tem uma ou duas boas oportunidades. E quando aparecer é preciso ter tranquilidade. Aqui no Coritiba, estou jogando 90 minutos e tenho aproveitado oportunidades. Quero estar sempre fazendo gol - disse o atacante.
Já o atacante Zé Roberto, do Bahia, disse que o resultado poderia ter sido diferente, mas destacou que a equipe jogou bastante desfalcada.
- É natural ter erros individuais com muitos jogadores que não vem jogando juntos em campo. Por isso temos que ter elenco forte. A gente poderia ter tido um resultado melhor, mas é isso mesmo. Todo mundo tentou ajudar, agora vamos para frente - disse Zé Roberto.
Na próxima rodada, o Coritiba volta a atuar em casa, no Couto Pereira, desta vez, o adversário será o Náutico. A partida será na próxima quarta-feira, às 19h30. No mesmo dia e horário, o Bahia recebe o Palmeiras, no estádio de Pituaçu, em Salvador.

Gol lá, gol cá: Primeiro tempo começa elétrico

Iguais na tabela de classificação, Coritiba e Bahia começaram iguais nos primeiros minutos da partida deste domingo no Couto Pereira. Em busca de escapar do rebaixamento, as duas equipes se lançaram ao ataque desde os primeiros minutos. O Bahia foi quem criou as primeiras chances com os chutes de fora da área de Rafael e Zé Roberto, mas foi o Coxa quem abriu o placar. Aos 10 minutos, após cobrança de escanteio, Lucas Claro subiu livre e cabeceou sem chances para Marcelo Lomba: Coritiba 1 a 0.
Everton Ribeiro coritiba Fahel Bahia brasileirão (Foto: Ricardo Saibun / Agência Estado)Everton Ribeiro e Fahel disputam a bola no Couto Pereira (Foto: Ricardo Saibun / Agência Estado)
O Coxa até tentou imprimir um ritmo mais forte em busca do segundo gol, mas a equipe comandada por Jorginho não se apavorou e manteve a postura ofensiva. Se a bola parada colocou o Coritiba na frente, foi a mesma bola parada que igualou a partida. Neto cobrou falta na área paranaense, a zaga vacilou e Alysson apareceu livre pra desviar de leve e empatar a partida: 1 a 1.

Depois de sofrer o empate, o Coritiba passou a povoar o campo de defesa do Bahia e chegar mais forte ao ataque. Em uma dessas chegadas, Marcelo Lomba precisou fazer milagre para impedir o segundo gol paranaense. Após um bate-rebate na área, a bola sobrou para Deivid. O atacante bateu com consciência, mas Marcelo Lomba fez uma grande defesa e impediu o segundo gol paranaense.

Em outra boa oportunidade, Rafinha fez uma linda jogada pela esquerda e deixou Everton Ribeiro na marca do pênalti. O atacante se desequilibrou sozinho e caiu na área. A torcida reclamou de penalidade, mas o árbitro Wagner do Nascimento Magalhães, acertadamente, mandou o jogo seguir.

A parte final do primeiro tempo foi bem diferente dos primeiros minutos. O Coxa teve dificuldades para criar e o Bahia só conseguiu chegar uma vez, mas Diones finalizou mal e desperdiçou um contragolpe rápido.
Água mole, pedra dura....Deivid decide

Os primeiros minutos do segundo tempo foram bem diferentes dos primeiros minutos da etapa inicial, principalmente pelo lado do Bahia. Desligado na partida, o Tricolor baiano só assistiu ao Coxa jogar. A equipe curitibana demorou para perceber o modo “off-line “ do Bahia.

As principais chances do Coritiba só apareceram após os dez minutos do segundo tempo, mas aí, entrou em cena a figura de Marcelo Lomba. O goleiro do Bahia fez pelo menos três defesas espetaculares.

Na primeira delas, Deivid apareceu sozinho na frente de Lomba. O atacante cabeceou forte, mas o goleiro fez uma boa intervenção. No rebote, Lomba fez outro milagre em um chute de Lincoln. Enquanto o Bahia só assistia, o Coritiba continuava a criar. Júnior Urso fez grande jogada individual, passou por dois marcadores e da entrada da área chutou forte para Lomba fazer mais um milagre. Na sobra, Gil tentou o chute a meia altura e Lomba, incrível, fez outra grande defesa.

De tanto insistir, o Coritiba chegou ao segundo gol. Aos 27 minutos, Lincoln cruzou com muita categoria na cabeça de Deivid. O atacante subiu livre e com estilo empurrou para o fundo das redes de Marcelo Lomba: Coritiba 2 a 1.
Depois do gol, o Bahia tentou acordar na partida, mas já era tarde. Não havia mais tempo para nada. Sempre na bola parada, o Tricolor tentou chegar, mas foi pouco. O Coxa também tentou ampliar o marcador, mas Marcelo Lomba voltou a aparecer bem.

Derrotado por Spider, Bonnar lamenta e reconhece: 'Joelhada perfeita'

Americano afirma que não está lesionado e enaltece golpe do Spider

Por SporTV.com Rio de Janeiro
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Antes da noite deste sábado, no UFC Rio III, Stephan Bonnar jamais tinha deixado um octógono nocauteado. Na principal luta da noite, o americano foi alvo de uma joelhada genial de Anderson Silva e deixou o combate derrotado por nocaute técnico. Horas após deixar a arena, o meio-pesado afirmou que não está lesionado e classificou o golpe aplicado pelo Spider como ''perfeito''.
- Não estou machucado, apenas fui pego por uma joelhada perfeita para o alto e fiquei paralisado. Estava recuperando meu movimento quando a luta foi parada - postou Bonnar, em seu Twitter.
UFC 153 Anderson Silva e Stephan Bonnar (Foto: André Durão / Globoesporte.com)Anderson Silva ataca Stephan Bonnar no UFC Rio III(Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Chateado por não poder mostrar muito dentro do octógono, o ''Psicopata Americano'' pediu desculpas aos fãs.
- Obrigada a todos pelo apoio. Desculpem por ter perdido. Me sinto muito mal por decepcionar meus fãs - lamentou.
Antes de enfrentar Anderson Silva, Stephan Bonnar vinha de uma boa sequência de três vitórias seguidas na categoria dos meio-pesados.

Dana White compara Anderson Silva a Mike Tyson e Michael Jordan

Presidente do UFC se rende ao talento do brasileiro e avisa aos fãs: 'Aproveitem enquanto ele está aqui, pois quando se for, vão se arrepender'

Por Adriano Albuquerque, Amanda Kestelman, Ivan Raupp e Marcelo Russio Rio de Janeiro
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O presidente do UFC, Dana White, já teve seus momentos de conflito com Anderson Silva, mas, nos últimos anos, não cansa de elogiar o brasileiro e chamá-lo de "melhor lutador de todos os tempos". Após mais uma vitória impressionante do campeão dos pesos-médios, desta vez nos pesos-meio-pesados, contra Stephan Bonnar, o dirigente voltou a louvar o brasileiro e o comparou a lendas de outros esportes, como Mike Tyson, do boxe, e Michael Jordan, do basquete.
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Anderson Silva Dana White coletiva UFC Rio III MMA (Foto: Adriano Albuquerque/SporTV.com)Para Dana White, Anderson Silva é melhor lutador de todos os tempos (Foto: Adriano Albuquerque/SporTV.com)

Em bate-papo informal com a imprensa após o UFC Rio III, no sábado, White se mostrou impressionado com a atuação do "Spider", e deixou claro que, em sua opinião, nem Mike Tyson em seu auge era tão incrível como o brasileiro.
- Nós vimos algo que talvez nunca veremos de novo. O que esse cara faz… O chute rodado em que ele saiu para um lado, e depois voltou… Ele levou uns golpes, deixou (Bonnar) o acertar, ficou mexendo a cabeça, brincando com ele. E, no minuto que ele disse, "Acabou", ele acabou. É inacreditável. Ninguém neste esporte consegue fazer isso. E às vezes, quando esses caras dizem que Anderson Silva não é o número 1… Está maluco? Ele é o maior de todos os tempos, e acho que é o melhor em todos os esportes de combate. Sou um fã enorme de Mike Tyson, e quando ele estava no auge, executando as pessoas, e você apenas esperava quando ele ia nocautear alguém, Anderson Silva simplesmente faz coisas incríveis que ninguém faz - declarou White.
UFC 153 Anderson Silva e Stephan Bonnar (Foto: Agência EFE)Segundo White, motivação do Spider é quebrar
recordes no UFC (Foto: Agência EFE)
O que mais impressiona o presidente do Ultimate é que Anderson continua tão dominante como quando entrou no UFC, em 2006, apesar de já estar com 37 anos de idade, época em que os atletas normalmente estão em decadência nas suas carreiras. Neste ponto, White comparou Spider a Michael Jordan, que teve duas aposentadorias antes de, enfim, deixar as quadras de basquete, aos 40 anos.
- Anderson não vai a festas, cuida do corpo, é uma aberração da natureza. É o melhor de todos. Assista a cada luta que ele tiver, aproveite cada momento que ele está aqui, porque quando ele se for, você vai se arrepender, vai desejar ter assistido a mais. É como o Michael Jordan, quando jogava basquete, mesmo quando os jogos não valiam muita coisa, ele ainda fazia algumas coisas incríveis. Anderson Silva é quem você quer ver lutando, pois vai fazer coisas que você nunca viu antes - afirmou o presidente.
Para o chefão, a motivação do campeão dos pesos-médios para continuar lutando por mais cinco anos é quebrar recordes e se estabelecer como o melhor lutador de MMA de todos os tempos. Por isso que, na sua opinião, a luta com Georges St-Pierre - e até um combate com Jon Jones, que o Spider insiste em recusar - são importantes para ele.
- Acho que Jon Jones importa para ele também. Acho que ele adoraria nocautear os dois melhores lutadores peso por peso do mundo. Este cara quebrou todos os recordes da história do UFC. Ele vai deixar uma fundação que ninguém jamais, jamais conseguirá quebrar. Drew Brees outro dia quebrou um recorde de mais de 50 anos no futebol americano (passes para touchdown em jogos consecutivos, marca que durava 62 anos)… Esses são os tipos de recordes que o Anderson Silva está quebrando. Acho que, neste ponto de sua carreira, é o que ele está buscando.

Fernandão põe cargo à disposição, mas direção do Inter mantém técnico

Vice de futebol Luciano Davi descarta trocar o comando técnico da equipe na reta final do Brasileirão

Por GLOBOESPORTE.COM Porto Alegre
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Delegação do Inter chega a Porto Alegre após derrota para o Atlético-GO (Foto: Félix Zucco/Agência RBS)Delegação do Inter chega a Porto Alegre após
derrota para o Atlético-GO
(Foto: Félix Zucco/Agência RBS)
Ainda no vestiário do Estádio Serra Dourada após a derrota de sábado por 3 a 1 para o Atlético-GO, em Goiânia, o técnico Fernandão procurou a diretoria colorada e colocou o cargo à disposição. Vice-presidente de futebol e principal responsável pela contratação do treinador depois que Dorival Junior foi demitido, Luciano Davi admitiu a conversa, mas garante que nada muda na comissão técnica colorada.
- A derrota contra o Atlético-GO nos deixou bastante frustrados. E não poderia ser diferente com o Fernandão. Ele nos procurou e colocou o cargo à disposição. Na hora eu neguei. Esta não é hora de mudanças. Faltam oito jogos e não podemos pensar em mudar neste momento - disse Luciano Davi em entrevista à Rádio Gaúcha.
Inter_8-ultimas_rodadas (Foto: infoesporte)
O técnico do Inter aproveita o domingo de folga em Goiânia e deve retornar para Porto Alegre entre a noite de domingo e a manhã de segunda-feira. O comandante se apresenta normalmente com o grupo de jogadores no começo da semana, garante Luciano Davi.
- O Inter precisa ter um projeto de início de ano. Repito: não é o momento de mudanças, nem de fazer choque. No Brasil, temos de três a quartro treinadores de ponta. Todos estão empregados. O que não podemos admitir é que o Inter não consiga empilhar uma sequência de vitórias - disse o dirigente.
Depois do fracasso no Serra Dourada, a diretoria já coloca publicamente que o projeto para 2013 está em andamento nos bastidores do clube. Mesmo com as eleições presidenciais marcadas para o final do ano, a atual direção já planeja algumas coisas.
- Temos vários jogadores que podem nos dar uma melhor resposta no ano que vem. A gurizada que vem jogando está dando boa resposta. Esta foi a temporada que mais revelamos jogadores da base nos últimos tempos. Mas não podemos achar que isto é a solução. Estamos avaliando um por um. Esta semana ainda teremos uma reunião para tratar da pré-temporada para o ano que vem - afirmou Luciano Davi.
O Inter volta a campo na quarta-feira. Enfrenta o vice-lanterna Figueirense no Beira-Rio, às 19h30m, pela 31ª rodada do Brasileirão.

Robert e Gabigol: adolescentes que valem mais de R$ 100 milhões

Com medo do futuro, times brasileiros fazem de tudo para segurar seus novos talentos criando multas rescisórias altíssimas

Por GLOBOESPORTE.COM São Paulo
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Gabriel e Robert são adolescentes com menos de 16 anos, mas que já valem mais de R$ 100 milhões em multa rescisória em seus clubes - Santos e Fluminense, respectivamente. Com a promessa de um futuro brilhante para seus novos talentos, os times brasileiros estão fazendo de tudo para segurá-los. Mas será que isso não prejudica a carreira dos garotos? Com a inocência da idade, há quem diga que eles ainda não sabem o significado de uma quantia tão alta.
- Cuidado para não ficar deslumbrado. Nenhuma criança ou adolescente está preparada. Ela está no momento de brincar, de curtir e de aproveitar a vida – aconselha o psiquiatra Fábio Basbirato
Gabigol assina seu primeiro contrato com o Santos (Foto: Divulgação Santos FC)Gabigol assina seu primeiro contrato com o Santos (Foto: Divulgação Santos FC)
Gabigol joga pelo Santos desde os oito anos. Ele ganhou esse apelido nos tempos de futsal. Com mais de 600 gols, o menino vem conquistando espaço e fama. O valor da multa rescisória estipulada pelo Peixe é de 50 milhões de euros (R$ 132 milhões), o que preocupa os pais.
- É muito sério. O dinheiro, se você não souber cuidar, vai embora rápido. E também tem que manter o pé no chão. Ele tem que saber de onde ele veio e ter as coisas por merecimento – diz a mãe do jogador
O dinheiro é controlado pelos pais. Gabigol tem uma mesada que aumenta conforme o seu desempenho. Uma fórmula que traz resultados. Assim como seu ídolo Neymar, ele é conhecido pelo estilo do cabelo, o jeito moleque e a consciência do que pode se tornar no futuro.
Ele tem que saber de onde veio e ter as coisas por merecimento"
Pai de Gabigol
- Eu gosto de jogar bola, gosto de ser feliz aqui dentro de campo. Como falei, não ligo para a multa. O que importa é estar feliz dentro de campo com a camisa do Santos – afirma Gabigol
Ele não é o único. A mais nova promessa do Fluminense também está valendo muito dinheiro. Com multa rescisória no valor de R$ 190 milhões, Robert é destaque na seleção brasileira sub-17.
- Eu fui fazer um teste no Fluminense e passei no primeiro dia. Daí, o técnico pediu o documento pra minha mãe na hora e a gente não sabia de nada - conta Robert
É uma realidade que assusta os pais. O filho que hoje está se destacando, amanhã também pode ser descartado com a mesma rapidez.
- A gente aposta muito na carreira dele, mas sempre com os pés no chão. Hoje você pode estar em cima. Amanhã, a gente não sabe – afirma o pai do jogador
robert fluminense contrato (Foto: Nelson Perez / Fluminense. F.C.)Robert assina contrato com Fluminense  (Foto: Nelson Perez / Fluminense. F.C.)
A lei permite que os meninos assinem o primeiro contrato da carreira ao completar 16 anos. E é nesse momento que surgem as multas altíssimas, já que os times estrangeiros estão de olho nos novos destaques brasileiros.
- Quando a lei diz que para o exterior não há limites, criam-se essas loucuras jurídicas que nós vemos. Essas multas são absolutamente desproporcionais e não resistem a cinco minutos de análise da Fifa – diz Marcos Motta, especialista em direito esportivo..
Jovens jogadores brasileiros costumam ser vendidos por preços altíssimos para o exterior. O caso do Lucas, do São Paulo, é o exemplo mais recente. Ele foi vendido por R$ 107 milhões ao Paris Saint-Germain, da França, e é o jogador mais valioso do Brasil com menos de 20 anos. Na lista, também entram Hulk e Thiago Silva, não tão novos, mas considerados os dois jogadores mais caros do futebol mundial em 2012.

Massa sem dúvidas sobre renovação com Ferrari: 'Será muito em breve'

Outra boa atuação, com direito a calor em Alonso, faz piloto recuperar de vez a confiança do time: 'Se não fosse muito forte, já teríamos tomado outra decisão'

Por GLOBOESPORTE.COM Yeongam, Coreia do Sul
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Depois de encerrar o jejum de pódios no Japão, Felipe Massa emplacou mais uma bela atuação, desta vez na Coreia do Sul. No GP deste domingo, chegou em quarto, com direito a ritmo mais forte que o companheiro de equipe, o badalado Fernando Alonso. O brasileiro só não foi mais longe porque a própria Ferrari pediu para pegar leve e não ameaçar o terceiro lugar do espanhol, que está na briga pelo título com Sebastian Vettel, vencedor da prova e novo líder do campeonato.
Após a quinta exibição consistente seguida, o vice-campeão de 2008 está confiante de que renovará seu contrato com o time de Maranello para a próxima temporada. Perguntado se tem dúvidas se seguirá na equipe em 2013, foi enfático:
- Não, não tenho. Vamos esperar a hora. Quando tiver o OK das duas partes, é quando você tem certeza. Acredito que será muito em breve, para ser honesto – declarou à revista inglesa “Autosport”.
Felipe Massa foi 4º no GP da Coreia: quinta atuação consistente consecutiva (Foto: Getty Images)Felipe Massa foi 4º no GP da Coreia: quinta atuação consistente consecutiva (Foto: Getty Images)

A reação de Felipe na temporada fez a escuderia mais tradicional da Fórmula 1 recuperar a confiança no piloto brasileiro, que é piloto titular do time desde 2003. O chefe da equipe, Stefano Domenicali, antes receoso na manutenção de Massa, em razão do mau início do ano, deu sinais claros de que o acerto acontecerá logo:
- Com certeza, ele está entendendo melhor o carro agora. Ele está entendendo melhor os pneus também. Além disso, Felipe é um piloto muito, muito forte. Porque se fosse o contrário, já teríamos tomado uma decisão diferente. Sinto que agora, Felipe tem sob controle o entendimento dos pneus e do carro e está dirigindo no nível que deveria – reconheceu o chefão.
Felipe massa sebastian vettel kamui kobayashi pódio gp do japão (Foto: Agência Reuters)No GP do Japão, Massa quebrou um jejum de quase dois anos sem pódio (Foto: Reuters)
Nas cinco corridas após as férias da categoria em agosto, Massa é o segundo piloto que mais somou pontos: foram 56, atrás apenas do novo líder, Sebastian Vettel, que marcou 93. Nesse período, o brasileiro fez 11 pontos a mais que o parceiro de time, Alonso.
O crescimento de Massa no ano contribuiu também para a Ferrari tirar a McLaren da vice-liderança do Mundial de Construtores, competição que rende muitas cifras aos times bem posicionados e um dos principais pontos de preocupação da equipe em relação aos poucos pontos somados pelo brasileiro no início do ano.
Longa história com Ferrari
Após nove etapas, Felipe Massa é o 13º colocado, com 23 pontos (Foto: Getty Images)Brasileiro está em sua sétima temporada com o
time de Maranello (Foto: Getty Images)
A história de Massa com o time de Maranello começou em 2001, quando o brasileiro teve o passe comprado pela escuderia após o título da F-3000 Europeia, uma das principais divisões de acesso da F-1. Cumpriu uma temporada na Sauber em 2002, mas não caiu nas graças de Peter Sauber e passou o ano seguinte como piloto de testes da Ferrari. Voltou ao time suíço em 2004 e estreou com titular da equipe italiana em 2006, com Michael Schumacher como companheiro. Um ano depois, fez parceria com Kimi Raikkonen, campeão daquele ano.
Em 2008, fez sua melhor temporada, sendo vice-campeão. Venceu seis corridas, mas perdeu o título quando Lewis Hamilton superou Timo Glock na última curva do histórico GP do Brasil. Em 2009, sofreu o mais grave acidente da carreira ao ser atingido por uma mola do carro do amigo Rubens Barrichello nos treinos classificatórios do GP da Hungria. De fora do restante da temporada, retornou às pistas no ano seguinte, já com Alonso como parceiro.
Após um campeonato discreto, enfrentou um jejum de pódios que durou do GP da Coreia de 2010 até a corrida de Suzuka. Massa tem 167 GPs disputados,11 vitórias, 34 pódios e 15 pole positions.

Figuraças se juntam a promessas do MMA na seletiva do novo TUF Brasil

Lutador de terno contrasta com cabelos coloridos de candidatos a uma
vaga no reality. Joe Silva explica que cartel é o principal critério de seleção

Por Ivan Raupp e Raphael Marinho Rio de Janeiro
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Foi dada a largada para a realização do grande sonho dos lutadores do país. A segunda temporada do "The Ultimate Fighter Brasil - Em busca de campeões", que dá ao campeão um contrato com o UFC, teve sua seletiva realizada neste domingo, no Rio de Janeiro, e contou com uma mistura de grandes promessas do MMA nacional e personagens, no mínimo, bastante característicos. O evento teve a pariticipação de cerca de 200 atletas e foi dividido em três partes: 90 segundos de grappling (luta agarrada), 40 segundos de manopla, e a entrevista, tudo sob a supervisão de Joe Silva e Sean Shelby, os casadores de lutas do Ultimate. Ainda não há previsão para que sejam conhecidos os 32 nomes selecionados para o primeiro episódio, onde haverá eliminatórias que decidirão os 16 que entrarão na casa.
Joe Silva e Shean Shelby seletiva TUF Brasil II (Foto: Ivan Raupp / Globoesporte.com)Joe Silva e Sean Shelby são os responsáveis pela seleção do TUF (Foto: Ivan Raupp / Globoesporte.com)
- Estamos procurando os melhores lutadores. Eu me importo muito com os cartéis. Gosto de ver o que você realmente já fez profissionalmente. É ótimo ver o que você pode fazer no treino, mas nada diz mais do que o que você já fez no ringue. Nós vemos alguns caras que às vezes não têm tanta experiência mas mostram algo especial, como: "Esse cara é um atleta, olha como ele finaliza, olha como ele bate forte". Toda vez a gente pega alguém que não tenha um cartel impressionante ainda, mas que pode surpreender - disse Joe Silva, explicando quais são os critérios mais importantes da seleção.
O "matchmaker" afirmou que esta nova edição do TUF Brasil não vai ocorrer nas divisões dos leves (até 70,3kg) e meio-médios (até 77,1kg), e sim em apenas uma delas, conforme o presidente Dana White já havia antecipado logo após o UFC 153:
Galeria Seletiva TUF Brasil II lutadores (Foto: Ivan Raupp / Globoesporte.com)
- Na verdade, isso não é incomum. Primeiro vamos fazer a seletiva em duas categorias, depois vamos analisar tudo e ver qual delas nos impressionou mais. Essa será a escolhida para o programa - disse Joe, explicando ainda que, se um lutador agradar mas a categoria dele não for escolhida, caberá a ele próprio decidir se aceitaria competir em um peso inferior ou superior.
Um dos mais conhecidos da seletiva era Gilbert Durinho, parceiro de treinos de Vitor Belfort e que foi um dos técnicos auxiliares dele no primeiro TUF Brasil. A fera do jiu-jítsu, que entrou nos leves, acredita que muitos dos inscritos não têm ideia do que poderão encontrar dentro da casa:
lutadores seletiva TUF Brasil II MMA (Foto: Ivan Raupp / Globoesporte.com)Gilbert Durinho (à esquerda) inicia o teste de
grappling (Foto: Ivan Raupp / Globoesporte.com)
- Sei mais ou menos como é. Não senti aquilo, eu só vi. Estou começando a me preparar. A galera está aqui festejando, mas sei que é pedreira. Chegar lá e encontrar um monte de macho, os caras zoando na hora de dormir, e você querendo descansar. Quando chega a sua luta você fica mais carente. É a hora em que você precisa dos amigos, da esposa, da família, e isso não vai mudar. Você vê todo dia o cara contra quem você vai lutar, é difícil. Três quesitos que são difíceis: bater o peso, conviver com quem você não conhece, e o treinamento com um pessoal totalmente diferente.
Outras duas promessas subiram de peso para tentarem a vaga no reality show. Originalmente atletas do peso-pena, Renato Moicano e Edimilson Kevin bateram na trave e foram os dois reservas dessa categoria no primeiro TUF.
- Eu tinha ficado de primeiro reserva, na expectativa. E acabei ficando meio frustrado nas primeiras semanas do programa. Um amigo meu, Massaranduba, participou, e isso mudou a vida dele. Eu tinha condições não só de estar lá, mas de estar disputando o título. Não sei se ganharia, mas pelo menos condições eu teria - afirmou Moicano.
Edimilson Kevine Renato Moicano seletiva TUF Brasil II (Foto: Ivan Raupp / Globoesporte.com)Edimilson Kevin e Renato Moicano na seletiva do novo TUF Brasil (Foto: Ivan Raupp / Globoesporte.com)
Já Kevin tem sido um dos mais elogiados pelo ex-lutador Wallid Ismail, presidente do Jungle Fight, evento no qual vinha atuando. Ele pensa que pode melhorar sua situação desta vez:
- Espero que isso me credencie. Acredito que tenho grande chance de entrar pelo simples fato de ter batido na trave na temporada passada. Fiquei de reserva. Tomara que o Jungle me dê essa moral (risos).
Atleta dos meio-médios, companheiro de Moicano na Constrictor Team e também com passagem pelo Jungle, Diogo Fofão comentou a importância de um evento do porte do UFC, que é o sonho de consumo de todos esses lutadores. Assim exemplificou Gustavo Coelho, que se inscreveu no peso-leve:
lutador seletiva TUF Brasil II MMA (Foto: Ivan Raupp / Globoesporte.com)Estilo: Juliano Ninja foi de terno e óculos escuros
(Foto: Ivan Raupp / Globoesporte.com)
- Eu gosto de lutar em eventos grandes. Eles chamam a responsabilidade e me fazem lutar melhor ainda. Eu me amarro quando o evento é grande. Quanto maior o show, para mim é melhor - declarou Fofão.
- Meu sonho é o UFC. Isso aqui é a ponte aérea para o UFC. Estou trabalhando todo dia para isso - disse Gustavo.
Terno ou cabelos coloridos?
Mas a seletiva também ficou marcada pelas figuraças, como os que ostentavam cabelos coloridos, e Juliano Ninja. O atleta de Blumenau-SC vestiu uma roupa exageradamente formal neste domingo.
- Deixa eu te fazer uma pergunta: por que lutador tem de andar mal vestido? Tem que estar sempre bem arrumado para acabar com esse estereótipo. Nós temos uma imagem a passar, temos que estar bem alinhados.
Ninja, por sinal, é da mesma equipe de Cristiano Psicopata, que usava uma máscara de horror semelhante à do filme "Hannibal".
- O apelido é porque, quando comecei, lutava em todas as categorias, médio, medio-médio, leve... Uma vez fui lutar contra um atleta que se chama Jason, e ele usava uma máscara (não é o Rony), aí a gente resolveu tirar onda.
Entre outros nomes experientes como Luis Sapo e Paulo Bananada, estava também Cassiano Tytschyo, que, apesar de ter só 24 anos, já tem 34 lutas na carreira e conquistou recentemente o cinturão meio-médio do Bitetti Combat.
lutadores seletiva TUF Brasil II MMA (Foto: Ivan Raupp / Globoesporte.com)Atletas aguardam para serem fichados como participantes (Foto: Ivan Raupp / Globoesporte.com)
- Tenho bastante luta, quero muito isso para minha vida, coisa que muita gente também quer. É Deus quem vai escolher. Minha vontade de vencer é muito grande, sempre que lutar vou ter muita agressividade e vou para dar show. Esse é meu diferencial.
Houve ainda quem nem pôde fazer os testes. Aos 36, Gustavo Labareda não foi adiante por ter estourado o limite de 35 anos. Ele participou das eliminatórias do primeiro TUF e foi derrotado por Cezar Mutante na luta que valia a vaga na casa.
- Eles têm um critério da fica principal da inscrição. Mas eu ainda persisti para ver se abriam uma exceção, porque essa (meio-médios) é a minha categoria. Fiz uma boa luta contra o Mutante e vim tentar novamente. Infelizmente, a idade está um pouco avançada. Mas por dentro estou novinho, novinho. Tem muito caldo ainda para sair desse caldo de cana - lamentou.
mesa de juizes seletiva TUF Brasil II (Foto: Ivan Raupp / Globoesporte.com)Joe Silva e Sean Shelby observam o trabalho dos
lutadores (Foto: Ivan Raupp / Globoesporte.com)
Sem dormir por causa do UFC Rio III
E teve até quem tivesse virado a noite sem dormir. Mas por uma boa causa, diga-se de passagem. Fábio Defendenti foi córner de Erick Silva na derrota para Jon Fitch no UFC Rio III, enquanto Thiago Jambo foi córner de Fábio Maldonado no revés diante de Glover Teixeira no mesmo evento.
- Nem dormi, vim virado. Fiquei preenchendo uns papéis que o UFC exige para poder passar na seletiva até 6h da manhã. Terminei, deitei, e 6h45m eu estava de pé. Estamos na guerra - disse o capixaba.
- Estou virado aqui. estava no córner do Maldonado. Eu o acompanhei até o hospital. Ele fraturou o nariz, está passando por uma cirurgia. Ele ficou p... porque eu estava lá (risos). O Maldonado é um irmão meu - completou Jambo.

Entrevistão: Adriano, Seleção, Copa, Mano... Os pitacos do tetra Jorginho

Auxiliar em 2010 e campeão em 94, técnico do Kashima usa experiência
para alertar: Brasil tem que abrir os olhos, e Imperador precisa ser homem

Por Lucas Loos Rio de Janeiro
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O tetracampeão mundial e atual treinador Jorginho tem bastante história para contar. Com passagens por grandes clubes, como Flamengo, Bayer Leverkusen, Bayern de Munique, São Paulo, Vasco e Fluminense, o carioca de 48 anos tem uma forte ligação com a seleção brasileira, muito por conta da conquista com a equipe de Parreira em 1994. Teve também a Copa de 2010, quando integrou a comissão técnica de Dunga. Nesse ciclo recente, teve a oportunidade de se aproximar de Adriano, que, nas palavras do atual técnico do Kashima Antlers, vacilou e acabou “se punindo” com a ausência do Mundial. Esse, particularmente, é um assunto que mexe com o ex-lateral. Não a derrota para a Holanda na África do Sul, mas a situação em que se encontra o Imperador.
JOrginho kashima antlers (Foto: Divulgação)No Kashima Antlers, Jorginho diz que recebeu uma sondagem forte do Fla neste ano (Foto: Divulgação)
- Ele não pode fazer as mesmas besteiras. Tem que demonstrar que é o Adriano do Flamengo e precisa saber ser homem. Ser exemplo. Não pode mais faltar treinamento. Chega disso. As pessoas o amam, querem abraçá-lo. Isso aqui é papo de quem ama ele. Não o estou criticando, estou alertando. Tem que ser profissional, procurar tratamento psicológico. Não precisa de amigos que só querem o dinheiro dele. Precisa de pessoas que o amem - disse Jorginho, que revela que houve uma “forte sondagem” para comandar o Flamengo antes da chegada de Dorival Júnior.
JOrginho kashima antlers (Foto: Divulgação)Carioca de 48 anos, Jorginho está no comando do
Kashima desde o início do ano (Foto: Divulgação)
Crescido em Guadalupe, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, ele, assim como o Imperador, sabe muito bem o que é deixar uma comunidade mais humilde para ganhar o mundo. Mas o capítulo Adriano integra apenas uma parte da coleção de histórias de Jorginho no mundo da bola. A Copa de 2010 merece uma menção à parte. Por exemplo, o critério usado por Dunga e sua comissão técnica para deixar a dupla Ganso e Neymar fora da África do Sul é outro tema que segue fresco na memória do treinador.
Se o passado já está escrito, o futuro ainda está sendo desenhado. E, quando se fala de seleção brasileira, o que aparece no horizonte é a Copa de 2014. Mesmo distante, ele acompanha a equipe de Mano e tem seus pitacos na ponta da língua. Jorginho diz que entende o treinador, mas vê duas falhas na preparação atual: o modo como a renovação de jogadores foi feita e o nível dos adversários brasileiros.
- É o momento de abrir os olhos. Precisamos enfrentar seleções de peso.
De sua casa no Japão, Jorginho conversou por telefone durante cerca de uma hora com a reportagem do GLOBOESPORTE.COM. Desde janeiro no comando do Kashima Antlers, clube pelo qual já havia defendido na época de jogador durante meados da década de 90, ele diz já estar habituado novamente à vida na Terra do Sol Nascente, após um período em Florianópolis à frente do Figueirense. Apesar da idolatria no país, o futuro ainda é incerto, e uma definição deve sair apenas no fim do ano. Confira algumas das histórias de Jorginho, e os personagens que protagonizaram sua biografia ao longo dos últimos anos.
GLOBOESPORTE.COM: após uma boa passagem pelo Figueirense, você retornou ao Japão no início do ano para assumir o comando do Kashima Antlers. Como está sua situação no futebol asiático?
 O Campeonato Japonês está muito embolado. Estamos em 13º na tabela, a sete pontos do G-4 e da zona do rebaixamento, e temos mais seis jogos. Peguei um momento de transição. O Oswaldo (de Oliveira, ex-técnico da equipe) mesmo falou que era normal, até porque a equipe mudou muito. Trouxemos o Renato Cajá, que deu uma melhorada sensível. E os resultados estão aparecendo. Na Copa Nabisco, estamos na semifinal contra o atual campeão, o Kashiwa Reysol, dos brasileiros Nelsinho Batista, Jorge Wagner e Leandro Domingues. O primeiro jogo ganhamos em casa por 3 a 2 (NR: neste sábado, o time de Jorginho empatou por 2 a 2 com o Kashiwa Reysol e garantiu vaga na final contra o Shimizu S-Pulse). Também tem a Copa do Imperador, que estamos na briga.
Tabela de classificação do Campeonato Japonês 2012 (até agora foram disputadas 28 de 34 rodadas)
Colocação Equipe Pontuação Saldo de gols
1 º Sanfrecce Hiroshima 54 25
2 º Vegalta Sendai 51 20
3 º Urawa Red Diamonds 48 6
4 º Shimizu S-Pulse 44 2
13 º Kashima Antlers 37 5
16 º Albirex Niigata 30 - 7
18 º Consadole Sapporo (último colocado) 13 - 49
Como jogador, você já havia defendido as cores do Kashima. O cotidiano do futebol japonês é muito diferente do que vemos no Brasil?
O respeito à história conta muito aqui no Japão. Eles não esquecem isso. Nós ficamos um tempo sem ganhar, mas a própria torcida falou para a diretoria que não poderiam me mandar embora. A equipe se recuperou e está no meio da tabela. O respeito com a história é impressionante. Mas, apesar de ser uma responsabilidade muito grande, eles sabem que a equipe está numa fase de mudança.
JOrginho kashima antlers (Foto: Divulgação)Kashima de Jorginho está na 13ª posição do Japonês, mas segue bem na Copa Nabisco (Foto: Divulgação)
E a vida na Terra do Sol Nascente? Como está a adaptação à mudança de cultura?
Kashima é uma das menores cidades dos times que estão na J League. É uma cidade pequena que não tem muita coisa para se fazer. Mas morei aqui quatro anos na época de jogador e estou muito bem adaptado. Na minha primeira vinda, tinha chegado da Alemanha, que, apesar de ter seus contrastes com o Japão, é um país diferente do Brasil. A família até sente falta. Mas este não é um problema e, por isso, não pensamos em voltar ao Brasil. Nisso eu não tenho problema. A gente fica batendo papo. Convivo mais com a comissão técnica. Com atleta, o convívio não é tão intenso, só às vezes, num aniversário ou coisa do tipo. Mas o relacionamento é ótimo, e tem também o contato com os japoneses, que é muito bom.
Assim como no Brasil, a temporada no Japão já está em seu final. Faltam seis rodadas para o término da J League. Já definiu seu futuro? O objetivo é seguir em Kashima em 2013?
Já demos início ao planejamento do próximo ano. Mas ainda não chegamos a uma definição quanto à renovação. Vamos aguardar mais para frente. Tem essa questão do respeito, mas sabemos que resultado é importante. Acredito que eles devem renovar. Só que é melhor aguardar, tanto para o lado deles quanto para o meu.
Info_Jorginho_TECNICO-JOGADOR-2 (Foto: infoesporte)
Você recebeu proposta de algum clube brasileiro desde que chegou ao Kashima?
Eu tive uma oferta do Brasil e achei que não tinha a menor condição de voltar atrás com minha palavra. Tenho um contrato e precisaria sair quase no início do campeonato. Ficaria ruim a minha situação. Além disso, gosto de manter minha palavra. Tenho que cumprir os compromissos até o fim.
Pode falar qual clube brasileiro foi esse?
Tive uma sondagem forte do Flamengo neste ano. Mas, como já falei, foi difícil tomar essa decisão pelo compromisso que eu tenho. Da mesma forma que se eu estivesse lá não sairia para um clube da Europa. Não é o tipo de decisão fácil de tomar porque há uma ligação. Já tive outra chance em 2009, antes do Andrade, e não pude assumir porque estava na Seleção. De repente, em uma outra oportunidade. Mas não me arrependo.
No Flamengo, você poderia reencontrar o Adriano, com quem trabalhou na Seleção. Na ocasião, em 2010, a comissão técnica do Brasil preferiu deixá-lo fora do Mundial da África do Sul. Qual foi o verdadeiro motivo?
O Adriano é um cara por quem tenho carinho especial. Quando voltou ao Brasil após dar um tempo do futebol em 2009, fui à sua casa conversar com ele e com a mãe. Mantinha contato por telefone. Mas a verdade é que o Adriano se desconvocou em 2010. Ele sabe disso. O mais triste é que ele voltou a fazer as mesmas coisas daquela oportunidade. Não é a primeira vez que falta a treinamento. Quando parar verdadeiramente, vai sentir muita falta. Falei naquela ocasião que ele precisava ouvir umas verdades, e o Adriano precisa de um acompanhamento, sim. Ele está jogando a carreira fora. Que bom que o Liedson chegou ao Flamengo, o Vagner joga muito, mas ele poderia estar jogando e até voltar à Seleção.
Se pudesse reencontrá-lo como naquela oportunidade em 2009, o que falaria para o Adriano?
Mas a verdade é que o Adriano se desconvocou em 2010. Ele sabe disso. O mais triste é que ele voltou a fazer as mesmas coisas daquela oportunidade. Quando parar de jogar verdadeiramente, vai sentir muita falta. "
Jorginho
Quando volto às minhas raízes, em Guadalupe, todo mundo me respeita. Todo mundo sabe que saí e venci. Eu mudei e transformei minha vida. Nunca fui de fazer besteira, mais ia para baile e fazia bagunça. Quando decidi parar de beber e fumar com 17 anos, quis vencer. Hoje, quando retorno à minha comunidade, as pessoas me respeitam. Falei para ele que as pessoas o têm como exemplo. Precisa mudar a imagem. Chegar na comunidade e não esquecer os amigos é bom. Mas os caras precisam ter respeito por você. Não pode fazer as mesmas besteiras. Tem que demonstrar que é o Adriano do Flamengo e precisa saber ser homem. Ser exemplo. Não pode mais faltar treinamento. Chega disso. As pessoas o amam, querem abraçá-lo. Isso aqui é papo de quem o ama. Não o estou criticando, estou alertando. Tem que ser profissional, procurar tratamento psicológico. Não precisa de amigos que só querem o dinheiro dele. Precisa de pessoas que o amem.
Assim como Adriano, a dupla Ganso e Neymar foi outra ausência sentida por torcedores e imprensa na África do Sul. Fica algum arrependimento por tê-los deixados fora da lista?
Arrependimento nunca. Tínhamos convicção naquilo que estávamos fazendo. O Dunga tinha uma linha que só convocaria jogadores os quais já havia testado. O Ganso estava mais maduro e por isso entrou entre os 30 (relação que incluía os sete jogadores da "lista de espera" composta por Diego Tardelli, Carlos Eduardo, Paulo Henrique Ganso, Ronaldinho Gaúcho, Marcelo, Alex e Sandro para o caso de corte por lesão). O Neymar ficou no banco diversas vezes em 2009 e não estava pronto, porque encontrava-se naquele processo de transformação. Chegamos a 2010 com um amistoso apenas, e o grupo estava mais ou menos se definindo. Na oportunidade, o Ganso estava infinitivamente na frente. Tinha maturidade e inteligência. Ficamos balançados em relação a isso. Mas pesou que estávamos dando preferência aos jogadores que vinham sendo testados.
Dunga e Jorginho no treino do Brasil (Foto: agência Reuters)Jorginho fez parceria com Dunga no ciclo até a Copa do Mundo de 2010 (Foto: agência Reuters)
De lá para cá, muita coisa mudou. Ganso sofreu com as lesões, se mudou para o São Paulo... enquanto o Neymar virou titular absoluto da Seleção. Acha que agora eles estão preparados para 2014?
Somos considerados os melhores, mas a Espanha, por exemplo, está muito à nossa frente"
Jorginho
Hoje é muito fácil falar do Neymar. Do Ganso não, já que não conseguiu manter a sequência de 2010 e um pouco de 2011. Acredito que a lesão o atrapalhou muito. O Neymar veio subindo e era mais para o futuro, assim como o Ronaldo em 94. Mas o Parreira tinha um pensamento, e o Dunga, outro. O Neymar hoje é outro jogador. Só que não é o mesmo no Santos e na Seleção. Que fique bem claro. Acredito que ele joga muito. O Messi é o Messi, mas ele joga com Xavi e outros craques. Com o Neymar não é assim. Para mim, o que o Neymar fez em 2011 fez dele o melhor do mundo. Acho que ele não pode demorar muito a ir à Europa porque vai ser um dos melhores do mundo. Mas Seleção é resultado. Você tem que chegar e fazer. E ele ainda tem que mostrar isso. É importante ele ser o mesmo do Santos na Seleção.
Como vê o Brasil em relação aos rivais para 2014?
Somos considerados os melhores, mas a Espanha, por exemplo, está muito à nossa frente, em termos de resultado e ter uma base formada. Eles têm praticamente uma base de dois times. Além disso, o jogador europeu está muito próximo do local de jogo para disputar eliminatórias e amistosos. No Brasil, é mais difícil. O jogador, muitas vezes, tem uma viagem longa só para defender a Seleção.
Quando o Mano assumiu a Seleção, ele atendeu o pedido da torcida. Deixou alguns jogadores pouco populares fora e fez a renovação, lançando Neymar e Ganso no time titular. Como avalia esse processo?
O Mano fez a renovação que precisaria ter. Ao meu ver, com todo respeito, é claro que existia um clamor público. Mas um líder nato como o Lúcio deveria ter sido mantido por um ou dois anos até que o Thiago Silva e o David Luiz pegassem mais experiência. Precisariam desse contato com o Lúcio (NR: Lúcio disputou a Copa América de 2011 sob o comando de Mano). Acabou a Copa e quase não vimos mais um pentacampeão convocado. A experiência não pode ser deixada de lado. A minha crítica é na estratégia. Deveria ter sido mantida uma base. Começou tudo novo e teve suas consequências. Como não ganhou a Copa América, a pressão aumenta. Sei dos problemas que ele enfrenta e sou solidário a isso. E sei muito bem o que ele sofreu.
JOrginho kashima antlers (Foto: Divulgação)Jorginho critica o nível dos adversários da preparação da seleção brasileira (Foto: Divulgação)
Apesar de as vitórias estarem vindo, o Mano ainda recebe muitas críticas à frente da Seleção. Assim como ele recebe vaias, vocês também tiveram diversos momentos turbulentos. Acha que é pressão natural do cargo ou há um certo exagero por parte da imprensa e da torcida?
Seleção brasileira não tem jeito. É um mundo à parte. Joguei no Flamengo e outros grandes clubes, mas nada se compara à Seleção. A gente sabia da cobrança dos tempos de jogador, porém a cobrança em cima do treinador é grande. A cobrança sempre existiu e vai continuar existindo. Só que tivemos uma cobrança maior por várias razões: o Dunga não tinha sido treinador. É o jeito autêntico dele: bateu, levou. O Mano é mais polido. Tem uma personalidade completamente diferente. Ele está vendo que, por mais educado que seja, deve tratar todos com respeito. O Parreira era um exemplo de postura, por tudo que sofreu e deu a volta por cima. Procuro pegar coisas dos treinadores e aprendi com o Parreira esse jeito de tratar as pessoas.
Ainda sobre essa pressão. Nos bastidores, teve algum momento no qual você e o Dunga pensaram em chutar o balde?
Nunca pensamos em entregar os pontos. Sabíamos que seria difícil. Quando perdemos para o Paraguai (2 a 0, no dia 15 de junho de 2008) e empatamos com a Argentina (0 a 0, dia 19 de junho), o presidente foi firme e nos segurou. Perdemos as Olimpíadas em seguida, mas subimos nas eliminatórias. Para o Mano, a coisa está apertando e não tem uma disputa de eliminatórias ou um teste real para mudar a situação. As melhores seleções contra as quais vi o Brasil jogar recentemente foram México, Japão e EUA. Com todo respeito ao Iraque, de um grande amigo que é o Zico, mas não dá (o Brasil goleou por 6 a 0).
Acha que essa preparação contra seleções mais fracas pode prejudicar o Brasil?
É o momento de abrir os olhos. Precisamos enfrentar seleções de peso."
Jorginho
Não tem nenhum amistoso que vale a pena. Sei que não é fácil arrumar amistoso para a seleção brasileira, mas minha preocupação é o nível dos amistosos. Sei que nem todos os países querem enfrentar o Brasil. Mas conversei com o Zico e ele falou que nem todos estavam treinando no Iraque. A obrigação é toda da seleção brasileira. Como não teve vitória na Copa América, a coisa aperta para a Copa das Confederações. Não é momento para desespero, é para reflexão. O Brasil necessita enfrentar seleções com capacidade e tradicionais. É a única oportunidade, porque não está disputando as eliminatórias. Só não acho que é momento. É o momento de abrir os olhos. Precisamos enfrentar seleções de peso.
Uma possibilidade concreta para 2014 atende pelo nome de Wellington Nem, convocado contra a Argentina e um dos principais nomes do Fluminense, líder isolado do Brasileiro. Você trabalhou com ele no Figueirense em 2011. Achava que em um período tão curto ele poderia estourar desta forma? Além disso, houve algum plano para desenvolvê-lo?
Para mim é especial, porque o Nem estava largado quando cheguei. Fora dos planos, com muito peso, largado... E o conhecia da seleção juvenil e já tinha visto ele treinando. Falei que ele não podia estar assim, desinteressado. Quando perdia a bola voltava desinteressado. Disse que um jogador como ele tem que estar ligado o tempo todo. Além disso, ele estava como meia-atacante e o coloquei como segundo atacante, ao lado do Julio César. Cobrei que ele voltasse para marcar quando o time perdesse a bola. Ele não é apenas ofensivo, brilhante e veloz. Ele, taticamente, é importante. Rouba a bola, dá o combate. É taticamente muito mais responsável que antes. Claro que, com a experiência do Abel, está aprendendo bastante. Era uma questão de tempo até que se desse bem.
Jorginho, Botafogo x Figueirense (Foto: Ide Gomes/Agência Estado)Jorginho diz que encontrou um Wellington pesado e largado no Figueira (Foto: Ide Gomes/Agência Estado)
Para finalizar: ano passado, com o Wellington Nem, você quase levou o Figueirense à Libertadores. Agora, o rebaixamento é uma realidade próxima do clube. O que houve para tamanha queda?
De longe, fica naturalmente difícil apontar um erro ou outro. Não tenho dúvida que a campanha do ano passado foi fantástica e surpreendente para muita gente. Sinceramente, ao ver as contratações que fizeram, esperava um rendimento até melhor do que na temporada passada. Financeiramente, é muito melhor atualmente. Contrataram, por exemplo, o Ronny e o Loco Abreu, alguns jogadores que não teríamos condições de trazer no ano passado. O que eu vejo é o planejamento que foi feito. Eles começaram com o Branco e ele ganhou os dois turnos, mas não foi campeão. Perderam na final para o Avaí. Botaram o Argel e não deu certo. Em seguida, o Helio dos Anjos e agora volta o Márcio Goiano. Isso tudo atrapalha. Muita mudança.