terça-feira, 4 de agosto de 2015

Ronda cumpre promessa e deixa cinturão do UFC no Instituto Reação

Depois de nocautear Bethe Correia, no sábado, "Rowdy" escolhe a entidade criada por seu amigo e ídolo, Flávio Canto, para abrigar o objeto e inspirar crianças carentes

Por Rio de Janeiro
Flávio Canto e Ronda Rousey (Foto: André Durão)Flávio Canto e Ronda Rousey no Reação, no Complexo Esportivo da Rocinha, no Rio de Janeiro (Foto: André Durão)
Ronda Rousey havia prometido que, se vencesse Bethe Correia e, consequentemente, mantivesse o cinturão do peso-galo do UFC, deixaria o objeto no Brasil. Nesta terça-feira, no Rio de Janeiro, a americana cumpriu a palavra e presenteou o Instituto Reação, organização não governamental criada pelo ex-judoca Flávio Canto - seu amigo e ídolo - com a cinta do Ultimate. 
A lutadora chegou ao local com o cinturão coberto e, ao revelar o objeto, recebeu os aplausos das crianças do Instituto Reação, logo após ser apresentada, junto com sua mãe, a ex-judoca AnnMaria de Mars, por Flávio Canto.
- Tocou o meu coração o que vi aqui no Reação. A maneira com a qual fui recebida no Brasil nunca aconteceu em nenhum lugar do mundo. Queria encontrar uma maneira de retribuir e fazer algo especial por esse país tão importante para mim e para o MMA. Eu me inspiro vendo vocês treinando e queria de alguma forma inspirar vocês também - declarou "Rowdy".

Flávio Canto enalteceu o gesto da campeã do Ultimate e prometeu cuidar bem do cinturão, que sempre pertenceu a invicta atleta, dona da categoria desde a sua criação, em 2013.

- Esse cinturão simboliza muita coisa na vida dela, tudo o que ela passou, não só a última luta. Eu achava que era uma coisa muito grande para ela abrir mão, falei para ela que isso era loucura, mas quis assim. Vamos guardar esse cinturão com todo o carinho - destacou o brasileiro.
Ronda Rousey no Instituto Reação (Foto: André Durão)Com o cinturão na mão, Ronda posa ao lado da mãe, AnnMaria de Mars, com as crianças do Reação (Foto: André Durão)

Weidman assume apelido "matador de brasileiros" e provoca: "Não é piada"

Lutador não poupa nem Pelé em suas cutucadas e afirma que povo do Brasil tem que "criar imunidade" às brincadeiras, como criou para as provocações de fãs de rivais

Por Direto de Chicago (EUA)

O atual campeão dos pesos-médios do UFC, Chris Weidman, cansou de continuar tentando atrair os fãs com sua imagem de "bom moço" e resolveu assumir o lado provocador. O americano decidiu recentemente adotar o apelido de "matador de brasileiros", recebido devido à sequência de vitórias contra lutadores do Brasil: bateu Anderson Silva duas vezes, Lyoto Machida e Vitor Belfort durante seu reinado na categoria. Antes disso, já havia batido Reubem Lopes, Valdir Araújo e Demian Maia.
- É o que me dizem, sou o matador de brasileiros. Não é uma piada. Sou o matador de brasileiros ou o exterminador de brasileiros. Um dos dois - afirmou Weidman, em entrevista ao Combate.
O campeão está levando o apelido tão a sério que, recentemente, posou ao lado de Conor McGregor, próximo adversário de José Aldo, e afirmou que o irlandês estava prestes a "matar seu primeiro brasileiro". Depois, foi além e provocou até Pelé, maior ídolo do futebol no país, em entrevista a um canal de TV canadense, dizendo que era um atleta completo e poderia derrotá-lo com a bola no pé.
Chris Weidman (Foto: Evelyn Rodrigues)Chris Weidman está à vontade com a rivalidade desenvolvida com os lutadores brasileiros (Foto: Evelyn Rodrigues)
A reação, porém, é oriunda das próprias provocações de fãs brasileiros de MMA nas redes sociais, segundo Weidman. Ele contou que aprendeu a se divertir com isso e deu um conselho.
- Os brasileiros que me chamam assim, então fui na onda. Os brasileiros gritam "Uh, vai morrer" quando eu luto, e isso significa "você vai morrer". Então, dizer que sou o assassino de brasileiros não é tão malvado assim. Desculpa, pessoal. Mas vocês vão no meu Twitter e são malvados comigo. Então, eu respondi. Não levem para o lado pessoal. Eu tive que criar imunidade em relação aos brasileiros com os anos. Vocês precisam fazer o mesmo.
Por ora, Weidman aguarda a definição de seu próximo adversário para saber se terá mais um brasileiro no horizonte. A princípio, o presidente do UFC, Dana White, declarou que o americano Luke Rockhold seria seu desafiante em seguida, mas o campeão não está convencido e acha que Ronaldo Jacaré pode ser o sétimo "brasuca" em seu caminho.
- O jeito que foi anunciado... Eu vou enfrentar ou o Rockhold ou o Jacaré. Acho que tem 90% de chance de ser o Rockhold, mas o jeito que o Dana anunciou foi... O (Daniel) Cormier, parceiro de treino do Rockhold, falou no "UFC Tonight": "Dana White, agora que temos você aqui, por que você não anuncia, já que todos sabemos que o Weidman vai lutar com o Rockhold?" Meio que o convenceu. E o Dana falou, "É, ele vai enfrentar o Rockhold". Mas eu nunca recebi uma ligação dizendo que eu ia enfrentar o Rockhold. Não sei se é oficial, mas o Cormier fez o Dana declarar isso publicamente - explicou Weidman.
Se for mesmo Rockhold o seu próximo desafiante, o campeão dos pesos-médios acredita que o resultado não será diferente do de suas lutas contra brasileiros.
- Ele é duro, completo, mas acho que vou atravessá-lo. Não sei como a plateia vai reagir. É diferente passar por todos esses brasileiros e ir para um americano, mas o objetivo é o mesmo. Quero ser o maior de todos os tempos, quero dominar minha divisão e ele é apenas o próximo da fila. Ainda tem muitas coisas que quero provar a mim mesmo. Não estou acomodado. Muitos se juntaram ao meu time, mas há muita gente que ainda não captou a mensagem. Faz parte do negócio, muita gente não tem o respeito que merece. Faz parte.

Gleison Tibau enfrenta Abel Trujilo 
no UFC São Paulo, dia 7 de novembro

Luta se junta a Dan Henderson x Vitor Belfort no próximo card do UFC no Brasil

Por Rio de Janeiro
Mais uma luta adicionada ao card do UFC São Paulo. Além do terceiro confronto entre Dan Henderson e Vitor Belfort, está confirmada no evento a presença de Gleison Tibau, que enfrentará Abel Trujilo em combate válido pelo peso-leve. A informação foi divulgada nesta terça-feira pelo site "MMAFighting.com".
O evento está marcado para o Ibirapuera, no próximo dia 7 de novembro.
Montagem Gleison Tibau e Abel Trujillo (Foto: infoesporte)Gleison Tibau encara Abel Trujillo no próximo dia 7 de novembro, no UFC São Paulo (Foto: infoesporte)
Ambos os atletas vêm de maus resultados. Tibau, que soma 31 vitórias e 11 derrotas na carreira, perdeu para Tony Ferguson em fevereiro deste ano. Aos 32 anos, o atleta espera agora voltar ao caminho das vitórias contra Trujilo, que também foi derrotado para Ferguson em seu último combate. O americano foi finalizado pelo compatriota no segundo round, em novembro do ano passado.
Confira a programação confirmada até o momento:
UFC: Belfort x Henderson 37 de novembro, em São Paulo (SP)
CARD DO EVENTO (até agora):Peso-médio: Vitor Belfort x Dan Henderson
Peso-leve: Gleison Tibau x Abel Trujillo

Na festa de aniversário da pequena Joana, filha do campeão peso-pena do UFC, José Aldo, nem a Branca de Neve e nem o Príncipe Encantado escaparam do MMA. Nas fotos da comemoração, os dois personagens, além de Aldo e de sua esposa, Viviane, foram fotografados em pose de luta, com a aniversariante no meio, no papel de árbitra.

Confira as imagens:

José Aldo esposa aniversário filha Joana luta UFC



José Aldo aniversário filha Joana UFC

Bethe mira volta por cima: "Não aceito terminar 2016 sem o cinturão do UFC"

Derrotada por Ronda em "luta que parou o mundo", paraibana não demonstra abalo, revela bate-papo com Dana White e exalta apoio dos fãs: "Mal consigo andar na rua"

Por Rio de Janeiro
Bethe Correia (Foto: reprodução/Instagram)Bethe Correia aproveitou a segunda-feira para curtir a praia, em Natal, cidade onde treina (Foto: reprodução/Instagram)
Nada como um dia após o outro.Nocauteada por Ronda Rousey na luta principal do UFC Rio 7, sábado, na Arena da Barra, Bethe Correia fala do confronto sem deixar de projetar o futuro. A frustração por não conseguir destronar a americana - campeã do peso-galo do Ultimate - existe, porém, a cabeça da paraibana está em refazer seu caminho e, em 2016, disputar o título pela segunda vez.

- Prometo disputar o cinturão ano que vem. Em 2016, quero fazer uma nova história. Quero, acima de tudo, ser muito respeitada. Quero um retorno triunfal. Não aceito terminar 2016 sem o cinturão do UFC na minha cintura. Tudo o que eu quero, eu consigo. Essa vai ser a minha batalha - declarou Bethe, que aproveita uma das praias de Natal (RN), em entrevista exclusiva ao Combate.com.

No MMA há apenas três anos, Bethe afirma que o confronto lhe deu experiência. A lutadora da Pitbull Brothers espera enfrentar uma adversária do top 5 do ranking do peso-galo em seu próximo compromisso e acredita que ainda ficará frente a frente com "Rowdy" no octógono.

- Se ano que vem ela estiver com cinturão, vou reencontrá-la. Vou conseguir esse cinturão. Eu acho que uma hora a Ronda vai ser destronada e espero que seja por mim. Todo mundo perde uma hora - destacou Bethe, que planeja passar um mês nos Estados Unidos para trocar experiências em outras academias e evoluir como atleta. 

Confira a entrevista completa:

Como foram os momentos após a derrota no UFC Rio 7?
Bethe Correia praia (Foto: Reprodução/Instagram)Acompanhada pelo noivo Edelson Silva e pela irmã Suzana Correia, Bethe não demonstra abatimento (Foto: Reprodução/Instagram)
Bethe Correia: Fui muito consciente, não estou de luto, de forma alguma. Trocamos na curta distância. Ela foi mais rápida e caí primeiro. Não me senti inferior em momento nenhum, não senti que ela é melhor do que eu. O preço de ser lutador é esse, mas não quer dizer que você seja melhor ou pior. Foi mérito da Ronda, tenho consciência disso. Depois da luta, o Dana me deu os parabéns, o UFC foi recorde de mídia, como ele falou na coletiva. E isso foi devido a minha sinceridade, criei uma novela que todo mundo queria saber o final. A minha sinceridade gerou algo grande em termos de mídia. Eu disse ao Dana que quero lutar o mais rápido possível, e ele até riu. Em nenhum momento entrei em desespero depois da luta, em depressão. O Rio de Janeiro, o Brasil, o mundo todo parou para ver essa luta. Sou aguerrida, quero voltar com tudo para ter uma nova chance de conquistar o cinturão. Quando ser temida pelas adversárias, quero que digam que a Bethe é casca-grossa. Prometo disputar o cinturão ano que vem. Em 2016, quero fazer uma nova história. Quero, acima de tudo, ser muito respeitada. Quero um retorno triunfal. Não aceito terminar 2016 sem o cinturão do UFC na minha cintura. Tudo o que eu quero, eu consigo. Essa vai ser a minha batalha.

O que teria feito de diferente na luta?
 Se eu tivesse outra chance, na trocação, tenho certeza que ganharia.
Bethe Correia
A minha trocação é melhor do que a dela, mas a mão dela entrou. Depois que eu tropecei, me levantei encurralada na grade. Não deu tempo de me posicionar, de me estabilizar, nem de fazer guarda. Ela veio para cima conectando bons golpes. Poderia ter sido o contrário: ela caindo e eu partindo para cima. A Ronda soube aproveitar a oportunidade, só isso. Se eu tivesse caído no centro do octógono, com mais espaço, sem estar pressionada, talvez eu não tivesse sido nocauteada. Esse camp me deixou muito forte. Se eu tivesse outra chance, na trocação, tenho certeza de que ganharia. Se eu estivesse com a guarda alta, não teria sido nocauteada. De qualquer forma, foi uma experiência magnífica. O UFC parou o mundo. Quero promover mais eventos assim.

Você tinha uma visão da Ronda como lutadora, mas ainda não havia trocado golpes com ela. O que achou da Ronda?

Quando ela tentou me derrubar, não senti muita força. Eu treinava com homens na academia. Mas não desconsidero o mérito da Ronda. Ela acertou um golpe no local exato, e eu caí.
Ronda Rousey Bethe Correia UFC Rio 7 UFC 190 (Foto: André Durão)Ronda Rousey não deu chances para a brasileira, que estava invicta nas artes marciais mistas (Foto: André Durão)
Que lições tirou da luta?

Eu aprendi muito com essa luta. Ganhei experiência, ficarei mais pronta para as próximas. Quando estiver sob pressão, vou saber responder mais rápido. Não tinha passado por uma situação dessa. Foi muito bom lutar contra a Ronda. Não consigo nem andar na rua. Vim até a praia e nem estou conseguindo curtir direito, está todo mundo pedindo fotos (risos). É legal o reconhecimento da galera. É uma coisa que levarei para sempre. 
 Edelson Silva, seu noivo e treinador, disse que não esperava que a Ronda fosse ser tão agressiva nos primeiros movimentos do combate. Você também ficou surpresa com isso?

Não, sabia que ela entraria forte, é o estilo dela. A Ronda não ia querer fazer diferente comigo. Eu estava esperando isso, mas não esperava tropeçar, aconteceu. Ela aproveitou a falha. Quando ela recebeu um golpe meu, ela tentou me derrubar. É o instinto dela. É o que acontece quando ela é acertada. Não tiro o mérito, mas acredito que, se lutássemos novamente, seria totalmente diferente.

Você acha que esse foi apenas o primeiro capítulo da sua história com ela?

Se ano que vem ela estiver com cinturão, vou reencontrá-la. Vou conseguir esse cinturão. Eu acho que uma hora a Ronda vai ser destronada e espero que seja por mim. Todo mundo perde uma hora. 

A Jéssica Bate-Estaca afirmou que tem algo pessoal contra você. Seria um bom nome para sua volta ao octógono?

Eu não tenho nenhuma rivalidade com brasileira. Se ela tem problemas comigo, eu nem sei o porquê disso. Quero ganhar de meninas que estejam na minha frente no ranking. Quero enfrentar uma atleta do top 5. 
Ronda Rousey Bethe Correia coletiva UFC Rio 7 UFC 190 (Foto: André Durão)Campeã dos galos, Ronda Rousey posa para fotos após a coletiva, enquanto Bethe deixa o local (Foto: André Durão)


Como foi a recepção dos torcedores após a luta?

Dentro do avião (em viagem do Rio a Natal), eu não conseguia nem me sentar. Todo mundo estava orgulhoso, me dando os parabéns. Recebi muitas mensagens de carinho. Claro que eu sabia que os torcedores da Ronda iam fazer chacota, mas o importante é o carinho que recebi, o apoio.

Você se arrepende de ter feito ou falado alguma coisa enquanto promovia a luta?

Não me arrependo de nada do que fiz, nem do que falei para a Ronda. Olhe a dimensão do evento! Se o Dana White me elogiou, foi por conta da minha ousadia. As pessoas respeitam demais a Ronda, não têm coragem de falar dela, de desafiá-la. Eu tive tudo isso e entrei no octógono. Não é para qualquer um. Perder é do esporte. Foi magnífico. Vou refazer a minha história. Não há motivo para remorso.

Você não se intimidou com a Ronda. Acha que isso poderá encorajar as próximas adversárias dela?
Uma mulher não deve temer outra mulher. A Ronda fala o que quer. Por que não falar dela também? Eu falo e vou continuar falando dela ou de qualquer outra. Tenho coragem para isso. Não tenho medo de ser apedrejada, serei a mesma Bethe de sempre. Já vi meninas da categoria dizendo que não se sentem prontas para enfrentar a Ronda, pois tem medo, pavor. O que é isso? Lutador nenhum pode ser assim.