quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Foto: Coelho apresenta nova parceria que pode render-lhe R$ 8 milhões

Clube começa a fazer o planejamento para sua volta à Série A após nove anos

Por Leonardo Simonini Belo Horizonte
dirigentes do América-MG e novo patrocinador do clubeDirigentes do América-MG e os representantes do novo patrocinador do Coelho se reuniram, nesta terça-feira, na sede social do clube, para promover a parceria. A montadora de automóveis será o principal patrocinador do América-MG pelos próximos dois anos, e de acordo com informações extra-oficiais, o contrato pode render até R$ 8 milhões ao clube, caso ele alcance os objetivos traçados. O valor fixo, por ano, não foi divulgado. A expectativa da diretoria é estrear o novo uniforme, com o novo patrocinador, no amistoso do dia 16 de janeiro contra o Flamengo. A partida será no Estádio do Café, em Londrina.
(Foto: Leonardo Simonini / Globoesporte.com)

Roberto Carlos mantém confiança em Adriano mesmo após negativas

Lateral-esquerdo do Timão vê cenário complicado para a diretoria alvinegra, mas prefere não cravar que contratação é impossível

Por Leandro Canônico São Paulo
Roberto Carlos dando entrevistaRoberto Carlos ainda crê que Adriano possa vir
(Foto: Leandro Canônico / Globoesporte.com)
Roberto Carlos, assim como Ronaldo, incentivou o Corinthians a negociar com Adriano. O lateral-esquerdo, aliás, declarou recentemente que o assunto estava quente no Parque São Jorge. Só que nesta quarta-feira, depois das declarações do Imperador de que vai seguir no Roma, tudo voltou a esfriar.

- Com contrato na Itália fica difícil mesmo ele vir para cá. A não ser que o Andrés chegue lá com uma mala de dinheiro e coloque em cima da mesa. Jogar no Corinthians o Adriano quer, mas somos empregados e dependemos muitas vezes dos clubes em que trabalhamos – disse o camisa 6 do Timão.

O lateral-esquerdo alvinegro, porém, não afirma categoricamente que o Imperador não possa ser jogador do Timão em 2011. Ele mantém uma ponta de otimismo.

- Eu não falo que o Adriano não vem (risos). Mas vai ser difícil. É uma referência para o ataque do Roma. Mas ainda acho que é possível – disse Roberto Carlos, durante lançamento de uma linha de bonés com sua assinatura.

Até agora, a diretoria do Corinthians anunciou apenas um reforço: o zagueiro Wallace, do Vitória. Segundo o presidente Andrés Sanches, até o fim deste ano não terá mais novidades. Os outros contratados serão anunciados em janeiro.

São Paulo não desiste de Ricardo Oliveira, mas já pensa em opções

Vice de futebol admite que é difícil ficar com atacante do Al Jazira-EAU

Por GLOBOESPORTE.COM São Paulo
Carlos Augusto de Barros e Silva São PauloCarlos Augusto de Barros e Silva desconversou
sobre o interesse por Beckham (Foto: Reprodução)
A permanência de Ricardo Oliveira no São Paulo é quase impossível, mas o vice-presidente de futebol do clube, Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, ainda não jogou a toalha. Ele, porém, admite ser muito difícil a situação e afirma que o clube já trata de outras opções para o ataque tricolor.
- Ainda não desistimos, mas a situação de certa forma se acentuou em dificuldades, porque o Al Jazira vem manifestando exigências que deixaram as coisas bastante complicadas para nós. Desistência absoluta ainda não, porque esperamos continuar a tratar do assunto, mas realmente ficou difícil. É um jogador de muita qualidade, bom profissional, mas se não der para ele continuar teremos de admitir que não dá pra seguir e buscar outra alternativa, mas será uma grande perda sem dúvida - disse o dirigente, em entrevista à Rádio Globo de São Paulo.
As possibilidades, segundo Leco, a princípio são jogadores do próprio São Paulo:

- Estamos estudando, observando, temos algumas ideias e num primeiro momento vamos contar com nossos próprios jogadores. O Fernandão, o Henrique, que está voltando do Vitória, e o Mazola, que está voltando do Guarani, são possibilidades que nos permitem sentir um alívio pela perda do Ricardo Oliveira.
Sobre Mazola, o Atlético-PR já manifestou o interesse em ter o jogador, mas Leco disse apenas que dará preferência ao clube paranaense se o Tricolor do
Morumbi não aproveitar o atacante. Para outras posições, ele negou interesse em Mancini, do Inter de Milão, mas confirmou o interesse em Guiñazu, volante do Inter argentino de Porto Alegre:
- Se eu disser que ele pode chegar para o ano que vem vou estabelecer uma expectativa maior que a realidade para o torcedor, mas se for possível é um jogador de quem temos uma impressão muito boa e se as condições puderem se conciliar, gostaríamos muito.
Em relação ao interesse pelo meia inglês Beckham, Leco desconversou:
- Isso nasceu do fato de que Milton Cruz foi para Los Angeles para o casamento do filho de um amigo e isso pode ter ensejado algum tipo de interpretação. Não ouvi a entrevista que ele deu, mas se ele falou alguma coisa em termos de interesse, é porque o Beckham é um grande jogador e qualquer grande jogador sempre interessa, mas não que tenha havido qualquer coisa concreta.

Antônio Carlos avisa ao Atlético-PR: ‘Para qualquer lugar eu não vou’

Zagueiro, que tem vínculo com o clube paranaense até 2012, não quer ser usado como moeda de troca e reitera o desejo de permanecer no Botafogo

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Antônio Carlos e Somália no treino do BotafogoAntônio Carlos quer permanecer no Botafogo em
2011 (Foto: Agência Photocâmera)
Titular da zaga alvinegra em 2010, Antônio Carlos ainda não sabe onde vai jogar na próxima temporada. Vinculado ao Atlético-PR até 2012, o beque sabe que o clube paranaense não conta com o seu futebol e quer usá-lo como moeda de troca,  mas o próprio deixa claro que quer permanecer no Botafogo.
- Todos sabem que minha prioridade é ficar aqui (no Botafogo). Querem me usar como moeda de troca. Para eles (Atlético-PR) pode ser uma opção boa, mas para mim pode não ser. A última palavra é a minha, então eu que decido. Para qualquer lugar eu não vou – garante o zagueiro em entrevista à Rádio Brasil.
O jogador comemora a boa temporada realizada no Glorioso, mas lamenta que a vaga na Taça Libertadores da América tenha batido na trave.
- As lesões foram determinantes. Tinha jogo que não tínhamos lateral esquerdo, outros que não havia volante para suprir. Espero que em 2011 possa estar tranquilo, que ninguém se machuque, mas, se machucar alguém, que seja um, ou dois, no máximo, não cinco, seis - completou.

Souza anuncia que acordo com o Flu está muito próximo

Para fechar com o atleta, Tricolor carioca precisa chegar a um entendimento com o Grêmio

Por Diego Rodrigues Rio de Janeiro
souza no torneio de futevolei na praiaSouza aguarda o acordo para defender o Flu em
2011 (Foto: Marcelo Baltar / Globoesporte.com)
A diretoria do Fluminense e a patrocinadora do clube vêm trabalhando a todo vapor nos últimos dias. Depois de praticamente sacramentar as contratações do goleiro Diego Cavalieri e do atacante Araújo, dependendo apenas da liberação do Cesena (Itália) e do Al Gharafa (Qatar), respectivamente, o clube pode chegar a um acordo com o meia Souza, do Grêmio, nos próximos dias.
De férias em Maceió (Alagoas), o jogador atendeu à reportagem do GLOBOESPORTE.COM por telefone e disse que a situação está bem encaminhada.
- Se tudo der certo e correr bem, pode acontecer. Só estou negociando com o Fluminense, e por mim está tudo certo. Só não fechou porque não assinei, mas se tudo der certo pode acontecer (rapidamente).
Os representantes do Flu negociam com os representantes do atleta. Mas, para que tudo seja sacramentado, há necessidade de um acordo com o Grêmio, clube com o qual o jogador tem contrato até 2012.
Feliz com a possibilidade de atuar nas Laranjeiras, Souza explicou os motivos pelo qual optou pelo Flu.
- Voltar a trabalhar com o Muricy Ramalho, disputar Libertadores, defender o atual campeão brasileiro. Não preciso falar mais nada. Isso já é o suficiente - disse o atleta, que foi bicampeão nacional (2006/07) sob o comando de Muricy no São Paulo.

Insatisfeito com resultados, Pinheiros dispensa Rodrigão e Marcelinho

Meio de rede e levantador faziam parte do quarteto de estrelas contratado em 2009. Agora, dupla depende de autorização especial para poder se transferir

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
vôlei RodrigãoRodrigão tinha contrato até 2012 (Foto: Divulgação)
Insatisfeita com os maus resultados na Superliga 2010/2011, a diretoria do Pinheiros dispensou nesta quarta-feira dois de seus principais jogadores: Rodrigão e Marcelinho. Eles tinham sido contratados na temporada 2009/2010, junto com Gustavo e Giba. O supertime, recém-criado, foi eliminado pelo Florianópolis nas semifinais daquela edição. Nesta temporada, está em quinto na tabela. Na noite desta quarta, enfrenta o São Caetano.
- Foi uma decisão dele (Mauro Grasso, técnico da equipe). Foi o treinador que nos dispensou. Ele disse que queria mudar, dar uma chacoalhada na equipe, mexer um pouco porque não estava conseguindo os resultados. Achou que com a nossa saída ia melhorar - disse Marcelinho.
Ele (Mauro) disse que queria mudar, dar uma chacoalhada na equipe. Achou que com a nossa saída ia melhorar"
Marcelinho
Como os jogadores foram contratados pela patrocinadora - e não pelo clube -, eles seguem empregados - os contratos vão até maio de 2012. O prazo para transferências, porém, se encerrrou nesta quarta-feira, e a dupla, para jogar ainda neste ano, precisaria de uma autorização assinada por representantes de todos os clubes. Do contrário, só poderá jogar a próxima edição da Superliga - no caso de a empresa decidir fechar parceria com outro clube.

- Alegaram opção técnica quando nos dispensaram. Foi uma decisão do Pinheiros, e a única coisa que pedi foi que me deixassem jogar. Isso está me preocupando demais. Aqui, teoricamente, a gente não pode jogar. Já fizemos a primeira partida por um time, e o prazo de trocas já se encerrou. Liguei para o Ary (Graça, presidente da Confederação Brasileira de Vôlei) e pedi ajuda. Não quero voltar para o exterior. O Pinheiros passou a decisão, mas até agora o nosso patrocinador não falou nada. Espero um contato para saber o que vai ser feito - disse Rodrigão.
Um dos destinos de Rodrigão pode ser o Santos. O clube recentemente criou um time de futsal e estaria interessado em ter um de vôlei. O meio de rede mora na Baixada Santista e foi procurado pela Prefeitura para ajudar a montar a equipe.
Em setembro, Rodrigão ajudou o Brasil a conquistar o tricampeonato mundial, na Itália. Antes de ser repatriado,  defendia o Macerata, da Itália. Marcelinho tinha disputado a Superliga do ano anterior pelo Joinville - Vinhedo foi contratado para seu lugar no Pinheiros.
- A gente não sabe como vai ser. Vou ter uma reunião na segunda-feira com o patrocinador. Só posso falar sobre isso na semana que vem - disse Marcelinho.

Mãe há 2 meses, Jaque Mourão volta a trocar de esporte e vence no biatlo

Depois de disputar os Jogos de Inverno de Vancouver no esqui cross country, mountain biker mineira agora se arrisca em outra modalidade olímpica

Por GLOBOESPORTE.COM Quebec, Canadá
Jaqueline Mourão biatloJaqueline Mourão vence no biatlo (Foto: Divulgação)
Primeira atleta brasileira a disputar os Jogos Olímpicos de verão e de inverno, Jaqueline Mourão está se arriscando em um novo esporte. A mineira, que competiu em Atenas-2004 no mountain bike e em Vancouver-2010 no esqui cross country, estreou no biatlo. Apenas dois meses depois do nascimento do filho, Ian, ela venceu a prova de Mass Start, em Quebec.
- Estou feliz por voltar a competir oito semanas após o nascimento do meu filho, ainda mais com uma vitória – disse Jaqueline que, durante toda a gestação, manteve a rotina de treinos.
No biatlo, os atletas percorrem grandes distâncias no esqui e têm de fazer paradas para atirar. Na prova de Mass Start, Jaqueline correu 12,5km e parou quatro vezes para atirar.

- Eu me senti muito bem nos dois dias no esqui (melhor tempo na elite feminino), mas no Sprint atirei mal, acredito que foi um pouco de nervosismo de primeira prova. Larguei com fome e acho que tive hipoglicemia - disse.

O próximo desafio será obter índice para competir no Campeonato Mundial de Ski Cross Country, em março, na Noruega.

Bodyboarder supera lesão e vence
a última etapa do Circuito Mundial

Havaiano Jeff Hubbard supera rivais nas Ilhas Canárias, na Espanha

Por GLOBOESPORTE.COM Ilhas Canárias, Espanha
Após sofrer uma queda e uma lesão na costela, durante treinos no Havaí, o bodyboarder Jeff Hubbard se recuperou na última etapa do Circuito Mundial e venceu nas Ilhas Canárias, na Espanha. Mesmo sem estar 100% fisicamente, o havaiano superou com folga os outros 15 atletas convidados. Os brasileiros Guilherme Tâmega e Uri Valadão foram eliminados nas quartas de final.
havaiano Jeff Hubbard Circuito Mundial de Bodyboarding El Fronton Jeff Hubbard superou os rivais na última etapa do Circuito Mundial em 2010 (Foto: Steve Robertson)
 
 

ielo não esconde que quer ficar no Brasil, mas pede melhorias urgentes

'Não temos uma piscina coberta de 50m decente. Chega a ser vergonhoso', diz o nadador do Fla, que pretende até janeiro definir onde vai treinar

Por Marcelo Prado São Paulo
Depois do show no Mundial de piscina curta, em Dubai, Cesar Cielo só quer descansar. A temporada 2011 já está aí, mas a única coisa que o campeão dos 50m e 100m livre tem certeza é de que agora vai curtir 11 dias de férias. No dia 3 de janeiro, ele recomeçará os treinamentos. Só não sabe onde. O nadador não esconde a vontade de permanecer no Brasil. Mas, para isso acontecer, é preciso melhorias urgentes na qualidade dos locais para treinamento.
natação cesar cielo coletivaCielo posa com as quatro medalhas conquistadas em Dubai (Foto: Marcelo Prado / Globoesporte.com)
- Eu acho que aqui está melhor do que lá fora. Vários nadadores que estão ganhando medalhas estão trabalhando aqui. Temos um recurso humano fortíssimo, nossos treinadores são ótimos, mas precisamos melhorar em estrutura. Temos apenas duas piscinas em condições hoje, que são a do Júlio Delamare e o Maria Lenk (no Rio de Janeiro). Não temos uma piscina coberta de 50 metros decente para trabalhar. Isso chega até a ser vergonhoso – afirmou o nadador, que concedeu entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira.
 Não temos uma piscina de 50 metros aquecida boa para treinar. Isso chega a ser vergonhoso. Nós atletas estamos fazendo a nossa parte. Os outros que façam o resto"
Cesar Cielo
Cielo diz que, em algumas competições, chega a passar por situações embaraçosas por causa da falta de qualidade das piscinas existentes.
- Em um torneio desse ano, eu nadei dois segundos acima do recorde mundial. E o repórter veio me perguntar a razão disso. Cara, a piscina em que eu nadei parecia um tanque. Mas o torcedor que está vendo pela TV não sabe disso. A natação brasileira está em franca evolução desde 2007. Desde o Pan do Rio, os resultados estão aparecendo. Nós nadadores estamos fazendo a nossa parte, agora os outros que façam o resto – ressaltou.
Cielo quer definir tudo até janeiro. Tanto o local de treinamento como quem será o seu novo treinador.
- Hoje, penso em ficar no Brasil por ficar perto da família, dos amigos, dos meus patrocinadores e da segurança técnica que posso encontrar. Minha opção para o resto do ciclo olímpico é não tentar nada novo. Vou ficar em um lugar que já conheço e trabalhar com um técnico que já me conhece. Faltam três semestres até a Olimpíada e sei que eu não posso errar. O que está definido é que eu começo nadando aqui no Brasil em 2011 e fico até o Carnaval. Quando o pessoal sair para a folia, eu vou embora atrás de concentração – brincou.
Independentemente de onde treinar e de quem será o seu comandante, Cielo quer continuar no Flamengo. Seu contrato com o clube da Gávea termina agora em dezembro e, nos próximos dias, ele deverá conversar com a presidente Patrícia Amorim.
- Eu quero continuar no Flamengo. Não quero ficar pulando de clube em clube. Só não posso garantir que vou ficar porque ainda não conversei com ninguém. Tenho uma relação ótima com a Patrícia, tudo que eu peço, eles me atendem. Eu quero estar no Flamengo até o final do ciclo olímpico. Fiquei em São Paulo porque estava trabalhando com o Marcelo e com o Nicholas no revezamento - concluiu.

Década Perdida: Vasco faz de clubes pequenos sua fonte de contratações

Sem dinheiro, clube apelou para dezenas de jogadores, sobretudo de Americano e Madureira, para fazer companhia a alguns medalhões

Por Thiago Fernandes Rio de Janeiro
header vasco década perdida
Em 2006, o Real Madrid estava em crise após ficar três anos sem conquistar títulos. Uma das explicações apontadas para o insucesso foi a política de contratações batizada de “Zidanes e Pavones”, baseada em adquirir um ou dois nomes de impacto (como Zidane) e promover promessas da base (como o zagueiro Pavón). Com as devidas proporções, foi o que aconteceu com o Vasco nesta década - uma política que poderia ser batizada de "Romários e Wedersons".
Ao contrário do que vinha fazendo nos anos anteriores, o clube passou a apostar, a partir de 2001, em um ou dois nomes de expressão e se encher de jogadores de times de menor expressão do Rio de Janeiro, principalmente Americano e Madureira. A expectativa era que alguns se destacassem e se tornassem uma boa aquisição por um baixo preço. Mas não foi o que aconteceu. Madson, Pablo e Dedé foram dos poucos que se salvaram em meio a dezenas de contratações mal-sucedidas (veja infográfico no fim do texto).
- Eu fiquei 18 meses sem receber a verba do Bank of America e as cotas de TV. Estava sem recursos e tinha que tocar o clube. Fiz as coisas todas sem recurso, até que depois a gente conseguiu se acertar. É evidente que, sem recursos, você tem que fazer uma série de julgamentos. Então, foi necessário enxugar o departamento de futebol, ou seja, abdicar de uma montagem de grandes contratações. Acho que, mesmo assim, foi uma trajetória boa. Não foi uma trajetória comparável à década anterior, mas não estava levando a problemas maiores, catastróficos - justificou Eurico Miranda, presidente entre 2001 e 2008.
MONTAGEM - anderson do Ó, roberto lopes, Vitor boleta, erivelton, alemão e ciro vascoDurante a década, Vasco apostou constantemente em reforços vindos de clubes pequenos do Rio, como Anderson do Ó, Roberto Lopes, Victor Boleta, Erivelton, Alemão e Ciro (Foto: Globoesporte.com)
Em 2002, já sem a maioria das estrelas dos títulos do Brasileiro e da Mercosul de 2000, o Vasco apostou em Petkovic e Ramon para o campeonato nacional. Porém, junto com eles chegaram também Wederson, Wellington Jacaré, Luciano Vianna, Bruno Lazaroni, Rogério Corrêa, Léo Guerra e Haroldo, entre outros. O resultado? Um 15º lugar.
- O maior motivo para toda essa queda no número de títulos é a qualidade técnica. Aquele time de 2000 era de muita qualidade, e futebol se resume a isso. Tem que ter quem saiba jogar. Se o clube não contratar bons jogadores, nunca vai conseguir um bom desempenho no Brasileiro - resumiu o atacante Euller, que chegou a São Januário em 2000 e ficou até o início de 2002.
Foi uma trajetória boa. Não foi uma trajetória comparável à década anterior, mas não
estava levando a problemas maiores, catastróficos"
Eurico Miranda
Em 2005, foram contratados Romário e Alex Dias para formar o ataque. Mas eles tiveram a companhia de nomes como Ciro, Eder, Erivelton, Teti e Anderson do Ó. A consequência foi uma pífia campanha no Brasileiro - com a 16ª colocação.
Em sua melhor participação no Brasileiro na década, em 2006, o Vasco tinha em Leandro Amaral e Jean sua força de ataque. No meio, o experiente Ramon foi contratado para atuar ao lado da então promessa Morais. Em grande fase, o volante Andrade também contribuiu para o bom desempenho. Eles foram os destaques de um elenco que também contava com Roberto Lopes, Faioli, Carlão e Fábio Júnior. A vaga na Libertadores escapou na última rodada, e o Vasco teve de se contentar com o sexto lugar.
No ano do rebaixamento (2008), a aposta foi no veterano Edmundo, que encerraria sua carreira no fim da temporada. Junto com Leandro Amaral, ele tinha a missão de levar o Vasco de volta às conquistas. Curiosamente, o pior momento da década veio num ano com poucas contratações de pequenos do Rio - apenas Marcus Vinicius chegou.
 http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2010/12/decada-perdida-vasco-faz-de-clubes-pequenos-sua-fonte-de-contratacoes.html

Parreira decide que não trabalhará mais como treinador de futebol

Com oito Copas do Mundo, um título mundial, uma Copa do Brasil e um Brasileiro no currículo, ex-técnico diz que continuará ligado ao futebol

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Carlos Alberto Parreira não trabalhará mais como treinador de futebol. Após 43 anos de carreira, iniciada em 1967, na seleção de Gana, o agora ex-técnico decidiu que não exercerá mais esta função, mas quer continuar no futebol.
- Vou continuar ligado ao futebol, mas após pensar ao longo deste ano decidi que não quero mais trabalhar como treinador.
Parreira teve, em 2010, propostas para trabalhar no Flamengo, Corinthians e na seleção do Chile e tinha avisado que só pensaria na possibilidade de ser treinador em 2011, mas acabou desistindo deste objetivo. O Corinthians o convidou para ser coordenador-técnico e Parreira chegou a dizer que o clube ficou de procurá-lo em dezembro.
Parreira jogo Bafana Bafana contra MéxicoParreira atuou pela última vez em Copas do Mundo em 2010, comandando a anfitriã África do Sul (Foto: AP)
Currículo
Com oito Copas do Mundo no currículo, sendo seis como técnico (treinou o Kuwait na Espanha, em 1982; os Emirados Árabes na Itália, em 1990; o Brasil nos EUA, em 1994, e na Alemanha, em 2006; a Arábia Saudita na França, em 1998; e a África do Sul, em 2010), uma como observador da Fifa (no Japão e na Coreia do Sul, em 2002) e uma como auxiliar de preparação física (México, em 1970), Parreira construiu um dos currículos mais respeitáveis do futebol.
Foram dois títulos mundiais pela Seleção Brasileira (1970 e 1994), um título brasileiro (1984) e um da Série C (1999), ambos pelo Fluminense, uma Copa do Brasil e um Torneio Rio-São Paulo pelo Corinthians (ambos em 2002). Além disso, treinou o Valência, da Espanha, o Fenerbahçe, da Turquia, e o New York MetroStars, dos EUA.
Clubes
No Brasil, além de Fluminense e Corinthians, Parreira treinou Bragantino (1991), São Paulo (1996), Atlético-MG (1999), Santos (2000) e Internacional (2001). O clube que mais vezes comandou foi justamente o Fluminense, onde trabalhou nos anos de 1975, 1984, 1999, 2000 e 2009.
Copas do Mundo
Em Copas do Mundo, Parreira esteve presente em 22 partidas, com dez vitórias, cinco empates e nove derrotas. Seus times fizeram 29 gols e sofreram 31. Além de dirigir cinco seleções em Mundiais, igualando o recorde do sérvio Bora Milutinovic, Parreira colecionou alguns momentos memoráveis. Ele protagonizou a célebre descida ao campo com a Taça Fifa nas mãos, após o título de 1994, deixando os torcedores ao seu redor tocarem o troféu.
Também teve seus momentos tristes, como quando foi demitido em plena Copa do Mundo, em 1998, quando comandava a Arábia Saudita.  Em 2010, comandou a anfitriã África do Sul e conquistou sua primeira vitória em Mundiais comandando uma seleção que não o Brasil (2 a 1 sobre a França). O resultado não evitou que pela primeira vez em Mundiais uma seleção dona da casa fosse eliminada na primeira fase.
Na Seleção Brasileira
Parreira formou, com Zagallo, uma das mais bem sucedidas duplas de trabalho da Seleção Brasileira. Como auxiliar do preparador-físico Admildo Chirol, ajudou na conquista do tricampeonato mundial, no México, em 1970, tendo Zagallo como treinador. Após uma breve passagem pela equipe nacional em 1983, quando foi vice-campeão da Copa América, o treinador voltou 11 anos depois, para conquistar o tetracampeonato, nos EUA, tendo o amigo Zagallo como coordenador-técnico. Na Copa da Alemanha, em 2006, Parreira e Zagallo formaram novamente a parceria que havia dado certo 12 anos antes, mas desta vez o Brasil não teve o mesmo sucesso.
Antes da Copa do Mundo de 1994, Parreira sofreu uma pressão intensa da torcida por conta dos maus resultados nas eliminatórias, quando o Brasil sofreu sua primeira derrota na história da competição, perdendo por 2 a 0 para a Bolívia, em La Paz. A classificação para o Mundial dos EUA só aconteceu após uma vitória consagradora sobre o Uruguai por 2 a 0, no Maracanã, com gols de Romário, a quem Parreira só concordou em chamar após uma intensa campanha da imprensa e dos torcedores em todo o país.
Em 2005, com o "quadrado mágico" formado por Adriano, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká, Parreira conquistou a Copa das Confederações com grandes apresentações (ele também comandou a equipe cheia de reservas que ganhou a Copa América, em 2004). O sucesso não se repetiu na Copa do Mundo da Alemanha, quando o time não conseguiu reeditar as grandes apresentações e foi eliminado pela França de ZIdane por 1 a 0, com Adriano e Ronaldo atuando nitidamente fora de suas melhores condições físicas.
Confira abaixo os trabalhos de Carlos Alberto Parreira como treinador ano a ano:

Ano Equipe Títulos
1967 Gana  
1975 Fluminense  
1978-82 Kuwait  
1983 Seleção Brasileira  
1984 Fluminense Campeonato Carioca e Campeonato Brasileiro
1985-88 Emirados Árabes  
1988-90 Arábia Saudita  
1991 Bragantino  
1991-94 Seleção Brasileira Copa do Mundo dos EUA
1994-95 Valência (ESP)  
1995-96 Fenerbahçe (Turquia)  
1996 São Paulo  
1997 New York Metrostars (EUA)  
1998 Arábia Saudita  
1999 Fluminense Série C do Campeonato Brasileiro
1999 Atlético-MG  
2000 Santos  
2000 Fluminense  
2001 Internacional  
2002 Corinthians Copa do Brasil e Torneio Rio-São PAulo
2002-06 Seleção Brasileira Copa América e a Copa das Confederações
2007-08 África do Sul  
2009 Fluminense  
2009-10 África do Sul  

 

Adriano diz que paz na Vila Cruzeiro espantará suspeitas sobre ele

Imperador afirma que se incomoda com as insinuações de que teria alguma relação com traficantes da comunidade onde nasceu e cresceu

Por Fred Huber e Mariana Kneipp Rio de Janeiro
Adriano sempre disse que seu porto seguro era a Vila Cruzeiro, comunidade carente onde nasceu no Rio de Janeiro. Desta vez, quando voltou da Itália, o Imperador viu um lugar bastante diferente. Com a pacificação da favela, os traficantes deram lugar aos policiais e soldados do exército, que podem ser encontrados em todas vielas estreitas.
O atacante aprovou as mudanças. Para ele, agora as insinuações de que teria algum tipo de relação com traficantes locais vão terminar. O jogador reiterou que nunca usou drogas e que as únicas coisas que faz na Vila Cruzeiro é visitar familiares, jogar bola e ir ao bar.
Em outubro deste ano, o Ministério Público arquivou o processo em que o atacante era suspeito de dar R$ 60 mil a traficantes da região.
- Para mim, é até melhor. Quando eu vinha para a Vila Cruzeiro, sempre falavam que eu estava envolvido com o tráfico. Agora quero ver estas pessoas falarem. Espero que agora vocês (jornalistas) possam ver o que eu faço aqui. Nunca usei droga na vida. Tendo espaço, as pessoas vão me ver no bar, jogando bola. Mas sempre falam da parte ruim - disse o centroavante.
Adriano reconheceu que muitas vezes se incomodou com notícias sobre sua vida particular. O atleta disse que se preocupava muito com a repercussão entre os seus familiares.
- As coisas que saíam me incomodavam muito. As pessoas aqui da comunidade sabem o que eu faço quando venho. Mas nunca guardei mágoa de ninguém, só pedia que publicassem as coisas certas. Tenho família e filhos, e isso me prejudicava.

Fla diz que vai até onde for preciso para reconhecer título de 87

Patrícia Amorim fala em interesse pessoal em prejudicá-la e não descarta hipótese de expulsar Ricardo Teixeira do quadro do Rubro-Negro

Por Fred Huber Rio de Janeiro
patricia amorim em coletiva, flamengoPatrícia: 'Todos os encaminhamentos jurídicos serão
feitos' (Foto: Felippe Costa / Globoesporte.com)
Nesta quarta-feira, a CBF reconheceu os títulos nacionais de 1959 a 1970, mas não homologou a conquista do Flamengo no Brasileiro de 1987. A decisão causou uma grande revolta na Gávea. A presidente Patrícia Amorim não mediu as palavras para repudiar a atitude da entidade máxima do futebol brasileiro. A mandatária rubro-negra avisou que não vai poupar esforços para conseguir que o clube seja oficialmente considerado hexacampeão.
Patrícia Amorim classificou de "brincadeira de mau gosto" o que foi feito com o Flamengo. Ela acredita que a intenção é fazer o Rubro-Negro perder a hegemonia em Brasileiros (seis títulos ao lado do São Paulo).
- O Flamengo repudia o não reconhecimento do título de 87. Todos os encaminhamentos jurídicos serão feitos. Vamos a todas as instâncias: política, jurídica e até em redes sociais. Vamos fazer uma campanha nacional pelo reconhecimento do hexa. Esperamos 23 anos por isso. Ficamos perplexos. Encaramos isso de forma pessoal. Não vai ficar assim, vamos brigar. Não abrimos mão de brigar pelo que conquistamos no campo. Foi uma brincadeira de mau gosto. Parece que a intenção foi que o Flamengo perdesse a hegemonia. Meu estômago está embrulhado com esta decepção, não vamos mais esquecer este dia.
Não temos medos de ir para o confronto, não vamos nos omitir. Gosto de uma boa luta, aprendi isso no Flamengo. Vou até o meu último dia de vida. Para toda ação existe uma reação. O Flamengo não tem medo de contrariar interesses"
Patrícia Amorim
A presidente do Fla acredita que exista um problema pessoal de Ricardo Teixeira com ela, que não votou no candidato apoiado por ele, Kleber Leite, para o Clube dos 13. Amorim deu seu voto para Fábio Koff.
- Antes eu não acreditava, mas a partir de hoje eu acredito que seja alguma coisa pessoal, arquitetada. Mas não temos medos de ir para o confronto, não vamos nos omitir. Gosto de uma boa luta, aprendi isso no Flamengo. Vou até o meu último dia de vida. Para toda ação existe uma reação. O Flamengo não tem medo de contrariar interesses. Se outros tiveram reconhecimento em campeonatos menos expressivos, por que não reconhecer o título de 87? O Flamengo esperava que houvesse uma conversa, uma ação democrática de quem exerce um cargo político. Acho que a credibilidade da instituição (CBF) fica abalada.
Patrícia Amorim não descartou a hipótese de Ricardo Teixeira, que é benemérito do Fla, ser expulso do clube. A ideia partiu do presidente do Conselho Fiscal.
- Todas as manifestações terão nosso apoio. Mas o que não nos interessa é punir, é o reconhecimento do título. Precisamos prestar conta aos nossos torcedores.
Rafael de Piro, vice-presidente jurídico, não concordou com a justificativa da CBF para não reconhecer o título de 87. O parecer jurídico da entidade cita uma ação que tramitou e foi julgada na 10ª Vara Federal de Pernambuco, sendo prolatada em 02 de maio de 1994. O dirigente rubro-negro, no entanto, não acredita que esta decisão judicial exclui o reconhecimento do título do Fla.

- Não há impedimento jurídico para declarar o Flamengo campeão de 87. A decisão judicial de 94 julga procedente a ação do Sport, mas não exclui o Flamengo de ser campeão também. Existe uma possibilidade de inverter isso, até porque foi uma coisa injusta. É uma indignidade. Ninguém pode tirar o Flamengo um título desta forma. Foi reconhecido pelo Clube dos 13, que organizou o campeonato naquele ano.
Em nota oficial, o departamento jurídico do clube liga a decisão da CBF à "vontade pessoal" do presidente da entidade.
- A deliberação da CBF reflete apenas a vontade pessoal de seu presidente, contra a qual se insurgirá o Flamengo com todas as suas forças.

Grêmio e Ronaldinho chegam a acordo. Falta o 'sim' do Milan

Presidente do Tricolor gaúcho anuncia acerto entre clube e jogador. Irmão e empresário do craque, Assis vai tentar liberação com o time italiano

Por Eduardo Cecconi Porto Alegre
ronaldinho gaucho robinho milan gol auxerreRonaldinho, vai trocar o Milan pelo Grêmio em 2011
(Foto: AFP)
Falta apenas a liberação do Milan para que o Grêmio anuncie o retorno de Ronaldinho Gaúcho ao Olímpico.
O jogador tem contrato com os italianos até o final do primeiro semestre de 2011, mas a saída pode ser antecipada porque em janeiro ele teria condições de assinar um pré-contrato com qualquer interessado. Entre o tricolor, que revelou o craque, e Ronaldinho tudo está definido. O acordo foi confirmado pelo presidente do clube, Paulo Odone.
- Da parte do Grêmio com o Ronaldinho já está tudo acertado. O que falta agora é o Assis buscar junto ao clube italiano a liberação do jogador. O importante é que o Ronaldinho deseja voltar ao Grêmio onde é sua casa, onde ele surgiu para o futebol - afirmou Odone em entrevista à RBS TV.
O Grêmio apresentou um projeto de viabilização financeira a Assis, empresário e irmão do camisa 80 do Milan. Com a ajuda de parceiros, o clube pretende bancar o alto salário sem comprometer as próprias finanças.
A ideia é reunir os investimentos das empresas associadas ao projeto em uma 'conta especial', dirigindo os recursos apenas ao contrato com Ronaldinho Gaúcho - segundo informações do jornal Zero Hora, parte-se da base salarial de R$ 300 mil, acrescentando outros valores mensais obtidos com os patrocinadores.
Embora os dirigentes gremistas neguem publicamente, o Grêmio já obteve estas garantias financeiras que viabilizam o negócio. Conforme o vice-presidente Ricardo Vontobel, um dos dirigentes que protagonizam as negociações, a contratação está 'muito próxima'.
- Estamos muito próximos desse acerto, mas ele ainda não aconteceu. A negociação será concluída apenas quando assinarmos o contrato - explicou Vontobel.
Os dirigentes reuniram-se nesta quarta-feira com Paulo Odone para definir os últimos ajustes da contratação. Enquanto isso, Assis viaja à Itália, de onde pretende voltar com o aval do Milan. Só então Ronaldinho Gaúcho será anunciado como reforço tricolor para 2011.
- As duas partes precisam de segurança. O Assis precisa ver que o projeto é viável financeiramente, que o jogador vai receber tudo o que estiver acertado. E o Grêmio precisa assegurar que não comprometerá as outras demandas do clube. Ambos precisam do conforto de que existe a viabilidade. O assunto está bem encaminhado, mas ainda não concluído - disse Vontobel, que ainda esclareceu a participação do Milan na transação:
- Com o Milan a situação não pode ser resolvida pelo Grêmio, mas pelo Assis. Ele (Ronaldinho)  tem contrato com o clube, essa é uma das pendências para o acerto.

CBF oficializa títulos nacionais de 1959 a 70 com homenagem a Pelé

Com a decisão, anunciada nesta quarta-feira, o Santos e o Palmeiras passam a ter oito títulos nacionais e são os maiores vencedores

Por Thiago Lavinas Rio de Janeiro
pele ricardo teixeira cbf medalhas troféu unificação dos títulos brasileirosPelé com as medalhas de campeão brasileiro
(Foto: Thiago Lavinas / Globoesporte.com)
Com a ilustre presença de Pelé, a CBF oficializou nesta quarta-feira, em uma cerimônia no Rio de Janeiro, os títulos da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa como conquistas nacionais, os equiparando ao Campeonato Brasileiro. Com essa decisão, Santos e Palmeiras passam a ser os detentores do maior número de títulos brasileiros - oito cada -, superando São Paulo e Flamengo, que têm seis (considerado o título da Copa União de 1987 para o clube carioca). Bahia, Botafogo, Cruzeiro e Fluminense passam a ter mais um título a mais no currículo. Também na cerimônia, a CBF divulgou um parecer jurídico que impossibilita o reconhecimento do hexacampeonato brasileiro há muito reivindicado pelo Flamengo.
O grande homenageado do evento foi Pelé. O Rei do Futebol virou hexacampeão brasileiro, superando Andrade e Zinho, que possuem cinco nacionais, e se tornou o principal recordista de títulos. Além de Pelé, o atacante Pepe e o volante Lima também participaram das seis campanhas do Santos.
- Fico feliz de estar aqui em nome de todos aqueles que passaram naquela época. Dos presidentes aos roupeiros, que limpavam as nossas chuteiras, é uma honra, uma alegria muito grande eu estar aqui representante a todos que fizeram isso ser possível. E espero que a garotada de agora, os jovens de agora, reconheçam esses títulos. A gente tratava aquelas competições como títulos nacionais - disse Pelé.
 
22/12/2010 10h55 - Atualizado em 22/12/2010 16h12

CBF oficializa títulos nacionais de 1959 a 70 com homenagem a Pelé

Com a decisão, anunciada nesta quarta-feira, o Santos e o Palmeiras passam a ter oito títulos nacionais e são os maiores vencedores

Por Thiago Lavinas Rio de Janeiro
pele ricardo teixeira cbf medalhas troféu unificação dos títulos brasileirosPelé com as medalhas de campeão brasileiro
(Foto: Thiago Lavinas / Globoesporte.com)
Com a ilustre presença de Pelé, a CBF oficializou nesta quarta-feira, em uma cerimônia no Rio de Janeiro, os títulos da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa como conquistas nacionais, os equiparando ao Campeonato Brasileiro. Com essa decisão, Santos e Palmeiras passam a ser os detentores do maior número de títulos brasileiros - oito cada -, superando São Paulo e Flamengo, que têm seis (considerado o título da Copa União de 1987 para o clube carioca). Bahia, Botafogo, Cruzeiro e Fluminense passam a ter mais um título a mais no currículo. Também na cerimônia, a CBF divulgou um parecer jurídico que impossibilita o reconhecimento do hexacampeonato brasileiro há muito reivindicado pelo Flamengo.
O grande homenageado do evento foi Pelé. O Rei do Futebol virou hexacampeão brasileiro, superando Andrade e Zinho, que possuem cinco nacionais, e se tornou o principal recordista de títulos. Além de Pelé, o atacante Pepe e o volante Lima também participaram das seis campanhas do Santos.
- Fico feliz de estar aqui em nome de todos aqueles que passaram naquela época. Dos presidentes aos roupeiros, que limpavam as nossas chuteiras, é uma honra, uma alegria muito grande eu estar aqui representante a todos que fizeram isso ser possível. E espero que a garotada de agora, os jovens de agora, reconheçam esses títulos. A gente tratava aquelas competições como títulos nacionais - disse Pelé.
Pelé recebeu as seis medalhas de campeão pelos títulos do Santos nos anos de 1961, 1962, 1963, 1964, 1965 e 1968. Emocionado, o Rei criou uma nova versão para o hino do Peixe.
- Oficialmente não, verdadeiramente (octacampeões brasileiros), vamos falar assim. Para todos os santistas (cantando): "Agora quem dá bola é o Santos, o Santos é oficialmente campeão". Acho que era merecido esse reconhecimento. Agradeço a Deus por estar aqui, representando não só aqueles jogadores, mas os que já se foram. O Santos viajou o mundo, peregrinamos o mundo levando o nome do Santos. Todos (os títulos) foram muito difíceis. O Santos teve uma fase muito boa. Depois teve os campeonatos mundiais também, calamos a torcida do Boca (Juniors), na Argentina. Podemos pegar todas essas épocas e dizer que fomos heróis. Não tinha a mídia de hoje. Hoje, um jogador faz um gol e logo aparece. Que isso venha servir de exemplo para os jovens de hoje - disse Pelé.
Representantes dos seis clubes que passaram a ter mais títulos nacionais com a decisão da CBF também participaram da cerimônia, assim como o presidente de honra da Fifa, João Havelange.
- Reconhecer o passado é respeitar aqueles que fizeram a nossa história - disse João Havelange.
A decisão da CBF de unificar os títulos brasileiros se baseou em um dossiê produzido pelo jornalista e pesquisador Odir Cunha, que há dois anos, a pedido dos seis clubes interessados, aceitou o desafio de iniciar um estudo para buscar o reconhecimento dos vencedores da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa como campeões nacionais.
- Fui procurado com uma vasta documentação em que os clubes pediam o reconhecimento dos campeonatos de 1959 a 1970. A CBF está tomando uma decisão história na medida que reconhece um passado de ouro do futebol brasileiro. Por isso como presidente da CBF tenho o orgulho de parabenizar os jogadores e torcedores de Santos, Palmeiras, Botafogo, Fluminense, Bahia e Cruzeiro pelas conquistas - disse Ricardo Teixeira.
A CBF vai entregar 20 medalhas para cada clube vencedor distribuir para os jogadores que participaram das campanhas do título nacional.
O Santos é o maior beneficiado com a posição da CBF e passa a ter reconhecidos como títulos nacionais cinco triunfos na Taça Brasil, disputada de 1959 a 1968, e um no Robertão, também chamado de Taça de Prata (realizado de 1967 a 70). O Palmeiras, com mais quatro títulos incorporados (dois de cada competição), também se torna octacampeão. Em 1967, o Alviverde venceu as duas competições. Com a decisão, o Bahia passar a ser considerado oficialmente o primeiro campeão brasileiro, mérito que pertencia até então ao Atlético-MG, vencedor do Campeonato Brasileiro de 1971.
Clubes que tiveram o título brasileiro reconhecido: 
Taça Brasil
1959 – Bahia
1960 – Palmeiras
1961 – Santos
1962 – Santos
1963 – Santos
1964 – Santos
1965 – Santos
1966 – Cruzeiro
1967 – Palmeiras
1968 – Botafogo
Torneio Roberto Gomes Pedrosa / Taça de Prata
1967 – Palmeiras
1968 – Santos
1969 – Palmeiras
1970 – Fluminense