quarta-feira, 13 de abril de 2011

Brasil sobe para 3º no ranking da Fifa. Espanha mantém liderança

Seleção de Mano Menezes ganha duas posições, ultrapassando Alemanha e Argentina na classificação

Por GLOBOESPORTE.COM Zurique, Suíça
Seleção Brasileira (Foto: Getty Images)Seleção Brasileira pulou para terceiro no ranking
(Foto: Getty Images)
A Seleção Brasileira avançou duas posições e agora aparece em terceiro no ranking da Fifa, divulgado nesta quarta-feira em Zurique, na Suíça. A Espanha, campeã do mundo, segue liderando com 1857 pontos. A Itália retorna ao grupo dos dez primeiros após sete meses. Já a Holanda, vice-campeã da Copa do Mundo da África do Sul, em 2010, se mantém segunda na tabela, enquanto a Alemanha perdeu o terceiro lugar para o Brasil e caiu para quarta posição que era ocupada pela Argentina, agora quinta colocada.

As partidas classificatórias para a Eurocopa 2012 marcaram as principais mudanças na tabela. O destaque foi a volta da Itália ao grupo dos dez primeiros, graças as suas vitórias sobre a Eslovênia e a Ucrânia.

O crescimento da Itália ocorreu por causa da Grécia, que caiu do 10º para o 12º lugar. Entre os 50 primeiros há seleções que registraram grandes melhorias como Israel (33) e Bélgica (37), que subiram 25 posições, Albânia (50), que melhorou 23, e Argélia (40), que avançou 15 posições.

Montenegro (24), Albânia e Líbia (58) e Antígua e Barbuda (100) conquistaram neste mês a melhor posição de sua história desde a criação da classificação da Fifa em 1993.

A tabela da Fifa levou em consideração os resultados de 124 jogos, que elevam para 248 os disputados em 2011. Destes, 50 foram de classificação para campeonatos continentais (29 da Uefa e 21 na Confederação Africana) e 74 foram amistosos.

Confira os 20 primeiros do ranking da Fifa:
1- Espanha - 1857 pontos
2 - Holanda - 1702
3 -Brasil - 1425
4 - Alemanha - 1386
5 - Argentina - 1276
6 - Inglaterra - 1163
7 - Uruguai - 1094
8 - Portugal  - 1052
9 - Itália - 1019
10 - Croácia - 991
11 -Noruega - 987
12 - Grécia - 985
13 - Japão - 961
14 - Chile - 952
15 - Gana - 918
16 - Sérvia - 907
17 - Eslovênia - 903
18 -  Rússia - 896
19 -  França - 883
20 - Austrália - 876

Moicano é coisa do passado…

 

Com o Dagenham and Redbridge lutando para não cair para a Quarta Divisão do futebol inglês, o atacante Bas Savage resolveu inspirar seus companheiros de equipe e criou um visual com estilo Homem-Aranha na partida contra os líderes da Terceirona, o Brighton. O time até que lutou mas não resistiu e perdeu por 4 a 3. Savage já vinha jogando com um visual inusitado: o cabelo era dividido nas cores azul e vermelho. E há quem acha que os moicanos de vários boleiros por aí são inusitados…

(Fabio Lima)


Em sua primeira carta, comissão de pilotos cobra mais segurança na pista

Liderados por Maluhy, Nonô, Khodair e Burti, atletas adotam postura mais dura; eles também prestam solidariedade a família de Gustavo Sondermann

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Após o acidente fatal de Gustavo Sondermann na categoria de acesso à Stock Car, os pilotos da principal categoria do automobilismo brasileiro resolveram criar uma comissão própria para cobrar mais segurança nos autódromos do Brasil. Liderados por Felipe Maluhy, Nonô Figueiredo, Allam Khodair e Luciano Burti, os atletas divulgaram a primeira carta do novo grupo nesta quarta-feira, dia 13.
Pedro Boesel Gustavo Sondermann acidente (Foto: Vanderley Soares)Acidente fatal de Gustavo Sondermann foi a principal causa da criação da nova comissão de pilotos da Stock Car; os atletas esperam ter suas cobranças e ideias ouvidas pelas autoridades  (Foto: Vanderley Soares)
Intitulada como "Por um automobilismo mais seguro", a carta cobra uma postura mais profissional da organizadora da Stock Car e da Confederação Brasileira de Automobilismo quando o assunto é a segurança dos atletas. Com a ajuda dos próprios pilotos, a comissão irá tentar diminuir os riscos do esporte, sugerindo e participando de discussões sobre esse ponto.
No documento, os esportistas também fazem questão de prestar solidariedade a família de Gustavo Sondermann, que faleceu após um acidente na Curva do Café, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, no último dia 3 de abril.
Confira a íntegra da carta
"Por um automobilismo mais seguro
Os pilotos da Stock Car sempre tiveram enorme preocupação com a segurança do esporte e, durante alguns anos, solicitaram à Vicar, organizadora e promotora da Stock Car e a Confederação Brasileira de Automobilismo, melhorias quanto aos autódromos, carros de competição, procedimentos de direção de prova e regulamentos técnicos e esportivos. Agora, a partir de 2011, forma-se oficialmente uma comissão de pilotos para fortalecer esse trabalho em prol de um esporte cada vez mais seguro.
Através da experiência dos próprios pilotos, a comissão espera trabalhar ainda mais próxima à Confederação Brasileira de Automobilismo visando diminuir os riscos inerentes ao esporte a motor, sugerindo e participando de pontos relevantes para conseguir um de seus objetivos, ou seja, a segurança no automobilismo.
A Comissão de Pilotos espera contribuir para implantação de rígidas medidas de segurança, mas também para o crescimento e fortalecimento do automobilismo nacional e, nesse momento tão especial dedica toda a sua solidariedade para a família de Gustavo Sondermann.
São Paulo, 13 de abril de 2011
Comissão de Pilotos"

Cirurgia no filho de Montillo é bem-sucedida e garoto já se recupera

Operação serviu para corrigir uma das válvulas do coração de Santino

Por GLOBOESPORTE.COM Belo Horizonte
Por GLOBOESPORTE.COM Belo Horizonte
ESPECIAl Montillo cruzeiro esposa ao lado do filho santino (Foto: Valeska Silva / Globoesporte.com)Cirurgia de Santino é muito bem sucedida
(Foto: Valeska Silva / Globoesporte.com)
A cirurgia de Santino, filho de Montillo, terminou no início da tarde desta quarta-feira e foi muito bem-sucedida. O procedimento foi realizado no hospital Biocor, em Belo Horizonte, e serviu para corrigir uma das válvulas do coração, para normalizar a circulação sanguínea do garoto.
Santino tem síndrome de Down e já passou por quatro internações – a última delas, na segunda metade de março. O menino ficou seis dias em uma unidade de centro de tratamento intensivo (CTI), em Belo Horizonte, quando mereceu a homenagem do pai, após o gol na vitória por 3 a 2 sobre o América–MG, em Varginha.
Após a cirurgia, Montillo, emocionado, agradeceu o apoio de todos os torcedores.
- Não tenho nem palavras para descrever a alegria que senti vendo tantas pessoas mandando mensagens de carinho e força para meu filho Santino. Apesar de novinho, ele é um guerreiro, e tenho certeza que terá uma ótima recuperação. Foi um momento de apreensão, mas, felizmente, já passou, e ele está muito bem cuidado. Ele deverá voltar para casa no fim da semana que vem e ficará os próximos dias em observação. É um alívio grande saber que ocorreu tudo da melhor forma e agradeço mais uma vez a todos que rezaram por ele nesses últimos dias. Muito obrigado.
Montillo comentou também a solidariedade dos companheiros de Cruzeiro.
- Meus companheiros foram fantásticos comigo. Estiveram sempre ao meu lado e me deram muita força para que eu continuasse entrando em campo nas últimas partidas. Hoje, fiquei fora do jogo, mas estarei assistindo a partida pela televisão e torcerei muito por eles.
A operação durou mais de quatro horas. Montillo esteve durante todo o tempo no hospital ao lado da mulher. Por causa da cirurgia, o meia argentino não viajou para Buenos Aires, onde o Cruzeiro enfrentará, nesta quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), o Estudiantes, pela última rodada do Grupo 7 da Taça Libertadores.

Justiça em Minas Gerais nega liberdade ao goleiro Bruno

Desembargadores julgaram habeas corpus nesta quarta-feira. Por decisão unânime, o goleiro permanece preso

Por G1 Belo Horizonte
Bruno preso BH  (Foto: Domingos Peixoto/Agência o Globo)Três desembargadores foram contra habeas corpus
de Bruno (Foto: Domingos Peixoto/Agência o Globo)
O pedido de liberdade para o goleiro Bruno Fernandes foi negado na tarde desta quarta-feira pelos desembargadores da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em Belo Horizonte. O habeas corpus pedido pelo advogado Claúdio Dalledone foi julgado por três desembargados e todos votaram para que o goleiro aguarde preso a data do julgamento sobre a morte e desaparecimento de Eliza Samudio, ex-namorado do goleiro.
Ainda que os desembargadores concedessem a liberdade, Bruno poderia permanecer preso por causa de outro processo, já com condenação na Justiça do Rio de Janeiro.
Julgamento do pedido de liberdade
Os desembargadores terminaram nesta quarta o julgamento do pedido de liberdade que deveria ter acontecido na quarta-feira, mas foi adiado pelo desembargador Doorgal Andrada, que pediu vistas do processo.
O julgamento foi adiado após pronunciamento do advogado Cláudio Dalledone. A defesa alegou que o goleiro "detém todos os predicados para ficar em liberdade" até a data do júri e argumentou que Bruno tem domicílio certo, bons antecedentes e é réu primário.
O goleiro está preso há quase nove meses na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Entenda o caso
Eliza Samudio teve um relacionamento com o goleiro Bruno. Em fevereiro de 2010, a jovem deu à luz um menino e alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o bebê mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul. Segundo a polícia, Eliza teria sido morta no início de junho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Polícia Civil indiciou Bruno e mais oito envolvidos no desparecimento e morte da jovem. A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público em agosto de 2010. O corpo de Eliza não foi encontrado.
Em dezembro de 2010, a ex-mulher de Bruno, Dayanne, a ex-namorada de Bruno, Fernanda Gomes de Castro, o caseiro do sítio, Elenílson Vítor da Silva, e Wemerson Marques, o Coxinha, foram soltos e respondem em liberdade. O goleiro, o amigo Macarrão e o primo Sérgio estão presos e vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Na China, rivais lutam para encerrar domínio de Sebastian Vettel em 2011

Após dois passeios, na Austrália e na Malásia, alemão tenta manter 100% em Xangai. Vencedor em 2010, Jenson Button tem 24 pontos de desvantagem

Por GLOBOESPORTE.COM Xangai, China
A temporada começou com duas corridas movimentadas, mas que tiveram o mesmo fim: vitórias fáceis de Sebastian Vettel, atual campeão da Fórmula 1. O alemão chega a Xangai, palco do GP da China, com 100% de aproveitamento em 2011, um carro que é tido como o melhor do ano e com os adversários loucos para acabar com sua hegemonia. Quem pinta como sua principal rival é a McLaren, que venceu a corrida no ano passado com o inglês Jenson Button, atual vice-líder do campeonato, 24 pontos atrás de Vettel. A prova está marcada para domingo, às 4h (de Brasília).
- Temos de manter a boa fase, levar para a próxima corrida. Estou orgulhoso do que fizemos, mas não podemos parar de forçar - disse Vettel após vencer na Malásia.
O alto desgaste de pneus já deu as caras na Malásia, onde a maioria dos pilotos fez três paradas nos boxes. A chuva não apareceu, mas promete pintar neste fim de semana na China, de acordo com a previsão do tempo. O asfalto de Xangai também é bastante abrasivo, o que torna a corrida ainda mais crítica para a nova fabricante (a Rede Globo transmite ao vivo o treino na madrugada de sábado e a prova no domingo).
Button comemora vitória no GP da China 2010 (Foto: Getty Images) Button foi o vencedor do GP da China em 2010 e precisa ameaçar o domínio de Vettel (Foto: Getty Images)
header fórmula 1 - sinal verde (Foto: arte esporte)
Sebastian Vettel: Atual campeão da Fórmula 1, Vettel venceu as duas primeiras provas da temporada, tem 100% de aproveitamento e abriu 24 pontos de vantagem para Jenson Button, o segundo colocado. Motivado pelo título, pelos triunfos e com o ótimo carro da RBR nas mãos, parece distante o momento da perda da supremacia. "Temos de manter a boa fase", diz ele.
header fórmula 1 - sinal vermelho (Foto: arte esporte)
Williams: Inovou com o câmbio supercompacto, mas vem fazendo uma temporada pífia. Rubens Barrichello e Pastor Maldonado sofrem com o FW33, principalmente nos treinos classificatórios, em uma volta lançada. Os carros da equipe ainda não completaram uma corrida sequer e tiveram problemas mecânicos na Austrália e na Malásia. Situação começa a se complicar.
header fórmula 1 - o circuito (Foto: arte esporte)
Com chuva no GP da China, Jenson Button conseguiu por lá a sua segunda vitória na temporada de 2010. De quebra, liderou a dobradinha da McLaren, que teve Lewis Hamilton na segunda posição. O triunfo do campeão da F-1 de 2009 o colocou na então liderança do campeonato, com capricho na tática dos pneus e em uma corrida marcada por um episódio polêmico.
Para os brasileiros, o fogo amigo de Fernando Alonso para cima de Felipe Massa foi o momento da prova. O espanhol ultrapassou o companheiro na entrada dos boxes, em manobra pouco comum entre colegas de equipe. O brasileiro acabou não conseguindo se recuperar e terminou em nono. Alonso, que já havia queimado a largada, foi o quarto, logo atrás de Nico Rosberg, da Mercedes, que completou o pódio atrás das McLarens.

Brasil Afora: 90 dias após tragédia na Serra, Friburguense junta os cacos

Clube de Nova Friburgo luta para ajudar a resgatar a autoestima da cidade mais atingida pelas chuvas na Região Serrana com o retorno à elite do Rio

Por Renata Domingues Nova Friburgo, RJ
O dia 12 de janeiro de 2011 jamais sairá da memória dos cerca de 182 mil habitantes de Nova Friburgo. Nessa data, a cidade da Região Serrana, localizada a 140km do Rio de Janeiro, viveu a maior tragédia climática de seus 192 anos de história. Hoje, exatamente três meses depois de um forte temporal causar inundações, deslizamentos de terra, desabamentos de casas, e, consequentemente, a morte de 428 pessoas, o município mais frio do estado conta com o calor de seu povo para se reerguer. E como a cidade onde nasceu, em 1980, fruto da fusão de dois clubes locais - Serrano e Fluminense -, o Friburguense Atlético Clube também trava uma verdadeira batalha por dias melhores. O objetivo é deixar a Segunda Divisão no passado e retornar à elite do futebol carioca, de onde saiu em 2010 depois de 13 anos consecutivos.
Conhecido como Tricolor da Serra, o Frizão aposta na crença de que o futebol pode e deve ser usado como válvula de escape pelos moradores da cidade destruída pelas chuvas. Após ver de perto e até sentir na pele a dimensão da catástrofe que assolou Nova Friburgo, o time ganhou motivação extra e está ainda mais determinado a conquistar o acesso à Primeira Divisão do Estadual para homenagear o povo local.
jogadores  Friburguense (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)Jogadores do Friburguense se uniram em prol do objetivo de conquistar o título da Segunda Divisão do Rio e homenagear a população da cidade de Nova Friburgo (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)
- Todo mundo ficou assustado, e ninguém quer passar por isso de novo. Acho que a cidade ainda vai demorar um bom tempo para voltar ao que era antes. O que aconteceu aqui foi mais uma injeção de ânimo para a gente tentar dar um pouco de alegria e levantar a autoestima do povo daqui - disse o veterano Sérgio Gomes, que dedicou mais de dez dos seus 37 anos de vida ao clube tricolor.
O que aconteceu foi mais uma injeção de ânimo para a gente tentar dar um pouco de alegria e levantar a autoestima do povo "
Sérgio Gomes
E se a tragédia na Região Serrana tocou os mais experientes, abalou ainda mais os jovens atletas do Friburguense. Ainda que o clube não tenha sido prejudicado em sua estrutura - apesar dos deslizamentos causados pela enxurrada, somente a área externa, as lojas e o gramado foram atingidos -, a vida pessoal de alguns dos seus principais jogadores foi atingida. A família do volante Bidu perdeu tudo o que tinha, e a sogra do jovem Lucas, artilheiro do time na Segundona, morreu após ter a casa parcialmente destruída pela força da água.
- Está tudo bem presente na nossa vida até hoje. Está sendo difícil. Não tem como esquecer... Agora qualquer chuvinha já é sinal de alerta para todo mundo. A gente não consegue dormir direito - admitiu o jogador, que nasceu na Região Serrana, mas hoje vive longe dos pais, que estão em Vitória, no Espírito Santo.
Para evitar uma tragédia ainda maior, Lucas teve de improvisar e acabou virando herói. Aos 22 anos, o volante precisou usar maca do Friburguense para resgatar a namorada, Maiana, que estava presa dentro da casa atingida, e levá-la ao hospital.
lucas friburguense  (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)Um dos principais jogadores do Frizão, Lucas
perdeu a sogra na tragédia (Foto: Alexandre Durão)
- Ela se machucou e a rua estava coberta de lama, não dava para ela andar. Então, corri para o clube, peguei a maca e consegui tirá-la de lá - contou Lucas, que, sem perder o sorriso, lembrou ter perdido a maca do Friburguense no meio da confusão.
Hoje, Maiana mora de aluguel enquanto aguarda o laudo da Defesa Civil sobre a casa que ainda pode ter de ser demolida. Aos poucos, ela vai tentando superar a perda da mãe. E assim como a namorada de Lucas, a cidade de Nova Friburgo também luta para deixar a tragédia para trás.
Do time profissional, 16 garotos vivem na concentração do clube. Todos tiveram contato direto com o sofrimento causado pelas chuvas de janeiro, uma vez que o gramado do estádio tricolor, o Eduardo Guinle, serviu de heliponto durante o trabalho de resgate das vítimas. O ginásio também foi usado como ponto de recepção de mantimentos para doação. Diante do caos em que se encontrava a cidade, a diretoria liberou os jogadores, que só conseguiram retomar os treinamentos para a Segunda Divisão, que estava prestes a começar, 12 dias depois.
- Foi a primeira vez que passei por uma situação tão complicada. Não consegui voltar para casa por causa do engarrafamento que se instalou na cidade. Então, ajudei algumas pessoas. Teve jogador que ficou direto trabalhando no ginásio. Acho que todos vão levar o que aconteceu como exemplo - afirmou o goleiro Adilson.
O drama dos jogadores é um pequeno pedaço se comparado ao de toda a população. Três meses depois, a situação ainda é de angústia para muitos moradores e comerciantes. O Governo do Rio já pagou duas parcelas do aluguel social a 2.336 famílias, mas outras 1.720 aguardam o auxílio de R$ 500. Enquanto isso, mais de 340 famílias ainda moram em dez abrigos, que, no início de janeiro, eram 84. Para solucionar o problema, a Prefeitura pretende usar o dinheiro do S.O.S depositado por brasileiros de todo o país para construir 50 residências de dois quartos que ficariam prontas em 45 dias. A prioridade é beneficiar quem esteja com crianças em abrigo. No entanto, o início das obras ainda depende de um período de estiagem, que ainda não ocorreu. Quatrocentas e vinte e oito pessoas morreram em Nova Friburgo.
reconstrução município friburgo - friburguense (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)Capela de Santo Antônio, na Praça do Suspiro, um dos pontos mais atingidos pelas chuvas de janeiro, começa a ser reconstruída (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)
Com time feito em casa, Frizão caminha para a elite
Dentro de campo, o Friburguense vai de vento em popa rumo ao objetivo de retornar à elite carioca. O time formado basicamente por pratas da casa é o líder do Grupo B da Segundona, com 16 pontos ganhos em 18 possíveis, e tem a defesa menos vazada. Nesta quarta-feira, a equipe tem mais um desafio pela frente, contra o CFZ, no Eduardo Guinle. Mas o caminho até o título é árduo. Para ser campeão, o Tricolor da Serra terá de disputar em torno de 42 jogos em seis meses. E para enfrentar essa longa jornada, a equipe conta com o patrocínio de uma metalúrgica local, que rende 40% dos R$ 85 mil gastos mensalmente pelo clube. O restante sai da arrecadação com torcedores e empresários e até do bolso dos dirigentes, que garantem as contas em dia, apesar das dificuldades.
- Este é o ano mais difícil desde que cheguei aqui - afirmou o gerente de futebol, José Eduardo Siqueira, no clube desde 1998.
De fato, nos últimos 13 anos o Friburguense viveu uma realidade diferente da atual, figurando entre os grandes do Rio na Primeira Divisão. Os recursos eram bem maiores, e o valor pago pelos direitos de transmissão garantia a sobrevivência de um ano inteiro. A melhor colocação na competição, no entanto, foi o quarto lugar nos anos de 2002 e 2004 - na Série B, o time foi campeão em 1994 e 1997.
Para melhorar esse panorama e ganhar mais visibilidade no cenário nacional, a diretoria do Frizão aposta na construção de um moderno Centro de Treinamentos. Em 2009, foi lançada a pedra fundamental, mas até hoje a parceria de 20 anos com empresários alemães não saiu do papel. A ideia do clube é criar uma maior estrutura para investir na formação de jovens atletas. Abedi, ex-Vasco e Botafogo, William, do Botafogo, e Hugo, que se destacou no Grêmio e no São Paulo e hoje está no Al Wahda, dos Emirados Árabes, são exemplos de jogadores que passaram por Nova Friburgo.
- Temos que ter um CT. Aparecem jogadores, mas falta espaço para a formação deles. O grande lance de um clube pequeno para crescer é vender jogadores - explicou Siqueirinha.
Enquanto o futuro não chega, o Friburguense sobrevive com uma estrutura bastante acolhedora. O estádio Eduardo Guinle, onde o time treina e manda seus jogos, atualmente tem capacidade para 8 mil torcedores, além de abrigar a concentração dos jogadores. Nas mesmas instalações, há um ginásio utilizado pelas escolinhas infantis, uma bela piscina, restaurante, sala de musculação e de troféus. Há três anos, a casa tricolor passou por uma reforma e ganhou placar eletrônico, novas cabides de rádio e televisão e também vestiários para árbitros e assistentes.
E é no local que foi fundamental no resgate e na ajuda às vítimas da tragédia da madrugada de 12 de janeiro que o Frizão espera escrever a história do seu retorno à elite do futebol do Rio de Janeiro. Jogo a jogo, o principal time da Região Serrana vai dando a sua contribuição para o resgate do orgulho de ser friburguense de nascimento e, principalmente, de coração.
Faixa friburguense 1ª divisão (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)Desde a tragédia, Friburguense entra em campo com faixa de apoio à reação do clube e da cidade de Nova Friburgo (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)

Reserva perturba Rafael Moura: ‘Já disse que estou insatisfeito’

Apesar de incomodado, He-Man reafirma números positivos e garante que não pensa em deixar o clube: ‘Tenho que treinar e resolver isso no vestiário’

Por Cahê Mota e Edgard Maciel de Sá Rio de Janeiro
Rafael Moura no treino do Fluminense (Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo)Rafael Moura corre por um lugar no time principal
(Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo)
Os sete gols nos 14 jogos neste ano e a boa temporada realizada em 2010, quando foi artilheiro e melhor jogador da Copa Sul-Americana, pelo Goiás, credenciariam Rafael Moura a ser titular na grande maioria dos clubes brasileiros. Não no Fluminense. E o He-Man já não faz a menor questão de esconder a insatisfação com a situação.
Desde o retorno de Fred ao time titular, há cinco partidas, Rafael Moura se acostumou a entrar apenas nos minutos finais. A exceção foi contra o Volta Redonda, quando o capitão foi poupado. Por sua vez, no clássico com o Vasco, o He-Man sequer foi aproveitado. Diante do panorama, o atacante, que após a partida contra o Nacional, pela Libertadores, disse preferir se calar para “não soltar uma bomba”, deixou claro o descontentamento.
- Insatisfeito eu já disse que estou. Mas pelo meu nível de competitividade. Nenhum jogador gostaria de estar fora. Só que respeito meus companheiros. Não adianta eu vir me queixar com vocês. Tenho que treinar e resolver no vestiário com quem tenho que resolver.
Rafael Moura, porém, garantiu ter autocontrole para não deixar que a insatisfação com a reserva se transforme em revolta e que não deseja deixar o clube.
- O grupo é muito bem servido. Quando voltei, falei que a disputa era muito boa por serem jogadores de altíssimo nível. Os quatro atacantes que estão aqui seriam titulares em qualquer equipe. Minha insatisfação não pode se transformar em revolta ou indisciplina. Não posso fazer disse me disse nem pensar em troca de equipe. Acabei de chegar, tenho um contrato muito bom de três anos e ninguém é autorizado a falar por mim. Não quero ir para outro clube. O atual campeão brasileiro tem muita coisa boa pela frente.
Apesar de não admitir claramente, o He-Man usa os números para defender uma vaga na equipe titular.
- Se pegar esses 14 jogos e dividir pelos minutos que joguei, a média de gols é bem boa. Mas isso não interfere na cabeça do treinador.
Fred e Rafael Moura no treino do Fluminense (Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo)Rafael Moura disputa a vaga no ataque com Fred
(Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo)
Ciente da disputa acirrada no setor ofensivo, Rafael Moura citou Araújo, destaque na goleada diante do Americano, como exemplo de quem soube esperar o momento certo e aproveitar a oportunidade.
- Os quatro (atacantes) são amigos, se respeitam bastante e têm qualidade. Uma hora ou outra vão jogar dois, três ou um. Isso vai depender da comissão técnica. Não tem porque ter esse melindre todo de falar com a imprensa. Ninguém vai exigir a vaga. O Araújo aguardou o momento dele e foi bem. Além de tudo, queremos jogar. Mas quando não estamos ali torcemos para o amigo que está em campo.
Mesmo com os protestos, Rafael Moura, porém, continuará no banco de reservas na partida diante do Nova Iguaçu, domingo, às 16h (de Brasília), no Engenhão, pela última rodada da fase de classificação da Taça Rio. Com 14 pontos, o Tricolor lidera o Grupo B.

Bruno César rebate Liedson e culpa finalização por tropeços do Timão

No último domingo, atacante disse que recebeu poucas bolas para concluir a gol. Meia, porém, lamenta a má pontaria da equipe nas últimas rodadas

Por Carlos Augusto Ferrari São Paulo
Bruno Cesar no treino do Corinthians (Foto: Ag. Estado)Bruno César no treino do Timão (Foto: Ag. Estado)
Virou um jogo de “empurra-empurra” os problemas apresentados pelo Corinthians nas últimas três rodadas do Campeonato Paulista. Com duas derrotas e um empate neste período, o Timão se afastou da briga pela liderança. Artilheiro do time, Liedson cobra o setor de criação por estar sendo pouco acionado. Já Bruno César, meia já escalado como titular contra o Santo André, domingo, às 16h, no ABC, manda a “bomba” para as finalizações.
- Creio que (o problema) é a finalização. Está ficando bem nítido isso nos treinos, o Tite cobra finalização para o gol. Nos últimos jogos, estamos finalizando pouco. O Paulinho arriscou um chute, desviou e entrou (contra o São Caetano). O Tite está pedindo para chutar. Ele tem uma boa visão de fora e temos que obedecer – afirmou o armador, apelidado pelos companheiros de "Chuta-Chuta" por abusar das conclusões para o gol em alguns momentos.
Bruno César lembra que o problema na armação já vinha sendo discutido no Corinthians desde que foi contratado, depois do estadual de 2010. Entretanto, não acredita que a culpa seja dos meio-campistas. Morais e Ramírez foram os titulares da função no último domingo, mas não tiveram bom rendimento.
- Quando os resultados não aparecem, tem que achar o porquê. Quando cheguei ao Corinthians se falava muito isso, que a bola não chegava – recordou.
Nos últimos três jogos, o Corinthians balançou a rede apenas duas vezes, com Dentinho e Paulinho. Em 18 rodadas, o Alvinegro anotou 31 gols, média de 1,72 por duelo. Entre os grandes do estado, o desempenho é apenas melhor que o do Palmeiras, com 27.
- A bola vai chegar e vamos voltar a vencer. Isso é o mais importante para dar confiança e entrar na reta final com todo gás possível – completou.

Americana permanece internada
no CTI após acidente com ônibus

Nenhum boletim médico de Stacy Sykora, no entanto, foi divulgado até agora

Por GLOBOESPORTE.COM São Paulo
A americana Stacy Sykora permanece internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A líbero foi a jogadora do Vôlei Futuro que mais se machucou no acidente sofrido pelo ônibus que levava o time para a partida contra o Osasco pela semifinal da Superliga feminina, na noite desta terça-feira. Ela bateu a cabeça e chegou a desmaiar.
Nenhuma atleta sofreu lesões graves. Mas a líbero americana Stacy Sykora, considerada a melhor do mundo no último Mundial, desmaiou no momento do acidente e sofreu um corte e um edema na cabeça. Em estado de choque, ela foi sedada no Hospital Regional de Osasco e transportada para o Hospital Sírio-Libanês, onde se submeteu a exames mais detalhados.
Nenhum boletim médico foi divulgado. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, a direção ainda espera o posicionamento da família para uma possível divulgação do estado de saúde de Stacy. 
O Vôlei Futuro informou, também por intermédio de sua assessoria de imprensa, que Stacy está internada em observação e que o hospital é que divulgará o quadro da jogadora. O time avisou ainda que o cinegrafista da equipe, Lucas Rodrigues, que sofreu uma fratura no braço, também segue internado, no Hospital São Luiz, e será submetido a uma cirurgia nesta quarta-feira.
Embora tenha saído ilesa do acidente, Paula Pequeno mostrou preocupação com a estado de saúde da companheira de equipe.
- As meninas estão se recuperando bem, mas peço que todos orem pela recuperação da Stacy. Daqui a pouco ela volta com fé em Deus. O caso dela foi um pouquinho mais grave, mas ela está muito bem assistida pelos médicos no hospital. Orem por favor - pediu Paula Pequena, em sua página no Twitter.
Stacy Sykora recebe atendimento após acidente de ônibus (Foto: Carolina Elustondo / GLOBOESPORTE.COM)Stacy recebe atendimento e é levada para hospital
(Foto: Carolina Elustondo / GLOBOESPORTE.COM)
A maior parte da equipe foi submetida a exames no Hospital Regional de Osasco, e a única fratura constatada foi no braço do cinegrafista do time, que também estava no veículo. A levantadora Ana Cristina, que sofreu cortes causados pelo vidro, deixou o local com o braço direito enfaixado. A meio de rede Fernanda Gritzbach teve apenas um pequeno corte no rosto e alguns arranhões.

Na manhã desta quarta, algumas jogadoras procuraram médicos especialistas para se certificarem de que estão liberadas para jogar. Elas devem deixar o hotel onde estão hospedadas, em Osasco, e retornar a suas casas ainda nesta tarde.
Partida adiada
O duelo entre Vôlei Futuro e Osasco, marcado para começar às 21h (de Brasília) desta terça-feira e válido pelas semifinais da Superliga feminina, foi cancelado. A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) decidirá nos próximos dias a data para a realização da partida.
 

Cruzeiro recebe multa de R$ 50 mil por insultos da torcida a Michael

'Para mim, venceu o preconceito', diz advogada do Vôlei Futuro, Miriam Cristina Simões. Clube mineiro escapou de pena máxima do STJD por ser réu primário

Por Helena Rebello Rio de Janeiro
O Cruzeiro terá de pagar uma multa de R$ 50 mil por conta dos insultos da torcida ao central Michael, do Vôlei Futuro, que marcaram o primeiro confronto entre as equipes, válido pela semifinal da Superliga e disputado em Contagem. Nesta quarta-feira, o caso foi a julgamento e, por decisão unânime, o Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do vôlei decidiu que o clube não deveria receber a pena máxima, de R$ 100 mil, por ser réu primário.
A Procuradoria do STJD denunciou o Cruzeiro no artigo 243-G (praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência), parágrafo 2º do Código Brasileiro de Justiça Desportiva que diz respeito a torcedores. O Vôlei Futuro queria participar do processo como terceiro interessado, oferecendo denúncia no mesmo artigo, só que relacionado ao parágrafo 1º, que diz respeito ao envolvimento de dirigentes. Desta forma, a perda do mando de campo seria uma das possíveis punições. No entanto, o pedido foi indeferido.
- O clube está extremamente decepcionado. É inadmíssivel que só caiba multa num caso tão grave, porque a discriminação foi absurda. Pedimos participacão, mas todos os nossos pedidos foram negados. Para mim, venceu o preconceito - disse a advogada do Vôlei Futuro, Miriam Cristina Simões, que ainda não sabe se o clube poderá interferir no processo.
Não tem como colocar 2 mil mordaças na boca de cada um"
Henrique Saliba, advogado do Cruzeiro
O Cruzeiro, por sua vez, irá recorrer da decisão. A equipe mineira acredita que a pena aplicada foi muito severa, visto que já o valor mínimo da multa é de R$ 100, e as medidas preventivas para o próximo confronto, dia 15 de abril, em Contagem, já foram tomadas. Enquanto isso, ninguém no clube comentará o caso para evitar novas polêmicas.
Comissão disciplinar lamenta episódio
Os representantes da comissão disciplinar ressaltaram a importância de uma punição exemplar por se tratar do primeiro caso envolvendo denúncia de homofobia no vôlei. Citaram, inclusive, a Constituição Brasileira, afirmando que o meio de rede do Vôlei Futuro teve sua dignidade e honra violadas.
- Era visível que o atleta teve o desempenho prejudicado. Foi uma manifestação generalizada e agressiva, que provocou constrangimento e humilhação. Assisti ao jogo, e em determinado momento vi o Ricardinho e outro jogador dando apoio ao Michael. O vôlei tem um público cada vez maior no Brasil, e é preciso que haja uma punição severa – disse o relator do processo, Luiz Tavares.
Michael Volei Futuro ricardinho (Foto: Divulgação/CBV)Michael recebeu apoio dos companheiros durante a partida em Contagem (Foto: Divulgação/CBV)
- Recebi a denúncia com tristeza. É difícil ver, em 2011, atitudes como esta em um país que vai receber a Copa e as Olimpíadas em alguns anos. Quando vemos um caso na Europa em que brasileiros sofrem discriminação, todos se envolvem, até sofrem. O Vôlei cresce a cada ano, e precisamos extirpar este tipo de comportamento logo – disse o procurador Fábio Lira.
A estratégia da defesa
Sem correr o risco de perda de mando de campo, o Cruzeiro tentou desqualificar os insultos proferidos a Michael alegando que, no dia 1º de abril, data da partida contra o Vôlei Futuro, o jogador ainda não havia assumido publicamente sua opção sexual. Desta forma, os gritos proferidos pela torcida não se enquadrariam em ato discriminatório.
- A defesa entende que não houve ação discriminatória porque ninguém no estádio sabia da opção sexual do atleta, que só se pronunciou publicamente a este respeito no dia 5 de abril. Como poderia haver discriminação se os torcedores não sabiam? Ele é um excelente atleta, mas não é um Giovane, um Ricardinho. Ninguém o conhecia antes deste episódio, muito menos sua opção sexual. Isto acontece em todos os estádios. Não houve qualquer repercussão imediata nem do clube nem da mídia porque todos acharam normal. Não tem como colocar 2 mil mordaças na boca de cada um – alegou Henrique Saliba, advogado patrocinador do clube mineiro e representante no caso.
O advogado fez questão de frisar que sua defesa foi técnica e que o clube abomina qualquer manifestação desrespeitosa com os atletas adversários. Para a próxima partida, medidas especiais de segurança estão sendo tomadas. Além das câmeras de transmissão do evento, o ginásio terá outras quatro vigiando os torcedores. O efetivo da Polícia Militar também será reforçado. Além disso, o marketing mineiro promeve uma campanha educativa.
- Cartilhas serão distribuídas e o ginásio terá faixas pedindo a colaboração da torcida. O locutor também irá se manifestar caso haja necessidade. Estamos atuando no intuito de prevenir qualquer outro episódio. E a polícia recebeu a orientação de identificar qualquer infrator.

O último confronto entre Cruzeiro e Vôlei Futuro na Superliga 2010/2011 acontece às 20h30m desta sexta-feira, no Ginásio Poliesportivo do Riacho. A semifinal está empatada em 1 a 1, e quem vencer este jogo enfrenta o Sesi na final. Todos os dois mil ingressos já foram vendidos.

Após reunião, Palmeiras inicia operação para ter Henrique

Zagueiro do Barcelona, emprestado ao Racing, é o sonho para a zaga a partir do meio do ano. Diretoria o vê como nome ideal para substituir Danilo

Por GLOBOESPORTE.COM São Paulo
Henrique na partida do Racing (Foto: Getty Images)Henrique na partida do Racing (Foto: Getty Images)
O Palmeiras quer Henrique como o novo xerife da zaga palmeirense a partir do meio do ano. O zagueiro também já manifestou o desejo de retornar ao clube no qual atuou poucos meses, no início de 2008. E nesta terça-feira, o Verdão ganhou um aliado importante na tentativa de conseguir o empréstimo do defensor junto ao Barcelona: o empresário Marcos Malaquias. Em jantar entre o agente e o presidente Arnaldo Tirone, ficou combinado que haverá uma conversa com o clube catalão para discutir a possibilidade, ainda sem data definida. Hoje, Henrique está emprestado ao Racing Santander-ESP. Em seu Twitter, Malaquias revelou o teor do encontro.
- Quero deixar claro que mostrei todas as possibilidades de repatriar o Henrique. É uma operação difícil porque envolve várias questões. Agora é ter calma, porque a janela só abre no meio do ano e vamos conversando – escreveu o empresário.
Tirone confirmou a conversa e disse ter tido uma ótima impressão de Marcos Malaquias. Antes desse jantar, eles não se conheciam pessoalmente. O presidente do Palmeiras também descarta a pressa na hora de negociar, e cogita a busca de alguma parceria para viabilizar a contratação. Para ele, Henrique compensaria com sobras a perda de Danilo, que está vendido para o Udinese-ITA e embarca em julho para a Europa.
O problema é se o Barça quiser liberar Henrique apenas em definitivo. Tirone deixou claro que não fará loucuras para reforçar o time, consolidando a política de diminuição de gastos no Palmeiras. De qualquer forma, Henrique é o sonho. O presidente quer trazê-lo como o primeiro “presente” de sua gestão para a torcida. Desde que assumiu, em janeiro, a única negociação conduzida pela nova diretoria foi a de Wellington Paulista, que chegou na semana passada.
Pelo menos um zagueiro já está acertado verbalmente com o Palmeiras: Gustavo Bastos, do Mirassol. A intenção é trazer o jogador de 27 anos logo depois do Campeonato Paulista. O clube ainda não confirma o negócio para não perder o atleta.

Fabiano Eller rodou o mundo, contou histórias e, agora, quer ficar no Rio

Aos 33 anos, zagueiro rescindiu contrato com Al Ahli há dois meses, espera clube para o Brasileiro e questiona quem o considera velho para o futebol

Por Janir Júnior Rio de Janeiro
Fabiano Eller começou sua carreira profissional no Vasco em 1996. Depois, o zagueiro foi para o Palmeiras, Flamengo, passou sufoco no Al Wakrah do Qatar, acertou com o Fluminense e chegou a ser convocado para amistoso da Seleção Brasileira. O jogador sofreu com a língua no Trabzonspor da Turquia, foi campeão da Libertadores e mundial pelo Internacional, defendeu o Atlético de Madrid na Espanha, acertou com Santos, retornou ao Inter e, recentemente, tentou novamente a sorte no mundo árabe, onde atuou pelo Al Ahli, do Qatar. Aos 33 anos, Eller está de volta ao Brasil, ao Rio de Janeiro. E pretende ficar.
- Estou há dois meses no Rio. Rescindi com o Al Ahli faltando três meses para o fim do contrato. Não pretendo mais sair do Brasil. Claro que gostaria de jogar num grande clube do Rio. Até hoje, mesmo com tanto tempo fora da cidade, sempre sou tratado com carinho pelos torcedores – declarou Fabiano Eller.
Fabiano Eller (Foto: Pedro Veríssimo / Globoesporte.com)Fabiano Eller posa com a coleção de camisas dos clubes que defendeu no Brasil e exterior na cobertura de seu apartamento, na Zona Oeste do Rio de Janeiro (Foto: Pedro Veríssimo / Globoesporte.com)
O zagueiro, que passou por muitos clubes, garante que deixou as portas abertas no Vasco, Flamengo e Fluminense. Ao saber que Abel Braga, técnico que está apalavrado com o Tricolor, disse que ele é um jogador vitorioso e que tem sua confiança, Eller não escondeu a satisfação.
- Trabalhei com ele no Flamengo e Internacional. O Abel conhece o meu potencial – destacou o jogador, que desvinculou seu contrato com o Al Ahli, e não precisa esperar a abertura da janela de transferências internacionais em agosto.
Quando eu tinha 22 anos, um jogador de 35 era considerado experiente; hoje, estou com 33, sou visto como velho. Mas estou cheio de gás"
Fabiano Eller
Sondado por alguns times brasileiros, Fabiano Eller quer dar a cartada certa depois de rodar por muitos clubes onde nem sempre ficou até o fim do contrato. Ele pretende jogar por mais dois anos antes de se aposentar. Enquanto se reveza entre alguns treinos para manter a forma e obras no apartamento que ficou seis anos fechado, o zagueiro lamenta que sua idade possa ser um empecilho para um acerto.
- Muitas vezes os clubes preferem dar oportunidade para jogadores mais jovens. Quando eu tinha 22 anos, um jogador de 35 era considerado experiente; hoje, com 33, sou visto como velho. Mas sou um cara vitorioso, ganhei experiência e estou cheio de gás.
Cheio de gás e de histórias, que viraram marca registrada do zagueiro. No início de 2005, ele ficou um mês preso no Qatar tentando o visto do Al Wakrah para voltar ao Brasil. Somente depois da intervenção do Governo Federal brasileiro ele conseguiu resolver a situação. Em terras turcas, no Trabzonspor, mais empecilhos.
- O tradutor não falava português há cinco anos. O técnico dava instruções, o tradutor começava a suar, se virava para mim e para o Jefferson (goleiro do Botafogo) e dizia: “Depois conto o que ele falou".
Ainda na Turquia, com a chegada de um novo treinador, a tradução foi mais ingrata.
- Chegou um técnico que eu nem lembro o nome, e disse que não gostava de brasileiro, nem do Ronaldinho Gaúcho, que estava arrebentando. Pensei: “Se ele não gosta do Ronaldinho, estou morto.
Com títulos como Libertadores, Mundial, Brasileiro, entre outros no currículo, Fabiano Eller quer provar que está vivo para o futebol.
- Quero voltar a jogar o mais rápido possível – completou o jogador.
Histórias não vão faltar.