quarta-feira, 13 de abril de 2011

Reserva perturba Rafael Moura: ‘Já disse que estou insatisfeito’

Apesar de incomodado, He-Man reafirma números positivos e garante que não pensa em deixar o clube: ‘Tenho que treinar e resolver isso no vestiário’

Por Cahê Mota e Edgard Maciel de Sá Rio de Janeiro
Rafael Moura no treino do Fluminense (Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo)Rafael Moura corre por um lugar no time principal
(Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo)
Os sete gols nos 14 jogos neste ano e a boa temporada realizada em 2010, quando foi artilheiro e melhor jogador da Copa Sul-Americana, pelo Goiás, credenciariam Rafael Moura a ser titular na grande maioria dos clubes brasileiros. Não no Fluminense. E o He-Man já não faz a menor questão de esconder a insatisfação com a situação.
Desde o retorno de Fred ao time titular, há cinco partidas, Rafael Moura se acostumou a entrar apenas nos minutos finais. A exceção foi contra o Volta Redonda, quando o capitão foi poupado. Por sua vez, no clássico com o Vasco, o He-Man sequer foi aproveitado. Diante do panorama, o atacante, que após a partida contra o Nacional, pela Libertadores, disse preferir se calar para “não soltar uma bomba”, deixou claro o descontentamento.
- Insatisfeito eu já disse que estou. Mas pelo meu nível de competitividade. Nenhum jogador gostaria de estar fora. Só que respeito meus companheiros. Não adianta eu vir me queixar com vocês. Tenho que treinar e resolver no vestiário com quem tenho que resolver.
Rafael Moura, porém, garantiu ter autocontrole para não deixar que a insatisfação com a reserva se transforme em revolta e que não deseja deixar o clube.
- O grupo é muito bem servido. Quando voltei, falei que a disputa era muito boa por serem jogadores de altíssimo nível. Os quatro atacantes que estão aqui seriam titulares em qualquer equipe. Minha insatisfação não pode se transformar em revolta ou indisciplina. Não posso fazer disse me disse nem pensar em troca de equipe. Acabei de chegar, tenho um contrato muito bom de três anos e ninguém é autorizado a falar por mim. Não quero ir para outro clube. O atual campeão brasileiro tem muita coisa boa pela frente.
Apesar de não admitir claramente, o He-Man usa os números para defender uma vaga na equipe titular.
- Se pegar esses 14 jogos e dividir pelos minutos que joguei, a média de gols é bem boa. Mas isso não interfere na cabeça do treinador.
Fred e Rafael Moura no treino do Fluminense (Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo)Rafael Moura disputa a vaga no ataque com Fred
(Foto: Ivo Gonzalez / Agência O Globo)
Ciente da disputa acirrada no setor ofensivo, Rafael Moura citou Araújo, destaque na goleada diante do Americano, como exemplo de quem soube esperar o momento certo e aproveitar a oportunidade.
- Os quatro (atacantes) são amigos, se respeitam bastante e têm qualidade. Uma hora ou outra vão jogar dois, três ou um. Isso vai depender da comissão técnica. Não tem porque ter esse melindre todo de falar com a imprensa. Ninguém vai exigir a vaga. O Araújo aguardou o momento dele e foi bem. Além de tudo, queremos jogar. Mas quando não estamos ali torcemos para o amigo que está em campo.
Mesmo com os protestos, Rafael Moura, porém, continuará no banco de reservas na partida diante do Nova Iguaçu, domingo, às 16h (de Brasília), no Engenhão, pela última rodada da fase de classificação da Taça Rio. Com 14 pontos, o Tricolor lidera o Grupo B.

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