segunda-feira, 25 de julho de 2011

Dedé: 'Este é um dos dias mais felizes de toda a minha vida'

Zagueiro não esconde a emoção pela primeira convocação, relembra dificuldades no Vasco e diz que demorou a acreditar na notícia

Por Fred Huber e Rafael Cavalieri Rio de Janeiro
Um dos dias mais felizes da sua vida. Assim Dedé considerou esta segunda-feira, quando recebeu a notícia de sua primeira convocação para a Seleção Brasileira. E, sem esconder o sorriso característico, o zagueiro garantiu que a ficha ainda não caiu. Também pudera, a notícia veio durante sua manhã de sono ainda se recuperando do jogo contra o Atlético-MG e da cansativa viagem para Ipatinga. O primeiro a ligar foi o empresário. Depois vieram mais telefonemas. Irritado com a hora, colocou no silencioso para voltar a dormir. Até a hora em que sua namorada Patrícia ligou. Aí ele resolveu atender.
- Quando vi a chamada dela depois de todas as outras pensei que pudesse ser alguma coisa importante. Aí ela me disse que eu tinha sido convocado. Falei para ela parar de brincar com isso, não estava acreditando mesmo... Mas aí eu vi com os próprios olhos e mesmo assim não caiu a ficha. Estou muito feliz. É com certeza um dos dias mais felizes da minha vida - afirmou.
Dedé Vasco bandeira Brasil (Foto: Rafael Cavalieri / Globoesporte.com)Dedé posa com a bandeira do Brasil ao fundo (Foto: Rafael Cavalieri / Globoesporte.com)
O sonho realizado fez um filme passar em sua cabeça. Dedé chegou ao Vasco para compor elenco e foi conquistando seu espaço aos poucos. No início do ano passado, se envolveu em uma polêmica ao provocar uma lesão em Carlos Alberto, na época principal estrela do elenco. O zagueiro chegou a ser motivo de chacota, mas nunca baixou a cabeça. E, quando a oportunidade chegou se firmou a ponto de não sair mais do time e virar a referência que é hoje.
- Nestas horas a gente pensa nas dificuldades. No Volta Redonda só vivi momentos felizes, mas aqui o início foi difícil. Foram críticas e muita desconfiança. Tive de ter paciência e tranquilidade. O caso com O Carlos Alberto, por exemplo, foi muito pesado. As críticas foram injustas. Mas continuei trabalhando até me esgotar e conseguir a minha chance. Na época faltavam 28 dias para acabar o meu contrato e eu consegui permanecer e chegar onde cheguei - relembrou.
A primeira oportunidade veio com Gaúcho, que havia assumido o comando do time de maneira interina. E o atual auxiliar técnico, ao lado do preparador de goleiros Carlos Germano, são duas das pessoas a quem Dedé mais mostra gratidão. Foram as palavras dos membros da comissão técnica que deram a confiança necessária para ele conseguir se firmar e chegar onde chegou. Hoje em dia, o técnico Ricardo Gomes também entra nessa galeria de referências.
A emoção é muita, mas agora ele quer deixar a alegria de lado e se concentrar apenas em uma coisa: se manter no grupo até a Copa de 2014.
- Passo a passo vamos construindo isso. Chegar não foi fácil e se manter é mais difícil ainda. Vou continuar fazendo o meu trabalho de maneira humilde para me firmar. Aí sim penso em Copa do Mundo. Sempre me considerei preparado e agora o momento chegou - disse.
A apresentação do grupo que irá disputar o amistoso contra a Alemanha em Stuttgart no dia 10 de agosto está marcada para o dia 6. No dia 7, o Vasco enfrenta o Botafogo pelo Campeonato Brasileiro. Quando questionado se iria pedir para participar do jogo e viajar depois, Dedé nem soube o que responder. Mas garantiu que está nas mãos de Mano Menezes.
- Nem vi o dia ainda, mas na hora que marcarem vou ser o primeiro da fila. Pode apostar nisso (risos) - finalizou.

Mano saca seis da Copa América para amistoso contra a Alemanha

Adriano, Elano, Jadson, Jefferson, Luisão e Sandro ficam fora do jogo em Stuttgart. Treinador convoca seis atletas diferentes em relação ao torneio

Por Márcio Iannacca Rio de Janeiro
Dedé vasco treino (Foto: Maurício Val / FOTOCOM.NET)Dedé, zagueiro do Vasco, é uma das surpresas da
lista de Mano (Foto: Maurício Val / FOTOCOM.NET)
Após o fracasso na Copa América, o técnico Mano Menezes decidiu trocar algumas peças que disputaram o torneio. Nesta segunda-feira, em São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro, o treinador divulgou a lista de 23 convocados da Seleção Brasileira para o amistoso contra a Alemanha, no dia 10 de agosto, em Stuttgart. Dos 23 atletas lembrados para a competição na Argentina, seis ficaram fora: Adriano (Barcelona), Elano (Santos), Jadson (Shaktar Donetsk), Jefferson (Botafogo), Luisão (Benfica) e Sandro (Tottenham). As novidades em relação ao torneio continental foram os zagueiros Dedé (Vasco), os meio-campistas Fernandinho (Shakhtar), Luiz Gustavo (Bayern de Munique) e Renato Augusto, (Bayer Leverkusen) e Ralf (Corinthians) e o atacante Jonas (Valencia).
- Estamos partindo para a segunda etapa depois da Copa América. Temos um jogo de alto nível contra a Alemanha, na Alemanha. Já havia sinalizado em relação ao Dedé lá atrás por tudo o que vinha jogando desde o passado e nesse primeiro semestre. A oportunidade se abriu e por isso ele aí está. O Ralf é um volante de contenção, temos a situação do Lucas (Leiva) que está em aberto, perdemos o Sandro, que era o segundo jogador da posição e fez uma intervenção cirúrgica. É um jogador que conheço e por isso foi convocado pela primeira vez. O Luiz Gustavo é volante canhoto, tem se destacado no futebol alemão. Esteve no Hoffeinheim, foi para o Bayern e fez grandes jogos na última Champions League. Ele tem uma característica diferente de saída de bola, que às vezes os destros não conseguem fazer - explicou o treinador, que ainda espera uma consulta à Fifa para saber se poderá utilizar Lucas Leiva, expulso contra o Paraguai na Copa América.
Esta é a primeira convocação de Mano Menezes após o fiasco no torneio na Argentina, conquistado no último domingo pelo Uruguai após vitória por 3 a 0 sobre o Paraguai, algoz do time canarinho. Na Argentina, a Seleção empatou três jogos e venceu apenas um. A eliminação aconteceu nas quartas de final após a equipe desperdiçar quatro cobranças na decisão por pênaltis contra os paraguaios, que venceram por 2 a 0.
O amistoso contra a Alemanha, em Stuttgart, será o 13º jogo da era Mano Menezes. Até o momento, sob o comando do treinador, a Seleção Brasileira obteve seis vitórias, duas derrotas (França e Argentina) e quatro empates. A partida está marcada para o dia 10 de agosto, mesma data de Santos x Corinthians pelo Campeonato Brasileiro. Os atletas convocados têm que se apresentar no dia 6, sábado, e só voltam aos clubes no dia 11. Assim, Ganso e Neymar, pelo Santos, e Ralf, do Corinthians, estão fora do clássico.
Após o amistoso contra a Alemanha, o time de Mano tem mais dois compromissos agendados até o momento. Nos dias 14 e 21 de setembro, com um grupo de atletas que atuam no Brasil, a equipe vai encarar a Argentina, pela Copa Rocca. No dia 11 de outubro, o adversário será o México, na cidade de Torreón.
A CBF já teria agendado também amistosos contra a Espanha e a Itália. As datas e os locais da partida, porém, não foram divulgados.
Confira abaixo a lista dos convocados por Mano Menezes:
GOLEIROSJulio César (Inter de Milão)
Victor (Grêmio)

LATERAIS
Maicon (Inter de Milão)
Daniel Alves (Barcelona)
André Santos (Fenerbahçe)

ZAGUEIROS
Lúcio (Inter de Milão)
Thiago Silva (Milan)
David Luiz (Chelsea)
Dedé (Vasco)

MEIO-CAMPISTASLucas Leiva (Liverpool)
Ramires (Chelsea)
Elias (Atlético de Madri)
Ralf (Corinthians)
Luiz Gustavo (Bayern de Munique)
Paulo Henrique Ganso (Santos)
Renato Augusto (Bayer Leverkusen)
Lucas (São Paulo)
Fernandinho (Shakthar Donetsk)

ATACANTES
Alexandre Pato (Milan)
Fred (Fluminense)
Neymar (Santos)
Robinho (Milan)
Jonas (Valencia)

#GeraçãoMoicano: Neymar vira tendência e dita o rumo da molecada

Cabelos, acessórios e lema 'ousadia e alegria' tomam conta da Copa Brasil Sub-15. Treinadores alertam para perigo da falta de identidade própria


O dicionário define os moicanos como índios americanos de uma tribo já extinta, oriunda das margens dos rios Hudson e Connecticut, que tinha como marca o corte de cabelo geralmente raspado nas laterais. O novo cacique do futebol brasileiro, no entanto, tratou de dar um novo significado ao termo. Espelho para 10 em cada 10 garotos que iniciam a vida no futebol, Neymar deixou de ser referência pelos dribles e gols. O garoto do Santos agora é tendência e dita o rumo da nova “Geração Moicano”.
Marca principal, o corte de cabelo não surge como única característica no perfil dos craques do futuro. Gola da camisa levantada, faixa no pulso e meião acima do joelho passaram a ser tão importantes quanto o famoso clichê “estamos preparados para dar o máximo dentro de campo”. E não para por aí. Fora das quatro linhas, é quase que regra os bonés para o lado, brincos e cordões personalizados, fones de ouvidos extravagantes e o talento para dancinhas. Sem contar, lógico, o lema que é repetido como um mantra: ousadia e alegria.
montagem geração moicano  (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)São-paulinos, santistas, cruzeirenses e gremistas: moicano domina o Brasil (Cahê Mota / Globoesporte.com)
O GLOBOESPORTE.COM foi até o interior do Paraná para acompanhar a fase final da Copa Brasil Sub-15 e identificar os rumos desta geração. E a influência do menino da Vila é cada vez mais global. Do Norte ao Sul do país, há “Neymares” em profusão. Imitar muitas vezes não basta, é necessário querer ser uma cópia fiel do atacante da Seleção Brasileira. E os Deuses do futebol parecem ter dado uma forcinha para mostrar que a fórmula dá certo. O campeão da competição foi o Santos.
O Neymar é o ídolo, a referência. Não jogo na mesma posição, mas procuro me espelhar. Pela história, pelos dribles... Todo mundo quer ter o sucesso e a fama que ele tem"
Raphael, 14 anos, volante do Santos
- O Neymar é o ídolo, a referência. Não jogo na mesma posição, mas procuro me espelhar nele. Pela história, pelos dribles... Procuro fazer tudo lembrando dele, que é um exemplo para todos nós. Todo mundo quer ter o sucesso e a fama que ele tem – admitiu Raphael, volante de 14 anos do Peixe, dono do moicano mais “Neymarizado” da turma.
Nem mesmo os que apontam a imitação exagerada ou precoce intimidam os garotos. Cheio de personalidade, o lateral-direito Juninho Baiano, também do Santos, afirma que seguir o exemplo de sucesso do time profissional serve como estimulo e dá de ombros para as críticas.
- É sempre bom seguir os passos, né? Para ver se dá sorte. Eles que estão no time de cima são um exemplo para seguir. Sempre tem os corneteiros de plantão, mas as críticas também fazem parte.
Cartilhas limitam, mas não impedem estilo Neymar
geração moicano juninho santos (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)Moicano, faixa no pulso, gola levantada e meião
acima do joelho: geração segue moda Neymar
(Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)
Mesmo que não sejam exatos, os números mostram o tamanho da influência de Neymar na molecada. De 80 atletas dos quatro semifinalistas (Santos, São Paulo, Cruzeiro e Grêmio), aproximadamente 30 tinham o moicano como corte de cabelo, fosse mais exagerado ou disfarçado. Apesar de saberem da importância de um espelho para quem está começando no esporte, até mesmo os treinadores admitem que há, sim, uma preocupação para que a idolatria não ultrapasse os limites.
- Os estímulos hoje em dia estão muito precoces. Seja no uso de drogas, sexualidade, ou até mesmo em tudo que é oferecido através da mídia. Isso acaba chegando mais cedo para esta criança ou adolescente, que ainda está mais frágil por essa fase de transição. Por isso, é importante o autoconhecimento. Até para que tenham autonomia de seguir seus próprios caminhos e não se frustrem no futuro – disse Augusto Carvalho, psicólogo do São Paulo.
Durante a competição, considerada a mais importante na categoria no país, muitos clubes estipularam regras e cartilhas que limitavam essa personificação do ídolo. No Santos, por exemplo, era proibido usar boné no trajeto até os estádios. Já clubes como Grêmio e São Paulo foram mais rígidos e vetaram, inclusive, acessórios.
- Temos algumas cartilhas para uso de brinco, aparelhos eletrônicos... Tudo tem horário regrado e limites. É importante para que um adolescente de 16, 17 anos não chegue ao profissional achando que pode tudo. Não pode pensar somente no prazer, nos direitos, e esquecer o dever – argumentou Gustavo Fragoso, treinador do Grêmio.
geração moicano gabriel santos twitter (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)Santista Gabriel no Twitter: outra moda na onda
de Neymar ( Pedro Veríssimo / Globoesporte.com)
A cartilha é cumprida, mas nem sempre compreendida por completo pelos jovens, como o meia gremista Charles.
- Por um lado entendemos, mas no outro não. Gostamos de ter estilo e o clube não deixa.
Nada, porém, diminui o desejo de repetir à risca os passos do ídolo. Para o atacante Luiz Felipe, do mesmo Grêmio, a forma de se vestir e agir o aproxima do sucesso conquistado tão precocemente por Neymar.
- Fiz o cabelo por ser fã do Neymar e querer jogar o futebol igual ao dele. É minha inspiração. Fazemos tudo igual. Brinco, corrente, forma de jogar com meião acima do joelho, fita no pulso. Tudo isso.
Estilo também visa ao assédio feminino
Conversas mais descontraídas deixam claro também que o lado futebolístico não é a única razão de tantos “clones”. Expoente no mundo da bola, Neymar ultrapassou barreiras e se tornou uma personalidade nacional em diversos segmentos. Parecer-se com ele é sinônimo de estar na moda. Seja na escola ou no shopping center, os cabelos, brincos e outros tantos acessórios colocam o garoto no centro das atenções e o assédio, mesmo tão novos, é cada vez maior. Enquanto em campo é preciso jogar bem para justificar o estilo, na rua basta adotá-lo para ter sucesso com as menininhas.
25/07/2011 12h40 - Atualizado em 25/07/2011 19h31

#GeraçãoMoicano: Neymar vira tendência e dita o rumo da molecada

Cabelos, acessórios e lema 'ousadia e alegria' tomam conta da Copa Brasil Sub-15. Treinadores alertam para perigo da falta de identidade própria

Por Cahê Mota e Pedro Veríssimo Direto de Apucarana, Paraná
header Geração Moicano 2 (Foto: Montagem)
O dicionário define os moicanos como índios americanos de uma tribo já extinta, oriunda das margens dos rios Hudson e Connecticut, que tinha como marca o corte de cabelo geralmente raspado nas laterais. O novo cacique do futebol brasileiro, no entanto, tratou de dar um novo significado ao termo. Espelho para 10 em cada 10 garotos que iniciam a vida no futebol, Neymar deixou de ser referência pelos dribles e gols. O garoto do Santos agora é tendência e dita o rumo da nova “Geração Moicano”.
Marca principal, o corte de cabelo não surge como única característica no perfil dos craques do futuro. Gola da camisa levantada, faixa no pulso e meião acima do joelho passaram a ser tão importantes quanto o famoso clichê “estamos preparados para dar o máximo dentro de campo”. E não para por aí. Fora das quatro linhas, é quase que regra os bonés para o lado, brincos e cordões personalizados, fones de ouvidos extravagantes e o talento para dancinhas. Sem contar, lógico, o lema que é repetido como um mantra: ousadia e alegria.
montagem geração moicano  (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)São-paulinos, santistas, cruzeirenses e gremistas: moicano domina o Brasil (Cahê Mota / Globoesporte.com)
O GLOBOESPORTE.COM foi até o interior do Paraná para acompanhar a fase final da Copa Brasil Sub-15 e identificar os rumos desta geração. E a influência do menino da Vila é cada vez mais global. Do Norte ao Sul do país, há “Neymares” em profusão. Imitar muitas vezes não basta, é necessário querer ser uma cópia fiel do atacante da Seleção Brasileira. E os Deuses do futebol parecem ter dado uma forcinha para mostrar que a fórmula dá certo. O campeão da competição foi o Santos.
O Neymar é o ídolo, a referência. Não jogo na mesma posição, mas procuro me espelhar. Pela história, pelos dribles... Todo mundo quer ter o sucesso e a fama que ele tem"
Raphael, 14 anos, volante do Santos
- O Neymar é o ídolo, a referência. Não jogo na mesma posição, mas procuro me espelhar nele. Pela história, pelos dribles... Procuro fazer tudo lembrando dele, que é um exemplo para todos nós. Todo mundo quer ter o sucesso e a fama que ele tem – admitiu Raphael, volante de 14 anos do Peixe, dono do moicano mais “Neymarizado” da turma.
Nem mesmo os que apontam a imitação exagerada ou precoce intimidam os garotos. Cheio de personalidade, o lateral-direito Juninho Baiano, também do Santos, afirma que seguir o exemplo de sucesso do time profissional serve como estimulo e dá de ombros para as críticas.
- É sempre bom seguir os passos, né? Para ver se dá sorte. Eles que estão no time de cima são um exemplo para seguir. Sempre tem os corneteiros de plantão, mas as críticas também fazem parte.
Cartilhas limitam, mas não impedem estilo Neymar
geração moicano juninho santos (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)Moicano, faixa no pulso, gola levantada e meião
acima do joelho: geração segue moda Neymar
(Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)
Mesmo que não sejam exatos, os números mostram o tamanho da influência de Neymar na molecada. De 80 atletas dos quatro semifinalistas (Santos, São Paulo, Cruzeiro e Grêmio), aproximadamente 30 tinham o moicano como corte de cabelo, fosse mais exagerado ou disfarçado. Apesar de saberem da importância de um espelho para quem está começando no esporte, até mesmo os treinadores admitem que há, sim, uma preocupação para que a idolatria não ultrapasse os limites.
- Os estímulos hoje em dia estão muito precoces. Seja no uso de drogas, sexualidade, ou até mesmo em tudo que é oferecido através da mídia. Isso acaba chegando mais cedo para esta criança ou adolescente, que ainda está mais frágil por essa fase de transição. Por isso, é importante o autoconhecimento. Até para que tenham autonomia de seguir seus próprios caminhos e não se frustrem no futuro – disse Augusto Carvalho, psicólogo do São Paulo.
Durante a competição, considerada a mais importante na categoria no país, muitos clubes estipularam regras e cartilhas que limitavam essa personificação do ídolo. No Santos, por exemplo, era proibido usar boné no trajeto até os estádios. Já clubes como Grêmio e São Paulo foram mais rígidos e vetaram, inclusive, acessórios.
- Temos algumas cartilhas para uso de brinco, aparelhos eletrônicos... Tudo tem horário regrado e limites. É importante para que um adolescente de 16, 17 anos não chegue ao profissional achando que pode tudo. Não pode pensar somente no prazer, nos direitos, e esquecer o dever – argumentou Gustavo Fragoso, treinador do Grêmio.
geração moicano gabriel santos twitter (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)Santista Gabriel no Twitter: outra moda na onda
de Neymar ( Pedro Veríssimo / Globoesporte.com)
A cartilha é cumprida, mas nem sempre compreendida por completo pelos jovens, como o meia gremista Charles.
- Por um lado entendemos, mas no outro não. Gostamos de ter estilo e o clube não deixa.
Nada, porém, diminui o desejo de repetir à risca os passos do ídolo. Para o atacante Luiz Felipe, do mesmo Grêmio, a forma de se vestir e agir o aproxima do sucesso conquistado tão precocemente por Neymar.
- Fiz o cabelo por ser fã do Neymar e querer jogar o futebol igual ao dele. É minha inspiração. Fazemos tudo igual. Brinco, corrente, forma de jogar com meião acima do joelho, fita no pulso. Tudo isso.
Estilo também visa ao assédio feminino
Conversas mais descontraídas deixam claro também que o lado futebolístico não é a única razão de tantos “clones”. Expoente no mundo da bola, Neymar ultrapassou barreiras e se tornou uma personalidade nacional em diversos segmentos. Parecer-se com ele é sinônimo de estar na moda. Seja na escola ou no shopping center, os cabelos, brincos e outros tantos acessórios colocam o garoto no centro das atenções e o assédio, mesmo tão novos, é cada vez maior. Enquanto em campo é preciso jogar bem para justificar o estilo, na rua basta adotá-lo para ter sucesso com as menininhas.
- Lá perto de casa as meninas chegam, falam, pedem beijinho, foto... Isso é bom também (risos). Se não fosse a bola, com essa latinha não ia dar para pegar ninguém (risos) – se diverte o santista Willians, fã de Robinho.
Quem se fantasia de Neymar, por outro lado, muitas vezes não sabe que está indo na contramão do caminho seguido pelo próprio. Atual treinador do Sub-15 do Santos, Emerson Ballio teve a oportunidade de trabalhar com a estrela nos tempos de futsal, ainda com 13 anos, e procura deixar claro para seus comandados que a postura do garoto era outra.
- Falo para eles: “O Neymar adorava o Robinho, mas não imitava o Robinho na conduta”. Ele jogava com faixa na cabeça, tinha a personalidade dele. Tudo bem que se trata de uma referência, até para o clube, mas cada um tem que ter sua personalidade.
E é exatamente esta a principal preocupação dos profissionais que cercam a primeira categoria do futebol que disputa grandes competições pelo Brasil. Cientes de que traços de personalidade dos jovens começam a ganhar peso a partir dos 15 anos, os clubes se preocupam em dar tratamento especial não somente ao que acontece em campo, mas também em questões psicológicas e educacionais.
No Morumbi, Lucas é o modelo fora de campo. Já o cabelo...
geração moicano garotos do São Paulo (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)Uma franja e muitos moicanos: apesar das regras,
são-paulinos seguem tendência que surgiu na Vila
(Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)
Cobranças disciplinares fazem parte do processo, assim como exigências em relação a frequência no estudo e postura. Referência na base pelo trabalho realizado no Centro de Treinamento em Cotia, o São Paulo é o clube que mais impõe restrições, e conta com Lucas como maior garoto-propaganda da rígida metodologia.
- O Lucas hoje é o modelo dessa gestão, que é profissional, embora na base. Ele iniciou no processo de seleção e passou por todas as categorias e processos pedagógicos do São Paulo. É um menino diferenciado em termos educacionais. Sabe o que é e o que pode ser. Para se ter uma ideia, ele vai até Cotia regularmente para rever o pessoal, agradecer a quem o ajudou – apontou Marcelo Lima, coordenador da base tricolor.
Curiosamente, entre os quatro semifinalistas o time do Morumbi é o que tem o maior número de moicanos: 11. Todos eles, no entanto, mais discretos do que cruzeirenses, gremistas e santistas. Além do clube, o próprio colégio onde os garotos estudam não permite a extravagância. Em campo, também há restrições: os já famosos meiões acima do joelho e golas levantadas estão vetados. Assim como chuteiras que fujam do vermelho, branco e preto do clube.
O Lucas hoje é o modelo dessa gestão, que é profissional, embora na base. É diferenciado em termos educacionais"
Marcelo Lima, coordenador do São Paulo
No mesmo São Paulo, há um exemplo interessante do quanto o sucesso dos antecessores interfere no comportamento das gerações seguintes. Ao mesmo tempo em que exibe o moicano do Neymar, a molecada não abre mão da camisa para dentro do short, marca de Lucas.
- Lucas, Neymar e tantos outros são espelhos. São exemplos para garotada que está começando. Vejo como fundamental ter um exemplo a seguir. Querendo ou não, acaba-se sempre copiando o estilo de cabelo, de roupa, de brinco. É algo natural. Além de dentro de campo, onde todo mundo quer ser igual a eles, sim – confessou o zagueiro Lucas, capitão são-paulino de jeito sereno e voz pausada, mas com moicano na cabeça.
Cada vez mais precoces no estilo e na seriedade com a qual encaram o futebol, muitos garotos, mesmo aos 15 anos, já se enxergam como jogadores, seja no modo de vestir ou agir. E é justamente aí que mora o perigo da personificação incontrolável destes personagens. Muitos destes “Neymares” e Lucas serão vítimas do funil da bola e acabarão se transformando em engenheiros, médicos, entre outras profissões. Prepará-los para esta possível e, na verdade, até provável frustração também tem sido tarefa dos clubes.
- É importante o setor social com pedagogos, psicólogos, assistentes sociais. Eles que definem as diretrizes para que sejam alguém na vida mesmo que não venham a se tornar profissionais – disse o coordenador são-paulino Marcelo Lima.
E assim, na brincadeira de serem adultos ou de serem ídolos, os novos talentos do futebol brasileiro vão sendo lapidados. Dos 400 jogadores que começaram a Copa Brasil Sub-15, quantos chegarão ao profissional? Resposta que será dada pelo tempo. Ou pelo corte de cabelo: moicano ou não.
geração moicano zagueiro e goleiro do cruzeiro (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)Goleiro e zagueiro do Cruzeiro seguem tendência e capricham no moicano (Cahê Mota / Globoesporte.com)

CT da Seleção vai ficar pronto em 15 meses, confirma Teixeira. Conheça

Presidente da CBF e do COL diz que apenas centro de treinamento, na Barra, será utilizado na Copa das Confederações, em 2013

Por Márcio Iannacca Rio de Janeiro
A nova casa da Seleção Brasileira já tem data para ficar pronta: dezembro de 2012. O presidente do comitê organizador da Copa de 2014 (COL) e da CBF, Ricardo Teixeira, confirmou que o local poderá ser utilizado pelo técnico Mano Menezes já na preparação para a Copa das Confederações, em 2013. As obras começam em setembro.
ct cbf seleção brasileira (Foto: Reprodução )Planta do novo CT da Seleção (Foto: Reprodução )
- O centro de treinamento vai ficar pronto em 15 meses. Apenas o CT, não a sede da CBF. Não teremos tempo hábil – afirmou Ricardo Teixeira, durante o encontro organizado pela Fifa com a imprensa, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Nesta segunda-feira, acompanhado da comissão técnica da equipe nacional, o técnico Mano Menezes teve uma reunião com a construtora Andrade Gutierrez e com o escritório de arquitetura Arena. Em pauta, as necessidade de cada setor no CT.
ct cbf seleção brasileira 2 (Foto: Reprodução )Simulação do novo CT da Seleção (Foto: Reprodução )
Além dos campos de treinamento da Seleção, o local ainda receberá a concentração dos jogadores. A intenção da CBF é também negociar uma área para a construçao de um hotel, que seria gerenciado por uma grande rede hoteleira, ainda não definida pela entidade.
ct cbf seleção brasileira 4 (Foto: Reprodução )Imagem do futuro CT da Seleção Brasileira (Foto: Reprodução )
Porém, a finalização total do projeto só deve ocorrer mesmo após a Copa do Mundo. Para iniciar as obras, a CBF precisou esperar a retirada de posseiros do terreno adquirido em 2009.

Campeão do Mundo em 2006, Inter vira 'Porto Alegre' em coletiva

Técnicos de Milan e Bayern trocam nome do clube gaúcho. Interino do Colorado, Osmar Loss é obrigado a 'apresentar' equipe aos estrangeiros

Por Felipe Rocha Direto de Munique, Alemanha
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Osmar Loss internacional alemanha (Foto: Felipe Rocha/Globoesporte.com)Massimiliano Allegri, do Milan, e Osmar Loss na
coletiva (Foto: Felipe Rocha/Globoesporte.com)
“Sabemos muita coisa do Bayern de Munique, do Barcelona e do Milan, mas não do seu clube. O senhor poderia apresentar a sua equipe?”. Esta foi uma das perguntas feitas ao técnico interino do Internacional, Osmar Loss, na coletiva de imprensa oficial do torneio amistoso de Munique, nesta segunda-feira.
- O Inter é reconhecido mundialmente, nos últimos cinco anos ganhou tudo que era possível, foi campeão duas vezes da Libertadores , principal torneio da América do Sul – respondeu educadamente o colorado.
O Barcelona, que deve conhecer muito bem a equipe gaúcha - foi derrotado pelos colorados na final do Mundial em 2006 -  não esteve representado no evento. A delegação do clube catalão só chegará a Munique nesta terça-feira, dia da partida diante do Inter. Além de Osmar Loss, os técnicos de Milan e Bayern também estiveram presentes: Massimiliano Allegri e Jupp Heynckes, respectivamente.
Os dois treinadores, aliás, foram questionados sobre o que conhecem do clube brasileiro, e quais os principais atletas colorados. E escorregaram na resposta.
- Conheço bem o futebol da América do Sul. O Porto Alegre sempre tem um time forte, é uma equipe bem treinada. Não seria nenhuma surpresa para mim se jogassem muito bem aqui – falou o técnico alemão, sem citar nenhum atleta do elenco gaúcho.
Allegri também levou a resposta para a mesma divagação.
- Acho que Porto Alegre sempre tem um grande futebol. É o clube do Pato. E chegam com uma condição física em alto nível, melhor do que a dos clubes europeus. Concordo que não seria surpresa nenhuma se ganhassem aqui – disse o italiano.
Osmar Loss admitiu que o preparo físico de sua equipe pode ser uma das vantagens do Inter na Alemanha, já que os clubes europeus estão em fase de pré-temporada.
- Realmente o ritmo de jogo pode influenciar, sim. Mas, também tivemos uma viagem desgastante e uma sequência grande de jogos. Além de um torneio disputado em apenas dois dias ser uma novidade para nós. Vão ser grandes jogos – disse Loss.
O interino comandou um treinamento fechado para a imprensa nesta segunda-feira. O primeiro compromisso do Internacional no torneio de Munique será nesta terça, às 13h15m, horário de Brasília, contra o Barcelona.

Dirigente defende Fred após críticas de Felipão: 'Arbitragem desastrosa'

Vice-presidente de futebol do Flu, Sandro Lima diz que foco precisa ser o gol mal anulado de Marquinho e lembra que camisa 9 apanhou muito na partida

Por Edgard Maciel de Sá Rio de Janeiro
fred canela fluminense (Foto: Divulgação/ Site oficial)Canela de Fred após o jogo contra o Palmeiras
(Foto: Nelson Perez / FluminenseF.C)
As palavras do técnico Felipão não repercutiram bem nas Laranjeiras. Após a vitória tricolor sobre o Palmeiras por 1 a 0, no último domingo, em Volta Redonda, o comandante alviverde disse que Fred 'mandava e desmandava na arbitragem nacional'. Chateado com as críticas ao seu camisa 9, o vice-presidente de futebol das Laranjeiras, Sandro Lima, lembrou de sua admiração pelo treinador pentacampeão mundial com a Seleção Brasileira, mas deixou claro que não dá para tirar o foco do gol mal anulado de Marquinho.
- Sempre tive uma grande admiração pelo Felipão, um cara que já deu muitas alegrias ao Brasil. Mas ele não pode falar isso de um jogador de Seleção Brasileira. Não é verdade que o Fred manda e desmanda na arbitragem nacional. Quem viu o jogo percebeu o quanto ele apanhou. Está com a canela toda machucada. Se é para analisar a arbitragem da partida, o foco precisa ser o gol mal anulado. Que ele critique os bandeirinhas então, não o Fred - reclamou Sandrão.
- O Fluminense repudia qualquer comentário desse tipo. Quem cuida do Tricolor somos nós. Que o Felipão conserte o time dele. Não dá para colocar na conta do Fred a arbitragem desastrosa da partida, que acabou prejudicando muito mais o Fluminense do que o Palmeiras.
O dirigente ainda lembrou expulsões de Fred no Campeonato Brasileiro e a entrada por trás do zagueiro Maurício Ramos no atacante, já no fim do jogo, que rendeu apenas um cartão amarelo ao defensor palmeirense.
- Fred foi expulso duas vezes quase que seguidas em 2009, contra Corinthians e Internacional. Como ele manda na arbitragem? Não existe isso. Muito pelo contrário. Contra o Avaí o Rafael Moura foi expulso de forma exagerada por encostar no rosto do adversário. Já o Maurício Ramos era para ter sido expulso em Volta Redonda e o juiz nada fez.
Com Fred vestindo a camisa 9, o Fluminense volta a campo na próxima quarta-feira, para enfrentar o Atlético-MG, às 19h30m (de Brasília), pela décima segunda rodada do Campeonato Brasileiro. Com 15 pontos conquistados, o Tricolor ocupa a décima posição.

Técnico diz que a melhor terapia de Cielo foi ‘blindar o ambiente de treino’

Alberto Silva comemora sucesso da estratégia de não deixar a polêmica do doping atrapalhar os treinamentos. Nadador foi ouro no Mundial de Xangai

Por Lydia Gismondi Direto de Xangai, China
Os dias de reclusão de Cesar Cielo após o anúncio de que havia sido pego em exame antidoping foram determinantes para que o nadador brasileiro conquistasse nesta segunda-feira sua terceira medalha de ouro em mundiais, em Xangai, na China. Essa é, ao menos, a avaliação do técnico do ídolo brasileiro. Para Alberto Silva, foi fundamental manter a rotina de treinos durante o turbulento últimos mês.

- A melhor terapia durante o tempo em que tudo isso aconteceu foi manter, preservar, blindar o ambiente de treino. Acho que isso foi fundamental para a gente manter um ambiente focado no Mundial, até porque o Cesar sempre acreditou que ele ia estar aqui – afirmou o treinador.
cesar cielo 50m borboleta mundial natação xangai (Foto: Agência Reuters)Apesar do momento turbulento, Cielo se manteve concentrado para a disputa do Mundial (Foto: Reuters)
Desde o dia 1o deste mês, quando a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) anunciou o resultado adverso em exame antidoping de Cielo e de outros três brasileiros, Albertinho se preocupou em manter o nadador treinando, focado no Mundial. Durante este período, ele não falou com a imprensa e só quebrou o silêncio depois da estreia na competição, no último sábado.

- Sei da força que ele tem, mas eu que estou muito perto dele, me surpreendi com a força desse garoto, por ele se manter treinando, puxando todo mundo. Eu acho que a minha participação foi de ter uma sensibilidade para perceber o momento e não ficar inventando nada.
equipe brasileira natação julgamento TAS cesar cielo  (Foto: Satiro Sodré / AGIF)Albertinho (de camisa esportiva) acompanhou o
Julgamento de Cielo (Foto: Satiro Sodré / AGIF)
O peso que carregou nas costas durante o último mês foi despejado por Cielo na piscina, nesta segunda-feira, ao conquistar a medalha de ouro na final dos 50m borboleta. Depois de ver o seu nome em primeiro no placar, caiu no choro copiosamente.

- Ele é muito intenso em tudo o que faz. É lógico que ele não passou nenhuma insegurança para gente esse tempo todo, mas ele é uma pessoa, um ser humano. Eu falei para ele que não iria tentar essa medalha como resposta a ninguém, para provar nada. A gente já queria essa medalha. Então, ele foi para a prova para ganhar uma coisa que ele sentia que tinha que ser dele independentemente de qualquer coisa. Mas é lógico que a emoção estava grande.
Em Xangai, Cielo ainda vai nadar os 50m e 100m livre e o revezamento 4x100m medley. Para Albertinho, o campeão olímpico segue no caminho de se tornar o maior velocista da história.

- A importância maior é vê-lo feliz, é vê-lo em condição de dar continuidade a essa carreira vitoriosa. A gente sempre falou que o Cesar tem tudo para ser o maior velocista da história da natação. Eu acho que ele está trilhando um caminho para isso e o mais importante foi ter mantido ele nesse caminho. É isso o que representa para mim essa medalha – finalizou Albertinho.

Orgulho celeste rende até exposição de quadros em Montevidéu

Influenciada pela Copa do Mundo, artista pinta obras durante a Copa América. Um dia depois do título, público tira fotos com imagens

Por Alexandre Alliatti Direto de Montevidéu
Exposição Seleção Uruguai (Foto: Alexandre Alliatti / Globoesporte.com)Suárez, melhor jogador da Copa América, ganha
quadro (Foto: Alexandre Alliatti / Globoesporte.com)
A Celeste virou obra de arte em Montevidéu. Incentivada pelo desempenho do Uruguai na Copa do Mundo do ano passado e na recente conquista da Copa América, a artista Gabriela Acevedo resolveu produzir quadros usando a seleção como tema. As pinturas estão expostas em um dos principais shoppings da capital uruguaia. Nesta segunda-feira, um dia depois da conquista continental, o público prestigiou a mostra, tirando fotos com a representacão dos ídolos.
O processo criativo da artista começou na Copa do Mundo. Ela foi à África do Sul. Lá, teve a ideia de se valer do futebol como manifestação. Alguns dos quadros expostos fazem referência ao Mundial. Outros são bem mais recentes, com lances marcantes da Copa América.
Chama a atenção o quadro que representa uma defesa do goleiro Muslera em cabeceio de Tevez, da Argentina – eliminada pelo Uruguai nas quartas de final da disputa. Em outro, Suárez e Perez aparecem comemorando o gol.
Mas o público-torcedor mostra preferência por um quadro em que aparecem os atletas celestes perfilados. De fundo, há o esboço da torcida uruguaia comemorando. Como complemento, surgem manchetes de jornais, todas destacando o orgulho nacional que vem envolvendo a seleção do Maestro Tábarez.
Exposição Seleção Uruguai (Foto: Alexandre Alliatti / Globoesporte.com)O quadro preferido dos fãs: campeões com  a torcida no fundo (Foto: Alexandre Alliatti / Globoesporte.com)
Exposição Seleção Uruguai (Foto: Alexandre Alliatti / Globoesporte.com)Muslera salva Uruguai após tentativa de Tevez (Foto: Alexandre Alliatti / Globoesporte.com)

Cañete se apresenta, elogia Ceni e Rivaldo e diz que espera estrear logo

Contratado por três anos por US$ 3 milhões, argentino usará a camisa 14

Por Marcelo Prado São Paulo
Confirmado no último dia antes do fechamento da janela de transferências do exterior para o Brasil, o meia argentino Marcelo Cañete foi apresentado na tarde desta segunda-feira no São Paulo mostrando humildade. Não fez promessas, disse que ainda precisa recuperar a forma física para estrear e afirmou que sua característica de jogo tem tudo para dar certo em um time técnico como o Tricolor.
Cañete apresentado no São Paulo (Foto: Marcelo Prado / GLOBOESPORTE.COM)Marcelo Cañete, apresentado nesta segunda-feira no CT, segura a camisa ao lado do vice-presidente de futebol, João Paulo de Jesus Lopes (Foto: Marcelo Prado / GLOBOESPORTE.COM)
- Estou muito feliz de chegar a um time mundialmente conhecido e que é um dos mais fortes da América do Sul e já teve jogadores que fizeram história no futebol. A partir de agora, tenho que correr atrás da posição, e espero que minha adaptação seja a mais rápida possível. Gosto de controlar o jogo, de levar a bola até os atacantes, e também chuto bastante ao gol adversário – disse o argentino, que usará a camisa 14 e assinou contrato de três anos com o Tricolor.
Do elenco comandado por Adilson Batista, Cañete conhece quatro jogadores: Rogério Ceni, Lucas, Rivaldo e Dagoberto. O gringo até rasgou elogios ao camisa 1 e capitão da equipe.
- Fico contente de ter o Rogério como companheiro. Além de um grande goleiro, ele faz gols, o que não é comum em um homem dessa posição. Pessoas como ele fazem bem para qualquer plantel – lembrou.
Cañete apresentado no São Paulo (Foto: Marcelo Prado / GLOBOESPORTE.COM)Meia usará a camisa 14 em sua nova equipe (Foto: Marcelo Prado / GLOBOESPORTE.COM)
Cañete se mostrou particularmente empolgado em poder atuar com Rivaldo, a quem considera um ídolo.
- Eu me sentiria muito bem por jogar com Rivaldo, um dos três melhores meias que vi jogar, junto com Román (Riquelme) e Zidane. Quero muito jogar com atletas assim.
Em seu primeiro treino, Cañete correu ao lado do meia Lucas. O argentino conhece o meia de suas atuações pela Seleção Brasileira.
- Ele me recebeu muito bem, foi o primeiro com quem tive contato, é novo como eu, e podemos ser amigos dentro e fora de campo.
Depois de disputar a Taça Libertadores da América pelo Universidad Catolica (CHI), Cañete retornou para a Argentina e esperou o término das negociações entre São Paulo e Boca Juniors, que era o dono de seus direitos federativos e econômicos. Por isso, ele ainda não tem data para estrear.
- Eu joguei até a semifinal do Campeonato Chileno e depois fiquei parado. Pelo que já conheço, sei que o plantel tem muita qualidade. Tenho que mostrar muita luta e convencer o treinador do que posso fazer. Chego para buscar o meu espaço. Logo estarei à disposição do treinador – ressaltou.
Para contratar o meia de 21 anos, o Tricolor desembolsou US$ 3 milhões (R$ 4,7 milhões).

Com titulares, Peixe prepara um esquadrão para jogo contra o Fla

Arouca, Ibson, Elano, Ganso, Neymar e Borges. Pela primeira vez neste Brasileirão, Muricy pode escalar seus principais astros

Por Adilson Barros Santos, SP
Muricy Ramalho durante entrevista (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Muricy: feliz da vida com titulares à disposição
(Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Enfim, os titulares. O técnico Muricy Ramalho aproveitou a volta de Neymar, que voltou a treinar nesta segunda-feira, depois de curtir folga pós-Copa América, para desenhar o time que enfrenta o Flamengo, quarta-feira, às 21h50m (horário de Brasília), na Vila Belmiro. No papel, um esquadrão, com um meio de campo formado por Arouca, Ibson (que estreia), Elano e Paulo Henrique Ganso. Na frente, ao lado de Neymar, o artilheiro Borges.
Será a primeira vez no Brasileirão que o Santos poderá utilizar seus principais jogadores. Nas primeiras rodadas, Muricy escalou reservas, pois o time priorizou a Taça Libertadores. Em seguida, o treinador teve problemas com os jogadores que foram convocados para a Copa América: Ganso, Neymar e Elano.
Essa é a escalação utilizada em coletivo conta uma equipe formada por garotos da categoria sub-17 do clube: Rafael, Pará, Edu Dracena, Durval e Léo; Arouca, Ibson, Elano e Paulo Henrique Ganso; Neymar e Borges.
Os titulares participaram dos primeiros 45 minutos de atividade. Destaque ficou por conta da naturalidade como Ibson se encaixou na equipe. Tocando fácil, de primeira, combinando boas jogadas com Ganso e Elano, o novato não se sentiu nem um pouco deslocado. A equipe venceu o sub-17 por 3 a 0, gols de Elano, Ganso e Edu Dracena.
Neymar preferiu não se arriscar muito. Fugiu de divididas, mas, ainda assim, fez jogadas de efeito. O lance do segundo gol do treino, marcado por Ganso, foi do atacante, que costurou pelo meio e bateu forte. O goleiro deu rebote e o camisa 10 completou.

Caio Jr. revela mágoa com Cuca: 'Ele disse que é meu amigo, mas não sou'

Técnico lembra episódio no Fla e tenta encontrar justificava para insatisfação da torcida: 'Impaciência de um torcedor que não ganha o Brasileiro há 16 anos'

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Caio Junior rádio O Globo (Foto: Filipe Peduzzi)Caio Junior revela mágoa com Cuca durante
entrevista à Rádio Globo (Foto: Filipe Peduzzi)
Em tom de desabafo, o técnico Caio Júnior falou sobre o momento atual do Botafogo. Ultimamente, insatisfeitos, os torcedores do Glorioso pediram o nome de Cuca, atualmente sem clube. Cuca chegou a dar entrevista e disse que não tomou conhecimento da manifestação dos torcedores durante a derrota para o Corinthians, por 2 a 0, em São Januário, há menos de uma semana. Na entrevista, falou que é amigo de Caio Júnior. Já o treinador alvinegro...
- No fim da minha passagem pelo Flamengo, soube que um treinador já estava negociando com o clube. Procurei saber se estava acontecendo alguma coisa e ele disse que não. Uma semana depois, ele estava acertado com o Flamengo. Ele disse que é meu amigo, mas eu não sou dele. Sou amigo dos meus amigos. Esse treinador é o Cuca. Não há união na classe de treinadores. Eu vivenciei uma coisa como essas e lamento muito, foi um episódio triste da minha carreira. Tenho de trabalhar de forma séria, com profissionalismo e tenho que denunciar esse tipo de situação. - disse à Rádio Globo, lembrando a saída do Flamengo em 2008, seguida logo do acerto do clube com Cuca, ainda em dezembro daquele ano.
Ouça aqui a entrevista completa do treinador à Radio Globo
Claramente chateado com as cobranças, Caio Jr. aproveitou para tentar encontrar justificativas para as críticas.
- Impaciência de um torcedor que não ganha o Brasileiro há 16 anos. Isso resume bem e temos de entendê-los. Será que isso não influencia um pouco? Então temos que parar e pensar para fazer com que o Botafogo volte a ser campeão em nível nacional – declarou, para citar o exemplo do rival Flamengo:
- Todas as equipes passam por crise, o Flamengo ainda não perdeu, mas deve ser derrotado ainda. Eu tenho coragem de lançar jogadores e muitos treinadores não têm coragem. O Botafogo vai vender Cidinho, Lucas Zen e outros.
Com 16 pontos, o Botafogo é o oitavo colocado do Campeonato Brasileiro. O time não vence uma partida há quatro rodadas.
 

Jogador do Vasco sai de ambulância após agressão covarde na Taça BH

Em jogo do torneio de juniores, goleiro Gustavo, do Sport, dá voadora pelas costas em Elivélton. Volante sofre contusão na coluna, mas não preocupa

Por GLOBOESPORTE.COM Barão de Cocais, MG
A Taça BH, torneio sub-19 que tem uma das sedes em Barão de Cocais, cidade mineira a 93 km de Belo Horizonte, viveu nesta segunda-feira uma tarde de briga com grave proporção. Já no fim do jogo entre Vasco e Sport, o clube carioca vencia por 3 a 1 quando o goleiro Gustavo, do Sport, protagonizou uma agressão covarde a Elivélton, do Vasco. Após levar uma voadora pelas costas, o volante do clube carioca deixou o campo de ambulância, com suspeita de trauma na coluna cervical. Mais tarde, no Hospital Municipal de Barão de Cocais, ele passou por um exame de raio-x, que descartou fratura.
- O quadro do paciente é estável, ele fez apenas uma contusão de coluna torácica. Talvez tenha feito um movimento de chicote. Fizemos um raio-x nele e está tudo normal. Não tem fratura, ele está conversando conosco e está tudo bem - garantiu Vitor Cunha, médico das categorias de base do Vasco, em entrevista à Rádio Globo.
Elivélton vai passar a noite no hospital de Barão de Cocais e, nesta terça, será transferido para Belo Horizonte, onde fará exames complementares por precaução. Ainda na noite desta segunda, o atleta já conversava normalmente e até andava pelo quarto do hospital.
A agressão
O lance se deu no meio do campo, quando Romário, do Vasco, estava caído no gramado. Um jogador do Sport se aproximou para apressar o vascaíno no chão, e foi empurrado por outros atletas do time carioca. Gustavo, então, saiu correndo de sua meta e deu uma voadora em Elivélton que, de costas, nem sequer viu a aproximação do agressor.
A atitude desencadeou uma confusão generalizada. Quando os ânimos serenaram, todos estavam de pé, exceto Elivélton. O volante foi removido do campo de ambulância e levado a um hospital. Gustavo foi expulso por conta da agressão.
- Foi um ato covarde, numa disputa de jogadores jovens, e isso não pode acontecer. Estamos aqui para educá-los e mostrar uma postura profissional. Foi algo inconcebível, a atitude de um jovem. Estamos aqui com intuito de colocar o time para jogar e dar rodagem. Não pode acontecer uma situação como essa. É uma covardia que não tem nada a ver com futebol. O jogador estava distraído apartando a confusão, e o goleiro teve um ato covarde. O resultado está aí - disse Jair Bragança, coordenador do grupo vascaíno na Taça BH, em entrevista ao SporTV.
Sport afasta o goleiro, e Polícia vai registrar ocorrência
Ainda antes de deixar o estádio, o goleiro Gustavo já sofreu as consequências. O jogador, de 18 anos, foi afastado pelo Sport (o clube pernambucano publicou nota em seu site oficial). A Polícia Militar, presente no local, informou que vai registrar boletim de ocorrência por conta da agressão.