A expectativa era ver Ronaldinho Gaúcho em campo. Porém, como o nome do
jogador não apareceu a tempo no Boletim Informativo Diário (BID), o
craque não apresentou condições legais para jogar. A torcida atleticana,
que lotou as arquibancadas do Independência - 16.580 pessoas pagaram
ingressos -, teve de se contentar com a presença do atleta atrás do gol,
acima dos vestiários, onde acompanhou o jogo. E foi apenas isso o que
agradou à torcida alvinegra, que viu um empate inesperado diante do
Bahia, em 1 a 1. O Galo, que havia vencido nas duas primeiras rodadas,
sofreu o primeiro gol na competição e perdeu os 100% de aproveitamento. O
Bahia, por sua vez, marcou pela primeira vez no Brasileirão e
conquistou um resultado muito comemorado pelos atletas e pela comissão
técnica.
Ronaldinho assiste ao jogo do Atlético-MG contra o Bahia (Foto: Bruno Cantini / Site Oficial do Atlético-MG)
Ronaldinho Gaúcho acompanhou tudo. O jogador chegou com a delegação
alvinegra, esteve com os demais atletas no vestiário e assistiu ao jogo
atentamente. O meia viu também a estreia do parceiro Jô, que não sentiu o
peso da camisa do Galo. O atacante, durante todo o tempo, deu trabalho à
defesa do Bahia e, de pênalti, marcou o gol alvinegro, no início do
segundo tempo. Ronaldinho viu também o golaço do mineiro Fahel, de
Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, que soltou uma bomba indefensável.
Com o resultado, o Atlético-MG chegou à terceira posição, com sete
pontos na tabela de classificação, atrás apenas de Vasco e
Internacional. Os cariocas têm nove pontos, após a vitória sobre o
Náutico, por 4 a 2, em São Januário. O Bahia, com o segundo empate na
competição, sobe para a 15ª colocação, com dois pontos ganhos.
Agora, na próxima rodada, o Atlético-MG enfrentará o Palmeiras, longe
do torcedor, no Pacaembu, em São Paulo, mas com a presença de Ronaldinho
Gaúcho. A partida será realizada no sábado, às 21h (de Brasília). Já o
Bahia terá a chance de se recuperar. O Tricolor receberá o líder Vasco,
neste domingo, às 17h, em Pituaçu.
Réver: tosse e bom futebol
Empolgados pela enorme presença do torcedor, os jogadores do
Atlético-MG tentaram pressionar desde o início, mas o Bahia não estava
para brincadeira. Logo no primeiro lance da partida, Jones arrancou,
passou por vários adversários e só parou porque Pierre fez falta dura,
por trás.
O susto deixou o Galo um pouco mais ligado na defesa, mas nem por isso
menos atrevido no ataque. Jô, Escudero e até mesmo Réver, que sempre
chegava ao ataque, levavam perigo a Omar, goleiro do Bahia. A partida
era aberta, boa de se ver, com as duas equipes na tentativa de marcar,
embora o Atlético-MG tivesse mais apetite ofensivo.
Mas, a partir dos 20 minutos, o Bahia encaixou a marcação, e o
Atlético-MG deixou de levar perigo. Com tranquilidade e bom toque de
bola, o Tricolor ‘cozinhava’ o jogo e, em lances esporádicos, chegava em
condições de finalizar.
Mas o Atlético-MG tinha Réver. O zagueiro, com antecipações precisas,
cortes perfeitos e boa saída de bola, foi o grande destaque da primeira
etapa. Principalmente quando as jogadas do Bahia aconteciam pelo meio, o
zagueiro do Galo limpava o lance e deixava tudo tranquilo. O jogador,
bastante resfriado, chegou a engasgar, mas foi socorrido pelo
departamento médico, que lhe deu uma pastilha.
Percebendo a dificuldade, o Bahia se fechou na defesa e, orientado pelo
técnico Paulo Roberto Falcão, jogou até o fim com dez jogadores atrás
da linha da bola. Resultado: 0 a 0.
Ronaldinho vê Jô... e Fahel
Aos dois minutos, Jô, que fez a estreia com a camisa alvinegra e já
havia perdido uma chance clara de gol no primeiro tempo, balançou as
redes baianas. O atacante recebeu ótimo lançamento, dominou, avançou e
tocou por baixo do goleiro Omar. Porém, o auxiliar levantou a bandeira e
assinalou o impedimento.
Jô estreou e deixou o seu gol em cobrança de pênalti (Foto: Alisson Gontijo / O Tempo / Futura Press)
O Galo foi para cima e, no lance seguinte, após muita pressão, o
árbitro Marcelo de Lima Henrique marcou pênalti em Marcos Rocha. Mal
posicionado, Titi levantou o pé e acertou o lateral atleticano. Aos sete
minutos, Jô, com categoria, bateu no canto direito de Omar: 1 a 0.
O Atlético-MG era muito melhor, atacava mais e tinha mais posse de
bola. O Bahia se fechava, para evitar uma derrota ainda maior. Porém,
nos contragolpes, tentava surpreender o adversário. E foi assim que,
aos 26 minutos, o Bahia empatou. Em um contra-ataque típico e muito bem
feito, a equipe visitante chegou com muita força ao ataque. Jones tocou
para Fahel, que, mesmo distante do gol, soltou a bomba. O chute
surpreendeu o goleiro Giovanni, que estava adiantado e ainda tocou na
bola, mas não conseguiu evitar o empate: 1 a 1.
Ronaldinho foi um dos que melhor puderam ver o gol de Fahel. Atrás do
gol, a nova contratação do Galo teve visão privilegiada da bomba do
volante do Bahia. Porém, diferentemente de quando o Atlético-MG marcou,
R49 foi discreto e não se manifestou. Ficou imóvel.
Até o fim, o Atlético-MG martelou, mas não conseguiu desempatar. Aos 47
minutos, dois lances incríveis. O atacante Paulo Henrique, que entrou
no segundo tempo, acertou a trave duas vezes. Inacreditável. A torcida,
que planejava uma incrível festa, saiu do estádio na bronca. Danilinho,
Escudero e Marcos Rocha foram os principais alvos.