domingo, 7 de setembro de 2014

Torcedores do Inter protestam perto de vestiário e geram tensão; vídeo

Manifestação ocorre após derrota em casa e de virada por 3 a 2 para o Figueirense

Por Porto Alegre
 
Das vaias nas arquibancadas à tensão do lado de fora do Beira-Rio. A derrota do Inter de virada por 3 a 2 contra o Figueirense, em casa, neste domingo, pela 19ª rodada do Brasileirão, deixou os colorados inconformados. Após a partida, um grupo de torcedores se concentrou em frente ao portão que dá acesso à zona mista do estádio, para protestar contra o desempenho da equipe e contra o presidente Giovanni Luigi (assista ao vídeo).
A manifestação durou cerca de 25 minutos. Embora tenha ocorrido de forma pacífica, a proximidade do grupo com o vestiário gerou tensão, devido aos gritos e palavras de ordem. Observados pela polícia militar, os torcedores exaltaram a insatisfação com o momento vivido pelo clube e cobraram mais vontade à equipe. Alguns sócios chegaram a dizer que cancelariam suas matrículas. Com instrumentos musicais, os torcedores entoavam músicas com críticas à postura dos jogadores.
- Vergonha, vergonha! Time sem vergonha! - entoavam.
O episódio retardou o começo da entrevista coletiva de Abel Braga. Um número inferior de torcedores seguiu no espaço durante a manifestação do treinador, esperando a sua saída. No entanto, Abel deixou o estádio por outra local. Alguns torcedores o chamaram de "covarde".
- A manifestação da torcida é absolutamente normal. O torcedor tem todo o direito. Com certeza. Eles estão sentido uma decepção muito grande. Porque é exatamente o que estou sentindo. Foi um dos momentos mais infelizes que eu já tive. Tivemos uma falta ao nosso favor, que nós tomamos o contra-ataque. Não dá para dar o contra-ataque para o adversário, isso foi muito martelado no vestiário. É um jogo para esquecer, foi uma decepção horrível - afirmou Abel.
Apesar de ser o terceiro colocado no Brasileiro, o Inter vem de duas eliminações precoces, na Copa do Brasil, para o Ceará, e na Sul-Americana, para o Bahia. Em casa, já são três derrotas consecutivas. Outro alvo da ira é o atacante Rafael Moura, que se aproxima de 800 minutos sem marcar gols pelo Colorado. O próximo confronto é quarta, contra o Vitória, em Salvador.
inter torcedores protesto beira-rio (Foto: Reprodução/RBS TV)Protesto durou quase meia hora perto da zona mista e do vestiário (Foto: Reprodução/RBS TV)

Dia da Independência: Brasil atropela a Argentina e quebra tabu de 12 anos

Raulzinho tem atuação de gala com 21 pontos, time de Rubén Magnano devolve derrotas passadas, incluindo a do Mundial de 2010, e manda rival para casa

Por Direto de Madri, Espanha
Demorou, mas a vitória surgiu. Depois de três derrotas dolorosas no Mundial de 2010, Copa América de 2011 e Olimpíadas de 2012, o Brasil deu seu grito de Independência e, enfim, bateu a Argentina, na revanche do 7 de setembro do Mundial de 2010 na Turquia. O placar de 85 a 65 (33 a 36) na noite deste domingo, no Palacio de Deportes de Madri, deu provas de que o sonho de uma medalha nesta Copa do Mundo de Basquete está mais vivo do que nunca para essa geração. O resultado positivo pôs fim ao tabu de 12 anos sem ir para as quartas de final e, de quebra, mandou o arquirrival embora para seu país nas oitavas, algo que não acontecia desde 1994. Raulzinho saiu do banco para ser o destaque da Seleção com 21 pontos e um aproveitamento impressionante de 9 acertos em 10 arremessos. Anderson Varejão foi outro monstro com oito pontos, nove rebotes, quatro assistências e muita raça em quadra, algo que não aparece nas estatísticas.
- É uma vitória que nos classifica entre os oito melhores do mundo e nos deixa mais próximos de uma medalha. Curiosamente, tivemos mais um encontro (com a Argentina). Aconteceu na Turquia, em Londres e agora aqui. Jogamos muito melhor na segunda parte, mas foi estranho, pois não mudou nada do primeiro para o segundo tempo. O time entrou um pouco nervoso. Mas, o que eu falei para eles é que eles são os verdadeiros espelhos para o basquete do Brasil. O mais importante é fazer as pessoas jogarem basquete desde criança. Essa é a nossa veia - disse Rubén Magnano.
O adversário na próxima fase será novamente a Sérvia, que, mais cedo, bateu a Grécia por 90 a 72. O SporTV transmite o duelo na próxima quarta-feira, às 13h (Brasília), que terá cobertura do GloboEsporte.com em Tempo Real. Os assinantes do Canal Campeão também podem acompanhar tudo através do SporTV Play.
Nene, Brasil X Argentina - Mundial de Basquete (Foto: Agência AP)Nenê fez bem seu papel e não deixou Scola jogar, assim como Varejão e Splitter (Foto: Agência AP)

Bolas de 3 da Argentina dão o tom do 1º quarto

O placar de 21 a 13 a favor da Argentina no primeiro quarto teve um só porquê: as bolas de fora. Foram 15 pontos neste quesito, três delas de Prigioni, contra nenhuma do Brasil. De resto, o duelo foi equilibrado. Os dois técnicos mexeram em seus quintetos iniciais. Magnano colocou Leandrinho na vaga de Alex e Varejão para auxiliar Splitter a segurar Scola, que zerou em pontos, mas deu três assistências. Julio Lamas entrou com o calibrado Leo Gutierrez no lugar do versátil Walter Herrmann, na tentativa de abrir o garrafão brasileiro.
Mas o Brasil marcava mal. Sem segurar as bolas de fora do rival, a equipe verde e amarela não tinha intensidade de contra-ataques. Com isso, viu a Argentina abrir. O fantasma parecia que iria novamente surgir no caminho da seleção brasileira. Só que, desta vez, Prigioni era o carrasco, já que Scola estava muito bem marcado por Tiago Splitter, Varejão e Nenê.
Giovannoni entra bem, e Brasil encosta

Veio o segundo quarto e o Brasil acertou a marcação nas bolas de três pontos. Sem os arremessos de longe, a Argentina teve que focar seu jogo nos armadores Campazzo e Prigioni para manter a vantagem, especialmente depois de perder Scola, carregado com duas faltas ofensivas, em decorrência da boa marcação de Nenê. Com o objetivo de melhorar seu percentual de fora, Magnano pôs Giovannoni. A tática deu certo, e o ala acertou duas bolas, trazendo a diferença no intervalo para os três pontos (36 a 33). A intensidade brasileira também cresceu, e os argentinos passaram a cometer faltas. Ao contrário de outros jogos, o percentual do lance livre foi muito bom. Dos 11 cobrados, nove acertos até o intervalo. Mas faltava Marcelinho Huertas entrar na partida para fazer o Brasil crescer.
Marquinhos comanda virada

As equipes voltaram do intervalo nervosas e sem pontuar. O Brasil precisou de dois minutos para fazer dois pontos com Marquinhos, depois de bela jogada para cima de Scola. A Argentina foi ainda pior. Foram cinco minutos sem anotar, incluindo quatro lances livres desperdiçados pelo pivô, que não fazia boa partida. Para piorar, Prigioni cometeu sua quarta falta e deixou o time. Os rebotes passaram a ser todos do Brasil, com a soberania de Varejão e Splitter no garrafão. Bem na defesa, o time acertou a mão no ataque, assumindo, pela primeira vez, a liderança no placar. Não apenas passou à frente, como abriu vantagem. Marquinhos e Raulzinho eram os mais eficientes. O ala do Flamengo foi responsável por oito pontos na virada brasileira, que foi para o quarto final vencendo por oito (57 a 49).
o grito de independência e vitória

Os 10 derradeiros minutos foram um passeio brasileiro. Confiantes e à frente do marcador, a equipe explorava o desespero dos argentinos, que buscavam os chutes de três, mas sem sucesso. Raulzinho dava show na transição e pontuação. Das mãos dele, saíram 14 pontos no período final. A vantagem não demorou a chegar na casa dos 20 pontos. Os momentos finais serviram para que a seleção desfrutasse de sua primeira grande vitória sobre boa parte da geração mais vitoriosa do basquete argentino e acabasse com o incômodo tabu de 12 anos sem figurar entre os oito primeiros do Mundial. No banco, os jogadores comemoravam. Em quadra, os jogadores se abraçavam antes mesmo de o cronômetro zerar. A Argentina estava entregue. Era o grito de independência do basquete brasileiro: 85 a 65. Agora, que venha a Sérvia.
Tiago Splitter e Luis Scola Brasil X Argentina mundial de basquete (Foto: Agência AP)Tiago Splitter comemora ao fundo com Luis Scola desolado após derrota da Argentina para o Brasil (Foto: Agência AP)

Escalações:
Brasil: Marcelinho Huertas (0), Alex (5), Marquinhos (13), Nenê (7) e Tiago Splitter (10). Entraram: Raulzinho (21), Larry Taylor (4), Leandrinho (10), Marcelinho Machado, Guilherme Giovannoni (7), Anderson Varejão (8) e Rafael Hettsheimeir (-). Tec: Rubén Magnano
Argentina: Pablo Prigioni (18), Facundo Campazzo (11), Andrés Nocioni (4), Walter Herrmann (5) e Luis Scola (9). Entraram: Selem Safar (10), Nico Laprovittola (0), Marcos Mata (0), Leo Gutierrez (6), Marcos Delia (2), Matias Bortolin (-) e Tayavek Gallizzi (-). Tec: Julio Lamas