Meia Índio consegue desligamento na Justiça, e rescisão já sai no BID da CBF
Representantes do jogador de 17 anos alegam dívida, conseguem mandado de segurança. Clube nega débito, entra com recurso e garante que jogador fica
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Índio pode deixar o Vasco sem jogar pelo profissional em São Januário (Foto: Divulgação)
Promessa
das categorias de base do Vasco e da seleção brasileira, o meia Índio
teve publicada nesta quarta-feira sua rescisão com o clube de São
Januário. O desligamento saiu publicado no Boletim Informativo Diário
(BID) da CBF, via decisão da Justiça do Trabalho. Os representantes do
jogador alegam dívida do clube com Índio e conseguiram um mandado de
segurança para desfazer o vínculo com o Vasco, que vai até maio de 2015.
Por sua vez, o clube, que renegociou o débito que tem com o atleta de
17 anos, já entrou com recurso para revogar a decisão e manter o
contrato do jogador com o clube em vigor.O mandado de segurança foi concedido cerca de um mês depois de clube e jogador se envolverem em negociação na Justiça a respeito de dívidas da assinatura do primeiro contrato de Índio como profissional. O garoto alega atraso de obrigações trabalhistas e outros débitos, como das luvas do contrato assinado em maio de 2012. À época, o clube apresentou contracheques, negando que o atraso salarial ou recolhimento de FGTS justificasse a rescisão indireta, pois era inferior a três meses. O Vasco também tenta ainda renegociar o pagamento da dívida.
Nos últimos dias circularam informações de que o Penapolense, do interior paulista, pudesse ser um destino original de Índio. O Vasco detém 60% dos direitos econômicos do jogador. O restante está dividido entre o jogador (20%) e o Grupo Sonda (20%). Um dos grandes investidores do futebol brasileiro, o Sonda tem participação nos direitos do atacante André, emprestado ao Vasco pelo Atlético-MG.
No destaque, a rescisão publicada nesta quarta de Índio com o Vasco (Foto: Reprodução / Site Oficial da CBF)
No
recurso, o Vasco diz que está pagando a dívida que tem com Índio. O
diretor de futebol amador do clube, Manoel Pereira, afirma que o jogador
segue em São Januário e que a situação será contornada. Dentro do
clube, os rumores são de que há insatisfação dos representantes do
jogador pela demora no garoto em subir para os profissionais. Índio, que
atua por seleções de base desde o infantil, acaba de voltar dos
Emirados Arábes, onde jogou o Mundial sub-17 ao lado de Danilo. O
volante está vendido para um grupo português por R$ 13,5 milhões e será
no Braga a partir do meio do ano que vem.- Enquanto tiver contrato, ele não vai sair. Já está sendo tudo pago. Não tem nada de real no que estão pedindo (na Justiça). A decisão, inadvertidamente, não deve ter levado em conta que colocamos tudo em dia - diz Manoel Pereira, que citou Marlone como exemplo para Índio ter paciência - O Marlone esperou quanto tempo? E hoje ele está aí. O Danilo já foi (para o profissional). Ele vai ainda.
Nova perda na base?
Campeão estadual infantil em 2011 no time que tinha cinco jogadores da seleção brasileira, Índio é uma das estrelas da geração 1996 do clube. Tratado como joia desde as categorias inferiores, ele já passou uma semana treinando no Arsenal no ano passado. Do time de 2011 já houve algumas perdas: o atacante Mosquito, que se transferiu para o Atlético-PR após longo imbróglio com o Vasco; o lateral Foguete, que rescindiu com ação na Justiça e foi para o São Paulo; o volante Danilo, vendido a um grupo de investidores portugueses por 4,5 milhões de euros, e que agora vai para os profissionais; e Baiano, que continua no Vasco e já fez uma partida pelo elenco profissional. Recentemente, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, o vice-presidente geral e de comunicações Antônio Peralta disse que espera contar com Índio nos profissionais em pouco tempo e garantiu que não esperava uma transferência do garoto.
O clube ainda tem problemas para manter outra revelação da base. O meia Marlone, de 21 anos, destaque do time nesta reta final do Brasileiro, pode se despedir do clube no fim da temporada. A multa rescisória do jogador é considerada baixa até para clubes brasileiros: são R$ 6 milhões. O clube tenta um reajuste do salário do jogador - de pouco menos de R$ 10 mil para R$ 50 mil -, mas não obteve ainda sucesso nas tratativas.