quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Jason quer luta sangrenta e prêmio de melhor da noite contra Stephens

Peso-pena diz que tem estilo parecido com o do americano e revela que sempre vê seus oponentes como melhores que ele antes de enfrentá-los

Por Goiânia
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A agressividade que demonstra no octógono pode fazer o brasileiro Rony Jason ter uma imagem dura, mas como ele mesmo diz, quem sobe para lutar é o personagem. Fora do seu ambiente de trabalho, o cearense Rony Mariano se assemelha mais a um lorde inglês do que a um lutador de MMA. Em conversa com o Combate.com no saguão do hotel em que está hospedado em Goiânia, para o UFC Fight Night no Combate: Belfort x Henderson, o peso-pena cearense falou sobre sua preparaçãopara a luta contra Jeremy Stephens, que abre o card principal do evento, e de como está sua preparação para o duelo. Sempre acompanhado do amigo e parceiro de treinos Jonas Bilharinho, a quem elogia e faz questão de ter por perto a todo momento, Jason se disse tranquilo para a luta, mas garantou que espera um combate sangrento e, se depender dele, premiado como o melhor da noite.
- Por mais que a luta acabe cedo, não se pode dizer que uma luta é fácil. A gente se prepara muito para 15 minutos, mas às vezes pode acabar em um minuto. Eu sou um cara oportunista. Procuro não errar nas minhas lutas, e a cada erro do meu oponente eu procuro agarrar como uma grande chance. O resultado dos meus sonhos seria uma luta bastante sangrenta e que fosse a luta da noite. Não pelo prêmio em si, mas por ser uma grande luta, que fizesse um olhar no olho do outro depois e agradecesse a oportunidade de dividirmos aquela luta. Essa seria a luta dos sonhos, eu sair sangrando, deixar meu suor em forma de sangue na batalha, e saber que os dois deixaram tudo que tinham lá no octógono.
Rony Jason MMA (Foto: Rodrigo Malinverni)Rony Jason quer que duelo contra Jeremy Stephens seja eleito Luta da Noite (Foto: Rodrigo Malinverni)
Para Jason, a luta entre ele e Stephens foi bem casada, já que, na sua opinião, os dois tem estilos muito parecidos.
- Acho que vai ser um lutão. O Stephens é um cara duro, e o tempo que ele está no UFC mostra quem ele é. Ele tem três derrotas entre os leves, que eu não considero derrotas. Um cara que perde por decisão dividida para o Anthony Pettis e faz três rounds com o Donald Cerrone, que é um nocauteador, não é bobo. Ele já estreou nos penas, bateu o peso e lutou três rounds, que é difícil para quem desce de categoria. Eu e ele vamos para cima dos adversários, temos isso de parecido. O Stephens lutando em cima, no ground and pound, é muito forte. Usa bem o cotovelo, o que é raro na minha categoria. Ele tem a mão dura, e tem uma combinação muito perigosa, que é queixo duro e mão dura. Ele suporta muitos golpes e tem poder de nocaute. Eu sou meio parecido com ele, e isso faz essa luta ser interessante. Alguém vai cair. Eu nunca peço a vitória a Deus, só peço que nenhum dos dois se machuque, e que o melhor saia vencedor. Mas não é por isso que eu não vou correr atrás de vencer.
Perguntado sobre como vê seu oponente, o lutador surpreendeu, e disse que vê Stephens como um lutador mais forte que ele, e revelou que para ele, em sua categoria, o melhor lutador do mundo não é o campeão do UFC.
- Eu nunca me vejo como superior na luta. Sempre acho que o meu oponente é melhor que eu, por incrível que pareça. Eu olho o Jeremy Stephens e vejo que ele é mais forte que eu. Se eu ganhar dele eu subo mais um degrau. Para mim o melhor do mundo na minha categoria, por mais que eu seja fã do José Aldo, é o Patrício Pitbull. Ele me bate há cinco anos e eu nunca ganhei um round dele (risos). Na minha opinião, depois da luta enre Anderson Silva e Vitor Belfort, a maior luta do mundo é José Aldo x Patrício Pitbull. Eu seria o primeiro cara a estar na frente do córner ou da TV. Hoje o nível dos dois não tem comparação. O Patrício é o meu ídolo. Eu me espelho muito nele. É um cara que, fora o Minotauro, me ajuda muito nos treinos. Se eu tenho um ídolo, é ele.
Rony Jason MMA (Foto: Rodrigo Malinverni)Rony Jason disse que se espelha no amigo Patrício Pitbull (Foto: Rodrigo Malinverni)
A seis quilos de bater o peso dos penas - 66 kg - Rony Jason explicou também como está cuidando desta parte e como faz para cortar os quilos que faltam até a sexta-feira, dia da pesagem oficial do evento.
- Meu peso está bom. Falta tirar seis quilos ainda, mas ainda não fiz o choque d'água, que é uma super-hidratação após se chegar ao limite da dieta, quando o coprpo não tem mais o que perder dessa forma. Ingerindo muito líquido, eu obrigo meu corpo a expulsar muito líquido, que não fica retido porque já estamos com pouco açúcar e sais mineirais, por conta da dieta. Normalmente eu deixo quatro quilos para perder no último dia, e perco isso em um treino. Eu não fazia isso, mas agora, com acompanhamento médico e de nutricionista, estou conseguindo bater o peso com qualidade. Sempre sofri bastante, mas agora está indo tudo certo. Faço um treino por dia e está tudo tranquilo. Eu estou deixando pra sofrer tudo no último dia. A gente brinca dizendo que esse dia é "tiro, porrada e bomba". Quanto mais eu maltratar meu corpo antes da hora, mais tempo eu vou ficar debilitado, e mais difícil vai ser recuperar.
Com três vitórias seguidas no UFC, diante de Godofredo Pepey, Sam Sicilia e Mike Wilkinson, e oito na carreira, Rony Jason diz não ter pressa de chegar a uma disputa de cinturão, mas acha que ainda precisa estar mais preparado para, quando chegar a hora, não simplesmente disputar, mas conquistar e manter o título.
- O UFC é uma incógnita. Talvez, se eu ou o Jeremy ganharmos essa luta, podemos ir para a disputa de cinturão. Entre os penas do UFC não há muita gente expressiva para disputar o cinturão. Quem tinha já disputou, e o UFC não vai repetir os caras. O Aldo já disse que está tendo muitos problemas para bater o peso dos penas, e talve suba para os leves. Mas eu quero me preparar mais ainda, porque não estou totalmente pronto. Tenho que melhorar muitas coisas para chegar à disputa do cinturão, porque não quero bater lá e voltar. Eu quero ser um dos tops da categoria, como Georges St-Pierre e o próprio José Aldo, que tomaram e seguraram o cinturão. Eu quero ser isso. Não tenho pressa de chegar lá, mas quando eu chegar, não vou querer mais sair. Acredito que uma ou duas vitórias me coloquem muito perto da disputa de cinturão.
Rony Jason MMA (Foto: Rodrigo Malinverni)Rony Jason acredita que vitória sobre Stephens pode lhe dar disputa de cinturão (Foto: Rodrigo Malinverni)
Após ter pedido publicamente para ser o técnico do TUF Brasil 3 ao lado de Diego Brandão, o vencedor do TUF 14 nos EUA, Rony Jason revelou ter ficado magoado com as críticas recebidas, principalmente por ter lido e ouvido que não teria experiência para ser técnico no programa.
- Muita gente me criticou por eu ter pedido que eu e o Diego Brandão fôssemos os técnicos do TUF Brasil 3. Disseram que eu não tinha experiência. Como alguém pode dizer que eu não tenho experiência? Estou nisso há 13 anos. Digamos que eu tenha, por tempo na minha área, duas formaturas de medicina e um mestrado. Experiência eu tenho bastante, estou no MMA há sete anos, e nas artes marciais há 13. Pouca gente sabe que eu sou faixa-preta de kickboxing em Natal, do Bruno Gouvêia e dos irmãos Pitbull. Tento não falar muito isso, mas quem prestar atenção vai ver umas joelhadas voadoras e as combinações de mão e cotovelo. Hoje eu treino muito mais em pé que no chão, mas tento manter o meu jiu-jítsu treinando duas vezes por semana. Minha preparação é com Jonas Bilharinho, os irmãos Pitbull, o Erivan e o Edélson, respectivamente professores de boxe dos irmãos Nogueira e do Anderson Silva, e Everaldo Penco no jiu-jítsu, que dispensa comentários. Ah! E o wrestling com eric Albarracin, o "anãozinho" louco. Mas o fato é que eu ainda tenho muito o que aprender. Meu boxe está nota seis, meu muay-thai está nota seis ou sete, meu wrestling é nota sete no máximo, e só meu jiu-jítsu está beirando o oito ou o nove.
O Combate transmite o UFC Fight Night Combate: Belfort x Henderson ao vivo e com exclusividade neste sábado, a partir de 20h (horário de Brasília). O Combate.com acompanha o torneio em Tempo Real e exibe em vídeo ao vivo a primeira luta, entre José Maria No Chance e Dustin Ortiz. Confira o card completo:
UFC Fight Night Combate: Belfort x Henderson
9 de novembro, em Goiânia
CARD PRINCIPAL
Vitor Belfort x Dan Henderson
Cezar Mutante x Daniel Sarafian
Rafael Feijão x Igor Pokrajac
Paulo Thiago x Brandon Thatch
Santiago Ponzinibbio x Ryan LaFlare
Rony Jason x Jeremy Stephens
CARD PRELIMINAR
Godofredo Pepey x Sam Sicilia
Thiago Bodão x Omari Akhmedov
Thiago Tavares x Justin Salas
Adriano Martins x Daron Cruickshank
José Maria Sem Chance x Dustin Ortiz

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