domingo, 6 de maio de 2012

Dedé está na lista para encarar o Lanús, mas escalação é incógnita

Zagueiro só saberá se será titular na terça-feira, quando o time treina no campo do adversário

Por Thiago Fernandes Rio de Janeiro
Dedé no treino do Vasco (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco da Gama)Vasco está otimista quanto ao aproveitamento de
Dedé (Foto:Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco)
Dedé está na lista dos jogadores que viajarão para a Argentina para enfrentar o Lanús. O jogador vem fazendo um trabalho de recuperação específico desde quinta-feira, quando foi liberado pelo departamento médico, após se recuperar de um edema ósseo na fíbula da perna direita. O zagueiro vem seguindo o planejamento traçado sem problemas, o que deixa a comissão técnica otimista. O atleta vai treinar ainda na manhã desta segunda e só se sentir algum desconforto é que ficará no Rio.
Embora esteja praticamente garantido para viajar, o aproveitamento do zagueiro ainda é uma incógnita. O jogador será avaliado constantemente e apenas após o treino no estádio La Fortaleza, na terça-feira, será definido se irá jogar ou não. O bom condicionamento de Dedé pesa a seu favor, mas há o temor em relação ao seu ritmo de jogo, já que está há um mês parado. A última vez que Dedé entrou em campo foi contra o Alianza Lima-PER, na partida que decidiu a classificação cruz-maltina às oitavas de final da Libertadores.
O clube quer ter cautela com o jogador para não forçar a sua musculatura e correr o risco de ter nova lesão. Entretanto, devido ao caráter decisivo da partida, a presença de Dedé seria importante, porque traz segurança ao grupo. Os jogadores, mesmo elogiando Renato Silva e Rodolfo, têm deixado claro em suas entrevistas a importância do zagueiro, considerado um dos melhores do país na posição.
Vasco e Lanús-ARG fazem o segundo jogo das oitavas de final nesta quarta. Com a vitória, por 2 a 1, conquistada em casa, o Gigante da Colina joga por um empate em Buenos Aires, na próxima quarta-feira, para se classificar. Caso o time argentino vença por 1 a 0 ou por dois gols de diferença, segue na competição. Vitória do Lanús por um gol, mas com o Vasco marcando dois ou mais gols (3 a 2, por exemplo) dá a vaga ao time carioca.
 
Neymar e Ganso 'compõem' juntos, e Santos bate Guarani na primeira final
Pagode e música clássica dão o tom da vitória santista por 3 a 0. Atacante, com dois gols, chega a 104 e alcança topo da lista de artilheiros pós-Pelé
 
 
A CRÔNICA
por Leandro Canônico
Pode parecer estranho, mas a mistura de pagode com música clássica faz bem para os ouvidos. Principalmente para os santistas. Com Neymar no pandeiro e Ganso na batuta, a equipe da Vila Belmiro deu um enorme passo para a conquista do Paulistão neste domingo. Com gols de seus craques, venceu o Guarani por 3 a 0.
Resultado suficiente para que os santistas presentes no estádio do Morumbi cantassem com otimismo “Vamos ser tri, Santos”. Campeão estadual em 2010, contra o Santo André, e no ano passado, diante do Corinthians, o Peixe está bem perto de levar o caneco pela terceira vez seguida.
Para evitar a conquista alvinegra, o Guarani precisa vencer por quatro gols de diferença no próximo domingo, às 16h, novamente no estádio do Morumbi. Ou então, na pior das hipóteses, ganhar por três gols e levar a decisão para os pênaltis. De qualquer maneira, a missão é muito complicada.
No jogo deste domingo, o espírito da ousadia e da alegria de Neymar contagiaram também Ganso, normalmente mais pacato. Mas vale lembrar também da coragem do Bugre, representada na entrega do zagueiro Domingos, revelado pelo Santos e que teve uma tarefa muito ingrata nesta primeira decisão.
- Eu agradeço ao Santos por tudo que conquistei na vida. Mas hoje eu tenho que marcar o melhor jogador do mundo, o Neymar – brincou Domingos antes do jogo.
Tarefa praticamente impossível. Há algum tempo já. Neste domingo, com os dois gols marcados, Neymar chegou a 104 com a camisa do Santos e se igualou a João Paulo e Serginho Chulapa no topo da lista de principais artilheiros do clube apos a Era Pelé. Na comemoração, aliás, ele imitou Chulapa ao sair correndo de maneira meio atrapalhada e se jogando no chão na sequência, como fazia o ex-jogador. A cada jogo, o camisa 11 vai quebrando recordes e se consolidando um dos maiores da história santista.
- Espero que venha mais. Estou trabalhando muito todos os dias para melhorar os números e os titulos - resumiu o camisa 11.
Com o título paulista bem encaminhado, o Santos volta a campo na próxima quinta-feira, pela Taça Libertadores. Enfrenta o Bolívar-BOL, às 19h30m, na Vila Belmiro, jogo de volta das oitavas de final da competição. No primeiro jogo, os bolivianos venceram por 2 a 1. Uma vitória simples, por 1 a 0, classifica o Peixe.
Neymar na decisão Santos x Guarani paulista (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Neymar escapa de Domingos e parte para cima do Guarani (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Do pagode para orquestra

Assim que o ônibus da delegação santista estacionou no Morumbi, a expectativa no saguão do estádio era, claro, pela descida de Neymar. A demora do craque do Peixe para sair do veículo fez parecer que por aquela porta apareceria um popstar, pronto para dar espetáculo. E foi isso mesmo.
Bastou Neymar aparecer para que um batalhão de microfones tentasse alcançar a sua boca. Mas a pergunta que ele ouviu (e respondeu) foi uma que já se tornou rotina: “o que você está escutando?”. Com o fone nos ouvidos e o boné meio de lado, bem ao seu estilo, ele respondeu: “Ousadia e Alegria, do Thiaguinho”.
Amigo do pagodeiro, Neymar conhece bem a música. Afinal, foi escrita em sua homenagem. O título da canção é lema do camisa 11. E o Guarani percebeu isso logo no primeiro minuto. Como se ainda estivesse ouvindo o trecho “se der espaço, eu pedalo e vou para cima”, o camisa 11 fez fila na zaga do Bugre e só foi parado com falta. Na cobrança, Elano acertou o travessão.
Tivesse aquela bola balançado as redes, o Guarani poderia estar entregue logo de cara. Mas o travessão salvou o time de Campinas e encorajou os comandados do técnico Vadão. Com forte marcação e rápido contra-ataque, o Bugre, em termos gerais, fez um primeiro tempo melhor do que o Santos.
Chegou pelo meio, pelas laterais, com bom toque de bola.  Enfim, aproveitou seus momentos com certa ousadia. O problema é que faltou pontaria, como aos 16 minutos, quando Medina recebeu cruzamento livre na grande área e bateu para fora. É difícil criar chances contra esse Santos. Portanto, não dá para desperdiçar.
Voltou a campo, então, o lado musical do Santos. Mas o pagode deu lugar à música clássica. Neymar chamou o jogo, arrancou pela esquerda e rolou para área. Arouca dividiu com o marcador  e a bola sobrou para Ganso bater colocado: 1 a 0. Na comemoração, o maestro regeu a torcida.
Do lado do Guarani, o regente era mais “punk”. Domingos, no melhor estilo "beque de fazenda" deu um abraço apertado em Neymar antes de começar o jogo. Sério em todos os lances, o defensor cometeu pênalti em Alan Kardec, mas o juiz não deu nada. O bugrino, então, reclamou com o atacante: “levanta, levanta!”.
Ganso comemora gol do Santos contra o Guarani (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Ganso comemora gol do Santos regendo a torcida no Morumbi (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Título encaminhado
Obviamente, a diferença técnica do Santos para o Guarani é grande. Mas o time de Campinas não chegou à decisão do Paulistão à toa. Conquistou seu espaço na base da coragem e do entrosamento. Suficientes para deixar o Peixe atento e preocupado com uma reação por parte do time do interior.
E para deixar claro isso, Bruno Recife avançou pela esquerda logo com um minuto e bateu forte de perna esquerda. A bola acertou a trave esquerda de Aranha. Só que o exército de talentos do Peixe parece ser à prova de sustos. O time tem o espírito de Neymar, que costuma dizer que quanto mais apanha mais quer jogar.
Assim, com Ganso inspirado por um golaço no primeiro tempo, o Santos partiu para o ataque sob a batuta do seu maestro. Teve uma ótima chance, aliás, em cobrança de falta de Elano, aos seis minutos. O meia bateu colocado e viu Emerson executar linda defesa.
Muito seguro em campo, o Peixe evitou acelerar demais a partida. Talvez por ter na quinta-feira um jogo decisivo com o Bolívar, pela Libertadores No banco de reservas, porém, os treinadores não se pouparam. Eufórico, Muricy gritava com a equipe. Preocupado, Vadão tentava recuperar o contra-ataque.
Só que quem teve a jogada mortal foi o Santos. Aos 20 minutos, Juan acertou um belo passe para Ganso. O camisa 10 tentou driblar o goleiro, mas Emerson conseguiu bater com a mão esquerda na bola. Seria uma defesa heróica não tivesse ali tão perto o craque Neymar, que pegou a sobra e completou para o gol: 2 a 0: 103 gols do astro com a camisa santista. Mas faltava um para o recorde.
Ele veio aos 46 minutos, quando Neymar recebeu na área, matou no peito, tirou dois marcadores e chutou para o gol. Estava definida a partida.
Um placar desse em uma primeira partida de decisão de Paulistão pode dar a falsa impressão de que o Guarani foi presa fácil ao Santos. É verdade que o Bugre não foi dos adversários mais complicados neste domingo, mas foi corajoso. Só que coragem é muito pouco para tentar parar o Peixe de Neymar, Ganso e cia.
Quando um dos dois resolvem jogar bem já é um pesadelo para os rivais. Imagine então no dia em que ambos estão inspirados? Resta ao santista comemorar a mistura do pagode com a música clássica. E ao torcedor bugrino, o consolo de dormir ao som desse ótimo “barulho” do futebol brasileiro.
Elano na partida do Santos contra o Guarani (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Elano (dir) teve boa atuação e ainda acertou bola na trave (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
 
Quarteto desequilibra, Flu goleia o Botafogo e fica com a mão na taça
Deco, Fred, Thiago Neves e Rafael Sobis são decisivos no primeiro jogo da decisão do Carioca. Tricolor vence de virada: 4 a 1
 
 
A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
Faz diferença numa decisão de campeonato quando o craque do time, o protagonista, aparece para definir. Faz uma diferença absurda quando todos os principais jogadores vivem um dia iluminado, praticamente perfeito. Fred, Deco, Thiago Neves e Rafael Sobis. O quarteto ofensivo do Fluminense deixou o time muito perto do título carioca neste domingo. No primeiro jogo da final contra o Botafogo, no Engenhão, todos se destacaram. Decidiram, desequilibraram. Resultado: vitória tricolor por 4 a 1, de virada. Fred fez um golaço de bicicleta, Deco e Thiago organizaram os ataques, e Sobis, sempre destaque em decisões, fez dois. O garoto Marcos Junior, de 18 anos, fechou a goleada. O volante Renato marcou o único gol alvinegro.

O Botafogo, que também tem um quarteto de qualidade, emperrou nos primeiros 90 minutos da decisão. Maicosuel, Fellype Gabriel, Elkeson e Loco Abreu pouco fizeram. O time de Oswaldo de Oliveira jogou sem criatividade e ficou com um jogador a menos desde os 11 minutos do segundo tempo, quando o lateral-direito Lucas foi expulso. Para ter chance de ficar com o título, o Alvinegro terá de vencer o segundo jogo por três gols de diferença para levar a decisão para os pênaltis.
Fred comemora gol do Fluminense no Botafogo final carioca (Foto: Dhavid Normando / Photocamera)Fred, autor do primeiro gol do Flu, é celebrado pelos companheiros (Foto: Dhavid Normando / Photocamera)
A invencibilidade alvinegra na temporada, que durava 23 partidas, está derrubada. É a primeira vez no ano que o time sofre mais de dois gols. O Fluminense vence o Botafogo no Engenhão pela primeira vez. Até este domingo, eram três derrotas e seis empates. A exibição de gala do Flu foi vista por 28.182 pessoas (sendo 23 mil pagantes, com renda de R$ 732.015,00).
As equipes voltam a se enfrentar no domingo que vem, às 16h (de Brasília), no Engenhão. Antes, porém, terão compromissos no meio de semana. Na quarta-feira, o Botafogo disputa o jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil contra o Vitória, no Engenhão, às 19h30m. Na primeira partida, semana passada, empate por 1 a 1 no Barradão.

A decisão do Fluminense também será nas oitavas de final, só que da Libertadores. Na quinta, no Engenhão, o Tricolor recebe o Inter, às 22h. Na ida, em Porto Alegre, empate sem gols.

Botafogo sai na frente, e Fred pedala
Demorou. Foram 37 longos anos sem que Fluminens e Botafogo decidissem o Campeonato Carioca. Da última vez, em 1975, a conquista foi tricolor. Oito minutos. Foi o tempo que o Alvinegro precisou para abrir o placar neste domingo. Um primeiro tempo de superioridade da equipe de Abel Braga, apesar de o time de Oswaldo de Oliveira ter começado melhor.
Não chegou a ser uma blitz alvinegra, mas ao tomar a iniciativa logo cedo o Botafogo conseguiu o gol. Fellype Gabriel entrou na área pelo lado esquerdo e buscou Loco Abreu no cruzamento. A zaga afastou para a entrada da área, e Renato estava por ali. O chute de primeira do volante, de volta após lesão, passou no meio das pernas de Carlinhos e foi parar no cantinho direito de Diego Cavalieri: 1 a 0.
O Fluminense só despertou a partir dali. Com a marcação do Botafogo concentrada nas laterias, o Tricolor jogou pelo meio e tentou chutes de média distância. Carlinhos parou em Jefferson, e Jean errou o alvo. Até a parada técnica, houve equilíbrio na posse de bola, mas o Flu finalizava mais: quatro contra uma do Bota, a do gol.
A pausa fez bem aos tricolores. Thiago Neves, Deco e Rafael Sobis cresceram na final e pouco a pouco conseguiram fugir da marcação. Em jogada individual, Thiago partiu para cima de Fábio Ferreira, se livrou do zagueiro e bateu de esquerda. Jefferson pegou, aos 23. O Botafogo se defendia e esperava a chance de encaixar o contra-ataque, só que ela não apareceu. Maicosuel, Fellype Gabriel e Elkeson não criaram e as tentativas de buscar Loco Abreu na área fracassaram.
A persistência tricolor deu resultado. Depois que Elkeson perdeu a posse de bola, Carlinhos cruzou da esquerda, Thiago Neves escorou de cabeça quase para a pequena área, e Fred acertou uma linda bicicleta, aos 43: 1 a 1. Gol de artilheiro, de talento, de decisão. Foi a décima finalização do Fluminense no primeiro tempo. O Alvinegro teve apenas duas.
- Só acordamos depois que sofremos o gol. Aí melhoramos a posse de bola, conseguimos criar. Foi um dos meus gols mais bonitos e também pela importância de ser uma final.

Quarteto do Flu decide
. Goleada no Engenhão

As emoções também começaram cedo no segundo tempo. O Botafogo resolveu voltar a jogar após o intervalo e foi ao ataque. A primeira boa chance foi alvinegra, aos seis minutos. Maicosuel cobrou falta para a área, Loco Abreu desviou de cabeça, e Diego Cavalieri defendeu. O uruguaio reclamou muito de pênalti por ter sido agarrado por Leandro Euzébio. A arbitragem julgou o lance como normal.

Pouco depois, aos 11, Oswaldo de Oliveira perdeu o lateral-direito Lucas. Ele fez falta em Thiago Neves para cortar um contra-ataque, recebeu o segundo amarelo e o vermelho do árbitro Luiz Antônio Silva dos Santos. No lance seguinte, o gol da virada. Deco, em tarde inspirada, tabelou com Sobis e deixou o atacante na cara do gol com um toque de muita categoria. Iluminado em decisões desde os tempos de Inter, o atacante bateu de esquerda para marcar o segundo do Tricolor.    

Maicosuel passou a tentar algumas jogadas de velocidade pela direita, mas sem sucesso. Elkeson e Fellype Gabriel erraram passes, não conseguram fugir da marcação e nada criaram. Bem diferente dos protagonistas do Fluminense. Depois de Deco, foi a vez de Thiago Neves aparecer. Aos, 20, o camisa 7 deu um passe preciso para Sobis. Livre na frente do gol, ele driblou Jefferson, por pouco não perdeu o ângulo, mas conseguiu se recuperar e fazer o terceiro: 3 a 1.

Oswaldo fez mudanças no ataque depois da parada técnica. Loco Abreu e Elkeson saíram para as entradas de Herrera e Caio. Nada mudou. Era um time limitado, sem qualquer inspiração. O técnico, aliás, foi vaiado e chamado de burro pelos torcedores quando sacou o uruguaio. Elkeson, muito mal no jogo, também ouviu vaias ao deixar o gramado. O zagueiro Antônio Carlos teve chance de diminuir, mas Diego Cavalieri defendeu a cabeçada perigosa.

Abel lançou Marcos Junior no lugar de Thiago Neves. Após mais uma linda jogada ofensiva do Fluminense, com participação de Deco, Sobis e Fred, o garoto ficou na frente de Jefferson para consolidar a vitória maiúscula e transformar a virada em goleada. Festa tricolor no Engenhão sob gritos de "olé" e título praticamente na mão.
Coelho empata no último minuto com o Atlético-MG e deixa final em aberto
André abre placar, mas Bruno Meneghel deixa tudo igual aos 48 do 2º tempo. Alvinegro joga por novo empate, e ao América-MG só resta a vitória
 
 
A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
O primeiro tempo da decisão de 180 minutos do Campeonato Mineiro teve os ingredientes esperados de um jogão do nível do clássico mais antigo de Minas Gerais, disputado entre América-MG e Atlético-MG. Surpresas na escalação, estádio cheio, um trio de arbitragem de outro estado e gols, sendo um deles no último minuto dos acréscimos da etapa final.
A primeira partida entre Coelho e Galo terminou empatada por 1 a 1. O artilheiro alvinegro André abriu o placar e se despediu do estadual na vice-artilharia, com dez gols, um atrás do cruzeirense Wellington Paulista. Domingo que vem ele não joga por estar suspenso. E o gol de empate do alviverde veio nos últimos segundos dos acréscimos, perto dos 49 minutos da etapa final, com Bruno Meneghel, em lance repleto de polêmicas.
Sem mais nada há disputar, os dois times terão toda a semana para se prepararem para o duelo decisivo. O jogo será no próximo domingo, às 16h (de Brasília), novamente no Independência. O Galo joga por novo empate para ficar com o título de forma invicta, enquanto o Coelho precisa vencer por qualquer placar para ser campeão no ano de seu centenário.
Galo mudado e Coelho completo
Com a vantagem de jogar por dois empates ou vitória e derrota pela mesma diferença de gols, o Atlético-MG entrou com um esquema diferente do que vinha adotando nas últimas partidas. Cuca escalou a equipe no 3-5-2, com Réver, Lima e Rafael Marques compondo o sistema defensivo. Outra novidade foi o retorno de Guilherme ao ataque, recuperado de lesão.
É bem verdade que as alterações promovidas por Cuca também tiveram relação com os problemas médicos de alguns jogadores. Os volantes Leandro Donizete e Fillipe Soutto, por exemplo estavam de fora, assim como Neto Berola, titular na última quinta, mas que está fora do estadual por ter uma fratura por estresse na bacia.
Mas em campo, as mudanças pareceram não atrapalhar o alvinegro, que partiu com muita vontade para o ataque, tentando, talvez, dar uma resposta para o torcedor após a decepção da última quinta-feira, quando foi eliminado pelo Goiás da Copa do Brasil.
Atlético-mg x América-mg (Foto: Pedro Vilela / Futura Press)Serginho e Moisés mostram qual foi a tônica do jogo: muita disputa (Foto: Pedro Vilela / Futura Press)

Por sua vez, o Coelho entrou completo e com o mesmo esquema de jogo que deu certo nas semifinais contra o Cruzeiro. Com toque de bola tranquilo entre seus homens de frente, o time só sentiu falta de mais presença ofensiva de Rodriguinho, que não repetia as grandes atuações das semifinais.
Equilíbrio no futebol e nos cartões 
A primeira grande chance do jogo veio de um dos zagueiros do Galo, que apareceu com centroavante na área. Em triangulação com Guilherme, Réver soltou uma bomba para importante defesa de Neneca. Mas Giovanni também foi exigido num rápido contragolpe. Rodriguinho deu bom passe para Moisés na direita e o volante chutou forte, de fora da área, para intervenção do camisa 1 do Galo.
Se no futebol o Galo tinha mais volume de jogo, no quesito disciplina os times se igualavam. O árbitro alagoano Francisco Carlos do Nascimento se mostrou enérigico e tomou as rédeas do jogo logo no início. Só nos primeiros 45 minutos foram três amarelos para cada lado, e um desfalque certo para cada treinador na finalíssima da semana que vem. Givanildo perdeu o volante Dudu, enquanto Cuca não poderá contar com seu artilheiro André, ambos suspensos pelo terceiro cartão.
Sem gols no primeiro dos quatro tempos da decisão, melhor para o Galo, que tem vantagem pela melhor campanha na fase de classificação.
Coelho arranca empate no finzinho
Na etapa final, os dois times voltaram num ritmo parecido com o do primeiro. O Galo tentava chegar com mais velocidade, enquanto o Coelho segurava o jogo no toque de bola. Bem marcado e pouco inspirado, Rodriguinho não funcionava como o motor do meio-campo das partidas anteriores.
Com o equilíbrio, Cuca resolveu mexer na equipe, tirando Marcos Rocha e Bernard para as entradas de Carlos César e Mancini. Os dois entraram e faziam partida apenas burocrática, enquanto Guilherme, atuando mais como um meia do que como um atacante, tentava passes em profundidade, quase sempre com perigo.
Sem poder ofensivo, Givanildo sacou Alessandro para a entrada de Bruno Meneghel, mas o substituto pouco mudou o panorama da partida até então.
Com muita pegada no meio, os times tentavam cruzamentos para a área, mas Neneca e Giovanni trabalhavam bem posicionados e tranquilos. Mas foi num cruzamento, numa jogada trabalhada na Cidade do Galo, que o zero saiu do placar. Réver desviou escanteio na primeira trave, e o atacante André só teve o trabalho de estufar as redes rivais. Foi o décimo gol do vice-artilheiro Mineiro na competição, que está atrás de Wellington Paulista, que tem 11, ma que não terá a chance de ultrapassar o rival, já que não joga a finalíssima suspenso por ter recebido o terceiro amarelo.
E quando parecia que a vantagem do Galo havia sido ampliada, a estrela de Givanildo brilhou e Bruno Meneghel deixou o Coelho vivo na decisão. Após escanteio cobrado por Pará, a bola fechada tocou a trave e pareceu resvalar em Serginho. A defesa atleticana reclamou, mas nova cobrança foi feita e em bate-rebate dentro da área a bola sobrou para o atacante, que em posição discutível, empurrou para as redes. Muita reclamação por parte dos atleticanos e festa dos americanos, que agora precisam vencer no domingo que vem para levar o caneco no ano de seu centenário. Já ao Atlético-MG basta um novo empate para que o troféu vá para Lourdes, bairro onde fica a sede do alvinegro.

Oscar retorna com gol, e Inter empata com o Caxias no Centenário

Equipes decidirão o Gauchão no próximo dia 13, no Beira-Rio

Por Diego Guichard Direto de Caxias do Sul (RS)
Oscar está de volta ao time do Inter. Após 47 dias de brigas judiciais, o meia-atacante voltou a atuar, com direito a gol, no empate em 1 a 1 com o Caxias, na tarde deste domingo, no estádio Centenário. A partida foi a primeira da decisão do Campeonato Gaúcho. As equipes voltam a se enfrentam daqui a sete dias, no Beira-Rio. Pelo saldo qualificado, o Colorado leva a vantagem de um confronto sem gols na decisão. Empate por dois ou mais de diferença dão o título para o Grená. Se houver um novo 1 a 1, a taça de campeão gaúcho será decidida em cobranças de pênaltis.
Agora, o time de Dorival Júnior se volta para a Taça Libertadores. Na quinta-feira, enfrenta o Fluminense, no Rio, em partida que decide vaga nas quartas de final da competição sul-americana. Já o Caxias se concentra totalmente no jogo de volta da decisão, no dia 13, no Beira-Rio.
Bola rolando
No Inter, a grande atração da equipe foi a volta do meia Oscar. Sem atuar desde 17 de março, o garoto colorado voltou então a vestir a camisa colorada. Com a bola rolando, no entanto, ele acusou falta de ritmo em partidas oficiais.
Já o Caxias, do estreante técnico Mauro Ovelha, trouxe uma surpresa para a partida. Recuperado de lesão, o lateral-esquerdo Fabinho não só foi a campo como se tornou uma das principais peças.
"Camarotes"
Torcedores do Inter se aglomeram no Centenário (Foto: Diego Guichard/Globoesporte.com)Torcedores se aglomeram em casa ao lado do
estádio (Foto: Diego Guichard/Globoesporte.com)
O fator complicador para o bom futebol foi o gramado do Centenário. Alto, pesado, dificultava bastante o rolar da bola. Desta maneira, os jogadores se obrigavam a fazer jogadas em lances pelo alto. O estádio recebeu aproximadamente 15 mil torcedores, sem contar aqueles que acompanharam a partida em camarotes improvisados, em telhados de casas e prédios nas cercanias do estádio.
No Caxias, o discurso era entrar em campo como se fosse uma final de Copa do Mundo. A equipe grená se postou no campo ofensivo e logo criou chance de gol. Aos dois minutos, Wangler recebeu lançamento nas costas de Índio, ingressou na área e, frente a frente com Muriel, desviou fraco e praticamente atrasou para o goleiro colorado.
A resposta colorada foi com dois lances de Jajá. Após cobrança de tiro de meta do camisa 1 do Inter, o meia-atacante bateu forte, mas nas redes pelo lado de fora. Logo em seguida, recebeu passe preciso de Oscar, em inversão de bola, e disparou pela linha de fundo.
O ritmo do jogo era frenético, com duas equipes dispostas a atacar. Aos 12 minutos, mais uma vez Nei provou que é o melhor cobrador de faltas do Inter. Em lance frontal, chutou com categoria, no ângulo. O gol só não saiu graças ao bom goleiro Paulo Sérgio.
Lateral Nei cobra falta e o goleiro Paulo Sérgio faz grande defesa (Foto: Diego Guichard/Globoesporte.com)Paulo Sérgio salvou excelente cobrança de Nei (Foto: Diego Guichard/Globoesporte.com)
A partida se tornava equilibrada, tendo sua velocidade reduzida. Oscar aparecia mais, embora ainda não mostrasse o melhor da sua fase técnica. Aos 36, após cruzamento de Nei, Jô torneou de cabeça, fazendo balançar as longas madeixas artificiais que estreava, e mais uma vez Paulo Sérgio defendeu com segurança.
“Só bate quem erra”
Mateus marca o gol do Caxias contra o Inter (Foto: Diego Guichard/Globoesporte.com)Mateus marca o gol do Caxias contra o Inter
(Foto: Diego Guichard/Globoesporte.com)
Quando a partida parecia encaminhava para um empate, surgiu então o homem-surpresa: Fabinho. O lateral-esquerdo apareceu como um ponteiro direito, se livrou da marcação e rolou para Mateus. Em lance frontal, e sem marcação, ficou mais simples. Chutou forte, sem chances para Muriel.
Mateus é aquele mesmo que pronunciou a frase “só bate quem erra”, após perder um pênalti contra o Novo Hamburgo, na decisão da Taça Piratini.
Com a vantagem no placar, o Caxias adotou a famosa tática da cautela. Se resguardava no campo defensivo e somente saía “na boa”, em lances de contra-golpe.
Gol e lágrimas de Oscar
Na prática, a tática caxiense não se mostrou eficaz. Aos 11 minutos, aquele Oscar que aparecia tímido na etapa inicial mostrava que era apenas questão de tempo. Recebeu lançamento de Jajá na ponta esquerda, se livrou com facilidade de Umberto e tocou com categoria para as redes.
Oscar encerrava então uma sequência de 47 dias impossibilitado de atuar. Não escondeu a emoção as lágrimas de um ainda garoto, na juventude dos seus 20 anos. Recebeu o abraço e o carinho dos companheiros, como Tinga e Jajá.
Oscar comemora o gol do Inter contra o Caxias (Foto: Diego Guichard/Globoesporte.com)Oscar recebe o carinho de Tinga e Jajá (Foto: Diego Guichard/Globoesporte.com)
Após o empate, o time da casa voltou a se jogar ao ataque. Foi o Inter, no entanto, que voltou com perigo. Após jogada individual de Oscar, Jô ajeitou de cabeça, e João Paulo, substituto de Tinga na segunda etapa, acertou uma pancada no travessão.
O Caxias teve boa oportunidade aos 40 minutos, em falta frontal. Paraná arriscou, e Muriel não teve grande trabalho para efetuar a defesa.
No fim, as duas equipes não conseguiram mais movimentar o placar. O empate em 1 a 1 ficou justo pela produção de ambas equipes no gramado.

Sport fica no zero com Santa Cruz e mantém vantagem nas finais

Tricolor e Rubro-negro jogaram no Arruda. Se o placar se repetir na Ilha do Retiro, no dia 13, o Leão garante o título de campeão

Por Franco Benites Recife
 O Sport entrou em campo para jogar a primeira partida da final do Campeonato Pernambucano com a vantagem do empate e saiu de campo sorridente. Neste domingo, o Leão foi até o Arruda e conseguiu segurar o 0 a 0 com o Santa Cruz. Agora, basta ao Rubro-negro empatar pelo mesmo placar na Ilha do Retiro, no próximo dia 13, para colocar a faixa de campeão estadual no peito. Ao Tricolor, só resta a vitória por qualquer placar para confirmar o bicampeonato.
Apesar da chuva que caiu no Recife no início da tarde, o jogo começou com o céu limpo. O Santa Cruz aproveitou o gramado molhado para arriscar alguns chutes de longe. Por sua vez, o Sport investiu nas bolas paradas. O que faltou de técnica e criatividade por parte das equipes sobrou em vontade, fazendo com que a partida ficasse bastante truncada e repleta de faltas. No entanto, ao contrário dos outros clássicos do Estadual, o primeiro cartão amarelo só apareceu na mão do juiz na etapa complementar.

Se dentro de campo o jogo transcorreu em tranquilidade, sem briga entre os jogadores, não foi diferente do lado de fora. As torcidas organizadas do Santa Cruz e Sport foram proibidas de comparecer ao estádio pelo Ministério Público de Pernambuco. Além disso, a Polícia Militar destacou um efetivo de 1.300 soldados para trabalhar na partida.
Antes da bola rolar ainda houve uma bela homenagem do Sport ao ex-meio campo uruguaio Raul Betancor, que faleceu na última quinta-feira aos 82 anos. Todos o jogadores entraram em campo vestindo a camisa com o nome do ex-atleta. O elenco ainda pisou no gramado carregando uma bandeira do Uruguai. Betancor defendeu o Leão entre 1959 e 1963 e integra a seleção dos 11 maiores jogadores do Rubro-negro.
Santa Cruz x Sport (Foto: Aldo Carneiro)Moacir, pelo Sport, e Renatinho, pelo Santa Cruz, fizeram um bom duelo de laterais (Foto: Aldo Carneiro)
Muita vontade e pouca técnica

Escalado de maneira mais ofensiva para tentar reverter dentro de casa a vantagem do Sport, o Santa Cruz tomou a iniciativa e aos 18 segundos já chutava a gol com Dênis Marques. A resposta do Leão só veio aos quatro minutos quando Marcelinho Paraíba tentou cruzar, mas a bola desviou na zaga e morreu nas mãos do goleiro Tiago Cardoso.

Nos primeiros minutos, o jogo ficou bastante aberto com o Santa Cruz atacando e o Sport investindo mais nos contra-ataques. Aos sete minutos, o Tricolor teve a chance de abrir o placar com o zagueiro Vágner. De frente para o gol, ele não soube aproveitar o rebote do goleiro Magrão e mandou a bola para fora.

O Sport também tentou furar o bloqueio do Santa Cruz com bolas paradas, aproveitando as faltas na entrada da área, mas Marcelinho Paraíba não foi feliz nas cobranças. A partir dos 15 minutos, a partida se concentrou principalmente no meio-campo, com embates entre meias e volantes. Aos 22 minutos, o Tricolor voltou a arriscar com Dênis Marques. Ele chutou de fora da área e a bola passou ao lado da trave do goleiro Magrão.

Chutes de fora da área e erros de passe
Santa Cruz x Sport (Foto: Aldo Carneiro)Jogo ficou bastante truncado no meio-campo
(Foto: Aldo Carneiro)
O goleiro do Sport voltou a trabalhar aos 27 minutos. Aproveitando o gramado molhado, o lateral Diogo mandou um chutaço de fora da área e quase pega Magrão desprevenido. O camisa 1 evitou agarrar a bola e espalmou, mas o Tricolor não soube aproveitar o rebote. Dois minutos depois, os donos da casa voltaram a arriscar de longe com Luciano Henrique e a bola foi por cima do gol.

Se por um lado o Santa Cruz arriscava chutes de longa distância, por outro abusava de errar passes dentro da própria área. Os vacilos corais permitiram que o Sport marcasse presença no campo de defesa tricolor e levasse perigo em seguidas cobranças de escanteios por volta dos 30 minutos de jogo.

Aos 39 minutos, o Santa Cruz quase paga caro pelo erros. A bola sobrou nos pés de Jael e o atacante do Sport só não fez o gol graças a uma excelente intervenção do goleiro Tiago Cardoso, que precisou se esticar para impedir que a bola balançasse as redes. Um minuto depois Marcelinho Paraíba chutou e exigiu mais trabalho do goleiro tricolor.
Santa Cruz x Sport (Foto: Aldo Carneiro)Árbitro Neilson Santos começou a amarelar jogadores no segundo tempo (Foto: Aldo Carneiro)
Segundo tempo a todo vapor
Santa Cruz e Sport voltaram para o segundo tempo se mudanças, mas não demorou muito para que a primeira substituição ocorresse. Aos quatro minutos, Anderson Pedra, machucado, saiu para a entrada de Chicão. Na sequência, o zagueiro rubro-negro Edcarlos fez falta em Flávio Caça-Rato e recebeu o primeiro cartão amarelo da partida.
Santa Cruz x Sport - Marcelinho Paraíba - Anderson Pedra (Foto: Aldo Carneiro)Marcelinho Paraíba se irritou com substituição
(Foto: Aldo Carneiro)
O Sport deu um susto na torcida tricolor logo no início da etapa complementar quando a bola a foi enfiada para Jael, que estava livre dentro da área. Antes que o atacante aproveitasse a jogada, Renatinho apareceu e afastou o perigo. O troco dos donos da casa veio em duas jogadas seguidas. Na primeira, o Santa Cruz arriscou com Dênis Marques. Na segunda, Magrão defendeu um chute de Luciano Henrique.

O juiz Neilson Santos economizou nos cartões amarelos no primeiro tempo, mas na etapa final começou a punir os jogadores. Aos 12 minutos, foi a vez de Marcelinho Paraíba ser penalizado por reclamação. Sentindo o bom momento do Santa Cruz, o técnico Mazola Júnior resolveu alterar a equipe. Saiu Jheimy, que pouco produziu, para a entrada de Marquinhos Gabriel. O técnico Zé Teodoro também mexeu na equipe e sacou Luciano Henrique para a entrada de Branquinho.

No fim do jogo, Marcelinho 'pegou ar'

Aos 23 minutos, o Santa Cruz adotou uma postura ainda mais ofensiva com a saída de Natan e a entrada de Carlinhos Bala. Para tentar frear o Tricolor, o Sport começou a jogar de maneira ainda mais dura e aos 24 minutos Neilson Santos "premiou" o zagueiro Tobi, do Rubron-negro, com cartão amarelo. Acuado, o Leão passou a jogar no contra-ataque e só voltou a ter um bom momento aos 30 minutos. Rivaldo cruzou, mas Moacir acertou a rede pelo lado de fora.

Depois dos 34 minutos, o Clássico das Multidões ficou mais aberto, com as equipes se alternando nos ataques. O número de faltas também aumentou e o juiz amarelo Diogo (Santa Cruz) e Hamilton (Sport). Aos 39 minutos, Carlinhos Bala arriscou de longe e quase surpreendeu Magrão. Antes que o jogo chegasse ao fim, ainda houve a substituição de Marcelinho Paraíba por Thiaguinho. Ao sair de campo, o camisa 10 rubro-negro jogou uma faixa que carregava no braço no chão e chutou uma garrafa d´água em uma clara demonstração de insatisfação com a troca.
Estádio do Arruda (Foto: Aldo Carneiro)Torcidas fizeram uma bela festa no estádio do Arruda (Foto: Aldo Carneiro)
 

Bahia empata com Vitória, no Barradão, e mantém vantagem

Leão precisa vencer em Pituaçu para ser campeão, enquanto Tricolor pode encerrar jejum de títulos estaduais com nova igualdade no domingo que vem

Por Raphael Carneiro Salvador
A expectativa era de muitos gols e um jogo emocionante. Mas não foi bem assim. No primeiro jogo da final do Campeonato Baiano, Bahia e Vitória não saíram do 0 a 0 no Barradão. O resultado faz com que o Tricolor precise de apenas um empate para encerrar o jejum de dez anos e voltar a conquistar um título estadual. O segundo jogo será no próximo domingo, no estádio de Pituaçu.
Com 23.319 torcedores no estádio, a beleza do clássico ficou somente na arquibancada. Com o resultado, o Bahia segue sem ganhar do Vitória este ano – foram dois empates e um derrota. O Rubro-Negro, por outro lado, manteve a invencibilidade no Barradão. A equipe ainda não sabe o que é perder em casa este ano.
Antes da finalíssima da competição, os times voltam a campo no meio da semana para decidir a continuidade na Copa do Brasil. O Vitória enfrenta o Botafogo, no Rio de Janeiro, na quarta-feira. O jogo de ida terminou empatado em 1 a 1. No dia seguinte, em Pituaçu, o Bahia tem pela frente a Portuguesa. O confronto em São Paulo terminou 0 a 0.
Muita vontade e pouca bola
O motivo dos mistérios dos treinadores – os dois fizeram treinos fechados antes da partida – foi explicado antes mesmo de a bola rolar. Se no Vitória Ricardo Silva decidiu manter o time que empatou com o Botafogo, na quarta-feira, no Bahia, Paulo Roberto Falcão inovou. O treinador escalou o time com três volantes e o trio ofensivo formado por Gabriel, Zé Roberto e Souza.
Mas, com a bola rolando, o mistério não foi justificado. O primeiro tempo em nada lembrou o início do último Ba-Vi no Barradão. Se naquele jogo foram marcados quatro gols em apenas 22 minutos, neste o torcedor teve de se contentar com o 0 a 0 por longos 45 minutos.
Sem criar grandes chances, o Vitória arriscou de fora da área, mas sem criar perigo para Marcelo Lomba. O lance que mais assustou o goleiro do Bahia foi quando ele se atrapalhou com Rafael Donato e o zagueiro, por pouco, não fez um gol contra de peito.
No Bahia, a principal esperança foi Gabriel. No entanto, o meia atacante abusou das quedas e reclamações. O árbitro Marcelo de Lima Henrique ignorou as simulações.
Se faltou o bom futebol, sobrou rispidez. Além dos entendimentos costumeiros entre os rivais, o final do primeiro tempo foi marcado por discussões também entre os próprios jogadores do Vitória. Rodrigo e Douglas, Pedro Ken e Rodrigo e Wellington Saci e Victor Ramos proporcionaram alguns momentos de tensão para a torcida rubro-negra.
- Mas decisão é isso aí mesmo. Tem que se cobrar todo o tempo – justificou o meia Geovanni.
Jogo melhora, Lomba salva o Bahia e gol não sai
Na volta do intervalo, com a necessidade de vencer para tirar a vantagem conquistada pelo Bahia, o Vitória partiu para cima. O Rubro-Negro passou a ditar mais claramente o ritmo de jogo, mas encontrou dificuldades para superar a barreira defensiva do Bahia, com Rafael Donato e Titi.
Com o time pressionado, Falcão decidiu mudar o Bahia. Zé Roberto deixou o campo para a entrada de Vander. A mudança surtiu efeito rápido. No primeiro lance, o meia fez boa jogada individual e chutou de fora da área. A bola passou perto do gol de Douglas. No lance seguinte, foi a vez de Souza assustar o goleiro do Vitória.
Pouco depois, o Vitória se recuperou do susto e só não abriu o placar por causa de Marcelo Lomba. Em cruzamento de Pedro Ken, aos 26 minutos, Tartá cabeceou à queima-roupa. Ligado no jogo, o goleiro do Bahia conseguiu evitar o gol rubro-negro.
Sem furar a defesa tricolor, Ricardo Silva optou por colocar o time mais para a frente. Geovanni deu lugar a Dinei, que passou a fazer dupla de ataque com Neto Baiano. Enquanto o técnico interino do Vitória fazia de tudo para abrir o placar, do outro lado Falcão era expulso por reclamação. Nos últimos 15 minutos de jogo, o Bahia ficou sem o treinador na beira do campo.
Nos minutos finais do jogo, o Tricolor, com a vantagem de atuar por dois empates para ser campeão, passou a cadenciar mais o jogo e não se expôs tanto. O Vitória foi em busca do gol de qualquer forma, mas não superou o sistema defensivo adversário. A decisão ficou para Pituaçu.

Atlético-PR e Coxa empatam por 2 a 2 e decisão fica para próxima semana

Os dois times estiveram na frente, mas os goleiros não conseguiram segurar a vantagem e a disputa termina sem vantagem

Por Gabriel Hamilko e Fernando Freire Curitiba
O primeiro Atletiba da final do Campeonato Paranaense não teve vencedores. Porém, o empate por 2 a 2 será lembrado pelo clássico das falhas dos goleiros. No quesito, o Coritiba levou a pior. Everton Ribeiro e Marcel fizeram para o Coxa, contando com duas falhas do goleiro Vinicius, que caiu atrasado. O atacantes Bruno Mineiro igualou a partida, no meio de cinco defensores alviverdes. Por fim, Liguera aproveitou a falha de Vanderlei e fez o segundo do Furacão.
Após duas disputas com torcida única, nos turnos do regional, os torcedores de Coritiba e Atlético-PR puderam assistir e fizeram uma festa à parte. Nas quatro linhas, uma disputa aberta e ofensiva. As duas equipes buscaram o caminho de gol, com um domínio maior para o time rubro-negro.
O campeão será conhecido no próximo domingo, quando os dois times voltam a se enfrentar no Estádio Couto Pereira, às 16h (de Brasília). Antes disso, o Atlético-PR tem compromisso pela Copa do Brasil, contra o Cruzeiro, na quinta-feira. Viaja para Minas Gerais e disputa as oitavas de final na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. O Coxa folga durante toda a semana.
Bruno Mineiro e Junior Urso na partida entre Coritiba e Atlético-PR (Foto: Giuliano Gomes / Ag. Estado)Bruno Mineiro e Junior Urso no empate entre Coritiba e Atlético-PR (Foto: Giuliano Gomes / Ag. Estado)
Clássico no ataque
O Atlético-PR começou com um esquema ofensivo, tradicional do técnico Carrasco. No 4-3-3, a proposta era atacar a todo custo e fazer valer o mando de campo. Sem Guerron, o treinador montou o rubro-negro com Ricardinho (direita), Bruno Mineiro e Bruno Furlan (esquerda). No lado do Coxa, o técnico Marcelo Oliveira foi mais cuidadoso e montou o time com três volantes (Jr. Urso, Djair e Tcheco). Tirou o atacante Anderson Aquino e colocou o meia Lincoln.
Dentro de campo, o jogo foi movimentado, ofensivo e pegado. O árbitro evandro Rogério Roman deixava o jogo correr mais solto, sem marcar tantas faltas para os dois lados. A partida era disputada nos contra-ataques dos adversários, sem muito tempo para pensar. O resultado foram dois gols em 24 minutos, mas com falhas de ambos times.
Com 19 minutos, o meia Everton Ribeiro avançou pelo meio. Tinha Lincoln pela direita, mas preferiu arriscar um chute; Não saiu tão forte, mas o goleiro Vinicius perdeu o tempo da bola, que balançou as redes. A vantagem coxa-branca não durou muito. Quatro minutos depois, cinco marcadores do Coritiba não neutralizaram o cruzamento do meia Ligüera. No bate e rebate, Bruno Mineiro aproveitou e empatou a partida.
O Coritiba caiu de produção até tomar o gol. As melhores chances foram para o Furacão, que chegava com perigo, principalmente nas faltas frontais, cobradas pelo meia Paulo Baier.
Virada atleticana bota fogo nas torcidas e no jogo. Coxa empata
O empate não rea um bom resultado para o Atlético-PR, que voltou do intervalo na carga. No ataque, o jovem Taiberson deu mais fôlego, na vaga do lesionado Bruno Furlan. Mas quem quase fez o segundo é o Coritiba, após cruzamento de Everton Ribeiro, em que Roberto não alcançou. Quem fez mesmo foi o Furacão. Terceiro gol, terceira falha das defesas. O atacante Ricardinho soltou uma bomba, o goleiro Vanderlei soltou e Ligüera não perdeu o presente. Explosão de alegria nas arquibancadas do Atlético-PR, com novo ânimo, após a virada.
Ricardinho fez a jogada do gol e já saiu de campo, para a entrada de Zezinho. No banco de reservas do Coxa, a reação foi imediata. Renan Oliveira e Anderson Aquino foram chamados e entraram no lugares de Djair e Lincoln. O jogo pegou fogo em campo e na torcida. As duas partes se inflamaram, na tentativa de animar ainda mais as suas equipes.
O Coxa não se acuou e foi para cima. Emendou uma sequência de quatro cruzamentos na área e quase conseguiu empatar, no meio da confusão. Por outro lado, Taiberson viu Vanderlei adiantado e arriscou. A bola explodiu no travessão e arrancou o grito da galera. Com mais uma substituição para cada lado, Carrasco trocou Liguera pelo volante Renan Teixeira. No Coxa, Oliveira abre mão do segundo volante. Troca Júnior Urso e coloca o terceiro atacante: Marcel.
No meio da correria, o projeto kamikaze de Marcelo Oliveira fez efeito. Em uma descida ao ataque, a zaga rubro-negra cortou mal, Aquino chutou colocado na esquerda e o goleiro Vinicius caiu atrasado. Mérito para o atacante coxa e falha do arqueiro atleticana, parecida com o primeiro gol. Jogo sem vencedores e campeão indefinido.

Clássico-Rei sem gols deixa título cearense em aberto

Ceará leva a vantagem de jogar por um empate na próxima partida. Primeiro jogo foi fraco tecnicamente

Por GLOBOESPORTE.COM Fortaleza, CE
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Heleno do Fortaleza na partida contra o Ceará (Foto: LC Moreira / Ag. Estado)Em jogo fraco, as duas equipes não conseguiram marcar gols (Foto: LC Moreira / Ag. Estado)
Fortaleza e Ceará não fizeram um grande Clássico-Rei. Longe disto. Desta vez, também não houve emoções nos minutos finais, como nos clássicos da fase de classificação. A partida ficou no 0 a 0 e deixou o títul ocompletamente em aberto para a grande decisão no próximo domingo.
Para a próxima partida, o Ceará detém a vantagem de precisar apenas de um empate para levantar a taça de campeão. O Fortaleza, como o técnico Nedo Xavier bem frisou, precisa somente de um gol.
As duas equipes voltam a se enfrentar no próximo domingo, às 16h, no Estádio Presidente Vargas. Qualquer time que vença, por qualquer placar, fica com o título.
Primeiro tempo morno
Os dois times não fizeram um grande primeiro tempo. A preocupação maior era minar os jogadores mais criativos de cada lado - Geraldo (Fortaleza) e Rogerinho (Ceará) - do que criar seus próprios lances de perigo.
A primeira oportunidade de gol saiu de Jaílson. Aos 4 minutos, ele recebeu na área, dominou bonito no peito, mas chutou em cima do goleiro Fernando Henrique. O Ceará só foi rebater aos 17 minutos. Felipe Azevedo recebeu na área e cabeceou com perigo contra a meta de João Carlos.
Dentro de campo, havia nervosismo claramente demonstrado por alguns jogadores. Apodi e Ciro chegaram a se estranhar. Nedo Xavier recebeu uma dura do árbitro Héber Roberto Lopes. Com PC Gusmão, a bronca foi maior e o técnico acabou sendo expulso do banco de reservas.
Aos 35 minutos, Geraldo quase surpreendeu com uma cabeceada, mas acabou não acertando o alvo. Marielson e esley também tentaram em seguida com chutes de longa distância, mas sem grandes consequências para a defesa alvinegra.
Na segunda etapa, times não conseguem decidir
No segundo tempo, o Fortaleza tentou tomar as rédeas do jogo, com mais posse de bola. Aos 16 minutos, Jaílson recebeu lançamento, tirou do goleiro Fernando Henrique, mas foi interrompido. A bola sobrou ainda para Rafinha, mas, sem ângulo, não conseguiu empurrar a bola para dentro.
Mesmo com mais posse de bola, o Leão não conseguiu transformar isto em domínio efetivo. O Vovô demorou demais para acordar. Apenas com a mudança da dupla de ataque - saíram Felipe Azevedo e Mota, entraram Romário e Misael - o Alvinegro conseguiu melhorar e até buscar o gol.
Aos 38 minutos, Misael chegou a acertar a trave. E Romário, já no finalzinho do jogo ainda tirou tinta da trave em um cabeceamento.
Fraco tecnicamente, o jogo sequer teve acréscimos. Aos 45 minutos, o árbitro apitou o final da partida.

Após acidente múltiplo na largada, Cacá Bueno vence no Velopark

Com direito a pole e melhor volta da corrida, piloto da RBR Mattheis fatura a segunda no ano, logo à frente de Ricardo Maurício, líder do campeonato

Por Alexander Grünwald Nova Santa Rita, RS
Após três poles consecutivas no Velopark, enfim Cacá Bueno comemorou a vitória na pista gaúcha. O piloto da RBR Mattheis triunfou na terceira etapa da temporada 2012 e voltou a figurar entre os primeiros colocados do campeonato. A liderança ainda é de Ricardo Maurício, que terminou a prova na segunda posição, logo à frente de seu companheiro na RC Competições, Max Wilson.
Stock Car - Cacá Bueno comemora a vitória no Velopark (Foto: Bruno Terena / Divulgação)Cacá Bueno comemora a vitória no Velopark, sua segunda na temporada (Foto: Bruno Terena / Divulgação)
- Sabia que precisava ganhar, porque uma quebra pune muito neste sistema novo de pontuação. Larguei mal e fiquei atrás do Ricardinho, mas, para minha surpresa, olhei pelo retrovisor e não vi mais ninguém. Naquela batida ficaram de fora muitos caras fortes no campeonato, como Thiago Camilo, Átila Abreu, Allam Khodair, Marcos Gomes, e a partir daí foi uma corrida de perseguição. Consegui o momento certo de ultrapassar e abri uma boa diferença para que ele não pudesse usar o "push" para me passar – disse o vencedor, que agora é o quarto na classificação.
Acidente múltiplo na primeira curva
A corrida começou agitada. Assim que a largada foi autorizada, diversos pilotos tentaram traçados alternativos para ganhar posições e isso desencadeou um grande acidente, deixando oito pilotos fora da prova. Entre eles, os três que largaram no top-10 com toda a carga do botão de ultrapassagem: Allam Khodair, Átila Abreu e Thiago Camilo. A prova ficou seis voltas sob intervenção do carro de segurança, com Ricardo Maurício na liderança.
Depois da relargada, a corrida teve poucas ultrapassagens, mesmo com a grande pressão exercida por Cacá – que fez a volta mais rápida da corrida várias vezes seguidas – sobre o líder Ricardinho. Na 18ª volta, Cacá usou o botão de ultrapassagem e enfim superou o piloto da RC, rumando para a sua primeira vitória na pista de 2.278 metros. Enquanto isso, seus companheiros de equipe travavam uma disputa bastante parecida, com Daniel Serra pressionando Max Wilson pela terceira posição. No entanto, o piloto da RC conseguiu segurar a terceira posição.
Stock Car - Cacá Bueno à frente Ricardo Maurício no Velopark (Foto: Carsten Horst / Divulgação)Após uma largada ruim, Cacá Bueno superou Ricardo Maurício para vencer (Foto: Carsten Horst / Divulgação)
As brigas foram boas no pelotão intermediário. O piloto que mais ganhou posições foi Ricardo Zonta, que saltou de 14º na largada para protagonizar diversas trocas de posição com Valdeno Brito na disputa pelo quinto lugar. O paraibano, que havia largado na primeira fila, chegou a estar em sétimo lugar após escapar por pouco da confusão na primeira curva, mas terminou à frente de Zonta e se manteve na vice-liderança do campeonato.
Veja o resultado da terceira etapa da Stock Car 2012, no Velopark, RS:
1º) Cacá Bueno, RBR Mattheis – 40 voltas em 41m06s192
2º) Ricardo Maurício, RC Competições
3º) Max Wilson, RC Competições
4º) Daniel Serra, RBR Mattheis
5º) Valdeno Brito, A. Mattheis
6º) Ricardo Zonta, RZ Motorsport
7º) Denis Navarro, Vogel
8º) Galid Osman, FTS
9º) Nonô Figueiredo, AMG Motosport
10º) Diego Nunes, Hot Car
11º) Rodrigo Sperafico, Mico’s Racing
12º) Alceu Feldmann, A. Mattheis
13º) David Muffato, Boettger
14º) Xandinho Negrão, Full Time
15º) Duda Pamplona, ProGP
16º) Pedro Boesel, Nascar JF Racing
17º) Antonio Pizzonia, Nascar JF Racing
18º) Ricardo Sperafico, Mico’s Racing
19º) Julio Campos, Carlos Alves Competições
20º) Popó Bueno, RZ Motorsport
Abandonaram
Tuka Rocha, FTS
Marcos Gomes, Full Time
Eduardo Leite, Hot Car
Allam Khodair, Vogel
Átila Abreu, AMG Motorsport
Thiago Camilo, RCM
Vitor Meira, ProGP
Luciano Burti, Boettger
Lico Kaesemodel, RCM