segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Promissor Warlley Alves se sente em "fase perfeita" e foca em dar show

Lutador mineiro, que vai lutar em casa no dia 8 de novembro, garante que mantém os pés no chão e espera combate duro diante de Alan Jouban

Por Rio de Janeiro
Warlley Alves chamou atenção durante o The Ultimate Fighter Brasil 3, do qual se sagrou campeão na categoria dos médios (até 84kg), por dois motivos: a qualidade técnica e a personalidade forte. Considerado "marrento" por alguns companheiros da casa por conta de sua postura confiante, ele garante que essa é uma impressão errada e que mantém os pés no chão. Com luta marcada contra o americano Alan Jouban no UFC em Uberlândia-MG, em seu estado natal, no dia 8 de novembro, o mineiro de Governador Valadares só promete uma coisa: o show.
Warlley Alves UFC (Foto: Ivan Raupp / Globoesporte.com)Warlley Alves na academia XGym, onde treina no Rio de Janeiro (Foto: Ivan Raupp)
- A única coisa que permanece na minha cabeça é que nada mudou. Tem um ditado muito usado: em time que está ganhando não se mexe. Então, o que procuro fazer é botar a cabeça sempre no lugar, botar meus pés no chão, pedir a Deus sabedoria para poder agir da melhor forma possível e poder fazer as melhores lutas. Não quero só lutar, só ganhar, quero dar um show para quem está assistindo. As pessoas falam que sou muito marrento, muito confiante. Não, cara. Eu confio em Deus. Deus acreditou em mim, então eu acredito. Alan Jouban é o próximo alvo, e vou para cima dele com tudo. Não posso prometer a vitória, porque ela está nas mãos de Deus, mas a gente vai chegar lá e sair na mão - disse, em entrevista ao Combate.com.
O campeão do TUF se mostrou bem satisfeito com a oportunidade de lutar em Minas Gerais e, com toda a expectativa que está em cima dele pelo status de promessa, disse viver "fase perfeita". Ele está de volta à sua categoria original, a dos meio-médios (até 77kg).
Warlley Alves UFC (Foto: Ivan Raupp / Globoesporte.com)Sparring de Warlley Alves com Marcelo
Guimarães, também do UFC (Foto: Ivan Raupp)
- Estou muito feliz por lutar em Minas, minha terrinha. Tenho um grande carinho por lá, apesar de morar no Rio desde criança. Para mim é uma fase perfeita. Estou feliz para caramba, me sentindo bem, no caminho certo para chegar aos 100% na luta. Se Deus quiser vou dar o meu melhor, representar meu povo, minha nação. Me sinto muito feliz de estar lutando contra um gringo em casa - afirmou.
No caminho de Warlley está Alan Jouban, que estreou no Ultimate com uma grande vitória por nocaute sobre o veterano Seth Baczynski. O brasileiro espera um combate difícil diante do oponente:
- Moleza não tem no UFC. O Jouban é um cara duríssimo, tem uma qualidade excepcional no muay thai. Estamos estudando o jogo dele e vamos fazer da melhor forma para conseguir anulá-lo por completo. A intenção é poder dar o melhor, frustrar os planos dele. É perigoso, mas quem está na chuva tem que se molhar, e vamos ver no que vai dar (risos). Vamos sair na mão.
Warlley garantiu também que está "200%" recuperado de uma infecção perto da virilha direita. O lutador teve de ser internado cerca de três meses atrás, quando passava férias em Nova York (EUA), por causa de uma bactéria que, segundo ele, pegou em tatame.
UFC: Shogun x Manuwa
8 de novembro de 2014, em Uberlândia (MG)
CARD DO EVENTO (até agora)
Peso-meio-pesado: Maurício Shogun x Jimi Manuwa
Peso-mosca: John Lineker x Ian McCall
Peso-meio-médio: Warlley Alves x Alan Jouban
Peso-meio-pesado: Ovince St. Preux x Francimar Bodão
Peso-galo: Thomas Almeida x Tim Gorman
Peso-meio-médio: Dhiego Lima x Pawel Pawlak
Peso-médio: Caio Magalhães x Trevor Smith
Peso-meio-médio: Wagnão Silva x Colby Covington
Peso-palha: Juliana Lima x Nina Ansaroff

Piotr Hallmann é flagrado por uso de esteroide anabolizante em Brasília

Polonês, que foi derrotado pelo brasileiro Gleison Tibau por decisão dividida, recebeu suspensão de nove meses e terá prêmio de "Luta da Noite" retirado

Por Rio de Janeiro
Gleison Tibau Piotr Hallmann UFC Brasília MMA (Foto: Divulgação / William Lucas / InovaFoto)Gleison Tibau acerta golpe em Piotr Hallmann na luta
entre os dois no UFC Brasília (Foto: William Lucas)
A Comissão Atlética Brasileira de MMA (CABMMA) anunciou nesta segunda-feira que o peso-leve polonês Piotr Hallmann foi flagrado no exame antidoping do UFC Brasília por uso de esteroide anabolizande. O lutador, que foi derrotado pelo brasileiro Gleison Tibau por decisão dividida dos juízes, foi suspenso por nove meses e só poderá voltar a lutar após realizar novos exames antidoping. Como o duelo foi escolhido como a "Luta da Noite", Hallman terá que devolver o prêmio de US$ 50 mil recebido pela escolha.
Confira a íntegra do comunicado oficial da CABMMA:
"A Comissão Atlética Brasileira de MMA (CABMMA) informa que todos lutadores foram submetidos aos exames de controle antidoping para detectar a presença de agentes anabólicos, diuréticos/agentes mascarantes, estimulantes e canabinóides no UFC Fight Night: Bigfoot vs Arlovski, realizado em Brasília/DF no dia 13 de setembro de 2014 . Quatro atletas foram selecionados aleatoriamente para testar eritropoietina (EPO) e níveis de hormônio de crescimento (Hgh).
O atleta Piotr Hallmann testou positivo por apresentar o esteróide anabólico drostanolona. Ele ficará suspenso por nove meses, retroativos à data da luta. Para obter novamente a licença de lutador profissional na CABMMA, o atleta precisará realizar novos testes de controle antidoping.
A Comissão Atlética Brasileira de MMA (CABMMA) realizou todos os testes em um laboratório credenciado pela WADA."

"Virei um homem dentro do UFC", diz o ex-cortador de cana Lucas Mineiro

Lutador, que também foi garçom, lavador de carro e instalador de rede de proteção, conta que chegou a cortar chinelo para usar como protetor bucal

Por São Paulo
Lucas Mineiro (Foto: Ivan Raupp)Lucas Mineiro na Chute Boxe Diego Lima, sua
equipe em São Paulo (Foto: Ivan Raupp)
Pode alguém ter seu primeiro contato com as lutas num dia e, apenas três anos depois, entrar no UFC? Mais do que isso, pode essa mesma pessoa fazer sucesso no evento e passar a ser considerada uma grande promessa de seu país no esporte? É raro, muito raro, mas é possível. Para quem duvida, basta conhecer a história de Lucas Martins, o popular Lucas Mineiro.
O hoje peso-pena (até 66kg) do Ultimate trabalhou como cortador de cana, garçom e lavador de carro quando ainda morava em Montes Claros-MG. Aos 21 anos, foi passar um fim de ano na casa da irmã, em São Paulo, e aceitou o convite dela, aluna, para fazer sua primeira aula de artes marciais, um muay thai recreativo. Mineiro fez dois treinos e foi embora, mas gostou tanto que decidiu voltar para focar nisso. Mudou-se de vez para São Paulo, onde arrumou trabalho de instalador de rede de proteção para ajudar a se manter por lá. Mostrou qualidade e ganhou a atenção do mestre Diego Lima. Em meio às 36 lutas de muay thai que fez - venceu 34 -, ganhou de Lima o convite para ser professor de muay thai. Desde então, colocou seu foco 100% nas artes marciais mistas, e o resultado foi rápido. Ele fez 10 lutas de MMA só em 2012, venceu todas e foi contratado pelo UFC. Como foi possível? Mineiro relembra as dificuldades e explica o sucesso relâmpago:
- Acredito muito na mentalização positiva. Gosto muito de pensar no que vai acontecer lá na frente. Na minha última luta eu estava pensando no que ia falar para o entrevistador depois da vitória. E foi tudo exatamente o que aconteceu. Costumo pensar muito nisso. O Lima me fala que o professor pode ensinar a técnica, mas a vontade nasce com o cara. Graças a Deus nasci com essa vontade. O começo da minha carreira foi muito difícil, não tinha nem o que comer. Se eu pegasse o ônibus, não tinha dinheiro para comer à noite. Tinha que ir embora a pé para poder comer. Então, eu tinha muita vontade. Vi que conseguiria mudar minha vida e a da minha família por meio do esporte. Entrei de cara. Ficava na academia o dia inteiro, dormia no tatame. E quando chego aqui me sinto em casa. Quero só subir degrau por degrau, mais e mais - disse, em entrevista ao Combate.com na Chute Boxe Diego Lima, em São Paulo.
O que passei lá atrás não quero que nenhum aluno meu passe. Não ter luva, caneleira, usar coisa usada, não ter shorts, lutar sem protetor bucal... Nas minhas duas primeiras lutas de MMA eu peguei meu chinelo, cortei e enfiei na boca, porque não tinha protetor"
Lucas Mineiro
As vacas foram tão magras no início da carreira que o lutador chegou a usar um pedaço de chinelo como protetor bucal em seus dois primeiros combates:
- Hoje tenho alunos que passam o que passei, mas eu os ajudo. O que passei lá atrás não quero que nenhum aluno meu passe. Não ter luva, caneleira, usar coisa usada, não ter shorts, lutar sem protetor bucal... Nas minhas duas primeiras lutas de MMA eu peguei meu chinelo, cortei e enfiei na boca, porque não tinha protetor. O Lima deu minha primeira luva e minha primeira bandagem.
Por obra do destino, Lucas Mineiro também passou por dificuldades no UFC, mas por outro motivo: o peso. Ele foi chamado para estrear na organização como substituto de última hora, aceitou lutar numa categoria acima, a dos leves (até 70kg), e foi nocauteado por Edson Barboza - único revés nas 16 lutas do cartel. Mas deu a volta por cima e derrotou Jeremy Larsen na mesma moeda. Depois, como a divisão dos penas já contava com dois companheiros seus, Felipe Sertanejo e Charles do Bronx, decidiu baixar para os galos (até 61kg), onde finalizou Ramiro Hernandez. Por conta do grande sofrimento para bater o peso, preferiu voltar à sua categoria original mesmo assim, pediu ao UFC e conseguiu. Na "reestreia", nocauteou o promissor Alex White. Ganhando elogios de todos os lados, ele agora vive seu melhor momento.
- Estou muito feliz. Virei um homem dentro do UFC. Lutei de 70kg, depois de 61kg, e agora de 66kg. Minha cabeça abriu. Treinei bastante nesse tempo e também tive lesões. Estou na categoria em que sempre lutei, confortável, forte. Estou bem e feliz. Tirei um peso das costas com a última vitória, e agora é só felicidade - afirmou.
Sofrimento na categoria dos galos
Mineiro não esquece o que passou para bater os 61,2kg dos galos. O lutador, que costuma pesar 85kg quando não está em dieta, viveu dias bem difíceis.
- Não desejo isso para nenhum lutador, isso de baixar para a categoria onde nunca lutou. Foram dois meses só na salada, frango e água. Faltando três semanas para a luta, não aguentava subir as escadas da academia para treinar. Mas eu tinha que bater o peso. O Lima colocou na minha cabeça: "Se você não bater o peso, vai ser demitido. Temos que bater. É nossa responsabilidade". Deus me fez ter aquela vitória, porque depois da pesagem eu não estava 100% na luta. Eu estava uns 70% só. Mas deu tudo certo, graças a Deus. É a pior coisa que tem - declarou.
Mineiro acerta o rosto de Alex White antes de nocauteá-lo (Foto: Reuters)
O próximo desafio de Lucas Mineiro é Darren Elkins no UFC Rio 5, que será realizado no dia 25 de outubro, no Rio de Janeiro. O americano, 13º colocado do ranking dos penas, é o adversário que Mineiro considera ideal para o momento que vive:
- Sei que sou um atleta novo e não estou preparado para pegar um top 5 ainda não. Tenho muito a aprender, tenho só três anos de MMA. Mas estou aí para lutar contra os melhores. Minha meta é ser top 10 da categoria no ano que vem.
Sei que sou um atleta novo e
não estou preparado para pegar um top 5 ainda não. Tenho
muito a aprender, tenho só
três anos de MMA"
Lucas Mineiro
O lutador é humilde, mas sonha alto. Sem dar uma previsão de tempo para chegar lá, ele deixa claro qual é o objetivo principal: o cinturão do Ultimate.
- Esse é meu sonho. Treino pelo cinturão, para ser campeão. Não tenho pressa, sou novo, mas quero o cinturão com certeza. Sou fã do José Aldo. Tomara que ele esteja com o cinturão no dia em que eu for lutar por ele. A gente treina para isso. Minha meta é essa. Não vou dar tempo nem nada, mas pode ter certeza de que um dia vou chegar lá - disse.
Difícil imaginar que alguém pudesse fazer suas primeiras quatro lutas de MMA sem nunca ter treinado jiu-jítsu. Mas Lucas Mineiro mais uma vez provou que é possível. Seria ele Iluminado por ter chegado tão longe?
- Pode ser que sim. É pouco tempo de treino, mas treinei muito. Fazia 10 treinos de muay thai com o Lima. Todo treino eu estava cansado, mas não parava. E comecei a treinar com Felipe Sertanejo, primeiro cara de quem me tornei fã. Já chorei na vitória e na derrota dele. Poder lutar no mesmo card que ele, em Belo Horizonte, foi um sonho. Então, se sou iluminado, agradeço a Deus. Vou continuar devagarzinho, fazendo meu trabalho.
UFC lucas mineiro (Foto: Agência Getty Images)Após a primeira vitória no UFC (Foto: Getty Images)
Com muito esforço, Mineiro conseguiu dar uma vida melhor aos pais. E não se esquece de agradecê-los pelo que puderam lhe proporcionar antes disso. Mas a figura mais importante talvez tenha sido o treinador Diego Lima, que chegou a tirar dinheiro do próprio bolso para ajudá-lo.
- Graças a Deus hoje consigo viver do esporte, só treinar, comer e dormir. Consegui mudar a vida da minha família em Montes Claros. Hoje minha mãe tem a casa dela, o trabalho dela. Meu pai era camelô, vendia pururuca na igreja e hoje não precisa mais fazer isso. Ele tem a loja dele de carros, compra e vende esses carros. Tenho uma academia na Zona Norte de São Paulo. Só tenho a agradecer a todo mundo que acreditou em mim desde o começo. Ao Lima, meu empresário, amigo, mestre, à minha família, aos meus amigos e alunos. Vai mudar cada vez mais - encerrou.

Chad Mendes: "Brasil ficará sem nenhum campeão após o dia 25"

Americano que enfrentará José Aldo no UFC 179 diz que vencerá o brasileiro por nocaute ou nocaute técnico na disputa do título em pleno Maracanãzinho

Por San Diego, EUA
Chad Mendes MMA UFC (Foto: Evelyn Rodrigues)Chad Mendes esbanja confiança em uma vitória sobre
José Aldo no Rio de Janeiro (Foto: Evelyn Rodrigues)
Confiança. Esta palavra define o estado de espírito de Chad Mendes para a luta contra José Aldo no dia 25 de outubro, no Rio de Janeiro, pelo UFC 179. O americano disse, em entrevista ao programa "MMA Hour", que sairá do octógono com o cinturão após "bater na cara" de Aldo muitas vezes.
- Em um mundo perfeito, eu vou entrar no octógono e quebrar a confiança de Aldo botando muita, mas muita pressão sobre ele, e acho que vou finalizar a luta com um nocaute ou um nocaute técnico. Eu sei que ele é o único campeão do UFC que o Brasil tem hoje, mas não posso fazer nada. Acho que eles ficarão sem nenhum depois do dia 25. Quero acertar a cara dele com força, muitas vezes. E é isso que eu vou fazer.
Perguntado se estaria preocupado com a sua segurança por lutar no Brasil contra um ídolo local, Mendes disse que não está totalmente tranquilo.
- Eu me preocupo um pouco, mas já lutei no Brasil antes e não houve qualquer problema. Claro que tomarei as minhas precauções, mas não é algo que tire o meu sono - finalizou.
Mendes vem de cinco vitórias seguidas após a derrota para José Aldo no UFC 142, em 2012 - a única em sua carreira. Aldo, por sua vez, vem de 17 vitórias consecutivas, sendo seis delas pelo UFC.
UFC 179
25 de outubro de 2014, no Rio de Janeiro (RJ)
CARD PRINCIPAL
Peso-pena: José Aldo x Chad Mendes
Peso-meio-pesado: Glover Teixeira x Phil Davis
Peso-meio-pesado: Fábio Maldonado x Hans Stringer
Peso-pena: Darren Elkins x Lucas Mineiro
Peso-leve: Diego Ferreira x Beneil Dariush
CARD PRELIMINAR
Peso-meio-médio: William Patolino x Neil Magny
Peso-leve: Yan Cabral x Naoyuki Kotani
Peso-mosca: Wilson Reis x Scott Jorgensen
Peso-pena: Felipe Sertanejo x Andre Fili
Peso-leve: Gilbert Durinho x Christos Giagos
Peso-leve: Fabrício Morango x Tony Martin

"Embaixador" do Fla nos EUA, Jerome prepara roteiro com direito a cassino

Espécie de anfitrião do time brasileiro na pré-temporada da NBA, pivô americano quer aproveitar que está em "casa" para ir à forra com companheiros apostadores

Por Direto de Phoenix, EUA
Há duas temporadas no Rio de Janeiro, Jerome Meyinsse ainda dá umas escorregadas no português. Mas mesmo sem entender perfeitamente seu novo idioma, o que ainda lhe rende muitas gozações, o pivô americano conhece bem o gosto de seus companheiros de time. Espécie de embaixador do Flamengo na pré-temporada de três jogos na NBA, contra Phoenix Suns (8/10), Orlando Magic (15/10) e Memphis Grizzlies (17/10), o jogador nascido em Baton Rouge, na Louisiana, vem negociando com alguns amigos locais um roteiro que agrade aos rubro-negros. Como o futebol é pouco popular por essas bandas, o torcedor fanático do New Orleans Saints traçou um plano B para tentar entreter o elenco campeão da Copa Intercontinental.
Apaixonado por futebol americano, Jerome Meyinsse checa os resultados da rodada após o treino (Foto: Marcello Pires)Apaixonado por futebol americano, Jerome Meyinsse checa os resultados da rodada após o treino (Foto: Marcello Pires)

Mas antes de contar seus planos durante as manhãs livres em Phoenix e os dois dias de folga que a delegação terá em Orlando, Jerome fez questão de correr após o treino na quadra anexa à US Airways Arena para conferir o resultado de sua equipe de futebol americano. Com os olhos grudados na televisão do saguão do hotel em que o Flamengo está hospedado, o pivô respirou aliviado com a vitória dos Saints sobre o Tampa Bay Buccaneers, por 37 a 31, de virada e na prorrogação.
- Se estivesse em casa neste domingo, certamente eu ficaria vendo futebol americano pela TV sem fazer nada. Nós gostamos de futebol americano na mesma proporção que vocês gostam de soccer, embora vocês sejam bem mais exagerados (risos) - brincou Jerome, que sente falta do tempo em que seu pai Joseph, falecido no ano passado, o levava aos jogos do New Orleans.
- Faz muito tempo que isso não acontecia. Saí de casa aos 17 anos para cursar a faculdade e depois fui jogar em vários lugares. Ele me levava quando eu tinha 13, 14 anos - explicou Jerome, com a fala um tanto embargada.
Mas se os jogos de futebol americano ao vivo são coisas do passado, a programação que o americano vem preparando para seus companheiros está bem viva na cabeça do pivô. De tanto acompanhar as atrapalhadas apostas dos colegas em vários tipos de competição, Meyinsse não abre mão de levar os apostadores rubro-negros em um cassino de Phoenix.
- Eu me sinto o embaixador desse time, sim. Não conheço tão bem a cidade de Phoenix, mas quero muito ir a um cassino e levar esses caras também. Eles apostam em tudo, mas fazem tudo errado. Principalmente o Marquinhos (risos). Às vezes nós ainda jogamos pôquer, mas o negócio deles é apostar em qualquer coisa - disse Jerome, em tom de brincadeira.
Apaixonado por futebol americano, Jerome Meyinsse checa os resultados da rodada após o treino (Foto: Marcello Pires)Jerome Meyinsse acompanha o New Orleans Saints pela televisão (Foto: Marcello Pires)
Nem só de apostas será organizado o roteiro de Meyinsse. Mais acostumado com Orlando, cidade na qual esteve diversas vezes durante o colegial para participar de competições que serviam como peneiras para os olheiros das grandes faculdades, o pivô do Flamengo também quer aproveitar as manhãs livres para apresentar os famosos parques aos companheiros.
- Os brasileiros adoram os parques de Orlando pela manhã. Mas também quero ajudar um amigo que jogou comigo no meu primeiro ano na Argentina que mora aqui. Ele montou uma escolinha de diversos esportes e eu gostaria de levar essas crianças para assistir ao jogo.
Mas nem tudo será diversão para o pivô americano de 2,05 na sua curta estada "em casa".  Aos 25 anos, Jerome quer aproveitar os três jogos na melhor liga do mundo para tentar impressionar os rivais. Jogador mais valioso da final do NBB na temporada passada, o jogador chegou a sonhar com uma possível ida para a NBA.
- Acho que esses jogos serão grandes oportunidades para qualquer jogador que sonha jogar na NBA. Vou dar o melhor que posso e tentar impressionar os americanos. Sabemos que o nível das partidas será muito mais alto, mas vou procurar fazer o que tento feito no Brasil. No fim da temporada passada, meu agente ficou de conseguir alguns convites para a Summer League (liga de verão da NBA), mas acabou não acontecendo. Vou seguir tentando e quem sabe as portas não se abrem durante esses três jogos, mas se isso não for possível continuarei feliz no Brasil. Lá tenho conquistado muitos títulos e espero continuar assim - afirmou Jerome.
Final intercontinental de basquete Flamengo x Maccabi (Foto: André Durão)Meyinsse enterra sobre dois adversários na final da Copa Intercontinental contra o Maccabi (Foto: André Durão)
O guia rubro-negro nos Estados Unidos, porém, promete não dar tanta moleza para os colegas assim. Mesmo com um pacote atraente, ele também quer aproveitar para tirar um sarro dos brasileiros e ir à forra das gozações que sofre no Rio de Janeiro. Os únicos que parecem sãos e salvos na "lista negra" do pivô americano são Gegê e Cristiano Felício.
- Eles ainda pegam no meu pé com o português, principalmente quando eu falo alguma palavra errada. Quando nós chegamos, uma senhora veio falar com o Michila (roupeiro da delegação) e ele não entendeu nada. É claro que ajudei, mas aproveitei para tirar um sarro dele. Faço questão de levar o Gegê e o Crstiano Felício para sair, pois foram eles quem me apresentaram os principais lugares no Rio - justificou Meyinsse.

Os três mosqueteiros de Marcelo Oliveira: um pacto pelo sucesso

Tico, Ageu e Juvenílson são os companheiros inseparáveis do treinador na comissão técnica do líder absoluto Cruzeiro. Trio começa a surgir nos tempos do Paraná

Por Belo Horizonte
No consagrado romance de capa e espada "Os três mosqueteiros", de Alexandre Dumas, escrito em 1844, D'Artagnan, um jovem da Gasconha de 18 anos, abandonado, vai a Paris com o objetivo de se tornar integrante do corpo de elite dos guardas do rei, que são os mosqueteiros. Acaba se juntando a três ex-adversários, Arthos, Porthos e Aramis. Juntos, aumentam suas forças num combate e, a partir daí, trocam promessas de amizade. Mesmo não sendo mais jovem, Marcelo Oliveira conseguiu, ao longo da carreira, reunir homens de confiança para obter sucesso em seu trabalho. Tico, Ageu e Juvenilson parecem ter firmado desde a união no Paraná um pacto com o treinador que vai se consolidando na passagem pelo Cruzeiro, rumo a mais um título brasileiro.
 O jogador resistente, que joga 90 minutos em intensidade: o Egídio. O velocista, sprint: Marquinhos. O potente, que alia a força à velocidade num espaço curto: Nilton."
Juvenilson de Souza
 Os três estão com Marcelo desde os tempos do Paraná e completaram 114 jogos com o técnico no comando da Raposa. O primeiro mosqueteiro convocado por Marcelo Oliveira foi Cleocir Marcos dos Santos, o Tico. Os dois se conheceram no Atlético Mineiro em 2008, quando eram auxiliares do técnico Levir Culpi. Depois, quando Marcelo foi dirigir o Ipatinga, em 2009, convidou o já amigo para ser seu braço direito. Lá foram campeões na segunda divisão do Campeonato Mineiro. E nunca mais se separaram.
O segundo e o terceiro mosqueteiros Marcelo conheceu no Paraná, para onde foi em 2009: Ageu, ex-zagueiro do clube, que lá mesmo começou carreira de auxiliar técnico, e Juvenilson de Souza, preparador físico. O trio seguiu Marcelo no Coritiba em 2011 e 2012 - onde os quatro foram vice-campeões da Copa do Brasil por duas vezes -, na breve e turbulenta passagem pelo Vasco, ainda em 2012, e no vitorioso trabalho no Cruzeiro, que começou no mesmo ano.
- Há um entrosamento muito bom. Entrosamento bom não quer dizer que não haja divergência de opinião. Mas eu até estimulo e provoco isso para que não fique só a minha opinião, que exista interação, se discutam determinadas situações e haja um consenso. Mas a palavra final naturalmente é sempre a minha - disse Marcelo Oliveira, sem deixar dúvidas.
Juvenilson, Marcelo Oliveira, Tico e Ageu: um por todos e todos por um no Cruzeiro vitorioso (Foto: Maurício Paulucci)

O entendimento com Marcelo e do próprio trio entre si parece, de fato, perfeito. A ponto de os três morarem no mesmo condomínio e irem e voltarem juntos para a Toca da Raposa. Conversando sempre sobre... o Cruzeiro.
Tico, o braço direito

Dos três, Tico, com 54 anos, é o mais velho e  vivido. O braço direito de Marcelo Oliveira foi jogador, treinador, preparador físico, auxiliar técnico, supervisor, coordenador de base... Um verdadeiro curinga. E ainda aparece para evitar possíveis desgastes do treinador.
- Nos jogos eu troco ideia com o Tico. Às vezes, uma situação que não estou percebendo ele me leva. Eu levo a ele para discutir ali, no momento do jogo. A gente faz um planejamento de trabalho da semana, e muitas vezes ele executa. Eu acho que o técnico às vezes se desgasta muito quando está apitando direto com o jogador. O atleta, ali, no calor do treinamento, acha que a bola saiu, não saiu. Então eu deixo um pouco com o Tico e fico monitorando próximo e cobrando também. Então ele às vezes orienta e apita os pequenos jogos. E eu faço a parte tática, os coletivos, as jogadas ensaiadas - afirmou o treinador cruzeirense.
Tico Cruzeiro mosqueteiros entrevista (Foto: Mauricio Paulucci)Tico já foi jogador, treinador, preparador físico. Hoje é auxiliar de Marcelo (Foto: Mauricio Paulucci)
Tico lembra: o período no qual trabalhou como treinador e coordenador das divisões de base de vários clubes, como Atlético Mineiro, Coritiba e Atlético Paranaense, além das outras funções exercidas em tantos anos de carreira, lhe dá a base suficiente para auxiliar tanto Marcelo Oliveira quanto o restante da comissão técnica.
- Pelo fato de eu ter feito várias funções no futebol, isso me dá uma tranquilidade em relação às observações do todo. Existe a parte física, técnica, tática, de supervisão, logística. E eu tive sorte de ter sido atleta, de ter tido base profissional de futebol, fiz o curso de educação física, então tenho conhecimento da preparação física, já fui preparador físico no início da carreira e fui supervisor, gerente... Então tenho esse entendimento de logística, de programação, de planejamento. E isso me fez bem, eu passar por todas essas áreas em alguns clubes. E ter trabalhado nas categorias de base, como treinador de juniores, como coordenador de base. Então essa mistura, essas várias funções que você executa vão te dando um pouquinho de cada coisa, e aí o Marcelo é uma pessoa muito inteligente, um cara que tem uma química com a comissão técnica muito grande, porque ele sabe ouvir.
Ageu, o espião

Se Tico é o braço direito, Ageu Gonçalves, 42 anos, é o lado espião de Marcelo Oliveira. O ex-zagueiro do Paraná conheceu o treinador justamente quando estava no Tricolor Paranaense, já como auxiliar. E Marcelo gostou tanto do seu trabalho que o convidou para ingressar no Coritiba. A parceria se estendeu ao Vasco e agora ao Cruzeiro.
Ageu viaja para ver jogos dos adversários. Faz as observações, analisa-os coletivamente e individualmente e apresenta o relatório a Marcelo Oliveira e ao restante da comissão técnica.

- Acho que é importante isso. Pela televisão é um pouco diferente de ver in loco, ali no estádio, ver a movimentação do time como um todo. Isso não ganha jogo, mas é um detalhe que agrega, pode ajudar... Um jogador prestando atenção num outro jogador do seu setor para se prevenir ou se aproveitar de uma fraqueza ou de um setor vulnerável também para ser explorado - disse Marcelo Oliveira.
O ex-zagueiro também é o responsável por ficar com os atletas que não viajam para as partidas fora de casa - ele fica em Belo Horizonte - e por alguns treinamentos com os zagueiros. Quanto à principal tarefa que executa, lembra o trabalho de equipe com a comissão técnica.
Ageu, Cruzeiro, Mosqueteiros (Foto: Maurício Paulucci)Ageu observa os adversários e jogadores da base do  Cruzeiro (Foto: Maurício Paulucci)
- Observo os adversários. Não é ser um espião, hoje está muito fácil, muito rápido para ter essas informações. Você as passa, e a convicção é do treinador. O Marcelo tem suas convicções, que às vezes no jogo acontecem, às vezes a gente passa algo que no jogo o adversário pode mudar. Não tem isso de que "Ah, o Ageu viu o adversário, ganhou o jogo". Isso é um trabalho em conjunto. Quem faz esse resultado final são os jogadores. Claro que cumprindo a parte tática que o Marcelo elabora. A gente só faz o que tem que ser feito. Passa as bolas paradas, os contra-ataques, as substituições. Todos os grandes clubes fazem esse trabalho. Não me vanglorio com essa situação. Sou apenas uma peça da engrenagem que colabora para que funcione. Não tenho essa vaidade de que "Ah, o Ageu...". Esse é o trabalho de todo o grupo do Cruzeiro.
Ageu também observa os jogadores da base do Cruzeiro. Em algumas ocasiões viaja com os juniores para acompanhar competições nacionais e faz um relatório de quem pode ser melhor aproveitado. Os scouts das partidas, principalmente do Mineirão, estão também sob sua responsabilidade. Tico lembrou a importância desse trabalho.
-  Como o Ageu não viaja para os jogos do Cruzeiro, não temos isso nos jogos fora. Mas dentro de casa, no Mineirão, a gente tem um scout do jogo, os números. No intervalo ele desce e apresenta. Isso o Marcelo usou várias vezes para corrigir a postura da equipe. Às vezes você está jogando contra um adversário que teve cinco escanteios contra e um a favor. Teve caso de bola roubada no Mineirão, e a gente estava com a pegada muito leve. Não lembro o jogo, mas o Marcelo usou no intervalo. O time teve um crescimento de bola roubada muito grande. E várias outras coisas que acontecem com uma dinâmica de trabalho - afirmou Tico.
Os treinamentos do ex-zagueiro com os defensores também são considerados importantes. Ageu procura passar para os jogadores a experiência de anos na posição. E lembrou: o entrosamento com a comissão técnica é fundamental para acertar com facilidade essa e outras questões. A amizade fora do trabalho conta muito a favor.
- Joguei futebol 17 anos como profissional, passei pela base. Então trabalhei com muitos treinadores. Alguns trabalhos a gente tem passado para eles, mas às vezes eles também têm uma coisa que pode encaixar na forma do trabalho. Isso é combinado com a comissão técnica, o Juvenilson, o Tico e o próprio Marcelo. Eles é que determinam qual é o trabalho que a gente vai usar. E aí eu intensifico de acordo com o planejamento feito na nossa sala. A gente tem uma convivência muito grande. Eu, Tico e Juvenílson, a gente vai e volta junto falando de trabalho. Moramos no mesmo condomínio, somos amigos pessoais. Isso facilita o trabalho. Por isso você às vezes chega ao treino e já sabe o que fazer, está tudo elaborado. Então, vai ali no campo e só executa - disse o ex-zagueiro.
Juvenilson, o homem do fôlego


Se Tico e Ageu são os mosqueteiros que ajudam Marcelo Oliveira a montar a cabeça e o coração do Cruzeiro líder, desafiador, envolvente, o terceiro mosqueteiro do treinador, Juvenilson de Souza, 42 anos, é o responsável por encher os pulmões da equipe para executar todo o belo repertório de jogadas do time desde a conquista do Brasileirão de 2013. E a tabelinha com Marcelo Oliveira segue perfeita, segundo o preparador. Ele elogia o comandante: Marcelo lhe dá liberdade total com relação à carga de treinamento, à recuperação, à monitoração, à distribuição dos treinamentos durante a semana.
- Esse é o primeiro ponto. O segundo ponto é que hoje o futebol exige que você tenha dinâmica, velocidade. O nosso trabalho é sustentado em força e velocidade. Então a gente tem N meios de treinamento para desenvolver a força e N meios para desenvolver a velocidade. A parte de resistência é muito treinada em função dos trabalhos de posse de bola e dos trabalhos de campo reduzido - afirmou Juvenilson.
Os números são hoje o grande companheiro da preparação física tanto no ponto de vista do aspecto técnico como no tático. E Juvenilson dorme abraçado com eles para fazer o Cruzeiro voar nas competições.
- Monitoramos treinamentos e jogos. Então sabemos todas as ações que cada atleta executa nas partidas. Acabou o jogo ou acabou o treinamento, a gente tem esses dados. O departamento de fisiologia coleta as informações, põe num banco de dados, as traz para mim. Analisamos isso. Então sabemos a intensidade com que cada atleta treinou, o número de ações que esse atleta fez em termos de distância, o número de sprints, os piques em velocidade que ele fez. Isso faz com que a gente, tendo esses dados, saiba qual é a intensidade do jogo, e tem um perfil de cada posição que executa de sprints num jogo. Se tiver algum atleta abaixo disso, procuro conversar e orientar para que possa, nos próximos treinamentos, buscar essa intensidade.

Esses dados permitem ao treinador saber a melhor forma de explorar o potencial de sua equipe. Cada ponto forte, cada ponto fraco. E há os que se destacam. Na hora de apontar o jogador mais resistente, o mais veloz e o leão do time, o preparador físico não teve dúvidas.
Juvenilson, Cruzeiro, Mosqueteiros (Foto: Maurício Paulucci)Juvenilson de Souza diz que Egídio é o jogador mais resistente (Foto: Maurício Paulucci)
- O jogador resistente, que joga 90 minutos em alta intensidade: o Egídio. Um jogador velocista, sprint: o Marquinhos. Um jogador potente, que alia a força à velocidade num espaço curto: Nilton. Temos percebido características físicas importantes correlacionadas por posição e função que o jogador exerce. Primeiro: os laterais são os atletas com mais volume de ações. Depois, os volantes. Aí vêm os meias. Se a gente for comparar com alguns anos atrás, tinham muito mais funções ofensivas e poucas defensivas. Hoje têm as duas. Isso aumentou muito a condição física deles. E por fim aparecem os zagueiros e o centroavante no sistema que o Marcelo adotou aqui no Cruzeiro. O homem de referência. Claro que não é uma coisa uniforme. Varia de jogo para jogo. No geral, no padrão, é o que frequentemente acontece.
Juvenilson lembra que nada é fácil hoje em termos de preparação física: zagueiros têm funções defensivas, mas hoje, com muitas jogadas de bola parada, precisam ir à frente para surpreender as defesas adversárias. E por aí vai. No fim, resume por que o Cruzeiro vai bem, obrigado.
- Quando os zagueiros vão, a ação não é de alta intensidade. Mas quando voltam, muitas vezes há contra-ataque. Então eles têm ações de alta intensidade. Os laterais, que anteriormente tinham muito mais funções defensivas, hoje precisam atacar e defender. E se não voltarem e ocorrerem gols no setor deles, serão responsabilizados. Então, necessitam voltar. E isso em todas as posições. O volante também tem que atacar. Então o futebol moderno exige que todos os atletas tenham funções ofensivas e defensivas. Uns mais, outros menos. Mas todos têm. Porque se você não tiver isso, se você não tiver atletas preparados para fazer isso, pode ganhar um ou dois jogos, mas dificilmente estará competindo para ganhar títulos.

Recuperado, Joel não confirma time e comemora: "Voltei ao meu ambiente"

Técnico esbanja bom humor em primeira entrevista em São Januário após a operação e vai tirar pontos da barriga antes da viagem para São Paulo na tarde desta segunda

Por Rio de Janeiro
Joel Santana Vasco (Foto: Marcelo Sadio / Vasco)Treinador se recuperou de cirurgia realizada na semana passada (Foto: Marcelo Sadio / Vasco)
O Papai voltou. E com a mesma irreverência de sempre. Depois de comandar os treinos de domingo e segunda, Joel Santana deu sua primeira entrevista coletiva em São Januário após a cirurgia de emergência para a retirada da vesícula. Não faltaram brincadeiras, histórias curiosas e risadas. Mas o treinador também falou sério. Sobre o time que vai enfrentar a Portuguesa na próxima terça-feira, preferiu manter o mistério na escalação. No último treino antes da partida, o comandante testou Fabrício e Lucas Crispim na equipe titular. Se dizendo 90% recuperado, Joel vai retirar os pontos da barriga ainda nesta segunda e depois segue para encontrar a delegação cruz-maltina em São Paulo, palco da partida contra a Portuguesa.
- Estamos seguindo uma base. Estou levando o Crispim para São Paulo e ainda vou definir quem vai entrar no ataque. O resto é aquilo que vocês conhecem. O tempo é curto. Esse trabalho era para ter sido feito na semana passada, mas adoeci e perdemos esses dias. De uma maneira geral o treino foi bom, proveitoso. Estou 90% recuperado. Vou na Barra tirar os pontos da barriga e de lá sigo direto para o aeroporto. Espero que o médico diga que está tudo bem - frisou.
Bom humor de sobra
Suspense à parte, a entrevista foi marcada por momentos de descontração. Certa hora, o celular de Joel tocou. Ele atendeu e foi logo falando:
- Se for dinheiro, eu não tenho. Não sou banco - disse, arrancando gargalhadas dos jornalistas.
Logo em seguida, o treinador contou uma passagem curiosa que aconteceu antes da partida contra o Bragantino. Para convocar os torcedores ele gravou um vídeo a pedido da Vasco TV. Só que estava de roupão no momento da filmagem, o que não passou desapercebido pelos jogadores.
- Resolvi fazer uma surpresa e fui no hotel em que os jogadores estavam. Já tinha gravado o vídeo. Só que jogador é tudo brincalhão, né? Eles repararam que eu estava de roupão. Quando cheguei lá, todo metralhado, naquela situação, um engraçadinho falou: "Papai, você estava no spa com aquele roupão bonito, não é?". Aí eu caí na risada e não podia porque estava cheio de pontos (risos). Mas isso que é bacana. Depois jantamos juntos. Enfim, voltei ao meu ambiente - garantiu o treinador, que tem uma consulta marcada com o cardiologista para quinta-feira.

Antes do fim da conversa, Joel aproveitou para revelar outra mania que tem: acompanhar programas que detalham a vida animal.

- Tenho o hábito de ver o mundo animal na TV. A maneira como eles vivem, a maneira como eles caçam. Eles possuem muitas estratégias, vocês sabiam?
Com Joel e sua irreverência de volta ao banco de reservas, o Vasco encara a Portuguesa nesta terça, às 21h50 (de Brasília), no Canindé, pela 28ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Com 48 pontos, o Cruz-Maltino ocupa a terceira posição da Série B. A Portuguesa é a penúltima colocada com apenas 21 pontos.

Refeito do susto, Muricy garante que vai até o fim do contrato com Tricolor

Treinador volta a trabalhar no CT após 10 dias afastado por causa de uma arritmia cardíaca. Por orientação médica, ele vai diminuir ritmo, mas não pensa em parar

Por São Paulo
 
Assustado no início, aliviado com o resultado dos exames e com a certeza de que vai continuar normalmente a carreira de treinador no São Paulo pelo menos até o final de 2015, quando vence o seu contrato. Esse é Muricy Ramalho que, após ficar 10 dias afastado por causa de uma arritmia cardíaca, sofrida no último dia 25, voltou a trabalhar com os jogadores na tarde desta segunda-feira, no CT da Barra Funda.  No início da tarde, ele concedeu entrevista à rádio "Jovem Pan", de São Paulo, e falou sobre os momentos difíceis que passou no hospital. Mais tarde, concedeu entrevista à São Paulo FC TV (veja vídeo acima).
O treinador foi enfático: vai até o fim do seu contrato com o Tricolor. Até lá, ele se tornará o treinador que mais vezes comandou a equipe do Morumbi.
- Como foram feitos todos os exames e nada foi descoberto, vou continuar minha carreira normalmente. Se tivesse acusado algo, teria pensado em parar. Tenho contrato até o fim de 2015, e os exames mostraram que estou bem, mas vou ter de diminuir a intensidade das coisas. Mas vou até o fim no São Paulo - disse o técnico, que voltará ao banco de reservas na partida de quarta-feira, contra o Atlético-PR, pelo Campeonato Brasileiro.
Veja abaixo os outros tópicos da entrevista do treinador:
SUSTO - Realmente foi um susto. Eu nunca tive problema cardíaco. O que mais me deixa preocupado é que quando você chega ao hospital para fazer exame e começa a te colocar um monte de coisa. Não acharam nada. O motivo desse mal-estar foi o estresse. Trabalho muito duro, ainda mais nessa fase de domingo a domingo, não tem descanso, pressão enorme. Estou melhorando, fazendo exercícios, tomando remédios que os médicos pediram.
Teve técnico na Inglaterra (Arsène Wenger) que completou 18 anos no Arsenal, e, mesmo ganhando poucos títulos, está lá, com seu terninho e seu cabelo impecável. Aqui, ganhou é tudo festa, perdeu você não presta."
Muricy Ramalho
COMO APARECEU O PROBLEMA
- Estava em casa pela manhã, tinha treino à tarde. Comecei a suar frio, ter tonturas e sentir o coração bater descompassado. Como nunca tive nada, não dei atenção e continuei a fazer minhas coisas. Almocei e fui embora para o CT. Nesse intervalo, o quadro não mudou. Quando cheguei, fiz o que tinha de fazer, defini lista de concentração, treinamentos, outras coisas, e o incômodo não passava. Conversei com o médico e, ele ao me examinar, falou que deveríamos ir rapidamente para o hospital.
POR QUE NÃO DEU ATENÇÃO EM CASA?
- A gente acha que é médico, né. Comentei com a minha esposa, e ela falou: vai para o hospital ver o que é isso. Na hora, achei que era apenas um mal-estar, algo que havia comido e que não tinha caído bem.
ASSUSTOU NO HOSPITAL?
- Demais. Não pensava que era tão grave. Fui levado a uma sala e começaram a me entubar. Oxigênio no nariz, remédio na veia, eletrodos para ver os batimentos. Sai médico, entra médico, conversa e volta. Eles fizeram várias reuniões do lado de fora do quarto. Depois, me falaram que tinha de ir para a UTI. Aí, fiquei muito assustado. Até porque se os batimentos não voltam ao normal em dois dias você toma um choque para que tudo volte ao normal. Graças a Deus, isso não foi preciso.
QUAL O DIAGNÓSTICO?Estresse. O que me deixou mais tranquilo é que fiz todos os exames possíveis e não foi encontrado nenhum problema no coração. Os médicos falaram que tenho de diminuir o ritmo. Esses dias em que fiquei no hospital serviram para pensar em um monte de coisas. Preciso diminuir. Eu me envolvo com tudo. Além do mais, ser técnico no Brasil não é fácil. Outro dia, teve técnico na Inglaterra (Arsène Wenger) que completou 18 anos no Arsenal, e, mesmo ganhando poucos títulos, está lá, com seu terninho e seu cabelo impecável. Aqui, ganhou é tudo festa, perdeu você não presta. Realmente, vou mudar algumas atitudes daqui para frente.
muricy ramalho são paulo treino (Foto: Marcelo Prado)Muricy conversa com elenco em sua volta aos trabalhos
(Foto: Marcelo Prado)
CHANCE DE ABREVIAR A CARREIRA?
- Não. Como foram feitos todos os exames e nada foi descoberto, vou continuar minha carreira normalmente. Se tivesse acusado algo, teria pensado em parar. Tenho contrato até o fim de 2015, e os exames mostraram que estou bem. Vou ter que diminuir a intensidade das coisas, mas vou até o fim no São Paulo.
FAMÍLIA PRESSIONA PARA APOSENTAR?
- Converso muito com minha esposa. Dessa vez, todo mundo ficou assustado em casa, já que era problema de coração. Mas minha esposa sabe o que eu penso e ela não fala que eu devo parar. Isso aqui é minha vida. Se parar, aí que vou ficar doente mesmo. Mas serviu para mudar algumas atitudes daqui para frente.
MILTON CRUZ E TATA FIZERAM BOM TRABALHO?
- Milton e Tata (auxiliares-técnicos) são pessoas especiais, da minha confiança, sabem o que eu penso, deram segmento ao trabalho. Tiveram um problema contra o Fluminense, mas o importante é que nosso time se recuperou.

Herói em atentado, capitão doa 70% do fígado à mãe e sonha com 2016

Capitão da seleção de rúgbi do Afeganistão, Sayed Mustafa Sadat ganha o país após salvar homem durante atentado terrorista em Cabul, em setembro, e quer vir ao Rio

Por Rio de Janeiro
Sayed Mustafa Sadat Rugby ataque terrorista (Foto: AFP)Sayed Mustafa Sadat com a vítima do atentado terrorista no colo, em Cabul (Foto: AFP)
"A nossa religião diz que a pessoa que salva um homem não faz apenas isso, salva toda a humanidade". A frase é de Sayed Mustafa Sadat, 26 anos. Ele não é apenas mais um jovem afegão. Nascido em Cabul, capital do Afeganistão, país que vive há anos uma guerra civil sangrenta e sofre recorrentemente com atentados terroristas, ele é capitão da seleção de rúgbi nacional e, desde o início de setembro, é tratado como um herói, mas não apenas por sua performance em campo.
Sayed sonha levar seu país para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, na modalidade rúgbi "sevens", e entre um treino e outro, ganhou o respeito de seus compatriotas. Depois de um treino com o time em Cabul, ao deixar a atividade em seu carro, Sayed ouviu um grande estrondo e viu muita fumaça no ar. Em poucos minutos, viu pessoas correndo para todos os lados. Não precisou pensar muito para perceber que mais um atentado terrorista havia acontecido no Afeganistão. O capitão não pensou duas vezes. Deixou o carro ali mesmo e foi a pé até o "epicentro". Lá, encontrou um homem, que até hoje ele não conhece, se contorcendo de dor e muito ferido.
Sayed andou por vários quilômetros até encontrar um hospital em Cabul (Foto: AFP)

O capitão pegou o homem no colo e buscou ajuda com outros carros próximos para levá-lo a um hospital. Sem respostas positivas, ele o fez sozinho. Carregou o ferido em seu colo por mais de 3km até o hospital mais próximo. Sem saber se a vítima sobreviveu, ele se dá por satisfeito por ter feito a sua parte.
- Quando o atentado aconteceu, eu estava no meu carro, dirigindo após o treino, e de repente vi que as pessoas estavam deixando a área, correndo, e eu não consegui ouvir mais nada. Vi essas pessoas todas correndo para o sentido contrário e fui em direção ao atentado ajudar as vítimas. Vi um homem ferido debaixo de um veículo e então o peguei nos meus braços e tentei levá-lo até um carro. Ninguém ajudou, então o levei assim mesmo - explicou Sayed, em entrevista por e-mail ao GloboEsporte.com.
Sayed em ação pela seleção do Afeganistão (Foto: Reprodução/Facebook)Sayed em ação pela seleção do Afeganistão (Foto: Reprodução/Facebook)
Ele espera ter dado o exemplo não apenas para seus companheiros de time, mas também para o povo do seu país.
- A minha religião diz que o homem que salva uma pessoa não faz apenas isso, mas salva toda a humanidade. Quando vi os artigos com meu nome sobre tudo o que aconteceu fiquei muito feliz. Espero que isso possa mostrar para as pessoas que ainda existem outras pessoas boas no mundo - frisou Sayed.
Com o esporte ainda engatinhando em Cabul, o afegão sonha com as Olimpíadas de 2016, no Brasil, quando a modalidade será disputada com sete atletas de cada lado. Sayed sabe que o caminho é difícil, mas mostra otimismo, além de ter outras prioridades esportivas.
- Eu acho que vamos estar no Rio 2016, mas ainda não tenho certeza porque não estávamos nos Jogos Asiáticos deste ano na Coreia do Sul, por isso não estamos tão otimistas. Além disso, tenho o sonho de ver o nosso time jogando contra as seleções da União Europeia.
70% do fígado doados para a mãe
Sayed doou 70% do seu fígado para sua mãe (Foto: Arquivo Pessoal)Sayed doou 70% do seu fígado para sua mãe (Foto: Arquivo Pessoal)
O ato heroico de Sayed mexeu com as emoções no Afeganistão, que vive em guerra desde 2001, quando começou a sofrer bombardeios dos Estados Unidos após os atentados terroristas de 11 de setembro do mesmo ano. Desde então, 13 mil pessoas morreram e uma força americana de quase 10 mil soldados ajuda no controle do país, tentando manter a ordem. Há três anos, porém, ele teve outro ato de solidariedade e amor ao próximo, dentro da própria família.
Com a mãe doente, Sayed doou 70% do seu fígado para ela. A cirurgia, chamada de transplante hepático intervivos, com 17 horas de duração, aconteceu em fevereiro de 2013, em Nova Deli, na Índia. Hoje, a mãe de Sayed está viva e saudável e ele segue jogando rúgbi com apenas 30% do seu fígado.

- Fico feliz e satisfeito de ver minha mãe saudável e ao lado dos seus irmãos. Sinto-me orgulhoso do que fiz e por ser um exemplo de como salvar uma mãe. A operação era arriscada, mas a decisão foi fácil. Eu me ofereci para se o doador e estava pronto para sacrificar minha vida por ela. Eu me considero um sortudo por ser capaz de salvar a vida da minha mãe - finalizou.
Cirurgia manteve a mãe de Sayed viva e saudável até hoje (Foto: Arquivo Pessoal)

Ironia: Fla parou de vencer porque time melhorou, explica Luxemburgo

Técnico diz que, com evolução da equipe, jogadores acabaram diminuindo
a atenção na marcação. Já são cinco partidas sem vitórias no Brasileiro

Por São Paulo
O Flamengo vive uma sequência negativa de uma vitória nas últimas oito partidas no Campeonato Brasileiro. Mas, antes disso, disso vinha de cinco triunfos consecutivos, quando chegou a ocupar a nona posição da competição. Para o técnico rubro-negro, Vanderlei Luxemburgo, a explicação é irônica: depois que a equipe melhorou, os resultados negativos começaram a aparecer. O treinador disse que o time está mais forte e, com isso, acabou relaxando na marcação.
- É inerente ao jogador de futebol. Você monta uma equipe e cria uma identidade. Essa equipe começou a sofrer e ganhar. O time duplicava, triplicava a marcação, marcava muito forte, o adversário sofria para chegar ao meu gol. Ganhava em uma bola parada, em uma escapada de um jogador. O time começou a crescer. Isso é inerente. Começamos a avançar tecnicamente e perdemos a nossa principal característica, de dobrar a marcação, de sofrer. Eu disse para os jogadores, tinha que melhorar tecnicamente e manter o poder de marcação, de dobrar a marcação, seria um avanço. Mas nós perdemos um pouco dessa característica. É normal - disse Luxemburgo.
Vanderlei Luxemburgo Flamengo Bem, Amigos (Foto: David Abramvezt)Vanderlei Luxemburgo, técnico do Flamengo, diz
que meta é fugir do Z-4 (Foto: David Abramvezt)
Quando o técnico chegou ao Flamengo, em julho, a equipe rubro-negra tinha acabado de ser goleada pelo Internacional por 4 a 0 e ocupava a lanterna da competição. Vanderlei conta que, naquele momento, teve uma conversa séria com os jogadores e ainda conseguiu ter o apoio dos torcedores, apesar do momento ruim.
- Eu tentei envolver o clube, fazer o torcedor entender o que nós queríamos e aceitar (...) O Flamengo estava na confusão e precisava criar uma identidade dos jogadores com os torcedores. Eu disse para os jogadores: "Se vocês fossem a melhor equipe tecnicamente, jogassem de igual para igual com as melhores de ponta, eu não estaria aqui, o Ney (Franco) e o Jayme (de Almeida) não teriam ido embora. Aconteceram algumas coisas". Então, armei o time taticamente e fiz os jogadores entenderem que tinham que sofrer para ganhar. Hoje eu tenho 60% de posse de bola, mas não tenho a agressividade para definir.
Ainda na 13ª posição, quatro pontos acima da zona de rebaixamento, o Flamengo ainda corre risco, na opinião de Luxemburgo. Para o treinador, este ano fugir da degola é a principal meta do Rubro-Negro. No entanto, acredita em um ano melhor em 2015.
- É importante o dirigente chegar, o técnico chegar e falar: esse ano do Flamengo não é para ganhar título. É para sair da zona da confusão e se replanejar para o ano que vem. Você tem que ter o entendimento para a torcida vir junto. Se eu, como técnico, tentar fazer uma coisa maior que o elenco permite, vou criar problema. Eu quero que o Flamengo abrace este este elenco. O torcedor está vindo e está tendo paciência. O time está taticamente muito bem arrumado, sabe o que faz dentro de campo e está passando uma vontade muito grande de fazer alguma coisa. Isso o torcedor entende. O que o torcedor não entendia era o Flamengo na zona da confusão e não correr. Infelizmente, nesta temproada o Flamengo tem que sair da confusão. Ano que vem é uma outra história.
O Flamengo terá uma chance de voltar a vencer, diante do Figueirense, na próxima quarta-feira, no Orlando Scarpelli, às 22h (de Brasília).

Surpreso, Rômulo prega "vontade e coração" para se firmar na Seleção

Volante do Spartak afirma que convocação veio antes do esperado e acredita que diferencial para ocupar "cadeira vazia" de Fernandinho é ser "aguerrido" como Dunga

Por Rio de Janeiro
Rômulo seleção brasileira (Foto: Divulgação/CBF)Rômulo volta à Seleção depois de dois anos
(Foto: Divulgação/CBF)
Para explicar a ausência de Hulk em sua última convocação, Dunga usou uma analogia em que se alguém levanta, outra pessoa senta na cadeira. Na seleção brasileira, o assento vago mais recentemente foi o de Fernandinho, cortado no último domingo por lesão e substituído por Rômulo, do Spartak Moscou. Buscando emplacar uma temporada completa na Rússia depois de duas graves lesões consecutivas, o volante não esconde que ficou surpreso ao receber, deitado no sofá da sala de sua casa, uma ligação da CBF informando-o da convocação.
O momento de felicidade logo trouxe à tona planos futuros de estabelecimento como um dos jogadores que pode disputar a Copa do Mundo de 2018, justamente na Rússia. Ciente do processo de formação de um novo grupo, o ex-vascaíno acredita que ter "vontade e coração" como os do treinador para aproveitar uma possível oportunidade contra Argentina e Japão e acomodar-se em uma das cadeiras do time
- Infelizmente a chance veio com a lesão do Fernandinho, mas eu vou tentar dar o máximo para continuar. Uma oportunidade como essa não é sempre que aparece. Vou me empenhar no dia a dia para tentar mostrar meu trabalho. Acho que, acima de tudo, é preciso ter vontade e coração, pois as características dele quando jogava eram essas. E agora como treinador ele continua aguerrido - disse o volante, por telefone.
Rômulo em campo com a seleção olímpica, em 2012 (Foto: Divulgação/CBF)
Apesar de ver semelhança em sua entrega em campo à de Dunga, Rômulo sabe que seu estilo de jogo se diferencia, como exige o futebol atual. Na Rússia, diz que ganhou versatilidade: a marcação forte agora é associada também às chegadas mais constantes ao ataque, para construir jogadas e fazer gols. O brasileiro crê que o treinador da Seleção conhece sua forma de jogar e, por isso, abriu o espaço no elenco.
- Eu trabalhava com esse foco, de voltar à Seleção, mas realmente não esperava agora. Apareceu a oportunidade, e agora é trabalhar para agarrá-la. Estava planejando para essa temporada ainda, claro. Eu acho que ele conhece as minhas características, primeiro a de marcar, mas também de chegar ao ataque. Acho que ele conhece bem todos os jogadores que chama. Vou tentar dar o meu melhor.
Após participar de toda a pré-temporada do Spartak sem problemas, Rômulo sofreu uma lesão na coxa esquerda em agosto que o deixou parado por cerca de um mês. De volta aos campos no último dia 20, já foi titular nas duas últimas partidas do time de Moscou e garante estar plenamente recuperado e sem problemas de ritmo de jogo.
Volante está na Rússia desde 2012 (Foto: Divulgação)
Chamado pela última vez em setembro de 2012, antes de sofrer grave lesão no joelho, o jogador de 24 anos fez 15 partidas com a camisa amarelinha - oito com a Seleção principal e outras sete com a olímpica. E tem um adversário que marcou sua passagem pelo time nacional: a Argentina, justamente o primeiro rival brasileiro em seu retorno. A primeira convocação de Rômulo ocorreu em setembro de 2011, para um Superclássico, enquanto seu primeiro gol saiu diante dos hermanos, em amistoso em junho do ano seguinte.
- Argentina traz lembranças, mas nem todas boas. Fui convocado para o Superclássico em 2011 e fiz o gol em 2012, mas nós perdemos esse jogo. Mas se botar na balança, até que não está ruim - brincou.
Rômulo se apresenta à seleção brasileira na madrugada de quarta-feira (horário do Brasil), para iniciar os treinamentos sob o comando de Dunga. A Seleção enfrenta a Argentina, no Superclássico das Américas, no próximo sábado, em Pequim, e duela contra o Japão três dias depois, em amistoso em Cingapura.

Palmeiras testa iluminação "padrão Fifa" em sua Arena; veja vídeo e fotos

Estádio reformado do Verdão tem equipamento mais moderno do que alguns estádios da Europa, além de sistema contra apagão

Por São Paulo
A Arena Palmeiras passou por um teste de iluminação na noite desta segunda-feira. Os 276 refletores de dois mil watts do novo estádio foram ligados para mostrar o tempo que levam para estar em pleno funcionamento (de 10 a 15 minutos) e o efeito causados no momento em que são acesos. De acordo com o gerente de projetos da empresa responsável pela iluminação, Rafael Biagioni, o equipamento usado na Arena é mais moderno do que o do San Siro (casa de Milan e Internazionale, da Itália) e da Allianz Arena (estádio do Bayern de Munique e do Munique 1860, da Alemanha).

O sistema foi instalado com base no padrão da Fifa, no qual todos os jogadores são iluminados de forma igual. Apesar de finalizados, os refletores ainda precisam ser direcionados da forma correta, processo que levará mais uma semana para ser realizado.

- Os requisitos usados aqui são os do padrão Fifa, que a cada Copa se eleva. Hoje, o padrão se baseia em transmissão televisiva HD. A iluminância vertical é o que garante que os jogadores sejam visualizados de forma perfeita e igual: todas as camisas e o desempenho deles. Todos os outros quesitos de uniformidade e iluminância horizontal seguem o padrão da Fifa - disse Rafael Sanches, arquiteto do departamento de projetos e soluções da Osram, empresa responsável pela iluminação.

Segundo Rafael Biagioni, a Arena Palmeiras também está equipada com estabilizadores que evitam um eventual apagão. A informação foi confirmada pela WTorre, responsável pela obra.
Arena Palmeiras recebeu teste de iluminação nesta segunda-feira (Foto: Marcelo Hazan)


- Há métodos para evitar que um apagão aconteça. O "no break" (estabilizador) acumula a energia e, quando há a queda, mantém os refletores ligados mesmo sem a alimentação de energia. Quem está assistindo ao jogo não percebe que houve (um apagão). Não teria problema - afirmou Biagioni.

O primeiro evento-teste realizado na Arena foi em dia 27 de setembro, com a exibição de um filme sobre o título do Verdão do Paulista de 1993.

Perto de ser concluída, a Arena Palmeiras tem data de inauguração. Segundo o presidente do clube, Paulo Nobre, será no confronto entre Verdão e Atlético-MG, no dia 9 de novembro, válido pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro - essa foi a data informada pela WTorre.

A ideia é que o estádio seja utilizado com públicos de diferentes portes antes de ser totalmente liberado para partidas do time e grandes shows. Além do duelo contra o Galo, o complexo deve receber a apresentação do cantor Paul McCartney, no dia 26 de novembro.
Refletores da Arena Palmeiras foram testados pela primeira vez nesta segunda-feira (Foto: Marcelo Hazan)
Jogo de inauguração do novo estádio deve ser contra o Atlético-MG, dia 9 de novembro (Foto: Marcelo Hazan)
De acordo com responsáveis pelos refletores, todos os jogadores serão iluminados igualmente (Foto: Marcelo Hazan)