quinta-feira, 11 de abril de 2013

Mata fechada está à espera de obras para os CT's de Botafogo e Vasco

Clubes terão condomínios de casa como seus vizinhos mais próximos. Terreno em Vargem Grande é cedido por 50 anos pela Prefeitura

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
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O local onde serão construídos os centros de treinamentos de Botafogo e Vasco ainda é apenas um terreno de mata bem fechada à espera das primeiras máquinas para o início das obras. Os vizinhos mais próximos são condomínios de casa, uma construção em andamento, um local de reciclagem de papel e um estúdio de TV.
terreno CT Vasco Botafogo Vargem Grande (Foto: André Durão / Globoesporte.com)Terreno ao fundo da construção é onde Bota e Vasco terão seus CT's (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Com a construção dos centro de treinamentos, Vargem Grande abrigará no futuro três dos quatro grandes clubes do Rio. O Flamengo já conta com o Ninho do Urubu, que também fica no bairro.
A Prefeitura do Rio cedeu os terrenos por 50 anos para Botafogo e Vasco. A publicação no Diário Oficial aconteceu no dia 2 de abril.
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info localização CT Vasco Botafogo (Foto: arte esporte)Veja a localização dos centros de treinamentos de Vasco e Botafogo (Foto: Arte Esporte)

Dinamite admite cortar parentes e garante: 'Não penso em rebaixamento'

Presidente prega novo modelo de gestão, despista sobre eleição de 2014 e diz que o clube vai sair da crise financeira: 'Quero o Vasco forte'

Por Diego Rodrigues e Raphael Zarko Rio de Janeiro
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Troféus. Pôsteres que lembram outro tempo. Pôsteres que lembram feitos recentes. Fotos de outro Roberto Dinamite - do artilheiro de cabelos revoltos e negros cujo chute demolidor construiu uma geração de vascaínos - dividem espaço com outras onde o Dinamite atual, de cabelos brancos e terno, está ao lado de políticos ou cartolas. Atrás da cadeira do presidente do Club de Regatas Vasco da Gama, passado e presente se misturam em vários Robertos. Mas, para a torcida cruz-maltina, o Roberto presidente não recebe um décimo do aplauso do Roberto jogador. Mas é ele, com ternos bem cortados e cabelos brancos, que tem a missão de tirar o Vasco de um dos momentos mais difíceis de sua história.
O presidente Dinamite recebeu o GLOBOESPORTE.COM em seu gabinete. Foram mais de duas horas de conversa. Dinamite desenhou com os dedos, mexeu com a caneta, mostrou o celular com reclamações de torcedores que descobriram seu número... falou de e-mails com cobranças que recebeu na Alerj e na presidência. E falou. Falou sobre o presente, o passado e sobre as difíceis últimas semanas - em que ouviu até pedidos de renúncia.
Roberto Dinamite Vasco (Foto: Diego Rodrigues) Dinamite gesticula durante a conversa em seu gabinete em São Januário (Foto: Diego Rodrigues)
Dinamite repetiu que o momento do Vasco é de profissionalização. Admitiu que pode demitir os parentes que contratou para trabalhar no clube: o cunhado, o genro e o sobrinho. O primeiro, Leonardo Marins - que, mesmo apoiado por Roberto, fracassou na tentativa de se eleger vereador no Rio em 2012, recebendo apenas 1.480 votos. O segundo, Gerson Junior - da empresa que faz todas as viagens do clube. E o terceiro, Vitor, que trabalha nas categorias de base.
Dinamite garantiu que não teme novo rebaixamento à Série B e lembrou com suspeição do comportamento de alguns jogadores durante a campanha que culminou na queda em 2008. Eleito com a promessa de ficar no máximo dois mandatos em São Januário, ele despistou sobre a possibilidade de concorrer ao terceiro triênio nas eleições de julho de 2014 e promete que dias melhores estão por chegar. Leia os principais trechos da entrevista:
GLOBOESPORTE.COM: O Vasco vive uma fase de reestruturação. Como o presidente analisa as dificuldades dentro e fora de campo?
As pessoas (vice-presidentes) pediram para sair. Algumas delas entregaram algumas cartas, documentos. Diziam o porquê, dizendo que as pessoas tinham perdido um pouco da autonomia. E acho que não. Acho que o processo tinha autonomia para trocar, mas ao mesmo tempo eu estava querendo participar mais, estar dentro"
Roberto Dinamite
Roberto Dinamite: Nosso time vai se reforçar. Agora, dentro de um critério. Às vezes, você contrata um jogador dentro de uma situação que você não vai pagar nada e tal, só simplesmente em cima do salário. É isso que temos que estar trabalhando aqui dentro, dia e noite, noite e dia. Dentro do estatuto, você tem vice-presidentes fazendo suas funções, mas eles não ficavam o dia a dia no clube. Hoje, o que nós estamos buscando é isso: você ter uma pessoa qualificada dentro do mercado que fique, não digo 24 horas, mas que viva o clube para que a gente possa estar resolvendo e buscando também coisas de interesse do clube. A diferença hoje com relação a alguns setores é essa. Que você tenha um vice-presidente na função, mas que você tenha também, delegue dentro de cada setor, autonomia para que essa pessoa dê resultado. Precisamos ter profissionais que possam ter a noção do que acontece, não uma vez por semana, duas ou três, mas no dia a dia do clube..
Como o clube funciona sem vice-presidentes? Hoje, estão vazios os cargos do jurídico, de finanças e do futebol, sendo que esta o senhor acumula.
O jurídico já vai ocupar a função...
O nome é do Roberto Duque Estrada mesmo?
Isso. Mas temos um diretor (Gustavo Pinheiro) que vai estar trabalhando aqui dentro dessa parte jurídica, que veio do Sul. Temos o Cristiano. Tem a parte administrativa.
Em 2012, houve uma debandada de vice-presidentes. Por que houve esses pedidos de saídas em sequência?
As pessoas pediram para sair. Algumas delas entregaram algumas cartas, documentos. Diziam o porquê, dizendo que as pessoas tinham perdido um pouco da autonomia. E acho que não. Acho que o processo tinha autonomia para trocar, mas ao mesmo tempo eu estava querendo participar mais, estar dentro. Não tenho nada pessoal contra as pessoas que estavam. Caminhamos juntos. Houve um comentário que eu estava querendo puxar para mim uma situação de voltar ao regime presidencialista, de centralizar. O que não é verdade. Se alguém falar aqui, qualquer um que saiu, se falar que eu centralizei, que não deleguei e não permiti dentro de cada setor que desenvolvesse com autonomia, e ao mesmo tempo competência, não vão estar sendo verdadeiros. Então, mais do que nunca, hoje qualquer coisa que aconteça, meu diretor executivo, que está hoje lá em cima, vai ter que me passar, para que eu dentro disso estar autorizando e concordando o que está sendo feito.
Roberto Dinamite Vasco (Foto: Diego Rodrigues)Sala de Dinamite tem quadro com o retrato do
presidente (Foto: Diego Rodrigues)
Muitos vice-presidentes falaram que essa sua diferença na gestão aconteceu em 2011, quando você ganhou a Copa do Brasil e foi reeleito. Citam o caso da renovação do Felipe, por exemplo. O que você tem a dizer?
Primeiro, todos os contratos que foram feitos com jogadores foram delegados a quem ficou à frente do futebol profissional, que era o Rodrigo Caetano junto com o Mandarino. O que pedi, é que, antes de as coisas acontecerem, eu tivesse ciência das coisas que iriam acontecer. Isso não quer dizer que estou centralizando.
Aconteceu de não te passarem algumas coisas e isso te incomodar por não ficar sabendo de tudo, coisas que deveriam passar por você?
De algumas coisas, eu tinha que ser informado. E aí você tem o caso do Diego Souza, que chegou aqui com uma proposta fechada do empresário do jogador, querendo sair, e que naquele momento entendia-se que a saída do Diego não seria boa. Tentei junto com os nossos diretores que estavam aqui buscar uma solução. O caso do Felipe, por exemplo. Ele era titular no time, foi fazer uma partida amistosa, um jogo de despedida onde ele jogava (Catar). E, quando ele retornou, colocou uma situação que teria uma proposta para voltar ao Catar e, entendemos que a participação dele naquele momento para o Vasco seria importante, e não foi uma decisão simplesmente do presidente. O Felipe teve um aumento de salário. Em razão disso, gerou talvez essa situação. Isso foi falado, foi conversado, achamos que era importante o jogador permanecer no Vasco. Se eu levar para o outro lado, não participei de negociação nenhuma de contrato de jogador nenhum. Lá tinha um diretor de futebol, um vice-presidente, e vieram vários jogadores. Em alguns acertamos, em outros erramos. O Mandarino tinha autonomia com relação a essas coisas. A única coisa que eu quis e que vou participar é com relação a isso, das contratações e das negociações. No final, quem assina é o presidente.
Como era o tipo de conversa na hora de contratar um jogador? Eles falavam quem seria contratado e o senhor só aprovava? Como era a negociação?
Num primeiro momento, o Rodrigo teve autonomia total para buscar jogadores. O Vasco vivia uma situação em 2008, quando tinha seis a sete jogadores e tinha que fazer um time. E em cima disso começamos a trabalhar. Vieram o Rodrigo e o Dorival. Na época, quem nos ajudou muito nesse processo foi o Carlos Leite. Antes, as coisas eram feitas diretamente com o Rodrigo Caetano e com o próprio Mandarino. Quando eu quis participar mais do processo, gerou esse mal-estar. Mas o Vasco é maior que isso..
Nós estávamos trabalhando com uma proposta de dois mandatos. Se vou ser candidato ou não, eu acredito que não. Agora, como fui candidato dentro de uma situação para unir os vascaínos, posso dizer para você que não tenho vaidade nenhuma, não estou projetando nada em uma próxima eleição"
O fato de você querer participar mais foi o que motivou a saída do Rodrigo?
Não posso falar pelo Rodrigo. Nós sentamos aqui e conversamos por cinco horas com relação à renovação. No primeiro momento, no primeiro contrato para o segundo, ele já teve uma proposta do Fluminense. Ele colocou isso na mesa. E o Vasco entendeu que seria importante ele continuar. E o Vasco fez um novo contrato. Ao término desse outro contrato, ele teve proposta de outros clubes e de novo do Fluminense. Mas, oficialmente, isso não foi falado como da primeira vez. Ficamos aqui discutindo cinco horas o que seria feito para o ano seguinte. Dentro disso, após quatro horas e pouco, o rapaz que trabalha comigo falou que estava dando na rádio que o Rodrigo estava saindo do Vasco. E ele estava aqui. Falei com ele: “Rodrigo, a rádio está dando que você está saindo do Vasco”. Isso depois de quatro horas de conversa de programação para o ano seguinte. Ele falou que não tinha nada disso e continuamos conversando. Meia hora depois, aí sim ele colocou que estava cansado, pelo jeito dele de trabalhar, muito intenso, ele iria dar um tempo. Não tivemos como nos posicionar como foi da vez anterior, que foi uma situação de negociação. Ali nós estávamos discutindo o calendário do ano seguinte. Com quase cinco horas, ele falou que estava cansado, e nós não pudemos fazer mais nada. Agora, dizer outra coisa, de não ter tido autonomia, acho que o Vasco nesse sentido com o Rodrigo foi maravilhoso. A decisão de sair foi dele. E o Vasco tem que continuar.
Quando você se candidatou, disse que queria ter dois mandatos. Há gente especulando sobre um terceiro mandato. Mas nunca ouvi você falar sobre isso.
E nem vai ouvir.
Você não vai ser candidato em 2014? 
Hoje, mais do que nunca, eu não posso pensar no Vasco em 2014. Eu tenho que pensar no Vasco hoje.
Mas você dizia, antes, que só queria dois mandatos.
Nós estávamos trabalhando com uma proposta de dois mandatos. Se vou ser candidato ou não, eu acredito que não. Agora, como fui candidato dentro de uma situação para unir os vascaínos, eu posso dizer para você que não tenho vaidade nenhuma, não estou projetando nada em uma próxima eleição. O que eu quero cumprir hoje é com as minhas obrigações como presidente, buscar o equilíbrio necessário. Por isso hoje deixei de lado essa coisa amadora. Amadora no sentido de agora ter na administração profissionais de quem você possa cobrar. Esse é o grande problema que o clube tem. As pessoas acham que não podem ser tocadas. Eu poderia ir numa visão que é o seguinte: tenho mandato até 2014. Poderia aumentar esse dívida. Mas hoje, mais do que nunca, entendo que temos que profissionalizar a nossa administração. Precisamos resgatar a credibilidade, não só com discurso, mas com atitude, competência, com cada setor fazendo o seu melhor.
vasco torcida protesto (Foto: Raphael Zarko)Torcedores fazem protesto antes do jogo contra
o Friburguense (Foto: Raphael Zarko)
Como equilibrar a parte profissional e a política?
O clube tem duas vertentes: uma que é mais profissional, e a outra mais política, mas o resultado político vem quando você faz uma boa administração, cumpre com as obrigações e os resultados vêm dentro do campo. Essa é a razão de uma administração de clube. E, para isso, você tem que ter, além dos vice-presidentes, pessoas preparadas para tocar a parte jurídica, a parte de pessoal do clube e a parte administrativa. Essas três forças precisam estar juntas com o restante das pessoas que estão no clube, que são importantes para que as decisões tomadas sejam as melhores para o Vasco. Então, não estou pensando em eleição, como nunca pensei em tentar outra eleição. O que fiz e quero fazer pelo Vasco é dar minha contribuição. E dar minha contribuição é com resultado dentro do campo? É. Sei que é importante o resultado dentro do campo. Mas sei também que só isso não basta, senão o clube daqui a pouco fica inviável. Com certeza as pessoas que estão se lançando candidatas vão encontrar um Vasco muito melhor do que eu encontrei. Nós conseguimos viver um novo momento do Vasco.
O grupo político de seu antecessor, Eurico Miranda, se movimenta para lançar um candidato nas eleições de 2014. Como é sua relação com ele atualmente?
A minha relação com ele é institucional. Tenho que estar numa reunião, ele está na reunião, eu tenho que falar. Se tiver que me dirigir a ele, vou me dirigir. Agora, necessariamente, no meu dia a dia, não existe nenhuma ligação, nenhuma relação. Aí, quando você cumprimenta dentro de uma reunião, você está dentro do processo. Quando vem um ministro (Dinamite refere-se à visita de Aldo Rebelo, ministro dos Esportes, a São Januário) que você está dentro de um processo, você cumprimenta, entendeu? E não simplesmente vira as costas, porque a instituição... Mas tem que ter limites. A única coisa que foge a isso é eu ser obrigado a estar tendo que me relacionar. Tendo a obrigação institucional, é uma coisa, agora eu, Roberto, ter que estar falando no dia a dia, encontrar e tal, eu não tenho. Mas não é com ele (Eurico Miranda), é com qualquer um. Sou uma pessoa assim, eu sei com quem tenho que conviver, mas não sei ser vaselina. Vaselina, fazer uma média com o cara, vou falar um negócio. Cara, não tem um, desses que saíram (vice-presidentes), que fale algum dia que destratei ou tirei deles a condição de autonomia e de fazer o que achavam em prol do clube.

Você é a voz contrária na venda do Dedé neste momento? Outra pergunta em cima disso: a venda dele é fundamental para dar um alívio aos cofres?
O que às vezes me deixa triste e chateado é que eu tenho a melhor das intenções. Mas melhor das intenções não adianta. Acredito nos profissionais que estão e acreditei nos que estavam"
Todo mundo fala do Dedé, diz que tem proposta do Dedé. O Dedé é importante para o Vasco? É para caramba. Aí vocês falam: vai vender o Dedé? Eu falei isso para o Diego Souza. Falei para o Rômulo, para o Fagner, vamos trabalhar para buscar uma situação. Já conversei com o Dedé. Entendo que o mercado apresenta uma situação e que hoje ele tem consciência de que o Vasco reconheceu o valor que ele tem, o valorizou financeiramente. Ele estava em um patamar e hoje está em uma situação de ser o jogador mais valorizado no clube. Agora o Dedé vai ser vendido ou não? Temos que analisar e ver da melhor maneira possível. Quando falo isso, não estou em cima do muro. Se o Vasco tiver condições de manter o Dedé e equilibrar as finanças, e com isso buscar parceiros, não se pensa duas vezes. Agora, pelo quadro que nós temos hoje, a permanência dele dentro do processo de tudo, ela não é tão simples. Ela fica quase que meio a meio. Não adianta ficar com o Dedé e não adianta simplesmente vender o Dedé. Temos que ter outras coisas.
Como o clube poderia solucionar a crise financeira sem vender o Dedé?
Há outras iniciativas que já foram e que estão sendo tomadas para que a gente possa viabilizar o clube. Temos outros caminhos, mas são coisas internas do clube que nós precisamos desamarrar, abrir para dizer que o Vasco pode hoje sair no mercado e buscar aquilo que lhe cabe como marca, como instituição. Um dos caminhos é viabilizar essas coisas das Certidões (Negativas de Débito), senão o clube não anda. Para que isso aconteça, temos que estar trabalhando, e estamos trabalhando. Sentamos recentemente para fazer acordo com Romário. E tivemos que fazer. Pagamos Euller, Donizete, Júnior Baiano, Viola. Coisas de 2000 ou 2001. Mas, se eu não pagar, o clube para. O que às vezes me deixa triste e chateado é que eu tenho a melhor das intenções. Mas melhor das intenções não adianta. Acredito nos profissionais que estão e acreditei nos que estavam.
E como encara o constante atraso de salários dos jogadores e funcionários?
Tu acha que eu gosto disso? C..., isso me deixa...  Não existe ninguém com mais vontade que eu em relação a isso. Por isso que a forma profissional de hoje é o caminho. Para que todos possam receber seus direitos em dia. Não adianta tapar as coisas. Para isso, estamos caminhando. Temos algumas situações financeiras e essa pendência do clube. Resolvendo isso, vamos ter a condição de cumprir com essas condições. Eu tenho que pagar. Quero pagar os funcionários, mas, se não tivesse nada lá de trás, seria tranquilo. Mas eu tenho responsabilidade com o clube. Esse é o caminho que vai ser a redenção do clube. Espero que aconteça nos próximos meses para que a gente possa estar equilibrando, começar a pagar melhor, não atrasar três meses.
O patrimônio do clube também enfrenta problemas, como a piscina de São Januário...
Avião Renuncie Dinamite Vasco praia faixa (Foto: Fabio Penna / Globoesporte.com)Renúncia de Dinamite já foi pedida em faixa
num avião na orla do Rio (Foto: Fabio Penna)

Esta semana vi um documento de um diretor questionando por que a piscina do Vasco não funciona. Tem o problema do vazamento. Temos que rever essa situação. A piscina do Vasco não funciona, você tem um número reduzido de pessoas, e você tem um custo mensal de mais de R$ 100 mil. E as pessoas questionam por que a piscina não funciona. Gostaríamos de poder solucionar, mas tudo sai de uma certa forma do futebol. Tudo que é modalidade passa pelo futebol. Eu não falei, mas tive que pagar ao Luiz Lima, que foi nadador, ele entrou com uma ação contra o clube. E a gente busca não colocar isso para fora, mas o Vasco pagou R$ 1,2 milhão para um nadador que passou pelo Vasco lá em 2000, 2001, sei lá. Mas teve que pagar, senão estava tudo sendo penhorado. Fizemos acordos, e pagamos.
Sabe quanto o clube já pagou de dívidas na sua gestão?
É coisa para caramba. Por isso que eu falo. Estou presidente, e é o Vasco que tem que pagar. Isso que as pessoas não entendem e te cobram uma situação: “O clube não tem dinheiro”. Tem. Só que o dinheiro, em parte, ou quase na totalidade, está comprometido em razão dessas coisas. Nesse sentido que eu quero colocar o seguinte: o Vasco é viável. As pessoas que gostam e respeitam o clube, que querem ajudar, que venham. Porque jogar pedra é fácil para cacete.
O senhor acha que faltou se posicionar de uma maneira mais firme em relação às situações do clube?
Por isso que coloquei aqui esses caras (aponta para o assessor) para ver se melhora (risos). Mas às vezes você fala. Até para vocês mesmo. Vocês fazem o dia a dia, mas o cara que tem uma coluna, ou o cara que alguém mandou alguma coisa para ele. O cara joga no ar. Você fala uma coisa e o cara... Tem gente de vocês também que não está nem aí. Esse negócio agora do estádio. Não tenho culpa se o Botafogo ou o Engenhão tem problema. Fui para a reunião, e o Botafogo, o Fluminense, não tinham onde jogar. Vamos ter que ver, jogar no Vasco. Ok, beleza, tudo certo. E Vasco x Botafogo, como fica? Aí o Maurício (Assumpção) se posicionou falando que só joga em São Januário com 50% (de torcida para cada lado). Porque no Engenhão havia um acordo de se jogar 50%, que para mim é ruim. Eu jogava duas vezes com o Botafogo no campo dele. E com Flamengo e Fluminense da mesma forma. Eu tenho um campo e meu campo não pode ser utilizado. Teve um problema mais sério de interditar o estádio e nos comprometemos com o negócio do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta). A parte do bombeiro, a parte hidráulica aqui embaixo. Outras coisas que se fazem necessárias. Exigência que se tinha era em relação a roletas, que tinha que botar roletas. O grande problema do estádio, que tem aquela divisão que representa 10%, o que se joga em todo o Brasileiro e na Europa. O que se tinha de acordo no Engenhão era uma situação excepcional. Por exemplo: Botafogo fala em 50%. Uma coisa que vocês sabem, mas outras pessoas não sabem, quem define o público é o Gepe. Se o Gepe fala: “Presidente, eu garanto 50% no estádio”. Ok. Não fui eu que vetei o jogo aqui. A polícia militar determinou que garante 90% (de torcida mandante) e 10% (de torcida visitante). Ficou a impressão de que o Vasco que vetou. O Mauricio falou que só joga com 50% porque foi campeão, a torcida está empolgada. Na final teve mais vascaíno que botafoguense. Mas não é ele que decide nem eu. Eu poderia ter falado: “Ok,  50%. Bota a polícia”. Aí a polícia fala: “Não garanto o jogo”.
Mas por que o Vasco vetou que o Botafogo enfrentasse clubes pequenos em São Januário?
Você tem que se posicionar. Nesse sentido eu acho que tinha que me posicionar. O Botafogo não pode jogar com o Vasco lá, por que jogar na quinta-feira lá? Me posicionei. Era uma coisa lógica, legal. O Botafogo poderia jogar lá. O Fluminense me pediu para jogar aqui dia 18 (contra o Caracas, pela Libertadores). O torcedor do Vasco é contra. O torcedor fala: “O Abel falou mal de São Januário”. Aí eu falo: "Vamos ver o futebol do Rio". Mas falam: “Não pode fazer isso, eles não podem jogar aqui. Vai jogar no Aterro e tal”. E não deixa de ser uma fonte de renda.
Estou até analisando essa coisa, sei que não tem influência nenhuma, mas isso gera uma situação de desgaste e já até conversei com o próprio Cristiano, dentro desse aspecto profissional, é uma das pautas que vamos estar debatendo, sobre parentes e tal. Se isso gera, de uma certa forma, resistência, gera o cara falar de uma situação ou outra ali, por que não (tirar)?"
Uma crítica constante ao senhor é a colocação de parentes no clube. Isso era muito criticado na época do Eurico e acabou se repetindo contigo.
Qual é a situação? O Leonardo (Marins, secretário do Vasco, que foi candidato a vereador e não se elegeu nas últimas eleições municipais) está aqui. Uma pessoa próxima a mim. Aqui na presidência tem que ter alguém que faça esse link. O clube hoje tem 630 funcionários. Tem o Leonardo (cunhado) aqui, o Vitor (sobrinho) no futebol da base, e tem o Gerson (genro) que, que... (presta serviço, diz o assessor). Dentro de uma relação de 600 funcionários, você tem três pessoas que têm uma relação de estar mais próximos, que trabalham para cacete, fazem um trabalho legal para o clube. As pessoas querem justificar, se poderia ter outra pessoa para fazer esse trabalho. Poderia. Poderia ter também dentro do financeiro, administrativo, pessoas que pudessem ter ligação direta. A tua direção, o jornal em que trabalha tem pessoas ligadas diretamente a ele. E nem por isso estão ali para fazer o que tem que ser feito para trabalhar em prol do clube. O Gerson tinha que ter alguém para fazer o trabalho. Ele ganha dinheiro? Ganha. O custo operacional dele é mais caro do que outras empresas? Não. Ele recebe em dia? Não. Ele faz um bom trabalho? Faz. No primeiro momento, quando entramos, que não tinha porcaria nenhuma, o dinheiro estava curto, ele colocou alguma coisa dele, porque no primeiro momento era muito mais fácil falar que não posso pagar do que simplesmente botar uma empresa aqui que no mês seguinte iria entrar com uma ação contra a gente. São coisas pequenas. Pequenas, que quero dizer...
Seus parentes vão continuar no clube?
Estou até analisando essa coisa, sei que não tem influência nenhuma, mas isso gera uma situação de desgaste e já até conversei com o próprio Cristiano, dentro desse aspecto profissional, é uma das pautas que vamos estar debatendo, sobre parentes e tal. Se isso gera, de uma certa forma, resistência, gera o cara falar de uma situação ou outra ali, por que não (tirar)? Vamos trabalhar ali. Mas é mais um ponto, não é porque vocês me perguntaram agora, mas estamos conversando sobre a possibilidade..
Muitas pessoas questionam você usar algumas situações do clube para ganhar voto. Como vê isso?
Depois que entrei no Vasco, a minha pior eleição em termos de votos foi essa (a última). Você vai explicar na prática como? Foi a eleição mais difícil para mim. Fui o 15º, 16º do partido de 17 eleitos. Outro dia, o cara falou que eu usei o negócio de Pinheiral. Quando você tem o mandato, pode encaminhar, fazer emendas, esse negócio todo. Tenho um trabalho em Pinheiral, de muito tempo. Em Volta Redonda, eu tenho lá uma escolinha do meu instituto. O cara que procurou de Pinheiral querendo abrir escolinha do Vasco, falei: “Não, não abre escolinha do Vasco”. Vai dar uma conotação que você está usando, sabe. Tenho escolinha em Volta Redonda, uma porção de lugares. Com meu nome, meu instituto. Um ou outro pede: “Você pode ir?”. Nem tenho ido a esses lugares. Não tem conotação política nenhuma. Ou que o Vasco foi para Pinheiral. Quando foi feita a negociação de ficar um período, o René gostou tanto que quis segurar os caras num contrato de três ou cinco anos, porque o local é muito bom para fazer pré-temporada. O Vasco tinha lá em São Paulo (Atibaia), o Fluminense foi lá, pagou antes e tirou. Hoje, quando faz isso, você faz pensando na frente e o cara acha você está fazendo alguma coisa. Até o político que ganhou lá é oposição..
Vasco pré-temporada Pinheiral  (Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)CT de Pinheiral, de aliado político de Dinamite,
despertou polêmica (Foto: Gustavo Rotstein)
Muitos questionam também o contrato do CT da base, em Itaguaí, que pertence ao empresário Pedrinho Vicençote...
O Vasco já utiliza o espaço do Pedrinho há dois anos mais ou menos, porque a gente não tinha campo para treinar. A gente tinha que sair, treinar na Marinha, aqui, ali. Às vezes nem ia treinar. E esse espaço, na época nem fui eu que consegui para treinar lá. O Vasco já estava treinando lá, não sei o quê. E não pagava p... nenhuma. Aí se buscou, foi lá, olhou ano passado, e vamos buscar isso aqui, porque tem um grupo de vascaínos que ajudam a gente nos momentos mais críticos, mais difíceis. É um grupo de vascaínos que não ganha p... nenhuma, mas que são vascaínos que querem ajudar. O doutor Olavo é um desses. O que eles fazem? Injetam alguma coisa nesse período e depois, quando o Vasco faz tipo um contrato de mútuo, o Vasco vai ressarcindo essas pessoas. Não são investidores, são vascaínos que não querem ter nada, não buscam negócio de jogador, entendeu? Esse grupo entendeu: por que não buscar esse espaço que já existe, que a gente pode ter esse espaço, principalmente para a base? Eles se colocaram dentro de uma situação de fazer um aporte, de repente faz uma proposta para comprar o espaço. E a gente compra o espaço para o Vasco e depois o Vasco vai ressarcir dentro da medida do possível.
Já comprou?
Não, não comprou.
A utilização do CT não está relacionada à sua ligação pessoal com o Pedrinho?
Por que o negócio do Pedrinho? Podem achar que é porque o Pedrinho jogou comigo. Não tenho relação nenhuma com nenhum empresário. Tanto que, um dos caras de que mais gosto dentro do processo, foi o cara que, quando o Vasco precisou, ele ajudou, foi o Carlos Leite. Ele é um empresário, mas, quando o Vasco precisou, ele ajudou o Vasco. Trouxe essas pessoas que eu falei, o Rodrigo (Caetano) e o Dorival (Junior). O Vasco pagando, claro. E buscou outros jogadores. Então, as pessoas confundem um pouco essa situação. Então não existe nada disso com relação a Pedrinho ou qualquer outro. Carlos Leite tem jogador, Reinaldo Pitta tem jogador. Todo mundo tem jogador dentro dos clubes. Qual jogador que botei, que no caso o Pedrinho trouxe? O jogador que o Pedrinho trouxe foi o Dakson. E não tenho por que não falar. Muitos dos jogadores que vieram para cá... É o que digo: acertamos em um e erramos em outros. Eu não lembro o caso do menino, lá atrás, desde o início, veio do Japão, um baixinho (Fernandinho, meia contratado em 2009). E ganhando muito bem. Entrou um, dois jogos, não fez p... nenhuma e tivemos também nesse período do próprio Rodrigo Caetano e Mandarino de contratações. Por exemplo, a gente ainda paga o meia que jogou com a gente aqui, disputou a Segunda Divisão. O Jéferson foi um. Tem outro, um canhotinho que estava no Ceará, depois foi para o ...
Não tenho relação nenhuma com nenhum empresário. Tanto que, um dos caras de que mais gosto dentro do processo, foi o cara que, quando o Vasco precisou, ele ajudou, foi o Carlos Leite. Ele é um empresário, mas, quando o Vasco precisou, ele ajudou o Vasco"
O Enrico?
É, o Enrico.
Ele foi reintegrado, estava treinando à parte.
Mas há quanto tempo esse cara estava aí? Há quanto tempo o Vasco não usava e pagava por esse jogador? São esses levantamentos, essas coisas que a gente está fazendo aqui dentro. Falar para você: nunca chegou alguém aqui me oferecendo jogador aos montes. A primeira coisa que falava era: “Procura o Rodrigo Caetano, conversa com ele lá no futebol”. O que gerou em parte essa situação, aí sim passa por isso. Quando eu comecei a perguntar quem era esse jogador, de onde veio, de uma certa forma incomodou e não sei por quê. Você acha que não posso perguntar? Quando digo nós, nós acertamos e erramos com muitos jogadores.
Você passou por um rebaixamento em 2008. Neste ano, o segundo turno do Vasco no Carioca foi muito ruim, você tem medo de ver aquele desespero novamente de não cair? Estou perguntando porque o time enfraqueceu muito e há risco de nova queda.
Não. Não penso nisso, porque acho que nosso time vai se reforçar. Nós vamos estar, dentro daquilo que nós podemos,  porque entendo que é fundamental também buscar o equilíbrio financeiro para o clube. Existe uma insatisfação. O ideal seria estar pagando tudo em dia. Uma cobrança de um lado, que acho que legal. E tem que ter uma cobrança do outro lado também, para que a gente busque o equilíbrio e o entendimento. Não é simplesmente falar: “O time está mal. O time é ruim. Temos que contratar de qualquer jeito”. Vamos buscar. Agora, dentro de um critério. Às vezes, você contrata um jogador dentro de uma situação que você não vai pagar nada e tal, só simplesmente em cima do salário. É isso que temos que estar trabalhando aqui dentro, dia e noite, noite e dia.
dinamite cristiano Koehler Paulo autuori vasco apresentação (Foto: Marcelo Sadio / Vasco.com.br)Dinamite com Autuori e o diretor Cristiano Koehler:
caras novas (Foto: Marcelo Sadio / Vasco.com.br)

Como foi viver aquele momento do rebaixamento? O senhor era um ídolo recém-chegado à presidência e convivia com aquela situação.
Era muito fácil. Era só chegar e falar: “A culpa é do outro (se refere a Eurico Miranda)”. Quando entrei, tinham não sei quantos jogadores, os caras não se dedicavam. Posso falar isso. Mas não é essa a solução. Eu não acredito, até que me provem o contrário, não acredito que jogador vai se permitir a uma situação que vá prejudicar o clube.
Tinha gente fazendo corpo mole para prejudicar?
Nessa hora falam tudo. Cada um fala uma coisa, mas eu não acredito. Sinceramente eu não posso acreditar e tal coisa. Até por ter sido atleta.
Porque seria prejudicial ao próprio jogador.
Prejudica todo mundo. Agora, que era esquisito, era. Mas acho que foi uma lição, por isso houve uma mudança dentro de uma situação que era muito crítica, difícil financeiramente. Conseguimos dar a volta por cima. O time voltou para a Primeira Divisão, conseguiu ser campeão. Prefiro falar mais nisso. Foi uma emoção fantástica, nunca vi, nem como jogador, a festa que a torcida fez na volta de Curitiba lá no aeroporto (depois do título da Copa do Brasil). Nunca vi, nem nos títulos de campeão brasileiro, qualquer coisa do Vasco, nunca vi. Buscamos esse trabalho fortalecendo a equipe, fazendo uma equipe competitiva. Trouxemos jogadores, o caso do Diego (Souza), que estava lá no Atlético-MG, não estava legal. Veio, fortaleceu. Jogadores que foram importantes no processo, como a vinda do Juninho, do Felipe e outros. E o Vasco tinha um time competitivo, forte. Acredito que, se tivesse essa programação, de futebol, parte financeira, diretor, nós teríamos hoje a base daquele time. E que hoje não estaríamos nessa situação. Mas aconteceu, saíram. Esses que estão aqui também podem estar saindo amanhã ou no fim do ano. Mas dentro de uma nova filosofia, de sentar e discutir. E aí você não vai ser pego de surpresa. A saída desses atletas que estavam aqui para nós foi muito ruim. Aí a situação foi só o presidente? Não. Todos nós.
Hoje também há muitos protestos da torcida. Vi na frente do estádio, em um bar, um adesivo com a frase “Renuncie, Dinamite”. Na rua tem muro pichado escrito “Fora, Dinamite!”. Como você vê essa mudança da sua imagem com a torcida? Machuca?
Eu sabia que iria encontrar uma situação em que seria vidraça. Quando o Vasco ganhou e voltou para a Primeira Divisão, não foi o presidente só. Foram os jogadores, os diretores, técnico, todo mundo. Claro que hoje dentro da visão que as pessoas têm de "O Roberto não é um administrador”. Mas o que é ser um bom administrador? É você ser mão de ferro? Não. Essa coisa da imagem é ruim para caramba. É desagradável, porque hoje eu tenho consciência de que os resultados que o Vasco teve nessas partidas, você buscar uma explicação e simplesmente falar que o presidente contratou errado, eu sei que não é isso. Quando o Vasco empata ou perde em uma situação ou outra, isso mexe. Não tem como não mexer. No jogo passado aqui, estava vendo um cara com cabelinho todo não sei o quê, escreve: “Fora, presidente. Renuncia, Roberto”. Você vai fazer o quê? Vai proibir o torcedor de entrar no estádio? Hoje, se fizer isso, está indo contra a história do clube. Sei que teve um rapaz que fazia o negócio de Mister M. O clube o ajudava. Trabalhou aqui. E foi ali para o protesto (no jogo contra o Friburguense, em São Januário). No último jogo, os torcedores ficaram de fora. Tem um grupinho. Mas isso faz parte. Você falou quando o Vasco caiu para a Segunda Divisão. No jogo em que o Vasco caiu aqui, a torcida teve o momento triste, mas ao mesmo tempo levantou para poder dar forças para que a gente pudesse sair daquele momento. Quero ganhar, ser campeão e ter o momento bom. Mas eu passo, o outro passa, o outro passa. A grande diferença de tudo isso é que fui jogador, ídolo do clube, e estou exposto dentro de uma situação.
Claro que o torcedor está p..., chateado. Eu também estou. Agora, eu tenho que respirar e buscar o caminho para sair disso.
E isso estamos fazendo"
Que tipo de cobrança o senhor costuma receber?
Sinceramente, já vivi até como jogador. Quando perdia o jogo e saía aqui, não é agredir, é xingar falar e tal. Tudo tem um limite. Acho que não posso ficar respondendo, falando. O cara manda um negócio e tenho que estar respondendo. Tenho que responder com as atitudes e buscando dentro do clube fazer o meu melhor e dar condições para que as coisas aconteçam. Claro que o torcedor está p..., chateado. Eu também estou. Agora, eu tenho que respirar e buscar o caminho para sair disso. E isso estamos fazendo.
O Olavo (Monteiro de Carvalho, empresário, presidente da Assembleia Geral e antigo personagem político no clube) foi a pessoa que mais te ajudou?
É o cara que mais ajuda diretamente. Acho que ele teve um gesto aqui comigo, eu falei isso para ele mais de uma vez. A atitude que ele teve comigo na eleição que nós perdemos aqui (na primeira vez em que Dinamite disputou a eleição, em 2003). Eram três horas da manhã para sair do Vasco, ele ficou comigo até três e pouca da manhã. O cara com mais de sessenta... Não posso falar muito que estou chegando lá (risos). O cara com setenta anos, realizado, com o nome dele, o prestígio... São esses gestos que representam e valem muito. Essa é a coisa diferente que eu vejo dentro do Vasco com relação a pessoas. O que entendo é que é uma troca que existe entre a gente. A pior coisa para mim é ter que pedir alguma coisa. Acho que você tem que agir, ter atitude. E atitude não é chegar aqui e dar esporro, xingar alguém. Atitude é você mostrar uma linha do que quer e buscar com determinação o que você quer. Tem muita gente aqui dentro que eu gosto, admiro, respeito. Independente disso, vou tratar todos como acho que deva ser tratado, que é tratar bem.
Voltando para a área administrativa: vocês pretendiam fazer a reforma do estatuto. Isso o senhor pretende deixar como legado?
Estamos tratando disso. Daquilo que poderia ser feito. Entra até o negócio de dois mandatos ou mais que já falamos. Hoje o estatuto diz que você pode se candidatar várias vezes. Essa era uma ideia de proposta lá atrás. Hoje estão sendo debatidos esses pontos para que a gente possa dar agilidade e viabilizar o clube para outros processos do tempo de hoje. O estatuto vem lá de trás. Há parcerias, essa coisa de empresas estarem dentro do processo, são alguns pontos que vão estar sendo debatidos e que já estão sendo debatidos em beneficio do Vasco.
Quais foram seus arrependimentos nesse período?
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O torcedor pode e tem o direito de expressar o sentimento. Tem a frase “O sentimento não pode parar”. Ele não pode parar nunca. Mas nós temos que prepará-lo para isso. E a forma de preparar é ter essa estrutura boa e um time não para uma temporada, mas preparado para ao longo dos anos ser forte e competitivo"
Não ter sido campeão brasileiro (em 2011). Acho que o Vasco merecia pela trajetória. Foi um detalhe. E, na vida, acho que você não pode viver de arrependimentos. Você tem que tirar lição do que foi feito de bom para melhorar e o que foi feito de ruim não se repetir. Eu quero, junto com esse trabalho que está sendo feito, fazer isso. Vamos trabalhar juntos, todo mundo. Vamos ganhar todos. E, quando perder, vamos perder todos.
O que o torcedor do Vasco pode esperar do futuro?
Quero regularizar a vida do Vasco, administrativa, financeira para poder projetar logo na frente algo para que o torcedor possa ter motivo de orgulho, que é ter um time competitivo, em condições de brigar e ser campeão. Que o torcedor do Vasco possa ter a certeza de que nós não vamos só sair desse momento, mas o que está sendo feito é de reestruturar, preparar o Vasco não só para este ano, não só para o meio do ano que vem, quando termina meu mandato, mas preparar para o Vasco digno, em condições de proporcionar ao torcedor o que ele espera. É isso que estou querendo e buscando, um Vasco forte administrativamente, forte internamente. E aí passa principalmente para não ficarmos pequenos no discurso, ou em algumas atitudes. O torcedor pode e tem o direito de expressar o sentimento. Tem a frase “O sentimento não pode parar”. Ele não pode parar nunca. Mas nós temos que prepará-lo para isso. E a forma de preparar é ter essa estrutura boa e um time não para uma temporada, mas preparado para ao longo dos anos ser forte e competitivo.

Curtinhas: Vitor Belfort mostra intensidade até em banheira de gelo

Yan Cabral mostra pinos na mão operada, Bibiano Fernandes disputa cinturão interino do One FC em maio, e Nate Diaz muda de empresário

Por SporTV.com Rio de Janeiro
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Vitor Belfort segue firme na preparação para o UFC no Combate 2 - Belfort x Rockhold, e sua preparação segue rendendo cliques interessantes. Nesta quarta-feira, o fotógrafo oficial da equipe Blackzilians, Ryan Loco, publicou em seu Twitter uma foto do lutador carioca na banheira de gelo, após uma sessão de treinos na academia da equipe, em Boca Ratón, Flórida. Chama atenção a intensidade do olhar de Belfort no retrato. Confira abaixo:
Vitor Belfort banheira de gelo (Foto: Reprodução/Twitter)Vitor Belfort posa na banheira de gelo (Foto: Reprodução/Twitter)
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Bibiano Fernandes disputa título interino
O peso-galo brasileiro Bibiano Fernandes vai disputar o cinturão interino da categoria no One FC. O campeão do GP do Dream, o manauara vai enfrentar o japonês Koetsu Okazaki no evento do próximo dia 31 de maio, em Manila, nas Filipinas. Quem vencer ficará com o título interino, enquanto o campeão linear dos pesos-galos, Kim Soo-Chul, se recupera de uma lesão no ombro. Bibiano, apelidado de "The Flash", tem 13 vitórias e três derrotas no cartel e vem de cinco triunfos consecutivos.
Seis pinos para Yan Cabral
Eliminado do TUF Brasil 2 por conta de uma fratura na mão direita, Yan Cabral postou no Facebook, nesta quarta-feira, um raio-x do local. Nota-se que foram colocados seis pinos no osso fraturado. Ele, que venceu Rony Silva nas eliminatórias e David Vieira nas oitavas do programa, aguarda uma chance no UFC e se acha merecedor dela, como disse em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.
MMA Yan Cabral chapa pinos na mão (Foto: Reprodução / Facebook)A radiografia da mão de Yan Cabral mostra os seis pinos (Foto: Reprodução / Facebook)
Nate Diaz com novo empresário
O peso-leve Nate Diaz anunciou nesta quarta-feira que vai trocar de empresário. De acordo com o programa de TV "UFC Tonight", Nate será o mais novo cliente de Mike Kogan, que agencia nomes como o ex-lutador brasileiro Royce Gracie, o peso-pesado do Ultimate Roy Nelson, e o ex-campeão dos meio-pesados do Strikeforce King Mo Lawal, agora no Bellator. No entanto, Diaz continuará treinando na Califórnia, ao lado de César Gracie - seu empresário e mentor durante muito tempo -, o irmão Nick, Gilbert Melendez e Jake Shields.

Ronda Rousey revela torcida por Miesha Tate contra Cat Zingano

Campeã do UFC aguarda duelo entre Tate e Zingano para saber quem será treinadora da equipe rival à sua no TUF 18 e ainda a próxima adversária

Por SporTV.com Rio de Janeiro
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Campeã peso-galo do UFC, Ronda Rousey tem preferência de adversária para ser treinadora da 18ª temporada do reality show "The Ultimate Fighter" e, na sequência, enfrentá-la no octógono. A loura revelou a torcida por Miesha Tate, de quem tirou o cinturão do Strikeforce, no duelo deste sábado contra Cat Zingano. Esta, por sua vez, também foi valorizada por Ronda:
- Acho que eu prefiro ser treinadora contra a Miesha, então estou meio que torcendo por ela. Mas ter duas lutadores invictas disputando o título - o que seria contra a Cat - é algo que imagino ser uma experiência sensacional também. Sou a campeã, estou aqui para lutar contra a melhor. Então, estou esperando pela melhor - disse ela ao programa de TV "UFC Tonight".
Miesha Tate e Ronda Rousey  se encaram durante pesagem do Strikeforce (Foto: Getty Images)Miesha Tate (E) e Ronda Rousey se estranham na pesagem do Strikeforce (Foto: Getty Images)
Ronda e Miesha se enfrentaram em março de 2012, e a primeira venceu, como sempre, com uma chave de braço no primeiro round. Na ocasião, as duas se provocaram bastante e criaram uma grande rivalidadem que dura até hoje.
O combate entre Miesha Tate e Cat Zingano será o antepenúltimo do "TUF 17 Finale", evento que será realizado na noite deste sábado, em Las Vegas, nos Estados Unidos. Quem vencer será treinadora da equipe rival à de Ronda Rousey no TUF 18, além de a próxima adversária da campeã. A luta principal da noite será Urijah Faber x Scott Jorgensen, e o coevento principal será a final da mais recente temporada do TUF americano, entre Uriah Hall e Kelvin Gastelum.
TUF 17 Finale
13 de abril de 2013, em Las Vegas (EUA)
CARD PRINCIPAL
Urijah Faber x Scott Jorgensen
Uriah Hall x Kelvin Gastelum
Miesha Tate x Cat Zingano
Travis Browne x Gabriel Napão
Bubba McDaniel x Gilbert Smith
Cole Miller x Bart Palaszewski
CARD PRELIMINAR
Josh Samman x Kevin Casey
Luke Barnatt x Collin Hart
Dylan Andrews x Jimmy Quinlan
Clint Hester x Bristol Marunde
Sam Sicillia x Maximo Blanco
Justin Lawrence x Daniel Pineda

Campeão do Strikeforce, Saffiedine estreia no UFC contra Robbie Lawler

Organização anuncia também outras duas lutas, incluindo retorno de Dave Herman após suspensão ao ser flagrado por uso de maconha no UFC Rio III

Por SporTV.com Rio de Janeiro
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Último lutador a conquistar um cinturão do Strikeforce, o belga Tarec Saffiedine tem estreia marcada no UFC. O campeão peso-meio-médio da finada companhia enfrentará o veterano americano Robbie Lawler, que também passou pelo Strikeforce, no evento de 27 de julho, em Seattle, EUA. O combate foi anunciado pela própria organização, no Twitter, nesta quinta-feira. O UFC ainda anunciou outras duas lutas: Danny Castillo x Bobby Green, no mesmo torneio, e Dave Herman x Shane Del Rosario, para o UFC 162, em 6 de julho.
Nate Marquardt x Tarec Saffiedine MMA (Foto: Esther Lin / Showtime)Tarec Saffiedine tem o braço erguido ao conquistar cinturão do Strikeforce (Foto: Esther Lin / Showtime)
Saffiedine conquistou o cinturão dos pesos-meio-médios do Strikeforce ao derrotar Nate Marquardt por decisão unânime no evento derradeiro da organização, em janeiro deste ano. Faixa-preta em Shihaishinkai, arte marcial que envolve golpes, quedas e jogo de chão, o belga tem 14 vitórias e três derrotas no cartel, e vem de quatro triunfos consecutivos.
Lawler, por sua vez, retornou ao UFC e ao peso-meio-médio em fevereiro, quando derrotou Josh Koscheck por nocaute no UFC 157. O veterano de 31 anos de idade e 12 anos de carreira no MMA tem um cartel de 20 vitórias, nove derrotas e um "No Contest" (luta sem resultado).
O confronto entre Bobby Green e Danny Castillo também põe frente a frente dois lutadores vindos de séries de vitórias. Green é outro veterano do Strikeforce que estreou no UFC em fevereiro e derrotou Jacob Volkmann, chegando à sua quinta vitória seguida e 20ª na carreira, contra cinco derrotas. Castillo tem quatro vitórias em suas últimas cinco lutas e bateu Paul Sass em fevereiro. Ele tem 15 triunfos e cinco derrotas na carreira.
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Com o anúncio de Saffiedine x Lawler e Green x Castillo, o UFC do dia 27 de julho tem agora quatro lutas. Anteriormente, a organização havia anunciado Melvin Guillard x Mac Danzig e Rory MacDonald x Jake Ellenberger.
Já Dave Herman fará sua primeira luta desde que foi suspenso ao ser flagrado no exame antidoping por uso de maconha, no UFC Rio III, em outubro passado. Recentemente, o americano passou por um novo exame de drogas e passou. O peso-pesado está em situação delicada, após três derrotas seguidas no Ultimate. No cartel, o americano tem 21 vitórias e cinco derrotas. Seu adversário, Shane Del Rosario, também vem de sequência negativa, com duas derrotas por nocaute no UFC. Antes disso, estava invicto em 11 lutas no MMA. O combate complementa o card do UFC 162, que tem como destaque a defesa de cinturão dos pesos-médios, de Anderson Silva, contra o americano Chris Weidman.
Para conferir a programação completa dos próximos eventos do UFC, clique aqui.

Jambo defende Minotauro: 'Werdum teria feito o mesmo por um amigo'

Alagoano admite que amizade com o mestre influenciou na escolha, diz que revanche foi coincidência e poupa Viscardi das críticas: 'Cara gente boa'

Por Ivan Raupp Rio de Janeiro
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Amigos há vários anos, Rodrigo Minotauro e Thiago Jambo foram alvos de críticas por conta do episódio do TUF Brasil 2 exibido no último domingo. Com a lesão de Neilson Gomes, o treinador do Time Nogueira conseguiu carta branca de Dana White para chamar de volta quem quisesse e optou por Jambo, que faz parte de sua equipe no Rio de Janeiro. Muita gente achou a escolha injusta com os demais atletas que perderam nas eliminatórias, exatamente pelo fato de a amizade ter influenciado. Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, o atleta alagoano defendeu seu mestre e disse que Fabricio Werdum, técnico do time rival e um dos que mais criticaram, teria feito o mesmo se fosse bastante amigo de algum lutador do programa:
- Muita gente está criticando o Minotauro por ele ter me trazido de volta. O Werdum o criticou. Mas a gente sabe que, se ele (Werdum) tivesse alguém na competição com o grau de amizade que tenho com o Minotauro, teria feito o mesmo. O Werdum ou qualquer outra pessoa. Não vou ser hipócrita com isso e dizer que a amizade não influenciou. Muita gente criticou o Minotauro, mas quem tivesse a oportunidade de fazer isso pelo amigo faria o mesmo.
Thiago Jambo TUF Brasil 2 (Foto: Divulgação/UFC)Thiago Jambo caminha até o octógono, com Minotauro e Luiz Dórea atrás (Foto: Divulgação/UFC)
Jambo afirmou que o fato de ter lutado novamente contra Viscardi Andrade, para quem havia perdido por decisão dos jurados nas eliminatórias, foi apenas uma coincidência. Ele acha que o adversário errou ao oferecer a vitória ironicamente para Minotauro, mas colocou panos quentes na confusão, disse que já superou a nova derrota, por nocaute técnico, e até o elogiou:
- O Viscardi levou muito para o pessoal. O Rodrigo não me colocou de volta para lutar contra ele. Isso foi coincidência, poderia ter sido contra outro cara. Pela coincidência, o Viscardi achou que o Rodrigo o estava desmerecendo, mas não teve nada a ver. Ele (Viscardi) mandou mal, mas não foi uma coisa assim para se sentir ofendido. Ele foi desaforado, mas não uma coisa que mereça que o cara fique remoendo. O Rodrigo entendeu, não tem por que alimentar isso. Se quero lutar contra o Viscardi de novo? Lógico, como contra qualquer um, mas não fico pensando nisso. Parabéns para ele, já era, vamos para a próxima. Passou, passou. Se pintar uma nova oportunidade, aceito sem dúvida. O Viscardi é um cara gente boa. Todo mundo erra.
O Viscardi levou muito para o pessoal. O Rodrigo não me
colocou de volta para lutar contra ele. Isso foi coincidência, poderia ter sido contra outro cara"
Thiago Jambo
O nocaute da segunda luta foi incontestável, diferentemente da decisão por pontos da primeira, uma vez que houve quem achasse que ir para o terceiro round seria o mais justo a se fazer.
- Acho que venci o primeiro round, e o segundo ele venceu. Teve um momento que o juiz contou como knockdown, mas não deveria, porque eu estava na base, o Viscardi trombou na minha perna e eu acabei caindo e depois tomando golpes. Pode ser que juiz tenha contado isso como um 10-8. Mas nem lembro muito em detalhes daquela luta. Todo mundo lá na hora, até quem não me conhecia, foi meio que unânime de que a luta merecia o terceiro round porque estava indefinida. Mas, sinceramente, ele entrou na casa, então não tem esse negócio de injustiçado. Se eu tivesse definido a luta, não teria essa polêmica. Na segunda, eu estava bem, mas ele teve o mérito dele, soube aproveitar o momento. É complicado a gente falar da própria luta, porque podem achar que é uma desculpa, que está desmerecendo a vitória do outro. O Viscardi soube aproveitar - declarou o atleta do Time Nogueira.
Thiago Jambo, por sinal, contou que estava depressivo antes de receber o convite para voltar ao TUF. Ele teve de perder 11kg em poucos dias para a revanche contra Viscardi:
- Eu estava em casa, na "deprê" (risos), comendo para caramba, quando recebi a ligação do Rodrigo e da produção do TUF. Isso foi à 1h da manhã, eu estava 11kg acima do peso. Tive que ir para São Paulo ao meio-dia e bater o peso para lutar. Nunca perdi tanto peso tão fácil, estava muito motivado e feliz com a oportunidade. O lance que o Viscardi falou de achar injustiça ter que bater o peso duas vezes... Ele optou por isso. Ele poderia dar a oportunidade para outro cara lutar. Achei meio injusto ele falar isso, usar como motivo para estar revoltado.
Viscardi Andrade Thiago Jambo MMA TUF Brasil 2 (Foto: Divulgação/UFC)Viscardi acerta golpe de esquerda em Jambo durante as oitavas de final (Foto: Divulgação / UFC)
Mais do que amigo, Minotauro é um ídolo para Jambo. O peso-pesado já ajudou o alagoano em vários momentos de dificuldade. A gratidão é enorme, assim como a parceria.
- A gente se conheceu nos EUA, na American Top Team (ATT), acho que em 2004. Treinamos juntos e ficamos amigos. Sempre fui muito fã dele, ao ponto de ficar reprisando os vídeos de lutas do cara. Quando voltei para o Brasil, fui treinar na Brazilian Top Team (BTT), e na época ele estava saindo da equipe para montar o próprio time. Prontamente falei que queria fazer parte do time dele. Passei por algumas difculdades no Rio de Janeiro, sou de Maceió, e ele sempre me ajudou. Não tinha grana para comer, e ele estava sempre me apoiando. E, como mestre, me deu a faixa-preta de jiu-jítsu. Somos amigos, ele é meu irmão mais velho, um cara que me ajudou em momento difíceis e tem um coração enorme. Muita gente é fã dele como lutador, e se conhecer o coração dele vai ficar ainda mais fã - elogiou.

Georges St-Pierre admite que pode ter lutado com Nick Diaz acima do peso

Canadense diz, em entrevista, que foi surpreeendido com 'arredondamento' e não sabe como a Comissão Atlética de Quebec permitiu a luta acontecesse

Por SporTV.com Rio de Janeiro
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UFC 158 Georges St-Pierre e Nick Diaz - Agência AP (Foto: Agência AP)Georges St-Pierre venceu Nick Diaz por decisão
unânime dos juízes no UFC 158 (Foto: Agência AP)
O canadense Georges St-Pierre, campeão dos meio-médios do UFC, admitiu, nesta quinta-feira, durante a entrevista de lançamento da sua autobiografia "The way of the fight" que pode ter lutado contra o americano Nick Diaz acima do limite de 77kg da categoria. Pelas regras do UFC, nas disputas válidas por um cinturão, não existe a tolerância de uma libra, ou 0,454 kg. Ou seja, os lutadores precisam estar no máximo no limite de peso estipulado, ou a luta não é autorizada. A declaração do campeão dá força aos argumentos de Nick Diaz, que afirmou, há algumas semanas, que havia sido informado pelos comissários canadenses momentos antes da luta contra St-Pierre que em Quebec despreza-se os decimais na aferição do peso. Com isso, se um atleta pesasse 77,9kg, por exemplo, o peso seria considerado 77kg, e o lutador estaria apto a lutar.
- Os comissários vieram até nós e disseram que iriam arredondar para menos os pesos, e que desprezariam os decimais que ultrapassassem os 77kg. Eu fiquei tão surpreso quanto Nick Diaz. O objetivo é estar o mais próximo possível de 77kg. Quanto mais perto, melhor psicologicamente para o atleta. Eu não tenho certeza de quanto estava pesando no momento da pesagem, mas acredito que fosse algo em torno de 77,29kg - disse o campeão, em nota publicada pelo jornal canadense "La Presse".
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De acordo com o que foi dito momentos antes da pesagem, a Comissão Atlética de Quebec arredondou o peso para baixo, anunciando que St-Pierre estava com 77kg, liberando-o para enfrentar Diaz. O UFC ainda não se pronunciou a respeito, mas é pouco provável que o resultado da luta seja alterado, já que não existe como comprovar se algum dos lutadores estivesse com o peso diferente do que foi divulgado.
Para conferir a programação completa dos próximos eventos do UFC, clique aqui.

Alonso ironiza vantagem de Massa: 'Desde a Austrália que não durmo'

Em desvantagem na pontuação, bicampeão mundial elogia o brasileiro e
provoca RBR ao dizer que ordens de equipe devem ser cumpridas na F-1

Por GLOBOESPORTE.COM Xangai, China
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Alonso Massa evento China (Foto: Reuters)Na China, Fernando Alonso não está preocupado
com a vantagem de Felipe Massa (Foto: Reuters)
Após ser superado por Felipe Massa em quatro treinos classificatórios consecutivos, Fernando Alonso chegou à China neste fim de semana atrás do companheiro também na classificação do Mundial. Em duas corridas disputadas em 2013, Felipe pontuou em ambas, ao passo que o espanhol alternou um segundo lugar na Austrália com um abandono infantil na Malásia, ao perder a chance de entrar nos boxes para consertar uma asa dianteira quebrada. Alonso perdeu o controle de sua Ferrari poucos segundos depois, quando o artefato aerodinâmico se soltou. Questionado se estava preocupado com a chance de ser superado mais uma vez pelo brasileiro, o piloto foi irônico.
- Muito estressado, a verdade é que não durmo desde a Austrália. Meu cabelo cai... Um drama total – disse o espanhol.
Sarcasmos à parte, Alonso minimizou seu desempenho abaixo da média nas duas provas iniciais de 2013. E criticou, à sua maneira, a atenção que está sendo dada a Massa nas últimas provas, já que o brasileiro tem andado constantemente à sua frente e deu sinais de que poderia até conquistar um pódio na abertura da temporada, nao fosse a demora da Ferrari em chamá-lo para trocar os pneus. O espanhol tornou a apelar para a ironia ao dizer o que pretende fazer para superá-lo.


- Depois de 200 corridas, é incrível ver que agora todos dão muita importância aos tempos de volta. Isso me deixa feliz, porque, quando eu chegar à frente de meu companheiro, haverá um retorno estratosférico. Terei que entrar em transe e reaver a “magia”. Espero conseguir fazer isso aqui ou no resto do ano. Vamos ver – respondeu, cheio de graça.
fernando alonso ferrari gp da Malásia (Foto: Agência Reuters)Abandono na Malásia custou pontos importantes ao espanhol no Mundial (Foto: Agência Reuters)
Falando seriamente, o espanhol tratou de elogiar Massa, mas o fez de maneira bastante contida.
- Acho que ele está fazendo um trabalho fantástico. Felipe está pilotando 100% - resumiu, antes de dizer que seu objetivo para a corrida deste domingo é conquistar um pódio, e que sua expectativa é que a Ferrari possa fazer isso com os dois carros.
Pimenta na rivalidade dos outros
As confusões internas na rival RBR também foram citadas em uma das respostas do bicampeão mundial aos jornalistas em Xangai. Adepto do jogo de equipe, Alonso foi taxativo sobre a crise provocada pela desobediência de Sebastian Vettel, que ultrapassou o companheiro Mark Webber após os dois pilotos terem recebebido a orientação do time de que deveriam manter suas posições na pista.
Mark Webber Sebastian Vettel RBR pódio GP Malásia Fórmula 1 2013 (Foto: Agência EFE)Constrangimento entre Mark Webber e Sebastian Vettel no pódio do GP da Malásia (Foto: Agência EFE)
- Não me lembro de uma situação em que tivemos que segurar posições. Como eu reagiria se isso acontecesse comigo? Acho que manteria a posição. No fim das contas, você é pago pela sua equipe, e tem que fazer o que eles ordenam. Nós todos trabalhamos em algo. Você não pode começar a pintar as paredes porque não é artista, mas sim jornalista. Casillas também não pode se achar um atacante, porque seu contrato é de goleiro. Todos temos obrigações e sabemos da necessidade de respeitá-las em todos os momentos – frisou o competidor.
03_Circuito_China (Foto: Infoesporte)03_Circuito_China (Foto: Infoesporte)

Galo-mascote do Ji-Paraná é comido por sucuri, e 'reserva' assume o posto

Substituto não dá a mesma sorte de Tissoka e, mesmo tímido, chega
a enganar a torcida na derrota para o América-RN pela Copa do Brasil

Por Hugo Crippa Ji-Paraná
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Tissoka, galo-mascote do Ji-Paraná é comido por sucuri e substituto não dá sorte (Foto: Hudson Pimentel)Substituto de Tissoka foi batizado como Brasil Afora
(Foto: Hudson Pimentel)
A noite de quarta-feira foi muito aguardada pela torcida do Ji-Paraná. Afinal, seria a nona vez que o time jogaria pela Copa do Brasil e a primeira em casa, no Biancão. No entanto, nem tudo saiu como planejado. O time estreou na competição com derrota para o América-RN (1 a 0), mas pelo menos garantiu a realização do jogo de volta em Goianinha (RN).
No meio de tanta gente que lotou o Biancão, um 'torcedor' era especial. O mascote do time é presença garantida nos jogos e tem até lugar de honra no estádio. O galo-mascote Tissoka, que ficou conhecido no país pelo quadro Brasil Afora arrancou aplausos quando chegou no colo do dono Marambaia, depois de anunciado pelo locutor do estádio. (conheça a história do Tissoka)
- Galera... o Tissoka chegou! - bradou com voz forte o locutor.
E foi aquela festa. Mas ninguém imaginava que esse galo, na verdade, era um 'reserva'. O bicho estava tímido e com o olhar assustado. Nem de longe lembrava aquele Tissoka que até cantava quando o time fazia gol. Mas tinha uma explicação. O mascote verdadeiro morreu há uma semana e Marambaia foi surpreendido com a notícia no dia do jogo.

- Eu fui na chácara da minha irmã onde ele (Tissoka) estava e para minha surpresa o meu sobrinho disse: "Tio, o Tissoka já era!". Ele me disse que uma sucuri comeu o galo e um pato que eu comprei. O jeito foi improvisar com um reserva.
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Tissoka, galo-mascote do Ji-Paraná é comido por sucuri e substituto não dá sorte (Foto: Hudson Pimentel)Tissoka, galo-mascote do Ji-Paraná é comido por sucuri e substituto não dá sorte (Foto: Hudson Pimentel)
Marambaia  pegou o primeiro garnizé branco que tinha e pintou de azul-celeste (cor do time). Inspirado nos nomes e comovido pela história, ele não pensou duas vezes em batizá-lo de Brasil Afora, em homenagem à história do galo que ficou conhecido nacionalmente através da série Brasil Afora, do GLOBOESPORTE.COM, após dar sorte ao time no título Estadual de 2012.

- Pintei rapidinho antes de vir pro jogo, usei um secador nele e ficou tudo beleza - explica.
Tissoka, galo-mascote do Ji-Paraná é comido por sucuri e substituto não dá sorte (Foto: Hudson Pimentel)Marambaia, dono do galo (Foto: Hugo Crippa)
Curiosamente, o galo não deu sorte na estreia do time na competição nacional. No entanto, o dono garante que ele ainda vai pegar ritmo. No dia 25 de abril o Ji-Paraná viaja para o Rio Grande do Norte para o jogo de volta em busca de um feito inédito, que é passar à segunda fase da competição. Mas dessa vez o mascote terá que torcer de longe e provar para o dono que pode assumir o posto.

- Ele é mais calminho, ainda não tive tempo de treiná-lo, mas com o passar do tempo ele vai aprendendo. Até terminar o campeonato Rondoniense ele vai estar afiado - garante

Dívida de R$ 750 milhões assusta Fla: 'É pagável, mas não no curto prazo'

Clube apresenta diagnóstico da auditoria que constatou rombo maior do que o esperado nas contas do clube

Por Fabio Leme e Richard Souza Rio de Janeiro
743 comentários
O Flamengo já sabe quanto deve. Agora, precisa encontrar soluções para pagar. Na noite desta quinta-feira, na sede do clube, na Gávea, a gestão de Eduardo Bandeira de Mello apresentou a conselheiros e jornalistas o resultado da auditoria contratada para diagnosticar a saúde financeira do Rubro-Negro. Os números assustam. O estudo apontou um rombo de R$ 750,7 milhões nos cofres do clube - 300% acima do estimado inicialmente pelos antigos dirigentes. Depois de três meses de análise, os auditores da Ernst & Young concluíram o estudo. Além do presidente, participaram da entrevista os vice-presidentes de marketing, Luiz Eduardo Baptista, o Bap; de finanças, Rodrigo Tostes; e jurídico, Flávio Willeman.
- É uma notícia ruim, a dívida é maior do que esperávamos, mas tenho confiança de que, com o time montado, vamos conseguir virar esse jogo. Não dá para chegar na cobertura sem construir a portaria. O departamento financeiro trabalha em dois pilares: redução de despesas e processo. A dívida de R$ 750 milhões é pagável, mas não num curto prazo. Aproximadamente R$ 40 milhões foram parcelados e renegociados para adiante - disse Rodrigo Tostes.
coletiva diretoria Flamengo (Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem)Bap, Bandeira de Mello, Tostes e Willeman: metas para um Fla em dívida (Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem)
A principal fatia da dívida é com o fisco, num total de R$ 394 milhões de impostos não pagos. Deste número, R$ 86,7 milhões correspondem ao período em que Patricia Amorim comandou o clube, de 2010 a 2012. Outros R$ 184 milhões são referentes a dívidas trabalhistas e pagamentos judiciais. Há ainda R$ 172 milhões separados para cobrir futuras despesas com condenações.
A dívida é maior do que esperávamos, mas tenho confiança de que, com o time montado, vamos conseguir virar esse jogo. Não dá para chegar na cobertura sem construir a portaria
Rodrigo Tostes, vice de Finanças
O vice jurídico, Flávio Willeman, explicou que encontrou uma situação precária em seu departamento quando chegou ao clube. A gestão de Eduardo Bandeira de Mello no Rubro-Negro completa nesta sexta 100 dias.
- O Flamengo dispensava seus empregados e não pagava uma verba trabalhista. Encontramos uma fragilidade absurda nas execuções fiscais contra o clube, as penhoras. Não havia estratégia de estancamento dessa sangria. Encontrei pulverização grande de escritórios de advocacia. E encontrei algo em torno de R$ 500 mil do jurídico com escritórios de advocacia. Esses foram os principais problemas que o jurídico encontrou - afirmou.
Para Bap, a solução para tirar o Fla da crise financeira é a participação efetiva da torcida. Nos últimos dias, o clube alcançou a marca de 13 mil sócios-torcedores. O vice de marketing se mostrou animado, mas convocou ainda mais rubro-negros.
- Não adianta ser a maior, se não for a melhor. Precisamos sincronizar nosso discurso. Não vai sair dessa situação se a torcida não sair da arquibancada e entrar em campo. Tem todo o direito de reclamar. Vocês não tem noção de como nós reclamamos entre nós. A diferença é que tem gente que fala e que faz. Meu desafio para a Nação é: vocês vão ficar só chorando ou vão agir? Nós estamos agindo. É isso que vai mudar a lógica de futebol no Clube de Regatas do Flamengo. O dinheiro vem da torcida. É tão simples quanto isso. Grandes jogadores pelo Marketing? (...) Se vocês esperam ver isso algum dia, virem sócios-torcedores. Gritar, xingar, chorar, nada disso vai resolver o problema. Não acreditem que dez ou 12 empresários vão resolver os problemas do Flamengo.
Confira a entrevista na íntegra:
Como se explica para o torcedor do Flamengo que o clube chega a uma dívida desse tamanho?
Tostes - Acho que essa realidade não acontece mais. Isso era uma realidade e um dos motivos que tomamos essa decisão (de fazer a auditoria). Então vamos fazer o que é devido. Não é nenhum mérito pagar os impostos, e o governo está com uma mão muito mais pesada.
Tem alguma expectativa de futuras dificuldades que vocês esperam?
Eduardo Bandeira de Mello - As dificuldades continuam. Fizemos muito para resgatar a credibilidade, a conquista das certidões foi uma vitória. É um trabalho que se renova e vamos matar um leão por dia para mantê-las. Encontramos o clube em uma situação de atrasos em situação indébita de impostos, que não é parcelável. Mas conseguimos, em condições severas, algo que ainda compromete nosso fluxo de caixa. É uma situação que requer um acompanhamento constante. O que vai nos aliviar são as novas receitas, que o Bap vai trazer.
O programa sócio-torcedor é a grande receita do momento para a montagem de um elenco forte?
Rodrigo Tostes - Sem dúvida, precisamos de dinheiro novo, mas a dívida é pagável. Não existe um pílula mágica. A solução dos problemas do Flamengo são os 40 milhões de torcedores. Chegamos no primeiro estágio, identificar o problema. Mas dar uma resposta para quando vamos pagar tudo, depende das receitas novas que vão entrar. Precisamos trabalhar, renegociar as dívidas e colocar dinheiro novo. Não vamos investir no time só quando a dívida for paga. Saber o tamanho do problema vai ser essencial do passo que vamos dar.
Não vai sair dessa situação se a torcida não sair da arquibancada e entrar em campo. Tem todo o direito de reclamar. Vocês não têm noção de como nós reclamamos entre nós. A diferença é que tem gente que fala e que faz. Meu desafio para a Nação é: vocês vão ficar só chorando ou vão agir? Nós estamos agindo. É isso que vai mudar a lógica de futebol no Clube de Regatas do Flamengo. O dinheiro vem da torcida"
Bap, vice de Marketing
Time dos sonhos é inviável no momento?
Eduardo Bandeira de Mello - Não é impossível, mas agora, não o time dos nossos sonhos. Na Copa do Brasil e no Brasileiro, nós vamos reforçar e montar um time competitivo. Já no domingo, no Fla-Flu, vocês vão ver alguma melhora. Kaká, Robinho, Messi e Cristiano Ronaldo, nada parecido com isso. Mas teremos um time competitivo.
Pretende esperar um amor altruísta do torcedor ou algum plano para o Marketing em trazer um jogador?
Bap - O que nos compele de estar aqui trabalhando de graça pelo Flamengo, é o amor altruísta. Não adianta ser a maior, se não for a melhor. Precisamos sincronizar nosso discurso. Não vai sair dessa situação se a torcida não sair da arquibancada e entrar em campo. Tem todo o direito de reclamar. Vocês não tem noção de como nós reclamamos entre nós. A diferença é que tem gente que fala e que faz. Meu desafio para a Nação é: vocês vão ficar só chorando ou vão agir? Nós estamos agindo. É isso que vai mudar a lógica de futebol no Clube de Regatas do Flamengo. O dinheiro vem da torcida. É tão simples quanto isso. Grandes jogadores pelo Marketing? Qual é o grande jogador hoje disponível e que se encaixaria no projeto de marketing do Flamengo e sendo brasileiro? Só sei um nome. Muitos falam no Kaká, mas ele não quer voltar ao Brasil. A primeira opção dele é Europa, a segunda, os EUA. Acho que sonhar é um direito. Se vocês esperam ver isso algum dia, virem sócios-torcedores. Gritar, xingar, chorar, nada disso vai resolver o problema. Não acreditem que dez ou 12 empresários vão resolver os problemas do Flamengo.
Vocês vão correr atrás de o clube ser ressarcido pelo prejuízo?
Eduardo Bandeira de Mello - O tamanho da dívida não quer dizer que tenha alguém para ser responsabilizado. As contas foram aprovadas. Nós não estamos preocupados em responsabilizar ninguém e denegrir a imagem de ninguém, mas se acharmos algo que aponte para alguém, vamos fazer o que for preciso.
O que o Flamengo trouxe para vocês e como está sendo essa nova experiência?
Eduardo Bandeira de Mello - Na realidade, o Flamengo é tudo para nós. Ninguém está perseguindo projeto pessoal algum. É uma oportunidade de tentar contribuir para que nossos sonhos sejam realizados.
Bap - Para mim é um bálsamo para alma. Tirando família, nada é mais importante que o Flamengo. A gente sofre, mas você tem que decidir se quer ser protagonista ou não. Eu resolvi descer da arquibancada e tenho certeza que o futuro será brilhante. Não tenho a menor dúvida que estamos fazendo o que é certo, não o que é mais rápido.
Tostes - A maior dificuldade foi separar a paixão com o que tem que ser feito de correto. Eu sou Flamengo. Acho que o ponto é que quando o chamado vem é dificil você negar. O prazer que me dá fazer esse trabalho é confiar que vai existir um Flamengo antes e um depois. Vamos resolver todos os problemas do Flamengo em três anos? Não, não vamos, mas vamos botar esse carro no trilho.
Flávio Willeman - Ter assumido a vice presidência trouxe mais trabalho, mais insônia, adiar projetos pessoais, mas isso tudo é irrelevante. Estou concretizando um sonho de dirigir o Flamengo. Estou convencido de que o Flamengo vai dar certo e vai dar alegrias, assim como a torcida do Flamengo vai comprar o projeto. Nós teremos o maior programa de sócio-torcedor em três anos.
Há formas criativas de trazer reforços sem que paguemos por jogadores. Enquanto não tivermos dinheiro, faremos acordo, parcerias. Podemos ser vitrine e ganharmos um percentual no futuro de um jogador colocado no clube. Isso é um processo. (...) Nosso futuro vai ser bacana, mas esperamos em menos tempo."
Bap, vice de marketing do Flamengo
Como estão as negociações por novos patrocinadores?
Bap - As negociações vão muito bem, obrigado. Não puderam vir hoje, mas antes do Brasileiro teremos notícias. Iremos estrear a camisa da Adidas com mais peso. Há formas criativas de trazer reforços sem que paguemos por jogadores. Enquanto não tivermos dinheiro, faremos acordo, parcerias. Podemos ser vitrine e ganharmos um percentual no futuro de um jogador colocado no clube. Isso é um processo. Vamos pegar o exemplo do Corinthians. Por que o Corinthians pegou o Pato e o Flamengo não? O Corinthians demorou quatro, cinco anos fazendo isso que eu estou falando com vocês. Não tinha um jogador na seleção no ano passado, mas foi campeão mundial. Jogadores mais baratos e time coeso. Demorou quatro anos, desde a segunda divisão, para trazer um jogador no quilate do Pato. Nosso futuro vai ser bacana, mas esperamos em menos tempo.
Impacto da nova filosofia no mercado?
Bap - Muita gente fala que o futebol tem que mudar, a gente está começando a fazer isso. Acho que daqui a dois, três anos vai trazer resultado muito saudável para o futebol brasileiro. Quando o Flamengo é correto, isso tem um impacto no futebol e na população como uma todo. Queremos ganhar tudo, mas sendo corretos e pagando em dia, para evitar que gracinhas como a do Vampeta (vocês fingem que pagam, eu finjo que jogo) parem de exitir.
Tostes - É uma gracinha e ele mente. Ele recebeu do Flamengo, mas não jogou.
Como incluir o torcedor de baixa renda?
Bap - Super de uma conversa fiada esse assunto. Nosso programa custa menos do que uma passagem de ônibus por mês ou um café......10% de 10 milhões podem. Se você sair em um final de semana, quanto você gasta? Quem está comprando carros, televisores? A baixa renda. A pessoa ser baixa renda não quer dizer que ela não tenha condições de investir. Com o passar do tempo, com muitos associados, podemos abaixar o preço. Achar que não tem 100 mil rubro-negros para pagar R$ 199,00 é que não dá.
A dívida será refletida ainda neste ano?
Tostes - Esses 750 milhões vão refletir em 31 de dezembro de 2013. Temos uma dificuldade na não aprovação do balanço de 2011, mas com a auditoria vamos resolver.
Top 5 da Adidas?
Eduardo Bandeira de Mello - Vamos estar agora em maio. O contrato assinado já nos permite dizer isso fora de campo. Em termos técnicos, dentro de campo, talvez demore um pouco mais. Queríamos que já fosse nesse Fla-Flu, mas a partir de 2014, com um alivio maior nas finanças, já teremos um time forte e seremos um top 5 da Adidas na questão técnica.
Prazo para o saneamento da dívida?
Tostes - Esse número vai variar das projeções da dívida e receitas novas. Não vou mencionar data, seria um chute. Reestruturamos a dívida, iremos trazer novos investimentos, conseguimos as certidões...Agora é cumprir os impostos, pagar os funcionarios, jogadores. Hoje em dia, já pagamos no dia cinco de cada mês o futebol, acabou aquele negócio de dia 25. Estamos renegociando os direitos de imagem atrasados com os jogadores. O prognóstico de prazo é muito dificil, mas acredito que nos próximos 30, 60 dias podemos passar uma data disso.
Direito a voto do sócio-torcedor?
Bap - Hoje não, mas só três coisas são definitivas na vida: morte, impostos e mudanças. Precisamos respeitar o estatuto que já tem 21 anos e imperfeições, como tudo na vida. Precisa ser atualizado, mas o torcedor rubro-negro tem uma oportunidade ímpar de decidir o futuro do Flamengo: virar sócio. Tem que se engajar. Isso pode mudar com o tempo? Pode. Está na nossa cabeça hoje? Não.
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Sul-Americano sub-17: trio de Fla-Flu garante vitória do Brasil sobre o Peru

Lincoln e Caio, ambos do Rubro-Negro, e Kenedy, do Tricolor, marcam no
triunfo que confirmou equipe na primeira colocação do Grupo B do torneio

Por GLOBOESPORTE.COM Mendoza, Argentina
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O Brasil encerrou a participação na primeira fase do Sul-Americano sub-17 com o primeiro lugar do Grupo B. Nesta quinta-feira, no Estádio Malvinas Argentinas, em Mendoza, o time canarinho não tomou conhecimento do Peru e derrotou os rivais por 3 a 0. Com um time mesclado, a equipe comandada pelo técnico Alexandre Gallo encerrou a fase de classificação com dez pontos. Os gols foram marcados por Lincoln e Caio, ambos do Flamengo, e Kenedy, do Fluminense.
Nesta quinta-feira, ainda pelo Grupo B, o Uruguai goleou a Bolívia por 5 a 1 e confirmou a segunda posição da chave, com oito pontos. Além do Brasil e da Celeste, o Peru, com quatro, também avançou para a próxima fase do torneio.
A Seleção de Gallo vai estrear no hexagonal no próximo domingo, às 17h05m (de Brasília), contra o Uruguai. Todas as partidas da fase final do torneio serão realizadas na cidade de La Punta, na Argentina.
Brasil fura retranca e abre o marcador com Lincoln
Mesmo com um time misto, o Brasil foi superior ao Peru nos 45 minutos iniciais. Porém, o time comandado por Gallo encontrava muitas dificuldades para furar o bloqueio dos rivais. A primeira chance do time canarinho aconteceu apenas aos 19. Caio fez boa jogada pelo lado esquerdo, passou por um adversário e cruzou. Léo Mendes se antecipou ao goleiro Espinoza, mas cabeceou para fora.
O time brasileiro seguiu pressionando e voltou a assustar 28. Robert fez bela jogada individual pelo lado esquerdo, passou por dois adversários e tentou o cruzamento. A zaga afastou o perigo. No minuto seguinte, o Brasil abriu o marcador. Caio bateu escanteio da direita, Lincoln surgiu por trás dos zagueiros na marca do pênalti e escorou de primeira para balançar a rede dos rivais.
A partida continuou com o Brasil dominando, tendo mais posse de bola. Mas quem assustou foi o Peru. Léo Pereira errou passe na intermediária, e a bola sobrou para Barrueta, que avançou até a entrada da área e soltou a bomba. O goleiro Marcos se esticou todo para espalmar a escanteio. No fim da etapa inicial, aos 45, Robert fez outra boa jogada e cruzou para Ewandro acertar um belo sem-pulo e jogar por cima do travessão.
Brasil amplia o marcador e atropela peruanos na etapa final
O Brasil voltou em cima dos rivais para ampliar o marcador. E a atitude surtiu efeito logo no primeiro minuto da etapa final. Ewandro cruzou da esquerda, a zaga do Peru não conseguiu cortar, e a bola sobrou para Caio dentro da área. O jogador bateu com força e venceu o goleiro Espinoza para marcar o segundo gol da seleção brasileira.
A equipe canarinho permaneceu com amplo domínio da partida, mas passou a pecar nos erros de passe. Mas nem assim o Peru se aventurava com frequência ao ataque. E foi a partir daí que Gallo começou a mexer na equipe. O atacante Kenedy e o lateral-direito Auro entraram em campo. E foi justamente o goleador do Fluminense que fez o terceiro. O jogador recebeu na entrada da área, enganou o adversário com um drible de corpo, avançou até a intermediária e soltou a bomba. Um golaço. O terceiro no Sul-Americano sub-17 (veja o lance no vídeo acima).
Com as alterações, Gallo aproveitou para observar algumas situações de jogo. O treinador colocou o volante Léo Pereira na lateral esquerda, já que Matheus deixou o gramado sentindo dores na coxa esquerda, e o lateral-direito Auro na cabeça-de-área. Os dois deram conta do recado e abriram o leque de opções do comandante para o hexagonal final.
No fim, o time canarinho apenas tocou a bola para passar o tempo e garantir mais três pontos na primeira fase do Sul-Americano sub-17.